I - O documento discute a teoria de Guerreiro Ramos sobre as racionalidades substantiva e instrumental e como elas afetam as organizações.
II - Os pesquisadores realizaram estudos de campo para mapear os indicadores de cada racionalidade em empresas específicas.
III - Empresas com racionalidade substantiva predominante promovem autonomia, participação e desenvolvimento intelectual dos funcionários.
I - O documento discute a teoria de Guerreiro Ramos sobre as racionalidades substantiva e instrumental e como elas afetam as organizações.
II - Os pesquisadores realizaram estudos de campo para mapear os indicadores de cada racionalidade em empresas específicas.
III - Empresas com racionalidade substantiva predominante promovem autonomia, participação e desenvolvimento intelectual dos funcionários.
I - O documento discute a teoria de Guerreiro Ramos sobre as racionalidades substantiva e instrumental e como elas afetam as organizações.
II - Os pesquisadores realizaram estudos de campo para mapear os indicadores de cada racionalidade em empresas específicas.
III - Empresas com racionalidade substantiva predominante promovem autonomia, participação e desenvolvimento intelectual dos funcionários.
Relatório: CUNHA, E. P.; FERRAZ, D. L. Crítica Marxista da Administração.
A razão, dentro das instituições produtivas, sempre foi alvo de estudo de
pesquisadores, como Guerreiro Ramos. Ele defendeu em sua teoria a ideia de que a racionalidade substantiva é uma característica natural do ser humano e sua psique, suas ações são premeditadas por ela em busca de suas autorrealizações, já a racionalidade instrumental, quando predominante nas organizações, é geradora de patologias psicológicas. Sua abordagem substantiva da organização teve grande aptidão em território brasileiro, porém, não demonstra avanços em práticas administrativas, em tal território. Tal objeção resulta na deficiência dos teóricos em ilustrar seus argumentos que são baseados na abordagem de Ramos. Para a resolução de tal impasse foi necessário aos pesquisadores um detalhado trabalho de campo nas empresas selecionadas. Este estudo de natureza qualitativa foi caracterizado como “autorreferencial” e possui o objetivo de revelar a lógica interna das empresas e qual é a racionalidade predominante nas ações das pessoas que a compõem. Para isso, a criação e operacionalização de um quadro de análise se fez necessária, além da integração da teoria de Ramos com a “Teoria da Ação Comunicativa”, de Habermas. Inicialmente, para melhor análise, fez-se necessário a definição dos dois tipos de racionalidade e o agrupamento de seus elementos com suas respectivas naturezas processuais organizacionais no quadro de análise e, assim, as seguintes etapas operacionais do quadro foram criadas: I-Detecção dos indicadores, II-Mapeamento dos indicadores predominantes e III-Identificação da intensidade de racionalidade substantiva. Desta forma, a visualização de cada configuração única formada por tais indicadores são possibilitadas, o que indica o grau de racionalidade substantiva presente em cada instituição produtiva analisada. Tal analise é espelhada em “continuum”, que são indicadores visuais do grau de racionalidade de cada empresa. Constatou-se que, em organizações de caráter substantivo, valores de autonomia e perseverança eram de presença notória e guiam a empresa à criação de ambientes participativos, reflexivos e que promovem o avanço intelectual do grupo. Na divisão de trabalho, tal autonomia teve notoriedade por permitir ao individuo qual atividade realizar. Ou seja, ao dar enfase na liberdade individual do individuo que constitui uma organização produtiva, os níveis de autorrealização crescem além de a empresa alcançar suas metas mais facilmente. Para o avanço nos estudos de Ramos é necessária a colocação deles em prática, superando os impasses já ressaltados, alinhando a integração da racionalidade subjetiva com a instrumental, com o intuito de emancipar a esfera social do trabalho.
Relatório: SERVA, M. A racionalidade substantiva demonstrada na
prática administrativa. RAE, 1997
Guerreiro Ramos observou as motivações racionais que levavam os indivíduos a
tomarem decisões dentro das instituições organizacionais. Seus estudos tiveram influências weberianas e trouxeram a visão da necessidade de reformulação de diversos temas da Teoria das Organizações, principalmente daqueles que tratavam das ações dos gestores. Além disso, o autor evidencia que ligação entre a eficiência a produtividade possui maiores complexidades do que as retratadas na teoria tradicional, e que deve haver equilíbrio entre a organização e as individualidades do grupo operacional. Logo, Ramos afirma a necessidade da compreensão das duas racionalidades, para a melhor execução da ação gestacional. Tal evento se dá a partir de conceitos de Max Weber, tal como a burocracia e a ação social, que foram de grande ajuda na compreensão da racionalidade capitalista. Assim, Ramos estabelece que a razão deve ser detentora do papel de uma categoria ética, por definir como os indivíduos devem conduzir suas vidas pessoais e sociais e que há na modernidade uma inferiorização do individuo ao papel de uma engrenagem que calcula apenas as consequências que seus atos irão causar dentro do mercado. Ou seja, Ramos critica a forma que a razão moderna influencia a Teoria da Organização. Para Weber aquele que premedita suas ações visando no que elas resultarão é detentor da racionalidade, no caso a instrumental. Ramos enxerga isso, na sociedade capitalista, como um modo das organizações agirem de maneira conveniente ao mercado, tudo gira em torno dele. Logo, do ponto de vista de Ramos a burocracia é instrumental. Quando tais ações são tomadas considerando a relação de valores, Ramos defende que são baseadas na racionalidade substantiva. Ambas, a instrumental e a substantivas, devem ser congruentes no âmbito organizacional, para isso é necessário redefinir a ação administrativa. Logo, Ramos conclui que para qualquer ação a ser tomada, ela deve implicar em uma questão ética. No âmbito administrativo, isto ocorre devido à necessidade de atender aos imperativos sociais das organizações e, simultaneamente, suprir as necessidades individuais. Assim, as duas racionalidades entram em constante choque, pois, ocorre diferenciações entre a organização e o individuo. Uma defende e age de forma a beneficiar o mercado e suas formas dominantes de poder e outra, a substantiva, recusa reger as vidas pessoais dos indivíduos de forma a beneficiar o mercado e sim age de forma favorável às suas liberdades e individualidades. Ou seja, não existirá ambientes organizacionais livres de conflitos, por haver, em qualquer que seja seus níveis de desenvolvimento, o mínimo de relações entre os sindivíduos.