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NAS ORGANIZAÇÕES
É interessante perceber que para ambos os autores, que são grandes críticos deste
modelo burocrático, a defesa se dá em função das relações do trabalho, sobretudo do
trabalhador. Desta maneira, o anarquismo, sem se deixar levar pelas utopias, é uma linha
ideológica de pensar e produzir conhecimento, quando aliado ao materialismo-histórico,
resultando nas críticas de sobreposição do capital em relação ao trabalhador apontadas pelos
autores;
A tomada de decisão tem outra face de interpretação, segundo Simon, a visão racional
oculta o papel do poder e do comportamento político que estabelece as restrições presentes na
“racionalidade limitada”. A visão deste artigo é que há na sociedade uma disputa de poder
entre grupos para o controle dos recursos escassos, para o autor o poder é inerente à existência
e presente na vida da organização, sendo o poder legítimo alocado para posições de
autoridade na hierarquia, este poder legítimo é o poder “racional-legal” (Weber, 1947)
regulariza todo o processo de decisão e é alocado segundo o status (os que possuem
autoridade, possuem poder e participam no processo de tomada de decisões). Este artigo
afirma que o poder pode fazer com que as decisões se ajustem aos interesses do
administrador, mesmo que estas decisões não tragam benefícios organizacionais. Um fator
que influencia o processo de tomada de decisão e a tipologia dos processos a serem tomados
corresponde à natureza política e complexa do que é decidido, isto é, o quão mais pessoas
/instituições (com seus respectivos interesses) serão afetadas com o resultado da decisão, que
pode ser operacional (poucos interesses) ou estratégica (amplos interesses). Portanto, para
entender decisões, é necessário uma “análise narrativa, na interpretação das ações e na
identificação de significados em símbolos como articulados por pessoas.” (p.300). Há para
Miller et al (2004) a importância da cultura na tomada de decisões, uma vez que certas
culturas afetam diretamente no processo de tomada de decisão, sobretudo, no tempo de sua
tomada.
Pode-se entender portanto, que com as leituras aqui realizadas as organizações sejam
elas pequenas, grandes, públicas ou privadas tomam suas decisões e baseiam suas estratégias
tomando-se por base as relações de poder, seja o poder interno nas relações de produção ou
externo, isto é, com a sociedade e demais organizações. O poder é um recurso que mantém a
própria organização, as decisões e estratégias visam exatamente a manutenção ou expansão do
poder das organizações. Primeiro porque o poder é o responsável por manter a organização
interna tomando-se como exemplo o controle e as relações de produção como o são,
desprezando-se todos os pontos sociais que tornam a organização um complexo de relações
humanas, tornando-as mecânicas a fim de trazer o controle desejado na organização. Em
segundo, e não menos importante porque o poder quando materializado fora da organização é
capaz de impor a supremacia ou trazer a supremacia em relação a outras organizações e
também à própria sociedade, a fim de que estas se comportem conforme os interesses da
organização detentora dos recursos que lhe conferem maior poder.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FARIA, J. H.; MENEGHETTI, F. K. Burocracia como organização, poder e controle. Revista de
Administração de Empresas, v. 51, n. 5, p. 424-439, 2011.
MILLER, S.J.; HICKSON, D.J.; WILSON, D. C. A tomada de decisão nas organizações. In: CLEGG, S.;
HARDY, C.; NORD, W. Handbook de estudos organizacionais. V. 3, São Paulo: Atlas. P.282-310, 2004.
MORGAN, G. Organizações como máquinas. In: _____ Imagens da Organização. São Paulo: Atlas,
Cap. 2, 2004.