CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

SEMINÁRIOS TEMÁTICOS I
PESQUISA E FORMAÇÃO DOCENTE NA/PARA EPCT

PROPOSTA DE PROJETO DE TCC

TÍTULO DO PROJETO
O ensino e aprendizagem em meio à Educação 4.0 – Estudo de caso dos projetos inovação
no contexto da Economia 4.0
AUTOR(ES)
Filipe Lucena Medeiros de Andrade
EIXO (Assinale apenas uma opção)
( ) ENSINO
( X ) PESQUISA E INOVAÇÃO
( ) EXTENSÃO
( ) GESTÃO
( ) TRABALHO E EDUCAÇÃO
PROBLEMA DE PESQUISA
A participação em projetos de inovação no contexto da Economia 4.0 na motivação,
participação e aprendizados do discente na sala de aula? A participação dos discentes nos
projetos podem proporcionar habilidades e competências demandadas pela sociedade atual?
OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso é estabelecer uma metodologia para
avaliar o impacto dos projetos inovadores no contexto do Economia 4.0 na formação de
discentes do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT) do IFPE campus Pesqueira.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Construir uma metodologia baseada no conceito da Educação 4.0;
Mensurar o impacto dos projetos inovadores na participação e motivação dos discentes na
sala de aula;
Verificar a impacto dos projetos na percepção dos alunos quanto a habilidades e
competências humanas, como pensamento crítico e inovador, criatividade e iniciativa,
inteligência emocional e resolução de problemas.
Comparar o nível satisfação dos discentes, quanto ao processo de ensino e aprendizagem
EBTT, entre os participantes e não participantes do projeto.
JUSTIFICATIVA
Atualmente a transformação digital, questões ambientais e a pandemia de Covid-19 estão a
provocar a maior transformação produtiva, social e tecnológica que o mundo passou nos
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últimos 100 anos (McKinsey, 2021). Neste cenário, os principais modelos educacionais
mundialmente utilizados, fortemente influenciados pelas necessidades de escrita, leitura e
aritmética da primeira e segunda revolução industrial (NEA, 2010), já não funcionam para
proporcionar o ensino e aprendizagem à uma geração de alunos que nasceram com acesso a
uma quantidade abundante de informações, seja por meio de computadores ou smartphones.
Além a mudança geracional dos alunos, a chamada 4º revolução industrial demanda a
formação de jovens para profissões que muitas vezes sequer existem. Neste contexto de
profundas transformações, Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou as novas
diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em engenharia em 2019 e o
novo Catálogo nacional de cursos técnicos em 2020. Ambos os documentos destacam a
necessidade de um processo de ensino e aprendizado mais dinâmico e práticos, voltados aos
projetos de soluções de problemas reais, que visem atender a transformação digital e
desenvolvam habilidades humanas, como liderança, gestão de equipe e de conflitos.
Apesar dos avanços proporcionados pela rede federal de ensino, a realidade é que as
habilidades e competências mensuradas pelo Pisa envolvem demandas da sociedade para
primeira e segunda revolução industrial, apresentada na Figura 1. A compreensão de textos,
resolução de cálculos e questões científicas simples e rotineira já não atendem mais a
demanda de um mundo em processo de profundas transformações impulsionadas quarta
revolução industrial e pandemia do Covid-19.

Figura 1 – Média das escolas municipais, estaduais, federais e particulares no Pisa

Fonte: Adaptado de (Borges, 2016)

Em um trabalho intitulado “A mudança de habilidades: automação e o futuro da força de

trabalho”, A Mckinsey demostra que as mudanças de habilidades e competências demandas
pela sociedade estão diretamente ligadas a tecnologia existente, algo que ocorre desde de os
tempos pré-históricos com a adoção do fogo. Contudo, devido a automação e adoção de
inteligência artificial, estão a acelerar este processo mudança a uma velocidade nunca vista
em um passado recente. No estudo é demostrado a necessidade de algumas habilidades
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demandas pela sociedade atual, tais como habilidades tecnológicas, sociais e emocionais, em
contra ponto, também, é demonstrado as habilidades cuja demanda está em declínio, tais
como: habilidades físicas e manuais e cognitivas básicas. Todo este processo de aceleração
mudanças exigirá que estudantes, docentes e trabalhadores em todos os lugares mundo
aprofundem e renovem suas habilidades e competências. Um breve resumo este estudo é
apresentado na Figura 2.

Figura 2 – Total de horas de trabalho nos Estados Unidos e Europa por habilidades, 2016
x 2030

Fonte: Adaptado de (Mckinsey, 2017)

Já no relatório do futuro do trabalho do fórum econômico mundial é apresentado principais

habilidades que serão demandas nos próximos 5 nos principais países do mundo. No caso do
Brasil, as cinco principais habilidades demandadas dos futuros profissionais são: aprendizado
ativo e estratégico, pensamento analítico e inovador, criatividade e iniciativa, liderança e
influência social e inteligência emocional. Das cinco principais habilidades que serão
demandas futuros profissionais, poucas estão sendo implementadas nos principais processos
de ensino e aprendizado utilizados no país.
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Com está problemática, adicionada dos direcionamentos da CNE das novas diretrizes
curriculares nacionais para os cursos de graduação em engenharia e do catálogo nacional de
cursos técnicos em 2020. Este projeto de pesquisa visa analisar a possibilidades dos projetos
de inovação suprir a atual lacuna entre as demandas da sociedades, direcionamento da CNE
e realidade do processo de ensino e aprendizagem.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste tópico será apresentada a fundamentação teórica que irá compor a metodologia a ser
desenvolvida para avaliar os impactos dos projetos de inovação na EBTT. Para tanto serão
fornecidas sobre Educação 4.0, Soft Skills e projetos inovadores.
Educação 4.0
Atualmente, devido à globalização e os rápidos avanços da tecnologia que estão a transformar
o espaço cívico e o mundo como um todo, os sistemas educacionais mundiais estão cada vez
mais desconectados das realidades e necessidades das economias e sociedades globais. No
contexto de interrupção do emprego e avanço tecnológicos, os modelos de educação devem
se adaptar para equipar as crianças com as habilidades necessárias para criar um mundo mais
inclusivo, coeso e produtivo (WEF, 2020).
Com esta afirmação o Fórum Econômico Mundial lançou, em janeiro de 2020, um relatório
intitulado “a escola do futuro” (WEF, 2020). No relatório foi relatada a necessidade de novos
modelos educacionais para enfrentar a quarta revolução industrial. Para tanto, foi apresentado
um framework, denominado “Educação 4.0”, com oito princípios orientadores para a
aprendizagem de alta qualidade, que são: habilidades de inovação e criatividade, habilidade
de cidadania global, habilidades tecnológicas, habilidades interpessoais, aprendizado
personalizado e de ritmo próprio, aprendizado acessível e inclusiva, aprendizado
colaborativo e baseado em problema e aprendizado ao longo da vida e orientada.
Com base nas oito características da educação 4.0, o FEM realizou um levantamento sobre
como os países estão trabalhando as habilidades digitais que dominaram a quarta revolução
industrial. Com os dados, foi realizado um ranqueamento entre os países, cujo resultado é
apresentado na Figura 3.
Analisando a Figura 3, é possível observar que o Brasil está entre os 10 piores países, isto
é, o Brasil está entre os países que menos estão preparando os jovens para as oportunidades
que estão a surgir com a transformação digital e a quarta revolução industrial.
Pelo exposto, a Educação 4.0 é uma nova proposta pedagógica, que acompanha as demandas
atuais, tanto em relação às demandas da sociedade quanto à eficiência no processo de ensino
e aprendizagem. A metodologia fundada no fato da educação ser o principal impulsionador
da mobilidade econômica e social de um individuo frente a suas gerações anteriores,
impactando diretamente na qualidade e na expectativa de vida deste indivíduo. De tal forma,
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a única saída contra o aumento da desigualdade econômica e social, já ocorrida durante a

pandemia do Covid-19, é por meio de mudanças críticas nos processos e experiência do
ensino e aprendizagem
Figura 3 - Quais países têm as habilidades digitais para dominar a Quarta Revolução
Industrial

Fonte: adaptado de (WEF, 2020)

Soft Skills
A velocidade exponencial do desenvolvimento tecnológico está a provocar mudanças sociais
e no mundo do trabalho, com o surgimento, quase que diário, de novas competências
demandadas dos docentes, discentes e futuros profissionais (Berlingeri, 2018). A velocidades
destas mudanças também estão a atingir a saúde emocional e mental das pessoas, elevando
os níveis de estresse e de insatisfação com a vida pessoal e profissional, atualmente 78% dos
profissionais se sentem ansiosos ou depressivos (Mckinsey, 2020). Para combater tal
situação, combater os problemas econômicos e sociais e preparar os discente um mundo cada
vez mais volátil, a literatura aponta como solução ensino e aprendizagem das soft skills, ou
habilidades humanas (Cazan e Năstasă, 2015; Jenaabadi, 2014; Kashani, Azimi e Vaziri,
2012). Segundo Fagnani e outros (2020), o desenvolvimento de soft skills demostram clara
importância na inserção no mercado de trabalho, previsão salarial e outras questões
relacionadas ao sucesso profissional, como no gerenciamento de mudanças e do estresse no
ambiente de trabalho, satisfação com a carreira e maior rendimento.
Em um estudo intitulado modelo de habilidades e força de trabalho do Mckinsey Global
Institute (Mckinsey, 2019), até 2030 o número de postos de trabalhos ligados a habilidade
físicas ou cognitivas básicas (compressão de texto e aritmética) devem 29 % mundialmente,
enquanto os postos de trabalho ligados as habilidades cognitivas superiores e
socioemocionais irão crescer 63%.
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Desta forma, a incorporação das soft skills, que envolvem inteligência emocional, liderança,
trabalho em equipe, responsabilidade social, ética, gestão do tempo, comunicação eficaz,
empatia, otimismo e pensamento criativo, no ambiente escolar é de fundamental importância
preparação do discente para os dias atuais e para o futuro próximo.

Projetos Inovadores
A velocidade dos acontecimentos e mudanças da 4º revolução industrial tornaram a palavra
“inovação” quase que onipresente na sociedade. Nesta vertente o Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), campus Pesqueira, participou, e foi
contemplado, em diversos edital da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
(SETEC), junto ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo
(Ifes). Sendo escopo deste trabalho, os projetos contemplados nos editais Oficinas 4.0 e
Apoio ao empreendedorismo inovador com foco na economia 4.0.
O edital das oficinas 4.0 tinha como objetivo promover a imersão de estudantes da Rede
Federal em atividades de formação e pesquisa aplicada, com foco no desenvolvimento de
habilidades e competências relacionadas ao uso das tecnologias digitais, ao
empreendedorismo e à inovação, demandadas pela Economia 4.0. Neste edital, o IFPE
campus pesqueira aprovou um projeto transdisciplinar (Sharunova et al, 2018), no qual há a
colaboração de especialistas de diferentes disciplinas para o desenvolvimento de uma solução
para limpeza de painéis fotovoltaicos, que envolvem problemas interdisciplinares, como:
eletrônica, circuitos digitais, tecnologias de comunicação, robótica, energias fotovoltaicas,
administração e engenharia econômica (gestão de negócios). No plano de trabalho desse
projeto, além do desenvolvimento da solução técnica, os participantes irão participar de
oficinas de empreendedorismo, gestão de projetos e liderança, participam 5 docentes e 21
discentes bolsistas, divididos em quatro grupos de trabalhos que são apresentados na figura
4.
Já o edital de apoio ao empreendedorismo inovador com foco na economia 4.0 tinha como
objetivo estimular processo de criação de negócios com foco no desenvolvimento de novas
soluções tecnológicas (produto, processo, serviço ou modelo de negócio) alinhadas às
demandas da Economia 4.0. No projeto aprovado neste edital tem como objetivo
desenvolvimento de uma startup que forneça uma solução autônoma e inteligente para o
problema de monitoramento e gerenciamento de baterias, para fomento da economia de
energia limpa. O plano de trabalho deste projeto a equipe pressa unir saberes
interdisciplinares para solucionar um problema real, além de planeja e desenvolver um
modelo de negócio para formação de uma empresa inovadores de base tecnológica, a equipe
deste projeto é formada por 2 docentes e 9 discentes bolsista.
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Figura 4 - Estruturação dos grupos de trabalho para concepção do projeto inovador

A metodologia educacional incorporada aos projetos é baseada nas quatro dimensões da

inovação educacional para engenharia (Royal Academy of Enginnerg, 2019):
• Maior ênfase nos trabalhos por projetos;
• Incorporação de criatividade e geração de ideias enfatizando a natureza criativa da
engenharia;
• Aumento do nível de atividade interdisciplinar incluindo outras áreas temáticas;
• Exposição dos estudantes à vida real incluindo problemas ativos de engenharia.
Com a apresentação das informações a respeito da Educação 4.0, Soft Skills e Projetos
Inovadores, pode-se entender e comentar a metodologia a ser desenvolvida para avaliar os
projetos inovadores quanto aos parâmetros da Educação 4.0 e desenvolvimento Soft Skills
dos discentes participantes dos projetos, assim como os índices de motivação e participação
dos mesmos quanto a EBTT.
REFERÊNCIAS
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BERLINGERI, M. M. Competências socioemocionais e mercado de trabalho: um estudo

para o caso brasileiro. 2018. 59 f. Universidade de São Paulo, 2018. DOI
10.11606/D.96.2018.tde-17092018-115134. Disponível em:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96131/tde-17092018-115134/
FAGNANI, L. et al. Soft skills na engenharia: um relato de caso do ICT/UNIFESP. XLVII
Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia 2020 – Cobenge. Fortaleza-CE. 2020
JENAABADI, H. Studying the Relation Between Emotional Intelligence and Self Esteem
with Academic Achievement. Procedia - Social and Behavioral Sciences, vol. 114, no.
2004, p. 203–206, 2014. DOI 10.1016/j.sbspro.2013.12.685. Disponível em:
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KASHANI, F. L.; AZIMI, A. L.; VAZIRI, S. Relationship between Emotional Intelligence
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http://www3.weforum.org/docs/WEF_Schools_of_the_Future_Report_2019.pdf. Acesso
em: 08 de março de 2021.