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•ornál de BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE (APOTECl

Instituição de Utilidade Pública

Ano XXIV

O A I ID D
NQ 275
Fevereiro 2000
Publicaçi!io Mensill
ISSN OS7[).6789
CONTABILIZACÃO DAS OBRIGACÕES 2. Enquadramento legal das obrigações convertiveis
As obrigações convertiveis são uma modalidade de obrigações,
que o pedido é feito. A partir da data de conversão, as acções
conferem o direito à distribuição de dividendos. Este facto deve
apresentadas no Ar\.' 360.' do Código das Sociedades Comerciais constar nas condições de emissão do empréstimo. que segundo o n.' 2
CONVERTivEIS: MODELO ACTUÁL E (CSCI. do referido artigo, deve referencial o regime de atribuição de dividen·
rodos os aspectos legais relacionados com 'este instrumento são dos que será aplicado às acções sem que as obrigações se converte-
NOVOS DESENVOLVIMENTOSI*1 tratados no referido código, entre o Arl.' 365.' e o Art.' 372.'.
Segundo o Art.' 365.' as obrigações convertiveis, apenas podem
rem no exercicio, durante o qual a conversão tiver lugar.
Tal como já foi dito anteriormente, um empréstimo obrigacionista,
ser emitidas por sociedades cujas acções estejam cotadas numa das originará um aumento de capital social. Desta forma, refere o Art.'
Nuno Adriill10 Batista Ribeiro bolsas de valores de Lisboa ou Porto_ 370.', que esse aumento será objeeto de escritura pública e de registo
Licenciado em Audiloria e Controlo de Gestão. A deliberação da emissão deste tipo de 'empréstimo, segundo o comercial, nos prazos porele fixados.
Docente da Escola Superior de Tecnologia e dE Gestão de Bragança
Art.' 366.", deve ser aprovada pela maioria constante no contrato de
sociedade, não podendo ser inferior á maioria exigida para o aumento
3. Tratamento contabilistico das obrigações convertíveis
de capital. No que se refere á' proposta de deliberação, esta deve
Por úIIimo apresentaremos as principais conclusões, a retirar da indicar especificamente:
;NDlCE A contabilização dos empréstimos obrigaeionistas convertíveis é
investigação elaborada. - O valor global da emissão bem como os motivos que a justili-
lrrtt'odução em tudo idêntica à dos empréstimos obrigaoionistas ordinários, estan·
,. Caracterização das obrigações convert{veis cam, o valor nominal das obrigações e o preço por que serão
do apenas consagrado no Plano Oficial de Contabifidade (POCI de
2. Enqrladramento legal das obrigações convertíveís 1, Caracterização das obrigações convertíveis emitidas e reembolsados ou a forma de o determinar, a taxa de
1989, a subconta 2321 "Empréstimos Ohtidos - Empréstimos por
3. rratamento cantalIilisfico das olIrigações convertiveis juro e o plano de amortização do empréstimo;
Ohrigações - Convertiveis·.
.1. 1. Entidade emitente ~ As bases e os termos da conversão em acções ordinárias;
"M obrigapões converlíveis são ríllllos que podem ser convertiveis A diferença fundamental neste tipo de empréstimo, é que devido
3. 1. 1. Emiçsão em acrões ordinárias em determinarias condições, uma das quais é 8 - Se deve ser retirado aos accionistas, o direito de preferência na
à conversão, terá, na altura devida, de se proceder ao aumento do
3.1.2. SlIkwiçãn de serem convertiveis numa data de contagem de juros e por oppão do subscrição das obrigações convertiveis, constante no Art.'
capital social.
3.1.3. liberação investidor. " 111 367.' n.' 1, bem como as razões de tal medida;
Na contabilização deste tipo de empréstimo, as 'fases são Quase as
3. 1.4. Reconhecimento dos juros Este tipo de instrumento. conjuga dois !Ítulos distintos, pois não - A identificação dos subscritores e o número de obrigações a
mesmas dos emprBstimos obrigacionistas ordinários isto é, emissão,
3.1.5. Reemholsa só oferecem ao investidor. os direitos titulados por uma obrigação subscrever por cada um, no caso de a sociedade não recorrerá
subscrição, deliberação, reconhecimento dos juros e reembolso. Existe
3.1.6. Com'PIsão dRS obr(qar6es em "cç6es ordillikias subscrição publica.
simples Idireilo de receber um rendimento fixo; direito de ser reembol· apanas a particularidade de ser introduzida afa se da conversão das
3. I. 7. Ga5/ns de emissão .lado segundo esquema plé·estabelecido, etc. ) como também a possi· O n.' 3 do mesmo artigo refere que a deliberação da emissão de
obrigações em acções ordinárias.
.7.2. Entidade rfelenlnra bilidade de se tornar accionista ria empresa com base nas condições obrigação convertlveis em acções, implica a aprovação do·aumento de
3.2 I. S,,"sair,;a definidas. capital da sociedade, no ·montante e nas condições que vierem a ser
3_1. Entidade emitente
J2.2.ClJfH'er$âr das I)brigações em ar:çf.f.'j !1!dinérjas A conversão das obrigações pode ser considerada como um "". necessárias para satisfazer o pedido de conversão.
4. rralamenlo r.entah;listico proposto pelos principaIs alimento de capital diferido pRra as dalas de convp.rsão. " OI No Segundo o n' 4, as condições lixadas pela deliberação de assembleia 3. 1.1. Emissão
o.r.q;;~is!T1(1S infernacirmflis entanto, para além da IIOSsibilidade de as obrigações serem trocadas geral dos aceionistas, para a emissão de obrigações convertiveis. só
A contabilização da emissão das obrigações poderá ser dispensá-
1. r. inlidade em;lr.nr. por acções, a serem emitidas laumento de capitall podem também sê· podem ser alteradas, sem o consentimento dos obrigacionistas, desde
vel, à semelhança de que acontece com a emissão de acções, aquando
·1.1. /. Sul'serirão -In por' acções próprias, anteriormente adlluiridas pela empresa. In· que da alteração não resulte para estes qualquer redução das respec·
da constituição ou do aumento de capital das sociedades. Desta forma
:1. i. 2 [/a!rmzar:,io posterior iU! rercnlrerJinr!nfa ,á/riR! dependentemente dos métodos apresentados, a conversão das obriga· tivas vantagens e direitos ou aumento dos seus encargos.
e dado o POC de 1989 ser omisso nesta matéria, iremos optar por
4. /.3. (olwa!são da. obriqR,ães em acç6r.s OIdin'Ílias ções é leita com base numa taxá Ide conversão) isto é, será a relação A emissão de um empréstimo obrigacionista convertível, leva a
contabilizar apenas a subscrição.
4. /.4. G,)s/a.l dp ,missão entre a quantidade de acções urdinárias recebidas, por cada obrigação que se tenham criado algumas proibições de alteração na sociedade.
4.2. [midari, riefenfuf. detida e apresentada à ~o"versão. Neste sentido, o preço da conver· que segundo b Art.' 368.' são:
3. /.2. Subscrição
4.2./. SIII'ser/cão são será darlo pelo valor da obrigação convertivel, divididn pela - A partir da data de deliberação da emissão de obrigações
4.2. ;. Crl1!'(!/são das Ohll.fNr;ÕeS f!fil aq:6e.'\ ord",:-in>is convertíveis, e enquanto for possivel a qualquer obrigacionista Como se optou por não contabilizar a emissão, a subscrição, no
quantidade de aeções ordinárias 1'01 obrigação.
Cone/lls." exercer o direito de conversão, é vedado à sociedade emitente caso de as obrigações emitidas serem tomadas firme por uma institui-
Quando o obrig~cionista trocar o seu titulo. estará a diminuir a sua
4hre!lí?1 fflrf.lS alterar as condições de repartição dos lucros fixados no contra- ção de credito, será feita da seguinte forma:
divida ele ctiva. Até est e momento, o obrigacionista terá nBcessaria·
RiIJlieflrôf;" to da soeiedade. distribuir acções próprias a qualquer titulo, Considerando então, que as obrigações foram tomada por firme
mente direito aos jnros.
amortizar acções ou reduzir o capital mediante reembolso, por uma instituição financeira e que foram subscritas ao par",
Este processo de financiamento terá vantagens para a empresa
atribuir privilégios às aeções existentes. teremos o seguinte lançamento:
IlItrlldllçiio emitente. entre oS 'Inais se destacam:'a obtenção de recursos. melhor
adaptáveis às características dos respec ti ..os investimentos; equili· - Se o capital social for reduzido em consequência de perdas, os
26 Outros devedores e credores
brar com mai", facilidade, a estrutura de capitais que são postos à sua direitos dos obrigecionistas que optem pela conversão reduzir·
Acrescellte utilização de novos instrUlnentos fin anceiros faz com 266 Obrigacionistas
disposição, a taxas inf el iores as das obrigações ordinárias!J'; obtençi'lo -se·ào correlativamente. como se esses obrigacionistas tives-
~I1 El f;clt/,! Yf!1 mflis nos preor,upemos em conhp.ce·/os, bem como P.1Tl 2662 Obrigações subscritas
de vantagens subjacentes à conversão. no caso em que o preço da ~ sem sido accionistas a partir da emissão das obrigações.
esludar os prohlema, contabilisticos rlue surgem n" sua utilização. 23 EmprBstimos obtidos
ohrigações cOllveltíveis tiver sido superior ao preço das acções que - Durante o periodo de conversão das obrigações em acções, a
Desta fonna. lieste ti aballro iremos e,tudar 11m instl.umen lo filwnr.8iro 232 Empréslimos por obrigações
IIws correspondem nu momento da conversão I prP.mio de r.onversiiol. sociedade .16 poderá emitir novas obrigações convertiveis, alte-
jiÍ Iraslante utilizado em Portugal, que são as obriga ções cOI1VP.r!Íveis. 2321 Convertiveis
avento ao inves tidor. ter" vantagens quando no 1I1[1l11ento de rar o valor nominal das suas acções, distribuir reservas aos
r~u!JI a primeira fflSfl ílhord8re/TIOS ílS principais Cr;lractmísficas, rio 23211 Colocadas
conversão, o preço aur e ~ad o das acções a emitir. for mais alto do quP. accionistas, aumentar o capital social mediante novas entradas
relelido inst,,"nonto. bem como o sell enquadramento legal 110 sistema
o preço (Ia .~ ohrigações converti da s. ou por incorporação de reservas e praticar qualquer outro acto
ernpresarial portuouês. De ,oguidneflectiremos sobre 11 tratamento 3. 1.3. liberação
No pror.esso de cunversão apresentado , poderá surgir urna ques· pela conversão, desde que sejam assegurados direitos iguais
cootahilisli co que lhe está subjaeento. aprese nta ndo o rnorfr.lo A liberação das obrigações poderá ser parcial ou total. isto é,
tão importante, que é a de valorização do registo dos novos titulos aos dos aceionistas. l"
contabilistico ~ctu~l, e tambem os novo~ desenvolvirnelltns preconi· corresponde ao pagamento total ou parcial qoe os obrigacionistas
emitidos. Os obrigacionistas tal como nas obrigações simples. têm direito
zarlos pelos prindpais organismos internacionais de normalização fazem nas datas de subscrição previamente fixadas. Neste sentido, o
aos juros. mas segundo o n.' 1. do·Arl.' 369.', apenas até ao momento
cuntabilistica. registo contabilistico correspondente, será:
da conversão. que normalmente se reporta ao termo do trimestre em

'G JOR NAL DE CO~fADII.lD " DE N.' 215 . ~!HREIIID tO OO


JDA"~l DE COIHBltroUE ~ .' 275 • nv tltel l\O ZoaD .,
12 Depósito à ordem 23 Empréstimos obtidos Gomo podemos verificar, o modelo tradicional de contabilização Outro aspecto importante que iremos considerar, será o do justo
26 Outros devedores e credores 232 Empréstimos por obrigações dos empréstimos obrigacionistas convertiveis, é muito parecido com valor dos instrumentos derivados''', que está tratado na SFAS 133
266 Obrigacionistas 2321 Convertiveis os dos empréstimos obrigacionistas tradicionais. Aprincipal diferença, "Accounting for Derivateis and Similar Financiai Instrl1ments and for
2662 Obrigações subscritas 23211 Colocadas está na denominação de algumas contas e também na fase de Hedging Activities" de Junho de 199B e na IAS 39 "FinanciaI
a 26 Outros devedores e credores conversão em aeções, onde se terá de fazer um aumento normal de Instruments: Recognition and Measurement" de Março de 1999.
3.1.11. Reconhecimento dos j/Jros 266 Obrigacionistas capital.
Os juros são pagos periodicamente, devendo a licha técnica de 2662 Obrigações subscritas Podemos notar, que as obrigações convertiveis podem ser consi· 4.1. Entidade emitente
emissão, fazer referência às datas de pagamento Imensais, trimes· deradas um instrumento financeiro composto, pois têm uma compo· Aquestão fundamental que se coloca à entidade emitente, é a da
Pelo pagamento aos obrigacionisias, debitar·se·á a conta 2662,
trais, semestrais ou anuaisl. nente que deverá ser reconhecida como passivo e outra como capital classificação das obrigações convertiveis como passivo financeiro ou
por contrapartida de uma conta de disponibilidades.
Otratamento contabilistico nesta fase será bastante simples, pois próprio 17 '. Assim verificamos que o tratamento actual iem algumas como instrumento de capital próprio.
o POC consagra·lhe a conta 6812, pelo que: limitações, que tentaremos ultrapassar, tendo por base as normas dos Neste sentido o IAS C emitiu, em Junho de 1995 uma norma liAS
3.1.6. Conversão das obrigações em acções ordinárias
principais organismos internacionais de normalização contabilistica. 321 "Financiallnstruments: Disclous/Jre and Presentation'; que trata
68 Custos e perdas financeiras O obrigacionista, pode exercer o seu direito de conversão das
681 Juros suportados de fazer a classificação dos instrumentos financeiros em passivos
obrigações em acções, o Que normalmente acontece quando, no 3.2. Entidade detentora
6812 Empréstimos por obrigações e por títulos de participação financeiros ou instrumentos de capital próprio.
momento da conversão, o preço agregado das acções a emitir, for mais Neste ponto apenas trataremos a fase da subscrição e da conver-
26 Outros devedores e credo~es Antes de passarmos à classificação dos elementos constituintes
alto do que o preço das obrigações convertíveis. são ,das obrigações em acções ordinárias, dado que são as fases
266 Obrigacionistas das obrigações convertíveis, iremos introduzir alguns conceitos preco·
Nesta situação, a empresa emitente do empréstimo obrigacionista, especificas e mais problemáticas num empréstimo deste tipo.
2665 Juros B pagar nizados na referida norma, como sendo: instrumento financeiro, pas·
terá então de proceder a um normal aumento de capital, pelo que
sivo financeiro, activo financeiro e instrumento de capital próprio.
Neste ponto não poderiamos esquecer o facto do cálculo dos juros deverá fazer o seguinte registo contabilistico: 3.2.1. Subscrição
reais, que [orrespondem aos juros nominais a pagar aos 23 Empréstimos obtidos. Otratamento contabilistico subjacente à subscrição, será igual ao NUm instmmento financeiro é qualquer contrato que dê origem
oórigacionistas mais a amortização dos gastos de emissão. "'61 232 Empréstimos por obrigações efectuado nos empréstimos obrigacionistas tradicionais. quer a 11m activo financeiro de uma empresa q/Jer a 11m passivo
No cálculo dos juros reais, haverá outros aspectos a comiderar, 2321 ConvElrtiveis Assim, no caso de ser um investimento com carácter de permanên· financeiro ou a um instrumento de capital próprio de uma outra
dependendo se a emissão é feita com prémio ou com desconto (ou 23211 Obrigações convertiveis em acções cia, terá de s~ proceder ao seguinte lançamento: empresa. "1101
também prémio de reembolsol. Ou ando a emissão é feita com pré mio "Um passivo financeiro é qualq/Jer passivo'"1 que seja I1ma obriga·
teremos também que suhtrair à formula anterior, a amortização do a 51 Capital 41 Investimentos financeiros ção contratual'
prémio de emissão, que irá diminuir o saldo da conta 2747 "Acrésci- 513 Capital subscrito chamado e realizado 412 Obrigações e titulos de participação a) de entrega de dinheiro ou o/Jtro activo financeiro a uma
mos e diferimentos - Proveitos diferidos - Prémios de emissão de a 54 Prémios de emissão de acções a 26 Outros devedores e credores outra empresa, ou
ohrigações". No caso da emissão com desconto, terá de ser somada 542 Prémios de conversão de obrigações em acções 265 Credores por subscrição não deliberadas b) de trocar instrumentos final/ceiros com uma outra empresa
a amortização do desconto, que irá diminuir o saldo da conta 2726 em condições que sejam potencialmente desfavoráveis. '1'11
"Acréscimos e diferimentos· Custos diferidos· Descontos de emissão Como podemos verificar, a conta 51, foi creditada pelo valor Ouando considerar·mos as obrigações como um investimento "Um activo financeiro é qualquer activo /3 que seja:
de ohrigações ". nominal das novas acções emitidas, enquanto que a conta 54 foi financeiro temporário, terá de se proceder ao débito da conta 151
a) dinheiro;
Normalmente, os juros são pagos semestralmente, pelo que situo creditada pelo prémio de emissão. "Titulas negociáveis· Obrigações ~ títulos de participação". Neste b) um direito contra tual de receber dinheiro O/J um ol1tro
ações existem, em que o fim do semestre não coincide com o fim do modelo de contabilização, o detentor das obrigações convertíveis, não activo financeiro de uma outra empresa;
exercício. Nestes casos, pelo principio da especialização, os custos regista no balanço, o direito de conversão que lhe é concedido. c) um direito contratual de trocar instrumentos financeiros
têm de ser reconhecidos no exercicio a que correspondem. Esse 3.1.7. Gastos de emissão com uma o/Jtra empresa em condições q/Je sejam potenci·
3.2.2. Conversão das obrigações em acções ordinárias
reconhecimento será feito tendo como contrapartida uma conta de almente favoráveis, ou
No POC não existe qualquer esclarecimento, no que diz respeito a
acréscimos e diferimentos· acréscimos de custos. No caso de o detentor das obrigações convertiveis exercer o seu d) um instrumento de capital próprio de umB outra empre·
esta matéria. É'normal que os empréstimos obrigacionistas originem
direito, irá ficar na posse de acções, que serão registadas ao preço de sa. 1~14J
gastos de emissão (impressão, selagem, despesas de publicidade,
3.1.5. Reembolso aquisição pr,eviamente fixado pelo contrato. Desta forma e tendo por
comissões bancárias, etc.1 pelo que terá de se adaptar o tratamento "Um instrumento de capital próprio' 151"... é qualquer contrato que
No caso das obrigações convertiveis, a fase do reembolso poderá base a intenção dos órgãos de gestão, terá.de se fazer a transferência evidencie um interesse residual nos activos de uma empresa após
contabilistico, que melhor se adeque. Oesta forma, e dado que não
não acontecer, devido ao direito de conversão em acções ordinárias. das contas 412 "Investimentos financeiros - Obrigações e títulos de a dedução de todos os seus passivos. ':
seria lógico imputar esses custos ao exercicio em que foram incorri·
Podem verificar·se situações em que o obrigacionista não exerce o participação" ou 151 "fítulos negociáveis - Obrigações e títulos de
dos, consideram·se como passivos, e diferem·se ao longo da vida do
referido direito, pelo que se procederá ao reembolso das obrigações. empréstimo. participação" para a conta 411 "Investimentos financeiros Partes de
7
Depois da análise dos principais conceitos subjacentes à matéria
Esta fase'terá o tratamento oposto à fase da liberação, pois refere·se capital" ou 151 "Títulos negociáveis - Acções", respectivamente"'. em estudo, pode colocar·se a seguinte questão: As obrigações
No exercicio em que ocorram, .far·se·á o seguinte lançamento:
ao pagamento do empréstimo feito pelo obrigaeionista. convertfveis serão classificadas corno um passivo ou como um instruo
Oreembolso das obrigações pode ser leito pela totalidade, na data 27 Acréscimos e diferimentos mento de capital próprio?
4. Tratamento contabilistico proposto pelos principais
de vencimento, ou então periodicamente ao longo da vida do emprés· 272 Custos diferidos Oe acordo com o § 18 da IAS 32, a classificação de um instrumen·
organismos internacionais
timo, conforme o estipulado na ficha técnica de emissão. 2724 Gastos de emissão de obrigações to financeire como passivo ou capital próprio, deve ser feita de acordo
Oque acontece com o preço de subscrição, pode aconteCE!r com 12 Depósitos à ordem Na apresentação do modelo actual de contabilização das obrigações com a substãncia do acordo contratual no reconhecimento inicial e
o de reembolso, isto é, pode ser feito ao par, acima do par e abaixo do convertíveis, verifica·se que tanto a empresa emitente como a empresa com as definições de um passivo e de um instrumento de capital
Ao longo dos exercicios, terá de se fazer o reconhecimento, pelo
par. Ocaso mais usual, é ser feito ao par, sendo quaSe inexistente o detentora das mesmas, não reconhecem o compromisso e o direito, próprio.
que:
reembolso abaixo do par. respectivamente, de converter as obrigações. Assim, no modelo actual Também segundo a IAS 32 § 20, existe urna característica
Otratamento contabilistico a dar ao prémio de reembolso IC21S0 em 68 Custo e perdas financeiras não se faz a distinção entre o elemento passivo B o elemento de capital essencial que permite diferenciar um passivo de um instrumento de
que o reembolso é feito acima do pari deve ser o de consiEierá·lo 681 Juros suportados próprio das obrigações convertiveis, que segundo alguns ,organismos capital próprio, que é " ... a existí!ncia de uma obrigação contratual de
passivo lacréscimo de custosl e será imputado a resultados financei· 6812 Empréstimos por ohrigações e títulos de participação internacionais IIASC e FASBI devem ser registados separadamente. um participante no instmmento financeiro (o emitente) quer para
ros, ao longo da vida do empréstimo. a 27 Acréscimos e diferimentos De seguida e tendo por base as normas e as discussões entregar dinheiro ou um outro activo financeiro a outro participante (o
Ouanto à amortização e ao reembolso, este terá de ser feito da 272 Custos diferidos apresentadas pelos referidos organismos e outros, far·se·á uma apre· detentor) ou para trocar um instrumento financeiro com o detentor em
seguinte forma: 2734 Gastos de emissão de obrigações sentação do tratamento adequado a dar às obrigações convertiveis. condições que sejam potencialmente desfavoráveis para o emitente. ".

.. JORNfIl D~ tONTA"rllIlADE N.' 275 • FEVEIIEmo 2D~D


'9
Dadas as definições anteriores, parece·nos Que as obrigações deve proceder·se ao tratamento contabilistico do instrumento compos· 4./.2. Valorização posterior ao reconhecimento inicial T - Valor dos fluxos respeitantes aos juros e capital
convertiveis satisfazem quer a condição de passivo Quer a de capital to, como um único instrumento financeiro. S - Valor das opções de conversão (instrumento de capital próprio)
Avalorização em períodos posteriores ao reconhecimento inic.ia!,
próprio. Este facto visto na perspectiva do emitente, permite·nos exercidas.
dos elementos de capital próprio das obrigações convertiveis deve ser
verificar que as obrigações convertíveis compreendem, de facto, dois 4././. Subscrição
feita ao custo histórico, isto tendo em consideração ns princípios No caso de as obrigações não serem convertidas, verifica-se um
componentes, isto é, um passivo financeiro lobrigação de proceder a Na subscrição das obrigações convertíveis, e devido ao facto de contabilisticos geralmente aceites. ganho que segundo o ASB deverá ser levado a uma demonstração
pagamentos de juros e de capital enquanto a obrigação não for se tratar de um instrumento composto, deverli então proceder· se à No que serefere ao elemento passivo, a sua avaliação em periodos complementar, em vez de ser levado directamente a reservas.
convertida) e um instrumento de capital próprio (uma cal! opt;on que distinção e separação do passivo financeiro e do instrumento de subsequentes, deverá ser leita segundo a IAS 39 § 93 pelo custo
concede ao detentor o direito de durante um perlodo pré·estabelecido, capital próprio. Neste contexto, surge uma questão que nos parece amortizado"'I. Também no § 93 são apresentadas excepções em 4.1.4. Gastos de emissão
converter as obrigações em acções ordinárias). pertinente: Oual o valor a atribuir ao instrumento passivo e ao relação a '~ .. passivas mantidos para negociação (especulativos) e as
A IAS 39 no seu § 66 considera que os custos de transacção 12l1
Estamos então perante um instrumento composto, que segundo § instrumento de capital próprio? instmmentos derivadas que tenham a condição de passivos".
devem ser incluídos na valorização inicial de todos as aclivos e
23 da IAS 32 contém" ... quer 11m passivn quer um instrumento de OIASC na' sua IAS 32 § § 28 e 29 apresenta duas sugestões: Aopção de conversão das obrigações ao ser reconhecida como um
passivos financeiros.
capital próprio '; pelo que, em relação ás partes componentes das a) pela diferença entre o to ta) do instrumento financeiro e a instrumento de capital próprio, origina o reconhecimento de um des·
Também o ·ASB na norma FRS 4. § 92 refere que os gastos de
obrigações convertíveis, deve ser feita uma classificação e apmsenta· quantia separadamente determinada do componente que seja conto na emissão das obrigações convertíveis, Que será traduzido pela
emissão não são activos, pois não dão origem a Qualquer beneficio
ção no balanço, de forma separada. Esta separação, permite segundo mais facilmente valorizado, e diferença entre o produto da emissão e o justo valor do passivo.
económico futuro, pelo que deverão ser contabilizados através de uma
o § 24 da referida norma do IASC, represelltar a posição financeira do b) pela valorização dos elementos passivos e de capital próprio, de Desta forma, a taxa de juro estipulada será inferior à taxa de juro
redução no montante recebido e de um ajustamento no montante do
emitente de uma forma bastante fidedigna. Esta posição não é, no forma separada e, até ao ponto necessário, fazer ajustamentos efectiva, pois a esta última haverá a acrescentar o valor do desconto.
passivo.
entanto, defendida pelo ASB IAccounting Standard Board) pois dos às referidas Quantias, numa base "prorata ~ até Que a soma dos Os encargos financeiros, nesta situação, serão os juros pagos acres·
A amortização dos gastos de emissão deve ser feita através da
seus §§ 25 e 26 da FRS 4 entende· se Que as obrigações convertiveis dois elementos ajuste a quantia do instrumento como um todo. cidos da amortização do desconto de emissão original. Este acréscimo
imputação à conta 6812 "Custos e perdas financeiros - Juros
devem ser registadas apenas como um passivo. Este facto.deve·se à Assim, a valorização, pelo emítente, do componente passivo e de de custos vai realizando o valor atribuído à opção de conversão e
suportados - Empréstimos por obrigações e titulos de participação "
incapacidade de negociação ou transacção das obrigações e da opção registado nos capitais próprios.
capital próprio, das obrigações convertiveis, pode ser feita, determi· ao longo da vida das obrigações convertlveis.
de conversão, de forma separada. O tratamento contabilistico, será então o seguinte:
nando em primeiro lugar a quantia em que assenta o passivo financeiro
Mais recentemente, o IASC na IAS 39 "Financiallnstmments: lobrigação de proceder a pagamentos de juros e de capital enquanto 6B Custos e perdas financeiros 4.2. Entidade detentora
Recognition and Measurement"preconiza o conceito de derivado incor· a obrigação não lor convortida). Este valor será calculado através do 6Bl Juros suportados Neste ponto apenas serão tratadas a fase de subscrição e a de
porado. No seu § 22 refere que " ... um derivada pode o'er um desconto"" do fluxo de pagamentos futuros de juros e de capital, à 6B12 Empréstimos por obrigações e títulos de participação conversão, por serem aquelas que suscitam algumas dúvidas.
componente de um instrumento financeiro h{brido (combinae'o) que taxa Que prevalecer no mercado de uma obrígação semelhante. mas a 23 Empréstimos obtidos
inclui juntamente com o derivado, o contrato principal, cujo o efeito é Que não tenha o instrumento de capital próprio (opção de conversão) 232 Empréstimos por obrigações 4.2. /. Subscrição
o de que alguns dos flllxos de tesouraria do instrumento combinado associado. 2321 Convertíveis Para a entidade emitente, a aquisição de obrigações convertiveis
variam em forma similar ao derivado considerado independentemente.·~ Ouanto ao instrumento de capital próprio, será determinado pela será uma aquisição de um instrumento linanceiro híbrido (combinado)
26 Outros devedores e credores
Esta é exactamente a situação subjacente às obrigaç'ões convertíveis, dedução ao instrumento composto, da parte do passivo. constituldo por um instrumento financeiro primário, Que são as obriga-
266 Obrigacionist~s
pois podemos considerar a opção de conversão como um derivado Pela segunda hipótese, a entidade emitenté determina e valor da ções, e por um instrumente financeiro derivado (incorporado) Que é a
2665 Juros a pagar
incorporado no instrumento financeiro inicial (obrigações converlíveis). opção de Conversão de forma directa, quer ao justo valor de lima opção opção de conversão"".
AfAS 39 refere no seu § 23 que um derivado incorporado semelhantel17I, se existir, quer por modelos de avaliação de opções,'m. 4.1.3. Conversão das obrigações em acções ordinárias Oesta.forma e segundo o § 23 da IAS 39, deverá proceder-se à
(opção de c'onversão) deve ser contabilisticamente tratado de forma Por fim, o valor determinado para cada elemento, terá de ser ajustado contabilização, de forma' separada, dos dois elemantos constituintes
separada, em relação ao contrato principal (obrigações convertiveis) No caso de o obrigacionista exercer o seu direito de conversãor" I, do instrumento financeiro híbrido.
numa base H prorata " até ao ponto em que esteja assegurado que a
no caso de se cumprirem as seguintes condições:' a empresa emitente terá da emitir acções, o que originará um aumento No que se refere às obrigações convertiveis, estas devem ser
soma das quantias atribuídas aos elementos, iguala a quantia da
de capital. As novas acções terão um preço. Que resulta da soma do registadas como um investimento financeiro. Ofactor que condiciona
" a) as características económicas e riscos inerentes ao derivado retribuição recebida da obrigação convertível.
preço de exercício com o valor atribuido à opção de conversão, a sua classificação como permanente ou temporário, será a intenção
incorporado não estarem estreitamente relacionadas "om as Dadas as c011siderações anteriores, preconizadas pelos diferentes
regislado como elemento de capital próprio. da gestão em dete·las até ao seu vencimento ou não. Desta forma e
correspondentes ao contrato principal,' organismos internacionais de harmonização contabilistica, devemos OAS8 na sua norma FRS 4 "Capital/nstruments"refere nas notas
contabilizar o empréstimo obrigacionista (fase de subscrição) da dependendo então do facto anterior, as obrigações convertfveis podem
h) um instrumento independente com as mesmas condições do de aplicação que desde Que a responsabilidade seja convertida, o ou não ser valorizadas ao justo valor"".
derivado em questão, poder cumprir os requisitos da definição seguinte forma: montante atribuível às obrigações convertíveis em capital, deverá ser Neste sentido, a IAS 39 refere que o justo valor é a medida mais
de instrumento derivado, e 26 Outros devedores e credores incluído no montante do débito. adequada ou apropriada para a valorização dos activos financeiros,
c) o instrumento Ir{brido (combinado) não se valoriza seg1lfldo o 266 Obrigacionista! O lançamento cill1tabilistico a efectuar nesta fase, será: sendo uma das excepções"' I. os activos que são mantidos até ao seu
justo valor, levando a custos 011 proveitos as flutuações 2662 Obrigações subscritas DIVERSOS vencimento, pelo que:
correspondentes. ~ 23 Empréstimos obtidos - No caso de serem considerados investimentos financeiros per·
a DIVERSOS
Tendo por base a IAS 32 e 39, podemos então chegar à conclusão 232 Empréstimos por obrigações manentes, devem ser valorizados ao custo amortizado;
23 Empréstimos obtidos
de Que na emissão de um empréstimo obrigacionista, terá de se 2321 Convertfveis 232 Empréstimos por obrigações - Ouando não houver intenção de os deter até à data de vencimen-
separar a componente relacionada com o passivo lobrigação de 23211 Colocedas 2321 Convertíveis to, serão considerados um investimento temporário, e serão
X
23211 Colocadas valorizados ao justo vafor.
proceder a pagamentos de juros e de capital enquanto a obrigaç§onão a 5... Opções de conversão das obrigações T
for coilVerlida) do instrumento de capital próprio (opção de eon'fersão 5.. Opções de conversão das obrigações S As perdas e ganhos obtidos pela reavaliação do justo valor,
das obrigações). Esta classificação não será revista em conseQuênda onde: 51 Capital poderão Isegundo o § 103 da IAS 39) ser objecto do seguinte
V
'de urna alteração, na possibilidade da opção de conversão vir a ser 1 - Produto da emissão do empréstimo obrigacionista convertlvel tratemento contabilistico:
a 54 Prêmios de emissão de acções P
exercida, pelo Que deve ser mantida até Que o instrumento financeiro Ivalor subscritol; - levados a resultados do exerclcio em que tenham surgido, ou
seja removido do balanço. X - Valor actual dos fluxos de pagamentos futuros dos juros e de onde: - levados 11 "Demonstração de resultados e!tensiva" 1251, até Que
No entanto no § 26 da IAS 39, o IASC refere Que no cas o de a capital, à taxa Que prevalece no mercado de um passivo semelhan· V - Valor nominal das novas acções o activo financeiro seja vendido ou reembolsado ou então até
empresa ser incapaz de valorizar de forma independente o instrumento te. que não tenha um componente de capital próprio associado: P - Preço de exercido das opções de conversão para a aquisição de Que se determine Que o activo em questão tenha sofrido uma
derivado incorporado, Quer seja no momento de aquisição ou noutro Y=l-X - Oiferença enhe o produte da emissão do empréstimo
novas acções deduzidas do valor nominal des tas e adicionado do perda inesperada de valor, momento em que o ganho ou perda
obrigacionista e o justo valor do passivo. valor. das opções exercidas. deverá ser incluldo nos resultados do período.
posterior em Que tenha de se apresentar demonstrações financeiras ,

JOA NAl DE COIfTIIBllIlIAD E N." 27 5 • F E nA BR{)l O~ '


50 JOIUUllIE CDNTA81L1DAUf 11." 215 • HYE ~["'O Jl tlI
"
A entidade detentora das obrigações converlíveis. poderâ então
escolher um dos critérios contabilisticos apresentados e deverá aplicá·
Os organismos internacionais. através das normas e discussões
que têm apre.entado. preconizam um tratamento bastante mais com· DEMONSTRACÕES FINANCEIRAS:
·10 a todos os activos financeiros ·disponlveis para venda"". pleto ,
Quanto à op~ão de conversão Iderivado incorporado) deverá .ser
registadu nu aetivo. pois constitui um dir~itu cUlltrutual de reeeb~r. um
Assim. aS obrigações convertiveis. por serem um instrumento
híbridu uu combin~du. serão dassifi~~d~s. pelu emitente. CUIIIU um
RAZÕES E FUNDAMENTOS
outro activo linanceiro. Tal C0ll10 será feito pela entidade emitente. instrumento financeiro que contém um passivo (obrigaçoo de proceder
a pagamento s de juros e de capitat enquanto a obrigação não for João Amaro Santos Cipriann
também o detentor poderá calcular o valor da opção de conversão. por
Revisor Oficial de Contas. Docente Universitãrio
duas formas"". convertida) e como um instrumento de capital próprio I cal! oplion que
O tratamento cOlltabilistico subjacente à subscrição das obriga· concede ao detentor o direito de durante um periodo pré·estabelecido.
ções convertiveis. será então: converter as obrigações em acções ordinárias) devendo contabilistica·
o IAS C considera o Relatório Anual como incluindo informações
mente ser tratados de forma separada. Quanto ao detentor das obriga· íNDICE
DIVERSOS financeiras com finalidade geraP".
ções •. deverá também registar o direito de teceber juros e capital e o
12 Oepósilos à ordem Por sua vez. a consideração no conjunto das Demonstrações
direito de as converter em acções ordinárias. de lorma separada. 1. ÂMBITO. CONCEITO E CONTEÚOO
41 Investimentos linanceiros ou 15 Tílulosnegociáveis Financeiras dos Mapas de Origem e Aplicação de Fundos, e de
Outro aspecto importante preconizado pelos organismos internaci· 2. FUNÇÃO SOCIAL DA CUNTABILlOAOE
412 Obtigações 152 Obrigações Variação dos Fundos Circulantes. deriva do facto de. embora caidos
anais. e esquecido no modelo actual Ipois as obrigações convertíveis
41 Investimentos financeiros 3, UM IMPERATIVO JURIDlCO em desuso e superados pela normalização contabilística internacio·
são valorizadas ao custo históricol é o da valorização dos instrumentos
415 Outras aplicações financeiras 4. UMA EXIGENCIA OA SOCIEOAOE DA INFORMAÇiio rial'" (que agora priveligia um mapa de fluxos de caixa) assumam porém
finan ceiros ao justo valor.
4155 Opções de conversão de obriga~ões 5. CONCEPTUALlZAÇÃO SUBJACENTE algum interesse conceptual. mormente por serem mapas dinãmicos de
Poderemos então considerar que o tratamento actual deverá ser
Avalorização posterior da opção de conversão (derivado incorpora· rapidamente alterado. através da introdução dos novos desenvolvimentos 6. INFORMAÇÃO PARA VÁRIAS ÓPTICAS cariz financeiro lo balanço é um mapa financeiro. mas de natureza
do) deverá ser feita pelo seu correspondente justo valor"". sendo o contabilisticos internacionais. por forma a que possamos ter demons· estática). e não de cariz monetário.
7. BASES VAlORIMÉTRICAS
tratamento contabilistico diferente. dependendo da intenção da gestão: trações linanceiras que traduzam uma ;magem fiel das empresas. 8. RESPONSABllIOAOES PELA INFORMAÇÃO FINANCEIRA
- No caso de a intenção ser de especulação. os ganhos e I,erdas 2. FUNÇÃO SOCIAL DA CONTABILIDADE
deverão ser levados a resultad~s linanceiros. ou Abreviaruras
- No caso de a intenção ser de cobertura da compra de acçõe' da 1. ÂMBITO. CONCEITO E CONTEÚDO A apresentação e divulgação das demonstrações finan ceiras são
IfSB - Accounting Stanrlarrls Board
entidade emitente. os ganhos ou perdas deverão ser rec ~n heci· a razão de se r e·o objectivo central do processo constitutivn da
ese - Código das Sociedades Comerciais
dos directamente nos capitais próprio. através da "Demonstra· Este texto trata de Demonstraçõ es Financeiras. Convirá. desde chamada contabilidade geral. Embora a Administração das empresas
FASB - Financiai Accounting Standards Board
ção de resa/tados extensiva ". logo. situarmo·nos. Embora possam existir vários tipos de mapas de também as possa usar. essas demonstrações financeirasdestinam·se.
FRS - Financiai Reporting Standards
IAS - Interoational Accounting Standards natureza financeira. no âmbito de prestàção de informação económica preferencialmente. a utilizadores externos. Ai radica, aliás. um dos
4.2.2. Conversão das oórigações em acções ordinárias e financeira. inseridos ou não em lilb/~ilUX d~ bord ou em sistemas de
fASe - International Accoullting Standards Comitee critérios classificadores da ciência contabifística"'. ao separar a
No caso de o detentor das obrigações convertiveis exercer o seu POC - Plano Oficial de Contabilidade informação e controlo. destinados a ser usados por avaliadores e contabilidade financeira. ou externa. da contabilidade de gestão.
direito. irá ficar na posse de acções. que serão registadasao preço de decisores váriosl" . referimo·nos neste texto às demonstrações finan · também rotulada de interna. Efectivamente. os responsáveis de topo
aquisição previamente fixado pelo contrato. Como na subscrição das Bibliografia ceiras. principalmente anuais. mas também intercalares. apresentadas das empresas, se dispuserem de uma adequada contabilidade de
obrigações convertiveis. o investidor reconheceu de forma separada. pelas empresas ou entidades equiparadas'''. à consideração dos seus gestão. podem perfeitamente dispensar o recurso à informação veicu·
Accounting St.ndards Board. FinRncial Reporting Standards n' 4 "Capira' detentores de capital. tutela. ou à apreciação de analistas e utiliza dores
os dois elementos constituintes do instrumento finan ceiro hlb rido. InSlnrments ", Dezembro de 1993. lada pelas demonstrações financeiras ,
então terá de proceder ao seguinte tratamento contabilistico. COSTA, Carlos Baptista da e AlVES. Gab,i.1 Correia. Conrabilidade Financei· externos. (Iuer o Pocm. quer o tASCm" ao IllIal faz expresso apelo a Oirectriz
Para além da transferência das contas 412 "Investimentos finan· . rB , Z.' Edição, Visli, Editores. Novembro de t997. Essas demonstrações que. entre outros aspectos. visam proporci· CnntabiHstica n' 18 que. sintomaticamente. trata dos aójectivos das
ceiros - Obrigações e titulas de participação " ou 151 "Títulns Financiai Accounling Standards Board, "Expo!iure Draft" "Using Cash Flow$ onar informação acerca da posição financeira das empresas numa DemonstrilFões Financeiras e Ptincípios ContaMísticos Gera/mente
negociáveis - Obrigações e títulos de participação" para a conta 411 Informatíon/n Ar.counting Measllrements", Junho de 1997. determinada data. e sobre o seu desempenho económico e financeiro
Financiai Accountihg Standards Board. SFAS 133 "Acr.ounring furOerivative Aceites. são claros em relação à finalidade das demonstrações
"Investimentos linanceiros - Partes de capital" ou 151 "Títulos durante um certo periodo - por norma o exercicio anual - são linanceiras que. sinteticamente. poderenios enunciar como sendo a de
'nsrrumenrs 3nd Hedging Acrivirics~. Junho de 199B.
negociáveis - Acções". respectivamente"". terá também de se proce· International Accounting Standards Committee, IAS 32 "Financ;alfl1s(rtJments: constituidas pelas seguintes peças: proporcionar informação acerca da posição financeira. desempenho e
der à transfere~cia do valor constante na conta 4155 "Investimentos o;sclosllre and Prf!sentation". Junho de 1995, alterações na posição linanceira de uma empresa. que seja útil a um
Internatianal Accounting Standards [ommitlee. IAS 39 "FinanciallnstrllmenU:
• O Balanço;
financeiros - Outras aplicações financeiras - Opções de conversão de leque vasto de utentes na tomada de decisões econórnicas'''. Que
RecogniriDn and Measurement", Março de 1999. • A OerilOnstração dos Resultados;
obrigações". para a conta 411 "Investimentos financeiros - Partes de utenles e que utilidade?
MACHADO, José R. Braz, Conr(l~!!fé3ée .tit!.:nll;p:fr'! . !1a Perspectiva da • A Demonstração nas alterações da valor do capital próprio;
capital" 011 151 "Titulas negociáveis - Acções". Determinafão dos Resultados, Protor.nnlas, Setembro de 1998. .. A Demonsltação dos fluxos de caixa e respectivo anexo; .. investidores. que visam decidir quando comprar. deter ou
Nesta fase e como o activo principal desaparece. terá de se RODRIGU ES, Lucia Maria Portela de Umil, Tratamento Confabili5tico diJS • Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados; vender um investimento em capitais próprios ou alheios das
proceder ao reconhecimento. nos resultados. dos ganhos e ~ erdas Ohdgil(.6"es com "Warrrmts"; Modelo Actual e Novos Desenvolvimen·
tos, • O Relatório de Gestão. empresas;
resultantes do reajustamento do justo valor. dependendo da siluação
apresentada no ponto anterior. SILVA, Go""lves da e ESTEVES Pereira. Contabilidade tias Soci.rlades.1.' às quais. nos termos do Plano Oficial de Contabifidade em vigôr em .. administradores. para conhecer os resultados da sua actua·
Edição E·254GB·9B. Plátano Edito,". Maio d. t99B. Portugal. haverá Que acresr.ent",' ção e avaliar os seus deveres da gestão e sua responsabilidade;
• empre~~dns. para avaliar a capacidade da empresa de pagar
Conclusão rI 1. uprr.mio (ex . aeqllo) do Prêmio de ConlRbilidade "I] r. Luiz Chave:;; da Almeida", • O Mapa de Origem e Aplicação de Fundos;
.. O Mapa de Variação dos Fundos Girculantes. e proporcionar outros benefícios;
t999.
As obrigações convertiveis têm um tratamellto conlahifistico. "ue 111 MACHADO. Jose R. Braz, Contah!1;rf(7d& Finanr:err-fI - Da Perspectiva da .. credores. e finane.iadores. para avaliar a segurança quento à
DeterminiJçij(J dos Resllltados, Protecontas, Setembro de 199B, pãO. 980, Relativamente ao conjunto de docúmentos acima descrito. havará recuperaç ão das qUantias emprestadas iI empresa;
apresenta algumas limitações. o Que contribui para que as demonstra·
mSILVA. Gonçalves da • ESTEVES Perei". Cont.,hllidade das Sociedades. 1.' desde logo a tecer duas considerações.
cões finance iras não apresentem uma imagem fiel da situacão • clientes. preocupados com a .continuidade da empresa e a
Edição E·Z5468·9B. Pratano Editora, Maio de 199B. pag. 209. . Em primeiro lugar. que o Relatório de Gestão, não sendo um mapa
patrimonial da empresa. ' . ~I As (Ibrigaçiíes converlíveis podem ser emitidas a uma talla de juro mais baixa, qualidade proporcionada pelos seus produtos;
No modelo actual existem factores essenciais que não são consi· financeiro. em sentido estrito. nem emanando do sistema contabilistico.
pois os obrigacionistas atribuem um valor à possibilidade de conversão. .. Estado·Poder Público. para determinar as políticas de impos·
derados. isto é. a distinção e tratamento de forma separada do 141 Não est~o int!uid os nestes direitos, O receb imento de qUalquer rendimento
é uma peça cuja obrigatoriedade decorre. em Portugal. das ·disposi·
ções da IV Directiva Comunitária l" sobre as contas das sociedades. à tos ou de apoios á economia;
elemento passivo e de capital pr6prio no património da emp resa dos litules Oll de particípar em distribuição de reserva~ em [a usa, relativa·
Ivalorizacão dos instrumentos financeiros pelo justo valor). qual. aliás. o próprio Código das Sociedades Comerciais de 1986 teve • accionistas. para determinàr os lucros distribuíveis e os
(continua na página 601 que dar acolhimento. nos seus artigos 65' e seguintes, Por outro lado. dividendos;

52 JOII!lIUOf tIlNl&lI ftlDAO( ...·l1S.nVUflII0200Q .IOI\""lOEtOIlTA9IUIIIIO,,,,' tlS "'fEll(AElIIRUOI 53

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