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REGIONAL CATALÃO – RC
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TRATAMENTO DE MINÉRIOS - CETM
CATALÃO / GO.
Novembro de 2015.
EDVÂNIA DA SILVA SANTOS
Monografia apresentada ao
curso de especialização em
Tratamento de Minérios da
Universidade Federal de Goiás
– UFG, como requisito parcial
para obtenção do título de
Especialista em Tratamento de
Minérios.
CATALÃO / GO.
Novembro de 2015.
FICHA CATALOGRÁFICA
FOLHA DE APROVAÇÃO
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Prof. M. Sc. Antônio Nilson Zamunér Filho
Universidade Federal de Goiás
_________________________________________
Profa. M.Sc. Elenice Maria Schons Silva
Universidade Federal de Goiás
_________________________________________
Prof. Dr. André Carlos Silva (orientador)
Universidade Federal de Goiás
Aprovado em ___/___/___
RESUMO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 7
2 OBJETIVOS .................................................................................................................................. 9
2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................. 9
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................. 9
3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................... 10
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................... 11
4.1 HISTÓRICO DA QUALIDADE .......................................................................................... 11
4.2 QUALIDADE ........................................................................................................................ 12
4.3 VISÃO GERAL DA ISO 9001 ........................................................................................... 13
4.4 FERRAMENTAS DA QUALIDADE .................................................................................. 14
4.4.1 Diagrama de Pareto ................................................................................................. 17
4.4.2 Histograma ................................................................................................................. 18
4.4.3 Diagrama de Causa e Efeito .................................................................................. 19
4.4.4 Brainstorminig .......................................................................................................... 21
4.4.5 Carta de Controle ..................................................................................................... 22
4.4.6 Gráfico de Controle.................................................................................................. 23
4.4.7 Fluxograma ................................................................................................................ 24
4.4.8 Matriz de Esforço Impacto ..................................................................................... 26
4.5 PROCESSOS ..................................................................................................................... 27
4.6 GESTÃO POR PROCESSO ............................................................................................. 28
4.7 MINERAÇÃO ....................................................................................................................... 30
4.8 TRATAMENTO DE MINÉRIO .......................................................................................... 32
4.9 FLOTAÇÃO ......................................................................................................................... 34
4.9.1 Principais processos de flotação......................................................................... 34
4.9.2 Equipamentos processo de flotação .................................................................. 36
4.9.3 Reagentes de flotação ............................................................................................ 41
5 METODOLOGIA......................................................................................................................... 46
5.1 MAPEAMENTO GLOBAL DO PROCESSO E PRIORIZAÇÃO .................................. 46
5.2 ELABORAÇÃO DE FLUXOGRAMAS COM O MAPEAMENTO DO PROCESSO .. 48
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................... 58
7 CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 63
7
1 INTRODUÇÃO
Diante deste contexto, busca-se neste estudo, mostrar a evolução que se obtêm nos
resultados de um processo de concentração de minérios por meio de flotação. O
controle das variáveis de entrada de forma sistemática em uma flotação de minério
garante que o produto final esteja de acordo com as especificações solicitadas pelos
clientes. Aperfeiçoar processos é uma ação básica para que as organizações
repliquem as mudanças que ocorrem constantemente em seu ambiente de atuação e
para manter o sistema produtivo em constante evolução.
8
9
2 OBJETIVOS
3 JUSTIFICATIVA
A metodologia GPP é uma grande aliada para a gestão do negócio, pois ajuda a definir
ações para a melhoria dos processos de tratamento de minério. Este método mapeia
e ajuda a definir indicadores de desempenho para cada uma das etapas mapeadas.
Embora seja um programa de médio a longo prazo os resultados podem ser vistos a
partir do momento em que se identifica e monitora as variáveis chaves para o processo
estudado.
11
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O controle da qualidade total, anos 50 era marcado pela padronização, garantia para
o consumidor de que o produto seguia certos padrões. A qualidade passa a ser
responsabilidade de toda a organização, mudança do foco no produto ou serviço para
o foco no sistema (sistema da qualidade), abordagem de longo prazo, baseada na
medida da satisfação dos clientes ( Era da gestão da qualidade total). A partir dos
anos 80, com a crescente globalização da economia e o acirramento da competição
pelos mercados consumidores, as empresas passaram a conduzir suas ações
considerando: os mercados, a satisfação dos clientes e o conhecimento e habilidade
dos seus funcionários. A qualidade passa a ser o requisito necessário para a
sobrevivência das organizações em longo prazo, dentro de um contexto de mercado
altamente competitivo (LUCINDA, 2010).
12
“As diferentes eras da qualidade nos mostram que, ao longo dos anos, em
função das mudanças econômicas e sociais, os conceitos e ferramentas da
qualidade foram se aprimorando para se adaptar a novas realidades. O
importante é notar que muitos dos princípios de todas as eras estão presentes
na gestão da qualidade total. Os princípios não foram se anulando. Foram se
aprimorando e se somando”(LUCINDA, 2010; p 6).
Como se observa, cada Era teve seu fim específico. Com o passar do tempo, novas
exigências foram se impondo, havendo um aprimoramento das ferramentas que
visavam à qualidade nas organizações.
Para Moura et al. (2008, apud MARTINS, 2003), foi a partir do ano de 1950 que surgiu
à qualidade no Brasil. Já nos anos 80, o Governo da época deu início ao
desenvolvimento de vários programas de qualidade, sendo que o seu principal
objetivo era que as empresas brasileiras, privadas e públicas, tivessem condições de
ter a competitividade como uma estratégia de desenvolvimento, com práticas voltadas
para a qualidade e produtividade, tendo a oportunidade de inovar a capacitação
tecnológica e a gestão empresarial.
4.2 QUALIDADE
Nesse aspecto, a qualidade teria que ser embutida no produto ou serviço desde o
começo, a partir dos desejos e interesses do cliente.
Segundo Ramos (2012), a palavra qualidade tem sido muito utilizada pela sociedade,
em diversos momentos. Porém, nem sempre se consegue transmitir ao interlocutor a
13
A qualidade envolve diferentes conceitos, que vão desde a liderança até os meios de
controle nos processos produtivos, sejam estes de manufatura ou de serviços. Uma
evolução no conceito de qualidade veio com a necessidade de incorporar os diversos
interesses dos stakeholders de uma organização na busca da excelência em
desempenho. Existem muitas definições para termos qualidade e para o seu uso nas
organizações (CARPINETTI,2010).
Sul. Dados mais recentes indicam que o Brasil, até março de 2009, havia 10.103
certificados ISO 9001. Além da exigência de mercado para certificação, o sistema da
qualidade ISO 9001 se tornou uma referência importante para as empresas que
desejam melhorar sua capacidade de gerenciar a qualidade, com eficiência e eficácia
no atendimento dos requisitos de seus clientes. Isso porque o modelo de gestão da
qualidade estabelecido pela ISO 9001 requer que a organização estabeleça uma visão
sistêmica de seus processos e atividades de realização de produtos para gerenciar o
atendimento dos requisitos de seus clientes por todo o ciclo do produto (VERGUEIRO,
2002).
A ISO 9001 requer ainda que a organização gerencie seus recursos físicos e humanos
para garantir a eficácia do sistema de gestão da qualidade e que a direção assuma a
responsabilidade pela definição de política da qualidade.
Conforme Lucinda (2010), a ISO 9001 foi editada pela primeira vez em 1987. Ela já
passou por três revisões, em 1994, 2000 e em 2008. A partir da revisão de 2000,
foram eliminadas as certificações ISO 9002 e ISO 9003, mantendo apenas o
certificado ISO 9001 de sistema da qualidade. Outra alteração importante a partir da
revisão de 2000 foi a eliminação da necessidade de documentação de grande parte
do sistema da qualidade, mantendo-se a necessidade de documentação para apenas
seis requisitos. Essa mudança proporcionou vários benefícios, dentre os quais a
simplificação do projeto e principalmente a manutenção do sistema documental da
qualidade, minimizando a burocracia necessária para a manutenção do sistema.
Pelo exposto, nota-se que o controle da qualidade fornece ferramentas para a solução
de problemas e melhoria da qualidade dos produtos, de modo a oferecer ao cliente
um atendimento diferenciado, descobrindo as suas necessidades e procurando
satisfazê-las. Qualidade também remete ao cumprimento de padrões no intuito de
afastar os empecilhos e se centrar no produto, atribuindo-lhe as qualidades
necessárias para chegar até o consumidor com o melhor desempenho, pronto para
suprir seus desejos.
Qualidade total é um processo que atua de cima para baixo, por irradiação. Não basta
a direção concordar. O exemplo da direção é indispensável, pois tratamos de ganhar
16
Nesse viés, percebe-se que para implantar um plano para qualidade total é
indispensável que a direção se disponha para se dedicar a um processo de
autotransformação, revendo seus relacionamentos e modificando seu
comportamento.
Conforme Ramos (2012), Velfredo Pareto foi um economista italiano que descobriu
que a riqueza não era distribuída de maneira uniforme. Ele formulou que
aproximadamente 20% do povo detinham 80% da riqueza criando uma condição de
distribuição desigual. Os Diagramas de Pareto podem ser usados para identificar o
problema mais importante através do uso de diferentes critérios de medição, como
frequência ou custo.
18
Para César (2011) esse princípio de Pareto foi observado por J. M. Juran, que adaptou
os problemas da qualidade, onde havia percentual de itens com defeitos, falhas das
máquinas, atrasos na entrega, acidentes de trabalho, traduzidos com perdas
considerados em duas classes, poucos vitais e muitos triviais. Sendo que a maior
parte das não conformidades tem procedência num pequeno número de causas,
mesmo sendo poucas são considerados vitais.
4.4.2 Histograma
Carvalho e Campos (2008) falam sobre o Histograma, onde eles afirmar que o
histograma é o gráfico estatístico mais usado em concursos públicos.
Braz (2012) chama a atenção para o fato de que embora normalmente utilizado para
variáveis, o histograma também pode, eventualmente, ser empregado para dados
discretos, tais como: número de peças defeituosas, quantidade de defeitos, número
de falhas diárias em máquinas, número de acidentes etc. Nesses casos, essas
quantidades são colocadas no eixo horizontal, e a altura das barras é dada pela
frequência de ocorrência de cada valor.
O diagrama de causa e efeito foi desenvolvido por Kaoru Ishikawa, para representar
a relação entre alguns efeitos que poderiam ser medidos e o conjunto de possíveis
20
causas que produzem o efeito. O diagrama causa e efeito ou espinha de peixe é uma
representação gráfica que permite visualizar facilmente a cadeia de causas e efeitos
do problema. O diagrama mostra a relação entre as características da qualidade e os
fatores e representa a relação entre o efeito de todas as possibilidades de causas que
contribui para esse efeito. Para cada um dos efeitos existem inúmeras causas dentro
das categorias como as 6 M’S: método, mão-de-obra, matéria-prima, máquinas,
mensuração e meio ambiente (CARPINETTI, 2010).
Lucinda (2010) comenta que Kaoru Ishikawa era engenheiro da qualidade e que foi o
inventor dos círculos da qualidade. De uma forma voluntária uma pequena equipe se
reuniu para pesquisar e estudar sobre todos os problemas que existiam no ambiente
21
Uma vez que um defeito, erro ou problema tenha sido identificado para estudo
posterior, deve-se começar a analisar as causas potenciais desse defeito indesejável.
Em situações em que as causas não são óbvias (às vezes elas o são), o diagrama de
causa e efeito é uma ferramenta formal frequentemente útil na eliminação de causas
potenciais (MONTGOMERY, 2009).
4.4.4 Brainstorminig
Segundo Carpinetti (2010), os gráficos de controle são constituídos por três linhas
paralelas sendo que cada uma delas representa um limite o controle. Conforme a
Figura 5), a linha central: representa o valor médio do característico de qualidade, a
linha superior representa o limite superior do controle e a linha inferior representa o
limite inferior do controle.
24
4.4.7 Fluxograma
Segundo Paladini (1994) apud Sousa et al. (2011, p. 02) o Fluxograma é capaz de
facilitar a visualização de um processo, possibilitando analisar passo a passo, sendo
que o “Fluxograma é uma representação gráfica que utiliza símbolos padronizados e
que permite uma melhor análise para detecção de falhas e possíveis melhorias”,
conforme mostra a Figura 6.
Nas palavras de Lucinda (2010), o fluxograma é uma ferramenta que mostra de forma
gráfica as etapas de um processo, desde seu início até a sua finalização. É capaz de
demonstrar todas as etapas de um processo, do começo ao fim, permitindo um
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A matriz causa e efeito, segundo Keller (2011), é utilizada para priorizar as entradas
do processo (Figura 7) de acordo com o impacto de cada uma nas saídas ou
requerimentos do cliente. Recomenda-se inclusive que sejam tomadas as
informações (principais entradas – X’s) levantadas inicialmente no mapa de processo
e diagrama espinha de peixe para desenvolvimento da ferramenta.
A matriz esforço impacto realiza um estudo por parte da equipe de quais são os X’s
de maior impacto para o cliente, todos os membros da equipe terão seu conhecimento
do processo aumentado e ao final da elaboração do mapa do processo, da espinha
de peixe e da matriz de causa & efeito, a equipe já terá pronto um completo
levantamento inicial (subjetivo) das características do processo que está sendo
melhorado (LAURINDO, 2012).
A matriz Causa e Efeito pode ser complementada pela matriz de esforço x impacto,
onde o grupo avaliará para cada entrada, quais são aquelas em que vale à pena
27
4.5 PROCESSOS
Segundo Campos (2004), uma empresa é um processo e dentro dela existem vários
processos: não só processos de manufaturas como também de serviço. Vale ilustrar
o exemplo de uma fábrica de latas. Ela é um processo que tem uma série de causas
que provoca o efeito principal. As causas são os equipamentos de medição, as
máquinas, as matérias-primas, a luminosidade do local, mão de obra treinada, o
método de fabricação e etc. Enquanto houver causas e efeitos haverá processo,
controlando-se os processos menores é possível localizar mais facilmente o problema
e agir mais prontamente sobre a causa. Infere-se que o controle de processos é a
prática que se inicia com o presidente da empresa, pois o processo maior, a empresa,
é de responsabilidade do mesmo. O processo é o controlador por meios dos seus
efeitos.
De acordo com Paim (2009, apud ZARIFIAN, 1999) os processos podem ser assim
adaptados a uma cooperação de atividades e recursos distintos voltados à realização
de um novo objetivo global, sendo orientado para o cliente final.
processos uma tarefa realizada aos fluxos de materiais e aos fluxos de negócios,
ideias, capital, informação e etc. (PAIM, 2009, apud ANTUNES, 2006).
Em última análise, cabe aqui apresentar uma síntese das definições propostas por
Paim (2009), segundo o qual os processos estão intrinsecamente relacionados aos
fluxos de objetos na organização, sejam eles objetos materiais, informações,
conhecimento, investimentos, ideias ou qualquer outro objeto que demande
coordenação de seu fluxo. Aos processos cabe o desenvolvimento ou desenrolar dos
fluxos de objetos enquanto às funções ou unidades organizacionais cabe a
concentração de conhecimentos por semelhanças. Os processos são objetos de
controle de melhoria continua, mas também permite que a organização os utilize como
base de registros do aprendizado sobre como atua, atuou ou atuará em seu ambiente
ou contexto organizacional
Assim, os objetivos são definidos com foco no cliente, existe uma integração para trás
e para frente na cadeia ou na rede de suprimentos, associada à integração externa,
os papeis da gestão de processos passam a estar formalmente enfatizados na
descrição de cargos, de empregados e os recursos são agrupados para produzir um
trabalho completo e as informações seguem diretamente para onde é necessária, sem
filtro de hierarquia (MORETTO, 1998).
Paim (2009) confirma que a partir das análises realizadas, a gestão por processos
pode ser definida como a aplicação de diferentes conceitos e teorias voltadas a melhor
organizar/gerir os processos das organizações, seja elas como ou sem fins lucrativos.
Esses conceitos e teorias envolvem perceber direcionamentos estratégicos para os
processos, projetá-los, controlar sua execução, bem como identificar e implantar
tecnologias de apoio, e de forma geral, trazer para as organizações a cultura de prover
avanços ou ganhos de desempenho através da melhoria dos processos, sejam essas
melhorias realizadas de forma radical ou a incremental.
30
4.7 MINERAÇÃO
Sem os recursos minerais, a humanidade não teria como subsidiar seu crescente
desenvolvimento tecnológico. A aplicação de técnicas modernas, por vezes altamente
refinadas, permitiu-lhe descobrir, obter e transformar bens minerais em bens
manufaturados que tornaram a vida mais confortável. Nos primórdios da civilização,
os homens, utilizando lascas de quartzo para confeccionar seus instrumentos
rudimentares de caça ou luta e hoje ainda se utiliza este mineral para produzir
objetivos sofisticados como transistores ou fibras ópticas.
Ainda de acordo com Teixeira (2000), não é no decorrer de todo processo geológico
que depósitos minerais são formados. Ou seja, nem todo granito é portador de
pegmatito estanífero, assim como nem todo folhelho contém depósitos sedimentares
de cobre. Para ocorrer uma mineralização, deve estar presente uma fonte que forneça
a substância útil e um local/ambiente para sua deposição de forma concentrada. A
substância útil geralmente sofre um menor ou maior transporte, envolvendo energia
(força-motriz), em um meio que permite sua migração. Esses fatores deverão atuar
de forma eficiente, convergindo cumulativamente para a elevação do conteúdo de um
31
Durante muito tempo a mineração foi entendida apenas como um instrumento para
gerar divisas e desenvolvimento. A questão foi tratada pelas constituições brasileiras
anteriores à de 1988 sem a devida preocupação com o meio ambiente e a soberania
nacional. Não existe sequer referência à preservação ambiental em nenhuma delas.
As normas que protegem o meio ambiente contra a poluição produzida pela extração
dos minerais são recentes e encontram-se na atual Constituição (ALMEIDA, 2008).
É importante observar que a norma que rege o Código de Mineração, instituído através
do Decreto-Lei n. 227, de 1967, entre outros critérios, classifica as jazidas minerais
em nove classes distintas. Em 1989, foi instituída, através do Decreto n. 97.632, a
exigência para que os empreendimentos em fase de licenciamento apresentassem os
denominados Planos de Recuperação de Áreas Degradadas – PRADs. (ALMEIDA,
2008).
Assim, o bem mineral desfruta a proteção constitucional dada aos demais recursos
naturais. Sua preservação envolve uma relação entre uma exploração soberana e
eficiente, para que não se desperdice o recurso não renovável, e um planejamento,
para que seu aproveitamento não traga consequências danosas ao meio ambiente do
qual faz parte. Dessa forma, um dos grandes desafios do segmento de mineração
consiste em maximizar a recuperação dos minerais de valor, isto se faz através de
fases envolvidas em toda a cadeia de tratamento de minério.
Embora todas as etapas de tratamento de minério sejam interferentes entre si, este
estudo faz uma abordagem à etapa de concentração mais direcionada ao estudo do
processo de flotação.
34
4.9 FLOTAÇÃO
i. Condicionamento
ii. Dosagem de reagentes
iii. Flotação propriamente dita
A agitação da polpa é feita por um rotor cuja função inicial que é a de manter a polpa
em suspensão. O movimento rotacional do rotor gera uma região de pressão negativa
dentro da célula. Em muitos modelos, esta depressão é suficiente para aspirar o ar
necessário para a flotação, através de um tubo coaxial com o eixo do rotor. Em outros
casos, o ar é comprimido para dentro da máquina. Para que o ar seja efetivo para
carrear para cima o maior número possível de partículas coletadas, deve se dispor de
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Com a exaustão das jazidas de minério rico e o desafio da indústria mineral de tratar
minérios cada vez mais finos e pobres, aliado à necessidade de produzir concentrados
de especificações mais rígidas e com custos menores, tem sido necessário grandes
investimentos em pesquisa e desenvolvimento de reagentes para a flotação de menor
custo.
Colunas de Flotação
Fonte: 4SHARED,(2014)
aplicação das colunas em processos de flotação, tanto para novos projetos, como
para expansões industriais (OLIVEIRA, 2005).
flotação de minerais naturalmente hidrofóbicos como grafita e carvão não oxido, sendo
impropriamente designadas como coletores (CHAVES, 2006).
Característica importante dos coletores é a compatibilidade entre seu preço e os
custos de operação, e tem como objetivo reforçar a ação da matéria ativa, tornando a
flotação mais recuperadora e/ou seletiva.
Os coletores têm a sua parte polar ionizada e a parte molecular (não polar) não é
ionizável e, devido às características elétricas das ligações covalentes, tem mais
afinidade pela fase gasosa que pela líquida, existindo no sistema uma interface sólido-
gás na interface das bolhas de ar sopradas para dentro da célula, a molécula do
coletor tenderá a se posicionar nessa interface, orientada de modo que a sua parte
não polar esteja em contato com o gás e a porção iônica em contato com a água.
Os sistemas de flotação são divididos:
Sulfetos: conhecidos como tio-composto contêm pelo menos um átomo de
enxofre não ligado a oxigênio. Os tio-composto é comercializado por baixa ou
nenhuma atividade na interface líquido/ar, alta atividade química em relação a
ácidos, agentes oxidantes e íons metálicos e diminuição da solubilidade com o
aumento da cadeia hidrocarbônica.
Não sulfetos sendo mais complexa englobando um maior número de minerais,
maior parte deles se enquadra na classificação de oxi-minerais. Nesta
classificação fica excluído não sulfeto como a fluorita, criolita e os sais solúveis,
além de carvão e grafita.
Na Figura 13 ilustra o contato bolha de ar/superfície do mineral, em um sistema com
presença e ausência de um coletor. Verifica-se, que no sistema com ausência de
coletor, as bolhas de ar formam um ângulo de contato (θ) pequeno com a superfície
do mineral, não ocorrendo uma adsorção significativa. No sistema, com presença de
um agente coletor, forma-se um ângulo de contato significativo (θ), favorecendo as
condições para que ocorra a flotação do mineral (Dow, 1981).
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Xantatos
Os ditiocarbonatos ou xantatos são sais do ácido xântico, inteiramente utilizados para
a flotação de sulfetos e metais nativos podendo ser usados na flotação de alguns
minerais oxidados após a sulfetação da superfície do mineral. São sais amarelos,
solúveis em água e estáveis em solução. Não podem ser usados em meio ácido, pois
ocorre hidrólise.
Os xantatos exibem maior poder coletor e maior seletividade que os ácidos graxos de
mesmo comprimento de cadeia. Tendo um baixo preço e à sua solubilidade em água,
foram à razão do seu sucesso comercial do ponto de vista histórico, contribuíram
decisivamente para a implantação definitiva da flotação, como operação unitária de
tratamento de minérios (CHAVES, 2010)
O metil xantato é um coletor fraco e só coleta minerais previamente ativados. O poder
coletor aumenta com o comprimento da cadeia carbônica, até o octil xantato e, a partir
daí, se estabiliza. Na prática industrial, usam-se soluções diluídas a 10% e os
consumos variam entre 5 e 100 g/t (CHAVES, 2010)
A coleta dos xantatos é de terceira espécie, demandando uma reação química de
cinética baixa, e, portanto o tempo de condicionamento é longo. É frequente adicioná-
los no circuito de moagem, de modo a prover o tempo de contato necessário e também
prover superfície fresca (não oxidada) do sulfeto, superfície essa gerada na moagem,
para ser imediatamente coletada pelo reagente.
Espumantes
São compostos tenso-ativos heteropolares, não ionizáveis, que contém um grupo
polar (OH, COOH, C=O, OSO2, e SO2OH) e uma cadeia hidrocarbônica, capazes de
se adsorverem na interface água/ar. Tem como a sua principal função na flotação é
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potássio, cianeto de sódio. Também são muito usados colóides orgânicos, tais
como amido, dextrina, tanino, quebracho e lignino-sulfonato.
Ativadores são capazes de aumentar ou tornar mais seletiva a ação de um
coletor, sobre a superfície do mineral que se deseja flotar. Os reagentes
ativadores geralmente são sais solúveis de metais e agem modificando a
superfície de um mineral, por meio da formação de composto intermediário. Os
principais ativadores utilizados em processos de flotação são o sulfeto de sódio
(usado na sulfetização de óxidos de cobre, chumbo e zinco) e o sulfato de cobre
(usado para ativar a esfarelita).
Reguladores de pH da polpa mineral tem um papel importante e influi, de forma
significativa, no processo de flotação, atuando sobre: o potencial zeta dos
minerais; dissociação de coletores e outros reagentes modificadores; adsorção
de cátions e aníons em diversos minerais; adsorção de coletores; estado de
floculação da polpa. O critério econômico é preponderante na escolha do
reagente e os mais utilizados são: barrilha, soda cáustica, cal, ácido sulfúrico
e, raramente, ácido clorídrico.
Dispersantes são reagentes inorgânicos ou orgânicos capazes de individualizar as
partículas minerais agregadas, para posterior separação. Geralmente, os
dispersantes são utilizados em processos, onde existe uma quantidade significativa
de finos e/ou lamas. Os principais compostos utilizados como dispersantes de lamas
em processos minerais são: o metassilicato de sódio, o metafosfato de sódio,
poliacrilato de sódio e a carboxi metil celulose.
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5 METODOLOGIA
A empresa de mineração estudada é composta por oito setores produtivos dentre eles
geologia, planejamento, extração, britagem, moagem, flotação, filtragem e expedição
representados no macrofluxograma organizados conforme Figura 14.
Índice de Importância
Processos da
Média
Magno Medeiros
Eliminação
Edvania Santos
Marcelo caldas
Marcelo Araújo
Eudo de Jesus
Unidade Gerencial
Murilo pinheiro
Adair rezende
da Variável de
Hildo Ramos
Sergio Alves
Beneficiamento
José Nilson
Julio Rocha
Rui Pereira
Entrada
José Elias
A matriz possibilitou pontuar qual o setor que mais influenciava nos resultados do
beneficiamento correlacionando sua importância como o esforço para estabilizá-lo.
Analisando a Tabela 1 após a votação ficou evidenciado que o setor de flotação teve
a maior pontuação e o que indicou maior esforço, portanto sendo o selecionado como
prioritário para implantação da GPP.
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As variáveis “X” são todas as variáveis que os operadores controlam, ou seja, eles
conseguem determinar a faixa operação e através de ajustes mantê-las sempre dentro
dos limites especificados buscando um resultado final daquela etapa do processo, ou
seja, a saída “Y” a qual é apenas monitorada, pois ela é o resultado do correto controle
das entradas “X”. A efetividade no controle das entradas garante o atendimento das
especificações das saídas que é o produto da etapa.
Índice de Importância
Esforço de Eliminação da
Variável de Entrada
Alexandre Caetano
Ricardo Fernandes
Processo da Unidade Gerencial
Média
Magno Medeiros
Edvania Santos
Marcelo caldas
Marcelo Araújo
Eudo de Jesus
Beneficiamento FLOTAÇÃO DE
Murilo pinheiro
Adair rezende
Hildo Ramos
Sergio Alves
CHUMBO priorização de "Xs"
José Nilson
Julio Rocha
Rui Pereira
José Elias
Altura Camada da rougher 5 3 4 1 5 5 3 6 7 6 4 3 5 4 5 6 4,50 médio
Vazão de ar na rougher 5 1 1 10 7 3 5 9 4 2 3 1 2 3 4 2 3,88 baixo
pH na rougher 10 10 8 10 6 6 10 8 8 7 10 10 5 8 9 7 8,25 alto
Dosagem de reagente na moagem 10 8 9 10 8 10 7 10 7 5 8 9 9 6 10 10 8,50 alto
% solidos na alimentação 6 8 4 4 6 5 5 8 6 5 5 7 7 6 6 6 5,88 médio
Nível das células convencionais 5 8 4 4 6 5 5 7 6 5 5 7 7 6 6 6 5,75 médio
pH na etapa cleaner 6 8 4 4 6 5 5 7 6 5 5 3 7 6 6 6 5,56 médio
% de sólidos no rejeito cleaner 3 5 4 2 3 2 7 9 7 5 5 3 9 6 4 4 4,88 médio
Granulometria da alimentação 10 8 9 10 6 10 9 7 9 8 9 7 7 6 10 6 8,19 alto
Arraste no Circuito de Chumbo 5 1 1 10 7 3 5 9 4 2 3 1 2 3 4 2 3,88 baixo
Nível de Camada da Cleaner 3 de Pb 7 8 4 4 4 5 5 4 6 5 5 3 3 5 6 4 4,88 médio
% Pb no Concentrado Rougher 6 8 4 4 6 5 5 7 6 5 5 7 7 6 6 6 5,81 médio
Transbordo no Circuito de Chumbo 5 1 1 10 7 3 5 9 4 2 3 1 2 3 4 2 3,88 baixo
Retomada de material do piso 6 8 4 4 6 5 5 7 8 5 9 7 7 6 6 6 6,19 médio
Altura camada cleaner 3 2 4 2 3 2 7 2 7 5 5 3 9 6 4 4 4,25 médio
Nível da Célula Scavanger Cleaner 10 8 8 9 6 7 9 10 6 6 9 7 10 8 8 10 8,19 alto
Variação do sistema de bombeamento 3 5 4 2 3 2 7 2 7 5 5 3 9 6 3 2 4,25 médio
Minério oxidado 4 5 4 2 3 3 7 2 7 5 4 3 8 6 5 2 4,38 médio
Alta taxa de alimentação 3 5 4 3 3 2 7 2 7 5 5 3 9 6 4 4 4,50 médio
Reprocessamento de rejeito 6 8 4 4 6 5 5 7 6 5 5 7 7 6 6 6 5,81 médio
Células com baixa eficiência 1 1 10 7 3 5 9 4 2 3 1 2 3 4 2 4 3,81 baixo
Dosagem de controladores de pH 3 5 4 2 3 2 7 2 7 5 5 3 9 6 4 4 4,44 médio
Variação minério alimentado. 6 8 4 4 6 5 5 7 6 5 5 7 7 6 6 6 5,81 médio
Índice de Importância
Esforço de Eliminação da
Variável de Entrada
Alexandre Caetano
Ricardo Fernandes
Processo da Unidade Gerencial
Média
Magno Medeiros
Edvania Santos
Marcelo caldas
Marcelo Araújo
Eudo de Jesus
Beneficiamento FLOTAÇÃO DE
Murilo pinheiro
Adair rezende
Hildo Ramos
Sergio Alves
ZINCO priorização de "Xs"
José Nilson
Julio Rocha
Rui Pereira
José Elias
Altura Camada da rougher 5 3 4 1 5 5 3 6 7 6 4 3 5 4 5 6 4,50 médio
Vazão de ar na rougher 5 1 1 10 7 3 5 9 4 2 3 1 2 3 4 2 3,88 baixo
pH na rougher 5 6 8 3 6 6 2 8 8 7 4 4 5 8 9 7 6,00 médio
% Zn no Concentrado Rougher 4 8 3 7 2 4 7 6 7 5 5 4 3 6 8 2 5,06 médio
Dosagem de reagentes 10 8 9 10 6 10 9 7 9 8 9 7 7 6 10 6 8,19 alto
% sólidos over-flow ciclones 5 8 4 4 6 5 5 7 6 5 5 7 7 6 6 6 5,75 médio
% Zn rejeito final 6 8 4 4 6 5 5 7 6 5 5 3 7 6 6 6 5,56 médio
Vazão rejeito final 3 5 4 2 3 2 7 9 7 5 5 3 9 6 4 4 4,88 médio
arraste circuito de Zinco 6 7 5 6 2 3 9 8 4 5 9 7 7 6 4 6 5,88 médio
Nível na primeira célula scavanger 5 1 1 10 7 3 5 9 4 2 3 1 2 3 4 2 3,88 baixo
Nível na segunda célula scavanger 7 8 4 4 4 5 5 4 6 5 5 3 3 5 6 4 4,88 médio
pH na 3ª etapa flotação 10 10 8 10 6 6 10 8 8 7 10 10 5 8 9 7 8,25 alto
retomada material piso 5 1 1 10 7 3 5 9 4 2 3 1 2 3 4 2 3,88 baixo
Retomada material piscinas 6 8 4 4 6 5 5 7 8 5 9 7 7 6 6 6 6,19 médio
Granulometria moagem 3 2 4 2 3 2 7 2 7 5 5 3 9 6 4 4 4,25 médio
Turno de operação 4 3 6 5 6 7 7 5 5 4 6 7 2 4 4 3 4,88 alto
% Fe no Cf 3 5 4 2 3 2 7 2 7 5 5 3 9 6 3 2 4,25 médio
% Fe na alimentação 5 1 1 10 7 3 5 9 4 2 3 1 2 3 4 2 3,88 baixo
Vazão ar 2ª etapa flotação 10 8 8 9 6 7 9 10 6 6 9 7 10 8 8 10 8,19 alto
% Zn concentrdo rougher 6 8 4 4 6 5 5 7 6 5 5 7 7 6 6 6 5,81 médio
Teror de alimentação 5 1 1 10 7 3 5 9 4 2 3 1 2 3 4 2 3,88 baixo
% Pb na alimentação 6 8 4 4 6 5 5 7 8 5 9 7 7 6 6 6 6,19 médio
pH na cleaner 3 2 4 2 3 2 7 2 7 5 5 3 9 6 4 4 4,25 médio
Controle nível 2ª etapa flotação 8 6 9 10 10 10 7 9 9 8 10 10 8 6 5 10 8,44 alto
Nível 3º conjunto células 3 5 4 3 3 2 7 2 7 5 5 3 9 6 4 4 4,50 médio
Nível 1º conjunto células desbaste 6 8 4 4 6 5 5 7 6 5 5 7 7 6 6 6 5,81 médio
% sólidos na estapa de limpeza 1 1 10 7 3 5 9 4 2 3 1 2 3 4 2 4 3,81 baixo
Alta dosagem de reagentes 3 5 4 2 3 2 7 2 7 5 5 3 9 6 4 4 4,44 médio
Teror de alimentação 10 8 9 9 10 7 8 9 10 8 10 9 9 9 10 10 9,06 alto
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A primeira mudança sentida pela operação foi um circuito mais estável, eliminação de
perdas físicas e estabilidade do processo produtivo.
Um exemplo das cartas de controle pode ser visualizado na Figura 20. Esta carta
monitora a variável de entrada pH da flotação de chumbo. Na parte superior esquerda
possui um gráfico de acompanhamento bi-horário da variável, enquanto o gráfico
inferior esquerdo mostra o comportamento da variação média da variável no período
de um dia. Além destes dois gráficos a tela da carta de controle possui ao lado direito
superior o histograma que permite visualizar a distribuição, o valor central e a
dispersão dos dados bi-horário, juntamente com um quadro de dados estatísticos da
variável com informações sobre os limites de controle, média, desvio padrão e
informações sobre a capacidade do processo de atender a especificação como
também a estabilidade do mesmo. No canto inferior direito o registro de tendência
59
Dias
Fonte: Autoria própria
60
Dias
Fonte: Autoria própria
Dias
Fonte: Autoria própria
Dias
Fonte: Autoria própria
7 CONCLUSÃO
IMAI, M.Kaizen: a estratégica para o sucessos competitivo. 5ª Ed. São Paulo 1994.
JURAN, J. M. Planejameto para a qualidade. 2ª Ed. São Paulo: pioneira, 1998
MELLO, C.H.P. et at Carlos Eduardo Sanches da Silva, João Batista Turrioni, Luiz
Gonzago Mariano de Souza. ISO 9001:2008 Sistema de Gestão da Qualidade para
operações de produtos e serviços. São Paulo. Atlas, 2009.
MONTGOMERY, D.. C.; Introdução ao controle da qualidade. (trad. Ana Maria Lima
de Farias). 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
MORETTO, L. D. Supervisão da produção. São Paulo: USP, 1998.
MOURA, J.M.; ROCHA, A. G. de O.; COSTA, S. R. R. Gestão pela Excelência:
análise setorial no prêmio de qualidade do estado do Rio de Janeiro para micro e
pequena empresa. Revista Cadernos de Administração, vol.1, no. 2. 2008.
WERKMA, Cristina. Design for six sigma: ferramentas básicas usadas nas etapas
d e M do DMA. São Paulo: editora Werkema, 2006.