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Apreciações positivas.
Apreciações negativas.
b- Considerando a quantidade de apreciações negativas eu acho que a
resenha conta mais con apreciações negativas que positivas.
3- O universo da música clássica, por mais elitista que possa parecer num
primeiro momento, seguidamente tem marcado presença na tela grande. Até
no Brasil temos um curioso exemplar desse subgênero – Orquestra dos
Meninos (2008), de Paulo Thiago. Pois é justamente com esse último que Tudo
Que Aprendemos Juntos guarda maior proximidade. Uma semelhança, aliás,
que não lhe traz bem algum. Afinal, ambos, em resumo, apresentam o mesmo
argumento: um homem – primeiro Murilo Rosa, agora Lázaro Ramos – que,
através do ensino musical, altera para sempre as vidas de jovens carentes.
Mas se antes o tom de conto de fadas assumido cabia bem ao cenário lírico no
interior do país, dessa vez investe-se na urgência das situações desvendadas,
tomando-se um caráter de denúncia e servilismo deslocado e anacrônico. Os
estereótipos estão todos lá: o garoto envolvido com o tráfico, a grávida
adolescente, aquele que precisa cuidar do pai bêbado e o que terá que
abandonar os estudos para ir trabalhar.
Há coisas boas em Tudo Que Aprendemos Juntos, no entanto. Ramos, como
protagonista, exibe sua competência habitual, e o jovem Kaíque de Jesus
(como Samuel) é uma revelação. Percebe-se que a edição de Márcio
Hashimoto (Faroeste Caboclo, 2013) foi bastante 7 trabalhada, assim como a
fotografia de Marcelo Durst (Benjamim, 2003). Mas isso é pouco perto da
questão mais problemática do projeto: seu roteiro. O protagonista é construído
de forma antipática – é difícil entender a rejeição dele pelo novo ambiente, pois
em toda oportunidade enfatiza com firmeza sua vontade de sair dali, além de
sempre tratar com rispidez os alunos. Já a música não possui uma relevância
especial – do jeito que é apresentada, poderia ser corte-e-costura ou futebol,
pois a prática em si não chega a ser explorada com maior profundidade. E
entre passagens ingênuas – o violinista que precisa exibir sua arte com uma
arma apontada na cabeça para se livrar de uma abordagem perigosa ou a
menina que grita com lágrimas nos olhos sua vontade de ter aula aos sábados
(?) – e conceitos desgastados, o filme termina por se apresentar frágil demais
diante de qualquer análise mais detalhada.
Lázaro Ramos é um bom ator, e já demonstrou isso em várias ocasiões
anteriores. Mas não o suficiente para salvar um filme cuja própria premissa
está entregue a visões clichês e ultrapassadas. A impressão é que Sergio
Machado tentou a todo custo evitar um sentimentalismo gratuito em sua
narrativa, porém esse é o cerne da questão que Tudo Que Aprendemos Juntos
levanta. Pelo medo de se assumir e pela condução problemática da história
que deveria defender, tem-se um filme que não merece ser lembrado nem
pelos talentos envolvidos, e muito menos pela temática que deveria apresentar.
Uma oportunidade desperdiçada, cujo destino mais viável parece ser o
esquecimento imediato.
Apreciações positivas.
Apreciações negativas.