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Centro Educa Mais Raimundo Araújo

Chapadinha, 21 de setembro de 2023

Aluno: Luis Gustavo Lima Fernandes

Análise Crítica de filme

“O Auto da Compadecida”

"O Auto da Compadecida", dirigido por Guel Arraes e lançado em 2000, é uma adaptação
cinematográfica da peça de teatro homônima escrita por Ariano Suassuna. Apesar de ser um
filme amplamente elogiado e adorado por muitos, é preciso olhar para além da comédia leve e
dos personagens carismáticos para perceber as falhas e limitações dessa produção.

Uma das principais críticas que pode ser feita ao filme é a sua falta de profundidade. Embora o
enredo seja baseado em temas universais, como ética, justiça e religiosidade, o tom cômico
exagerado e as situações absurdas acabam por banalizar essas questões. A história se passa no
sertão nordestino e apresenta um retrato superficial da cultura local, reforçando estereótipos e
caricaturas. Isso pode afetar a identificação e a empatia do público com os personagens e a
trama.

Outro ponto negativo é a falta de exploração dos personagens principais. Embora Seu João
(interpretado por Marcos Nanini) e Chicó (interpretado por Selton Mello) sejam os
protagonistas, eles não têm uma evolução substancial ao longo do filme. As suas características
e motivações permanecem praticamente as mesmas desde o início até o fim, tornando-os
previsíveis e pouco interessantes. O mesmo pode ser dito sobre a Compadecida (interpretada
por Fernanda Montenegro), que não recebe um desenvolvimento aprofundado, mesmo sendo
um dos elementos centrais da trama.

Além disso, é preciso mencionar a falta de originalidade na direção e no roteiro. O filme abusa
de fórmulas e clichês, seguindo uma estrutura narrativa bastante convencional. A edição
também apresenta alguns problemas, com cortes abruptos e transições pouco fluidas. Tais
aspectos podem fazer com que o filme pareça datado e menos interessante para o público
atual, que está cada vez mais exigente em relação à originalidade e à inovação cinematográfica.

Apesar de suas falhas, "O Auto da Compadecida" ainda se destaca por sua excelente direção de
arte e fotografia. A estética colorida e vibrante do sertão nordestino é recriada de maneira
magistral, transportando o espectador para esse cenário cheio de vida. As atuações também
são um ponto alto, com destaque para Marcos Nanini e Selton Mello, que conseguem entregar
performances divertidas e convincentes.
Em suma, "O Auto da Compadecida" é um filme que, apesar de seu apelo popular e
personagens carismáticos, apresenta falhas significativas. A falta de profundidade, a falta de
desenvolvimento dos protagonistas e a falta de originalidade na direção e no roteiro são
aspectos que podem afetar a apreciação do público e limitar o valor artístico da produção.
Porém, ainda é possível aproveitar os aspectos técnicos destacáveis e se divertir com as
situações cômicas apresentadas.

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