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CECENTRO DE LENGUAS EXTRANJERAS

MATERIAL DE APOYO PARA DOCENTES

2020

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Pôster

Ficha técnica

Título Uma quase dupla (em ação contra a chatice)

Ano produção 2018

Dirigido por Marcus Baldini

Estreia 19 de Julho de 2018 (Brasil)

Duração 90 minutos

Classificação 12 anos
Gênero Ação Comédia

País de Origem Brasil

Elenco Tatá Werneck, Cauã Reymond, mais...

Sinopse

O que é?

O resumo ou a sinopse de filme é um texto essencialmente curto com elementos


recorrentes tais como título, roteirista, diretor, atores e seus personagens principais, enredo,
ano de produção e data de estreia e indicação. Seu estilo linguístico é predominantemente
formal, buscando clareza e objetividade enunciativa, com vistas a divulgar e até, sutilmente,
persuadir o leitor a interessar-se pela obra resumida. O resumo/sinopse de filme se
organiza, basicamente, em uma sequência narrativa, redigida em tempo presente.

Vamos trabalhar com o gênero SINOPSE


a. O texto da sinopse a seguir é organizado em três blocos, cada um contendo
um tipo diferente de informações. Resuma o conteúdo de cada parágrafo em
uma ou duas palavras.
b. Quais informações poderiam encorajar o leitor a assistir o filme?
c. Sublinhe os verbos conjugados no segundo parágrafo e identifique em que tempo
verbal estão.

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SINOPSE - Uma quase dupla (em ação contra a chatice)

1. O longa é estrelado por Tatá Werneck e Cauã Reymond. Produzido pela Biônica Filmes e
Paris Entretenimento e dirigido por Marcus Baldini, diretor dos sucessos de público Bruna
Surfistinha e Os Homens São de Marte… E é Pra Lá Que Eu Vou. O roteiro é assinado por
Ana Reber e Leandro Muniz, com colaboração de Tatá Werneck, Fernando Fraiha e Daniel
Furlan.

2. Tatá Werneck e Cauã Reymond vivem Keyla e Claudio, dois policiais que não têm nada em
comum, mas precisam unir forças para desvendar uma série de assassinatos que abalam a
rotina da cidade fictícia de Joinlândia, no interior do país. Claudio é um subdelegado
acostumado à vida pacata e que passa mal nas cenas dos crimes. Já a experiente
investigadora Keyla, enviada do Rio de Janeiro, não tem medo de nada e acha que é capaz
de resolver o mistério sozinha. A diferença de ritmo e a falta de química dos dois só
atrapalhará a solução do caso.

3. No elenco, estão ainda Louise Cardoso, como Marlize, a mãe-coruja de Claudio. Ary
França vive o delegado fanfarrão Moacyr e Alejandro Cleveaux é o legista Augusto. O longa
conta também com as participações especiais de Augusto Madeira, George Sauma e Luciana
Paes.

www.cinecompipoca.com.br/uma-quase-dupla-estrelado-por-tata-werneck-e-caua-reymond-ganha-trailer-e-
poster-oficial/ (Adaptado)

Resenha/Crítica

O que é?
A resenha de filme é um gênero textual da esfera jornalística que descreve sucintamente a
obra analisada: autor, enredo, contexto; elenco etc. e recomenda ou não o consumo dela.
Normalmente é assinada e com frequência usa adjetivos, comparações e/ou metáforas.
Geralmente, os resenhistas escrevem na primeira pessoa do plural (nós) ou na terceira
pessoa do singular ou plural (ele ou eles), dando um tom mais impessoal ao texto, ainda que
se trate de uma avaliação própria. A primeira pessoa do singular (eu), não é muito utilizada
nem recomendada.
A resenha pode começar por uma sinopse onde são apresentados os dados principais. Outra
maneira de introduzir o assunto é abordar um tema tratado na história, de maneira geral, para
depois explicar como ele é apresentado na ficção. Aspectos de enredo, cenografia, figurino ou
trilha sonora também podem ser enfatizados, se forem relevantes.
Não é papel do resenhista dizer se o filme é bom ou ruim. Cabe descrever quais são os
elementos de destaque e os pontos que ficaram a desejar, para que o leitor tire suas próprias
conclusões.

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A resenha crítica é um instrumento poderoso de persuasão comunicativa, pois pode
influenciar os leitores mais ingênuos ou atentos quanto ao ato de ler ou não determinada obra
literária, filme etc. Organiza-se basicamente em uma grande sequência argumentativa, com
início marcado pelas informações do autor, seguido de um resumo com desfecho final
marcado por uma opinião.

Vamos trabalhar com o gênero Crítica/Resenha

CRÍTICA
Uma Quase Dupla brinca com o subgênero, célebre nos Estados Unidos, calcado na
constituição de uma dobradinha de policiais com características diferentes/complementares.
Aqui, Keyla (Tatá Werneck) é a agente da lei que chega à pequena Joinlândia, vinda
diretamente do Rio de Janeiro, para encabeçar a investigação de um caso de homicídio na
pacata localidade interiorana. O subdelegado Claudio (Cauã Reymond) é incumbido de
auxiliar a forasteira. Ela é cosmopolita e sucessivamente faz piadas (ruins) sobre os contornos
hediondos dos crimes praticados na capital fluminense, o que pretensamente a colocaria em
posição privilegiada quanto a ele, jovem de bom coração, seguidor das regras, autêntico
filhinho de mamãe que tenta seguir os passos do falecido pai famoso por sua intuição. O
cineasta Marcus Baldini tem a faca e o queijo na mão para fazer algo hilariante, juntando os
cânones intrínsecos à premissa e a qualidade dos protagonistas. Infelizmente, não é o que
acontece nesta produção que atira a esmo, acertando apenas ocasionalmente.
A grande fragilidade de Uma Quase Dupla é o dissenso entre o registro em que Tatá
Werneck atua e o da maioria de seus colegas de elenco. Humorista de mão cheia, desta vez,
ela parece totalmente deslocada do conjunto. O talento impressionante da atriz para enfileirar
impropérios numa verborragia anárquica não é devidamente colocado a serviço do enredo.
Cada vez que Keyla começa a falar, é como se estivéssemos presenciando um stand up, em
que os elementos periféricos, incluindo o colega imediatamente próximo, passam a ser
penduricalhos cênicos.
Já Cauã Reymond sai-se melhor como o interiorano. Claudio está no centro das gags mais
inteligentes – como quando, em meio a uma perseguição frenética, interrompe a correria para
cumprimentar a amiga da mãe. A inépcia dele como policial é minimizada, pois sua bondade e
a vontade de fazer a coisa certa são valorizadas, isso enquanto o maníaco continua
empilhando vítimas.
Uma Quase Dupla, mesmo essencialmente jocoso, brinca com as nossas expectativas,
fazendo de conta que entrega os culpados de bandeja, para depois subverter as suposições
baseadas, também, nas convenções do gênero. Daniel Furlan e Ary França se saem bem,
respectivamente, como o baderneiro e o delegado da cidade.
O filme demonstra pouca inventividade visual. As gags são muito mais verbais que físicas,
chegando inclusive a esbarrar na grosseria, sendo sintomáticas as quedas estapafúrdias, a
insistência nas caretas e nos métodos de Keyla, que consistem em lamber superfícies para
reunir provas nas cenas dos crimes.
As participações especiais de Pedroca Monteiro, Caito Mainier e Ilana Kaplan, humoristas
famosos, ajudam a elevar a comicidade. Louise Cardoso está ótima como a mãe
superprotetora e controladora de Claudio. Contudo, Marcus Baldini não consegue estabelecer
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coesão, permitindo que uma força considerável como a de Tatá Werneck se descontrole e
crie ruídos desnecessários por conta dos excessos. Em suma, talentos e instantes de valor
não faltam, mas o saldo decepciona.

Marcelo Müller é jornalista, crítico de cinema e membro da ABRACCINE (Associação


Brasileira de Críticos de Cinema). Ministra cursos na Escola de Cinema Darcy
Ribeiro/RJ e no Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores
Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais"
(2017) e "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018). É editor do Papo de
Cinema.
https://www.papodecinema.com.br/filmes/uma-quase-dupla/fotos/(Adaptação)

a. Na resenha acima, foram sublinhados as expressões e os trechos que denotam a


avaliação do filme feita pelo jornalista. Sublinhe com cores diferentes os que repassam
apreciações positivas e negativas sobre a obra.
Ex.: piadas (ruins): -

a qualidade dos protagonistas: +

b. Considerando o que você fez em (a), qual é a opinião predominante do crítico sobre o
filme?

c. Nas resenhas a seguir, sublinhe com cores diferentes os que repassam apreciações
positivas e negativas sobre a obra.

TUDO QUE APRENDEMOS JUNTOS


Brasil, 2015
Direção: Sérgio Machado
Com Lázaro Ramos, Kaique Jesus, Elzio Vieira, Sandra Corveloni & muitos outros meninos e meninas
excelentes
Distribuição: Fox

Tudo que Aprendemos Juntos

Por Isabela Boscov


Publicado em 5 dez 2015, 16h59

Admito que eu estava com um pé atrás: um filme baseado em uma


peça de Antonio Ermírio de Moraes sobre um violinista que se
descobre ao ir dar aulas de música numa favela – seu último recurso
após ter falhado em um concurso para a Osesp1. Achei que poderia
ter cara daquelas matérias “edificantes” que às vezes fecham
o Jornal Nacional.
Que bela surpresa: Tudo que Aprendemos Juntos mandou meu ceticismo passear já nos
primeiros minutos. No papel do professor Laerte, Lázaro Ramos é antissocial e brusco, mente
para os pais e não disfarça para ninguém – nem para a diretora da escola (Sandra Corveloni)
nem para os alunos – que está achando o fim da picada trabalhar com eles, faz de cara de
horror quando ouve a meninada tocar.
1
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo

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Os adolescentes da terrivelmente despreparada classe de música testam a paciência dele de
todas as formas que sabem, mas colocam-se também ao lado de Laerte: sinceridade vale mil
vezes mais do que piedade, e quem exige dos outros não está sendo duro – está
demonstrando respeito e dando um voto de confiança. Um ano depois Laerte percebe que,
embora nem todos os adolescentes que ensina tenham o dom de Samuel (Kaique Jesus), que
nasceu para o violino, fazer parte da orquestra é, para eles, uma validação tão significativa
quanto seria para ele próprio fazer parte de um conjunto como a Osesp. Claro que algumas
dessas pessoas vão se perder pelo caminho, às vezes de forma trágica.

Tudo que Aprendemos Juntos é uma ficcionalização do trabalho do Instituto Baccarelli com os
adolescentes da favela paulistana de Heliopólis. O maestro
Silvio Baccarelli fundou o instituto em 1996, consternado
com um incêndio que devastou a favela. Desde então,
revelou vários músicos e formou, entre outros conjuntos, a
Orquestra Sinfônica de Heliópolis.
O baiano Sérgio Machado, em colaboração com a
preparadora de elenco Fátima Toledo, foi procurar os jovens
atores que fazem os alunos de Laerte em programas sociais
de música e de interpretação, e encontrou ouro: Kaique Jesus, como Samuel, Elzio Vieira
como VR, e todos os outros meninos e meninas da classe de Laerte são excelentes.
Há também a participação de gente conhecida como Criolo, Rappin’ Hood, Thogun Teixeira e
a regente da Osesp, Marin Alsop. O drama é muito bem construído e sublinhado pela trilha
sonora e pela fotografia do craque Marcelo Durst.

https://veja.abril.com.br/blog/isabela-boscov/tudo-que-aprendemos-juntos/(Adaptação)

CRÍTICA

O universo da música clássica, por mais elitista que possa


parecer num primeiro momento, seguidamente tem marcado
presença na tela grande. Até no Brasil temos um curioso
exemplar desse subgênero – Orquestra dos Meninos (2008),
de Paulo Thiago. Pois é justamente com esse último
que Tudo Que Aprendemos Juntos guarda maior
proximidade. Uma semelhança, aliás, que não lhe traz bem
algum. Afinal, ambos, em resumo, apresentam o mesmo
argumento: um homem – primeiro Murilo Rosa, agora Lázaro Ramos – que, através do ensino
musical, altera para sempre as vidas de jovens carentes. Mas se antes o tom de conto de fadas
assumido cabia bem ao cenário lírico no interior do país, dessa vez investe-se na urgência das
situações desvendadas, tomando-se um caráter de denúncia e servilismo deslocado e
anacrônico. Os estereótipos estão todos lá: o garoto envolvido com o tráfico, a grávida
adolescente, aquele que precisa cuidar do pai bêbado e o que terá que abandonar os estudos
para ir trabalhar.
Há coisas boas em Tudo Que Aprendemos Juntos, no entanto. Ramos, como protagonista,
exibe sua competência habitual, e o jovem Kaíque de Jesus (como Samuel) é uma revelação.
Percebe-se que a edição de Márcio Hashimoto (Faroeste Caboclo, 2013) foi bastante
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trabalhada, assim como a fotografia de Marcelo Durst (Benjamim, 2003). Mas isso é pouco
perto da questão mais problemática do projeto: seu roteiro. O protagonista é construído de
forma antipática – é difícil entender a rejeição dele pelo novo ambiente, pois em toda
oportunidade enfatiza com firmeza sua vontade de sair dali, além de sempre tratar com rispidez
os alunos. Já a música não possui uma relevância especial – do jeito que é apresentada,
poderia ser corte-e-costura ou futebol, pois a prática em si não chega a ser explorada com
maior profundidade. E entre passagens ingênuas – o violinista que precisa exibir sua arte com
uma arma apontada na cabeça para se livrar de uma abordagem perigosa ou a menina que
grita com lágrimas nos olhos sua vontade de ter aula aos sábados (?) – e conceitos
desgastados, o filme termina por se apresentar frágil demais diante de qualquer análise mais
detalhada.
Lázaro Ramos é um bom ator, e já demonstrou isso em várias ocasiões anteriores. Mas não o
suficiente para salvar um filme cuja própria premissa está entregue a visões clichês e
ultrapassadas. A impressão é que Sergio Machado tentou a todo custo evitar um
sentimentalismo gratuito em sua narrativa, porém esse é o cerne da questão que Tudo Que
Aprendemos Juntos levanta. Pelo medo de se assumir e pela condução problemática da
história que deveria defender, tem-se um filme que não merece ser lembrado nem pelos
talentos envolvidos, e muito menos pela temática que deveria apresentar. Uma oportunidade
desperdiçada, cujo destino mais viável parece ser o esquecimento imediato.

Robledo Milani é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do


Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação
Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou
como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016).
Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

https://www.papodecinema.com.br/filmes/tudo-que-aprendemos-juntos/(Adaptação)

d. Sintetize as opiniões de Boscov e Milani sobre “Tudo que aprendemos juntos”.

e. A partir da leitura das críticas acima e do trailer, escreva a sinopse do filme.

f. Classifique os textos abaixo.

TEXTO 1 - __________________ TEXTO 2 - _________________________

O banheiro do Papa
Diretor: César Charlone, Enrique Fernandez
Elenco: Cesar Troncoso, Mario Silva, Virginia
Méndez, Virginia Ruíz
País de origem: BRA/URU/FRA
Ano de produção: 2005
Duração: 97 min
Gênero: drama
Classificação: 10 anos
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TEXTO 3 - _________________________

No ano de 1988, a promessa da visita do Papa João Paulo II à cidade de Melo, no Uruguai,
causa grande comoção entre os moradores. A pobreza e a falta de oportunidades da região,
próxima à fronteira com o Brasil, faz com que seus habitantes tentem ter as melhores ideias
para ganhar dinheiro com os milhares de fiéis que peregrinarão até lá para acompanhar o
pontífice. A esperança de uma vida melhor, possível em um só dia de visita, faz com que a
maioria use toda sua economia comprando comida ou lembranças para vender no dia da
missa.

Beto, um dos moradores, vive dificilmente contrabandeando com uma bicicleta produtos
brasileiros. Enquanto ele mal consegue sustentar a família no dia-a-dia, sua mulher tenta
juntar economias para que Silvia, filha do casal, consiga se mudar para Montevidéu, onde
pretende estudar jornalismo. Para melhorar seu futuro, Beto tem uma grande ideia:
construir O Banheiro do Papa. Um lugar para os milhares de fiéis que estiverem na cidade
poder se aliviar. Agora, ele terá que correr para que o projeto fique pronto a tempo de
aproveitar a oportunidade única.

Vencedor de cinco Kikitos no Festival de Gramado, O Banheiro do Papa, uma co-produção


Brasil e Uruguai, é a estreia na direção de César Charlone e Enrique Fernández. O roteiro,
também da dupla, foi inspirado no episódio verídico da visita de João Paulo II à cidade de
Melo, onde Enrique nasceu. Apesar de uruguaio, Charlone vive no Brasil desde a década de
70, onde trabalha como diretor de fotografia. Um de seus principais trabalhos foi em Cidade
de Deus, de Fernando Meirelles, pelo qual concorreu ao Oscar.
https://www.guiadasemana.com.br/cinema/sinopse/o-banheiro-do-papa

g. Assista ao trailer disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=J8dzwppjemQ

h. Assista ao filme legendado (sem áudio)


disponível em https://vimeo.com/136403987 e escreva
uma crítica para publicar num blog de cinema.
Nela inclua sua opinião sobre o enredo, as atuações, a fotografia, a trilha sonora, etc.
Assine sua resenha.

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