Você está na página 1de 8

PORTUGUÊS – YESO – AULA Nº 03

O texto a seguir teve alterada a ordenação original Agora, o Inajar de Souza, time da favela da Divineia,
de seus parágrafos. Leia os trechos com atenção e no bairro da Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de
em seguida numere os parênteses, identificando a São Paulo, resolveu transformar seu uniforme para
ordem correta das ideias do texto original. combater diversas formas de preconceito.
A camisa, lançada oficialmente na segunda-feira
( )
Dump Matsumoto, uma avantajada mulher (26), tem traços antirracistas, contra o preconceito
com cabelos cor-de-laranja, foi um dos gran- de gênero e de orientação sexual e pela inclusão de
des ídolos do esporte. pessoas com alguma deficiência.
( )
Hoje, no entanto, a luta livre se tornou um es- “Queremos chamar outras equipes de várzea a
porte sério, além de violento e perigoso. Ape- fazer esse mesmo movimento contra o preconceito
sar de conservar alguns elementos de show, e a discriminação. A gente nunca viu, nem nos
os embates são, na maioria das vezes, para profissionais, uma camisa com esse conceito tão
valer, e há até registros de mortes. abrangente de inclusão social”, diz Magrão, diretor
( )
A luta livre chegou ao Japão há cerca de 40 esportivo. “Muito possivelmente podem aparecer
anos. Por muito tempo, seguiu a tradição nor- pessoas com pensamento retrógrado [em reação
te-americana de dramatização e entreteni- ao uniforme], mas não nos preocupamos com isso,
mento, com fim quase sempre combinado. queremos conscientizar.”
( )
A mais famosa princesa da história das lutas O uniforme traz, como sempre, o nome Inajar à
femininas japonesas foi Chigusa Nagayo, ado- frente. “Time de pobre não tem patrocinador”, brinca
tada por legiões de garotas adolescentes, que Magrão. Mas dessa vez o inclui também em Libras
gritavam e choravam em suas performances, (Língua Brasileira de Sinais) e em braille, com alto
feitos fãs dos Beatles nos anos 60. relevo, para pessoas com deficiência visual.
( )
Ela massacrava mulheres menores, mas sem- No ombro, aparece o símbolo da ONU para inclusão
pre que estava quase ganhando, a luta “vira- social. O número dos jogadores vem contornado
va” e a “princesa” vencia, pegando imedia- com as cores do arco-íris LGBT. Nas costas, um
tamente o microfone e iniciando uma cafona punho cerrado pela luta antirracista e desenhos que
balada de karaokê. remetem à inclusão de pessoas mais velhas, com
“Garotas Superfuriosas” - Discovery Magazine – edição N.09
síndrome de Down, autismo e em cadeira de rodas.
O escudo ainda carrega a figura de um índio, em
01. Assinale a alternativa que apresenta a numeração homenagem ao fundador e primeiro presidente do
correta dos parênteses, de cima para baixo. Inajar, Ivan Jacaré, já falecido.
a) 3 – 2 – 1 – 4 – 5 Time de várzea lança camisa contra preconceito e exclusão
b) 2 – 5 – 1 – 3 – 4 - https://uol.com.br/esporte/2021/04/time-de-varzea-lanca-
camisa-contra-racismo-homofobia-e-exclusao.shtml
c) 3 – 5 – 4 – 1 – 2
d) 2 – 5 – 4 – 1 – 3 02. Assinale a alternativa correta.
e) 2 – 5 – 1 – 4 – 3 a) O primeiro período do texto encerra uma ideia de
condição.
b) O segundo parágrafo poderia ter os sinais de
Texto para as questões 02 e 03
ponto-e-vírgula substituídos por vírgulas, sem
Time de várzea lança camisa contra racismo, prejuízo sintático para o período.
homofobia e exclusão c) A expressão “nesses espaços ” (2º parágrafo)
Se o esporte profissional tem visto cada vez mais refere-se semanticamente a “filmes ”.
campanhas de conscientização social,  no futebol d) A oração “para combater diversas formas de pre-
amador essas pautas estão latentes há mais tempo. conceito ” encerra uma ideia de finalidade.
Exemplos: existem times apenas com altetas e) As vírgulas para marcar intercalação em “nem
trans; por muitos anos, foi na várzea que o futebol nos profissionais ” (5º parágrafo) e em “Ivan Jaca-
feminino resistiu; os campos de terra, muitas ré ” (último parágrafo) isolam termos com a mes-
vezes, são o único lugar de inclusão, lazer e diálogo ma função sintática.
em comunidades; filmes já contaram a história do
combate ao racismo nesses espaços.

1
03. Leia os itens a seguir e em seguida assinale a alter- 50 pessoas que relataram seus próprios níveis de
nativa correta. felicidade após atos de generosidade.
I. “já que”, “pois”, “uma vez que” podem ser inseri- (6) Consistentemente, eles indicaram que
dos corretamente, sem perda de sentido, entre doar era uma experiência de bem-estar.
as duas últimas orações do 5º parágrafo. (7) Ao mesmo tempo, os exames de
II. Em “Mas dessa vez o inclui também em Libras”, ressonância magnética revelaram que uma área
o pronome destacado se refere a “patrocina- do cérebro ligada à generosidade desencadeou
dor”. uma resposta em outra parte relacionada à
III. Os pontos finais no interior do penúltimo pará- felicidade.
grafo poderiam ser substituídos, sem prejuízo (8) “Nosso estudo fornece evidências
sintático ou semântico ao texto, por ponto-e- comportamentais e neurais que apoiam a
-vírgula nas duas ocorrências. ligação entre generosidade e felicidade”,
(É) São correto (s) escreveu a equipe na revista científica Nature
Communications.
a) todos os itens. (9) Os pesquisadores informaram aos
b) apenas os itens I e II. participantes que cada um deles teria à disposição
c) apenas os itens I e III. um valor de 25 francos suíços (US$ 26) por
semana durante quatro semanas.
d) apenas os itens II e III.
(10) Metade dos participantes foram
e) nenhum dos itens. convidados a se comprometer a gastar o dinheiro
com outras pessoas, enquanto o resto poderia
Texto para as questões 04 a 06. planejar como gastaria o dinheiro com eles
próprios. Nenhum dinheiro foi realmente recebido
ESTUDO REVELA QUE PRATICAR ATOS ou gasto por nenhum dos dois grupos.
DE GENEROSIDADE TRAZ FELICIDADE (11) Depois de se comprometerem com
os gastos, os participantes responderam às
Cientistas realizaram experimento em um perguntas enquanto seus cérebros estavam
laboratório em Zurique com 50 pessoas que sendo examinados. As perguntas evocaram
relataram seus próprios níveis de felicidade após cenários que opunham os próprios interesses
atos de generosidade dos participantes contra os interesses dos
beneficiários da sua generosidade experimental.
(1) O que inspira os humanos a praticarem (12) Os pesquisadores examinaram a
atos de generosidade? Economistas, psicólogos e atividade em três áreas do cérebro – uma
filósofos refletem sobre esta questão há milênios. ligada ao altruísmo e ao comportamento social;
(2) Se pressupusermos que o comportamento uma segunda, à felicidade; e uma terceira área
humano é motivado, principalmente, pelo envolvida na tomada de decisões.
interesse pessoal, parece ilógico sacrificar (13) A equipe descobriu que o grupo que se
voluntariamente os recursos pelos outros. comprometeu a doar o dinheiro relatou estar mais
(3) Na tentativa de resolver esse paradoxo, feliz do que os que iam gastar a quantia com eles
alguns especialistas formularam a teoria de que próprios.
doar ou presentear satisfaz o desejo de elevar a (14) As descobertas têm implicações para a
posição do indivíduo em um grupo. educação, política, economia e saúde pública,
(4) Outros sugeriram que o ato promove a segundo os pesquisadores.
cooperação tribal e a coesão – um elemento- (15) “A generosidade e a felicidade melhoram
-chave na sobrevivência dos mamíferos. Outra o bem-estar individual e podem facilitar o sucesso
explicação é que doamos apenas porque social”, escreveram.
esperamos receber algo em troca.
Jornal do Commércio. Disponível em:http://jconline.ne10.
(5) Um estudo publicado recentemente sugere
uol.com.br/canal/mundo/internacional/noticia/2017/07/12/
que a resposta pode ser muito mais simples: doar estudo-revela-que-praticar-atos-de-generosidade-traz-
nos deixa felizes. Os cientistas realizaram um felicidade-294878.php. Acesso: 08 out. 2017(adaptado).
experimento em um laboratório em Zurique com

2
04. Assinale a alternativa que apresenta características Estão CORRETAS, apenas, as proposições
correspondentes ao texto no que diz respeito ao seu
a) I, II e III.
gênero e tipologia textual predominante.
b) II, III e V.
a) Na intenção de persuadir os leitores a praticarem
atos de generosidade, percebe-se a predominân- c) III, IV e V.
cia do tipo textual injuntivo. d) I, II e IV.
b) Por se tratar de uma reportagem e trazer explica- e) I, IV e V.
ções acerca de recentes descobertas científicas,
apresenta sequências tipológicas predominante- 06. Em relação à pontuação utilizada no texto, analise
mente explicativas com trechos descritivos. as proposições a seguir e assinale a alternativa cor-
reta.
c) Na intenção de persuadir os possíveis leitores a
I. No trecho: “a coesão – um elemento-chave na
concordarem com a realização dos experimentos
sobrevivência dos mamíferos [...]” (4º parágra-
científicos mencionados, possui tipologia predo-
fo), o travessão foi utilizado para destacar uma
minantemente dissertativo-argumentativa.
expressão explicativa.
d) Por se tratar de um artigo de divulgação científica II. Em: “a resposta pode ser muito mais simples:
e explicar como se deu a realização dos experi- doar nos deixa felizes [...]” (5º parágrafo), os
mentos, a tipologia predominante é a explicativa, dois-pontos introduzem a fala de um dos cien-
embora haja sequências narrativas em sua com- tistas envolvidos na pesquisa, o qual expõe o
posição. principal resultado do estudo.
e) Por se tratar de uma notícia e ser de cunho in- III. Em: “Nosso estudo fornece evidências compor-
formativo, observam-se sequências narrativas e tamentais e neurais que apoiam a ligação entre
descritivas em sua composição. generosidade e felicidade [...]” (8º parágrafo),
as aspas indicam o início e o fim de uma cita-
05. Analise as proposições a seguir, acerca da sintaxe ção textual.
de concordância em alguns trechos do texto lido e IV. No trecho: “três áreas do cérebro – uma ligada
assinale a alternativa correta. ao altruísmo [...]; uma segunda, à felicidade; e
I. Em: “Nosso estudo fornece evidências compor- uma terceira [...]” (12º parágrafo), o travessão
tamentais e neurais que apoiam a ligação [...]” poderia ser substituído por dois-pontos, uma
(8º parágrafo), o termo em destaque deveria vez que anuncia uma enumeração.
ter sido grafado no singular, concordando com V. Em: “uma ligada ao altruísmo e ao comporta-
“nosso estudo”. mento social; uma segunda, à felicidade; e uma
II. No trecho: “cada um deles teria à disposição terceira área [...]”, (12º parágrafo), o ponto e vír-
[...]” (9º parágrafo), se pluralizássemos o termo gula foi utilizado pois a oração já é marcada in-
destacado, a correção gramatical seria prejudi- ternamente com vírgulas e os termos entre pon-
cada. to e vírgula possuem mesma função sintática.
III. Em: “Metade dos participantes foram convi-
Estão CORRETAS, apenas, as proposições
dados [...]” (10º parágrafo), o termo destacado
tanto pode concordar com “participantes” quan- a) II, III e V.
to com “metade”, o que faculta sua pluralização. b) I, II, III e IV.
IV. No trecho: “foram convidados a se compro-
c) I, II, IV e V.
meter [...]” (10º parágrafo), a concordância está
inadequada visto que ambas as formas verbais d) I, III, IV e V.
deveriam estar com a mesma flexão de núme- e) I, IV e V.
ro.
V. Em: “o resto poderia planejar como gastaria
[...]” (10º parágrafo), a concordância está ade-
quada, uma vez que o termo em destaque con-
corda com “o resto”.

3
Texto para as questões 07 e 08.
O vendedor de amendoim
1Quase todo mundo já teve oportunidade de observar o vendedor de amendoins na 2praia: ele passa gritando
e dando uma amostra de seu produto para os banhistas; caminha 3alguns metros repetindo esse gesto para
depois voltar.
4Enquanto ele vai, os veranistas comem o amendoim recebido – até porque é de 5graça! – e quando ele

volta quem gostou tem a oportunidade de comprar um pacotinho, 6momento em que o vendedor concretiza seu
negócio.
7E o que significa o caso desse simples vendedor de praia?
8Ele representa o melhor exemplo de como o empresário deve tratar o consumidor.
9Vejamos por que: em primeiro lugar o vendedor faz uma propaganda honesta, 10oferecendo de graça seu

produto para que o consumidor experimente; depois ele somente 11vende para o consumidor que de fato quer
comprar, uma vez que o produto foi previamente 12examinado, testado e aprovado.
13Quanto ao consumidor que experimentou, mas não comprou, ainda assim o negócio 14foi bem-feito.
15O custo do amendoim oferecido gratuitamente faz parte do custo total do negócio, 16______ funciona como

investimento, pois, _______ não comprar, o consumidor fica com a 17lembrança da boa imagem que o vendedor
construiu, respeitando inclusive seu desinteresse 18em adquirir o produto. E _______ esse consumidor torna-se
um cliente em potencial, podendo 19adquirir o produto em outra oportunidade.
20É esse o recado [___] o fornecedor tem como alvo final de seu negócio o consumidor, 21devendo respeitar

seus reais desejos e necessidades, estando pronto para atendê-lo quando 22a oportunidade surge.
23A oferta dos produtos e serviços deve ser honesta e a expectativa de lucro não pode 24ter um caráter

imediatista. O lucro é decorrência do bom relacionamento com o consumidor. É 25bom lembrar: um consumidor
satisfeito é um cliente fiel.
NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Compre bem: manual de
compras e garantias do consumidor. São Paulo: Saraiva, 1997.

07. “Enquanto ele vai, os veranistas comem o amendoim recebido – até porque é de graça! – e quando
ele volta quem gostou tem a oportunidade de comprar um pacotinho, momento em que o vendedor
concretiza seu negócio” (linhas 4 a 6), o segmento entre travessões expressa um (uma)
a) consideração do autor do texto sobre a falta de educação do consumidor.
b) alerta para os desavisados sobre as estratégias de negócio usadas pelos vendedores.
c) argumento de que as pessoas só compram qualquer produto se puderem experimentá-lo.
d) justificativa para a atitude do consumidor diante da oferta do produto.
e) apelo para que o consumidor aceite e coma o amendoim.

08. Assinale a alternativa que preencha corretamente – com as necessárias adaptações – os espaços em branco
no interior do texto.
a) Embora – ainda que – no entanto – [ – ]
b) Todavia – embora – assim – [ , ]
c) Não obstante – contudo – portanto – [ : ]
d) Conquanto – porém – por conseguinte – [ – ]
e) No entanto – mesmo que – por isso – [ : ]

4
Texto para as questões 09 e 10.
Descoberto um planeta que não deveria existir
Há alguns anos, o instrumento Carmenes, montado no telescópio de Calar Alto, na província de Almería
(sul da Espanha), cartografa as estrelas mais próximas da Terra. Trata-se de estrelas anãs vermelhas mais
tênues e menores que o Sol. Em algumas delas, foram descobertos planetas rochosos onde pode haver água
líquida e, portanto, vida. A necessidade de incluir mais estrelas pequenas no mapa levou os responsáveis pelo
instrumento a olhar para a GJ 3512, inicialmente descartada por ser muito fraca.
Neste astro, a 30 anos-luz, os astrônomos descobriram um planeta gigante com uma massa equivalente à
metade de Júpiter, 150 vezes a da Terra. Seu interesse não está em seu potencial habitável, pois se trata de
uma hostil esfera de gases a mais de 120 graus abaixo de zero, devido ao escasso calor fornecido pela sua
estrela. O surpreendente é que, segundo as teorias de formação planetária, esse planeta não deveria estar lá.
Até agora, pensava-se que os gigantes gasosos se formam quando fragmentos rochosos vão se juntando
no disco protoplanetário ao redor de uma estrela, até formarem esferas com uma massa equivalente a várias
vezes a da Terra. Esses núcleos servem de semente para o hidrogênio e o hélio, que começam a envolvê-la
até formar descomunais colossos gasosos. Mas a estrela GJ 3512 tem um diâmetro equivalente a apenas uma
sétima parte do Sol, muito pouco para acumular suficiente material rochoso. Segundo os modelos atuais de
formação planetária, “nunca” poderia existir um mundo como este, relatam os autores da descoberta, publicada
nesta quinta-feira na revista Science.
“É a primeira vez que se encontra um planeta desse tipo em uma estrela assim”, ressalta Ignasi Ribas,
astrônomo do Instituto de Ciências do Espaço, em Barcelona, e coautor do estudo, assinado por um exército
de mais de 180 astrônomos de 12 países. Pela forma da órbita do planeta, muito elíptica, os pesquisadores
acreditam que haja outros dois gigantes gasosos que ainda não puderam detectar, mas que influenciam sua
trajetória. “Um deles ficou à deriva pouco depois de sua formação, há bilhões de anos, e agora é um planeta
solitário que viaja pelo espaço interestelar”, explica Ribas.
Esse estudo é a vanguarda de uma nova era, diz um astrônomo. [...]
<https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/25/ciencia/1569433385_092864.html>
Acesso em: 17.10.2019. Adaptado.

09. Leia os itens a seguir e em seguida assinale a alternativa correta.


I. Em “Trata-se de estrelas anãs vermelhas”, a expressão destacada pode ser substituída, sem prejuízo for-
mal, por “Correspondem a estrelas anãs vermelhas”.
II. Em “(...) foram descobertos planetas rochosos onde pode haver”, a expressão destacada pode ser correta-
mente substituída, sem prejuízo formal ou semântico, por “em que”, “nos quais”.
III. Em “(...) pois se trata de uma hostil esfera de gases a mais de 120 graus abaixo de zero”, a expressão des-
tacada pode ser corretamente substituída, sem prejuízo formal, por “há”.
IV. Em “(...) acreditam que haja outros dois gases”, a expressão destacada pode ser corretamente substituída,
sem prejuízo formal ou semântico, por “existam”.
São corretos
a) Todos os itens.
b) Apenas os itens I, II e III.
c) Apenas os itens I, II, e IV.
d) Apenas os itens II, III e IV.
e) Apenas I, III e IV.

5
10. Releia os períodos.
I.  Trata-se de estrelas anãs vermelhas mais tênues e menores que o Sol.
II.  Esses núcleos servem de semente para o hidrogênio e o hélio, que começam a envolvê-la até formar des-
comunais colossos gasosos.
III.  Esse estudo é a vanguarda de uma nova era, diz um astrônomo.
Escolha a alternativa em que haja substituição coerente para as palavras sublinhadas.
a) mais fortes, surpreendentes, despertar.
b) menos perceptíveis, gigantes, início.
c) mais rápidas, surpreendentes, descoberta.
d) mais fortes, gigantes, começo.
e) menos perceptíveis, rochas, finalização.

Texto para as questões 11 e 12


D. Mariana Vaz está no derradeiro mês do primeiro ano de viúva. São 15 de dezembro de 1880, e o marido
faleceu no dia 2 de janeiro, de madrugada, depois de uma bela festa do ano-bom, em que tudo dançou na
fazenda, até os escravos. Não me peçam grandes notícias do finado Vaz; ou, se insistem por elas, ponham os
olhos na viúva. A tristeza do primeiro dia é a de hoje. O luto é o mesmo. Nunca mais a alegria sorriu sequer na
casa que vira a felicidade e a desgraça de D. Mariana.
Vinte e cinco anos, realmente, e vinte e cinco anos bonitos, não deviam andar de preto, mas cor-de-rosa
ou azul, verde ou granada. Preto é que não. E, todavia, é a cor dos vestidos da jovem Mariana, uma cor tão
pouco ajustada aos olhos dela, não porque estes também não sejam pretos, mas por serem moralmente azuis.
Não sei se me fiz entender. Olhos lindos, rasgados, eloquentes; mas, por agora quietos e mudos. Não menos
eloquente, e não menos calado é o rosto da pessoa.
Está a findar o ano da viuvez. Poucos dias faltam. Mais de um cavalheiro pretende a mão dela. Recentemente,
chegou formado o filho de um fazendeiro importante da localidade; e é crença geral que ele restituirá ao mundo
a bela viúva. O juiz municipal, que reúne à mocidade a viuvez, propõe-se a uma troca de consolações. Há um
médico e um tenente-coronel indigitados como possíveis candidatos. Tudo vão trabalho! D. Mariana deixa-os
andar, e continua fiel à memória do morto. Nenhum deles possui a força capaz de o fazer esquecer; – não,
esquecer seria impossível; ponhamos substituir.
Machado de Assis

11. Assinale a alternativa correta.


a) Logo no início do texto há uma passagem com linguagem francamente informal: “em que tudo dançou na
fazenda, até os escravos. ”
b) Subentende-se que a personagem Mariana tinha olhos azuis.
c) O trecho faz menção à existência de um jovem juiz viúvo como pretendente da viúva Mariana.
d) Ao final do texto, a vírgula após a palavra “não ” poderia ser suprimida sem prejuízo sintático ou mudança de
sentido ao enunciado.
e) Em “o fazer esquecer”, o pronome destacado se refere à memória do morto.

12. O texto utiliza palavras que expressam ideias opostas, aproximando-as, em:
a) “A tristeza do primeiro dia é a de hoje. O luto é o mesmo.” (1º parágrafo)
b) “Nenhum deles possui a força capaz de o fazer esquecer; – não, esquecer seria impossível; ponhamos subs-
tituir.” (3º parágrafo)
c) “Não menos eloquente, e não menos calado é o rosto da pessoa.” (2º parágrafo)
d) “Tudo vão trabalho! D. Mariana deixa-os andar, e continua fiel à memória do morto.” (3º parágrafo)
e) “Vinte e cinco anos, realmente, e vinte e cinco anos bonitos, não deviam andar de preto.” (2º parágrafo)

6
Texto para a questão 13.

E eles viveram felizes para sempre


E eles viveram felizes para sempre. Seja lá quando isso for. Assim acaba essa história. Porque, tudo o que
começa, acaba. Murilo teve sua primeira visão quando nasceu: vislumbrou sua morte, de infarto, debruçado
numa janela. Abriu o berreiro. E nunca se esqueceu dessa visão, estranhamente.
Mais tarde, na infância, os filmes o entediavam: nos créditos iniciais já sabia que o casal viveria feliz para
sempre. Os filmes de comédia não tinham mais graça e os de suspense não davam susto. Desistiu de assistir
“Lost” no primeiro capítulo.
Tornou-se um sujeito tímido, introvertido. Bastava que fizesse um novo amigo para que antevisse o momen-
to em que eles romperiam ou a morte de um dos dois. Beber era difícil. No primeiro gole, visualizava a ressaca.
Um dia, apaixonou-se à primeira vista. Foi travar uma conversa. Imediatamente a viu horrenda, assinando
os papéis do divórcio. E isso aconteceu repetidas vezes: viu uma dando um tiro no peito, outra comprando
passagens de ônibus só de ida para Friburgo. Murilo foi, pouco a pouco, se afastando da companhia das pes-
soas, para não ter que começar nada que tivesse que acabar. E viveu um tempo longo em que nada começou.
Até que a visão de sua morte, tão jovem, começou a assombrá-lo. Podia acontecer a qualquer momento.
Murilo se olhou no espelho e viu que ele estava se transformando no homem da sua visão: tinha engordado
um pouco. Perdera cabelo.
Não demorou muito para que ele percebesse que era melhor viver as coisas sabendo do final delas do que
não viver nada. E redescobriu o prazer de viver o miolo das coisas. Passou a tentar adivinhar como é que as
coisas chegariam a ser o que ele já sabia que elas se tornariam. Percebeu o quão pouco importam o começo
e o final: o barato está, pensou ele, em como é que uma coisa vai dar na outra. Fez novos amigos, conheceu
mulheres e se apaixonou algumas vezes. E a história poderia acabar aqui, com nosso protagonista aprenden-
do a viver um dia de cada vez, encarando com tranquilidade a finitude das coisas. Mas não foi bem assim,
como sabemos.
Certo dia, numa praça, viu uma mulher linda e resolveu puxar conversa. E disse “Opa”, como quem diz “Oi”.
E parou por aí, espantado. Porque não viu final nenhum. Ficou aflito. “Que é que houve?”, disse ela. “Não tem
final”, disse ele. “O quê?”, disse ela. “Nossa história”, disse ele. “Não tem final.” “Mas precisa ter?”, disse ela.
“Não, não precisa”, disse ele. “Não precisa.”
E eles viveram felizes para sempre. Seja lá quando isso for.
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2013/10/1363203-e-eles-viveramfelizes- para-sempre.shtml>
Acesso em: 17.10.2019. Adaptado.

13. Os afixos, somados aos radicais, formam novas palavras. Na terceira linha do texto, há a presença da palavra
“berreiro”, construída a partir do radical berr – mais sufixo – eiro.
Sobre o uso desse sufixo na palavra berreiro, é possível afirmar que ele
a) inclui a noção de coletivo.
b) acrescenta a ideia de profissão.
c) adiciona o sentido de intensidade.
d) incorpora uma acepção pejorativa.
e) agrega o significado do resultado de uma ação.

7
14. Assinale o único período em que a pontuação está correta:
a) “Viva o povo brasileiro”, publicado em 1984, é um romance ambicioso. Em suas quase setecentas páginas,
três séculos de história do “povo brasileiro” são representados ficcionalmente.
b) João Ubaldo, é consagrado na Avenida Marquês do Sapucaí: seu livro “Viva o povo brasileiro” é escolhido,
como samba-enredo da escola Império da Tijuca para o carnaval, do ano de 1987.”
c) “A mentira, ardilosa não consegue perpetuar a vitória se outra mentira ainda, mais ardilosa, a ela de super-
põe.”
d) Amleto Ferreira guarda-livros do barão, também ascende ao grupo dos vencedores. Combinam-se nele duas
“qualidades”; a ambição, e a “generosidade” com os que foram vítimas da má sorte.
e) “A verdade que se deixa confundir com a mentira – a dos vencidos, constrói-se descompromissada com o
documentalismo, avessa a certidões, e é transmitida oralmente; sempre de modo precário e restritivo.”

15. Assinale a alternativa em que o pronome relativo foi utilizado de maneira incorreta.
a) Era eu o a quem vinham referindo-se como mau gestor da coisa pública.
b) Há sociedades de cujos ditames morais pouco tem ciência o mundo contemporâneo.
c) É nos fatos sociais, onde está a fonte do Direito, que se buscam os preceitos legais.
d) Nada quanto se diga aqui poderá contribuir para a construção de uma nova ordem social.
e) As assembleias de parlamentares, às quais presidi em meu mandato, sempre foram frutíferas.

GABARITO
01. e 07. d 13. c
02. d 08. e 14. a
03. a 09. c 15. c
04. e 10. b
05. b 11. c
06. d 12. c

Você também pode gostar