Você está na página 1de 22

Metodologia

do Ensino de Matemática:
Números e Operações
Material Teórico
A origem dos números e operações

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Edvonete Souza de Alencar

Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
A origem dos números e operações

• A origem do número
• Senso Numérico e número natural
• Sistemas de Numeração
• As operações na História

·· Compreender a construção dos números e operações como uma produção sócio-


histórico-cultural; e
·· Perceber as regularidades e divergências do desenvolvimento histórico entre as
civilizações na origem do número e das operações.

Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as
atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.

5
Unidade: A origem dos números e operações

Contextualização

Você já deve ter ouvido falar que nossos antepassados utilizavam diversos recursos para
quantificar os objetos. Alguns faziam uso de escritas pictóricas, marcações em ossos, utilização
do próprio corpo para fazer medições de terras e tantas outras maneiras.
Apresentaremos o texto de Lima (1990) como um dos muitos exemplos históricos que
pode ser relacionado aqui com a história dos números e operações, mostrando-nos como os
números estão presentes em situações do cotidiano e são importantes para a resolução de
situações-problema, bem como os aspectos históricos podem auxiliar no ensino dos números
e operações.
Produção ver a possibilidade de colocar texto na íntegra em destaque que foi retirado do
capitulo Iniciação ao conceito de fração e o desenvolvimento de conservação de quantidade
do livro Aprender pensando de Carraher (1990).

Números fracionários e medição de terras


A história refere-se a antigas civilizações que necessitaram da expressão numérica
da medição das terras que margeavam os rios que eram fundamentais para a
sobrevivência desses povos. As terras eram propriedades do Estado que as
arrendava, sob contrato, as famílias, observando que o tamanho da área a explorar
era proporcional a força de trabalho do grupo familiar. Em razão da diversidade das
áreas, o Estado viu-se na contingência de criar sistemas rigorosos de fiscalização
que assegurassem o cumprimento das leis referentes à produção e minimizassem
as possibilidades de os interesses do Estado serem lesados.
A medida e sua expressão numérica foram, portanto, uma resposta às relações
do indivíduo com o estado que cobrava imposto com base na propriedade da
terra. As exigências de medição impuseram a criação de padrões de medidas ou
unidades. Essa unidade, por outro lado, levantaram o fato de que é raro
a unidade ( ou padrão) caber um número inteiro de vezes na grandeza
a medir. O mais frequente é aplicar-se a unidade sobre a grandeza a ser medida
e somar uma parte inferior à unidade considerada.
Os medidores de então reconheceram que o instrumento numérico conhecido –
números inteiros- era insuficiente para exprimir bem as medidas, isto é, o mais
aproximado possível do real. Para obter uma maior aproximação da medida real
da grandeza ( comprimento área e etc. ) foi forçoso subdividir a unidade num certo
número de partes iguais. Têm-se aí as frações da unidade.
Era preciso criar um novo instrumento numérico que pudesse exprimir sempre a
medida da grandeza por um número. Para superar a impossibilidade dos números
inteiros ante a medida, cria-se um novo instrumento numérico: os números
fracionários. Agora, é possível medir sempre uma grandeza, tomando a unidade e
as frações dessa unidade. Como se vê, existe uma relação entre o modo de tratar
fração hoje com a própria história da utilização da fração. Daí ao fato de o estudo
de frações estar sempre ligado à área de figuras geométricas. ( LIMA , 1990, p82)

6
Diante das reflexões viabilizadas por esse texto, podemos observar como a construção do
número foi necessária para o desenvolvimento da humanidade.
Além disso, esse texto nos possibilita buscarmos investigações e curiosidades históricas
que fazem termos mais interesse e compreensão pela disciplina de Matemática. Entre as
curiosidades podemos destacar:

Você sabia que na civilização antiga, antes da existência


das medidas convencionais, as medidas do rei eram
Você sabia? utilizadas como padrão para a época.

Isto posto, esta unidade nos mostra a importância de sabermos como os números e as
operações foram surgindo na história para que possamos pensar o quanto esses aspectos são
importantes para nossas vidas.

7
Unidade: A origem dos números e operações

A origem do número

Os números e as operações surgiram com a necessidade de contagem e de medição.


Acredita-se, desse modo, que a ideia do número já existe desde os tempos pré- históricos.
Historicamente, comprova-se tal afirmação devido à descoberta de desenhos existentes nas
cavernas, assim como marcações em ossos encontrados que indicavam o registro do número.
Figura de desenhos de cavernas

Figura de marcações nos ossos

8
Algumas marcações de fósseis encontradas na história foram: o Osso Ishango do ano
18000 a 20000 a.C encontrado na África e está em exposição em Bruxelas Bélgica , no
Real Instituto Belga de Ciências Naturais. Esse fóssil é importante, pois contém possíveis
marcações que, segundo cientistas, vão além da contagem. Há também o osso de Lebombo
que foi encontrado na Tchecoslováquia e possui, segundo estudiosos, cerca de 35 mil anos.
A evolução desses registros se deu com o passar dos anos, tal fato ocorreu para se ter
melhores registros dos números e das operações realizadas no dia a dia. Essa evolução fez com
que surgissem os sistemas de numeração e cada civilização construiu a sua com um conjunto
de regras específicas.

Como posso utilizar a história dos números e operações em sala


de aula? Que importância os aspectos históricos possuem para
o desenvolvimento e a formação de aprendizagens dos alunos?
Para pensar Coloque suas reflexões no fórum de discussão.

Mendes (2009) relata que os aspectos históricos podem ser instrumentos de ensino que
estimulem a investigação em sala de aula, dando maior significado ao conteúdo matemático
para o aluno. Com isso, o conhecimento histórico, relacionado aos conteúdos matemáticos,
possibilita que o aluno possa ser o protagonista de sua aprendizagem, pois esta permite a
reflexão sobre o passado e o presente.
Alguns outros aspectos merecem ser discutidos para evidenciar a importância de se conhecer
seu surgimento. Uma das indagações que será foco de nossa próxima seção é “ Quem surgiu
primeiro o registro pictórico e nos ossos ou o senso numérico ?”

9
Unidade: A origem dos números e operações

Senso Numérico e Número Natural

Apesar dos exemplos de registros citados acima, acredita-se que:


• O senso numérico tenha surgido antes mesmo das descobertas dos registros ósseos e
de cavernas.
• Os primeiros indícios de senso numérico foram a comparação de quantidade entre
objetos, podendo identificar quais dos conjuntos teria maior quantidade.
Em animais, também é possível observar o senso numérico, no qual se percebe a conservação
dos objetos que possuem quantidade de até quatro elementos.

Saiba Mais
Ifrah a esse respeito cita um exemplo muito interessante quando nos relata que o
Castelão, ao ver um ninho de corvo na torre, resolveu caçá-lo. O castelão tentava caçar
o corvo todos os dias, mas nunca conseguia caçá-lo e tinha suas tentativas frustradas.
Com isso, o Castelão pensou em uma estratégia: levar com ele mais dois
companheiros à torre, para que ao tentar caçar o corvo e ele viesse a fugir, o
homem ficaria escondido para tentar pegar o pássaro, mas o corvo se escondeu
até que o homem desistisse e fosse embora.
Assim, o Castelão foi aumentando a quantidade de homens e o mesmo aconteceu.
Até que, quando o Castelão colocou cinco pessoas, o corvo foi pego, pois não
conseguiu distinguir a presença, utilizando-se desta quantidade.

Nesse exemplo citado por Ifrah (1997), percebe-se que o senso numérico animal faz a
comparação entre quantidades. Com isso, os animais assim como os seres humanos primitivos,
eram capazes de identificar pequenas quantidades.
Com a ampliação das quantidades, o surgimento do comércio e da agricultura ocasionou a
necessidade da ampliação das quantidades. Em algumas atividades diárias, tais como saber a
quantidade do rebanho, de guerreiros de diferentes tribos era necessário mais do que possuir
o senso numérico era preciso saber contar. A contagem surge na história quando a sociedade
começa a ter propriedade privada e, portanto, os donos precisavam cuidar de seus bens.
Inicialmente, ocorreu a enumeração que é a comparação entre elementos de conjuntos
distintos. Com isso, vê-se que não há ainda contagem abstrata, em que aparece o número.
Nessa situação, a comparação é feita por correspondência de um elemento para um elemento.
Figura de correspondência um a um ou biunívoca

10
A figura nos mostra que a comparação entre objetos de um – a um, também, é chamada de
correspondência biunívoca.

Biunívoca é relação entre cada elemento de um conjunto com apenas


um elemento do outro conjunto.
Glossário

Assim, percebe-se que o que estabelece a comparação não são os objetos, mas a quantidade
deles que está em jogo. Com isso, em um primeiro momento, o homem não se dá conta desse
processo de correspondência e de sua relação numérica. No entanto, posteriormente, criou-se
a necessidade para representar as quantidades.

Saiba Mais
Ifrah (1997) nos relata que, no século XIX, em aldeias da Nova Guiné, realizavam
a contagem iniciando no dedo mínimo da mão direita, depois os outros dedos
dessa mão, depois o pulso, cotovelo, ombro, orelha e olho do lado direito.
Após, passa-se para o olho esquerdo e inicia-se voltando a contagem, orelha,
ombro, cotovelo, pulso e dedos da mão. Essa tribo correspondia os objetos a
cada parte do corpo.

Muitas civilizações utilizavam partes do corpo para fazer contagem. Por isso, acredita-se
que as contagens se deram com a ajuda das mãos e sua representação, inicialmente, deu-se
para indicar o número 5 com o desenho de uma mão e o número 10 com o desenho de duas
mãos. E a sequência de 15,20, 25 e as demais foram representadas com a junção de mãos.
Cabe observar que apresentamos aqui dois conceitos importantes: enumeração e
numeração. No primeiro, há uma contagem concreta e no segundo, há uma sequência que
é seguida oralmente.

Enumeração: ato de enumerar . Relacionar. (Rocha, 2005, p 280)


Numeração: parte da aritmética que trata dos números. Ato de numerar.
Glossário Sequência numérica. (Rocha , 2005, p.496)

Podemos concluir, assim, que o conceito de numero natural é formado por dois aspectos
do número: a cardinalidade e a ordinalidade. Os números cardinais indicam o número em si,
o valor absoluto e os números ordinais indicam ordem.

Para pensar
Qual proposta de atividade posso desenvolver com meus alunos para que eles,
em um primeiro momento, realizem contagens ou operações, utilizando meios
não convencionais e, posteriormente, identifiquem a importância de se utilizar a
convenção numérica estabelecida pela sociedade?
Para isso, proponho a leitura do livro Matemática e Investigação em sala de aula de
Mendes (2009) na seção O modelo adotado para as atividades históricas nas p. 96-98.

11
Unidade: A origem dos números e operações

Sistemas de Numeração

Várias civilizações desenvolveram sistemas de numeração para a representação da variação


de quantidades. Sabemos que um dos primeiros registros para se representar a quantidade foi
realizado em caverna e ossos e infere-se que sua origem é de 40 mil anos atrás.
Posteriormente, surgiu o agrupamento, consequentemente, o uso do corpo e das mãos
para realizar comparações entre as quantidades dos conjuntos.
Salienta-se que havia outras civilizações que faziam identificação dos números com a
utilização de palavras.

Saiba Mais
Alguns dos sistemas de numeração são anteriores ao sistema de escrita. O artigo,
disponível no link abaixo, apresenta as civilizações e seus sistemas de numeração.
http://goo.gl/KMbvlO

Apresentaremos, a seguir, alguns dos sistemas de numeração desenvolvidos por essas


civilizações: o binário, o egípcio, o mesopotâmico, o maia, o romano e o indo-arábico.
O Sistema de Numeração Binário antecipou as contagens decimais. No entanto, para
a representação de grandes quantidades, esse sistema de numeração, torna-se limitado.
Além disso, percebe-se a importância desse sistema para a tecnologia, principalmente nos
computadores que utilizam de tal recurso, pois seu funcionamento é feito por transitores
fechados e abertos e tantos outros.
Outro exemplo que podemos citar é o sistema de numeração binário utilizado pelos índios
da tribo Arara, que se dirigem à quantidade de 1 a 8, utilizando-se de quantidades um e dois.
Para o número 1 – anane, número 2- adak, número 3- adak anane, número 4 – adak adak,
número 5 – adak adak anane, número 6 – adak adak adak, número 7 – adak adak adak anane,
número 8 – adak adak adak adak.
O Sistema de numeração egípcio possui mais facilidade em lidar com números maiores.
Os egípcios possuíam excelente habilidade para medir e contar, podemos comprovar isso
com a construção das pirâmides. Nesse sistema de numeração, os números de 1 a 9 são
representados por bastões. Já para representar o 10, desenhavam um calcanhar invertido.
A seguir, apresentamos uma figura com os símbolos utilizados pelos egípcios que por meio
de adições realizavam os registros numéricos ate 99. Para o 100, o símbolo utilizado era uma
cobra enrolada e a flor representava o 1000. Havia ainda mais símbolos como o em formato
de dedo, de peixe e de figura humana para quantidades maiores.

12
O sistema de numeração mesopotâmico possui a escrita cuneiforme que continha cunhas
para fazer as marcas nas placas de argila. Com essas marcas, estes escreviam os números
de 0 a 10 e com escritas sucessivas faziam os números de 1 a 59. Assim, esse sistema era
sexagesimal e encontramos ainda sinais desse sistema de numeração em nosso dia a dia, na
contagem do tempo e na medição de circunferência. Após, apresentamos uma tabela com o
sistema de numeração egípcia.

O sistema de numeração da civilização maia construiu um sistema vigesimal, utilizando


pontos e barras. Seus símbolos iam até 19 e para a construção de números maiores, havia
uma escrita vertical. Após, apresentamos os números maias.

13
Unidade: A origem dos números e operações

Para a escrita de números maiores, apresentamos os exemplos na figura a seguir:

O Sistema de Numeração Romano, por ser ensinado nas escolas, é um dos mais populares.
Esse sistema utiliza letras latinas com combinação das mesmas para a representação dos
números. Salientamos que os números romanos representavam normalmente resultados finais
de contagens. A seguir, apresentamos os números romanos.

Números Romanos
I 1 XXI 21 XLI 41 LXI 61 LXXXI 81
II 2 XXII 22 XLII 42 LXII 62 LXXXII 82
III 3 XXIII 23 XLIII 43 LXIII 63 LXXXIII 83
IV 4 XXIV 24 XLIV 44 LXIV 64 LXXXIV 84
V 5 XXV 25 XLV 45 LXV 65 LXXXV 85
VI 6 XXVI 26 XLVI 46 LXVI 66 LXXXVI 86
VII 7 XXVII 27 XLVII 47 LXVII 67 LXXXVII 87
VIII 8 XXVIII 28 XLVIII 48 LXVIII 68 LXXXIII 88
IX 9 XXIX 29 XLIX 49 LXIX 69 LXXXIX 89
X 10 XXX 30 L 50 LXX 70 XC 90
XI 11 XXXI 31 LI 51 LXXI 71 XCI 91
XII 12 XXXII 32 LII 52 LXXII 72 XCII 92
XIII 13 XXXIII 33 LIII 53 LXXIII 73 XCIII 93
XIV 14 XXXIV 34 LIV 54 LXXIV 74 XCIV 94
XV 15 XXXV 35 LV 55 LXXV 75 XCV 95
XVI 16 XXXVI 36 LVI 56 LXXVI 76 XCVI 96
XVII 17 XXXVII 37 LVII 57 LXXII 77 XCVII 97
XVIII 18 XXXVIII 38 LVIII 58 LXXIII 78 XCVIII 98
XIX 19 XXXIV 39 LIX 59 LXXIX 79 XCIX 99
XX 20 XL 40 LX 60 LXXX 80 C 100
D 500
M 1000

O sistema indo-arábico tornou-se o sucessor dos sistemas citados anteriormente, pois possibilita
maior habilidade para registro e na resolução das operações. Sua origem se deu pelos Indus e
posteriormente foram trazidos para o Ocidente, onde houve a expansão de sua utilização. Por
possuir a base decimal, apresentam as demais civilizações os números: 1,2,3,4,5,6,7,8,9 e 0.
Como homenagem, a Al-khwarizmi chamou-se esses símbolos de algarismos. Esse sistema de
numeração não necessita de repetições ou a utilização de adições como nos sistemas anteriores,
pois há um símbolo diferente para cada representação do número.

14
Saiba Mais
O procedimento de contagem indiano funcionava de modo curioso. Os Indus
faziam um buraco no chão e colocavam gravetos um a um que representassem
a quantidade. No entanto, quando esse buraco atingia a quantidade de 10,
fazia-se outro buraco ao lado do primeiro e colocavam somente um graveto que
simbolizava o dez.

Apresentamos, assim, a tabela com os símbolos com os números indo-arábicos.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
91 92 93 94 95 96 97 98 99 100

Com isso, percebe-se que o sistema de numeração indo-arábico possui sistema posicional,
ou seja, o valor numérico depende da posição que o número ocupa.

Percebe-se ainda que o zero, em algumas das civilizações,


não aparece, como no caso da numeração egípcia e
romana. Em outras, como na mesopotâmica, é utilizado
Você sabia? como possibilidade de posições intermediárias.

Diante das apresentações dos diversos sistemas de numeração, podemos pensar em maneiras
de como apresentá-las aos alunos. Entre as mais utilizadas, podemos citar: a apresentação
de curtas-metragens aos alunos, contendo essas histórias e suas numerações, a leitura de
pequenos textos, jogos contendo os diferentes sistemas de numeração, além de rodas de
conversa, nas quais os alunos podem observar no ambiente, em jornais e revistas, onde há
números diferentes do que utilizamos e por que estes aparecem, ou mesmo demonstração de
cartazes para comparação dos diferentes sistemas de numeração.
Vemos, assim, que além da importância de conhecermos a história de como houve o
surgimento dos números, é importante verificar como as operações foram sendo construídas.

15
Unidade: A origem dos números e operações

As operações na História

Observamos que as operações sempre estiveram presentes implicitamente nas construções


dos sistemas de numerações decimais das civilizações. Em alguns casos, percebemos mais
diretamente a presença das operações na participação da configuração do registro numérico.
No Egito, a operação mais utilizada era a adição e as operações de divisão e multiplicação
eram realizadas pela realização de duplicações. Assim, podemos citar o exemplo de uma
multiplicação de 23 X 12. Inicialmente, adiciona 23 a ele mesmo, que dá como resultado 46.
Após, adiciona 46 a ele mesmo, que dá como resultado 92 e adiciona novamente o resultado
por ele mesmo, que dá como resultado 184. Para se obter o resultado, soma-se os dois últimos
resultados : 184 + 92 = 276.
Há ainda outro método criando pelos Indus e divulgado pelos árabes: o gelosia.

Nesse método, multiplica-se cada algarismo e coloca-se cada resultado em cada parte. Após
calcular todos, adicionam-se os algarismos, seguindo a flecha transversal. Assim, no exemplo
dado: 123 X 12 = 1476.
Percebe-se que as operações em algumas civilizações foram mais exploradas e utilizavam
métodos diversificados aos da atualidade.

Saiba Mais
No final da Idade Média, havia dois tipos de matemáticos:
• Os religiosos que estudavam e se formavam em colégios de padres; e
• Os das universidades que futuramente iriam lidar com o comércio e
negócios das cidades.

A história dos números é muito interessante e nos mostra a sua importância para a
disciplina de Matemática, pois demonstra o percurso de desenvolvimento do conhecimento e
proporciona maior compreensão sobre a mesma.

Ouça o áudio de Ireneu Bicudo na Revista Ciência para


Crianças, disponível no link abaixo, que nos mostra a história
dos números: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/a-historia-dos-numeros/
Importante notar que essa indicação pode ser utilizada em
sala de aula para contextualizar um primeiro contato com a
construção histórica dos números.

16
Material Complementar

Livros:
CENTURION, M. Números e Operações, Série Didática, Editora Scipione, 1994.
MORETTI, M. T. Dos Sistemas de Numeração às operações básicas com
números naturais, UFSC,1999.

Sites:
Portal do Professor
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22107
Projeto Educar
http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/hm/page03.htm.

17
Unidade: A origem dos números e operações

Referências

DIAS, Marisa da Silva. Números e Operações: elementos lógico-históricos para atividade


de ensino. Curitiba, InterSaberes, 2012.

IFRAH, G. A História Universal dos Algarismos: a inteligência dos homens contada pelos
números e pelo cálculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

LIMA. Iniciação ao conceito de fração e o desenvolvimento da conservação de


quantidade In: CARRAHER, T. Aprender pensando. Petrópolis, Vozes, 1990.

MENDES I A. Matemática e Investigação em sala de aula: Tecendo redes cognitivas na


aprendizagem. Editora Livraria da Física, 2009.

MUNHOZ, Maurício de Oliveira. Propostas metodológicas para o ensino de matemática.


Curitiba, InterSaberes, 2013.

PIRES, Célia Maria Carolino. Números Naturais e Operações. São Paulo: Editora
Melhoramentos, 2013.

18
Anotações

19

Você também pode gostar