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Projeto 220 – Reforço escolar e Preparatório

Disciplina: Redação
Professora: Nathália Rangel

Artigo de opinião

1) Leia o texto a seguir para responder à questão:

De acordo com uma reportagem do portal UAI, uma escola de princesas será inaugurada
em BH. Parece fofo, afinal, contos de fadas são realmente lindos, mas são… contos!
Aliás, esse universo é onírico, remete à mais tenra infância e ajuda os adultos a darem
aquela escapada da realidade.

Eu gastei muito tempo na minha vida para aceitar que a vida não é uma fantasia.
Demorei a sair de uma espera passiva pelo príncipe e por um reino com as contas já
pagas. A vida urge, é real, é dinâmica e nos exige posturas e respostas agora. Custou,
mas descobri as delícias da vida adulta, sobretudo a autonomia.

Uma coisa chata de ser princesa deve ser ter que ficar só com príncipes. Não que eu não
saiba escolher o melhor para mim, mas não é o suficiente o sujeito ser engraçado, bom
de papo, trabalhador, honesto e beijar bem? E se o amor demorar um bocadinho, temos
que ficar dormindo até ele nos despertar? E quando ele aparecer, precisa nos levar para
um castelo? Não dá para dividir as contas de um apê segundo nossas condições?

Aliás, somos mesmo príncipes e princesas? Não basta sermos homens e mulheres
adultos que vivem conforme suportam a própria realidade? Ou necessitamos fantasiar o
tempo inteiro a nosso respeito e sobre as relações?

Nada contra as altezas. Por coincidência, estou de viagem marcada à Disney para o
próximo mês, mas vou com o meu dinheiro, conseguido por um esforço real.

[...]

Muitos de nós queremos o trono, e eu me sinto coroada quando dispenso a varinha


mágica da fada madrinha e vou à luta, colocando a bruxa pra correr e os dragões para
dormir. Minha coroa são as minhas superações, as amizades que mantenho, as relações
que vivi e o que eu aprendi com elas. É escolher a minha fé, e ter as minhas convicções
espirituais a partir das minhas experiências e não do que me ensinaram. Minha coroa é o
adulto que me tornei e o meu projeto de vida – traçado e executado por mim.

Essa coroa não se herda, não vem de brinde e não vem no curso de princesa: ela é
fabricada a duras penas na escola da vida.
CONRADO, Laura. Uai. 9 out. 2015. Disponível em: <http://zip. net/bfr90m>. Acesso
em: 13 out. 2015 (Adaptação)

O texto é um artigo de opinião, publicado em um portal muito acessado no estado de


Minas Gerais. Assinale a alternativa cujo trecho revela uma opinião da autora.
a) “Uma coisa chata de ser princesa deve ser ter que ficar só com príncipes”.
b) “Por coincidência, estou de viagem marcada à Disney para o próximo mês, mas
vou com o meu dinheiro, conseguido por um esforço real.”
c) “Minha coroa são as minhas superações, as amizades que mantenho, as relações
que vivi e o que eu aprendi com ela.”
d) “Eu gastei muito tempo na minha vida para aceitar que minha vida não é uma
fantasia.”

2)
O jovem e os cientistas, por uma narrativa que inclua o ser humano concreto
Isso se faz conectando disciplinas, como preconiza Edgar Morin

[...] É assustador saber que 93% dos jovens brasileiros não conhecem o nome de
um cientista brasileiro, de acordo com pesquisa do Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia, divulgado na semana passada.
Em resposta a isso, alguns lembram a carência de professores que temos nas
áreas científicas do ensino médio, particularmente em física e química.
Na verdade, embora ocorra, de fato, falta de professores, o problema é mais
complexo. Para além da carência de mestres, trata-se da forma como ensinamos história
e, em especial, a história da ciência no país.
É como se houvesse um determinismo histórico absoluto, em que processos
econômicos governassem os fatos, sem interferências da subjetividade.
Assim, alunos perdem a chance de compreender que somos nós, seres humanos,
claro que em condições dadas, que individual ou coletivamente construímos
comunidades, nações e instituições.
Foram pessoas singulares que fizeram pesquisas, desvendaram os fenômenos da
natureza e criaram soluções para os mais diferentes desafios enfrentados pela
humanidade, inclusive no Brasil.
No passado, padecemos do fenômeno oposto e as aulas se tornavam um recital
de nomes e fatos a serem memorizados. Mas ao romper com uma abordagem
equivocada, caímos muitas vezes no outro extremo. E, com isso, ao enfatizar processos
frente a pessoas, o ensino de história patina.
É urgente integrar os enfoques e ensinar aos jovens, desde o ensino fundamental,
sobre a incrível aventura de seres humanos concretos no planeta, inclusive formulando
hipóteses e produzindo conhecimento. Isso se faz, inclusive, conectando disciplinas,
como preconiza Edgar Morin, em seu clássico "Religando os Saberes", em que analisa a
escola secundária francesa.
Felizmente, a Base Nacional Comum Curricular avança nesta direção e
possibilita que se aprenda em todo o país sobre as contribuições de nomes como
Oswaldo Cruz, Adolpho Lutz, Carlos Chagas, Mario Schenberg e o recentemente
premiado físico e cosmólogo Marcelo Gleiser, entre outros. A possibilidade de um
ensino que construa convergências entre matérias possibilitaria também assegurar que
crianças e jovens aprendam mais sobre brasileiros que se destacaram em geografia,
como Milton Santos, ou artistas nossos de renome, como Tarsila do Amaral.
E, assim, os alunos terão condições de entender as relações de produtores de
conhecimento com seu tempo e imaginar cenários futuros em que eles possam ser
cientistas, artistas ou nomes que contribuam para a construção de um país melhor e mais
bonito.

Como o texto é um artigo de opinião, o aspecto gramatical que nele concorre, de modo
efetivo e evidente, para a construção da opinião do produtor do texto é:

a) A recorrência a autoridades, como o “Instituto Nacional de Ciência e


Tecnologia” e “Edgar Morin”, como forma de comprometer-se com o que é dito.
b) A utilização de sequenciadores aditivos, como “para além de” e “e”, conectam
fato e opinião no mesmo enunciado.
c) O uso de expressões, como “é assustador”, “é urgente”, seguidas do restante do
enunciado, porque sinalizam ponto de vista.
d) O emprego de estruturas em primeira pessoa, como “somos” e “construímos”,
como forma de o enunciador incluir-se nos processos.

3)
Um assunto que vem despertando a atenção não só da comunidade acadêmica,
mas da sociedade como um todo, é a proibição do uso de celulares e bonés pelos
estudantes na sala de aula. A discussão acirrou-se após a restrição do uso desses objetos
em algumas escolas. Apesar da polêmica instaurada, cremos que a vedação é a melhor
solução.

          No que se refere ao celular, a proibição do seu uso em sala de aula é uma medida
que se harmoniza com o ambiente em que o estudante está. A sala de aula é um local de
aprendizagem, onde o discente deve se esforçar ao máximo para extrair do professor os
conhecimentos da matéria. Nesse contexto, o celular é um aparelho que só vem
dificultar a relação ensino-aprendizagem, visto que atrapalha não só quem atende, mas
todos os que estão ao seu redor.

          Quanto ao boné, a restrição de seu uso em sala de aula se deve a uma questão de
educação e respeito pela figura do mestre. Deve-se ter em mente que o professor - assim
como os pais e as autoridades religiosas - merece todo o respeito no exercício do seu
ofício, que é o de transmitir conhecimentos. Do mesmo modo que é mal-educado
sentar-se à mesa com um chapéu na cabeça, assistir a uma aula usando um boné também
o é.

        Por outro lado, alguns entendem que o Estado não poderia proibir os celulares e
bonés em sala de aula, visto que violaria o direito da pessoa de ir e vir com seus bens.
Entretanto, devemos ter em mente que não existe direito absoluto, todos são relativos. E
sempre que há um conflito entre eles, deve-se realizar uma ponderação de valores, a fim
de determinar qual prevalecerá. No caso em análise, o direito da coletividade (alunos e
professores) prevalece sobre o direito individual de usar o celular ou o boné na sala de
aula.

       Desse modo, percebe-se que há razoabilidade nos objetivos pretendidos pela


proibição, visto que beneficia toda a comunidade acadêmica. Os estudantes devem se
conscientizar que escola é sinônimo de aprendizagem, e que todo esforço deve ser feito
para valorizar o processo de ensino e a figura do professor.

O texto configura um artigo de opinião a respeito de um tema polêmico instaurado na


sociedade como um todo. A partir da leitura do texto, identifique o tema abordado:

a) O desrespeito ao professor nas salas de aula de todo o Brasil.


b) A desvalorização da educação formal pelas autoridades civis.
c) A proibição do uso de celulares e bonés em salas de aula.
d) A contribuição da tecnologia para o processo de ensino-apredizagem.
e) A falha na transmissão de valores de crianças e adolescentes e jovens.
4) Para responder à questão, leia atenciosamente o Texto I, que se constitui de um
excerto do artigo de opinião intitulado “A alma da fome é política”, de autoria do
sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, publicado no Jornal do Brasil, em setembro de
1993. 

Texto I
“A fome é exclusão. Da terra, da renda, do emprego, do salário, da educação, da
economia, da vida e da cidadania. Quando uma pessoa chega a não ter o que comer é
porque tudo o mais já lhe foi negado. É uma espécie de cerceamento moderno ou de
exílio. A morte em vida. O exílio da Terra. Mas a alma da fome é política. A fome é a
realidade, o efeito e o sintoma. O ponto de partida e de chegada. A síntese, a ponta do
novelo a partir da qual tudo se explica e se resolve. Porque não é episódica, nem
superficial, revela fundo o quanto uma pessoa está sendo excluída de tudo e com que
frieza seu drama é ignorado pelos outros. [...] Mas a fome é também o atestado de
miséria absoluta e o grito de alarme que sinaliza o desastre social de um país, que
mostra a cara do Brasil. [...] É assustador perceber com que naturalidade fomos virando
um país de miseráveis, com que tranquilidade fomos produzindo milhões de indigentes.
Acabar com essa naturalidade, recuperar o sentido da indignação diante da degradação
humana, reabsolutizar a pessoa como centro e eixo da vida e da ação política é essencial
para transformar a luta contra a fome e a miséria num imenso processo de reconstrução
do Brasil e de nossa própria dignidade. Por isso é que acabar com a fome não é só dar
comida, e acabar com a miséria não é só gerar emprego, mas é reconstruir radicalmente
toda a sociedade.” 
Conforme foi dito acima, o artigo de opinião “A alma da fome é política” foi publicado
no Jornal do Brasil. Trata-se de um gênero textual pertencente ao âmbito jornalístico
que se caracteriza por apresentar:

a) A exposição de um ponto de vista, por meio de uma seleção de vocábulos,


locuções e formas verbais, entre outros aspectos linguísticos, para a efetiva
persuasão do leitor.
b) Para a efetiva persuasão do leitor, a exposição de ideias é desenvolvida pelo
autor de modo que há prioridade para a linguagem popular.
c) A descrição e a narração como formas de persuasão do leitor.
d) A descrição como forma de persuasão do leitor.
e) A narração como forma de persuasão do leitor.

5)
Mandela e o poder da inspiração
(RUTH DE AQUINO)

"Agradeço a todos os deuses por meu espírito invencível. Sou o dono de meu destino.
Sou o capitão de minha alma.” Essas palavras poderiam soar recheadas de arrogância.
Não na boca de Nelson Mandela, o líder sulafricano que ficou preso 27 anos e dali saiu
para reconciliar seu país. Não há ceticismo que resista ao filme Invictus. Se você ainda
não viu a atuação impecável de Morgan Freeman como Mandela – e se algum
ressentimento perturba seu sono –, entre no cinema hoje.

Há muitos motivos para ver Invictus . E o maior deles não é ser fã de rúgbi ou entender
as regras desse jogo que combina força brutal e agilidade. Tampouco é o fato de a
África do Sul sediar a próxima Copa do Mundo em julho. O maior motivo para ver
Invictus é entender a nós mesmos, nossa força ou limitação, sós ou em equipe. Perceber
com mais clareza o jogo cotidiano da liderança, em casa e no trabalho. Confrontar nossa
verdade, sem subterfúgios ou rancores. O filme ajudará você a saber se seu chefe o
inspira realmente. Ou se você inspira os que trabalham a seu lado.

Uma cena tocante é o chá entre Mandela e o capitão da seleção sulafricana de rúgbi,
François Pienaar, o louro africâner de temperamento contido representado por Matt
Damon. Ao contrário de seus camaradas, Mandela intuía que os Springboks, mesmo
com bandeira e hino associados ao apartheid, poderiam ser usados para unir negros e
brancos numa imensa torcida arco-íris.

– François – diz Mandela, sorrindo –, você tem um emprego muito difícil, um enorme
desafio.
– Seu desafio é maior, senhor presidente.
– Mas não é minha cabeça que eles querem degolar a cada jogo, François. (...)

No texto “Mandela e o poder da inspiração” pode ser considerado:


a) Um artigo de divulgação.
b) Um artigo de opinião.
c) Uma reportagem.
d) Uma notícia.
e) Uma resenha crítica.

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