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BOMBEIO

CENTRÍFUGO
SUBMERSO

Autor: Pedro da Silva Oliveira


Co-Autores: Jesulino Gomes dos Santos Júnior
Jurandir Antônio Gomes da Silva
BOMBEIO
CENTRÍFUGO
SUBMERSO
Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P.
É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora
do ambiente PETROBRAS.

Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o


tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE
INFORMAÇÕES RESERVADAS".

Órgão gestor: E&P-CORP/RH


BOMBEIO
CENTRÍFUGO
SUBMERSO

Autor: Pedro da Silva Oliveira


Co-Autores: Jesulino Gomes dos Santos Júnior
Jurandir Antônio Gomes da Silva
Colaborador: Gustavo Vinicius Lourenço Moisés

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

• Apresentar os principais componentes do conjunto de Bombeio


Centrífugo Submerso (BCS);
• Reconhecer o princípio de funcionamento do conjunto de Bombeio
Centrífugo Submerso (BCS), seus processos de operação e métodos de
controle.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Agradecimentos

Os autores agradecem a Petrobras, que lhes permitiu


adquirir este conhecimento e também a possibilidade de
disseminá-lo a outros técnicos
Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VOCÊ
elétricosSABIA?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
IMPORTANTE!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
RESUMINDO...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
IMPORTANTE!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
RESUMINDO...

Recomendações gerais

? VOCÊ SABIA?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
IMPORTANTE!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
RESUMINDO...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Prefácio

Neste final da primeira década do século XXI, a PETROBRAS se


depara com um momento de transição, no qual se apresenta o
grande desafio de produzir as ricas jazidas encontradas na camada
pré-sal, alterando significativamente seu patamar de produção
de óleo e gás. No instante em que se prepara para este salto de
produção, é fundamental que o E&P disponha de uma força de
trabalho preparada para atender as demandas deste crescimento.

Ao mesmo tempo, fruto da distribuição etária de seus recursos


humanos, a companhia se encontra numa situação na qual uma
nova geração de empregados admitidos nos últimos 10 anos
necessita adquirir os conhecimentos acumulados por vários
profissionais experientes, muitos dos quais já se aproximando da
aposentadoria. Esta transmissão, não apenas de conhecimentos
brutos, mas da "maneira PETROBRAS" de projetar e operar campos
de petróleo no mar e em terra, que faz parte de nossa cultura
organizacional, é fundamental para o sucesso da companhia
perante os desafios que se apresentam.

Neste sentido, criou-se o Alta Competência - Programa corporativo


de Gestão de Competências Técnicas do E&P - que é formado por
um conjunto de projetos orientados para a concretização do objetivo
organizacional de Adequação da Força de Trabalho do E&P.

A atuação do Alta Competência na Área de Operação está


relacionada à própria origem do Programa, cuja criação se deu,
dentre outras razões, em função da necessidade de apoiar o Comitê
Funcional de Operação nas ações relativas à Adequação da Força de
Trabalho nesta área. Assim, para qualificar os Técnicos de Operação
nas atividades de produção relacionadas à Elevação e Escoamento
(EE) foram mapeadas as habilidades e competências necessárias
para o exercício destas tarefas na operação dos campos de petróleo
e gás. Para desenvolver os módulos de treinamento de EE, os
conhecimentos foram distribuídos entre especialistas nos diversos
temas específicos, espalhados por todo o Brasil.
Este esforço de mobilização da comunidade de EE, logrou
documentar seu conhecimento técnico e possibilitou a elaboração
de módulos de treinamento com alta qualidade, que buscam
capacitar os Técnicos de Operação nas atividades de Produção de
petróleo e gás.

Geraldo Spinelli
Gerente de Elevação e Escoamento
Sumário
Introdução 19

Capítulo 1 - Princípio de funcionamento


Objetivos 21
1. Princípio de funcionamento 23
1.1. Componentes 25
1.1.1. Equipamentos de superfície 25
1.1.2. Equipamentos de subsuperfície 30
1.1.3. Acessórios 62
1.2. Bombeamento centrífugo submerso submarino (BCSS) 64
1.3. Exercícios 70
1.4. Glossário 75
1.5. Bibliografia 77
1.6. Gabarito 78

Capítulo 2 - Operação do conjunto BCS


Objetivos 83
2. Operação do conjunto BCS 85
2.1. Freqüência do motor 85
2.2. Pressão na admissão da bomba 88
2.3. Temperatura do fluido na admissão 88
2.4. Pressão na descarga 89
2.5. Partida do conjunto BCS 89
2.6. Exercícios 94
2.7. Glossário 96
2.8. Bibliografia 97
2.9. Gabarito 98
Capítulo 3 - Controle da operação do conjunto BCS
Objetivos 101
3. Controle da operação do conjunto BCS 103
3.1. Acompanhamento operacional 104
3.2. Monitoramento e controle 107
3.3. Análise de falhas 112
3.4. Segurança na operação 115
3.4.1. Cuidados e conservação 116
3.5. Exercícios 117
3.6. Glossário 118
3.7. Bibliografia 119
3.8. Gabarito 120
Introdução

O
motor elétrico para operação submersa foi desenvolvido em
1911, por Armais Arutunoff, na Rússia. Em 1916, ele aplicou
o motor em conjunto com uma bomba centrífuga para
operações submersas em água. Em 1923, Arutunoff emigrou para
os EUA em busca de financiamento para os seus projetos. A Phillips
Petroleum sustentou o desenvolvimento de um sistema de BCS para
ser testado em seus poços. Em 1927, foi instalado o primeiro sistema,
em El Eldorado, Kansas.

Fonte: catálogo Reda 19

Armais Arutunoff

Na Bacia de Campos, a elevação por BCS é um método utilizado,


principalmente, nas plataformas dos campos do ATP-NE: Pargo (PPG-1),
Carapeba (PCP-1, PCP-2 e PCP-3) e Vermelho (PVM-1, PVM-2 e PVM-3).
Outras plataformas, como PCH-2 e P-08 também utilizam o método
em alguns poços.

Com o aumento da injeção de água nos campos terrestres, o uso do


BCS tem se expandido, devido ao aumento da vazão dos poços e do
volume de água produzido.

O BCS também tem sido utilizado em poços marítimos em diversas


configurações. Alguns exemplos são o Bombeio Centrífugo Submerso
Submarino (BCSS) em que o sistema é instalado no poço com
completação molhada e o separador helicoidal bifásico (líquido e
gás) denominado VASPS, instalado no leito marinho.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 1
Princípio de
funcionamento

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Apresentar o princípio de funcionamento do conjunto de


Bombeio Centrífugo Submerso (BCS);
• Apresentar os principais componentes e acessórios do
conjunto de Bombeio Centrífugo Submerso;
• Reconhecer o princípio de funcionamento do conjunto de
Bombeio Centrífugo Submerso e seus principais componentes.

RESERVADO
Alta Competência

22

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

1. Princípio de funcionamento

A
elevação por BCS consiste na instalação de um conjunto
motor e bomba numa profundidade adequada ao poço.
Este conjunto é dimensionado para operar em condições
apropriadas e fornecer ao fluido um complemento de energia
(head) suficiente para atender aos parâmetros propostos de vazão
e pressão na superfície. A bomba utilizada no sistema de BCS é uma
bomba centrífuga de múltiplos estágios. Cada estágio consiste de um
impelidor (girante) e um difusor (estacionário). O difusor dirige o
fluido bombeado do impelidor inferior para o impelidor posicionado
imediatamente acima. O impelidor gira e transmite energia na
forma cinética (velocidade) para o fluido. A energia cinética é então
convertida para energia potencial ou pressão no difusor. O número
de estágios determinará a capacidade de elevação total ou head da
bomba, bem como a potência requerida.
23
Impelidor

Difusor

Desenho esquemático do estágio da bomba centrífuga

RESERVADO
Alta Competência

A bomba é acionada por um motor elétrico submerso e a energia


elétrica é transmitida da superfície através de um cabo elétrico
trifásico preso à coluna de produção por presilhas. Ao motor elétrico
é acoplado um selo protetor, para evitar a contaminação do motor
pelos fluidos da formação, permitir a expansão do óleo lubrificante
dielétrico que fica no interior do motor/selo e suportar esforços axiais
provenientes dos componentes superiores. Ao selo é conectado o
intake (sucção) e a ele é conectada a bomba. No topo da bomba é
conectada a cabeça de descarga e nesta a coluna de produção. Para
garantir o resfriamento do motor, se necessário, um tubo cauda
denominado camisa (shroud) deverá ser utilizado para que o fluido
produzido atue como fluido de refrigeração.

Observe, na ilustração a seguir um esquema do sistema de Bombeio


Centrífugo Submerso.

24 Cabo elétrico

Presilha

C. descarga

Bomba

Sucção

Protetor/selo

Motor

Shroud

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

1.1. Componentes

De acordo com os seus componentes, pode-se dividir um sistema


de BCS em equipamentos de superfície e equipamentos de
subsuperfície.

1.1.1. Equipamentos de superfície

A seguir, apresentamos os principais equipamentos de superfície do


sistema BCS.

a) Quadro de comando ou painel de controle

É o equipamento de proteção e controle para o sistema elétrico do


conjunto de BCS, normalmente conhecido como “gaveta”. A “gaveta”
é especificada em função da tensão e corrente de trabalho.
25

Nos circuitos elétricos, em geral, é usada proteção contra


sobrecorrente. Esse tipo de proteção evita a ocorrência de altas
correntes elétricas (por curto-circuito ou outros problemas) que
podem causar danos ao circuito de alimentação. A proteção
por sobrecorrente está associada à capacidade de condução
de corrente dos condutores alimentados. O uso de 1,15 a 1,20
vezes a corrente nominal do motor é um valor recomendado e
que tem atendido satisfatoriamente. Não têm sido observados
inconvenientes em se usar 1,20 vezes a corrente nominal do
motor para proteção contra sobrecorrente em instalações de
bombeamento centrífugo submerso.

Em instalações de motores, além da proteção por sobrecorrente,


também é necessário o uso de uma proteção contra subcorrente
que visa a proteger o motor quando este se encontra em operação
com baixa carga (por quebra de eixo ou outro motivo) que poderia
prejudicar a sua refrigeração, provocando sobreaquecimento,
levando à sua queima. Em instalações de BCS tem-se usado 0,85
vezes a corrente de operação do sistema, que aparentemente tem
atendido bem.

RESERVADO
Alta Competência

Os dispositivos de proteção ficam instalados na “gaveta” de


comando, sendo o disjuntor o dispositivo de proteção principal por
sobrecorrente, pois este sente a corrente diretamente do circuito
e em caso de correntes altíssimas (curto-circuito) chega a desligar
o sistema. No entanto, existem outros dispositivos de proteção
igualmente importantes e que não são acionados diretamente pela
corrente do circuito, como as chaves contactoras e os relés. Estes
últimos são dispositivos eletrônicos capazes de serem programados
para derrubar o sistema por sobrecorrente e subcorrente, possuindo,
além dessas funções, proteção contra desbalanceio de fases,
travamento do eixo do motor, dentre outros.

Os dispositivos de proteção e monitoramento em geral


não podem trabalhar com as correntes diretas do circuito.
Estas precisam ser convertidas para valores compatíveis.
Surge, então, um pequeno elemento de grande importância:
o transformador de corrente de proteção ou simplesmente TC.
26
Trata-se de um dispositivo eletromagnético que consiste de uma
ou mais bobinas mantidas em um núcleo laminado e que recebe a
variação do fluxo magnético que ocorre em torno do condutor. Os
TCs de janela são aqueles que permitem a passagem do condutor
em seu centro e transformam a corrente que atravessa o condutor
segundo a sua relação de transformação. Se a corrente que passa
no cabo é de 480 ampères e está se usando um TC que transforma
de 600:5, então a corrente que irá para o sistema de proteção e
monitoramento será de 4 ampères. Essa corrente reduzida será
usada nos dispositivos de proteção. Assim, quando ocorre uma
sobrecarga ou subcorrente no sistema, estas serão sentidas nos
dispositivos de proteção que derrubará o sistema ou produzirá
algum tipo de alarme, aguardando alguma ação corretiva.

Para ser monitorada, a corrente transformada passa ainda


por outro dispositivo, denominado transdutor. Esse elemento
transforma sinais de corrente e outros sinais, como pressão e
temperatura, em sinais capazes de serem recebidos pelo sistema
de monitoramento. Geralmente em BCS se monitora a pressão
de cabeça e a corrente de operação, o que permite diagnosticar
satisfatoriamente os problemas inerentes.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

b) Variador de velocidade

A velocidade de um motor de indução é proporcional à freqüência,


logo, se a freqüência de alimentação do motor for variada, a
velocidade do motor também será modificada.

O equipamento capaz de variar a freqüência da tensão do


sistema de alimentação de um motor é denominado variador de
freqüência - VSD (Variable Speed Drive).

O VSD é um dispositivo eletrônico capaz de receber a tensão alternada


na freqüência da rede, retificá-la e convertê-la para a nova freqüência
de operação. Porém, a tensão e corrente de saída não serão mais
senóides perfeitas, gerando freqüências harmônicas.

Ao se variar a freqüência, recomenda-se manter a relação tensão/


freqüência de saída constante, pois isso se conserva a constância 27
do fluxo magnético no motor, permitindo um torque constante.
O torque teórico é igual à potência (proporcional à tensão) dividido
pela velocidade angular (T = P/w = P/ 2πf). Isso é conseguido pelo
dispositivo para freqüências inferiores à da rede. Para freqüências
superiores, a tensão de saída permanece constante e igual à de
entrada no variador. No entanto, é possível parametrizar o VSD de
outras formas, mantendo sempre uma relação constante tensão/
freqüência ou partindo o sistema em uma tensão inicial (V-boost), em
caso de necessidade, sendo que a tensão de saída máxima é igual à
tensão de entrada.

Tensão (V)

460
V = constante
f

V
boost
0 60 65 Freqüência (hz)
Parametrização do variador de freqüência.

RESERVADO
Alta Competência

Como algumas desvantagens, vale citar o maior investimento inicial


e a necessidade de uso de motor super dimensionado, ou seja, com
uma potência maior do que a necessária (que também implica em
custo inicial maior). Também é necessário espaço para instalação.

c) Transformador

Transformador é um dispositivo eletromagnético que poussui duas


ou mais bobinas estacionárias acopladas por um fluxo mútuo capaz
de abaixar ou elevar as voltagens de uma rede de energia elétrica. Os
componentes básicos dos transformadores são: núcleo, enrolamento
primário NP e enrolamento secundário NS. Em um transformador
ideal, teríamos:

NP Vp IS
= =
NS Vs IP
28

NP , Vp , IP NS , VS , IS
Baixa voltagem Alta voltagem
Alta corrente Baixa corrente

Onde :

NP, VP, IP - número espiras, tensão e corrente no enrolamento primário;

NS, VS, IS - número espiras, tensão e corrente no enrolamento secundário.

Nos transformadores trifásicos, a ligação do primário é geralmente


em triângulo e o lado secundário é ligado em estrela, o que permite
o aterramento do centro da estrela e maior facilidade para obter
diversos valores de tensão de saída (TAP).

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

Vp,Ip
VS,IS

Os transformadores utilizados na Petrobras para aplicação em BCS


são trifásicos a seco e possuem, no secundário, vários “TAPs”. Isso
é importante, pois permite trabalhar com motores de diferentes
tensões, porém com correntes limitadas.

Atualmente, têm sido usados transformadores com potências


variando de 100 a 750 kVA. Para todos eles, a tensão de alimentação
do primário é de 460 Volts e a tensão de saída pode variar de 800 29
Volts a 4.000 Volts, em freqüência de 60 Hz.

Na escolha do “TAP”, ou seja, da tensão de saída, deve-se optar


por aquele disponível imediatamente superior à tensão requerida
na superfície.

Esses transformadores possuem as bobinas do primário fechadas em


triângulo e as bobinas do secundário fechadas em estrela, porém sem
aterramento do centro da estrela, conforme figura a seguir. Esses são
especificados para operação com variador de freqüência.

460 V 800 V a 4.000 V

RESERVADO
Alta Competência

d) Cabos elétricos de superfície

O cabo elétrico de alimentação do motor abastece o conjunto de


fundo a partir do transformador. Ele é trifásico, de perfil circular e
possui as mesmas características do cabo redondo utilizado dentro
do poço. Este cabo redondo será visto adiante.

Os cabos de alimentação do variador e transformador são diferentes,


pois a tensão e a corrente no primário não são iguais. No caso em que
a tensão no primário é menor, a corrente será maior e, portanto, o
cabo possuirá bitola superior.

e) Pig-tail superior

É o equipamento de superfície que compõe o conector da ANC.


O pig-tail superior faz a conexão entre o cabo elétrico de superfície
30 e o mandril eletrosub. Ele é emendado ao cabo elétrico e rosqueado
no mandril eletrosub. Possui classe de pressão igual a 3.000 psi, que
é a mesma da ANC, classe de tensão igual a 5,0 kV e capacidade de
corrente de 125,0 A (ampères).

f) Árvore de natal seca

É o equipamento de segurança do poço na superfície responsável


pelo direcionamento do fluxo. Possui classe de pressão de 3.000 psi.

g) Sistema de monitoramento e controle

É o sistema responsável pelas informações monitoradas, como


corrente elétrica e pressão, e outras variáveis.

1.1.2. Equipamentos de subsuperfície

A seguir serão descritos cada um dos equipamentos de


subsuperfície.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

a) Mandril eletrosub

Componente que permite a passagem da energia elétrica através


da ANC. O mandril eletrosub é um conector rosqueável nas duas
extremidades. Na extremidade superior conecta-se o pig-tail superior,
e na inferior (abaixo da ANC, dentro do poço, e por isso não é visível)
conecta-se o pig-tail inferior. possui classe de pressão de 3.000 psi,
classe de tensão de 5,0 kv e capacidade de corrente de 125,0 a.

O mandril é rosqueado ao suspensor da coluna, que faz parte do


conjunto que compõe a ANC, e por meio de três anéis de borracha que
realiza a vedação contra a ANC, mantendo, dessa forma, a classe de
pressão da ANC e a sua capacidade de funcionar como uma barreira
de segurança.

A ilustração a seguir apresenta um detalhe do mandril eletrosub e do


pig-tail superior e inferior. 31

Pig-tail superior

Rosca de conexão
ao supensor da coluna

Anéis de vedação

Mandril eletrosub

Pig-tail inferior

Conectores de superfície

RESERVADO
Alta Competência

b) Pig-tail inferior

É o equipamento que faz a conexão entre o mandril eletrosub e o


cabo redondo que está dentro do poço. O pig-tail possui as mesmas
características e função do pig-tail superior.

c) Cabo elétrico

Cabo redondo

Armadura

Isolamento secundário

Isolamento primário

EER

32
Condutores

ETBEF-300

Barreira
Cabo chato

Tipo de cabo elétrico

O cabo elétrico é constituído por três fases, podendo ser usado na


forma arredondada, denominado cabo redondo; ou numa forma
achatada, denominado cabo chato. A ilustração a seguir mostra os
tipos de cabo usado em BCS.

• Emendas do cabo elétrico

As emendas são usadas para realizar a conexão dos cabos no interior


do poço. Normalmente, são necessárias nos seguintes pontos:

• Cabo chato / rabicho inferior do packer ou cabo redondo/chato;

• Rabicho superior do packer / cabo redondo;

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

• Cabo redondo / rabicho do pig-tail inferior;

• Emenda na superfície para conectar o rabicho do pig-tail


superior ao cabo de superfície.

As emendas são confeccionadas usando-se materiais adequados


como conectores (luvas) de cobre, compatíveis com as bitolas dos
cabos a serem emendados e fitas especiais resistentes à temperatura
e esforços mecânicos. Emenda do cabo elétrico

Condutores Isolados

Segundo Primeiro
cabo Cabo
D E F
Fita Luva Fita
Crimp
Emenda do cabo elétrico

33
• Cabo Redondo

O cabo redondo possui três condutores de cobre isolados e


enrolados em espiral. Os condutores podem ser sólidos, transados
ou transados e compactados. São revestidos por uma camada de
isolamento primário, que pode ser de dois tipos: termofixo (teflon)
ou termoplástico (epdm). O termofixo não pode ser utilizado
em ambientes com temperatura acima de 96ºC, enquanto o
termoplástico suporta temperaturas bem superiores. O epdm,
por outro lado, é menos resistente ao petróleo, pois o mesmo é
poroso e em contato com petróleo incha-se, degrada-se e reduz as
suas características dielétricas, porém, quando envolvido por uma
barreira mecânica esse inchamento é inibido.

Além do isolamento primário, os cabos redondos possuem ainda


um enchimento funcionando como um isolamento secundário,
a jaqueta, que pode ser constituído do mesmo material do
isolamento primário.

RESERVADO
Alta Competência

Revestindo externamente o cabo redondo existe uma armadura


metálica (interlocked), que pode ser confeccionada por diversos tipos
de materiais, como: aço galvanizado, monel e aço inox. A armadura
tem a função de fazer a proteção mecânica do cabo elétrico,
minimizando, assim, danos ao cabo durante a descida do conjunto
de BCS no poço. O cabo pode ter outras barreiras entre o isolamento
primário e o secundário, constituídas de fitas de teflon, por exemplo,
ou de chumbo, dependendo do ambiente de aplicação. A barreira de
chumbo é indicada em poços com alta concentração de gás. Também
nas aplicações submarinas é usada uma barreira de proteção sobre
a armadura, confeccionada em High Density Polyethylene (HDPE) para
reduzir danos ao cabo, quando este passar pelo riser de completação.
O HDPE possui um limite de temperatura de 96 ºC.

Normalmente, além do trecho de cabo utilizado na superfície, o cabo


redondo é também usado desde a emenda com o pig-tail inferior,
logo abaixo da cabeça do poço, até o topo da bomba, pois a partir
34
deste ponto passamos a utilizar o cabo chato.

? VOCÊ SABIA?
Existem vários fabricantes de cabo, dentre eles a Reda
e a Pirelli.

Os cabos devem ser especificados: pela classe de tensão, em geral


de 3,0 a 5,0 kV; pela classe de pressão, em geral 3.000 a 5.000 psi; e
pela temperatura e corrente de operação. As seções transversais do
condutor podem ser 6, 4, 2, 1 AWG (American Wire Gauge).

As tabelas a seguir fornecem informações sobre os cabos usuais


aplicados em BCS:

Cabo fabricação Centrilif


Queda de tensão volt/ Capacidade de Ohms/1000ft @
Cabo
amp/1000ft @ 149 oF corrente @ 149 oF 149 oF
6 AWG 0,988 55 A 0,474
4 AWG 0,624 70 A 0,298
2 AWG 0,390 95 A 0,188
1 AWG 0,307 110 A 0,149

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

Cabo fabricação Forest


Resistência de
Área do Resistência do Reatância indu-
isolamento
Cabo condutor condutor @ tiva condutor @
MegaΩ.km @
(mm2) 20 oC (Ω/km) 20 oC (Ω/km)
20 oC
6 AWG 13,3 1,390 0,120 930
4 AWG 21,1 0,900 0,116 760
2 AWG 33,6 0,556 0,110 630
1 AWG 42,4 0,449 0,104 580

• Cabo chato

O cabo chato possui três condutores de cobre isolados em paralelo e


especificação similar ao cabo redondo.

A partir da cabeça de descarga, o espaço anular entre o conjunto


de fundo e o revestimento, em geral, não permite a passagem de
um cabo redondo. Por essa razão, utiliza-se um trecho de cabo 35
achatado desde o topo da bomba até o motor. Essa extensão de cabo
é denominada cabo chato (flat cable).

A emenda entre o cabo chato e o redondo situa-se logo acima da


cabeça de descarga.

Existem dois tipos de conexão do cabo chato ao motor (pot-head):

• Tape-in: feita por meio da emenda de três fases do cabo com


os três terminais do motor, utilizando-se fitas especiais. Por
necessitar de emenda, a sua realização é mais demorada e
dificultada por fatores climáticos, como umidade do ar etc.

• Plug-in: conexão do tipo tomada elétrica. Esse tipo de conexão


é realizado com maior rapidez.

Todo condutor oferece resistência à passagem da corrente elétrica.


Essa resistência é proporcional ao comprimento do condutor e
inversamente proporcional à sua área.

RESERVADO
Alta Competência

Portanto, quando uma corrente elétrica passa por um condutor,


ocorrerá uma queda de tensão, que pode ser determinada pela
expressão:
L .I
V = R.I = 
A

A resistência não é constante e cresce à medida que a temperatura


aumenta. No caso de um poço, a temperatura se eleva com o aumento
da profundidade, de acordo com o gradiente geotérmico (oC/m),
ocasionando uma queda de tensão variável no cabo. É importante
ter esse conceito, pois o cálculo da queda de tensão no cabo deve
ser considerado quando for escolhida a tensão de superfície (TAP) no
transformador para alimentar o conjunto de fundo. A tensão a ser
escolhida é sempre superior à tensão de placa do motor, pois a esta
deve ser adicionada a queda de tensão no cabo.

36 Vs = Vm + ∆V

Onde:

Vs - tensão na superfície para alimentação do conjunto de fundo;

Vm - tensão nominal do motor;

∆V - queda de tensão do cabo elétrico.

d) Motor elétrico

Os elementos descritos anteriormente fazem parte do sistema


elétrico, que alimenta os motores elétricos trifásicos. Estes
possuem enrolamentos separados, um em cada fase, distribuídos
uniformemente por meio da circunferência interna do estator. As
correntes desses enrolamentos alternam-se progressivamente e
continuamente, a fim de produzir um campo magnético girante
uniforme de tal modo que arraste o rotor atrás de si.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

O motor de indução é um tipo no qual o campo magnético no rotor


é induzido pela circulação de corrente no estator e o rotor não tem
conexão elétrica com a linha. A forma mais comum de motor de
indução é denominada “gaiola de esquilo”, por causa do enrolamento
do rotor que lembra o contorno de uma gaiola de esquilo. A diferença
entre o diâmetro interno do estator e o diâmetro externo do rotor é
nomeada de air gap e deve permitir o giro livre do rotor.

O enrolamento do rotor em “gaiola de esquilo” consiste de barras


de cobre montadas no núcleo do rotor e curto-circuitadas nas
extremidades por meio de anéis de cobre. Um campo magnético
girante é formado inicialmente pelas correntes da armadura (estator).
Enquanto esse campo gira, ele corta os condutores da “gaiola de
esquilo” e uma tensão induzida é gerada neles. Esta tensão provoca a
circulação de corrente por meio das barras sob um pólo N (norte), indo
até o final do anel, retornando pela barra sob o pólo S (sul) adjacente,
até o final do outro anel. O circuito é completado retornando a barra
37
original sob o pólo N.

“Gaiola de esquilo” do motor elétrico

RESERVADO
Alta Competência

A corrente circula na “gaiola de esquilo” por um grupo de barras e


retorna por um grupo adjacente, formando um loop que estabelece
um campo magnético no núcleo do rotor com pólos norte e sul.
Esse loop é composto de uma volta somente, mas existem diversos
condutores em paralelo e a corrente é alta. O pólo do rotor é atraído
pelo pólo do campo girante, gerado pela circulação de corrente dos
enrolamentos da armadura, de uma maneira similar ao que acontece
com os pólos dos enrolamentos do campo, seguindo os pólos da
armadura de um motor síncrono. Existe, porém, uma diferença
interessante e importante entre o motor síncrono e o motor de
indução. O rotor deste último não gira tão rápido quanto o campo
girante da armadura. Se isto acontecesse, os condutores da gaiola
estariam parados em relação ao campo girante e, assim, deixariam
de existir a tensão induzida, as correntes e, consequentemente, as
forças de atração entre os campos. A diferença entre a velocidade de
giro do campo do estator em relação à velocidade do giro do rotor é
chamada de escorregamento(s), que será maior quanto maior for a
38 carga submetida ao motor.

A ilustração a seguir apresenta detalhes de um motor usado em BCS.


Os fabricantes dos componentes dos conjuntos de BCS dispõem
de diversas combinações de tensão e corrente para uma mesma
potência, facilitando a compatibilização entre a tensão disponível e
a requerida.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

39

Motor elétrico para BCS

A profundidade de assentamento do conjunto de BCS é um dado


importante na escolha da tensão do motor. Na partida de um motor
elétrico de BCS, é exigida uma tensão em torno de 50% da tensão
nominal nos terminais do motor. Como na partida a corrente é alta
(podendo ultrapassar 5 vezes a corrente nominal), a queda de tensão
no cabo também é alta (a queda de tensão depende da corrente
e da extensão do cabo). Desse modo, se não for feita uma escolha
adequada da tensão do motor, o motor elétrico pode não partir.

RESERVADO
Alta Competência

Os fabricantes fornecem motores com diversos valores de diâmetros


externos e potência, mas as séries de motor mais usadas na UN-BC
são de 540 e 562. Esse número de série está relacionado ao diâmetro
externo do motor. Em determinadas situações, os motores podem
ser utilizados “em tandem”, ou seja, em série, para que seja possível
obter maiores potências. Por isso, variando desde alguns HPs até
centenas de HPs consegue-se obter maiores potências.

O motor de indução em gaiola possui a eficiência bastante elevada.


A velocidade do campo girante (síncrona) é calculada pela
expressão:

N= 60.f
P

Onde:

40
N - velocidade síncrona em rpm;

f - freqüência da rede Hz;

P - número de par de pólos do motor (o motor mais simples é o de 2


pólos);

NI = N(1-s), onde NI é a velocidade do motor de indução e s corresponde


ao escorregamento, que geralmente varia entre 2 e 3,5%(0,02 e
0,035).

potência saída x 100


Eficiência (%) =
potência de entrada

A eficiência do motor é a relação entre a potência de saída no eixo e


a potência de entrada no motor, ou seja, conhecendo-se a potência,
pode-se calcular o torque no eixo do motor pela expressão:

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

P = T.w, onde T é o torque e w é a velocidade angular. Sendo


fornecida a potência em HP e introduzindo w = 2.π.N / 60, sendo
Na rotação em rpm, chegamos ao torque em kgf.m pela expressão
a seguir:
P
T = 726,175
N

Observamos, então, que quanto maior a rotação, menor o torque.


Em aplicações em que se necessita de altos torques e menores
rotações, aplicam-se motores com número de pólos maior.

Casing OD Motor Series 60 Hertz HP 50 Hertz HP


4 ½” (114.3 mm) 375 7,5 to 127 6.3 to 106.3
5 ½” (139.7 mm) 456 10 to 300 8.5 to 250
7” (177.8 mm) 540 25 to 750 16.5. to 625
7” (177.8 mm) 562 30 to 1200 25 to 1000
8 5/8” (219.1 mm) 738 200 to 1020 167 to 850 41

O motor elétrico usado no sistema de BCS é de indução, trifásico,


de 2 pólos e gira na velocidade de aproximadamente 3.500 rpm
para a freqüência de rede de 60Hz, podendo atingir as potências
mostradas na tabela anterior. O motor consiste de uma carcaça
tubular, dentro da qual há uma parte estacionária (estator) e uma
parte giratória (rotor). O estator é formado por um conjunto de
lâminas de ferro-silício por onde passa um conjunto de enrolamentos
longitudinais (condutores de cobre), no qual circula a corrente
primária (conectados ao cabo elétrico); e o rotor é composto
de barras de cobre curto-circuitadas na extremidade, cortando
um cilindro oco laminado. É um eixo seccional de enrolamentos
longitudinais, concêntricos ao estator. Na verdade, enquanto o
estator é único, o rotor é composto de vários pequenos rotores
separados por mancais intermediários. Pelo centro dos rotores passa
o eixo, que recebe o torque do rotor por meio de uma chaveta. O
campo magnético, gerado pela passagem da corrente elétrica pelo
estator, provoca o giro do rotor, produzindo o torque.

RESERVADO
Alta Competência

A diferença entre o diâmetro interno do estator e o diâmetro


externo do rotor é chamado de air-gap e deve permitir o giro livre
do rotor. Os espaços vazios internos ao motor são completados
com óleo mineral de alta resistência dielétrica (ou seja,
condutividade quase nula) e boa condutividade térmica. Esse óleo
tem por finalidade manter a resistência de isolamento do motor
elevada, equalizar a pressão interna e externa do motor, fazer a
lubrificação dos mancais do motor e promover a refrigeração do
rotor, transferindo o calor para o estator.

O motor, sendo um dispositivo que transforma energia elétrica


em mecânica, possui uma perda de eficiência neste processo. Essa
diferença é perdida sob a forma de calor, provocando o aquecimento
do motor. Neste caso, a temperatura da carcaça do motor ultrapassa a
temperatura do fluido do poço. Embora possam suportar temperaturas
maiores, é recomendável que a temperatura máxima no ponto mais
quente do motor não ultrapasse 165 ºC, para operação contínua.
42
Para evitar isso, o motor deve ser adequadamente dimensionado
e refrigerado. A refrigeração do motor é feita pelo próprio fluido
da formação que passa ao seu redor e, para isso, é necessária uma
velocidade em torno de 1 pé/s. A próxima figura apresenta a variação
da temperatura do motor, quando refrigerado com água ou óleo de
acordo com a velocidade do fluido.

Existem situações em que essa condição só é satisfeita com o uso de


uma camisa de refrigeração ao redor do motor, chamada shroud. Esta
camisa é sempre necessária quando o conjunto de BCS é posicionado
abaixo do canhoneado.

V = 7,49 x 10 -2 . Q
DIR2 - DEM2

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

A velocidade do fluido no espaço anular pode ser calculada por:

V - velocidade no anular, pés/s;

Q - vazão de fluido em torno do motor (corrigida pelo BO), m3/d;

DIR - diâmetro interno do revestimento, polegadas;

DEM - diâmetro externo do motor, polegadas.

Exemplo:

a) Qual a velocidade do fluido passando pelo espaço anular nas


seguintes condições:

• Revestimento 7” 29 lb/pé (DIR = 6.184 pol.);


43
• Série do motor 540 (DEM = 5,44 pol.);

• Vazão no intake de 100 m3/d;

• V = 0,87 pé/s.

b) Qual a vazão mínima no intake para se atingir a velocidade de


1 pé/s para os dados acima: (Q = 116 m3/d).

Aumento de temperatura vs. Velocidade do fluido


Velocidade ft/s
Curva genérica à 100% de carga
calor específico do óleo 0,4

1,8

1,6
calor específico da água 1.0

1,4

1,2

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2
Aumento da Temperatura
0 ºF em relação ao ambiente
0 20 40 80 90 100 120 140 160

Variação da temperatura no motor de acordo com a velocidade do fluido

RESERVADO
Alta Competência

e) Protetor ou selo

O protetor, também chamado de selo, é instalado entre o motor e a


admissão da bomba, ligando o eixo do motor ao eixo da bomba por
meio de duas luvas de acoplamento e do próprio eixo do protetor. As
principais funções dos protetores ou selos são:

• Conectar as carcaças e os eixos da bomba e do motor;

• Suportar o esforço axial da bomba;

• Evitar a entrada de fluido do poço para o interior do motor;

• Equalizar a pressão interna do motor com a pressão externa


do interior do poço, eliminando, desse modo, qualquer esforço
nos componentes internos do motor e protetor;
44

• Prover a quantidade de fluido dielétrico suficiente para permitir


a variação de volume do óleo do motor devido à variação
de temperatura no interior do poço e em funcionamento,
suportando essa expansão.

Os protetores possuem, normalmente, de 2 a 6 câmaras que


podem ser com labirinto ou bolsa de borracha, isoladas por selos
mecânicos. Um maior número de câmaras protege mais o motor
contra contaminação.

O protetor labirinto impede a contaminação do motor, dificultando


a entrada do fluido do poço por meio de longos caminhos a serem
percorridos pelo fluido, usando os princípios dos vasos comunicantes.
Nesse tipo de selo, o óleo dielétrico do motor/selo se encontra em
contato com o fluido do poço. Esse selo não é recomendado para
instalação em poços de grande inclinação.

O protetor bolsa evita o contato direto do fluido do protetor/motor


com o fluido do poço e por isso é denominado selo positivo. Este selo
é recomendado para instalação em poços de maior inclinação.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

Os selos possuem um mancal, denominado mancal de escora, que


tem a finalidade de suportar as cargas axiais provenientes dos
componentes superiores, evitando transmiti-las ao motor. Eles
também apresentam algum consumo de potência, que normalmente
varia de 3 a 6 HP.

Antes da instalação do selo, o óleo existente (óleo preservativo) é


drenado. Após a conexão do selo ao motor, ele é preenchido a partir
do topo do motor, conforme recomendações do fabricante.

Em determinadas situações (grandes profundidades, altas


temperaturas e/ou potências de motores elevadas), pode ser
recomendado o uso de selos “em tandem”, ou seja, selos em série,
que permitem obter uma maior capacidade de expansão.

45

Eixo do selo

Labirinto

Selo mecânico

Selo mecânico

Mancal de escora

Filtro de tela

RESERVADO
Alta Competência

Têm-se usado na UN-BC as seguintes composições para os


protetores:

• BSBSL_HL (série 540) - 3 câmaras, bolsa série com bolsa e série


com labirinto (high load) para os motores com potência inferior
ou igual a 100 HP;

• BPBSL_HL-S-BPBSL_HL (série 540) - 4 câmaras, bolsa paralelo


com bolsa e série com labirinto (high load) série com bolsa
paralelo com bolsa e série com labirinto (high load), usados em
motores com potência superior a 100 HP.

f) Bomba

A bomba centrífuga é um dispositivo capaz de converter energia


mecânica em energia potencial hidráulica, para a elevação de
46 fluidos. A energia mecânica se encontra sob a forma de velocidade
e é convertida para energia hidráulica sob a forma de pressão. Um
determinado modelo de bomba centrífuga possui, para uma velocidade
preestabelecida e um determinado tipo de fluido (viscosidade),
uma interrelação entre a capacidade de elevação (head), a potência
consumida e a eficiência com a vazão bombeada, conforme mostra a
ilustração a seguir, onde o fluido usado é a água (densidade=1).

GN2 100 60 hz/ 3500 RPM Curva de performance da Bomba 513 series - 1 estágio

Range de operação ótima 1650-2700 bpd Limite da potência de ruptura do eixo: Padrão 256 Hp
Diâmetro normal da carcaça 5.13 inches Reforçado 410 Hp
Diâmetro do eixo 0,875 inches Limite de colapso da carcaça: Padrão 5000 psi
Área da seção do eixo 0,601 in2 Rígido 6000 psi
Menor diâmetor do revestimento 6,625 inches Soldado 6000 psi

Head
Carga do Efic. da

Motor bomba
hp
60

Capacidade
50 50%
de Head

40 40%
Eficiência
da bomba

30 30%

20 1.00 20%

Potência requerida do
motor
10 0.50 10%
Range de
operação

0 400 800 1200 1600 2000 2400 2800 3200

Capacidade (bbl/d)

Curvas de desempenho de uma bomba aplicada em BCS

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

A curva "Capacidade de Head" (linha em negrito), que informa a


capacidade de elevação da bomba, é fornecida em pés ou metros
e não varia em função da densidade do fluido (incompressível). Se
o head por estágio da bomba para uma determinada vazão for de
10 metros, este valor é válido para qualquer densidade. Assim, se o
fluido for a água (densidade=1), o diferencial de pressão fornecido
pelo estágio da bomba será de 1 kgf/cm2, ao passo que se for óleo
(densidade=0,85), este diferencial será de 0,85 kgf/cm2. A curva de
head sofre influência da viscosidade do fluido e pode ser deteriorada
quando o volume de gás livre dentro da bomba é alto. O head varia
proporcionalmente com o quadrado da variação da velocidade de
rotação e também do diâmetro da bomba.

A curva "Potência requerida do motor" (linha em cinza escuro)


informa a potência demandada pela bomba. Esta potência deve ser
corrigida para a densidade do fluido bombeado. Assim, se para a
água (densidade=1) a potência demandada é de 1 HP/estágio, se o
47
fluido bombeado for óleo (densidade=0,85), a potência demandada
será de 0,85 HP/estágio. A curva de BHP é também influenciada pela
viscosidade do fluido. O BHP demandado varia com o cubo da variação
da velocidade de rotação e também do diâmetro da bomba.

A curva "Eficiência da bomba" (linha em cinza claro), é obtida


pela relação entre a potência hidráulica e a potência requerida
pela bomba.

Dentro do range ótimo de operação (operating range) encontramos


a vazão mínima de operação, abaixo da qual a bomba se encontra
trabalhando em downthrust; e a vazão máxima de operação, acima da
qual a bomba se encontra trabalhando em upthrust.

A vazão ótima é aquela que possui eficiência máxima.

RESERVADO
Alta Competência

A bomba utilizada no sistema de BCS é uma bomba centrífuga de


múltiplos estágios. Cada estágio consiste de um impelidor (girante)
e um difusor (estacionário). O difusor dirige o fluido bombeado
do impelidor inferior para o olho do impelidor, posicionado
imediatamente acima. O impelidor gira e transmite energia na
forma cinética (velocidade) para o fluido. A energia cinética é então
convertida para energia potencial ou pressão. O número de estágios
determinará a capacidade de elevação total ou head, bem como a
potência requerida do motor.

As vazões das bombas são variadas, conforme se pode ver na tabela


a seguir, para bombas da Reda:

Range de Capacidade
Min.
60 Hz Min. 60 Hz Max. 50 Hz Min. 50 Hz Max.
OD Diâmetro do
Series Vazão Vazão Vazão Vazão
(in) revestimento
48 (in)
(BPD) (BPD) (m3/d) (m3/d)

A 3.38 4.5 100 2000 13 265


D 4.00 5.5 100 5200 13 689
G 5.13 6.625 800 12000 106 1590
S 5.38 7 1600 11000 210 1300
H 5.63 7 9200 26000 1219 3445
J 6.75 8.625 6000 25000 795 3313
M 8.63 10.75 12000 32500 1590 4306
N 9.50 11.75 24000 59000 3180 7818
P 11.25 13.625 53600 95800 7102 12694

Existem dois tipos de impelidores: flutuantes e fixos. No primeiro


tipo, os impelidores se movem axialmente ao longo do eixo, o que
não ocorre nas bombas com impelidores fixos.

Se a vazão de uma bomba com impelidores flutuantes for maior do


que o limite superior da faixa de operação da bomba, os impelidores
serão empurrados para cima e eles começarão a atritar com o difusor.
A esse fenômeno, dá-se o nome de upthrust.

Se a vazão for menor do que o limite inferior da faixa de operação


da bomba, a compressão se dará na parte inferior dos impelidores.
A esse fenômeno, dá-se o nome de downthrust.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

Por essa razão, a bomba deverá operar na faixa recomendada


(operating range) e, sempre que possível, na vazão ótima definida pelo
fabricante (conforme pode ser visto na curva da bomba – faixa cinza).
A vazão ótima é, normalmente, onde se tem a máxima eficiência da
bomba.

A seguir podemos acompanhar a explicação dos fenômenos de


downthrust e upthrust. A ilustração, a seguir, apresenta os esforços que
ocorrem nos impelidores e no eixo da bomba.

PD

PT PT

AS
AT
AB

PB FM FM PB 49

PI
Esforços nos impelidores e no eixo da bomba

A resultante de força que atua no impelidor (FI) pode ser calculada


pela expressão:

FI = FM + PB . AB - PT . AT

Onde:

FM - força devido ao momento gerado pela passagem da vazão pelo


impelidor;

PB e PT - pressões abaixo e acima do impelidor;

AB e AT - áreas abaixo e acima do impelidor.

RESERVADO
Alta Competência

Em bombas com impelidores flutuantes, quando a vazão é alta, o


valor de FM torna-se alto e isso leva a resultante da força no impelidor
a atuar para cima, podendo provocar o desgaste nas superfícies de
contato no topo, fenômeno denominado upthrust. Por outro lado,
quando a vazão é baixa, o valor de FM também é baixo. Nesse caso,
a diferença entre PB e PT é significativa e a resultante de força no
impelidor é negativa, ocorrendo desgaste nas superfícies de contato
da base, fenômeno denominado downthrust.

Em bombas do tipo “compressão”, os impelidores são montados


de forma a não apresentar desgaste por downthrust. No entanto, a
resultante de força sobre o impelidor atua no eixo. Além disso, as
bombas de compressão não estão livres do desgaste por upthrust.
A carga mínima que atua no eixo da bomba será:

FS = (PD – PI).AS, para bombas com impelidores flutuantes, onde:


50
PD - pressão na descarga;

PI - pressão no intake;

AS - área da secção transversal do eixo.

Quando a bomba é de compressão, deverá ser adicionada, a esse


esforço, a soma das forças nos impelidores. Observe que os maiores
esforços ocorrem quando a vazão é nula (shut-off).

O comprimento máximo da carcaça da bomba é limitado em cerca


de 8 metros para não dificultar o manuseio. Se o número de estágios
requerido é tal que exija uma carcaça maior, faz-se uma associação
de duas ou mais bombas “em tandem”, ou seja, associação em série.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

Impelidor

Difusor

51

Estágios com Estágios com


fluxo misto fluxo radial

Detalhes da bomba centrífuga, impelidor e difusor

A composição “em tandem”, entretanto, não é ilimitada, pois os


seguintes itens devem ser verificados:

• Potência máxima tolerada pelo eixo;

• Pressão máxima de operação da carcaça;

• Capacidade de carga dos mancais (mancal de escora do selo).

RESERVADO
Alta Competência

Em termos práticos, são usadas no máximo três bombas “em tandem”.

A potência exigida no eixo do motor, ou brake horsepower (BHP), é


calculada pela seguinte expressão teórica:

BHP = 1,52 x 10-4  . Q . H


Onde:

BHP - potência em HP;

ρ - densidade do fluido;

Q - é vazão em m3/d;

52
H - altura manométrica total em metros;

η - é a eficiência da bomba (100%=1).

A conversão de head ou altura manométrica para pressão pode ser


feita pela seguinte expressão:

Pman = Gradf . H

Onde:

Gradf - gradiente do fluido;

H - altura da coluna de fluido.

As análises de aplicações de bombas centrífugas de BCS são realizadas


com o uso de curvas padrão (de catálogo). No entanto, as curvas reais
das bombas são ligeiramente diferentes, pois os impelidores diferem
entre si, no processo de fabricação (fundição). Assim, as curvas reais
de desempenho das bombas são obtidas em testes de bancada.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

O API, através da norma RP11S2, estabelece as seguintes tolerâncias


nos testes em bancada em relação à curva original:

Parâmetro Tolerância Aplicabilidade


Head + 5% Range de operação
Vazão + 5% Range de operação
BHP + 8% Range de operação
Eficiência - 10 % Máxima eficiência

g) Acoplamento

Os eixos dos componentes do conjunto de BCS são ranhurados


nas suas extremidades. Para que ocorra a transmissão da potência
do motor para a bomba, são usados os acoplamentos conectando
os eixos. Esses acoplamentos possuem encaixes ranhurados para
se adaptar às ranhuras dos eixos. A depender do fabricante e dos 53
modelos dos componentes utilizados, esses acoplamentos podem
variar em diâmetro e tamanho, sendo que aplicações inadequadas
trarão problemas para o conjunto de BCS.

Eixo do componente
superior

Acoplamento

Eixo do componente
inferior

RESERVADO
Alta Competência

h) Adaptador de série

Quando se usa componentes de séries diferentes, é necessária a


utilização de adaptador de série. É mais comum o uso do adaptador
de série convertendo o intake série 513 para a bomba série 400.
Entretanto, também se pode usá-lo para converter o selo série 513
para intake série 400. Nesse caso, os acoplamentos são especiais e
mais longos.

i) Cabeça de descarga

Como o conjunto BCS é acoplado à extremidade da coluna de


produção e esta é roscável, necessitamos utilizar um adaptador
flange-rosca, uma vez que todos os componentes do conjunto de BCS
são flangeados. Esse adaptador é chamado de cabeça de descarga.

54 j) Cintas ou abraçadeiras para cabo

O cabo é preso à coluna de produção por meio de fitas de aço


inoxidável. Essas fitas podem ser fornecidas em comprimentos
padronizados ou, alternativamente, em rolos para serem cortados
no comprimento adequado na sonda durante a instalação do BCS.
Normalmente são usadas três cintas por tubo. O cintamento do cabo
visa a provocar a sua aderência ao tubo por atrito, distribuindo o
seu peso próprio, e também a evitar que o mesmo fique solto, o
que facilitaria a ocorrência de danos. Alternativamente, podem ser
utilizados protetores de cabo.

l) Calha para o cabo chato

É utilizada para proteger o cabo chato do contato direto com o


revestimento. É fornecido em comprimento padronizado de 8 pés.

m) Intake / separador

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

55

Admissão/intake da bomba

Para pequenas quantidades de gás livre na sucção bomba, ou


sem a possibilidade ou necessidade de separação de gás, a
admissão do fluido é feita através do intake, conectado na parte
inferior da bomba.

Havendo quantidade de gás livre na sucção da bomba acima do


tolerável e havendo a possibilidade de separação, pode-se utilizar um
separador de gás. Em função da quantidade de gás a ser separada,
um separador de gás pode ser de dois tipos:

• Separador estacionário - a separação de gás do líquido se


dá mediante a simples mudança brusca do fluxo de fluidos ao
entrar na bomba.

RESERVADO
Alta Competência

• Separador centrífugo - o gás é separado do líquido devido às


diferentes forças centrífugas a que são submetidos esses fluidos
quando admitidos no separador. O líquido é dirigido para o
primeiro estágio da bomba, enquanto o gás, que apresenta
menor densidade, mantém-se próximo ao eixo do separador,
onde é canalizado para o espaço anular. Em relação ao separador
estacionário, o centrífugo tem uma eficiência maior de separação
que segundo os fabricantes pode ultrapassar a 90%.

Por isso, deve-se levar em conta que o separador centrífugo utiliza


uma parte da potência do motor no dimensionamento do motor.
A potência consumida pelo separador centrífugo é da ordem de 3,0
a 5,0 HP.

Saída de gás
para o anular
56

O óleo, por ser


mais denso,
segue próximo
a carcaça

O gás segue próximo ao


eixo separador

Entrada de óleo com


bolhas de gás livre

Separador Centrífugo

O uso do separador de gás torna-se necessário quando há previsão de


operação com elevados percentuais de gás livre na sucção da bomba,
o que ocorre quando a pressão na sucção é inferior à pressão de
saturação e, principalmente, em poços com elevada RGO.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

n) Colunas de produção

As composições de coluna usuais para a instalação de conjuntos


BCS são:

• Coluna com packer e DHSV;

• Coluna sem packer e DHSV;

• Coluna com bloco Y;

• Coluna tubing-mounted;

• Coluna simples.

No início da operação de um campo de petróleo, em geral, os poços 57


são surgentes. Mesmo que não atendam à vazão desejada, eles
podem surgir para uma vazão baixa. Por esse motivo os poços são
equipados com packer, uma barreira de segurança do anular, e com
DHSV, uma barreira de segurança da coluna de produção. Além disso,
como esses poços necessitam de amortecimento nas intervenções,
possuem também uma cauda de produção com standing valve para
evitar o contato do fluido de amortecimento com o reservatório.

A coluna com packer e DHSV, além de necessitar do uso de um


penetrador do packer, apresenta lentidão no amortecimento do poço
e risco de dificuldade de desassentamento do packer nas intervenções
e impede a injeção pela coluna para desobstrução da bomba.

Para a instalação de BCS em poços equipados com cauda de produção,


a Petrobras desenvolveu, em 1991, uma configuração de coluna
denominada tubing mounted. Nesta configuração, o conjunto BCS
desce no poço montado no interior de um tubing de maior diâmetro
(normalmente, usa-se o revestimento de 7 polegadas). Na extremidade
inferior da coluna, há uma camisa que promove vedação no mandril
do TSR (tubing seal receptacle). Esta configuração usa o packer da cauda
como barreira de segurança do anular. No trecho de maior diâmetro,
onde o conjunto de BCS será encapsulado, existem duas reduções
especiais: a que fica acima do conjunto convertendo o diâmetro da

RESERVADO
Alta Competência

coluna para o maior diâmetro; e a que promoverá o encamisamento


do conjunto. Essa redução permite, ainda, a conexão do tubing de
menor diâmetro internamente ao tubing de maior diâmetro para
instalação do conjunto BCS. A redução superior também permite a
conexão de um penetrador, similar ao penetrador do packer, para
promover a interligação elétrica do sistema.

O tubing de maior diâmetro encamisa todo o conjunto BCS e logo


abaixo da base deste é usada a segunda redução especial, com a
função de reduzir o maior diâmetro do tubing para o diâmetro da
coluna.

Esse tipo de configuração apresenta vantagens, como facilitar o


amortecimento do poço nas intervenções e isolar o interior da coluna
e o espaço anular, além de proteger o conjunto durante a descida.
Entretanto, a configuração tubing mounted possui desvantagens,
58 como: não permitir a circulação para a limpeza da bomba em caso de
obstrução; ter um maior número de emendas; e não permitir registros
de nível estático e dinâmico por meio de sonolog.

Quando os poços deixam de ser surgentes, evita-se o uso do packer


e não há a necessidade da instalação da DHSV. Assim, torna-se
desnecessária a utilização do penetrador, o que reduz uma emenda,
possibilitando o acompanhamento do nível dos poços (dinâmico e
estático) por meio de sonolog e permitindo realizar injeção pelas
bombas e, numa emergência, injeção pelo anular para complementar
a produção de reservatórios com o IPs muito baixos.

Outro tipo de configuração de coluna é a que utiliza o bloco Y. Este


bloco é um equipamento que permite a descida de registradores de
pressão de fundo para a realização de testes de formação (TFRs),
perfilagens (PLT e outros) e registros de pressão de fundo (RPs), pois
o conjunto de BCS fica numa das pernas do Y, fora do alinhamento
da coluna.

A utilização do bloco Y é importante para o gerenciamento do


reservatório, no entanto, impede a instalação da camisa de refrigeração

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

e, em poços de baixa vazão, o motor trabalha mais aquecido.

Exemplos de colunas:

Coluna de
produção
31/2” EU
Rev 9 5/8”

Redução Rev 7“- 26#


especial com
passagem do
penetrador
7”butress Cabeça
X3 1/2”EU de descarga
X2 3/8”EU

Bomba
Intake
Rev 7“- 26 Protetor
Motor
Redução 59
7”butress p/
31/2”EU

Anular Coluna
cheio de 3 1/2”
fluido

TSR - Camisa e
mandril
Petróleo
fluindo pela Parker inferior
coluna (da cauda
de produçaõ)

Reservatório

Instalação c/
Instalação Tubing mounted
bloco Y

Poço: 7-VM-13D-RJs campo: vermelho L.A:81m Plataf../Sonda: PVM-23/ SPM-14 EeP-BC/Genpo/GP ANS

MR= 12m (sonda que perfurou) ; SS-04 Data coluna nova: 05/03/01 Fiscal: Rita
MR= 31,6m (sonda que completou): SPM-25 Data intervenção:02/03/01 fiscal:Rita

RESERVADO
Alta Competência

CAB. POÇO Descrição dos equipamentos Prof OD ID


FAB: CEV P Zero (POL) (POL)
Size: 11” x 13-5/8” ANC CEB simplwa tipo cruzeta flangeada 3 1/8” x
Pressão: 3000 PSI 3000 PSI NS: 104 (simplificada)
Tipo: NFF-FC-00
H2S:S( ) N( X ) Válv.hidráulica:
Válv.hidráulica pneumática:wing 3 1/8”
Válv.hidráulica: master e swab 3 1/8”
-2,10
Adaptador EIMS A3EC 11” x 3 1/8” x 3000 PSI
Distância Mr. compl ao suspensor=17,60 M.

REV. 9 5/8”_ Suspensor CBV PECS-C 10” x 3 1/8” x 3 1/2’ EU


___________________ Perfil p/ EPV IS 3”, c/ mandril eletrosue
Grau: P-110
43,5/47 1b/pe
sapata: 2836m

1,92 Tubo curto de produção 3-1/2”EU,9,3 LHS/PE, N-80. 4,50 2,992

2392,15 253 tubos de produção 3-1/2”EU, 9,3 LES/PE,N-80. 4,50 2,992

1,27 + 1,15 02 Tubos curto de produção 3-1/2”EU, 9,3 LES/PE, N-80. 4,50 2,992

KOP: 1300 m 0,92 PSP


Ang. Max. 30m

Parker duplo RDM 9 5/8 NS-33 2395,60 8,44 2,880

1,55 PIP

1,30 Tubo curto de produção 3-1/2”EU,9,3 LHS/PE, N-80. 4,50 2,992

0,40 Nipple R 2,75” C/ STV 2395,60

1,87 Tubo curto de produção 3-1/2”EU,9,3 LHS/PE, N-80. 4,50 2,992

LINER 7” 0,18 Cabeça de descarga S. 400 Reda RAnhurada/ flangelada


-------------------
Grau: P-110

60 291b/pe
Topo: 2571 m
3,65 IEE reda S. 400 ESFLCTCS DN-675 NS 2FEN-675 NS 2FE7L59787. 159 EST

KOP: 913 m 3,65 IEE reda S. 400 ESFLCTCS DN-675 NS 2FEN-675 NS 2FE7L545 159 EST 2408,50
ANG. MAX.
LINER 7” 0,30 Intake reda S. 540 x intake 400
-----------
Tipo: P-110 2,72 Selo reda, S. 540 MOD EPESL -CS NS 3FE8A54368
29 1b/pe
Topo:2697,6m 2,72 Selo reda, S. 540 MOD EPESL -CS NS 3FE8A54369
Fluido comp.:
------------------------- 4,08 Motor reda,S 540 Skutmk 1DE2K11601 100MP 47,5A 115 pv
Tipo: Não
1b/gal Shroud 7’ x 14,0 m (AIR GAP=3,51)
Rechanhoeiro
Tipo: HSD-DP OES: Ficaram no poço 33 cintas durante a última
4 5/8” retirada da COP em 04/03/01
DENS.: 12hj/pe
formação: Mandril do TSR EORH 4320 5 3 1/2”NS 1981201 Topo
Campos/ARN
Carapeus 0,68 Turbo curto 3 1/2” EU - 9,3 LE/PE N-80
E OCENO B-3
Intevalos: 1,28 Turbo curto 3 1/2” EU - 9,3 LE/PE N-8O 2844,55 4 1/2 2,992
--------------
2870 / 2892 m
2876/2872m

2870,0/28/72, Om 0,54 PSP


2876/5/2878, Om
Estes em:23/02/01

Parker HHL 47E2 W.T.F 3 1/2”EU NS: 99 118001-15 2845,09 5,968 2,890

1,38 PIP Desassentamento: 6X9 KLE= 54 KLE

Squeeze 0,62 Turbo curto 3 1/2” EU - 9,3 LE/PE N-80 2846,09 4 1/2 2,992
---------
2887/2892m 0,40 Nipple R 2,75” WTF NS: 29C STD Valve RE2 2,75” 4 1/2 2,697
2894/2899 m
Cortado 4 1/2 2,992
cimento ate
2884 M EM 0,61 Turbo curto 3 1/2” EU - 9,3 LE/PE N-8O. 4 1/2
22/02/01
Fundo: 2892m 0,15 Boca de sino 2847,17 4 1/2

OBS.:* SIE n. 012/01 - Range MAX: 46 / 116 M#/D


Collar: 2992m
* Torque da COP c/ Chave hidráulica FARETESCO) Nº 7585: 3200 LE*PE
Sapata: 3028m
*Manobras | (00) Retirada (01) Descida
* Drag´s (UP=75 KLE e down = 70 KLB)
* Recuperadas 2 carcaças de EPP a 2880, e 2881,5m (18/01/2001)
*Usadas 774 cintas + 4 calhas
* Topo do cimento a 2884 M C/ GR-CCL (23/01/2001
*** Parker utilizado para isolar furo no revestimento a prox. 2070 H
Peixe: Liberdade mecanico 3 1/2 (0,6m) + tubo 3 1/2 EU (9,04m) + SUE PERF
3 1/2 (0,29m) + Tubo 3 1/2EU (1,92m) + cabeça de disparo + canhão TCP (29m)

Coluna com packer

Poço: 7-VM-21D-RJs campo: vermelho L.A:80m Plataf../Sonda: PVM-2/ SPM-25 EeP-BC/Genpo/GOPV

MR= 26m (sonda que perfurou) ; SS-26 Data coluna nova: 10/09/95 Fiscal: Gesus
MR= 31,6m (sonda que completou): SPM-25 Data intervenção:25/09/98 fiscal:Francy

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

CAB. POÇO Descrição dos equipamentos Prof


FAB: CEV P Zero
Size: 11” x 13-5/8” ANC FAB/Tipo/SISE/Pressão
Pressão: 3000 PSI CBV/Cruzeta/3-1/S”/3000 PSI.
Tipo: TEF-FC-00
H2S:S( ) N( X ) Válvulas: master hidrálica e hanua, wing pneutática e manual e swab (teste p/ stanquidade= 3000PSI).

Adaptador EAB/HOD/SISE/Pressão:
CBV/A3EC/3-1/8’ x 11’X3000 PSI,IMS Harthan.

L.C.: Não Distância Mr. compl (SPM-25) ao suspensor=17,60 M.


12,0

Conexões 0,40 Suspensor de coluna CBV PECS-C 10” x 3 1/8” x 3 1/2’ EU COM.
EN:Não
DHSV:Não

Mandril eletrosue e acesso a LC DHSV tamponada.

1,73 Tubo curto de produção 3-1/2”EU,9,3 LHS/PE, N-80.

DHSV 1992,80 212 tubos de produção 3-1/2”EU, 9,3 LES/PE,N-80.


Fab.: Não
MOD.: 040 Nipple R 2,75” petrol NS 2168 (c/std.w.RE-2 2,75”x 2 1/2. 2007,33
TAM.:
P. abertura:
PSI 1,26 Tubo curto de produção 3-1/2”EU, 9,3 LES/PE, N-80.
P. fechamento:
PSI

0,26 Cabeça de descarga, enda, série 400, ranhurada/flangelada

REV. 9 5/8” 3,65 Bomba reda, MOD DN 675, NS 2FE8E550563, 159 EST., série
--------------------------
Tipo: P-110
43,5/47 1b/pe
Sapata: 2895 m

0,30 Intake reda. 2012,80

0,10 Adaptador reda 400/540.

KOP: 913 m 2,72 Selo reda, MOD: ESESL, NS: 3FE8E55112.


ANG. MAX.

3,96 Motor reda, MOD SK S CS, NS 1DE8E55102, 100 HP, 1245 V, 47. 61
LINER 7” Shroud 7’ x 8,12 metros.
-----------
Tipo: P-110
29 1b/pe
Topo:2697,6m

Observações:

Fluido comp.:
-------------------------
Tipo: Não
1b/gal

* Intervalo 1495/1512 H, squeezado em 17/07/96 e testado com

1100 PSI, positivo. não submeter revestimento 9 5/8” a pressão

Squezze Maior do que 500 PSI.


---------------
1495,0/97, oM
(em 17/07/96)
Isolado
--------------
3007,0/10,OM

* Topo do taampão de emento checado a 3004,2 H durante descida

Do canhão HSD.

*N# de manobras=03 (com chave HID. N# 02 da EVI oil tool)

*N# de cintas=03

*N# de calhas=03

Canhoeiros * Peso da coluna subindo= 55KLE.


---------------------
Tipo:TCP * Peso da coluna subindo= 50KLE.
Dens.: 12hj/pe
Intervalos: * Peixes: 1) Esferas 2 1/2” e 2 1/8” + estampador 2” no topo
--------------------------
2992,3/95,4M Do tampão de cimento.
2999,2/04,2M
2999,4/03,4M 2) Carcaça de EPP 7”

Formação: 3) EPP 7” c/ centralizador 7” soldado no fundo + tubo


Capab eus
eo ceno E2/E3 3 1/2” EU (9,5 M) + tubo curto 3 1/2” EU (1,20 M) com aletas

Na luva e corpo com extremidade ovalada.

4) 23 cintas e 23 presilhas.

Limpo: 3004,2M
Collar: 3091, OM
Sapata:3128,OM

Coluna simples

RESERVADO
Alta Competência

1.1.3. Acessórios

Seguem os principais acessórios do sistema BCS:

a) Camisa de refrigeração (shroud)

Shroud é um tubo com diâmetro interno superior ao diâmetro externo


do motor, que irá encamisá-lo, visando a aumentar a velocidade
do fluido ao seu redor para melhorar a sua refrigeração. É fixada,
normalmente, por meio de anel bipartido acima do intake, no flange
da bomba. Um centralizador é acoplado à base do motor com o
intuito de centralizar a shroud em torno do motor.

b) Bloco Y

O bloco Y é um componente acessório que permite a utilização de um


62
prolongamento da coluna de produção, paralelamente ao conjunto
BCS. É aplicado quando há necessidade de realizar perfilagens de
produção ou registros de pressão de fundo, geralmente solicitados
para gerenciamento do reservatório produtor.

c) Standing valve

A standing valve é uma válvula de retenção que pode ser instalada e


retirada da coluna de produção com operação de wire line. É descida
durante a instalação do conjunto BCS e, após a confirmação das
fases (sentido de rotação do conjunto BCS), geralmente é retirada.
A coluna sem válvula de retenção possui a vantagem de permitir
realizar a circulação pela bomba, em caso de obstrução ou em caso
de travamento.

Em poços que apresentem produção de teores de areia elevados


(aqueles nos quais, quando tem a parada da bomba, ocorre
sedimentação de areia, levando ao seu travamento), a permanência
da standing valve tem evitado o travamento da bomba nas paradas,
pois, neste caso, a areia sedimentar permanece sobre a standing valve
e não sobre a bomba.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

Após a retirada da standing valve, deve-se aguardar no mínimo 60


minutos para se religar o conjunto BCS nas paradas do conjunto.
Caso este tempo não seja respeitado, pode ocorrer a ruptura de eixo
do conjunto.

d) Penetrador do packer

O penetrador do packer é um conector que cumpre uma função


similar ao mandril eletrosub e é usado em poços equipados com packer
ou tubing-mounted. O penetrador possui um corpo constituído por
uma carcaça metálica envolvendo um trecho de cabo redondo e dois
rabichos de cabo (também redondo) em suas extremidades. Esses
rabichos são emendados ao cabo redondo, na parte superior do
packer, e ao cabo chato, na parte inferior do packer. Um adaptador que
possui internamente alguns anéis de borracha (o’rings) é rosqueado
acima do packer ou conexão especial superior do tubing-mounted,
envolvendo o corpo do penetrador e promovendo a vedação. 63

Ao motor é conectado o pot-head do cabo chato, que é emendado ao


cabo redondo e pig-tail inferior e conectado ao mandril eletrosub. Esse
conjunto de componentes é normalmente chamado de conjunto de
fundo. O pig-tail superior é conectado ao conjunto de fundo, indo até
o transformador e chegando ao variador e gaveta. Estes últimos são
chamados de equipamentos de superfície.

e) Sensor de pressão e temperatura

O conhecimento do valor da pressão e temperatura em fluxo em


frente à bomba é útil para avaliar o comportamento do reservatório
e as condições de operação do conjunto BCS. Assim, para aqueles
poços onde se deseja fazer uma melhor avaliação, recomenda-se
utilizar o sensor de pressão e temperatura, que é descido e acoplado
ao motor em sua parte inferior. Os sinais elétricos são enviados à
superfície por meio do mesmo cabo que conduz a corrente elétrica
ao motor. Na superfície existe um sistema que recebe e decodifica
estes sinais, apresentando os valores de pressão e temperatura de
fundo. A aplicação desses sensores é sempre recomendável, pois os
seus sinais podem ser usados para o controle, melhorando a proteção
do sistema durante a operação.

RESERVADO
Alta Competência

1.2. Bombeamento centrífugo submerso submarino (BCSS)

64

As aplicações comuns de BCS, desde o início da sua utilização como


método de elevação, eram em poços de completação seca, a maioria
onshore, pois apresentavam menores custos de intervenção, o que
impactava muito a seleção de um método. Com as descobertas de
reservas offshore, viu-se o BCS como método alternativo para o
desenvolvimento de alguns campos. No entanto, a aplicação inicial
se deu em poços com árvore de natal seca, que têm certa similaridade
com os poços onshore, apesar de apresentarem custos de intervenção
bem superiores. Os principais fatores que interferem na disseminação
do uso do BCS são:

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

• As limitações à aplicação do método, tais como: produção de


teores de areia acima de valores toleráveis, produção de gases
corrosivos e também quando o volume de gás livre no líquido
bombeado está acima dos valores toleráveis;

• A expectativa de durabilidade da instalação. A instalação de


BCS é complexa, pela quantidade e diversidade de componentes
envolvidos, ocasionando um elevado índice de falhas por
problemas elétricos e mecânicos.

A maioria dos poços produtores offshore é satélite, ou seja, possui


árvore de natal molhada (ANM) e produz para uma plataforma, que
pode ficar a distâncias variadas dos poços. Estudos de elevação e
escoamento desses poços muitas vezes indicam bons resultados se
refletindo em ganhos de produção, caso se opte pelo uso do BCSS,
mas quando se introduz os riscos e os custos envolvidos, a aplicação
se torna inviável economicamente. 65

Com a evolução dos equipamentos e, consequentemente, a melhoria


da confiabilidade do sistema, a aplicação de BCS em poços satélites,
denominado BCSS, tem ganhado destaque.

Na Petrobras, já foram realizadas instalações de BCSS em alguns


poços: a primeira no RJS-221 em lda de 90 metros; a segunda
no RJS-477 em lâmina d´água de 1.109 metros; e a terceira no
RJS-320 em lda de 90 metros, dentre outras. Essas instalações
têm apresentado vida média de operação superior ao de poços
equipados com árvore de natal convencional. Isso têm se justificado
pela grande exigência de qualidade dos equipamentos aplicados,
face aos altos custos e riscos envolvidos.

A interface mais complexa em uma instalação submarina está na


árvore de natal molhada. O conjunto de BCS é descido e conectado
ao suspensor de coluna que será alojado em uma base no fundo
do mar. Esse suspensor possui um conector elétrico especial para
conexão molhada que irá interligar com outro conector elétrico
especial, localizado na ANM, sendo esta uma conexão remota. Uma
vez conectada a ANM ao suspensor, o cabo elétrico submarino será
fixado à ANM para ser ligado na superfície e alimentar o motor. A
conexão do cabo elétrico na ANM pode ser realizada por mergulhador

RESERVADO
Alta Competência

em poços com lâmina d´água rasa, mas em lâmina d´água profunda é


realizada remotamente. A ilustração, a seguir, apresenta um esquema
da ANM e das conexões elétricas necessárias.

Conector elétrico molhado

Equipamento de cabeça de poço submarino

Sistema de conexão elétrico


na árvore de natal molhada

Umbilical para superfície

66

Cabo elétrico - downhole

Penetrador de packer

BCS

Diagrama de completação

A tendência atual é o uso de árvore de natal molhada horizontal


(ANMH), no entanto, o RJS-221 usou uma árvore DA adaptada para
BCSS, ou seja, foram adaptadas as passagens para os conectores
elétricos. No caso de uso de ANMH, a árvore já é fabricada para
a aplicação de BCS. Ela tem a vantagem de reduzir o tempo de
intervenção, permitindo a entrada no poço sem necessidade de retirar
a árvore. O fechamento das ligações elétricas é feito pela tree cap.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

Variáveis usadas para o dimensionamento do sistema:

Pcab
Pcab Q

NE
Profundidade

ND

Hs
PMB
VB Pb Preq
Psuc
Pdisp
Liner Q
VC PMC
0 Pwf Pe Pressão
Vazão

IRP
Q

67

Pcab - pressão na superfície necessária para vencer as perdas de carga


a jusante;

Pe - pressão estática( geralmente nos canhoneados);

Pwf - pressão no fundo em fluxo;

NE - nível estático;

ND - nível dinâmico;

PMC - profundidade medida dos canhoneados;

VC - profundidade vertical dos canhoneados;

PMB - profundidade medida da bomba;

VB - profundidade vertical da bomba;

Psuc - pressão na admissão da bomba;

RESERVADO
Alta Competência

Hs - submergência vertical da bomba;

Pdisp - pressão disponível no admissão( igual à pressão na sucção da


bomba);

Preq - pressão requerida na descarga da bomba;

∆Pb - diferencial de pressão a ser fornecido pela bomba;

Q - vazão a ser produzida.

Raramente a elevação por BCS ocorre apenas em fluxo monofásico.


Isso, realmente, só acontecerá quando a pressão de cabeça for
superior à pressão de saturação, o que não é muito comum. Portanto,
em algum ponto da coluna, ocorrerá a liberação de gás. Além disso,
o cálculo manual é moroso e sujeito a erros, além de dificultar mais
68
de um tipo de análise. Outro ponto importante é a perda de carga.
Quando se trata de fluidos com alto BSW e baixa viscosidade, pode-se
usar ábacos simples, mas nos casos de fluidos viscosos, principalmente
em poços submarinos, os simuladores são muito importantes. Além
disso, os simuladores podem avaliar outros dados mais facilmente.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

A tabela a seguir apresenta os simuladores que se têm utilizado para


dimensionamento do conjunto BCS:

Simuladores Descrição

Bom para simular poços com árvore de natal seca. Analisa


com profundidade os equipamentos e dimensiona também
equipamentos de outros fabricantes, no entanto não a nível
Subpump
tão profundo, pois faltam informações dos demais fabricantes,
que são confidenciais. O BCS, por exemplo, usa o simulador
subpump.

Simula, também, poços com árvore de natal seca. Analisa


com maior profundidade os equipamentos e dimensiona
Autograph
os equipamentos de outros fabricantes que forneceram
informações. 69

Simula poços com árvore de natal seca e molhada, com linhas


submarinas. Bom para simulação da elevação, para as bombas
Wellflo
dos fabricantes disponíveis. Ruim para simulação da parte
elétrica.

Simula poços com árvore de natal seca e molhada, com linhas


submarinas. Bom para simulação da elevação para as bombas
Marlim dos fabricantes disponíveis. Possui a vantagem de permitir o
cadastramento de bombas. Não permite escolha do motor e
não dimensiona a parte elétrica.

RESERVADO
Alta Competência

1.3. Exercícios

1) Quais os principais componentes de cada estágio da bomba centrí-


fuga submersa?

________________________________________________________________

2) Quais são os parâmetros avaliados nas curvas de desempenho de


uma bomba centrífuga?

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

3) Qual a função da shroud no conjunto BCS?

________________________________________________________________

4) Em que etapa o BCS está inserido na produção de petróleo?

70 ( ) Recuperação

( ) Elevação

( ) Coleta

( ) Transferência

5) Nomeie os componentes do sistema de BCS na ilustração a seguir.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

6) Nomeie, na ilustração a seguir, os componentes de cada estágio de


uma bomba aplicada em BCS.

7) Dada a curva de uma bomba centrífuga, pede-se preencher a ta-


71
bela a seguir:
Carga do Efic. da
Head Motor bomba
ft
hp
800 32 80

700 28 70

600 24 60

500 20 50

400 16 40

300 12 30

200 8 20

100 4 10

0 0 0

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
Capacidade (bbl/d)

Vazão (BPD) Head fornecido (ft) Potência requerida (HP) Eficiência (%)
0
2400
3500
4600
5800

RESERVADO
Alta Competência

8) Quais são os ajustes das proteções contra sobrecorrente e


subcorrente?

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

9) Qual a finalidade básica do transformador usado no sistema de BCS?

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

10) Numa instalação de BCS, o ponto de neutro do secundário do


transformador deve ser aterrado? Comente a sua resposta.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
72 ________________________________________________________________

11) Quais são os dois tipos de cabos elétricos utilizados numa instalação
de BCS?

________________________________________________________________

12) Como é realizada a conexão entre os cabos elétricos?

________________________________________________________________

13) Cite quatro equipamentos de subsuperfície utilizados em uma


instalação de BCS.

________________________________________________________________

14) Quais as funções básicas do conjunto formado pelo pig-tail superior,


mandril eletrosub e pig-tail inferior?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

15) Em que situação necessitamos utilizar o packer em uma instalação


de BCS?

________________________________________________________________

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

16) Como ocorre a refrigeração do motor do BCS?

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

17) Sobre o selo ou protetor, cite:

a) Duas de suas funções:

____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
___________________________________________________________
_____________________________________________________________

b) Os seus dois tipos:

_____________________________________________________________

18) Em que momento é necessário utilizar o separador de gás? 73


_______________________________________________________________
________________________________________________________________

19) Por que a bomba do BCS deve sempre operar dentro do range de
operação?

________________________________________________________________

20) A freqüência padrão de alimentação elétrica do BCS em nossas


unidades é:

( ) 50 Hz

( ) 60 Hz

( ) 70 Hz

( ) 80 Hz

21) Cite três componentes do BCS que possuem eixo:

________________________________________________________________

22) Cite dois tipos de coluna de produção utilizados nas instalações


de BCS:

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

RESERVADO
Alta Competência

23) Ao desligar um conjunto de BCS, o que ocorre se a coluna não


estiver equipada com uma standing-valve?

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

24) O TAP do transformador a ser escolhido para a instalação do


BCS é:

( ) Igual à Tensão Nominal do motor do BCS.


( ) Independe da Tensão Nominal do motor.
( ) Aproximadamente igual à Tensão Nominal do motor, soma-
da à queda de tensão no cabo elétrico.
( ) Inferior à tensão nominal do motor.

25) Qual dos componentes efetivamente permite a passagem do


cabo elétrico pela ANC, mantendo-a como barreira de segurança do
poço?
74
( ) Pig-tail superior.

( ) Penetrador do packer.

( ) Mandril eletrosub.

( ) Pig-tail inferior.

26) Quais são os tipos de conexão do cabo chato com o motor?

________________________________________________________________

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

1.4. Glossário
ANC - Árvore de Natal Convencional.

ANMH - Árvore de Natal Molhada Horizontal.

API - American Petroleum Institute.

BCS - Bombeio Centrífugo Submerso. Conjunto moto-bomba elétrico descido em


poços para promover elevação de líquidos (petróleo). Bomba centrífuga de múltiplos
estágios, os quais consistem de impelidores rotativos e difusores estacionários.

BHP - potência requerida no eixo do motor.

BPD - Boletim Diário da Produção.

BSW (Basic Sediments and Water) - segundo definição da ANP, é a porcentagem de


água e sedimentos em relação ao volume total do fluido produzido.

DHSV (Down Hole Safety Valve) - dispositivo de segurança de subsuperfície


fabricado pela Baker Hughes.
75

Downthrust - se a vazão for menor que o limite inferior da faixa de operação da


bomba, a compressão se dará na parte inferior dos impelidores.

“Em tandem” - em série.

Estator - parte de um motor ou gerador elétrico que se mantém fixo à carcaça


e tem por função conduzir energia elétrica, nos motores para rotacionar e nos
geradores para transformar a energia cinética do induzido.

Head - este termo corresponde à altura manométrica total, é a capacidade de


elevação de uma bomba em unidade de comprimento (metro, pé etc).

HDPE - High Density Polyethylene.

Intake - dispositivo utilizado para conectar o protetor à bomba e permitir a entrada


de fluido.

IP - Índice de Produtividade.

Mandril eletrosub - acessório que permite a passagem de cabo elétrico do conjunto


BCS pela ANC e pelo suspensor de coluna.

Packer - elemento vedante, vazado ou tamponado, utilizado em completação para


isolar zonas com diferentes pressurizações. Também chamado obturador. Usado
geralmente para promover vedação do anular entre coluna revestimento.

Pig-tail - cabo, condutor ou fio flexível de conexão.

RESERVADO
Alta Competência

PLT - perfilagens (traçar o perfil do poço).

Pot-head - conexão do cabo chato ao motor.

Range - escala, faixa de trabalho ou operação.

RGO - razão entre o volume de gás liberado no óleo medido em condições


padronizadas.

Riser - denominação do trecho vertical, que se estende do ponto de toque no solo


marinho (aliás, alguns metros antes deste ponto) até o conector de superfície, na
plataforma de produção. É a parte dinâmica da linha de fluxo, sujeita à ação das
resultantes ambientais (ventos, ondas e correntezas).

Sonolog - registrador sônico utilizado para obtenção do nível de líquido no


anular.

Shroud - também chamado de “camisa”, é um tubo cauda utilizado no BCS para


que o fluido produzido atue como fluido de refrigeração.

Standing valve - válvula de pé que permite o fluxo apenas no sentido ascendente.


76
TAP - valores de tensão de saída.

TFR - Teste de Formação Revestido. Consiste de um teste onde o intervalo a avaliar


está revestido (N-2253).

Tubing-mounted - composição de coluna de BCS, onde o conjunto de bombeio fica


instalado dentro de uma cápsula.

TSR - Tubing Seal receptacle.

Upthrust - vazão de uma bomba com impelidores flutuantes maior do que o limite
superior da faixa de operação da bomba.

V-boost - tensão inicial aplicada com o objetivo de aumentar o torque inicial do


motor.

VSD (Variable Speed Drive) - dispositivo eletrônico, capaz de receber a tensão


alternada na freqüência da rede, retificá-la e convertê-la para a nova freqüência
de operação.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

1.5. Bibliografia
Oliveira, Pedro S. A operação do Bombeamento Centrífugo Submerso. Apostila.
Petrobrás. Macaé: 2006.

77

RESERVADO
Alta Competência

1.6. Gabarito
1) Quais os principais componentes de cada estágio da bomba centrífuga
submersa?

Impelidor e difusor.

2) Quais são os parâmetros avaliados nas curvas de desempenho de uma bomba


centrífuga?

Capacidade de Head, Potência requerida do motor e eficiência da bomba.

3) Qual a função da shroud no conjunto BCS?

Refrigerar o motor. Garantir a refrigeração do motor.

4) Em que etapa o BCS está inserido na produção de petróleo?

( ) Recuperação

( X ) Elevação

( ) Coleta
78 ( ) Transferência

5) Nomeie os componentes do sistema de BCS na ilustração a seguir.

Cabeça de descarga

Bomba centrífuga

Admissão ou intake

Selo ou protetor

Motor

Shroud

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

6) Nomeie, na ilustração a seguir, os componentes de cada estágio de uma bomba


aplicada em BCS.

Impelidor

Difusor

7) Dada a curva de uma bomba centrífuga, pede-se preencher a tabela a seguir:

Carga do Efic. da
Head
ft
Motor bomba
hp
79
800 32 80

700 28 70

600 24 60

500 20 50

400 16 40

300 12 30

200 8 20

100 4 10

0 0 0

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
Capacidade (bbl/d)

Vazão (BPD) Head fornecido (ft) Potência requerida (HP) Eficiência (%)
0 635 12 0
2400 590 17 62
3500 505 18,5 70
4600 340 19 59
5800 0 17,5 0

8) Quais são os ajustes das proteções contra sobrecorrente e subcorrente?

Sobrecorrente – 1,2 vezes a corrente nominal do motor.

Subcorrente – 0,85 vezes a corrente de operação do conjunto de BCS.

RESERVADO
Alta Competência

9) Qual a finalidade básica do transformador usado no sistema de BCS?

Elevar ou reduzir a tensão (tensão) elétrica que vai alimentar o sistema de BCS.

10) Numa instalação de BCS o ponto de neutro do secundário do transformador


deve ser aterrado? Comente a sua resposta.

Quando o ponto neutro do transformador é aterrado, o sistema de BCS não


opera com uma fase do cabo aterrada (pois ocorre curto circuito). Assim, o
não aterramento do neutro do transformador permite a operação do sistema
mesmo que ocorra uma fase aterrada (neste caso o sistema opera com isolação
igual a zero).

11) Quais são os dois tipos de cabos elétricos utilizados numa instalação de BCS?

Cabo redondo e cabo chato.

12) Como é realizada a conexão entre os cabos elétricos?

Por meio de emendas entre os cabos.

13) Cite quatro equipamentos de subsuperfície utilizados em uma instalação de


BCS.

Motor, selo, admissão, bomba, cabeça de descarga etc.


80
14) Quais as funções básicas do conjunto formado pelo pig-tail superior, mandril
eletrosub e pig-tail inferior?

Permitir a conexão do cabo elétrico de superfície com o cabo elétrico interno ao


poço para alimentar o motor, mantendo a segurança do poço.

15) Em que situação necessitamos utilizar o packer em uma instalação de BCS?

Quando o poço é surgente.

16) Como ocorre a refrigeração do motor do BCS?

Por meio da passagem do próprio fluido produzido (petróleo) ao redor do


motor.

17) Sobre o selo ou protetor, cite:

a) Duas de suas funções:

1 - Equalizar a pressão interna do motor com a externa;

2 - Evitar a contaminação do motor com fluido proveniente do poço;

3 - Transmitir a rotação do motor para os componentes superiores (bomba);

4 - Suportar os esforços axiais provenientes dos eixos superiores por meio do


mancal de escora.

b) Os seus dois tipos:

Selos labirinto e bolsa.

18) Em que momento é necessário utilizar o separador de gás?

Quando ocorre a presença de mais de 10% de gás livre na admissão da bomba.

RESERVADO
Capítulo 1. Princípio de funcionamento

19) Por que a bomba do BCS deve sempre operar dentro do range de operação?

Para evitar desgastes dos estágios da bomba.

20) A freqüência padrão de alimentação elétrica do BCS em nossas unidades é:

( ) 50 Hz

( X ) 60 Hz

( ) 70 Hz

( ) 80 Hz

21) Cite três componentes do BCS que possuem eixo:

Motor, selo, intake, bomba.

22) Cite dois tipos de coluna de produção utilizados nas instalações de BCS:

Coluna simples, coluna com packer e DHSV, coluna tubing mounted e coluna com
bloco Y.

23) Ao desligar um conjunto de BCS, o que ocorre se a coluna não estiver equipada
com uma standing-valve?

Ocorre o retorno do fluido da coluna passando por meio da bomba e fazendo-a 81


girar em sentido contrário.

24) O TAP do transformador a ser escolhido para a instalação do BCS é:

( ) Igual à Tensão Nominal do motor do BCS.


( ) Independe da Tensão Nominal do motor.
( X ) Aproximadamente igual à Tensão Nominal do motor, somada à queda de
tensão no cabo elétrico.
( ) Inferior à tensão nominal do motor.

25) Qual dos componentes efetivamente permite a passagem do cabo elétrico pela
ANC, mantendo-a como barreira de segurança do poço?

( ) Pig-tail superior.

( ) Penetrador do packer.

( X ) Mandril eletrosub.

( ) Pig-tail inferior.

26) Quais são os tipos de conexão do cabo chato com o motor?

Conexão do tipo plug-in e conexão do tipo tape-in.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 2
Operação do
conjunto BCS

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar os principais parâmetros de controle do


conjunto BCS;
• Descrever as recomendações utilizadas na partida de um
conjunto de BCS;
• Identificar os problemas que ocorrem nos conjuntos BCS
instalados em poços de petróleo.

RESERVADO
Alta Competência

84

RESERVADO
Capítulo 2. Operação do conjunto BCS

2. Operação do conjunto BCS

O
controle da operação do conjunto BCS pode ser realizado
com o controle da rotação da bomba. Para tanto, são
usados dispositivos especiais, denominados variadores de
freqüência, que além de variarem a freqüência de operação do
sistema, variam também a rotação do motor e, consequentemente,
a rotação da bomba.

Outros parâmetros controlados são a pressão e temperatura na


admissão da bomba e a pressão na descarga da bomba. Para isso, são
utilizados sensores instalados no conjunto BCS.

2.1. Freqüência do motor

A rotação do motor do sistema BCS pode ser controlada por meio 85


do uso de um variador de velocidade (VSD), pois a velocidade de um
motor de indução é proporcional à freqüência. Logo, se a freqüência
de alimentação do motor for variada, também estará variando a
velocidade do motor.

? VOCÊ SABIA?
Variador de velocidade é o equipamento capaz de variar
a freqüência da tensão do sistema de alimentação de
um motor

Embora os motores possam operar na faixa de 30 a 90 Hz, nas


aplicações em bombeamento centrífugo submerso é prático
operar entre 50 e 70 Hz. As leis de afinidade definem as curvas de
desempenho para diferentes freqüências:

2 3
Q1 N1 H1 N1 BHP1 N1
= , = , =
Q2 N2 H2 N2 BHP2 N2

2 3
Q1 f1 H1 f1 BHP1 f1
= = , =
Q2 f2 H2 f2 BHP2 f2

RESERVADO
Alta Competência

Onde:

Q1, Q2 - vazão inicial e final;

H1, H2 - head inicial e final;

BHP1, BHP2 - potência requerida no eixo do motor inicial e final;

N1, N2 - rotação inicial e final;

f1 , f2 - freqüência inicial e final.

IMPORTANTE

A vazão bombeada varia diretamente com a variação


86 da freqüência (velocidade).

O head varia com o quadrado da variação da freqüência


(velocidade).

O BHP requerido pela bomba varia com o cubo da


variação da freqüência (velocidade).

A ilustração, a seguir, mostra a curva de desempenho (capacidade


de elevação ou head, e também a potência requerida na vazão
ótima) para freqüência de 50 a 70 Hertz da bomba GN2100. Mostra,
também, a faixa de operação recomendada para essas freqüências,
representada pela linha contínua. Notar que a faixa de operação
da bomba é modificada, conforme a variação da freqüência, bem
como a vazão ótima. A faixa de operação “alarga”, de acordo com o
aumento da freqüência.

RESERVADO
Capítulo 2. Operação do conjunto BCS

GN2 100 513 Série da Bomba Performance do Variador de Freqüência 1 estágio

Head ft 70 Hz

60 65 Hz
50 60 Hz

40 55 Hz
50 Hz
20
30
10

Potência
do motor
hp
1.50

70 Hz
1.00
65 Hz
60 Hz
0,50 55 Hz
50 Hz

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000


Capacidade - Barris por dia

Variação das curvas de head e potência da bomba com a freqüência

A potência requerida pela bomba aumenta com o cubo da 87


freqüência e deve estar limitada à potência nominal (disponível)
do motor. Logo, o aumento da freqüência de trabalho deve ser
feito com certos cuidados para não correr o risco de sobrecarregar
e queimar o motor.

Vantagens da aplicação do VSD:

• Flexibilidade operacional: devido à possibilidade de ajuste da


freqüência de operação, o VSD permite a modificação do ponto
de operação pela alteração da curva de head. Isso é importante
para o dimensionamento em projetos de poços cujos dados de
reservatório não são completamente conhecidos;

• Partida suave: para um conjunto de BCS com partida direta,


a corrente na partida pode chegar a ultrapassar a 5 vezes o
valor da corrente nominal do motor. Isso não é benéfico para o
sistema elétrico em geral. O uso do VSD minimiza esse fato. A
partida suave é importante, também, para evitar produção de
vazão inicial muito alta, o que pode levar à produção de areia;

RESERVADO
Alta Competência

• Retardamento da intervenção: no decorrer do tempo de


operação, a pressão estática do reservatório pode cair e a bomba
desgastar, podendo atingir um ponto em que o conjunto de BCS
não opere mais em uma situação com vazão e pressão na cabeça
desejadas. Com o uso do VSD, pode-se amenizar esse problema,
aumentando a rotação do motor pelo aumento da freqüência e
levando o conjunto a operar em uma situação mais adequada.

2.2. Pressão na admissão da bomba

A pressão na admissão da bomba depende do escoamento à


montante do conjunto BCS, ou antes, da admissão da bomba. Se este
valor cair, pode ser reflexo: de aumento de vazão, que leva à redução
da pressão de fluxo em frente ao canhoneado e ao aumento da
perda de carga na tubulação até a bomba (considerando a pressão
estática e a produtividade constantes); ou de queda da vazão por
88 obstrução do fluxo a montante, queda da produtividade ou queda
da pressão estática.

Se a pressão na admissão aumentar, pode ser reflexo da queda


da vazão que leva ao aumento da pressão de fluxo em frente ao
canhoneado e redução da perda de carga na tubulação até a bomba
(considerando a pressão estática e produtividade constantes). Isso
pode significar melhoria da produtividade ou aumento da pressão
estática ou até desobstrução. É um parâmetro a ser utilizado como
alarme na proteção do sistema BCS.

2.3. Temperatura do fluido na admissão

A temperatura do fluido na admissão da bomba é reflexo do


escoamento à montante do conjunto BCS. Esse valor não é menor
do que a temperatura do reservatório, a menos que a vazão seja
muito baixa ou o poço esteja desligado. Então, este valor tende para
a temperatura geotérmica do poço. Por ser um parâmetro de baixa
variação, não é utilizado para a proteção do sistema BCS.

RESERVADO
Capítulo 2. Operação do conjunto BCS

2.4. Pressão na descarga

A pressão na descarga da bomba depende do escoamento à jusante


do conjunto BCS ou à sua frente. Portanto, a variação desse parâmetro
está associada a variações no sistema de escoamento do poço. Em
geral, o aumento do valor da pressão na descarga está relacionado
a restrições no escoamento, ocasionando queda de vazão. Essas
restrições podem ser: aumento de pressão na superfície, fechamento
de válvulas, aumento de perda de carga etc. Em caso de melhoria
dos parâmetros de reservatório (IP ou Pe), que leva ao aumento de
vazão, ocorre aumento do valor da pressão na descarga, devido ao
aumento da perda de carga por fricção nos dutos, no entanto, a
pressão na admissão também sobe.

A queda do valor da pressão na descarga está associada à redução


de pressão na superfície, redução de perda de carga por fricção,
desobstrução etc. É um parâmetro fundamental para se utilizar na 89
proteção do sistema BCS, pois evita queima do motor por baixa
vazão e protege o sistema contra altas pressões (caso de operação
em shut-off ).

2.5. Partida do conjunto BCS

Após o dimensionamento e instalação, o sistema é entregue à


operação. Um bom acompanhamento operacional do poço é
muito importante, porque além de prevenir problemas e aumentar
a durabilidade do sistema BCS, permite identificar e analisar as
anormalidades ocorridas durante a operação e que servirão de
experiência para se evitar problemas futuros.

O conjunto de BCS é dimensionado e, após a sua instalação, o sistema


deverá ser colocado em operação e acompanhado continuamente.
O ideal é que houvesse apenas a primeira partida do conjunto.
Entretanto, sabemos que isso é quase impossível, tendo em vista os
problemas operacionais, tais como falta de energia elétrica e outros,
que exigem novas partidas do sistema.

A partida do conjunto BCS deverá ser realizada após os seguintes


eventos:

RESERVADO
Alta Competência

• Instalação;

• Desligamento do sistema para inversão de fase, caso seja


constatada a inversão;

• Parada por problema operacional, como falta de energia,


alta pressão na planta, falha de componentes de superfície,
instrumentação e outros;

• Desligamentos necessários;

• Queda por subcorrente;

• Queda por sobrecorrente.

90 Dentre os eventos acima, os indicativos de possíveis problemas no


sistema são as atuações de sobrecorrente e subcorrente. Portanto,
especial atenção deve ser dada a essas ocorrências, sob risco de perda
da instalação.

ATENÇÃO

O intervalo entre partidas deve ser de no mínimo


30 minutos para as instalações com standing valve
ou check na coluna e de uma hora para as demais
instalações.

Isso busca evitar a repartida do conjunto girando no sentido contrário,


devido ao retorno da coluna de fluido acima da bomba, que, além
de causar stress no motor por submetê-lo a níveis mais elevados de
corrente, pode levar à ruptura do eixo do conjunto.

RESERVADO
Capítulo 2. Operação do conjunto BCS

As partidas do conjunto BCS devem ser realizadas em shut-off,


ou seja, fechado na cabeça do poço (ANC). Após a intervenção,
a coluna se encontra com a standing valve instalada, permitindo
a partida do conjunto com a coluna cheia. Quando a pressão na
cabeça atingir uma pressão maior do que a pressão do oleoduto
ou separador, a válvula de bloqueio deverá ser aberta para a
condição de pressão de trabalho ou a prevista na SIB (Solicitação
de Instalação de Coluna de BCS).

a) Partida do conjunto BCS após a entrega do poço

Se a instalação possuir DHSV, ela deverá estar aberta. Nessa situação,


a coluna se encontra com a standing valve instalada, devendo estar
cheia de fluido para que o poço possa partir em shut-off e apresentar
resposta imediata à superfície.

Deve-se verificar se as válvulas da árvore de natal estão na condição 91


correta para o teste, assim como se o alinhamento para o separador
de teste está certo. Outras verificações são se o medidor, separador
de teste, tanque de aferição, PI, TI, válvula portadora de orifício
de medição de gás etc. estão em boas condições para o teste de
recebimento do poço.

O TAP do transformador deverá estar o mais próximo possível


da tensão solicitada pela SIB (considerar frações de 50 Volts como
referência; para fração menor ou igual a esse valor, considerar o TAP
inferior, caso contrário, considerar no TAP superior).

Ao partir o poço em shut-off, tem-se de observar a corrente de


operação. Para evitar danos aos medidores, recomenda-se by-passá-
los enquanto houver produção de fluido de completação, ajustando-
se a vazão pelo uso dos tanques de aferição. Durante o teste, deve
ser acompanhado o BSW do poço. Devido à coluna estar cheia de
fluido de completação, tem-se de tomar cuidado para evitar que a
vazão ultrapasse a máxima permitida para a bomba, pois esta leva
ao seu desgaste. Quando o poço estiver limpo, há a necessidade de
fazer um teste completo com duração mínima de 24 horas, passando
pelo medidor.

RESERVADO
Alta Competência

Poderá ser necessário o desligamento do sistema para a inversão das


fases à pressão na cabeça e corrente elétrica esperadas, caso a vazão
esteja muito abaixo (40% ou mais) daquela esperada na SIB.

b) Partida após parada por shut-down

Deve-se partir os conjuntos BCS em shut-off, com um tempo médio


de 5 minutos entre partidas, para cada instalação. O objetivo deste
intervalo de 5 minutos é acompanhar a partida de cada instalação.

c) Partida após parada por sobrecorrente

Toda vez que ocorrer queda da instalação por sobrecorrente,


antes de efetuar nova partida, deverão ser feitas as medições das
resistências de isolação e de continuidade da instalação.

92
ATENÇÃO

A nova partida não deverá ser efetuada caso os


3 valores de resistência de continuidade estejam
desbalanceados (desequilibrados) ou se for constatado
que a resistência de isolação é zero.

Estando os parâmetros elétricos adequados (resistências de


continuidade equilibradas e resistência de isolação superior a
0,2 Megaohm), deve-se partir o conjunto em shut-off, observando
os parâmetros operacionais, isto é, corrente elétrica, temperatura e
pressão na superfície. Havendo qualquer anormalidade, o fato tem
de ser reportado.

Caso haja dificuldade de partida, pode estar ocorrendo algum


travamento do conjunto. Uma alternativa possível é efetuar uma
nova partida do conjunto com as fases invertidas. Nesse caso, se o
conjunto partir, pode-se deixá-lo operar por cerca de 15 minutos,
desligar, normalizar as fases e efetuar a nova partida após 1 hora.

RESERVADO
Capítulo 2. Operação do conjunto BCS

Se na situação anterior o poço não partir e a instalação não possuir


packer, check valve ou tubing mounted, há outra alternativa possível:
a injeção de fluido (de outro poço com BSW similar ou óleo diesel)
pela coluna, para tentar “limpar” a bomba. O ideal é injetar por
um tempo superior a uma hora, dependendo da vazão, que deve
ser superior a 4 m3/h. Partir o conjunto em shut-off, observando os
parâmetros operacionais.

d) Partida após parada por subcorrente

A subcorrente pode ocorrer devido a falhas no sistema elétrico,


proteções e instrumentação. Portanto, é uma boa medida checar a
instalação, principalmente, o relé, antes da nova partida do conjunto.

ATENÇÃO

A atuação dessa proteção também pode ocorrer em 93


razão de uma redução brusca da vazão, prejudicando a
refrigeração do motor. Por isso, não se deve trabalhar
com o relé de subcorrente jampeado, sob pena de
queimarmos o motor por falta de refrigeração.
Também pode ocorrer subcorrente pela presença de
volume excessivo de gás no interior da bomba ou
ainda devido a uma ruptura do eixo do conjunto.

Deve-se partir o conjunto em shut-off, alinhar o poço para o separador


e fazer, pelo menos, duas leituras estabilizadas de vazão, afinal, uma
das causas para a queda por subcorrente é uma acentuada queda da
vazão, fundamental para a boa operação do sistema. Vale ressaltar,
mais uma vez, que também devem ser acompanhados os demais
parâmetros operacionais, isto é, corrente elétrica, temperatura e
pressão na superfície. Havendo qualquer anormalidade, o fato deve
ser reportado.

RESERVADO
Alta Competência

2.6. Exercícios

1) Um poço que está operando com pressão mínima de cabeça possui


um VSD instalado. Ao atuar no VSD e aumentar a freqüência de ope-
ração do sistema em 10%, mantendo-se a pressão de cabeça, o que
ocorrerá com a vazão?

( ) Aumentará 10%.

( ) Aumentará mais de 10%.

( ) Aumentará menos de 10%.

( ) Não se alterará.

2) Qual o requisito básico para se aumentar a freqüência de operação


do sistema de BCS?

( ) A bomba estar trabalhando dentro do seu range de


94 operação.
( ) O motor do conjunto de BCS estar operando com folga de
potência.
( ) A plataforma ter tempo disponível para instalar o VSD.
( ) O poço possuir BSW baixo.

3) Após um shut-down, foi realizada medição de isolamento e


continuidade do sistema de BCS e detectado a ocorrência de baixa-
isolação. O que o técnico de operação deve fazer?

( ) Deixar o poço desligado.

( ) Avisar o apoio em terra.

( ) Colocar o poço em teste para verificar a vazão e BSW.

( ) Dar nova partida no sistema.

4) Se um conjunto de BCS operar com as fases invertidas, o que acon-


tecerá com a sua vazão?

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

RESERVADO
Capítulo 2. Operação do conjunto BCS

5) Por que se deve aguardar 30 ou 60 minutos, dependendo da com-


posição da coluna, para efetuar nova partida no sistema de BCS?

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

6) Ao detectar, por meio do relé, a ocorrência da queda do sistema


de BCS por sobrecorrente, qual ação deve ser tomada pelo técnico de
operação?

( ) Dar nova partida no sistema.


( ) Avisar o apoio em terra.
( ) Colocar o poço em teste para verificar a vazão e BSW.
( ) Solicitar medição dos parâmetros elétricos, isto é, da resis-
tência de isolamento e continuidade.

7) Qual a importância da proteção contra subcorrente?

_______________________________________________________________ 95
________________________________________________________________

8) Após queda por sobrecorrente, foi realizada medição de isolamen-


to e continuidade do sistema de BCS e detectada a ocorrência de boa
isolação, e continuidade desbalanceadas. O que o técnico de opera-
ção deverá fazer?

( ) Deixar o poço desligado e avisar o apoio em terra.

( ) Colocar o poço em teste para verificar a vazão e BSW.

( ) Dar nova partida no sistema.

( ) Substituir o transformador.

9) Cite duas causas da parada do sistema de BCS por subcorrente:

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

10) Cite duas causas da parada do sistema de BCS por sobrecorrente:

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

RESERVADO
Alta Competência

2.7. Glossário
ANC - Árvore de Natal Convencional.

BCS - Bombeio Centrífugo Submerso. Conjunto moto-bomba elétrico descido em


poços para promover elevação de líquidos (petróleo). Bomba centrífuga de múltiplos
estágios, os quais consistem de impelidores rotativos e difusores estacionários.

BDP - Boletim Diário da Produção.

BHP - potência requerida no eixo do motor.

BSW (Basic Sediments and Water) - segundo definição da ANP, é a porcentagem de


água e sedimentos em relação ao volume total do fluido produzido.

By-pass - desvio ou derivação de um circuito, geralmente relacionado a sistemas


de fluxo.

Check valve (válvulas do tipo check) - permitem a passagem do fluxo em apenas


um sentido.
96
DHSV (Down Hole Safety Valve) - dispositivo de segurança de subsuperfície.

Head - este termo corresponde à altura manométrica total, é a capacidade de


elevação de uma bomba em unidade de comprimento (metro, pé etc).

IP - Índice de Produtividade.

Jumper (“Jampeada”) - a tradução significa salto. Na engenharia, significa um elo


(ligação) entre dois pontos, passando a conectá-los diretamente, seja esta ligação
hidráulica ou elétrica.

Packer - elemento vedante, vazado ou tamponado, utilizado em completação para


isolar zonas com diferentes pressurizações. Também chamado obturador. Usado
geralmente para promover vedação do anular entre coluna revestimento.

PI - Indicador de Pressão.

Range - escala, faixa de trabalho ou operação.

SIB - Solicitação de Instalação de Coluna de BCS.

Standing Valve - válvula de pé que permite o fluxo apenas no sentido ascendente.

TAP - valores de tensão de saída.

Tubing-mounted - composição de coluna de BCS, onde o conjunto de bombeio fica


instalado dentro de uma cápsula.

VSD (Variable Speed Drive) - dispositivo eletrônico, capaz de receber a tensão


alternada na freqüência da rede, retificá-la e convertê-la para a nova freqüência
de operação.

RESERVADO
Capítulo 2. Operação do conjunto BCS

2.8. Bibliografia
Oliveira, Pedro S. A operação do Bombeamento Centrífugo Submerso. Apostila.
Petrobras. Macaé: 2006.

97

RESERVADO
Alta Competência

2.9. Gabarito
1) Um poço que está operando com pressão mínima de cabeça possui um VSD
instalado. Ao atuar no VSD e aumentar a freqüência de operação do sistema em
10%, mantendo-se a pressão de cabeça, o que ocorrerá com a vazão?

( ) Aumentará 10%.

( X ) Aumentará mais de 10%.

( ) Aumentará menos de 10%.

( ) Não se alterará.

2) Qual o requisito básico para se aumentar a freqüência de operação do sistema


de BCS?

( ) A bomba estar trabalhando dentro do seu range de operação.

( X ) O motor do conjunto de BCS estar operando com folga de potência.

( ) A plataforma ter tempo disponível para instalar o VSD.

( ) O poço possuir BSW baixo.


98
3) Após um shut-down, foi realizada medição de isolamento e continuidade do
sistema de BCS e detectado a ocorrência de baixa-isolação. O que o técnico de
operação deve fazer?

( ) Deixar o poço desligado.

( ) Avisar o apoio em terra.

( ) Colocar o poço em teste para verificar a vazão e BSW.

( X ) Dar nova partida no sistema.

4) Se um conjunto de BCS operar com as fases invertidas, o que acontecerá com a


sua vazão?

A vazão com as fases invertidas é inferior à vazão com as fases corretas.

5) Por que se deve aguardar 30 ou 60 minutos, dependendo da composição da


coluna, para efetuar nova partida no sistema de BCS?

Para evitar ligar o conjunto de BCS girando ao contrário, o que pode levar à quebra
do eixo.

6) Ao detectar, por meio do relé, a ocorrência da queda do sistema de BCS por


sobrecorrente, qual ação deve ser tomada pelo técnico de operação?

( ) Dar nova partida no sistema.


( ) Avisar o apoio em terra.
( ) Colocar o poço em teste para verificar a vazão e BSW.
(X) Solicitar medição dos parâmetros elétricos, isto é, da resistência de
isolamento e continuidade.

RESERVADO
Capítulo 2. Operação do conjunto BCS

7) Qual a importância da proteção contra subcorrente?

A proteção contra subcorrente evita que o sistema opere com vazões baixas, o que
leva à queima do motor por sobreaquecimento.

8) Após queda por sobrecorrente, foi realizada medição de isolamento e


continuidade do sistema de BCS e detectada a ocorrência de boa isolação, e
continuidade desbalanceadas. O que o técnico de operação deverá fazer?

( X ) Deixar o poço desligado e avisar o apoio em terra.

( ) Colocar o poço em teste para verificar a vazão e BSW.

( ) Dar nova partida no sistema.

( ) Substituir o transformador.

9) Cite duas causas da parada do sistema de BCS por subcorrente:

Eixo quebrado;

Presença de gás na bomba;

Vazão baixa.

10) Cite duas causas da parada do sistema de BCS por sobrecorrente:


99
Eixo travado;

Presença de areia;

Bomba desgastada;

Aumento de BSW.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 3
Controle da
operação do
conjunto BCS

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar as formas de controle da operação do


conjunto BCS;
• Reconhecer as recomendações para uma operação segura
do conjunto BCS;
• Identificar os cuidados que se deve ter no manuseio e
conservação dos componentes do conjunto BCS.

RESERVADO
Alta Competência

102

RESERVADO
Capítulo 3. Controle da operação do conjunto BCS

3. Controle da operação do
conjunto BCS

A
pós o dimensionamento e instalação, o sistema é entregue à
operação. Um bom acompanhamento operacional do poço
é muito importante, pois além de prevenir problemas e
aumentar a durabilidade do sistema BCS, permite identificar e analisar
as anormalidades ocorridas durante a operação e que servirão de
experiência para se evitar problemas futuros.

Os poços equipados com BCS devem ser testados com freqüência


regular e, se possível, pelo menos um teste deve ser feito mensalmente.
Esse teste deve apresentar:

• Vazão bruta; 103

• Pressão na cabeça;

• BSW;

• RGO;

• Temperatura de cabeça;

• Corrente de operação;

• Parâmetros dos sensores de fundo instalados;

• Teor de areia solicitado em poços com histórico de produção


de areia.

A análise do primeiro teste é importante para comparar os resultados


esperados no dimensionamento, já os seguintes são importantes para
verificar o comportamento do equipamento e do poço e eventuais
problemas operacionais.

RESERVADO
Alta Competência

Deve-se ter muita atenção aos parâmetros operacionais relacionados


ao desempenho do conjunto BCS e à produção do poço, a fim de se
evitar a falha do conjunto e/ou queima do motor.

Caso a temperatura na cabeça do poço varie de 5 graus ou mais


em relação ao último registro, a pressão de cabeça varie de 5 kgf/
cm2 ou mais em relação ao último registro ou a corrente elétrica
varie em torno de 2,5 ampères, o poço deverá ser colocado em
teste, imediatamente, para a verificação de vazão. Também se deve
determinar, nestes casos, o BSW do poço durante o teste e observar
o comportamento da corrente elétrica do sistema.

Sempre que for colocado em teste, tem-se de observar se a vazão


medida encontra-se no range de operação do conjunto BCS.
Caso contrário, deve ser relatado o fato no BDP (Boletim Diário
da Produção) e informado ao apoio em terra. A vazão do teste
104 não pode ser inferior a 95% da vazão mínima e nem superior a
105% da vazão máxima. Caso a vazão esteja baixa, pode-se tentar
aumentá-la com a redução da pressão na cabeça, se possível. Se a
vazão estiver alta, pode-se reduzi-la com o aumento da pressão na
cabeça. Se houver VSD instalado no sistema, pode-se fazer o ajuste
de vazão com a variação da freqüência de operação, isto se houver
disponibilidade de potência para tal, ou seja, folga de potência no
motor, VSD e transformador.

3.1. Acompanhamento operacional

Em geral, na produção de petróleo ocorre produção de areia, mesmo


que em pequenas quantidades, e também liberação de gás que está
solubilizado no petróleo em altas pressões.

RESERVADO
Capítulo 3. Controle da operação do conjunto BCS

a) Influência de gás na bomba

Quando possível, deve-se evitar a admissão de gás pela bomba, pois


percentuais de gás livre elevados deterioram a curva de recalque (de
líquido) da bomba. No entanto, o percentual de gás livre que pode
ser manuseado pelas bombas depende da sua capacidade de vazão.
Bombas de fluxo misto podem manusear mais gás do que as bombas
de fluxo radial. Quando o percentual de gás livre na admissão da
bomba puder ultrapassar a 10%, recomenda-se o uso do separador de
gás ou, alternativamente, aprofundar a bomba ou reduzir a vazão.

A ilustração a seguir mostra o efeito do gás no head da bomba. Nesse


caso, foi feito teste em bomba DN-1300, que é de fluxo radial:

Padrão DN1 1300


30
25
0% vapor
20
105
4% vapor
15
Head (ft)

10

1000 1500 2000 2500


Vazão (bpd)

Na ilustração a seguir, verifica-se o efeito do gás no head de uma


bomba de baixa vazão. Observe que quando o volume de gás aumenta
muito, a bomba para de elevar e cai por subcorrente (gas lock). Trata-
se de uma bomba de fluxo radial:

Head ft Hp Efic.
Head Ca potência da bomba
pacity
do motor
25 50

20 40
Influência do
gás na vazão
15 30
y
nc

Bloqueio
ie
fic
Ef

10 de Gás 0,20 20
y
nl
O
p

p Only Load
m

Pum
Pu

5 0,10 10

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750
Capacidade (bbl/d)

Influência do gás no comportamento da curva de desempenho da BCS

RESERVADO
Alta Competência

b) Incrustação

A incrustação, quando ocorre em torno do motor, tende a piorar a


sua refrigeração, pois impede o contato do fluido com a carcaça do
motor, podendo levar à sua queima. Quando isso acontece na bomba
tende a provocar a sua obstrução. É possível fazer a injeção de anti-
incrustrante quando se usa um cabo elétrico especial, composto por
um pequeno tubo para injeção.

c) Parafina

A parafina leva a problemas similares à incrustação, podendo


piorar a refrigeração do motor e provocar obstrução na bomba.
É possível, também, nesse caso, injetar produtos que venham a
remover a parafina.

106 d) Gases corrosivos

Os gases corrosivos provocam a corrosão dos componentes da


bomba e do conjunto BCS como um todo. Pode-se especificar
equipamentos especiais contra corrosão. Neste caso, os
equipamentos são tratados para resistirem aos gases corrosivos, o
que encarece muito os equipamentos.

e) Areia

A areia é um material que, de modo geral, encontra-se mesmo sob


a forma de traços em todo fluido produzido. Quando a quantidade
de areia é sentida pela bomba ou acumulada sobre ela em eventuais
desligamentos do conjunto BCS, corre-se o risco de travamento da
bomba. Admite-se que o teor de areia máximo para operar com
BCS é de 0,005%. No entanto, esse valor é difícil de ser medido.
Tem ocorrido travamento de bombas em poços com teores de areia
inferiores a este. Além disso, as características da areia produzida,
como granulomentria, geometria, solubilidade em ácido e quantidade
de quartzo, também são importantes.

RESERVADO
Capítulo 3. Controle da operação do conjunto BCS

3.2. Monitoramento e controle

As informações monitoradas continuamente são a corrente


elétrica e a pressão na cabeça.

Medidas de resistência de isolação e continuidade são feitas


discretamente, para acompanhamento desses parâmetros ou quando
o conjunto cai por sobrecorrente. Um outro parâmetro importante a
ser observado é a temperatura na cabeça, pois a variação deste valor
indica problemas: se diminuir, por exemplo, pode ser indicativo de
queda de produção.

O principal instrumento para monitoramento dos poços equipados


com BCS é a carta amperimétrica, mostrada na figura adiante.
O poço monitorado nesta carta vinha com uma corrente em torno
de 42 ampères, oscilando, indicando a presença de gás na admissão
da bomba. A pressão de cabeça era de 27 kgf/cm2. Em um dado 107
momento, a corrente elétrica subiu para 51 ampères, passou a ficar
estabilizada e houve também aumento da pressão de cabeça, que foi
ajustada para 28 kgf/cm2. O poço foi colocado em teste e observou-
se um aumento considerável da vazão, estando o BSW próximo de
100%, sendo que antes do problema o BSW era próximo de zero.
A conclusão é que um BPP (tampão), que isolava duas zonas
produtoras, havia desassentado.

A avaliação da carta amperimétrica é de grande importância para


acompanhamento operacional e também para a análise de falhas,
após a falha definitiva do conjunto BCS. As cartas amperimétricas
têm sido substituídas pelos registros eletrônicos de dados históricos
do sistema ESC (Estação de Supervisão e Controle). Nesse sistema
tem sido monitoradas a pressão na cabeça, a corrente elétrica e a
temperatura na cabeça.

RESERVADO
Alta Competência

50
60
70

40

30
80

20
90

10
100

0
18
CRP 12

50 20
60

40
70

30
80

20
90

10
100

0
22

108

Carta amperimétrica

A ilustração a seguir apresenta um gráfico de tendência histórica do


sistema ESC. O fato mais grave ocorrido foi a queda acentuada da
pressão de cabeça de 57 kgf/cm2 para 6 kgf/cm2. O poço foi colocado
em teste e observado vazão nula. A conclusão, após alguns testes, foi
a de que havia um vazamento muito grande no interior do poço.
Dec 30 Dec 30 Dec 30 Dec 30 Dec 30
17:20:17 18:32:47 19:45:17 20:57:47 22:10:17
100
Pressão na
cabeça do poço
88
Temperatura na
cabeça do poço
75
Corrente
do motor
63

50

38

25

13

RESERVADO
Capítulo 3. Controle da operação do conjunto BCS

A tabela a seguir mostra uma visão dos sintomas e suas possíveis


causas, de acordo com os parâmetros monitorados:

Dados monitorados Sintomas Possíveis causas


Eixo travado
Curto-circuito (motor ou cabo)
Variação na tensão de alimentação
Sobrecorrente Motor contaminado
Aumento da viscosidade
Aumento do BSW
Sujeira (areia)
Eixo partido
Fase invertida
Válvula fechada
Corrente
Gás
Subcorrente Formação não alimenta, baixo IP 109
Obstrução na bomba
Obstrução na cauda
Furo na coluna
Recirculação
Gás
Sujeira
Oscilação
Variação do BSW
Variação da Viscosidade

RESERVADO
Alta Competência

Dados monitorados Sintomas Possíveis causas


Queda da vazão
Queda de BSW
Crescimento Queda da viscosidade
Aumento da produtividade
Aumento da pressão estática
Aumento da vazão
Fase invertida
Válvula fechada
Aumento do BSW
Aumento da viscosidade
Redução da produtividade
Pressão na cabeça
Queda Redução da pressão estática
Eixo partido
Recirculação
110 Furo na coluna (vazamento)
Desgaste da bomba
Obstrução da bomba
Obstrução da cauda
Variação da viscosidade
Variação do BSW
Oscilação
Gás
Sujeira
Alta Fase aberta
Baixa Curto circuito
Resistência de
Motor queimado
Continuidade
Desequilibrada Curto circuito
Fase aberta
Maior que zero Normal
Resistência de Uma fase aterrada (cabo)
Isolação Zero Mais de uma fase aterrada (cabo)
Motor contaminado

RESERVADO
Capítulo 3. Controle da operação do conjunto BCS

O sensor de pressão e temperatura pode fornecer informações


como:

• Corrente de fuga;

• Vibração;

• Temperatura interna (óleo dielétrico do motor);

• Temperatura externa do fluido no intake;

• Pressão no intake;

• Pressão na descarga.

A análise dessas informações permite a avaliação do desempenho do 111


conjunto BCS (bomba) e do poço (reservatório). Assim, por exemplo,
se um poço vem operando normalmente, com um determinado valor
de pressão na admissão da bomba e ocorre uma variação brusca deste
valor, podemos estar com um problema. Caso ocorra um vazamento
pela coluna ou fechamento do poço por algum problema operacional,
a pressão na admissão irá aumentar.

Outro dispositivo que pode ser usado para monitoramento do poço


com ANC e sem barreira de segurança, é o sonolog, que permite
determinar o nível dinâmico medido do poço. Verticalizando esse
valor, pode-se determinar a pressão na admissão da bomba, por meio
da submergência vertical da bomba. Observa-se que quando o nível
dinâmico é muito profundo, a precisão do sonolog é reduzida.

RESERVADO
Alta Competência

3.3. Análise de falhas

O conjunto BCS possui vários componentes que podem apresentar


problemas ou falhas. Essas falhas estão associadas à qualidade
dos equipamentos e ao ambiente de aplicação. A fim de evitar a
reincidência de falhas e conhecer a qualidade e confiabilidade dos
componentes associados ao ambiente de aplicação, deve-se realizar
o acompanhamento e análise das falhas, permitindo introduzir
melhorias no processo e adequando a qualidade dos equipamentos
ao ambiente onde estão sendo aplicados. Os sintomas mais frequentes
de problemas nas instalações de BCS são:

• Sobrecorrente;

• Perda de isolação (baixa isolação);

• Subcorrente;
112

• Baixa produção.

Os sintomas acima são gerados por várias causas que podem ser
isoladas ou combinadas. Alguns sintomas, como a perda de isolação,
freqüentemente, levam à parada definitiva do BCS, pois acaba
ocasionando curto-circuito. Existem também motivos não associados
a falhas do sistema que levam à necessidade de interrupção da
operação do conjunto BCS, como crescimento do BSW a valores
próximos de 100%.

A seguir são apresentadas algumas causas que levam aos sintomas


citados:

a) Perda de isolação (baixa isolação)

• Selo e motor contaminado;

• Infiltração pelo pot-head do motor;

• Dano mecânico no cabo;

• Má refrigeração com queima do motor.

RESERVADO
Capítulo 3. Controle da operação do conjunto BCS

b) Sobrecorrente

• Bomba gasta (desgaste natural ou desgaste prematuro);

• Deposição de areia;

• Eixo travado;

• Contaminação do motor;

• Aumento de BSW e emulsão;

• Queda de tensão de alimentação.

c) Subcorrente
113
• Eixo partido;

• Gás na admissão da bomba;

• Entupimento na admissão da bomba;

• Baixa produtividade ou cauda entupida.

d) Baixa produção

• Obstruções (cauda, bomba, coluna etc.);

• Queda de pressão estática;

• Queda no IP;

• Erro no dimensionamento;

• Bomba com baixo desempenho (desgastada);

• Vazamento na coluna (coluna furada).

RESERVADO
Alta Competência

A análise de falha pode ser realizada em três níveis. Em um


primeiro nível, denominado “nível 1”, são avaliados os problemas
observados após a parada de operação e as tentativas de contorno.
Nesse nível, é possível ter uma suspeita de qual seria o problema,
no entanto, só será confirmado após outras análises, denominadas
“nível 2” e “nível 3”.

A análise do “nível 2” é realizada após a retirada do conjunto BCS,


onde pode ser confirmado o componente que falhou e o motivo da
falha. A análise do “nível 3” é feita após a abertura do conjunto
BCS, geralmente no momento do reparo na oficina do fornecedor
dos equipamentos. Esta última análise fornecerá os detalhes finais da
falha, inclusive propondo soluções para o problema.

Exemplo: um conjunto BCS, que operava há 1 ano normalmente,


cai por sobrecorrente. O conjunto BCS é “megado” e apresenta 100
megaΩ de isolação. É medida a continuidade, apresentando os valores
114
3, 3 e 3Ω (valores similares ao da primeira medida, quando o conjunto
entrou em operação). Foi feita uma primeira tentativa de partida
do conjunto, sem êxito. A carta amperimétrica foi solicitada para
verificação e indicava uma pequena oscilação da corrente elétrica, o
que parecia ser indício de sujeira (areia). Outras tentativas de partida
do conjunto foram realizadas, em fase invertida e após injeção de
fluido de outro poço pela coluna do mesmo, também não obtendo
êxito. Após as tentativas de partida, o conjunto BCS permaneceu,
ainda, com os parâmetros de isolação e continuidade dentro da
normalidade, no entanto, a instalação foi considerada falha.

RESERVADO
Capítulo 3. Controle da operação do conjunto BCS

Análise de nível 1
O conjunto BCS falhou por sobrecorrente.
Análise de nível 2
Após a retirada, constatou-se que a bomba estava com o eixo travado e com areia
acumulada na cabeça de descarga. O componente que falhou foi a bomba e o motivo do
problema foi travamento do eixo por acúmulo de areia.
Análise de nível 3
Após a abertura da bomba na oficina do fabricante, constatou-se areia nos impelidores da
bomba, confirmando a causa da falha.
Recomendação

Verificar o motivo da ocorrência de areia: se por problema operacional ou problema do


poço que é produtor de areia.
Se for operacional, elaborar procedimento para evitá-lo. Se o poço é produtor de areia,
trabalhar com equipamentos resistentes a abrasão e procurar evitar sedimentação de areia
sobre a bomba nas paradas do conjunto BCS ou realizar contenção de areia no poço.
115
Todas as instalações de BCS são registradas de forma detalhada, com
informações da composição do conjunto BCS e da coluna de produção.
Também são registrados as datas de entrada e saída de operação, o
motivo da falha e o componente que falhou. A análise deste banco
de dados permite conhecer o desempenho do método e os motivos
das falhas, subsidiando os estudos de viabilidade de aplicação.

3.4. Segurança na operação

Na produção de petróleo, ocorre produção de areia junto com fluido


e pode haver, também, liberação de gás durante o escoamento na
profundidade da bomba. A passagem de areia pela bomba pode
ocasionar o travamento de eixo, levando ao que se chama de
sobrecarga. Isso resulta na sobrecorrente do sistema elétrico que
aciona o motor. A proteção contra sobrecorrente no sistema elétrico
deve estar sempre operacional a fim de evitar riscos ao sistema.

RESERVADO
Alta Competência

Quando há frações de gás elevadas dentro da bomba, pode ocorrer


baixa carga, ocasionando a baixa corrente no sistema elétrico que
alimenta o motor, acionando a bomba. Também deve ser programada
a proteção contra subcorrente no sistema elétrico. A presença de
areia, levando a maior carga na bomba, pode provocar a quebra
do eixo da bomba, resultando na subcorrente e na proteção contra
subcorrente deve atuar.

Deve-se evitar o fechamento de válvulas durante a operação da bomba,


pois isso reduz a vazão do poço ou torna a vazão nula, ocasionando
o desgaste prematuro da bomba, além de colocar todo o sistema de
escoamento em risco, pois as pressões de shut-off (válvula fechada)
destas bombas podem ser muito elevadas.

3.4.1. Cuidados e conservação

116 Os componentes principais do conjunto BCS: motor, selo e


bomba que possuem grandes comprimentos devem ser sempre
armazenados, preenchidos com óleo mineral para preservação.
Isso evita corrosão e lubrifica os componentes internos dos
equipamentos, impedindo que ocorra travamento. Esses
equipamentos são acondicionados em caixas metálicas de
comprimentos compatíveis e calçados em dois pontos, a um
quarto do comprimento da caixa, em relação à extremidade da
caixa de cada lado. A caixa deve ser marcada no lado em que se
encontra o topo do equipamento. Para o transporte dessas caixas,
deve-se respeitar o mesmo espaçamento anterior para fixação
das eslingas para içamento. Essas medidas são recomendadas
para evitar danos aos equipamentos e deformação permanente
dos mesmos.

RESERVADO
Capítulo 3. Controle da operação do conjunto BCS

3.5. Exercícios

1) Quais os principais problemas que ocorrem nas bombas operando


no bombeamento de petróleo?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

2) Que problemas a presença de areia pode trazer para a bomba cen-


trífuga submersa?

_______________________________________________________________
117
________________________________________________________________

3) Por que a bomba centrífuga submersa deve ser preenchida com


óleo mineral para preservação?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

4) Qual deve ser a primeira ação a ser tomada pelo técnico de opera-
ção, caso detecte qualquer anormalidade no funcionamento do sis-
tema de BCS?

( ) Desligar o sistema e medir parâmetros elétricos.

( ) Não mexer, pois o sistema se normalizará sozinho.

( ) Colocar o poço em teste para verificar a vazão e BSW.

( ) Avisar o apoio em terra.

5) Se ocorrer a ruptura do eixo do intake do conjunto de BCS, qual a


função do relé de proteção?

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

RESERVADO
Alta Competência

3.6. Glossário
ANC - Árvore de Natal Convencional.

BCS - Bombeio Centrífugo Submerso. Conjunto moto-bomba elétrico descido em


poços para promover elevação de líquidos (petróleo). Bomba centrífuga de múltiplos
estágios, os quais consistem de impelidores rotativos e difusores estacionários.

BPP - tampão.

BSW (Basic Sediments and Water) - segundo definição da ANP, é a porcentagem


de água e sedimentos em relação ao volume total do fluido produzido.

ESC - Estação de Supervisão e Controle.

Head - este termo corresponde à altura manométrica total, é a capacidade de


elevação de uma bomba em unidade de comprimento (metro, pé etc).

Intake - dispositivo utilizado para conectar o protetor à bomba e permitir a


entrada de fluido.
118
IP - Índice de Produtividade.

Pot-head - conexão do cabo chato ao motor.

RGO - razão entre o volume de gás liberado no óleo medidos em condições


padronizadas.

SIB - Solicitação de Instalação de Coluna de BCS.

Sonolog - registrador sônico utilizado para obtenção do nível de líquido no


anular.

VSD (Variable Speed Drive) - dispositivo eletrônico, capaz de receber a tensão


alternada na freqüência da rede, retificá-la e convertê-la para a nova freqüência
de operação.

RESERVADO
Capítulo 3. Controle da operação do conjunto BCS

3.7. Bibliografia
Centrilift Hughes. Catálogos de equipamentos Centrilift. Disponível em: <www.
bakerhughesdirect.com>. Acesso em: 30 mar 2009.

Centrilift Hughes. Submersible Pump Handbook. 1974.

CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. 11a ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos Editora, 1991.

Gomes, Jurandir Antônio. Curso Básico de Bombeio Centrífugo Submerso.


Petrobras, 1999.

Machado, José Carlos Vieira. Reologia e Viscometria. Petrobras. CEN-NOR.

Schlumberger/Reda. Catálogos de equipamentos. Disponível em: <www.slb.com>.


Acesso em: 30 mar 2009.

119

RESERVADO
Alta Competência

3.8. Gabarito
1) Quais os principais problemas que ocorrem nas bombas operando no
bombeamento de petróleo?

Falhas elétricas do cabo que alimenta o motor;

Falha do motor que aciona a bomba;

Falha do selo protetor levando a contaminação do motor que aciona a bomba;

Quebra de eixo dos componentes levando a subcarga;

Travamento de eixo da bomba levando a sobrecarga;

Bloqueio da bomba por gás, quando a fração de gás na admissão é muito alta
levando a subcarga.

2) Que problemas a presença de areia pode trazer para a bomba centrífuga


submersa?

Travamento do eixo da bomba, levando a sobrecarga;

Erosão e desgaste da bomba, reduzindo o seu desempenho.


120
3) Por que a bomba centrífuga submersa deve ser preenchida com óleo mineral
para preservação?

Os componentes principais do conjunto BCS devem ser sempre armazenados,


preenchidos com óleo mineral para preservação. Isso evita corrosão e lubrifica os
componentes internos dos equipamentos, impedindo que ocorra travamento.

4) Qual deve ser a primeira ação a ser tomada pelo técnico de operação, caso de-
tecte qualquer anormalidade no funcionamento do sistema de BCS?

( ) Desligar o sistema e medir parâmetros elétricos.

( ) Não mexer, pois o sistema se normalizará sozinho.

( X ) Colocar o poço em teste para verificar a vazão e BSW.

( ) Avisar o apoio em terra.

5) Se ocorrer a ruptura do eixo do intake do conjunto de BCS, qual a função do relé


de proteção?

A proteção contra subcarga, pois a quebra do eixo do intake faz a corrente de


operação diminuir consideravelmente.

RESERVADO
Anotações

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Anotações

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Anotações

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