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GLOSSÁRIO
C desce até ao homem e do homem ascende até Deus. A
Camões, o neoplatonismo não oferece possibilidades de
Cantiga: composição curta, geralmente em versos de elevação. […] À impossibilidade de atingir um estádio
redon- dilha maior, alternando com redondilha menor, grati�cante, corresponde a deam-
dividida em mote e glosa de oito a dez versos. O
assunto da cantiga renascentista é invariavelmente o
amor, a ausência e o sofri- mento único do homem.
G
Glosa: estrofe que recupera e explica um
determinado tema apresentado num mote, que é
colocado no início do poema e do qual se pode repetir
um ou mais versos em posição certa, como um
refrão.
Inicialmente, fazia parte de composições poéticas
breves, como o vilancete, que apresentava uma ou mais
glosas de sete versos, ou como a cantiga, que
apresentava uma glosa de oito ou dez versos.
A glosa continuou a sofrer transformações durante a
Renas- cença, começando a ser constituída por um
mote de qua- tro versos que lhe servia de introdução e
quatro estrofes de dez versos, cujo último verso era a
repetição de cada um dos versos do mote inicial,
mantendo a medida velha.
L
Locus amoenus: expressão latina que designa a
paisagem ideal, sempre presente na poesia amorosa
em geral e, com maior incidência, na poesia
bucólica.
No espaço literário português, no que diz respeito à
poe- sia de inspiração bucólica, encontramos Sá de
Miranda (1481-1558) e Diogo Bernardes (1520-1605),
que, in�uen- ciados pelos clássicos greco-latinos e por
outros seus con- temporâneos, como é o caso de
Petrarca, e ainda pelo lirismo galaico-português,
apresentam na sua produção literária o ideal da
comunhão com a natureza, que assume papel de
con�dente.
M
Mote: mote, moto ou cabeça é o verso ou pequeno
con- junto de versos, que encabeça o poema,
geralmente com três versos, sobre os quais os poetas
glosam as suas canti- gas ou vilancetes.
N
Neoplatonismo: escola �losó�ca alexandrina que surgiu no
século II. […] O neoplatonismo penetra em toda a
cosmo- visão renascentista, enquanto sustentáculo de
um sistema de correspondências que liga o homem a
Deus e ao uni- verso. Petrarca seguiu e fez a apologia
do pensamento de Platão […]. […] O neoplatonismo dos
[vários] pensadores italianos do Renascimento implica
um movimento circular duplo, mas vertical, que de Deus
bulação por entre os meandros
da interioridade, nas suas mais
pro- fundas dimensões.
P
Petrarquismo: fenómeno de mode-
lização que se processa a partir da
obra de Francesco Petrarca, alar-
gou-se às literaturas de toda a
Europa
e para além delas, tendo também reper-
cussões nas artes plásticas, na música, no
pensamento, na �lologia, no plano antropológico,
na produção editorial […]. No que diz respeito à
litera- tura, dominou o lirismo ao longo dos períodos
que vão do Renascimento até ao Neoclassicismo, com
ecos que se estendem até aos nossos dias. […] A
mulher é envolvida por um halo angelicado, que dela faz
uma presença serena e grati�cante.
Platonismo: doutrina do �lósofo grego Platão […], carac-
terizada especialmente pela conceção de que as
ideias eternas e transcendentes originam todos os
objetos mate- riais, e que a contemplação dos seres
suprassensíveis determina parâmetros de�nitivos
para a excelência no comportamento moral […]. Por
extensão, o amor platónico identi�ca-se pela castidade e
idealidade. Segundo Platão, o amor mundano e carnal
pode tornar-se, através da medi- tação �losó�ca, uma
afeição contemplativa por realidades suprassensíveis. Em
termos �gurados, pode dizer-se que o amor platónico é
amor à distância, frequentemente incon- fesso e
idealizado.
V
Volta: estrofes ou glosas que desenvolvem o conteúdo do
mote nas composições em medida velha.
Bibliogra�a/Webgra�a do Glossário
António José Saraiva e Óscar Lopes, História da literatura portuguesa ,
17.ª edição, Porto, Porto Editora, 1996
Carlos Ceia (org.), E-dicionário de termos literários (disponível em
http:// www.edtl.com.pt)
Dicionário Houaiss da língua portuguesa , Instituto Antônio Houaiss de
Lexicogra�a, Lisboa, Temas e Debates, 2005
Massaud Moisés, Dicionário de termos literários , 12.ª edição, São
Paulo, Cultrix, 2004
Vítor Aguiar e Silva (coord.), Dicionário de Luís de Camões , Alfragide,
Editorial Caminho, 2011
208 Unidade 4 // LUÍS DE CAMÕES
Grupo
FICHA IA
Lê atentamente o seguinte poema e depois responde aos itens que se seguem, de forma
FORMATIVA clara e bem estruturada.
pp.
Unidade 5 Os Lusíadas
Arcaísmos.
Constituição da matéria épica/ A frase complexa: Apreciação crítica:
241 Cartoon, Luís Afonso
/miti�cação do herói: canto IX subordinação.
244 259
ests. 52-53 e 66 a 70 (A Campo semântico.
Exposição sobre um
chegada à Ilha dos Amores) Palavras tema: Comparação entre
divergentes.
Funções sintáticas
248 Re�exões do poeta: canto IX, 259 Os Lusíadas , de
Luís de
ests. �lme
Camões, e Troia ,
267 Funções sintáticas
88 a 95 (A Ilha dos Amores de Wolgang Petersen
e a imortalidade)
Do português antigo Síntese: Sob o signo do
254 269 ao português
Constituição da matéria 262 Império, J. Oliveira
contemporâneo
épica: canto X, ests. 75 a 79 (A Macêdo (ensaio,
Máquina do Mundo) excerto)
256 Constituição da matéria
épica: canto X, ests. 80 a 91 (A
Máquina do Mundo)
nacionais)
Re�exões do poeta: Canto X,
260 ests. 145 a 156 (Lamentações e
profecia de futuras glórias
pp. LEITURA
Artigo de divulgação
266 cientí�ca: «Como se faz
um campeão»