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A Família e a Ideologia de Gênero

Revista: Os Desafios da Igreja no Século 21

Professora: Ana Clara Sterque

Objetivos da lição:

1 - Conhecer a origem, o significado e as premissas básicas da


Ideologia de Gênero;

2 - Compreender de que forma a Ideologia de Gênero tem se


propagado na pós modenidade;

3 - Responder à questão: até que ponto é certo ser politicamente


correto?

 O que é Ideologia de Gênero?

A ideologia de gênero é uma construção teórica que separa sexo


biológico de gênero. Segundo esta teoria, o ser humano nasce
dotado de determinadas características biológicas que o enquadra
como um indivíduo do sexo masculino ou feminino. O sexo é
definido biologicamente tomando como base o aparelho
reprodutivo, cromossomos sexuais e hormônios com os quais se
nasce, no entanto, o sexo não determinaria ou limitaria a
“identidade de gênero” de um indivíduo. Enquanto o sexo é
determinado biologicamente, o gênero seria uma determinação
social e cultural. O gênero, neste caso, refere-se à identidade com a
qual uma pessoa se identifica ou se autodetermina, a despeito do
sexo biológico, estando mais relacionado ao papel que o indivíduo
tem na sociedade e como ele se reconhece.

A palavra gênero, que a princípio parecia ser apenas um sinônimo


mais polido e delicado para a palavra sexo, tem se apresentado na
realidade como uma estratégia para introduzir uma nova ideia que
busca “libertar” o ser humano das categorias sexuais feminino ou
masculino.

Por se tratar de uma construção sociocultural, sujeita às


possibilidades de auto percepção, o gênero pode ser versátil e
mutável. Na lista do facebook, por exemplo, há uma lista com 56
gêneros, muito além da chamada “binaridade” masculino e
feminino.

Qual a origem da Ideologia de Gênero?

Desde a década de 1960 já existiam discussões acadêmicas acerca


deste assunto.  Nos anos 80 ela foi “abraçada” pelo movimento
marxista e feminista e, nos anos 90, mais exatamente, em 1995, em
uma Conferência sobre a mulher promovida pela ONU
(Organização das Nações Unidas), na cidade de Pequim, ela
adquiriu a configuração atual e foi lançada como estratégia para a
população em geral.

No material “agenda_de_genero_-_redefinindo_a_igualdade.pdf”
presente no tesouro há um detalhamento que mostra como esta
ideologia não é fruto de uma “evolução” ou um desenvolvimento
espontâneo e natural da sociedade, mas algo criado e forjado por
um grupo de pessoas profundamente comprometidas com uma
ideologia de esquerda marxista, patrocinadas por instituições,
militando dentro de Organizações de alcance mundial, como é a
ONU.

A Ideologia de Gênero e a Família (Tópicos 2 e 3 da lição)

                        Para compreender a Ideologia de Gênero, há de se


compreender a base de pensamento segundo a qual todos os
movimentos de esquerda se baseiam: o marxismo. O marxismo tem
uma teoria econômica já morta, mas também tem uma teoria social
que é a base dos movimentos de outros movimentos de esquerda,
como o feminismo, por exemplo.
                        Karl Marx, no fim de sua vida, escreveu um livro que
não chegou a publicar. Este livro foi publicado por Engels: A Origem
da Família, da Propriedade Privada e do Estado.

“Em um antigo manuscrito não publicado escrito por Marx e por


mim mesmo, em 1846, eu encontrei estas palavras: 

‘A primeira divisão do trabalho é aquela entre o homem e a mulher


para a propagação da prole’.  

E hoje eu posso acrescentar: 

‘A primeira luta de classes que aparece na história coincide com o


desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher no
casamento monogâmico, e a primeira opressão de classe coincide
com a submissão do sexo feminino pelo masculino”. 

 [Frederick Engels: A Origem da Família, da Propriedade Privada e


do Estado]. 

A família, em sua estrutura original, também chamada de


“tradicional” : hetero, monogâmica e patriarcal (o poder nas mãos
do pai) está na mira de uma desconstrução com o objetivo final de
que venha a ser destruída. A família, segundo Karl Marx, é vista
como resultado da primeira opressão de classes da história: a de
um homem em relação a uma mulher, com o objetivo de ter uma
prole.

A Ideologia de Gênero, bem como o feminismo, tem como objetivo


não o bem, a defesa da mulher ou o combate ao preconceito. Esse
é a apenas o rotulo. O objetivo destes movimentos em seu sentido
original visa a destruição da família.
Conhecedores da verdade bíblica que somos, sabemos que Deus é
pai. A Igreja é noiva. O maior evento que a Igreja aguarda é um
casamento: as bodas do Cordeiro. Destruindo a família, o
casamento, a paternidade, a masculinidade e a feminilidade há uma
paulatina e progressiva desconstrução dos modelos que Deus usa
para revelar seu coração à humanidade.

Nas palavras da escritora e socióloga alemã Gabriele Kuby “A


Ideologia de Gênero é a mais radical rebelião contra Deus possível.
O ser humano não aceita que é criado homem ou mulher, e por isso
diz: “Eu decido! Essa é a minha liberdade!” – contra a experiência,
contra a natureza, contra a razão, contra a ciência! É a perversão
final do individualismo: roubar do ser humano o que lhe resta sua
identidade. “

A Ideologia de Gênero e o feminismo tem muita coisa em comum. O


feminismo costuma se defender e se separar do feminismo radical,
usando inclusive uma nomenclatura diferenciada “femismo” para se
referir a uma linha mais radical, no entanto, a diferença entre um
feminismo mais radical e beligerante e um feminismo estilo “GNT” é
que o radical está consciente da rota que segue, de onde veio e de
para onde vai. O feminismo atual busca libertar a mulher de si
mesma, do ser mulher, de uma “ditadura biologica”.

“Diversamente das classes econômicas, as classes sexuais têm


sua origem diretamente em uma realidade biológica: os homens e
as mulheres são criados distintos, e não igualmente privilegiados.
As diferenças reprodutivas naturais entre os sexos conduziram
diretamente à primeira divisão do trabalho, com base no sexo, e
esta está na origem de todas as divisões posteriores em classes
econômicas e culturais”.

Por isso o feminismo e a ideologia de gênero andam de mãos


dadas. A

ideologia de gênero contribui para a destruição dos papeis sociais


de paternidade e maternidade, consequentemente para a
destruição da família, que para o feminismo é sinônimo de
opressão.
                        Os avanços a partir desses pontos, se conquistados,
segundo pensadoras feministas, para que a família seja destruída,
buscar-se-á a liberação sexual da criança.

Shulamith Firestone, pensadora feminista, em “A Dialética do Sexo”


defende a total libertação das crianças e a virtual abolição da
infância:  

“Devemos incluir a opressão das crianças em qualquer programa


feminista revolucionário .... Nossa etapa final deve ser a eliminação
das próprias condições da feminilidade e da infância. O tabu do
incesto hoje é necessário somente para preservar a família; então,
se nós nos desfizermos da família, iremos de fato desfazer-nos das
repressões que moldam a sexualidade em formas específicas”.  

 “Os tabus sexuais com as relações homossexuais ou entre adultos


e menores irão desaparecer, assim como as amizades não
sexuais .... todas as relações próximas irão incluir o físico”.  

 “Se a repressão sexual precoce é o mecanismo base pelo qual são


produzidas as estruturas de caráter que sustentam a escravidão
política, ideológica e econômica, o fim do tabu do incesto, através
da abolição da família, poderá ter efeitos profundos. A sexualidade
poderá ser libertada da sua camisa de força para erotizar toda a
nossa cultura, modificando a sua própria definição”.  

 Difusão do conceito

A Ideologia de Gênero é a estratégia eleita por grupos ativistas


como estratégia de combate a homofobia. E é sob esse manto
“politicamente correto” que esse cavalo de troia avança, afinal,
quem quer ser rotulado de “preconceituoso”? “homofóbico”?
“fascista”? “fundamentalista”?
Há uma forte pressão e uma marginalização social, para as
pessoas que questionam o totalitarismo de esquerda que assola o
“politicamente correto”.

Mídia:

A mídia não traz para debate público o tema, de maneira honesta e


descortinada. Antes, paulatinamente e progressivamente promove a
flexibilização das diferenças entre os sexos, e assim, promove de
maneira indireta esta ideologia, e reforçando o assunto como
“politicamente correto”.

Nosso poder de influência é limitado na mídia.

Política:

            O termo gênero foi barrado no PNE – Plano Nacional de


Educação, que determina as diretrizes para a educação para os
próximos 10 anos, no entanto, uma batalha tem sido travada
municipalmente, por que, a despeito de ter sido travada no Plano
Nacional de Educação, esta ideologia tem sido apresentada para
aprovação em cada município. Além de eleger políticos que
representem nossos valores, nossa influência é limitada na política.

Educação:

            Esse é um campo de batalha atual e onde nós temos grande


poder de influência. Convencer uma pessoa adulta, formada, crítica,
saudável mentalmente que ela não nasceu homem ou mulher é
bem difícil e por isso, o assunto é tratado de maneira velada. O que
querem no momento é atingir e influenciar as crianças, a despeito
de estarmos em uma sociedade majoritariamente conservadora e
cristã, a despeito de ser um direito constitucional dado a família a
formação moral e religiosa de seus filhos, querem, por meio da
escola, ensinar aos nossos filhos que eles não nasceram meninos
ou meninas, e que defini-los como tal é uma arbitrariedade imposta
pelos pais e pela sociedade, que restringe a sua liberdade. Estimula
a rebeldia no seio de uma família e instala uma mentira muito
precocemente, sob o pretexto de combate ao preconceito.

            Para isso temos um remédio:

Notificação Extra Judicial sobre Ideologia de Gênero, presente no


tesouro.

Politicamente Correto X Defesa da Verdade

            Não somos chamados a lutar contra pessoas, nossa luta


não é contra carne ou sangue, mas somos chamados a identificar e
denunciar sofismas.

            Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas


sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;

Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o


conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à
obediência de Cristo;

2 Coríntios 10:4,5

Sabemos que a fonte de toda a mentira é satanás, ele é o pai da


mentira.

Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é


mentiroso, e pai da mentira.

João 8:44

Ideologia de Gênero é uma mentira na base da identidade de


qualquer ser humano: o fato de ser homem ou mulher.
            A Igreja é o último reduto de resistência a lógica pós
moderna. Se a igreja não se posicionar em defesa da verdade,
quem vai? A igreja é coluna e baluarte da Verdade. Se a igreja não
identificar mentiras, sofismas e desmascará-las, e buscar
neutralizá-las, quem vai?

Contar minha experiência pessoal de fui, como profissional,


constrangida a ministrar este tipo de assunto a crianças e sobre a
entrega da notificação da escola da minha filha.

Somos chamados a serem pacíficos. Não passivos.

A Convenção Americana de Direitos Humanos determina que é


direito dos pais a formação moral e religiosa de seus filhos (art.
12,4), sendo que o Supremo Tribunal Federal reconhece a eficácia
jurídica desta norma no Brasil. De acordo com o Código Civil, os
pais têm a responsabilidade de sustento material e moral de seus
filhos, assim como compete a eles a sua criação e educação (art.
1.634,I), até porque é ônus dos pais arcar civilmente com o
pagamento de indenização pelos atos danosos a terceiros que os
filhos praticarem. (art. 932,I). Quem violar, inclusive professores, por
qualquer meio, o direito dos pais na formação moral de seus filhos,
pode ser processado por dano moral, sem prejuízo da ação civil por
eventuais danos à formação psicológica da criança, pois o ECA
exige que toda publicação ou informação dirigida a crianças,
inclusive livros didáticos, respeite os valores éticos da família (art.
79), dada sua fragilidade psicológica, reconhecida e protegida pela
Constituição Federal (art. 21, inciso XVI e art. 220 §3º, inciso I).

É um direito constitucional da família dar a formação moral de seus


filhos segundo seus valores éticos. Que venhamos a defender
nossos valores morais com igual ou superior dedicação com a qual
defendemos nossos bens materiais, sendo guiados pela Verdade,
não pelo politicamente correto.

            Que venhamos a honrar com a nossa luta mais a Verdade


que o politicamente correto desta sociedade em deterioração.
A ira de Deus se manifesta do alto do céu contra toda a impiedade
e perversidade dos homens, que pela injustiça aprisionam a
verdade.

Porquanto o que se pode conhecer de Deus eles o lêem em si


mesmos, pois Deus lho revelou com evidência.

Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu


sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por
suas obras; de modo que não se podem escusar.
Porque, conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem
lhe deram graças. Pelo contrário, extraviaram-se em seus vãos
pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato.
Pretendendo-se sábios, tornaram-se estultos.

Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à


imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos.

Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à


criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém!

Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas


mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a
natureza.

Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da


mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo
homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a
paga devida ao seu desvario.

Como não se preocupasse em adquirir o conhecimento de Deus,


Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu
procedimento indigno.
São repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça,
maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano,
malignidade.

São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes,


soberbos, altivos, inventores de maldades, rebeldes contra os pais.

São insensatos, desleais, sem coração, sem misericórdia.

Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus que considera


dignos de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as
praticam, como também aplaudem os que as cometem.
Romanos 1:18-22; 24-32

Que não estejamos entre os que aplaudem, nem o que se omitem.

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