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PLANO DE MANEJO DA

ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO


PARQUE JUSCELINO KUBITSCHEK
(ARIE JK — DISTRITO FEDERAL)

PRODUTO 4B
PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS DO
PARQUE DISTRITAL BOCA DA MATA

Distrito Federal / São Paulo


2020
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas
Parque Distrital Boca da Mata
Plano de Manejo 2020
ARIE JK – Distrito Federal (DF)

PRODUTO DA ETAPA 4B
DO PLANO DE MANEJO 2020

ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO


JUSCELINO KUBITSCHEK
ARIE JK

PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS DO


PARQUE DISTRITAL BOCA DA MATA

CONTRATADA:

SALT ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA ME


CNPJ: 13.067.990/0001-27
Av. Prof. Lineu Prestes, 2242, Cietec, Sala 101.
CEP 05508-000 - Butantã - São Paulo (SP)

CONTRATANTE:

CODHAB-DF
COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL DO DF
CNPJ: 09.335.575/0001-30
Setor Comercial Sul (SCS), Quadra 06, Lote 13 e 14, Edifício CODHAB.
CEP 70306-918 - Brasília (DF)

ÓRGÃO AMBIENTAL:

IBRAM-DF
INSTITUTO BRASÍLIA AMBIENTAL
INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS DO DF
Setor de Edifícios Públicos Norte (SEPN), Quadra 511, Bloco C.
CEP 70750-543 - Brasília (DF)

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Programa de Recuperação de Áreas Degradadas
Parque Distrital Boca da Mata
Plano de Manejo 2020
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapeamento do uso e cobertura do solo Parque Distrital Boca da Mata
– ARIE JK. ............................................................................................................... 5
Figura 2 - Anemopaegma arvense (Catuaba), uma das espécies ameaçadas de
extinção encontradas no Parque Distrital Boca da Mata. ........................................ 6
Figura 3 - Mapa dos principais pontos de degradação. .......................................... 7
Figura 4 - Grande clareira no meio da Mata de Galeria. As setas indicam restos de
construção. .............................................................................................................. 8
Figura 5 - Área desmatada irregularmente utilizada como campo de futebol. ........ 8
Figura 6 - Canais de água pluvial próximo ao limite da UC, formados pela água da
chuva que sai da boca-de-lobo diretamente para dentro da mata. ......................... 9
Figura 7 - Campo de murundus após queimada (A) e marca da linha de fogo
mostrando claramente a diferença entre a área queimada e não queimada (B). .. 10
Figura 8 - Espécie exótica Leucena dentro da Mata de Galeria (seta vermelha). A
seta amarela indica o cercamento da UC. ............................................................ 10
Figura 9 - Gramíneas exóticas de grande porte na borda da Mata de Galeria. .... 11
Figura 10 - Gramíneas exóticas de grande porte na borda leste do campo de
murundus. ............................................................................................................. 11
Figura 11 - Gramíneas exóticas de grande porte na borda do parque cerrado, borda
sul da UC............................................................................................................... 12
Figura 12 - Cadáver de um cavalo no interior da UC, evidenciando a presença de
animais exóticos no Parque Distrital Boca da Mata. ............................................. 13
Figura 13 - Mapa de polígonos de recuperação. .................................................. 16
Figura 14 - Modelo de canaleta de concreto para escoamento da água pluvial. .. 20
Figura 15 - Esquema ilustrativo do Coroamento de mudas. ................................. 25
Figura 16 - Modelo de aceiro com cerca. ............................................................. 30
Figura 17 Grande clareira no meio da Mata de galeria. As setas indicam restos de
contrução............................................................................................................... 43
Figura 18 Canais de água pluvial próximo ao limite da UC, formados pela água da
chuva que sai da boca-de-lobo diretamente para dentro da mata. ....................... 43
Figura 19 Canalização de água fluvial. ................................................................. 43
Figura 20 Gramíneas exóticas ao lado da Mata de Galeria, próximas a borda da
UC. ........................................................................................................................ 43

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Tabelas e Siglas
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Figura 21 Espécie exótica Leucena dentro da Mata de galeria (seta vermelha). A


seta amarela indica o cercamento da UC. ............................................................ 43
Figura 22 Área desmatada irregularmente dentro da UC para uso como campo de
futebol. .................................................................................................................. 43

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição dos tipos de polígonos de recomposição. ........................... 15


Tabela 2 - Descrição dos tipos de polígonos de recomposição. ........................... 32
Tabela 3 - Cronograma para execução das monitoramento da vegetação do Parque
Distrital Boca da Mata até o ano de 2026. ............................................................ 34

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LISTA DE SIGLAS, SÍMBOLOS E ACRÔNIMOS

APP Área de Preservação Permanente


ARIE JK Área de Relevante Interesse Ecológico Parque Juscelino
Kubitschek
DF Distrito Federal
IBRAM-DF Instituto Brasília Ambiental
Ibama Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis
UC Unidade de Conservação

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................. 1

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1

2. OBJETIVO........................................................................................................ 3

3. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ARIE JK ..................................................... 3

4. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO PARQUE DISTRITAL BOCA DA MATA ... 4


4.1. TIPO I – DESMATAMENTO ............................................................................................... 8
4.2. TIPO II – EROSÃO.............................................................................................................. 9
4.3. TIPO III – FOGO.................................................................................................................. 9
4.4. TIPO IV – INVASÃO BIOLÓGICA .................................................................................... 10
4.5. TIPO V – POLUIÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA ................................................................. 12
4.6. TIPO VI – PREDAÇÃO E PISOTEIO POR ANIMAIS EXÓTICOS ................................... 13
4.7. TIPO VII – DEGRADAÇÃO DE SUB-BOSQUE ............................................................... 13
4.8. TIPO VIII – OCUPAÇÃO IRREGULAR ............................................................................ 13

5. POLÍGONOS DE RECOMPOSIÇÃO ............................................................. 14

6. MÉTODOS E TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO ............................................ 17


6.1. POLÍGONO DE RECUPERAÇÃO .................................................................................... 17
6.1.1. Polígono Classe 1 (Degradação de sub-bosque e invasão biológica) ..................... 17
6.1.2. Polígono Classe 2 (Desmatamento e degradação do sub-bosque) ......................... 17
6.1.3. Polígono Classe 3 (Desmatamento) ......................................................................... 17
6.1.4. Polígono Classe 4 (Desmatamento e Invasão biológica em parque cerrado) .......... 18
6.1.5. Polígono Classe 5 (Desmatamento e Invasão biológica em mata de galeria) ......... 18
6.1.6. Polígono Classe 6 (Desmatamento e poluição do solo e da água) .......................... 18
6.1.7. Polígono Classe 7 (Invasão biológica) ...................................................................... 19
6.1.8. Polígono Classe 8 (Erosão) ...................................................................................... 19
6.1.9. Polígono Classe 9 (Ocupação irregular) ................................................................... 20
6.1.10. Polígono Classe 10 (Poluição do solo em parque cerrado) ...................................... 20
6.1.11. Polígono Classe 11 (Poluição do solo e Invasão biológica em Mata de galeria) ..... 21
6.2. REMOÇÃO DE LIXO E RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................ 21
6.3. CONTROLE DE PLANTAS EXÓTICAS ........................................................................... 21
6.4. CONTROLE DE ANIMAIS EXÓTICOS ............................................................................ 23
6.5. RECOMPOSIÇÃO DA VEGETAÇÃO – PLANTIO DE MUDAS ...................................... 23
6.6. RECOMPOSIÇÃO DA VEGETAÇÃO - SEMEADURA DIRETA ..................................... 25
6.6.1. Cercamento da Unidade de Conservação ................................................................ 26
6.6.2. Seleção de espécies para semeadura ...................................................................... 26
6.6.3. Coleta, beneficiamento e armazenamento das sementes ........................................ 26
6.6.4. Preparo do solo ......................................................................................................... 28
6.6.5. Semeadura direta em área total ................................................................................ 28
6.7. PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS ......................................................................................... 29

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6.8. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................................... 30

7. MONITORAMENTO ....................................................................................... 31
7.1. REGENERAÇÃO NAS ÁREAS EM RECUPERAÇÃO .................................................... 32

8. RECOMENDAÇÕES GERAIS ....................................................................... 35

9. EQUIPE TÉCNICA ............................................................................................ 36

10. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 37

11. ANEXOS ......................................................................................................... 39

MEMORIAL FOTOGRÁFICO ............................................................................... 43

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RESUMO

Este documento estabelece o Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD)


para o Parque Distrital Boca da Mata, inserido na Área de Relevante Interesse
Ecológico Juscelino Kubitschek (ARIE JK), no Distrito Federal (DF). Este PRAD visa
integrar o Plano de Manejo da ARIE JK, apresentando os principais tipos de
degradação do Parque Distrital Boca da Mata, bem com as recomendações técnicas
para a recuperação destas áreas degradadas.

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, os maiores fatores de degradação ambiental são decorrentes de


atividades humanas como o desmatamento, agricultura, pecuária e urbanização. A
alteração de paisagens naturais pode provocar a fragmentação de habitats, perda
da biodiversidade, invasão de espécies exóticas, erosão dos solos, poluição e
assoreamento dos corpos d’água, extinção de nascentes, desertificação, alterações
nos regimes de queimadas e outros tipos de degradação (RESENDE, 2012).

A degradação ambiental está diretamente ligada à degradação do solo, a qual varia


de acordo com os fatores que a origina. Doran e Parkin (1994) descrevem que: a
degradação física ocorre quando as condições estruturais do solo são alteradas,
tais como densidade, porosidade, infiltração, susceptibilidade à erosão e baixa
retenção de água. A degradação biológica ocorre quando há perda da
biodiversidade do solo, redução do teor de matéria orgânica etc. A degradação
química ocorre quando há adição exagerada de agroquímicos ao solo ou perda
excessiva de nutrientes. Todas as formas de degradação comprometem o equilíbrio
ecológico da natureza.

O meio ambiente precisa estar equilibrado para que possa desempenhar uma
enorme variedade de funções e serviços ecossistêmicos através de seus
componentes bióticos (fauna, flora) e abióticos (água, solo, clima). Estes serviços
consistem em benefícios que a natureza oferece ao homem, como o fornecimento

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de alimento, produção de oxigênio, manutenção do ciclo da água, qualidade do ar,


regulação climática, controle de erosão, entre outros (MMA, 2017). A transformação
de paisagens naturais compromete o fornecimento dos serviços ecossistêmicos.
Portanto, é de extrema importância recuperar áreas degradadas e/ou perturbadas,
visando retorná-las a uma condição de integridade e manutenção de tais serviços,
os quais são essenciais para o bem-estar social, manutenção de atividades
econômicas e da vida em todas as suas formas.

Em ecossistemas degradados, onde o ambiente perdeu ou reduziu sua resiliência


o suficiente para não conseguir se restabelecer naturalmente, a intervenção
humana é fundamental para que haja a recuperação da área (CORRÊA; MELO,
1998). Diversas técnicas têm sido utilizadas para a recuperação de áreas
degradadas, tais como o plantio de espécies nativas, instalação de poleiros naturais
e artificiais, controle de espécies invasoras, técnicas de controle de erosões, dentre
outras. A escolha da técnica a ser utilizada depende do tipo e grau de degradação
da área, da capacidade de regeneração natural do ecossistema, dos recursos
disponíveis e demais particularidades de cada local a ser recuperado.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis


(Ibama) define a recuperação como o retorno de áreas degradadas a uma condição
estável que seja compatível com os valores ambientais, culturais e sociais locais
(IBAMA, 1990). Além da importância ambiental, econômica e social que envolve a
recuperação de ambientes degradados, há também a obrigação legal. A reparação
de danos ambientais está prevista na Constituição Federal Brasileira (Artigo 225,
Parágrafos 1º e 3º), na Política Nacional de Meio Ambiente (Lei Federal n.º
6.938/1981 Artigos 2º e 4º), na Lei dos Crimes Ambientais (Lei Federal n.º 9.605/98),
no Código Florestal Brasileiro (Lei Federal n.° 12.651/12) e em diversos outros
dispositivos legais. O Ibama define a recuperação como o retorno de áreas
degradadas a uma condição estável que seja compatível com os valores
ambientais, culturais e sociais locais (IBAMA, 1990).

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Serão aplicadas as informações contidas na Nota Técnica IBRAM 01/2018


COFLO/SUGAP/IBRAM, Instrução IBRAM n.º 723, de 22 de novembro de 2017 e
Protocolo de Monitoramento da Recomposição da Vegetação Nativa do Distrito
Federal.

O Parque Distrital Boca da Mata está inserido na ARIE JK, uma Unidade de
Conservação de grande importância social, ambiental e cultural para o DF. Nela,
estão presentes: a) importantes afluentes da Bacia do Rio Descoberto, uma das
mais importantes bacias para abastecimento público do DF; b) fragmentos de
diferentes tipos fitofisionômicos do Cerrado, que resguardam significativa
biodiversidade; e c) pelo menos cinco sítios pré-cerâmicos no vale do Córrego
Taguatinga já identificados, com grande potencial arqueológico ainda não verificado
(MILLER, 1993).

2. OBJETIVO

Verificar os principais tipos de degradação e a localização das áreas degradadas


dentro do Parque Distrital Boca da Mata, caracterizar as condições locais e propor
técnicas para a recuperação destas áreas.

3. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ARIE JK

A Área de Relevante Interesse Ecológico Parque Juscelino Kubitscheck (ARIE JK)


é uma Unidade de Conservação (UC) de Uso Sustentável, criada pela Lei n.º 1.002
de 02 de janeiro de 1996. A Poligonal da ARIE JK abrange as microbacias dos
córregos Cortado, Taguatinga, Valo e Gatumé, do Ribeirão Taguatinga e do Rio
Melchior, até o encontro deste com a faixa de domínio da rodovia VC-311, nas
regiões Administrativas de Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Sol Nascente. O
principal objetivo de criação dessa UC é resguardar a capacidade hídrica da região.
A rede de drenagem local funciona como zona de recarga de aquíferos importantes,
responsáveis pelo abastecimento de cerca de 66% da população do Distrito Federal
(GDF, 2009).

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Dentro da ARIE JK, existem alguns exemplares de flora constantes na Lista


Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção. (PORTARIA MMA
Nº 443, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014), como: Euterpe edulis (Arecaceae)
Anemopaegma arvense (Bignoniaceae), Rourea chrysomallys (Connaraceae) e
Mimosa heringeri (Fabaceae), sendo esta última, endêmica do Distrito Federal.
Além disso, a ARIE JK possui os já citados sítios arqueológicos de grande
importância histórica e cultural, cuja antiguidade deve ultrapassar os 6.000 anos
antes do presente (MILLER, 1993).

Por ser de Uso Sustentável, a ARIE JK concilia áreas de recreação, áreas


destinadas à produção agrícola e áreas de preservação ambiental. A ARIE JK
abrange o Núcleo Rural Taguatinga e cinco unidades de conservação (Refúgio de
Vida Silvestre Gatumé, Parque Ecológico Três meninas, Parque Ecológico Saburo
Onoyama, Parque Ecológico do Cortado e Parque Distrital Boca da Mata).

4. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO PARQUE DISTRITAL BOCA DA MATA

O Parque Distrital Boca da Mata possui 196,34 ha e está localizado na porção


sudeste da ARIE JK. Na região central da Unidade de Conservação, predomina
vegetação característica de parque cerrado, também conhecido como campo de
murundus, ocupando a maior parte da paisagem. A vegetação local compreende
também um fragmento de mata de galeria na borda norte, ao longo do córrego
Taguatinga, um fragmento de cerrado ralo na borda oeste e algumas áreas
antropizadas. O mapeamento desses fragmentos pode ser visto na Figura 1. Além
disso, dentro da UC encontram-se duas espécies de plantas herbáceo-arbustivas
ameaçadas de extinção: Anemopaegma arvense (Figura 2) e Rourea chrysomallys.

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Figura 1 - Mapeamento do uso e cobertura do solo Parque Distrital Boca da Mata – ARIE JK.

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Figura 2 - Anemopaegma arvense (Catuaba), uma das espécies ameaçadas de extinção


encontradas no Parque Distrital Boca da Mata.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO PARQUE DISTRITAL BOCA DA MATA

Ao todo, foram identificados e mapeados oito tipos de degradação dentro do Parque


Distrital Boca da Mata. Os tipos de degradação foram classificados da seguinte
forma:

Tipo I – Desmatamento;
Tipo II – Erosão;
Tipo III – Fogo;
Tipo IV – Invasão biológica;
Tipo V – Poluição do solo e da água;
Tipo VI – Predação e pisoteio por animais exóticos;
Tipo VII – Degradação de sub-bosque;
Tipo VIII – Ocupação Irregular.

A Figura 3 apresenta o mapa indicando os principais pontos de degradação.

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Figura 3 - Mapa dos principais pontos de degradação.

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4.1. TIPO I – DESMATAMENTO

Trechos de Mata de Galeria em que a vegetação foi completamente retirada (Figura


4) e trechos parcialmente desmatados ao longo do córrego Taguatinga. Trecho de
parque cerrado desmatado para uso como campo de futebol (

Figura 5).

Figura 4 - Grande clareira no meio da Mata de Galeria. As setas indicam restos de construção.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Figura 5 - Área desmatada irregularmente utilizada como campo de futebol.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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4.2. TIPO II – EROSÃO

Processo de erosão em estágio inicial (sulcos) dentro da mata de galeria, causado


pelo desaguamento de águas pluviais vindas de “bocas-de-lobo” que são captadas
nas ruas e depositadas na mata (Figura 6). O problema se agrava na época das
chuvas, quando grandes volumes de água entram por uma estreita passagem e vão
carreando as partículas do solo, colocando em risco a vegetação local e o curso
d’água que passa poucos metros à frente.

Figura 6 - Canais de água pluvial próximo ao limite da UC, formados pela água da chuva que sai
da boca-de-lobo diretamente para dentro da mata.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

4.3. TIPO III – FOGO

A Figura 7 apresenta os vestígios de queimadas nos Campos de Murundus e nas


árvores da borda da mata, próximo ao fragmento identificado como “agropecuária”
na Figura 1.

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Figura 7 - Campo de murundus após queimada (A) e marca da linha de fogo mostrando claramente
a diferença entre a área queimada e não queimada (B).

A B

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

4.4. TIPO IV – INVASÃO BIOLÓGICA

Grande quantidade da invasora arbórea Leucena (Leucaena leucocephala) nas


bordas do Parque Distrital Boca da Mata (Figura 8), especialmente próximo à mata.
Algumas ocorrências pontuais de espécies frutíferas como jaca, manga, jamelão,
também foram verificadas no interior da mata de galeria.

Figura 8 - Espécie exótica Leucena dentro da Mata de Galeria (seta vermelha). A seta amarela
indica o cercamento da UC.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Trechos com invasão de gramíneas exóticas (braquiária, capim gordura, cana do


reino e colonião) foram verificados em todas as fitofisionomias da Unidade de
Conservação, próximos à borda do córrego Taguatinga, nas bordas da mata de
galeria (Figura 9), nas bordas do campo de murundus (Figura 10) e na borda do
parque cerrado (Figura 11).

Figura 9 - Gramíneas exóticas de grande porte na borda da Mata de Galeria.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Figura 10 - Gramíneas exóticas de grande porte na borda leste do campo de murundus.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 11 - Gramíneas exóticas de grande porte na borda do parque cerrado, borda sul da UC.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Todas essas espécies de gramíneas representam uma ameaça para a


biodiversidade local, por serem fortes competidoras e por contribuírem, devido a
seu grande porte, para o alastramento de incêndios de alta intensidade na época
seca.

4.5. TIPO V – POLUIÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA

Presença de resíduos sólidos e orgânicos em diversos pontos da borda do Parque


Distrital Boca da Mata e no interior da mata de galeria, além de alguns locais
pontuais do campo de murundus, na parte sul da Unidade de Conservação. Na mata
de galeria, a maior parte de resíduos provém da ocupação irregular atual e passada
dentro da UC, além do lixo trazido pelas enxurradas das chuvas. Os tipos dos
resíduos são diversos e vão desde fezes de animais, lâmpadas fluorescentes, até
pedaços de móveis e lixo doméstico. A presença desses resíduos oferece risco de
contaminação do solo e da água, nos casos de resíduos encontrados próximo ao
córrego sob a mata.

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4.6. TIPO VI – PREDAÇÃO E PISOTEIO POR ANIMAIS EXÓTICOS

A Unidade de Conservação apresenta evidências da presença de animais exóticos


(gado, cavalos) em seu interior, representadas pela presença de carcaças (Figura
12) e trilhas deixadas na vegetação após a passagem dos animais. A presença
desses animais oferece risco de predação e pisoteio da vegetação nativa,
compactação do solo e dispersão de espécies invasoras.

Figura 12 - Cadáver de um cavalo no interior da UC, evidenciando a presença de animais exóticos


no Parque Distrital Boca da Mata.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

4.7. TIPO VII – DEGRADAÇÃO DE SUB-BOSQUE

Mata de galeria com estrato regenerante bastante prejudicado, comprometendo a


renovação da floresta ao longo do processo sucessional e grande quantidade de
trepadeiras cobrindo o sub-bosque (ponto 5 da Figura 3).

4.8. TIPO VIII – OCUPAÇÃO IRREGULAR

Observou-se a presença de ocupações irregulares dentro da tipologia de mata de


galeria. Uma dessas ocupações, é um conjunto de moradias irregulares com grande
acúmulo de lixo e resíduos.

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5. POLÍGONOS DE RECOMPOSIÇÃO

Os polígonos de recomposição foram demarcados e classificados de acordo com a


degradação ou conjunto de degradações que eles apresentam, tendo como base o
histórico, gravidade e extensão da degradação, de modo que um mesmo polígono
irá receber a mesma técnica ou conjunto de técnicas para recuperação do ambiente.
Sendo assim, foram classificados 11 polígonos de recomposição. A Tabela 1
apresenta a descrição dos polígonos presentes no mapa da Figura 13 e mais
adiante são detalhadas as técnicas de recuperação propostas para cada polígono.

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Tabela 1 - Descrição dos tipos de polígonos de recomposição.


Resumo das técnicas de Tipologia a ser Área
Polígono Descrição da degradação
recuperação recomposta (ha)
Remoção de espécies
Degradação do sub-bosque; exóticas + Remoção de lixo
1 Mata de Galeria 7,72
Invasão biológica e resíduos + Regeneração
natural
Desmatamento; Degradação Descompactação do solo +
2 Mata de Galeria 0,36
do sub-bosque Plantio de mudas nativas
Descompactação do solo +
3 Desmatamento Parque cerrado 0,31
semeadura direta
Desmatamento; Invasão Controle de exóticas +
4 Parque cerrado 10,24
biológica Semeadura direta
Desmatamento; Invasão
5 Plantio de mudas Mata de Galeria 8,62
biológica
Remoção dos resíduos +
Desmatamento; Poluição do
6 Descompactação do solo + Mata de Galeria 0,16
solo e da água
Plantio de mudas nativas
Controle de exóticas +
7 Invasão biológica Semeadura direta de Parque cerrado 9,35
gramíneas nativas
Instalação de canaletas até
8 Erosão Mata de Galeria 0,01
o córrego
Desapropriação +
Remoção de lixo e
9 Ocupação irregular resíduos + Mata de Galeria 0,44
Descompactação do solo +
Plantio de mudas
Remoção de lixo +
10 Poluição do solo Condução da regeneração Parque cerrado 0,14
natural
Controle de exóticas +
Poluição do solo; Invasão Remoção do lixo e
11 Mata de Galeria 0,24
biológica resíduos + Plantio de
mudas
Total 37,60

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Figura 13 - Mapa de polígonos de recuperação.

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6. MÉTODOS E TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO

6.1. POLÍGONO DE RECUPERAÇÃO

6.1.1. Polígono Classe 1 (Degradação de sub-bosque e invasão


biológica)

Nesta área, devem ser retirados o lixo e resíduos sólidos que são encontrados
no interior da floresta, além das espécies exóticas que se encontram abaixo do
dossel e nas bordas da mata, como por exemplo, braquiária, comigo-ninguém-
pode, bananeiras, leucena etc. Após a remoção das espécies exóticas e dos
resíduos sólidos, recomenda-se que a mata seja isolada por cercas para
conduzir o local à regeneração natural. O cercamento deve ser realizado ao
redor de toda a Mata de Galeria e não apenas do polígono em questão. As cercas
devem ter pelo menos 5 fios de arame e espaçamento máximo de 3 metros entre
estacas, de modo a impedir a entrada de animais e pessoas que possam
prejudicar a regeneração natural das áreas.

6.1.2. Polígono Classe 2 (Desmatamento e degradação do sub-bosque)

Esta área corresponde ao local próximo a uma das ocupações irregulares, onde
existem algumas pequenas clareiras na mata, provocadas por corte seletivo de
árvores. Além disso, o solo encontra-se levemente compactado pelo fluxo
intenso de pessoas. Para este polígono é recomendado a descompactação do
solo e plantio de mudas nativas. As recomendações de plantio encontram-se no
item 6.5.

6.1.3. Polígono Classe 3 (Desmatamento)

Este polígono corresponde à área desmatada irregularmente para utilização


como campo de futebol. Recomenda-se que seja feita a descompactação do solo

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por meio de gradagem, seguido de semeadura direta de gramíneas nativas, no


intuito de retornar a área à condição mais próxima possível da sua tipologia de
origem (Parque cerrado). A metodologia de semeadura está descrita no item 6.6.

6.1.4. Polígono Classe 4 (Desmatamento e Invasão biológica em parque


cerrado)

Este polígono corresponde a uma área que foi desmatada e invadida por
gramíneas exóticas. Para recuperar o local, recomenda-se realizar o controle de
espécies exóticas conforme explicitado no item 6.3. Por se tratar de uma área de
Parque cerrado, após a remoção das gramíneas exóticas, deve-se fazer a
recomposição da vegetação por meio da semeadura direta de gramíneas
nativas, conforme a metodologia de semeadura descrita no item 6.6.

6.1.5. Polígono Classe 5 (Desmatamento e Invasão biológica em mata de


galeria)

Este polígono corresponde a uma área de mata de galeria onde foi realizado o
corte raso das árvores e a área encontra-se dominada por gramíneas exóticas.
Para recuperar o local, recomenda-se realizar o controle de espécies exóticas
conforme explicitado no item 6.3. Após a remoção das gramíneas exóticas, deve-
se fazer a recomposição da vegetação por meio do plantio de mudas nativas de
mata de galeria. A metodologia de plantio de mudas está descrita no item 6.5.

6.1.6. Polígono Classe 6 (Desmatamento e poluição do solo e da água)

Este polígono corresponde ao local de uma antiga moradia irregular que foi
demolida. Além da enorme clareira aberta pelo desmatamento, há ainda muitos
resíduos de construção, presença de lixo, restos de roupas etc. Estes resíduos
tornam o solo altamente compactado e o lixo oferece risco de contaminação do

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solo e da água do córrego que passa a poucos metros dali. Para recuperar o
local, deve ser realizada a remoção de todos os resíduos de construção e demais
resíduos sólidos, seguido da descompactação do solo e plantio de mudas nativas
de mata de galeria. Por ser uma área próxima à pista, a entrada de máquinas
para a remoção dos resíduos de construção pode ser viável, contanto que seja
feita uma abertura provisória da UC e que sejam feitos o mínimo de viagens
possível para evitar danos maiores na mata. Após a passagem das máquinas, o
local de passagem também deve ser recuperado. A descompactação do solo
pode ser feita manualmente, revolvendo-se o solo com enxadas e o plantio de
mudas deve seguir as recomendações do item 6.5.

6.1.7. Polígono Classe 7 (Invasão biológica)

Estes polígonos referem-se à área de Parque cerrado invadida por gramíneas


exóticas. Neste caso, deve-se fazer o controle de espécies exóticas, conforme
indicado no item 6.3 e, em seguida, realização de semeadura direta, conforme
item 6.6.

6.1.8. Polígono Classe 8 (Erosão)

No Parque Distrital Boca da Mata, o processo de erosão por águas pluviais está
em estágio inicial (Figura 6) e pode ser encontrado sob o dossel da mata (ponto
6 da Figura 13). Esta erosão deve ser contida o quanto antes para que não
avance para um estágio mais grave. Nesse caso, recomenda-se que a água seja
canalizada por meio de um canal de concreto (conforme modelo da Figura 14)
partindo da “boca-de-lobo” até desaguar no córrego mais à frente. Apesar do
terreno não ser íngreme, é importante que essa água seja conduzida pela
canaleta para que seja contido o processo de carreamento das partículas do
solo. Além disso, é necessário que haja uma grade na saída da “boca-de-lobo”
para o canal, visando barrar resíduos sólidos e outros objetos que possam vir
das ruas, evitando assim a poluição do solo e do córrego que passa em frente.

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Essa grade deve passar por manutenções periódicas, especialmente após a


temporada de chuvas, para verificar seu estado físico e evitar entupimento. Caso
um modelo de canaleta fechado seja mais apropriado, ele também pode ser
utilizado.

Figura 14 - Modelo de canaleta de concreto para escoamento da água pluvial.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

6.1.9. Polígono Classe 9 (Ocupação irregular)

Nestes polígonos, estão presentes ocupações irregulares, que provocam a


retirada da vegetação nativa, compactam o solo e são grandes geradoras de lixo
e demais resíduos sólidos. Recomenda-se que o ambiente nestes locais seja
restabelecido por meio da devida desapropriação das moradias, seguida de
demolição das mesmas e remoção dos resíduos de construção e dos demais
resíduos sólidos que forem observados no local. Após limpeza da área, deve ser
realizado o plantio de mudas nativas de Mata de Galeria, conforme indicado no
item 6.5.

6.1.10. Polígono Classe 10 (Poluição do solo em parque cerrado)

Estes polígonos correspondem a pequenas áreas de deposição de lixo e


resíduos sólidos, dentro da tipologia de parque cerrado. Devido a pequena
extensão e pequena intensidade de degradação, recomenda-se a retirada
completa dos resíduos e que a área seja mantida sem intervenção para

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favorecimento da regeneração natural. Devido a característica pontual desta


degradação, não é necessária a implantação de cercamento exclusivo para a
área. O cercamento geral da poligonal da UC será suficiente.

6.1.11. Polígono Classe 11 (Poluição do solo e Invasão biológica em


Mata de galeria)

Nestes polígonos, a vegetação de Mata de Galeria foi retirada e a área foi


tomada por gramíneas exóticas. Além disso, há presença de lixo e resíduos
sólidos. Para recuperação do local, recomenda-se que seja feito o controle das
gramíneas exóticas, conforme item 6.3, remoção de resíduos sólidos e plantio
de mudas nativas de mata de galeria, conforme metodologia de plantio indicada
no item 6.5.

6.2. REMOÇÃO DE LIXO E RESÍDUOS SÓLIDOS

Os polígonos com presença de entulhos e resíduos sólidos ou orgânicos


(Polígonos 1, 6, 9, 10 e 11) devem ser retirados e destinados a locais adequados
(aterros sanitários e cooperativas de reciclagem do Distrito Federal). Nesse caso,
o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do Distrito Federal pode ser acionado. Os
principais locais com presença de lixo são os locais com ocupação irregular e
sub-bosque da Mata de Galeria. É importante que se realize um monitoramento
constante dos resíduos na UC, especialmente no interior desta fitofisionomia, de
modo a evitar contaminação do solo e da água.

6.3. CONTROLE DE PLANTAS EXÓTICAS

A invasão por plantas exóticas é um problema presente em toda ARIE JK. No


Parque Distrital Boca da Mata, este problema ocorre nos polígonos 1, 3, 5, 7 e
11. Para erradicar ou controlar a presença das gramíneas exóticas nas bordas
da Mata de Galeria e bordas do parque cerrado, recomenda-se que seja feita a

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roçagem periódica das mesmas, seguida de gradagem, semeadura direta de


espécies herbáceo-arbustivas nativas (Polígonos 3, 4 e 7) ou plantio de mudas
(Polígonos 2, 5, 6, 9 e 11). A técnica de semeadura direta está detalhada no item
6.6. e o plantio de mudas no item 6.5. As espécies herbáceo-arbustivas
recomendadas para plantio encontram-se no Anexo II. Para a gramínea do tipo
“Cana-do-reino”, recomenda-se que o material da roçagem seja removido e
descartado, pois o revolvimento do mesmo com o solo pode favorecer sua
rebrota.

Para as gramíneas invasoras que se encontram no interior ou na borda da Mata


de Galeria, recomenda-se que seja feito a roçagem manual por meio de capina,
já que a incidência nesta tipologia é menos intensa. A capina e arranque manual
também podem ser utilizados para remoção de outras espécies exóticas de
pequeno porte presentes no interior da mata, como samambaias, comigo-
ninguém-pode (Dieffenbachia seguine) etc.

Os indivíduos arbóreos de espécies exóticas que se encontram no interior e na


borda da mata de galeria, como leucena (Leucaena leucocephala), manga
(Mangifera indica L.), jaca (Artocarpus heterophyllus), jamelão (Syzygium cumini)
e outros, devem ser erradicados. Muitas dessas espécies rebrotam após serem
cortadas, por isso recomenda-se que seja feito o monitoramento desses
indivíduos para garantir o sucesso da operação.

Quanto à grande quantidade de trepadeiras em algumas regiões do sub-bosque


da mata de galeria, entende-se que não há necessidade de intervenção até o
presente momento, já que se trata de espécies de trepadeiras nativas e que não
estão causando danos graves à mata. Além disso, uma vez realizadas as outras
medidas para recuperação de degradações mais graves na UC, a floresta tende
a se autorregular e retornar a seu estado de equilíbrio.

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6.4. CONTROLE DE ANIMAIS EXÓTICOS

Com relação à presença de animais exóticos, como gado e cavalos, o problema


pode ser controlado através do isolamento da área, com a instalação de cercas
nos limites do Parque Distrital Boca da Mata e manutenção das cercas já
existentes que se encontram danificadas.

6.5. RECOMPOSIÇÃO DA VEGETAÇÃO – PLANTIO DE MUDAS

O plantio de mudas se faz necessário nas situações onde a vegetação de Mata


de Galeria foi parcial ou completamente retirada, como é o caso dos polígonos
2, 5, 6, 9 e 11. Para execução dessa atividade, primeiramente é necessário a
retirada de gramíneas invasoras que estejam nas bordas e interior da mata.

A recomendação é de que sejam plantadas mudas de espécies florestais nativas


típicas desta fitofisionomia (AQUINO et al., 2012). Nesse caso, a escolha das
espécies deve seguir os princípios da sucessão ecológica, combinando
aleatoriamente espécies pioneiras, secundárias e clímax. Esta técnica visa imitar
as características originais da floresta e favorecer o recobrimento da área
(NAPPO; GOMES; CHAVES, 1999). Além disso, é importante selecionar
espécies que sejam atrativas à fauna, pois a presença de animais contribui para
o sucesso da restauração.

No Anexo I deste documento, consta uma lista com algumas das espécies
indicadas para recuperação de matas de galeria, bem como sua classificação
sucessional. A confecção dessa lista foi baseada nos levantamentos de campo
realizados nas Matas de Galeria da ARIE JK para o diagnóstico de vegetação.

Recomenda-se que as mudas sejam plantadas em linhas com espaçamento de


2,0 x 2,0 metros em covas com dimensões de 45x45x45 cm e as mudas devem
ter altura mínima de 50 cm no momento do plantio. Quanto à adubação,
recomenda-se apenas fertilização com adubo orgânico, na proporção de até

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20% do volume da cova, visando acelerar o desenvolvimento inicial das mudas


(DURIGAN et al., 2011). Os plantios devem ser realizados no início da estação
chuvosa (final do mês de outubro a início de dezembro). A área do plantio deve
ser cercada para evitar o pisoteio e predação por animais domésticos.

Somando-se a área dos polígonos que receberão plantio de mudas, tem-se uma
área total de 9,82 hectares. Portanto, com base no espaçamento citado acima,
ao todo, deverão ser plantadas 24.558 mudas para recomposição da mata de
galeria.

As atividades pós-plantio incluem principalmente o combate a formigas, o


replantio e o coroamento. Uma opção de baixo custo para o combate às formigas
é espalhar, ao redor das mudas, farinha de ossos, cascas de ovos torradas e
moídas e cinzas de fogão à lenha (AQUINO et al., 2012). O replantio deve ser
feito nos anos subsequentes, substituindo as falhas por mortalidade (FELFILI et
al., 2000). O coroamento é uma técnica de limpeza que consiste na capina em
um raio de cerca de 1 metro ao redor das mudas (Figura 15) para que a planta
aproveite o máximo dos recursos, com menor competição por luz, água e
nutrientes. Essa técnica deve ser utilizada em locais onde a muda fica rodeada
por gramíneas exóticas ou outras espécies invasoras, fortes competidoras. O
coroamento pode ser realizado a cada 90 dias ou no início de cada estação
chuvosa. Os restos vegetais resultantes da capina devem ser deixados sobre o
solo para manter a umidade e prevenir erosões (FELFILI et al., 2000).

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Figura 15 - Esquema ilustrativo do Coroamento de mudas.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

6.6. RECOMPOSIÇÃO DA VEGETAÇÃO - SEMEADURA DIRETA

Este método é recomendado para restauração de áreas campestres e savânicas


do Cerrado (formações abertas) onde se pretende restabelecer a cobertura
rápida do solo através do estrato herbáceo-arbustivo (SAMPAIO et al., 2015). No
Parque Distrital Boca da Mata, a área total que deverá receber a semeadura
direta é de 19,91 ha, distribuída entre os polígonos de classe 3 (0,31 ha), classe
4 (10,24 ha) e classe 7 (9,35 ha). São áreas cuja vegetação original pertence a
formação aberta de parque cerrado, que atualmente estão desmatadas ou
invadidas por gramíneas exóticas.

As recomendações foram elaboradas com base na metodologia indicada no


Guia de Restauração do Cerrado, elaborado pela Rede de Sementes do Cerrado
(SAMPAIO et al., 2015), e adaptadas para as áreas deste estudo, devendo
seguir as seguintes etapas:

a) Cercamento da UC;
b) Seleção de espécies para semeadura, conforme Anexo II;
c) Coleta, beneficiamento e armazenamento das sementes;
d) Preparo do solo;
e) Semeadura direta em área total.

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Os itens a seguir apresentam a descrição mais aprofundada das etapas.

6.6.1. Cercamento da Unidade de Conservação

A área que receberá a semeadura direta está distribuída em diversos polígonos


ao longo do Parque Distrital Boca da Mata, alguns com dimensão bem pequena.
Por tanto, o cercamento de cada polígono pode ser uma técnica bastante
onerosa para ser aplicada. No entanto, deve ser reforçado o cercamento ao redor
de toda a poligonal da UC, para que as áreas em recuperação possam receber
o mínimo de intervenção possível de pessoas e animais exóticos. O cercamento
da Unidade de Conservação já existe em alguns trechos da poligonal, mas
encontra-se danificado em grande parte. Sendo assim, deve ser feita a
manutenção ou substituição do cercamento no entorno da UC. A tela de
alambrado com base de concreto é uma boa opção para cercamento de caráter
definitivo. Além disso, faz-se necessário rondas de verificação e manutenções
na cerca sempre que necessário, conforme indicado no programa de
infraestrutura do Parque Distrital Boca da Mata.

6.6.2. Seleção de espécies para semeadura

A escolha das espécies deve se basear em espécies herbáceo-arbustivas que


já ocorrem naturalmente neste tipo de vegetação. No Anexo II, encontra-se uma
tabela com algumas espécies herbáceo-subarbustivas nativas que possuem
bom desempenho na recuperação de áreas degradadas do Cerrado. Deve-se
selecionar o maior número possível de espécies de plantas nativas para gerar e
atrair alta diversidade, aumentando as chances de sucesso e aceleração do
processo de recuperação.

6.6.3. Coleta, beneficiamento e armazenamento das sementes

Na etapa de coleta das sementes, a primeira coisa que se precisa saber é


quando as espécies estão produzindo sementes maduras. Para algumas

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plantas, é difícil reconhecer os frutos e sementes maduras. Em geral, quando os


frutos e sementes começam a cair está na hora de coletar. É essencial que se
tome cuidado para não danificar a planta durante a coleta, para que ela possa
continuar se desenvolvendo normalmente e produza sementes no ano seguinte.
Quanto menor a planta, provavelmente mais frágil, portanto, mais cuidadoso
deve ser esse processo.

Durante a coleta de gramíneas, devem-se cortar apenas os pendões com


sementes, sem cortar as folhas. Para cortar os pendões a melhor ferramenta é
uma foice de mão. Durante a coleta, é importante não agitar muito os pendões,
pois geralmente as sementes maduras caem facilmente. No Anexo II, encontra-
se uma tabela com algumas espécies herbáceo-subarbustivas nativas que
possuem bom desempenho na recuperação de áreas degradadas, bem como a
época recomendada para coleta das sementes. É importante lembrar que o
período de frutificação pode variar conforme o regime de chuva do ano.

A técnica de semeadura direta consiste numa técnica mais barata que o plantio
convencional (SAMPAIO et al., 2015) e tem se apresentado como método mais
indicado quando se deseja restabelecer a vegetação nativa rasteira, uma vez
que o plantio de gramíneas e arbustos por meio de mudas, é inviável. Apesar de
mais barata, é uma técnica que exige um grande esforço de coleta de sementes.
Considerando a área de 19,91 hectares para semeadura direta e a
recomendação de cerca de 200 kg de sementes por hectare (SAMPAIO et al.,
2015), devem ser coletadas aproximadamente 4 toneladas de sementes.

Quanto ao beneficiamento, é preciso secar as sementes na sombra, separar as


impurezas (galhos, folhas, partes do fruto) e separar as sementes da flor ou
inflorescência, facilitando o armazenamento e a futura semeadura. Sementes
que estejam molhadas ou misturadas com folhas e galhos podem ser atacadas
por fungos e perder a capacidade de germinar.

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As sementes já beneficiadas devem ser armazenadas em local fresco e seco.


Em geral, as sementes de gramíneas mantêm sua capacidade de germinação
ou até aumentam após um ano de armazenamento. As espécies arbustivas
devem ser armazenadas por menor tempo. Apesar dessa generalização, tais
questões vão depender de características das sementes coletadas.

6.6.4. Preparo do solo

Deve ser feito o combate das gramíneas exóticas por meio da roçagem e
gradagem. Nos locais com a gramínea Cana-do-reino (Arundo donax L.), deve
ser feita a roçagem e os resíduos de folhas devem ser removidos e descartados,
pois sua incorporação no solo pode facilitar sua rebrota, prejudicando o processo
de recuperação. Sendo assim, após o controle de espécies exóticas, deve-se
revolver o solo por toda a área a ser semeada. Como os polígonos que receberão
a semeadura estão localizados nas bordas da Unidade de Conservação, o
combate às gramíneas e preparo do solo podem ser feitos de forma mecanizada,
pois as máquinas podem acessar as áreas sem afetar a vegetação preservada.

A adubação não é recomendada, pois esta prática pouco afeta o


estabelecimento do estrato herbáceo nativo e pode ainda favorecer o
estabelecimento de plantas exóticas. No início das chuvas (geralmente em
outubro), já se pode semear na área preparada.

6.6.5. Semeadura direta em área total

Após o beneficiamento das sementes, devem ser preparados coquetéis de


sementes, ou seja, sacos com grandes quantidades de sementes de diversas
espécies misturadas. Segundo o Guia de Restauração do Cerrado (SAMPAIO et
al., 2015), devem ser semeadas cerca de 200 kg de sementes por hectare. O
melhor momento de semeadura é no início da estação chuvosa. As sementes
podem ser semeadas manualmente, lançando-se os coquetéis de sementes ao
solo, em área total de cada polígono.

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A maior dificuldade ou desvantagem desse método é o controle das espécies


indesejadas após o plantio das nativas, já que as plantas desejadas e
indesejadas crescem entremeadas. Como as áreas que receberão essas
práticas estão cobertas por gramíneas invasoras indesejadas, o
acompanhamento do plantio e manutenção deve ser mais rigoroso. Caso seja
verificada necessidade, o processo de semeadura pode ser repetido na estação
chuvosa subsequente.

Como este método demanda mais tempo e esforço físico, sugere-se que nas
áreas invadidas por gramíneas exóticas mais extensas o preparo do solo e a
semeadura sejam feitos por partes ou em módulos.

6.7. PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

As queimadas na UC ocorrem com frequência anual, no período da seca. Elas


originam-se principalmente por ações antrópicas, já que o fogo é usado nas
proximidades do Parque Distrital Boca da Mata para queima de lixos domésticos
e comerciais. Durante essas atividades, muitas vezes o fogo avança para o
interior da UC e atinge tanto as formações campestres e savânicas quanto as
Matas de Galeria. A mata de galeria é uma das fitofisionomias do Cerrado menos
adaptadas e mais sensíveis aos efeitos do fogo (Walter & Ribeiro, 2010),
devendo-se evitar ao máximo a entrada do fogo nessa vegetação. A forte
presença de gramíneas exóticas de médio e grande porte nas bordas da UC
contribui para o aumento do material combustível e da intensidade do fogo.

Como medida preventiva, recomenda-se que sejam construídos aceiros com


aproximadamente 3 metros de largura, ao longo de todo o perímetro do Parque
Distrital Boca da Mata, exceto no limite da UC onde há mata de galeria. A Figura
16 apresenta modelo de aceiro com cerca. Devido a sua grande extensão, os
aceiros podem ser feitos de forma mecanizada, utilizando-se tratores equipados

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com grade aradora. Após a abertura do aceiro, o solo deve ser compactado no
local, para evitar o crescimento de plantas.

Antes do início de cada estação seca, deve ser realizada a manutenção dos
aceiros, pois a falta de limpeza do terreno oferece riscos de incêndio e pode
comprometer o processo de restauração em todo a UC. É necessário também
que seja disponibilizada uma brigada de incêndios fixa para o combate imediato
ao fogo nas UCs, pelo menos durante a época mais seca do ano (entre os meses
de julho e outubro).

Figura 16 - Modelo de aceiro com cerca.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

6.8. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

De maneira geral, recomenda-se que seja feito um Programa de Educação


Ambiental com atividades voltadas à prevenção de incêndios, conscientizando a
população rural e urbana do entorno do Parque Distrital Boca da Mata sobre os
cuidados com o manejo do fogo, evidenciando a importância de preservar a
vegetação e os problemas ambientais e sociais que as queimadas podem
causar. O programa em questão pode incluir atividades como palestras e
materiais de informação ambiental.

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Assim como os resíduos sólidos, muitos outros problemas ambientais são


originados fora da UC. Sendo assim, é de extrema importância que seja
implementado um Programa de Educação Ambiental não só no Parque Distrital
Boca da Mata, mas dentro de toda a ARIE JK e seu entorno, visando
conscientizar a população para que não joguem lixos nos córregos e demais
locais dentro e fora das UCs. Uma boa forma de fazer a retirada do lixo é a
realização de mutirões. Os mutirões possibilitam a limpeza de áreas maiores e
ainda se tornam uma boa oportunidade de envolver e mobilizar a população no
cuidado com o meio ambiente.

O Programa também deve chamar a atenção para os benefícios que as áreas


de preservação oferecem à sociedade, divulgar a importância do Parque Distrital
Boca da Mata e da ARIE JK para a manutenção da qualidade e quantidade de
água da região, informar o estado de poluição da UC, alertar a população quanto
ao cultivo de espécies exóticas dentro da ARIE JK, a proibição de captação
irregular de água, instruir sobre o manejo do fogo, destinação adequada de
resíduos sólidos, entre outros.

7. MONITORAMENTO

No monitoramento do Parque Distrital Boca da Mata presente na ARIE JK serão


contemplados os monitoramentos da vegetação florestal, savânica e campestre;
e o monitoramento da ocorrência de incêndios florestais.

Os indicadores ecológicos serão definidos para cada formação vegetacional. A


identificação destas formações - campestre, savânica e florestal – na área alvo
de recomposição deverá ser feita pelo responsável legal ou profissional técnico
levando em consideração o tipo de vegetação originalmente presente ou
remanescente do entorno, as condições de solos entre outras características
ambientais relevantes. Os critérios para os indicadores ecológicos estão
definidos na Nota Técnica (01/2018).

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7.1. REGENERAÇÃO NAS ÁREAS EM RECUPERAÇÃO

Nas áreas dos polígonos de recuperação, a vegetação deverá ser monitorada


para acompanhar o seu processo de regeneração. Os procedimentos para o
monitoramento da recomposição da vegetação nativa serão de acordo com
Souza e Vieira (2017). Um polígono de recomposição é uma área
ambientalmente homogênea com relação a vegetação original e uso do solo, que
recebe o mesmo método de recomposição em um mesmo período, e cujo
resultado da recomposição é homogêneo (SOUZA; VIEIRA, 2017).

Para a amostragem da regeneração da vegetação deverão ser amostrados 17


parcelas permanentes de regeneração natural em áreas, cada parcela terá
dimensão de 25 x 4 m (100 m²), distribuídas conforme Tabela 2. O
monitoramento da regeneração natural será semestral até os 2 primeiros anos,
depois a cada 2 anos até o quinto ano e posteriormente a cada 3 anos (Tabela
3).

Em relação a avaliação de recomposição da vegetação nativa no Distrito


Federal, foram definidos os seguintes indicadores ecológicos que se desdobram
em parâmetros específicos para as formações campestres, savânicas e
florestais que compõe o bioma Cerrado:

• cobertura de copas e do solo;


• densidade de regenerantes nativos;
• número de espécies nativas.

Tabela 2 - Descrição dos tipos de polígonos de recomposição.


Polígono Tipologia a ser recomposta Área (ha) Parcelas
1 Mata de Galeria 7,72 12
2 Mata de Galeria 0,36 Censo+5 linhas de cobertura
3 Parque cerrado 0,31 Censo+5 linhas de cobertura
4 Parque cerrado 10,24 15
5 Mata de Galeria 8,62 13
6 Mata de Galeria 0,16 Censo+5 linhas de cobertura

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7 Parque cerrado 9,35 14


8 Mata de Galeria 0,01 Censo+5 linhas de cobertura
9 Mata de Galeria 0,44 Censo+5 linhas de cobertura
10 Parque cerrado 0,14 Censo+5 linhas de cobertura
11 Mata de Galeria 0,24 Censo+5 linhas de cobertura
Total 37,6 -
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Tabela 3 - Cronograma para execução do monitoramento da vegetação do Parque Distrital Boca da Mata até o ano de 2026.
Tipologia/Semestre 1/2020 2/2020 1/2021 2/2021 1/2022 2/2022 1/2023 2/2023 1/2024 2/2024 1/2025 2/2025 1/2026 2/2026
Vegetação herbácea
polígono em X X X X X X X X X X
recuperação
Vegetação arbustiva
arbórea nas áreas em X X X X X X X X
recuperação

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8. RECOMENDAÇÕES GERAIS

O isolamento do Parque Distrital Boca da Mata é uma necessidade prioritária e


emergencial. Em todo o seu limite deve ser feita a manutenção das cercas já
existentes e substituição daquelas que estão muito danificadas ou foram removidas.
O isolamento por si só, já caracteriza o início do processo de recuperação,
contribuindo para a mitigação de impactos e eliminação de uma série de agentes
causadores de degradação. Ao longo de toda a extensão da cerca devem ser
instaladas placas de sinalização, contendo informações gerais sobre a Unidade de
Conservação na qual ele está inserido, além da legislação pertinente, principais
restrições de uso e demais informações consideradas importantes.

A implementação de um Programa de Educação Ambiental para toda a ARIE JK,


incluindo suas UCs, é de extrema importância para a recuperação e manutenção
dos recursos naturais nestes locais.

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9. EQUIPE TÉCNICA

A equipe gerencial/executora está apresentada abaixo.

Nome Formação Registro

Especialização em Gestão de
Felipe Varela Tonella Projetos e Graduado em CTF: 5829129
Oceanografia

Frederico Guilherme Massami Engenheiro Civil, especialista


CREA: 5062441705-SP
Kita em projetos sustentáveis.

Glendo Henrique de Castro


Engenheiro Florestal CREA: 28315/D-DF
Oliveira

Henrique José Rodrigues Dias Graduado em Oceanografia CTF: 7552228

Matheus Santos Martins Engenheiro Florestal CREA: 23716/D-DF

Milton Serpa de Meira Junior Engenheiro Florestal CREA: 21743/D-DF

Patrícia Corrêa Guedes de Souza Engenheira Florestal RNP 1018844880D-GO

Especialização em
Socioeconomia e Educação
Raul Oliveira Costa Dias CTF: 5256694
Ambiental, Graduado em
Oceanografia

Especialização em Zoologia,
Rodrigo Araújo De Souza CRBio: 074837/01-D
Biólogo

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10. BIBLIOGRAFIA

AIRES, S. S. Seleção de gramíneas nativas do Cerrado para uso no manejo


de Melinis minutiflora: competição entre Melinis minutiflora e Paspalum
stellatum. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília. Brasília. 2013.

AQUINO, F. DE G. et al. Cerrado: restauração de matas de galeria e ciliares.


volume 1. Brasília, DF: Embrapa, 2012.

CORRÊA, R. S.; MELO, B. F. Ecologia da revegetação em áreas escavadas.


In: CORRÊA, R. S.; MELO, B. F. (Eds.). Ecologia e recuperação de áreas
degradadas no Cerrado. Brasília, DF: Paralelo 15, 1998. p. 65–69.

DORAN, J. W.; PARKIN, T. B. Defining and assessing soil quality. In:


DORAN, J. W. et al. (Eds.). Defining soil quality for a sustainable environment.
Madison, Wisconsin: Soil Science Society American, 1994. p. 3–21.

DURIGAN, G. et al. Manual para recuperação da vegetação de Cerrado. 3


ed. São Paulo: SMA, 2011. 19 p.

FELFILI, J. M. et al. Recuperação de Matas De Galeria. n. 21. Planaltina, DF:


Embrapa Cerrados, 2000. 45 p.

FORTUNA-PEREZ, A. P.; SILVA, M. J. DA; TOZZI, A. M. G. DE A. Stylosanthes


(Leguminosae–Papilionoideae–Dalbergiae) no estado de São Paulo, Brasil.
Rodriguesia: São Paulo. v. 62, n. 3. p. 615–628. 2011.

GDF. Adequação Ambiental da Reserva Biológica e das Propriedades


Rurais às Margens do Lago Descoberto. Brasília: GDF, 2009.

IBAMA. Manual de Recuperação de áreas Degradadas pela Mineração.


Brasília: IBAMA, 1990.

MARTINS, C. R. Revegetação com Gramíneas de uma área degradada no


parque nacional de brasília- DF, Brasil. Dissertação de mestrado,
Universidade de Brasília. Brasília. 1996.

MILLER, E. T. Projeto de Avaliação do Potencial Arqueológico da Área de


Expansão Urbana e Rural das Cidades de Taguatinga e Ceilândia
(Brasília/DF). Brasília, 1993.

MMA. Serviços Ecossistêmicos. Disponível em:


<http://www.mma.gov.br/biodiversidade/economia-dos-ecossistemas-e-da-
biodiversidade/serviços-ecossistêmicos.html>. Acesso em: 20 mar. 2019.

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NAPPO, M. E.; GOMES, L. J.; CHAVES, M. M. F. Reflorestamentos mistos


com essências nativas para recomposição de matas ciliares. Lavras:
Boletim Agropecuário da Universidade Federal de Lavras, v. 30, p. 27, 1999.

PELLIZARO, K. F. Restauração ecológica por meio de semeadura direta no


Cerrado: avaliando espécies de diferentes formas de vida e densidades de
plantio. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília. Brasília. p. 75,
2016.

RESENDE, N. D. F. Cerrado: Ecologia, biodiversidade e preservação.


Revista Brasileira de Educação e Cultura, p. 81–90, 2012.

RUDGE, A. DE C. Contribuição da chuva de sementes na recuperação de


áreas e do uso de poleiros como técnica catalisadora da sucessão natural.
Dissertação de mestrado. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Seropédica, 2008.

SAMPAIO, A. B. et al. Guia de Restauraçao do Cerrado: Vol 1 - Semeadura


Direta. 1 ed. Brasília: Universidade de Brasília - Rede de Sementes do Cerrado.
2015. 40p.

WALTER, B. M. T.; RIBEIRO, J. F. Diversidade fitofisionômica e o papel do


fogo no bioma Cerrado. In: MIRANDA, H. S. Efeitos do regime de fogo sobre
a estrutura de comunidade de Cerrado: Projeto Fogo. Brasília: IBAMA. 2010. p.
59 – 76.

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11. ANEXOS

Anexo 1. Espécies sugeridas para plantios de recuperação em Mata de galeria.


Espécie Nome Popular CS
Aegiphila integrifolia (Jacq.) B.D.Jackson Pau-papagaio P
Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. Tapiá P
Anadenanthera peregrina (L.) Speg. Angico P
Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg. Peroba-osso S
Aspidosperma subincanum Mart. ex A.DC. Guatambú S
Astronium fraxinifolium Schott Gonçalo-Alves P
Byrsonima laxiflora Griseb. Murici-da-mata P
Calophyllum brasiliense Cambess. Landi S
Cecropia pachystachya Trécul. Embaúba P
Cheiloclinium cognatum (Miers) A.C.Sm. Saputiá S
Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba P
Cordia sellowiana Cham. Chá-de-bugre P
Cordiera macrophylla Kuntze Marmelada S
Cupania vernalis Cambess. Campoatá P
Diospyros lasiocalyx (Mart.) B. Walln. Marmelada brava P
Emmotum nitens (Benth.) Miers Pau-de-sobre P
Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F. Macbr. Canela-peluda S
Euterpe edulis Mart. Palmito-jussara S
Faramea latifolia (Cham. & Schltdl.) DC. Limãozinho-bravo S
Guazuma ulmifolia Lam. Mutamba P
Hymenaea courbaril L. Jatobá P
Inga cylindrica (Vell.) Mart. Ingá-feijão P
Jacaranda puberula Cham. Jacarandá S
Licania apetala (E. Mey.) Fritsch Oiti d’água S
Luehea grandiflora Mart. & Zucc. Açoita-cavalo P
Machaerium acutifolium Vogel Guaximbé S
Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld Barreiro P
Maclura tinctoria (L.) Steud. Tatajiba P
Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng. Magnólia-do-brejo S
Maprounea guianensis Aubl. Bonifácio S, C
Matayba elaeagnoides Radlk. Camboatá-branco S, C
Matayba guianensis Aubl. Camboatá-branco S
Maytenus robusta Reissek Cuinha P, S
Metrodorea stipularis Mart. Caputuna S
Miconia chartacea Triana Jacatirão-ferrugem P
Miconia sellowiana Naudin Pixirica P
Mouriri glazioviana Cogn. Moriri S
Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. Goiaba-brava S
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Espécie Nome Popular CS


Ocotea aciphylla (Nees & Mart.) Mez Canela-branca S
Ormosia fastigiata Tul. Tento S
Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. Farinha-seca P
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Tamanqueira S
Piper arboreum Aubl. Jaborandi S
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Pau-jacaré P
Piptocarpha macropoda Baker Vassourão-pardo P
Pleroma candolleanum (Mart. ex DC.) Triana Quaresmeira P
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Amescla S
Pseudolmedia laevigata Trécul Apitinga C
Psychotria carthagenensis Jacq. Erva-de-rato S
Qualea dichotoma (Mart.) Warm. Pau-terra S
Qualea multiflora Mart. Pau-terra P
Richeria grandis Vahl Orelha-de-onça S
Sacoglottis guianensis Benth. Paruru S
Simarouba amara Aubl. Simaruba P
Styrax camporum Pohl Benjoeiro P
Tapura amazonica Poepp. & Endl. Pau-de-bicho P
Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Pimenta-de-macaco S, C
Legenda: CS = Classe sucessional, P: Pioneira, S: Secundária, C: Clímax.

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Anexo 2. Espécies herbáceo-arbustivas sugeridas para semeadura direta em Parque


Cerrado. ver: Erva; subarb: Subarbusto.
Espécie Forma de vida
Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze erv
Andropogon lateralis Nees erv
Andropogon leucostachyus Kunth erv
Andropogon selloanus (Hack.) Hack. erv
Arundo donax L. erv
Axonopus barbigerus Hitchcock* erv
Axonopus brasiliensis (Spreng.) Kuhlm. erv
Brachyaria decumbens Stapf erv
Brachyaria humidicola (Rendle) Schweick. erv
Cayaponia weddellii (Naudin) Cogn.* trp
Chresta sphaerocephala DC. subarb
Cissampelos ovalifolia DC* subarb
Cuphea carthagenensis (Jacq.) J. Macbr. erv
Cyperus haspan L. erv
Declieuxia oenanthoides Mart. & Zucc. ex Schult. & Schult. f.* erv
Echinolaena inflexa (Poir.) Chase erv
Eryngium brasiliense Constance erv
Eryngium goyazense Urb. erv
Esterhazya splendida J.C. Mikan* arb
Gladiolus hortulanus L.H. Bailey erv
Hyparrhenia rufa Stapf erv
Hypogynium virgatum (Desv. ex Ham.) Dandy erv
Hyptis linarioides Pohl ex Benth. erv
Ichthyothere latifolia Baker* erv
Ipomoea cf. procurrens Meisn. erv
Lagenocarpus verticillatus (Spreng.) T. Koyama & Maguire erv
Lobelia camporum Pohl erv
Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara arb
Ludwigia nervosa (Poir.) H. Hara arb
Lycopodiella camporum B. Øllg. & P. G. Wind. erv
Mandevilla myriophylla (Taub. ex Ule) Woodson subarb
Megathyrsus maximus (Jacq.) B.K. Simon & S.W.L. Jacobs erv
Melinis minutiflora P. Beauv. erv
Mikania officinalis Mart. erv
Moninna stenophylla A. St.-Hil. subarb
Paspalum cf multicaule Poir. erv

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Paspalum geminiflorum Steud erv


Pennisetum purpureum Schumach. erv
Polygala monosperma A.W. Benn. erv
Rhynchospora consanguinea (Kunth) Boeckeler erv
Rhynchospora globosa (Kunth) roem. & Schult. erv
Rhynchospora rugosa (Vahl) Gale erv
Rhynchospora tenuis Willd. ex Link erv
Scoparia dulcis L. erv
Sisyrinchium vaginatum Spreng. erv
Solanum subumbellatum Vell. subarb
Sporobolus indicus (L.) R. Br. erv
Trichanthecium cyanescens (Nees ex Trin.) Zuloaga & Morrone erv
Varronia truncata (Fresen.) Borhidi erv

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MEMORIAL FOTOGRÁFICO
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Figura 17 Grande clareira no meio da Mata de Figura 18 Canais de água pluvial próximo ao
galeria. As setas indicam restos de contrução. limite da UC, formados pela água da chuva que
sai da boca-de-lobo diretamente para dentro da
mata.

Figura 19 Canalização de água fluvial. Figura 20 Gramíneas exóticas ao lado da Mata


de Galeria, próximas a borda da UC.

Figura 21 Espécie exótica Leucena dentro da Figura 22 Área desmatada irregularmente


Mata de galeria (seta vermelha). A seta amarela dentro da UC para uso como campo de futebol.
indica o cercamento da UC.

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