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SIGNO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO

Saussure – diz que linguagem seria formada por elementos


chamados signos.
Lacan – diz que a linguagem seria formada por elementos chamados
significantes. (Lacan chega a essa afirmação, baseado em suas experiências
com a formação do inconsciente – sonhos, lapsos, chistes, atos-falhos, etc).
 

Saussure – O significante “seria a parcela material do signo linguistico (o


som da palavra, por exemplo)”. Ex. Arvore – ( tree, arvore, arbre) – são três
significantes de um mesmo significado que é árvore – assim o significado é
mais importante que o significante.
Lacan – O Significante estaria no lugar do Outro, é lá que estão os
significantes. “Lacan define o Outro precisamente como “tesouro dos
significantes”. Logo para Lacan os significantes seriam mais importantes
do que o significado.
 

Saussure – Significante e significado estão unidos arbitrariamente “em


função do acaso, a saber: o significante e o significado. O significante seria
a parcela material do signo linguístico (como já foi dito por exemplo o som
das palavras) e o significado seria o conceito, o sentido, a ideia associada
ao significante”. (quando se fala arvore (significante) você associa aquilo
que faz sentido significado árvore (aquilo que tem um tronco, galhos e
folhas).
Lacan –  Já o significado para Lacan seria o volátil, “evanescente, como
um fluido que desliza ao longo da cadeia de significantes. E a “noção
de signo deveria ser relativizada, já que uma relação mais ou menos fixa
entre significante e significado estaria restrita a um dado contexto”.
 

Lacan passa a dar mais importância para o significantes do que para o


significado, pois o inconsciente se interessa mais pelos significantes do que
pelos significados. Os significados podem também ser um novo
significante. Ou seja, uma árvore tem um significado no dicionário igual
para todos como diz Saussure, mas para o inconsciente ela pode,
dependendo do significantes de cada sujeito, remeter a outra coisa, um
lugar onde tenha ocorrido algo que só o sujeito vai poder saber a respeito
por exemplo.
Assim Lacan nos diz que o sujeito é aquilo que um significante representa
para outro significante. Difícil né? O que será isso? É como se dissesse
assim “Eu sou aquilo que um significante representa para outro
significante”.
“O que é interessante em Lacan é que o significado é outro significante,
não existindo significado fixo de nenhum significante. Se pegarmos um
significante e fixarmos um significado com um significante e em seguida
formos definir este último, vamos encontrar outro significante e assim por
diante. Nas palavras de Antonio Quinet o inconsciente é constituído assim:

‘‘Pelo desfilamento dos significantes, que deslizam sem cessar não se
detendo em significados’’.
Assim o autor nos diz que do ponto de vista de Lacan, “nós não somos
aquilo que acreditamos ser e que a capacidade de sermos diferentes do que
somos não depende de nós, mas do Outro”.
“Dito de modo mais simples e direto, o que Lacan pretende expressar com
sua fórmula é a tese de que nós, nossos desejos, nossos projetos, nossas
concepções sobre a vida, nossos amores, enfim, tudo o que decorre de nós
estaria na dependência do discurso do Outro. Não foi por acaso que nessa
primeira etapa de sua obra Lacan definiu o inconsciente justamente como o
“discurso do Outro”. É no campo do Outro que de modo autônomo os
significantes se articulam uns aos outros produzindo-nos como um mero
efeito”. (Lucas Napoli).
O autor ainda coloca que boa parte daquilo que acreditamos ser, bem como
uma série de nossos comportamentos e atitudes possam estar ligados mais
ou menos diretamente aos desejos de nossos pais e à nossa herança cultural.
Estamos de certa forma alienados no desejo dos outros.
 

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