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ECIM DUQUE DE CAXIAS

Componente Curricular: Geografia 9 ano A


Profª MARCIA REGINA MOURÃO

Roteiro de Geografia: Faça a leitura do texto sobre a COMUNIDADE DOS ESTADOS


INDEPENDENTES.

A COMUNIDADE DOS ESTADOS INDEPENDENTES (CEI)


Rússia, Ucrânia e Belarus, as três repúblicas mais importantes da extinta
União Soviética, fundaram a CEI, uma organização confederativa que visa manter a
unidade e a soberania dos Estados-membros, com certa autonomia política e econômica.
Parte de seus membros localiza-se na Europa e em parte na Ásia. As ex-
repúblicas soviéticas Estônia, Letônia e Lituânia não aderiram à CEI. Após se
declararem independentes, elas iniciaram um processo de integração à União Europeia,
concluído em 2004. Já a Geórgia se integrou à CEI em 1994 e saiu em 2009, por ser
contra o apoio da Rússia aos movimentos separatistas da Abkasia e da Ossétia do Sul.
O fim da União Soviética e a formação da CEI
Em 1991, após a desagregação da União Soviética, iniciaram-se esforços
para a criação da CEI. Era essencial para a Rússia manter relações com as outras
repúblicas independentes, tanto por interesses militares (pois parte do arsenal nuclear e
da frota da extinta União Soviética havia ficado em território de nações agora
independentes) como por questões energéticas (para manter o fornecimento dos
oleodutos e dos gasodutos que atravessam várias dessas repúblicas). Essa postura da
Rússia gerou diversos conflitos entre os pró-russos e os pró-europeus.
CEI: POLÌTICO 2013

Relações econômicas antes da CEI


Embora a CEI tenha sido fundada em 1991, a integração entre os países-
membros precede o surgimento do bloco, e as relações econômicas do Leste Europeu
foram construídas ao longo das décadas anteriores.
Durante o regime socialista, as economias do bloco oriental fortaleceram o
sistema baseado na reforma agrária, realizada a partir de 1917 para obter controle total
dos setores agrícola e industrial, e se tornarem autossuficientes e independentes do
comércio com países capitalistas. Esse sistema promoveu a coletivização das
propriedades agrícolas, que passaram a ser controladas pelos governos. Criaram-se,
assim, cooperativas de propriedades privadas — denominadas kolkhoses — e fazendas
coletivas altamente mecanizadas e gerenciadas diretamente pelo governo — chamadas
sovkhoses, para controlar toda a produção agrícola e aumentar o excedente do setor.

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Kolkhoses e fazendas coletivas, 1925

Com a desagregação da União Soviética, esse sistema foi praticamente


abolido. As propriedades agrícolas foram privatizadas, tal como outras áreas da
economia.
A criação do Conselho de Assistência Econômica Mútua (Comecom), em
1949, também representou o aprimoramento das relações comerciais anteriores ao
surgimento da CEI. O intuito era contrabalancear o Plano Marshall, isto é, a aliança
capitalista edificada pelos Estados Unidos para apoiar a reconstrução da Europa,
arrasada pela Segunda Guerra Mundial, além de promover a integração econômica. A
maior parte das trocas comerciais ocorria de maneira bilateral, e os demais países
influenciados pelo regime socialista orbitavam a União Soviética.
O Comecom também foi desfeito no começo da década de 1990, após a
desagregação da União Soviética.

A burocratização e a falta de competitividade


O controle estatal sobre todos os ramos da economia e da política soviética
consolidaram uma enorme e ineficiente estrutura burocrática governamental. A
planificação centralizada levou à criação de um sistema hierárquico que tornava lentas
as tomadas de decisão e dificultava a transmissão de informações relevantes sobre a
situação econômica e social. Assim, a implementação de medidas sociais, econômicas e
políticas envolvia um processo demorado.
Os países-membros da CEI apresentavam um sistema produtivo pouco
diversificado e tecnologicamente atrasado. Diante dessa defasagem, muitos setores
produtivos desse bloco tiveram de se adaptar à estrutura competitiva do mercado
internacional. A conversão das economias planificadas em economias de mercado
provocou, em um curto prazo, desemprego e diminuição de renda das camadas sociais
mais desfavorecidas.
A falta de competitividade e de investimentos em pesquisa, em setores
como o automobilístico e o de eletrodomésticos, provocou uma estagnação das
economias do Leste Europeu, somando-se à limitada produtividade e à baixa qualidade
dos bens de consumo. No mesmo período, a produtividade dos países do bloco ocidental
crescia rapidamente.
Apesar dessas limitações, alguns países da CEI são grandes produtores
agrícolas, especialmente de grãos. É o caso, por exemplo, da Ucrânia, que está entre os
maiores produtores de trigo e milho do mundo.

Maquinário para colheita de milho próximo a cidade de Kalush, Ucrânia (2017)

O comércio entre os países da CEI


O controle rigoroso exercido pela Rússia, que antes garantia o equilíbrio
entre as demandas e as ofertas do comércio regional, promoveu o rompimento dos
vínculos existentes entre os países que depois vieram a constituir a CEI, especialmente
em relação às trocas comerciais, que sofreram uma queda drástica. Com o fim da
centralização, cada país procurou se integrar ao comércio internacional da maneira mais
favorável a seus interesses.
Desde sua criação, a CEI encontra dificuldades para se manter. Muitas das
repúblicas que a integram se aproximaram da União Europeia. Apesar disso, a Rússia
tenta manter certa hegemonia sobre esse bloco, muitas vezes à custa de conflitos (veja o
quadro a seguir)
A Revolução Laranja
Um exemplo da luta pela hegemonia sobre as antigas repúblicas soviéticas
foi a Revolução Laranja. Em 2004, nas eleições presidenciais da Ucrânia, houve uma
fraude para evitar que o candidato pró-europeu chegasse à presidência.
Como resposta, a população organizou diversos protestos e ocorreram atos
de desobediência civil, além de greves.
O partido pró-russo tentou evitar de todas as formas que Viktor Yushchenko
ocupasse o poder em Kiev. A eleição teve de ser refeita, e a vitória do partido europeísta
foi reconhecida.
Confrontos semelhantes entre pró-russos e pró-europeus ocorreram em
outras ex-repúblicas soviéticas, como a Geórgia

Revolução Laranja, na Ucrânia, 2004

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