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Departamento de Comunicação Social

PRÉ-PROJECTO

O IMPACTO DAS REDES SOCIAIS NO MEIO EVANGÉLICO


“O Caso da I.E.B.A - Centro Evangélico dos Combatentes”.

Orientador: Buka Rogério, Me.


Estudante: António Nunes

Trabalho a ser apresentado à Faculdade de Ciências Sociais da Universidade


Agostinho Neto para obtenção do grau de Licenciado em Comunicação Social

Luanda, 2021
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O IMPACTO DAS REDES SOCIAIS NO MEIO EVANGÉLICO
“O Caso da I.E.B.A - Centro Evangélico dos Combatentes”.

I. Resumo

Numa era em que o telemóvel substitui a faca na hora da refeição, distancia pessoas próximas1 e aproxima
pessoas distanciadas, o debate sobre o uso das redes ou mídias sociais tem suscitado um clima de tensões no
meio evangélico, dividindo-o em alas, entre os que são a favor e os que são contra.

Em meio aos alvoroços, as perguntas que não se querem calar são: A igreja pode ou não (deve) utilizar as redes
sociais? Será que a igreja não tem nada x ganhar e nada a perder ao decidir integrar-se ou não nas redes sociais.

A comunicação nem sempre foi a mesma compatada aos nossos dias, onde podemos conversar, informar e estar
informados sobre diferentes realidades ao mesmo tempo a partir de um simples click. O modo de comunicar
tem vindo a variar em função dos diferentes contextos espaço-temporais. Desde a antiguidade que o homem
vem desenvolvendo diferentes mecanismos para suprimir a necessidade de comunicação de maneira mais eficaz
e eficiente.

II. Problema de pesquisa

A comunicação embora sendo extensiva a outros seres vivos é eminentemente humana. É da necessidade de
comunicar e de outras que pesam sobre o homem que nasce a sociedade. Nenhum homem no uso normal da sua
razão escapa da necessidade de comunicar, políticos, académicos, empresários e religiosos precisam se
comunicar.

Desde o seu aparecimento na terra o Ser humano vive permanentemente em intensa comunicação consigo
mesmo, com o meio e com os outros para melhor garantir a sua sobrevivência. Essa preocupação está na base
de transformações de diversos níveis, das mais simples às complexas, das efêmeras às relativamente mais
duradouras, das benéficas e sustentáveis às prejudiciais que não pensam além do presente, "o nosso mundo está
em processo de transformação estrutural desde há duas décadas" como diria Castells [2003: 7; 2006:17].

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Igreja Católica Angolana Alerta que redes sociais podem potenciar auto-isolamento das pessoas, in
https://gazetauigense.com/index.php/sociedade/item/2769-igreja-catolica-angolana-alerta-que-redes-sociais-podem-
potenciar-auto-isolamento-das pessoas (acesso 14 de 10 de 2019).

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A invenção e a proeminência das redes sociais fruto da descoberta ou invenção da energia eléctrica, da
automação e da internet são, apesar de todo mau aproveitamento que delas se fazeme com todas abordagens
que têm merecido, é para os mais avisados leitores da Bíblia um claro exemplo da dominação do mundo ou
sobre toda criação de Deus que se arroga sobre homem. Ou seja, para esta ala, a ciência e a utilização dos seus
produtos, ao exemplo das redes sociais não constituem a priori um acto diabólico como pensam alguns cristãos,
senão um meio usurpado pelo inimigo e seus emissários pelo qual procuram fazer o mal proliferar.

A história das Redes Sociais é recente, mas podemos dizer que ela foi antecedida e influenciada por processos
históricos inscritos no quadro das grandes revoluções na Europa. Aqui podemos nomear a Revolução Industrial
e a Revolução Técnico Científica (ibidem). A História do surgimento das redes sociais liga-se intimamente à
surgimento da intemet desde 60 setembro de 1969. [Castells, 2003: 13-28).

Diante deste quadro, a questão que se coloca é: Qual o impacto das redes sociais no meio evangélico,
especificamente na experiência da I.E.B.A, Centro dos Combatentes?

V. Hipóteses

A pergunta de partida de uma pesquisa científica responde-se mediante uma hipótese. Esta é definida como
uma preposição antecipada a comprovação de uma realidade. Propõe-se através dela, uma resposta a um
problema, sem saber-se se as observações, factos ou dados a aprovarão ou refutarão (Zassala, 2012). Desse
modo, levantam-se nesta pesquisa quatro hipóteses:

Hi - A igreja pode utilizar-se das redes ou mídias sociais como canais para maior expansão do evangelho;

H2 - Os cristãos ao integrarem nas redes sociais expõem-se a comportamentos indecorosos de várias ordens
(pornografia, jogatina, burla, calúnia e difamação, drogas, etc).

H3 - A igreja procura compreender as influências da sociedade conectada na forma com a qual os fiéis vivem
a experiência pessoal e comunitária do sagrado neste novo ambiente.

H4 - A igreja não precisa necessariamente estar conectada às redes sociais para expandir o evangelho.

III. Importância de Estudo

A igreja, embora se paute por um código de conduta diferente das outras agências ou instituições sociais, sob o
princípio da separação com o mundo entendido como sistema de coisas contrárias a vontade de Deus, ao bem-

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estar comum e individual e fim último de todos os homens, não está livre das pressões exercidas pelas redes
sociais dado a necessidade de comunicação que impera sobre os seus membros. A relevância do presente
trabalho reside no facto de procurar analisar e mediar as tensões entre as duas alas, apontando para os factores
de risco e as vantagens.

Objectivos

Objectivo Geral: Conhecer os ganhos e factores de risco advindos da utilização das redes sociais;

Objectivos Específicos:

1. Definir o conceito de redes ou mídias sociais;


2. Enumerar os ganhos na utilização das Redes Sociais no meio Evangélico;
3. Identificar os factores de riscos na utilização das redes sociais;

IV. Delimitação do estudo

A nossa abordagem em relação as redes sociais circunscrevem-se aqui ao facebook (messenger), Instagram,
WhatsApp. Em relação ao universo a pesquisar, estão os membros da Igreja Evangélica Baptista em Angola
(L.E.B.A) do Centro Evangélico dos Combatentes que inclui as paróquias de Farol das Lagostas (Sambizanga),
Ebenézer (Cacuaco), e Combatentes (Maculusso), que utilizam ou não as redes sociais.

VI. Metodologia

A Presente pesquisa realizar-se-a recorrendo a metodologia qualitativa, por esta forneper informações que
permitem descrever, compreender, interpretar e analisar os significados das ocorrências [Gerhardt e Silveira,
2009: 32; Triviños, 1987: 130]. A metodologia qualitativa não se obriga a estudar muitos casos de acordo com
Guerra [2006: 40-43), tal como as suas características não facilitam definir a priori o universo de análise, por
essa razão também não determinamos antes o número de entrevistas por fazer, por isso usaremos o principio da
saturação teórica2

VII. Técnicas de Recolha de Dados

Em relação à técnica de recolha de dados, pretendemos utilizar a técnica de entrevista semiestruturada, a qual
"parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses que interessam à pesquisa, e que em

2
Este principio veicula que depois de um certo número de entrevistas, quando não aja nenhum dado novo importante
surgindo, o entrevistador pode terminar com as entrevistas (Guerra, 2006:42].
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seguida, oferecem amplo campo de interrogações, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se
recebem as respostas do informante” [Triviños, 1987: 1461

As entrevistas serão registadas com suporte de um gravador, uma câmera digital e um diario de campo. Os
entrevistados serão seleccionados por acessibilidade 3 (Gil, 2008: 94), desde que sejam membros da referida
igreja, utilizando-se de um guião de entrevistas como instrumento.

VIII. Cronograma

ETAPAS TAREFAS E OBJECTIVOS TEMPO/DURAÇÃO

1. Preparar a documentação (Bibligrafia)


Organização 2. Assegurar os meios técnicos 1 mês
3. Mobilizar os materiais necessários
1. Definir os tipos/formas de conteúdo
Produção 2. Anotar e passar a limpo os conteúdos 2 meses

Correcção 1. Corrigir o conteúdo final 2 semanas

2. Marear data para a pre-defesa


Defesa 3. Marcar data para a defesa final do projecto 2 semanas

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Nesse tipo de amostra seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma
forma,

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IX. Referências Bibliográficas

1. CASTELLS, Manuel (2003): A Galaxia da internet: Reflexões sobre a Internet, os Negócios e a


Sociedade, Rio de Janeiro: ZAHAR
2. CASTELLS, Manuel e CARDOSO, Gustavo (2006): A Sociedade em Rede Do conhecimento à Acção
Politica, Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Meda
3. GASPARETTO, Paulo Roque. Midiatização da religião. Processos midiáticos e a construção de
novas comunidades de pertencimento. SP: Paulinas, 2011.GIL, Antonio Carlos (2008): Métodos e
Técnicas de Pesquisa Social, 6 ed. São Paulo. Atlas S.A.
4. MAINGUENEAU, Dominique. A propósito do ethos. In: MOTTA, Ana Raquele SALGADO,
Luciana (orgs.). Ethos discursivo, SP: Contexto, 2008. p. 11-29.
5. GUERRA, Isabel Carvalho (2006): Pesquisa Qualitativa e Análise de Conteúdos -Sentidos e Formas
de uso, Estoril: Principia editora.
6.
7. TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva (1987): Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: A Pesquisa
Qualitativa em Educação, São Paulo: Atlas
8. https://gazetauigense.com/index.php/sociedade/item/2769-igrejacatolica-angolana-alerta-que-redes-
sociais-podem-potenciar-auto-isolamento-das-pessoas (acesso 14 de 10 de 2019).
9. CRUZ, Sandra. Dados Convenção Batista Paranaense [Mensagem pessoal]. Mensagem recebida por:
<alvescamille@hotmail.com>. 20 jun. 2018.

10. DE SOUZA, Mariéli Salvador. A adaptação da Igreja Católica nas novas mídias por meio da RCC
Santa Catarina. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Jornalismo) – Faculdade SATC,
Criciúma, 2016. Disponível em:
<http://site.satc.edu.br/admin/arquivos/30070/Marieli_Salvador_de_Souza.pdf> Acesso em: 11 nov.
2019.

11. DI BELLA, Priscilla Pompeu Piva. Jornalistas, Relações Públicas e Assessoria de Imprensa: um
problema de comunicação. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Faculdade Cásper Líbero, São
Paulo, 2011. Disponível em< https://casperlibero.edu.br/mestrado/dissertacoes/jornalistas-relacoes-
publicas-eassessoriade-imprensa-um-problema-de-comunicacao/> Acesso em 12 nov. 2019.

12. DUARTE, Jorge. Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia: teoria e técnica. 2ª edição.
São Paulo: Atlas, 2003.

13. FERREIRA, Elisandra Amâncio. Mídias Sociais na Igreja. 2ª edição. Belo Horizonte: 2018.

14. GOHEEN, Michael W. Introdução à cosmovisão cristã: vivendo na intersecção entre a visão bíblica e
a contemporânea. São Paulo: Vida Nova, 2016.

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