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MANUAL DE INSTRUÇÕES,

OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

TROCADORES DE CALOR CASCO-TUBO

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MANUAL DE INSTRUÇÕES , MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
TROCADORES DE CALOR CASCO - TUBO

INDICE Pagina

INTRODUÇÃO 3 de 13

1- Princípio de funcionamento 3 de 13

2- Construção 4 de 13
2.1 - feixe tubular 4 de 13
2.2 - Casco 4 de 13
2.3 - Cabeçotes 4 de 13
2.4 - Observações gerais sobre a construção 5 de 13

3- Instalação 6 de 13

4- Entrada em operação 7 de 13

5- Limpeza 8 de 13

6- Procedimento geral para montagem e desmontagem do conjunto 9 de 13

7- Procedimento geral para armazenagem 9 de 13

8- Reparos 11 de 13

9- Ânodos de sacrifício 12 de 13

10- Figuras 13 de 13

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INTRODUÇÃO :

Este manual contem dados instrutivos referentes a operação , instalação e manutenção


de TROCADORES DE CALOR , tipo CASCO-TUBOS

Este manual abrange condições normais de funcionamento, considerando as


possibilidades de orientação dentro dos padrões habituais , sem incorres em
recomendações especificas para casos extremos .

Todas as questões não expressamente tratadas neste manual poderão ser respondidas
através de consulta prévia a GEA DO BRASIL INTERCAMBIADORES LTDA. , a qual
presta a todos os trocadores de calor de sua fabricação , assistência técnica total e
permanente , visando única e exclusivamente o máximo rendimento possível dos
equipamentos de seu fornecimento .

1 - PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO:

Os TROCADORES DE CALOR tipo CASCO-TUBOS se caracterizam pela sua forma


construtiva e pelo se princípio de funcionamento .

A transmissão de calor se processa através da adequada separação dos fluidos


envolvidos , sendo que um deles flui através do lado interno dos tubos e o outro através
do lado externo destes , comunmente chamado de LADO DO CASCO .

Termodinamicamente , um dos fluidos é resfriado , enquanto o outro fluido envolvido é


aquecido . em alguns casos a retirada de calor não conduz a um resfriamento e sim a
uma mudança de fase no fluido , operando assim o trocador como condensador. da
mesma forma pode levar o aquecimento de um fluido não a um aumento de
temperatura e sim também a uma mudança de fase , operando desta forma como
evaporador .

Independente das condições operacionais do trocador de calor , o mesmo deve ser


adequadamente construído , ou seja deve possuir uma geometria adequada para que ,
através da superfície de transmissão fornecida dentro das condições de projeto
consideradas , possa transmitir o fluxo de calor esperado .

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2 - CONSTRUÇÃO :

O trocador de calor tipo CASCO - TUBOS é basicamente composto de:

2.1 - feixe tubular


2.2 - casco
2.3 - cabeçotes

2.1 - FEIXE TUBULAR :

O feixe tubular é composto de uma série de tubos fixados em suas pontas


em espelhos . A fixação dos mesmos aos furos dos espelhos pode ser
através de mandrilagem ( expansão ) , solda ou combinação de ambos .
Entre os espelhos são montadas chicanas posicionadas através de
espeçadores e tirantes de modo a permitir que o fluxo do fluido seja
conduzido adequadamente através deste .
As chicanas possibilitam também um suporte adequado para o feixe como
um todo , de forma a evitar vibrações .

2.2 - CASCO:

O casco é composto de um cilindro , sendo que em suas extremidades


poderão estar soldados os flanges ou os próprios espelhos , dependendo
do tipo de construção .

2.3 - CABEÇOTES :

Os cabeçotes destinam-se a receber e distribuir o fluido pelos tubos . Em


casco de trocador de calor com número par de passes do lado dos tubos ,
um dos cabeçotes opera como cabeçotes de retorno . Nos casos de
equipamentos com cabeçote de retorno do tipo cabeçote flutuante (
mostrada na fig. 01 , coluna da direita , pela letras “S” , “T” e “P” ) estes
formam junto com o feixe , uma unidade .

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2.4 - OBSERVAÇÕES GERAIS SOBRE A CONSTRUÇÃO

No momento em que o trocador de calor é exposto as condições


operacionais em função da diferença de temperatura existente entre o
lado do casco e lado dos tubos , fica este sujeito a tensões oriundas da
dilatação térmica correspondente . Caso essas tensões não ultrapassem
determinados valores admissíveis , é possível construir–se um trocador de
calor em que construtivamente toda dilatação térmica não é compensada
através de elemento construtivo adequado .

Caso no entanto esses valores ultrapassem os valores de tensões


admissíveis , haverá a necessidade de que a dilatação térmica seja
compensada através de uma junta de expansão montada ao longo do
casco ou que a construção do feixe permita uma dilatação do mesmo ,
independente do casco . Neste ultimo caso há varias possibilidades de
que isto seja alcançado . A mais simples destas é a introdução de um
sistema de preme-gaxeta localizado no espelho flutuante .

Outras possibilidades de compensação da dilatação térmica estão


indicadas na fig. 01 , a qual inclusive contem a denominação prevista na
norma TEMA para tanto .

A fig. 1 mostra os diferentes tipos de cabeçotes flutuantes previstos para a


construção em trocadores de calor tipo casco tubos conforme GEA
standard .

Em função das observações aqui feitas , é muito importante que , quando


em operação , sejam considerados os limites de diferença de temperatura
máximos admissíveis , principalmente no caso de trocadores de calor com
espelhos fixos . Nesse caso especifico , para efeito de cálculo da
necessidade ou não de junta de expansão é considerada a seguinte
condição : fluido quente , entrando ou saindo com a mesma temperatura
em um trocador de calor instalado a uma temperatura de 20° C ambiente.
Se as tensões térmicas deste calculo não forem superiores as tensões
admissíveis , não será instalado qualquer dispositivo para compensação
da dilatação térmica .

A norma descrita é uma norma aplicável quando não é expressamente


solicitada outra condição para tal dimensionamento ou quando o projeto
do trocador de calor não foi realizado pela GEA DO BRASIL
INTERCAMBIADORES LTDA.

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3 - INSTALAÇÃO

Para a instalação correta do trocador de calor devem estar prontos alguns


preparativos , como por exemplo as fundações ou pontos de fixação previstos
para a instalação do mesmo . O equipamento deve ser instalado firme e isento
de vibrações , sendo que , nos casos onde a operação prevê por exemplo o
resfriamento de gases comprimidos , não é recomendável a utilização de calços ,
bem como cunhas soltas de nivelamento .

Caso o trocador de calor seja fornecido pressurizado com gás inerte , antes do
início de qualquer trabalho de instalação deve ser realizado um procedimento de
despressurização através dos respiros e drenos correspondentes . O controle
dessa pressurização deve ser realizado através da leitura correspondente . Após
isto , o manômetro e as tampas de vedação dos bocais podem ser retirados .

Caso os fluidos que circulam pelo trocador de calor sejam mantidos em


circulação por bombas , o trocador de calor deve ser instalado o mais próximo
possível da conexão de pressão da bomba , de modo a evitar qualquer problema
de cavitação.

No caso de trocador de calor onde haja possibilidade de remoção do feixe


tubular, a instalação deve prever o espaço necessário para a remoção do mesmo
, ou seja o comprimento do feixe mais um metro no mínimo .

Após a fixação do trocador de calor , os parafusos de todos os flanges devem ser


reapertados , obedecendo sempre uma seqüência cruzada de aperto . No caso
de trocador de calor com preme-gaxetas , os parafusos devem sofrer aperto
adequado .

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somente após o reaperto de todos os parafusos do trocador de calor devem ser
conectadas as tubulações . Para o aperto das tubulações deve ser observado ,
que as forças transversais ao eixo de conexão são extremamente prejudiciais e
em muitos casos impossibilitam uma vedação correta da conexão .
Eventuais conexões colocadas do lado do casco na parte sujeita a dilatação
térmica , devem ter carater elástico prevendo o deslocamento do casco .

É recomendável que durante a instalação seja observado um acesso adequado


aos drenos e respiros . Durante os trabalhos de montagem deverão ser tomados
os cuidados necessários para que não haja penetração de corpos estranhos no
interior do trocador de calor .

4 - ENTRADA EM OPERAÇÃO

Antes da entrada em operação , nos casos em que o fluido circulante é liquido ,


deverão ser parcialmente abertos os respiros adequados de forma a permitir a
evacuação do ar .

Caso o trocador de calor seja fornecido com alguma substância protetora , a


mesma deverá ser removida através de lavagem com solvente adequado . A
drenagem durante o processo de limpeza pode ser realizada em posição
adequada na tubulação ou mesmo nos drenos instalados nos cascos e
cabeçotes do trocador de calor .

Recomendamos que o trocador de calor , em todas as suas conexões , seja


provido de válvulas , de modo a possibilitar quaisquer trabalhos ou mesmo até a
desmontagem do trocador sem a necessidade de que a linha toda seja , para
tanto, desmontada .

Para a entrada em operação o trocador de calor deve ser inicialmente inundado ,


conforme já descrito , com o fluido refrigerante . Após a total drenagem das
bolhas de gás , os respiros correspondentes devem ser fechados . Após isso ,
deve ser iniciado o mesmo procedimento para o fluido a ser resfriado .

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ATENÇÃO : Devem ser tomadas as precauções necessárias para que nunca o
fluido quente flua pelo trocador sem que o fluido de resfriamento esteja em
circulação .

Nos casos em que a pressão de projeto de um determinado lado do trocador seja


extremamente superior a pressão de projeto do outro lado , devem ser previstas
pelo menos válvulas de segurança na linha de fluido de menor pressão .
Para os trocadores de calor do tipo espelho fixo , com junta de dilatação , na
hora da entrada em operação deverá ser verificada a liberação das travas que
prendem a junta de dilatação .

5 - LIMPEZA

A necessidade da realização da limpeza nos trocadores de calor casco tubos é


anunciada , geralmente , pela perda de performance do mesmo .Como os
agentes deste efeito dependem do grau de sujeira de ambos os fluidos atuantes ,
não é possível formular-se uma diretriz geral para intervalos de limpeza .
Quando da limpeza , o trocador deverá ser retirado de operação .

Caso a limpeza necessária seja interna aos tubos do feixe , é possível um


acesso aos mesmos somente com a desmontagem dos cabeçotes .

Desde que as camadas não estejam extremamente agregadas aos tubos é


possível remover uma quantidade satisfatória destas , através de limpeza
mecânica , ou seja , com a combinação de jatos de água com escova de nylon .
para camadas cuja aderência é mais interna , como por exemplo : incrustação de
carbonato de cálcio , é recomendável a utilização de acido sulfúrico fraco (
aproximadamente 0,5% H2SO4 ) que , conforme a camada de incrustação ,
deverá ser aplicado com freqüência maior . Entre cada aplicação o equipamento
deve ser lavado com muita água limpa .
Após a remoção da incrustação é recomendável a utilização de uma solução de
bicromato de sódio (7% NA2Cr2O7 , 9% H2S O4 ) , a qual tem efeito apassivador ,
principalmente em tubos de latão .

Caso também se faça necessária a limpeza do casco , o mesmo deverá ser


limpo com jatos de vapor , sendo que , para isto o feixe tubular deverá ser
retirado do mesmo .

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6 - PROCEDIMENTO GERAL PARA MONTAGEM E DESMONTAGEM DO
CONJUNTO :

A desmontagem do trocador de calor deverá ocorrer quando da necessidade da


realização de substituição das gaxetas ou então para limpeza .

Partindo-se da premissa que o equipamento está colocado fora de operação e


totalmente drenado , deve-se iniciar o procedimento de desmontagem do mesmo
. Para tanto , devem ser soltos os parafusos de fixação dos cabeçotes ao casco ,
retirando-se então os cabeçotes . O feixe tubular deverá ser removido através
dos olhais situados no lado do espelho fixo .

Após a limpeza do trocador de calor , deve ser iniciado o procedimento de


montagem do mesmo , colocando-se a gaxeta que situa-se entre o espelho fixo e
o flange do casco e empurrando-a contra o feixe . A seguir , introduzir
cuidadosamente o feixe no casco . Posicionar o preme-gaxeta e ajustar os
flanges, recolocando os parafusos de fixação .

Remontar o carretel e a tampa , tomando-se os devidos cuidados para que


respiro e dreno estejam nas partes mais elevadas e mais baixas ,
respectivamente , do equipamento .

7 - PROCEDIMENTOS GERAIS PARA ARMAZENAGEM :

Os equipamentos quando liberados na GEA DO BRASIL e são instalados para


entrarem em operação não necessitam de maiores cuidados quanto a proteção
interna do mesmo , desde que entrem em operação num prazo maximo de 60
dias.

Para o caso de o período de armazenagem ser superior a sessenta dias , a GEA


DO BRASIL recomenda , uma boa drenagem / secagem e pressurização com
nitrogênio super seco , a uma pressão de 0,5 bar manometrico em ambos os
lados do equipamento ( lado casco e lado tubos ) .

Os equipamentos pressurizados devem ser manuseados com o devido cuidado ,


sendo que para tanto , no local de armazenagem devem existir placas de
advertência com os seguintes dizeres :

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EQUIPAMENTO PRESSURIZADO – NÃO DEVE SE EXPOSTO A
TEMPERATURAS SUPERIORES A 50° C

Periodicamente (mês a mês), a pressurização dos equipamentos deverá ser


controlada por uma pessoa encarregada da armazenagem do mesmo . Caso
seja impossível manter o equipamento pressurizado , deve ser examinado se o
vazamento é proveniente das tampas de vedação . Tal exame pode ser realizado
através da aplicação de uma solução saponificada ( água e detergente neutro )

Finalizando, gostaríamos de reafirmar nossa recomendação no sentido de que


sejam observados alguns cuidados especiais , tais como :

• evitar choques mecânicos no equipamento

• não expor o equipamento a temperaturas superiores a 50 °C

• após o recebimento do trocador de calor e armazenagem no local final ,


verificar a vedação do sistema através de controle dos manômetros ( o
equipamento deve ser mantido a pressão de 0,5 bar man. ) e reapertar o
parafusos se necessário .

• os trocadores deverão ser armazenados em lugar seco , coberto , livre de


quaisquer tipo de incrustação .

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8 - REPAROS

Em caso de vazamento , um ou dois tubos do feixe poderão ser tamponados


sem que a performance do equipamento fique prejudicada . Este método , no
entanto , somente deverá ser empregado nos casos em que uma retubagem não
seja possível , pois um procedimento adequado de vedação do tubo , além de
ser relativamente difícil , produz tensões térmicas entre estes e os tubos que
continuam em operação normal , o que pode produzir , por outro lado , outros
vazamentos .

As gaxetas recomendadas devem ser mantidas em estoque , pois a


desmontagem e a montagem das partes do equipamento onde estas atuam ,
conduzem , freqüentemente ao desgaste , exigindo assim , quase sempre , a
utilização de uma nova gaxeta

Durante o período de garantia , quaisquer trabalhos de solda ou modificação


mecânica do equipamento sem a prévia autorização , por escrito , da GEA DO
BRASIL , farão com que o TERMO DE GARANTIA do equipamento fique
cancelado .

Após o período de garantia recomendamos , enfaticamente , que , antes de


qualquer trabalho deste tipo , a GEA DO BRASIL seja contatada:

GEA DO BRASIL INTERCAMBIADORES LTDA.


Estrada SP 354 - Km 43,5
CEP 07803-970 Franco da Rocha, SP, BRASIL
Telefone : (55-11) 4447-8800 (PABX)
Telefax : (55-11) 4447-8815
Contato: Departamento de Engenharia

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9 - ANODOS DE SACRIFÍCIO PARA TRABALHO COM ÁGUA SALGADA

Ânodos de sacrifício são colocados no interior das câmaras ( cabeçotes ) , por


onde circula a água de refrigeração .

O ânodo de sacrifício , para seu dimensionamento , leva em consideração os


materiais envolvidos , área a ser protegida , área disponível , etc.

O cálculo é teórico e extremamente influenciado pelas condições reais de


operação , tais como :

• Variação do fluxo do meio refrigerante ( eletrólito )


• Qualidade do meio refrigerante
• Condições de operação, etc.

Em função destas condições , e muito difícil definir a vida útil do ânodo , que
somente poderá ser determinada pelo usuário através de inspeções periódicas .

Recomendamos que para a substituição dos ânodos de sacrifício seja observado


o seguinte :

1 - NAVIOS DE LONGO CURSO

Verificar e / ou substituir os ânodos entre 45 a 60 dias

2 - NAVIOS COSTEIROS

Verificar e / ou substituir os ânodos entre 20 a 30 dias

3 - NAVIOS AINDA EM FABRICAÇÃO (testes)

Verificar e / ou substituir os ânodos a cada 20 dias independente da data


de entrega do navio .

FIGURA - 01

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11/99 REV. 0

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