Aula 2 - Noções Fundamentais de Hidrodinâmica

NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE HIDRODINÂMICA
Máquinas de Fluxo
Aula 2: Noções fundamentais de hidrodinâmica
Prof. Dr. Marcos A. Fontes

➢ Líquido perfeito;
➢ Escoamento de regime permanente;
➢ Escoamento de regime variado;
➢ Equação da Energia (Equação de Bernoulli);
➢ Equação da Energia e presença de uma máquina;
➢ Potência da máquina e noção de rendimento;
➢ Equação da Energia para um fluido real.
❑ Líquido Perfeito
✓ Fluido ideal;
✓ Incompressível;
✓ É aquele cuja viscosidade é nula;
✓ É um fluido que escoa sem perdas de energia por
atrito;
✓ Isotropia perfeita: suas propriedades características
são iguais independentemente da direção segundo a
qual foram consideradas.
❑ Escoamento de regime permanente
É aquele em que as propriedades dos fluidos são

invariáveis em cada ponto com o passar do tempo.
A quantidade de água na entrada é igual na saída. Fluido

com mesma velocidade, mesma massa específica, mesma
pressão, etc.

Exemplos:
❖ Escoamento da água num canal de paredes lisas e de

seção e declividade constantes;
❖ Escoamento em tubulações sob altura de queda

constante.
❑ Escoamento de regime variado
É aquele em que as condições do fluido em alguns pontos

ou regiões variam com o passar do tempo.
Ex: caso pare o abastecimento de água no ponto 1.

❑ Escoamento de regime variado

❑ Equação da Energia: Tipos de energia
Energia Potencial (Ep): é o estado de energia do sistema

devido à sua posição no campo da gravidade em relação a um
plano horizontal de referência (PHR).
Como: Trabalho = Força x Deslocamento

Então:
Mas, ; logo:
Energia Cinética (Ec): é o estado de energia determinado

pelo movimento do fluido.
Energia de Pressão (Epr): corresponde ao trabalho

potencial das forças de pressão que atuam no escoamento
do fluido.
Por definição:
e portanto:
Energia Mecânica Total do Fluido (E): excluindo as

energias térmicas e levando em conta apenas efeitos
mecânicos:
❑ Equação da Energia
Plano Horizontal de Referência

Pela hipótese de manter a energia do fluido constante:

Como e portanto , tem-se:

Assumindo o fluido como incompressível, e, regime

permanente , tem-se:
Dividindo a equação por “g” e lembrando que ,tem-se

Se entre duas seções de escoamento o fluido for

incompressível, sem atritos, regime permanente, se não
houver máquina nem trocas de calor, então as cargas totais
se manterão constantes em qualquer seção, não havendo
ganhos nem perdas de cargas.
Sendo:
Carga de Pressão
Carga de velocidade ou carga cinética
Carga Potencial
Carga Total
❑ Equação da Energia e presença de uma máquina
Considera-se a presença de uma máquina atuando entre as

seções (1) e (2) do tubo corrente.
Se não houvesse máquina:

H1 = H2
Máquina será qualquer dispositivo introduzido no

escoamento, o qual forneça ou retira energia dele, na forma
de trabalho.
Se a máquina for uma bomba, o fluido receberá um acréscimo

de energia, tal que H2 > H1. Logo:
A parcela HB é chamada de “carga ou altura manométrica da

bomba” e representa a energia fornecida ao fluido que passa
pela bomba.
Se a máquina for uma turbina, H1 > H2, pois por definição, a

turbina retira energia do fluido. Então:
Onde HT é a “carga ou altura manométrica da turbina” ou

energia retirada do fluido pela turbina.
Escrevendo uma equação geral, a carga manométrica da

máquina será indicada por HM e a equação fica:
Sendo: HM = HB se a máquina for uma bomba
HM = -HT se a máquina for uma turbina

Então:
ou
❑ Potência da máquina e noção de rendimento
✓ Antes de definir a potência da máquina, é definida a

potência do fluido;
✓ Potência por definição é o trabalho por unidade de tempo;
✓ Como trabalho é uma energia mecânica, podemos

generalizar definindo potência (N) como:
ou equivalentemente:
“carga” “vazão em peso”

Dessa forma:
Como:
Então:
Portanto, para calcular a potência referente ao fluido, deve-se

multiplicar o peso específico dele pela vazão em volume e
pela sua energia por unidade de peso ou carga.
No caso da presença de uma máquina, verifica-se que a

energia fornecida ou retirada do fluido, por unidade de peso, é
indicada por HM (carga manométrica). Então:
No caso de uma bomba:
Para um turbina:
❑ No caso das bombas:
N < NB devido às perdas na transmissão da potência ao fluido,

que se devem principalmente a atritos.
❑ No caso das bombas:
Define-se rendimento de uma bomba (B) como a relação

entre a potência recebida pelo fluido e a fornecida pelo eixo.
Então:
❑ No caso das turbinas:
NT < N devido às perdas

❑ No caso das turbinas:

Define-se rendimento de uma turbina (T) como a relação
entre a potência da turbina e a potência cedida pelo fluido.
Logo:
❑ BOMBAS ❑ TURBINAS
As unidades de potência são dadas por unidade de trabalho

por unidade de tempo.
SI: N.m/s = J/s = W (Watt)

MK*S: kgf.m/s
Outras unidades são o CV (cavalo-vapor) e o HP (horse

power).
❖ 1CV = 735W
❖ 1HP = 1,014CV

Exemplo 1
Calcular a potência do jato de um fluido descarregado no
ambiente por um bocal. Dados vj = velocidade do jato; Aj = área
do jato;  = peso específico do fluido.
Solução:
A carga ou energia do jato por unidade de peso é dada por:

Exemplo 1
Passando o PHR no centro do bocal, zj = 0. Como o jato é
descarregado à pressão atmosférica, sua pressão efetiva será
nula, isto é pj = 0.
Logo:
O que significa que o jato só tem carga cinética.

Aplicando a equação:
ou:
Logo: ou

Exemplo 2
O reservatório de grandes dimensões da figura fornece água
para o tanque indicado com uma vazão de 10 L/s. Verificar se
a máquina instalada é bomba ou turbina e determinar sua
potência, se o rendimento é 75%. Supor fluido ideal.
Dados: H20 = 104 N/m3; Atubos = 10 cm2; g = 10 m/s2

Exemplo 2
Solução:
Como o fluido é considerado ideal, pode-se aplicar a equação
de Bernoulli entre as seções (1) e (2), lembrando que entre as
duas existe a máquina M.
Mesmo que o reservatório da esquerda não seja a nível
constante, será adotada a hipótese de regime permanente
com a seguinte consideração: o reservatório, sendo de
grandes dimensões, levará muito tempo para que seu nível
seja alterado sensivelmente pela água descarregada por (2).
REGIME PERMANENTE

Exemplo 2
Solução:
Com estas considerações, pode-se escrever:


Exemplo 2
Solução:
Adotando o PHR na base do reservatório (1), tem-se:
A pressão, tanto na seção (1) como na (2), é igual à pressão

atmosférica; logo p1 = 0 e p2 = 0 na escala efetiva.

Exemplo 2
Solução:
A velocidade na seção (1) é nula pelas considerações feitas

ou v1 = 0. Resta determinar v2.
Mas:

Exemplo 2
Solução:
Como no sentido do escoamento HM é negativo, conclui-se que a
máquina é uma turbina, e como HM = -HT, então HT = 10m.
Potência fornecida pelo fluido à turbina:
Potência da turbina com noção de rendimento:
logo
❑ Equação da Energia para um fluido real
✓ Retirada a hipótese de um fluido ideal, considerando os

atritos internos no escoamento do fluido;
✓ Regime permanente, fluido incompressível, propriedades

uniformes na seção e sem trocas de calor induzidas.
Como Hp1,2 = H1 - H2 e como H1 e H2 são chamados cargas

totais, Hp1,2 é denominado “perda de carga”.
Se for considerada também a presença de uma máquina entre

(1) e (2), a equação da energia ficará:
Sem máquina entre (1) e (2)
Perdas de carga distribuída e

localizada
EXERCÍCIO 1
Na instalação da figura, verificar se a máquina é uma bomba ou
uma turbina e determinar sua potência, sabendo que seu
rendimento é 75%. Sabe-se que a pressão indicada por um
manômetro instalado na seção (2) é 0,16MPa, a vazão é 10 L/s,
a área da seção dos tubos é 10 cm2 e a perda de carga entre as
seções (1) e (4) é 2m. Não é dado o sentido do escoamento;
H2O = 104 N/m3; g = 10 m/s2.
EXERCÍCIO 2
Na instalação da figura, a máquina é uma bomba e o fluido é
água. A bomba tem uma potência de 5kW e seu rendimento é
80%. A água é descarregada à atmosfera com uma velocidade
de 5 m/s pelo tubo cuja área da seção é 10 cm2. Determinar a
perda de carga do fluido entre (1) e (2) e a potência dissipada
ao longo da tubulação. H2O = 104 N/m3; g = 10 m/s2.
Prof. Dr. Marcos A. Fontes

marcos.fontes@ifsp.edu.br
marcosfontesifsp.blogspot.com.br

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❑ Escoamento de regime permanente

É aquele em que as propriedades dos fluidos são

A quantidade de água na entrada é igual na saída. Fluido

❑ Escoamento de regime permanente

❑ Escoamento de regime permanente

❖ Escoamento da água num canal de paredes lisas e de

❖ Escoamento em tubulações sob altura de queda

❑ Escoamento de regime variado

É aquele em que as condições do fluido em alguns pontos

Ex: caso pare o abastecimento de água no ponto 1.

❑ Escoamento de regime variado

❑ Equação da Energia: Tipos de energia

Energia Potencial (Ep): é o estado de energia do sistema

Como: Trabalho = Força x Deslocamento

❑ Equação da Energia: Tipos de energia

Energia Cinética (Ec): é o estado de energia determinado

❑ Equação da Energia: Tipos de energia

Energia de Pressão (Epr): corresponde ao trabalho

❑ Equação da Energia: Tipos de energia

Energia Mecânica Total do Fluido (E): excluindo as

Plano Horizontal de Referência

Pela hipótese de manter a energia do fluido constante:

Como e portanto , tem-se:

Assumindo o fluido como incompressível, e, regime

Dividindo a equação por “g” e lembrando que ,tem-se

Se entre duas seções de escoamento o fluido for

Carga de velocidade ou carga cinética

❑ Equação da Energia e presença de uma máquina

Considera-se a presença de uma máquina atuando entre as

Se não houvesse máquina:

Máquina será qualquer dispositivo introduzido no

❑ Equação da Energia e presença de uma máquina

Se a máquina for uma bomba, o fluido receberá um acréscimo

A parcela HB é chamada de “carga ou altura manométrica da

❑ Equação da Energia e presença de uma máquina

Se a máquina for uma turbina, H1 > H2, pois por definição, a

Onde HT é a “carga ou altura manométrica da turbina” ou

❑ Equação da Energia e presença de uma máquina

Escrevendo uma equação geral, a carga manométrica da

Sendo: HM = HB se a máquina for uma bomba

HM = -HT se a máquina for uma turbina

❑ Equação da Energia e presença de uma máquina

❑ Potência da máquina e noção de rendimento

✓ Antes de definir a potência da máquina, é definida a

✓ Potência por definição é o trabalho por unidade de tempo;

✓ Como trabalho é uma energia mecânica, podemos

❑ Potência da máquina e noção de rendimento

❑ Potência da máquina e noção de rendimento

“carga” “vazão em peso”

❑ Potência da máquina e noção de rendimento

❑ Potência da máquina e noção de rendimento

Portanto, para calcular a potência referente ao fluido, deve-se

❑ Potência da máquina e noção de rendimento

No caso da presença de uma máquina, verifica-se que a

No caso de uma bomba:

❑ Potência da máquina e noção de rendimento

❑ No caso das bombas:

N < NB devido às perdas na transmissão da potência ao fluido,

❑ Potência da máquina e noção de rendimento

❑ No caso das bombas:

Define-se rendimento de uma bomba (B) como a relação

❑ Potência da máquina e noção de rendimento