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RESPOSTA TÉCNICA – Balanceamento de máquinas rotativas com 1 ou 2 planos de correção

Balanceamento de máquinas
rotativas com 1 ou 2 planos
de correção
Procedimento para balanceamento de máquinas
rotativas com 1 ou 2 planos de correção.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI-RS


Centro Tecnológico de Mecânica de Precisão SENAI Plínio Gilberto Kroeff

Janeiro/2014
RESPOSTA TÉCNICA – Balanceamento de máquinas rotativas com 1 ou 2 planos de correção

Resposta Técnica GOMES, William Roger Carvalho; LINCK, Cristiano


Balanceamento de máquinas rotativas com 1 ou 2 planos de
correção
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI-RS
Centro Tecnológico de Mecânica de Precisão SENAI Plínio
Gilberto Kroeff
29/1/2014
Procedimento para balanceamento de máquinas rotativas com 1
ou 2 planos de correção.
Demanda Qual o procedimento para balancear máquinas rotativas?
Assunto Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para uso
geral não especificados anteriormente
Palavras-chave Equipamento; máquina; máquina balanceadora; rotor

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RESPOSTA TÉCNICA – Balanceamento de máquinas rotativas com 1 ou 2 planos de correção

Solução apresentada

O desbalanceamento é uma das causas mais comuns de vibração em equipamentos


rotativos, especialmente em: rotores de motores elétricos, rotores de ventiladores, rotores de
sopradores, turbinas, bombas centrífugas, uniões elásticas.

O processo de balanceamento é o processo de corrigir a distribuição de massa de um


corpo, de modo que ele gire em torno de seu eixo, desde que não atuem forças centrífugas
desbalanceadas. O objetivo só pode ser alcançado até certo nível: mesmo depois de
balanceado, o rotor pode possuir desbalanceamento residual permissível.

Através do equipamento de medida disponível hoje no mercado tecnológico, este


desbalanceamento pode ser reduzido a valores bem baixos. Entretanto, pode não ser
economicamente viável exagerar nas exigências de qualidade. A norma ISO 1940
(INTERNATIONAL ORGANIZATION STANDARDIZATION, 2003), auxilia a determinar o
grau de precisão de diversos tipos de equipamentos rotativos, seguem abaixo as classes de
precisão de balanceamento:

G 40 - Rodas de carro, aros e rodeiros;


G 16 - Peças rotativas e oscilantes de motores, eixos cardan, peças de máquinas
agrícolas e britadeiras;
G 6,3 - Eixos cardan de qualidade elevada, tambores de centrífugas, ventiladores,
virabrequins, volantes, peças de máquinas e induzidos normais de motores elétricos;
G 2,5 - Turbinas a gás e a vapor, rotores de alimentadores turbogeradores, comando;
de máquinas operatrizes, induzidos médios e grandes motores elétricos de precisão
elevada e induzidos pequenos;
G 1 - Turbinas a jato, acionamento de gravadores e toca-discos retificadores, induzidos
pequenos de qualidade elevada;
G 0,4 - Acionamento e rebolos de retificas de alta precisão, giroscópios.

Para Sanches Blanes ([20--?]) é possível determinar a quantidade de desbalanceamento


residual permissível em máquinas rotativas.

Para Nishi (2006) a formula é:

Resíduo = P (Kg) x D (μ)


R (mm)

Onde:

Resíduo = resíduo máximo de desequilíbrio permitido em gramas;


P = peso da peça em quilogramas;
D = distância entre o eixo de massa e o eixo geométrico em micrômetros (valor obtido da
tabela de tolerância) – tabela no manual;
r = raio de balanceamento em milímetros.

Para encontrar a distância entre o eixo de massa e o eixo geométrico em micrômetros (eixo
vertical) adota o seguinte gráfico abaixo (FIG. 1) onde é necessário cruzar informações
como rpm (eixo horizontal) do equipamento e sua classe de balanceamento (eixo diagonal).

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Figura 1 - Distância entre o eixo de massa e o eixo geométrico em micrômetros


Fonte: (INCOSYS, [200--]).

Um ponto que necessita ser estudado, mesmo que o desbalanceamento seja a causa mais
comum em máquinas rotativas, não se pode associar tudo somente a esta falha, pois a
amplitude das vibrações é influenciada por muitos fatores, como a massa vibratória da
armadura da máquina e suas fundações, o mancal e a rigidez do suporte, a proximidade da
velocidade de operação com as várias frequências ressonantes etc. Além do mais, o efeito
dos desbalanceamentos varia com a posição angular mútua e finalmente, as vibrações da
máquina podem ser devidas somente em parte à presença do desbalanceamento do rotor.

Rotores com um plano de correção

Nishi (2006a):

Para rotores em formato de disco, o uso de somente um plano de correção


pode ser suficiente, supondo-se que a distância entre mancais seja
suficientemente grande e o disco rotacione com um deslocamento axial
suficientemente pequeno. Para que estas condições sejam preenchidas,

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deve haver uma investigação caso a caso. Depois que o balanceamento em


um plano foi feito em um número suficiente de rotores de um tipo particular,
o maior momento de desbalanceamento residual é determinado e dividido
pela distância entre os mancais. Se os desbalanceamentos encontrados
desta maneira são aceitáveis mesmo no pior caso, isto é, se eles não são
maiores que a metade do valor recomendado multiplicado pela massa do
rotor, então pode ser dito que o balanceamento em um plano é suficiente.

Uma forma bem simples de se entender é quando a largura do ventilador/ polia for menor ou
igual ao diâmetro dividido por 3. (L<= /3) (FIG. 2 e 3).

Figura 2 - Balanceamento em um plano A.


Fonte: Nishi (2006b)

Figura 3 : Balanceamento em um plano B.


Fonte: Nishi (2006b)

Rotores com dois planos de correção

NISHI (2006a):

Se o rotor não satisfaz as condições descritas acima para o rotor em forma


de disco, então dois planos de correção são necessários. Este tipo de
balanceamento é chamado de balanceamento de dois planos (dinâmico) em
contraste com o balanceamento de plano simples (estático). Para o
balanceamento de plano simples, somente o equilíbrio estático em qualquer
posição angular do rotor é necessário. Para o balanceamento dinâmico é
preciso que o rotor gire, de outro modo o desbalanceamento residual de
acoplamento pode permanecer indetectado.

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No caso de rotores nos quais o centro de gravidade é localizado entre o meio-terço da


distância entre os mancais, deve ser tomada a metade do valor recomendado do
desbalanceamento residual permissível para cada plano de correção, se estes são
equidistantes do centro de gravidade. Para outros rotores, pode ser necessária a
observância do valor recomendado de acordo com a distribuição de massa do rotor,
contanto que a principal parte da massa esteja situada entre os planos de correção. Em
casos incomuns, a distribuição do valor recomendado deve ser especialmente investigada
levando em conta, digamos, as cargas recomendadas dos mancais (NISHI, 2006a).

Conclusões e recomendações

Conforme aumentam as velocidades de rotação das máquinas rotativas, a forca centrífuga


gerada pelo desbalanceamento torna-se um fator prejudicial, causando vibrações que
provocam diminuição da vida útil dos componentes do equipamento.

O desbalanceamento residual para máquinas operatrizes pode ser calculado através da


norma ISO 1940, mas a especificação da classe de balanceamento deve ser baseada no
processo que será utilizado, e não apenas adotar-se uma regra simples de G2.5,
independentemente da aplicação.

Recomenda-se a leitura da seguinte norma ISO 1940-1, referenciada nas Fontes


Consultadas.

Fontes consultadas

INCOSYS. [Distância entre o eixo de massa e o eixo geométrico em microns]. [S.l.],


[20--]. Disponível em:
<http://www.incosys.co.kr/korean/handbook/part3/chapter3/PIC326.gif>. Acesso em: 27 dez.
2013.

INTERNATIONAL ORGANIZATION STANDARDIZATION. ISO 1940-1: mechanical


vibration: balance quality requirements for rotors in a constant (rigid) state: part 1:
specification and verification of balance tolerances. Geneva, 2003. Disponível em:
<http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=27478>.

NISHI, E. K. Apostila de balanceamento. Londrina: Nishi eletromecânica, 2006b.

NISHI, E. K. Instrução de trabalho. Londrina: Nishi eletromecânica, 2006a.

SANCHES BLANES. Informativo Técnico. [S.l.], [20--?]. Disponível em:


<http://www.sanchesblanes.com.br/informativos/inf06.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2013.

Identificação do Especialista

William Roger Carvalho Gomes – Tecnólogo em Manutenção Mecânica Industrial


Cristiano Linck – Tecnólogo em Fabricação Mecânica

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