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Riscos Físicos – Ruído e Condições Hiperbáricas
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Riscos Físicos – Ruído e
Condições Hiperbáricas
Objetivos
• Fornecer ao aluno o conteúdo teórico básico para entendimento dos agentes físicos ruído
e condições hiperbáricas;
• Relacionar as exigências normativas;
• Capacitar o aluno a realizar o monitoramento dos agentes físicos ruído e condições
hiperbáricas;
• Demonstrar medidas de controle (na fonte, na trajetória e no trabalhador) para os agen-
tes físicos ruído e condições hiperbáricas.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Riscos Físicos – Ruído e Condições Hiperbáricas
Contextualização
Dentre os riscos ambientais reconhecidos na Legislação de Segurança do Trabalho
brasileira estão os agentes físicos, os químicos e os biológicos. Nesta Disciplina, aborda-
remos os agentes físicos e os biológicos.
Uma vez que os agentes forem avaliados em conformidade com a NR-15, caso ne-
cessário, deverão ser adotadas medidas de controle obedecendo à seguinte hierarquia,
conforme a NR-9:
• Medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudi-
ciais à saúde;
• Medidas que previnam a liberação ou a disseminação desses agentes;
• Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes;
• Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
• Utilização de Equipamento de Proteção Individual – EPI (BRASIL, 2014).
De conhecimento dessas informações, vamos dar início aos estudos dos agentes
físicos e biológicos.
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Ruído
O ruído é considerado um fenômeno físico que indica uma mistura de sons, cujas
frequências não seguem uma regra precisa. Pode se apresentar nas seguintes formas:
• Ruído contínuo: permanece “estável”, com variações máximas de 3 dB durante
um longo período (superior a 15 minutos). Por exemplo, o ruído oriundo de máqui-
nas em operação contínua;
• Ruído intermitente: ruído com variações, maiores que 3 dB, em períodos curtos
(menores que 15 minutos). Por exemplo: ruído oriundo de máquinas que operam
em ciclos repetitivos ao longo do dia;
• Ruído de impacto: apresenta picos com duração menor que 1 segundo a inter-
valos superiores a 1 segundo. Por exemplo, uma prensa que realiza menos de 30
prensagens por minuto (SALIBA, 2018).
Enquanto situada nessa faixa, o indivíduo pode não perceber a perda, pois ela não
influencia a faixa de frequência da conversação humana (500 a 2.000 Hz), ou seja, não
há prejuízo da fala, escuta ou entendimento da conversação ou audição de músicas ou
TV. Daí a importância de detectar e interromper a PAIR nos estágios iniciais, visto que
ainda não ocorreu prejuízo da comunicação, que pode impactar a qualidade de vida do
trabalhador (SALIBA, 2018).
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UNIDADE
Riscos Físicos – Ruído e Condições Hiperbáricas
tende a apresentar desdobramentos psíquicos. Ainda que irreversível, é muito raro que a
PAIR cause incapacidade parcial ou total para o trabalho (SALIBA, 2018).
A exposição a sons de curta duração e alta intensidade podem causar o trauma acústi-
co, que é configurado pela perda auditiva imediata, severa e permanente (SALIBA, 2018).
Anexo 1 da NR-15
O Anexo 1 da NR-15 regulamenta a exposição ao ruído contínuo ou intermitente, e diz:
NORMA REGULAMENTADORA 15
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Nível de Ruído DB (A) Máxima Exposição Diária Permissível
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
C1 + C2 + C3 + Cn
T1 T2 T3 Tn
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Riscos Físicos – Ruído e Condições Hiperbáricas
Anexo 2 da NR-15
O Anexo 2 da NR-15 regulamenta a exposição ao ruído de impacto, e diz:
NORMA REGULAMENTADORA 15
A NHO-01 diz que a avaliação de ruído deverá ser feita de forma a caracterizar a
exposição de todos os trabalhadores considerados no estudo (BRASIL, 2001). Isso sig-
nifica definir uma estratégia de medição que contemple todas as situações de exposição
no ambiente de trabalho.
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Preparação do instrumento
• Escolher equipamento adequado à medição devidamente certificado;
• Verificar a integridade do equipamento (microfones, cabos etc.);
• Verificar a carga da bateria;
• Ajustar os parâmetros de medição conforme critério de avaliação. Os equipamen-
tos de medição de ruído devem ser configurados conforme as normas vigentes
para a avaliação de ruído ocupacional e ambiental. Normalmente. Os itens a serem
configurados são:
» Circuito de ponderação: conforme curvas de compensação A, B, C ou D;
» Circuito de resposta: determina a rapidez com que o medidor acompanha as
variações nos níveis de ruído. Pode ser lento (slow), rápido (fast), impulso (impluse)
ou pico (peak);
» Incremento de duplicação de dose (q): incremento em decibéis que, quando
adicionado a um determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição
ou a redução para a metade do tempo máximo permitido;
» Critério de Referência (CR): nível médio para o qual a exposição, por um
período de 8 horas, corresponderá a uma dose de 100%;
» Nível limiar de integração: nível de ruído a partir do qual os valores devem ser
computados na integração para fins de determinação de nível médio ou da dose
de exposição, ou seja, a partir de qual nível de ruído o instrumento irá medir.
Níveis abaixo do nível limiar de integração são desconsiderados nos cálculos;
» Faixa de medição mínima (ou Range): Faixa de ruído que o aparelho irá medir.
• Proceder à calibração inicial.
Abordagem do trabalhador
• Escolher o trabalhador a ser avaliado;
• Explicar ao trabalhador o objetivo da medição, que a medição não deve interferir
em suas atividades habituais, que as medições não efetuam gravações de con-
versas, que o equipamento ou microfone nele fixado só pode ser removido pelo
avaliador e que o microfone não pode ser avaliado ou obstruído, entre outros
aspectos pertinentes;
• Posicionar o equipamento no trabalhador, sendo que o microfone deve estar dentro
da zona auditiva. O equipamento e o cabo (quando houver) devem ser fixados para
que não ocorra interferência na medição. Se forem identificadas diferenças signifi-
cativas entre os níveis de pressão sonora dos dois ouvidos, as medições deverão ser
realizadas no lado exposto ao maior nível;
• Dar início à medição.
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Riscos Físicos – Ruído e Condições Hiperbáricas
Acompanhamento da medição
• Durante a medição, o avaliador não deve interferir no campo acústico ou nas con-
dições de trabalho;
• O avaliador deve verificar, de tempos em tempos, se o equipamento está operando
normalmente e se o trabalhador está executando atividades habituais.
Finalização da medição
• Decorrido o tempo de amostragem, retirar o equipamento do trabalhador;
• Obter o relatório da medição, seja via software, seja via impressão;
• Proceder à calibração final. Se a aferição da calibração apresentar variação maior
que ±1dB deve ser desprezada;
• Ainda, caso o nível de tensão da bateria esteja abaixo do mínimo aceitável ou o
equipamento tenha sofrido qualquer prejuízo à sua integridade, a medição também
deverá ser descartada.
Controle na Fonte
É a medida mais indicada no controle de ruído, vez que elimina ou reduz os níveis
de ruído emitidos no ambiente. O momento mais apropriado é no planejamento das
instalações, quando se pode optar por adquirir equipamentos menos ruidosos e sistema-
tizar o layout da forma mais conveniente (SALIBA, 2018).
Uma vez que a instalação já existe, o controle na fonte pode ser feito por meio de
outras medidas, como, por exemplo:
• Substituição de equipamentos por outros menos ruidosos;
• Manutenção preventiva nos equipamentos;
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• Lubrificação periódica das partes e componentes dos equipamentos;
• Reduzir impactos, quando eles existirem e forem possíveis; e
• Programar as operações de modo que o mínimo de equipamentos permaneça liga-
dos simultaneamente, entre outras (SALIBA, 2018).
Controle na Trajetória
Quando o controle na fonte não é possível, deve-se estudar a possibilidade de medidas
de controle na trajetória de propagação do som. Nesse caso, a intensidade do ruído produzi-
da é a mesma, porém, é atenuada por meio de absorção ou de isolamento (SALIBA, 2018).
A absorção ocorre quando o som encontra uma superfície composta de materiais po-
rosos ou fibrosos. Os coeficientes de absorção dos materiais variam conforme a frequên-
cia do som. Já o isolamento consiste em evitar a transmissão do som de um ambiente
para outro, fazendo uso de materiais isolantes (SALIBA, 2018).
Controle no Trabalhador
Não sendo possível o controle na fonte e na trajetória, devem ser adotadas medidas
no trabalhador, que contemplam medidas administrativas para reduzir sua exposição ou
o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Já o controle do ruído feito pelo uso de EPI deve considerar alguns fatores, tais como:
• Seleção do EPI;
• Fator de atenuação;
• Uso efetivo durante a exposição;
• Vida útil e periodicidade de troca (SALIBA, 2018).
Condições Hiperbáricas
A atmosfera terrestre, camada de gases que envolve a Terra, exerce uma pressão
(Pressão = Força x Área) que, ao nível do mar, corresponde à 760mmHg (podem ser
usadas outras unidades de medida, tais como atmosfera absoluta, kgf/cm², psig etc.).
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Riscos Físicos – Ruído e Condições Hiperbáricas
Condição hiperbárica é qualquer condição em que a pressão ambiente seja maior que
a atmosférica (BRASIL, 2014).
Anexo 6 da NR-15
O Anexo 6 da NR-15 regulamenta os trabalhos com exposição a condições hiperbáricas.
Para o referido Anexo: “[...] trabalhos sob ar comprimido são os efetuados em am-
bientes onde o trabalhador é obrigado a suportar pressões maiores que a atmosférica e
onde se exige cuidadosa descompressão (BRASIL, 2014).
Essas atividades são comumente encontradas no Setor de Construção Civil pesada, tal
como na construção de pontes, viadutos, estradas, túneis e barragens (ALVES et al., 2013).
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Fundações em tubulão a ar comprimido. Disponível em: https://youtu.be/8DS2kC3WNi8
A Legislação brasileira define, ainda, as condições sob as quais esses trabalhos devem
ser realizados, que são:
• Trabalhadores deverão ter mais de 18 (dezoito) e menos de 45 (quarenta e cinco)
anos de idade, devem ser submetidos a exame médico obrigatório, pré-admissional
e periódico, ser portadores de placa de identificação, ser devidamente orientados
quanto aos riscos decorrentes das atividades e às precauções que deverão ser toma-
das, não apresentar sinais de afecções das vias respiratórias ou outras moléstias e
sem sinais de ingestão de bebidas alcoólicas;
• Trabalhadores poderão sofrer uma compressão num período de 24 (vinte e qua-
tro) horas;
• A duração do período de trabalho sob ar comprimido não poderá ser superior a 8
(oito) horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0 kgf/cm2, a 6 (seis) horas em pres-
sões de trabalho de 1,1 a 2,5 kgf/cm2 e a 4 (quatro) horas, em pressão de trabalho
de 2,6 a 3,4 kgf/cm2;
• Após a descompressão, os trabalhadores serão obrigados a permanecer, no mí-
nimo, 2 (duas) horas no canteiro de obra, cumprindo um período de observação
médica (BRASIL, 2014).
Com relação aos trabalhos submersos, o Anexo 6 da NR-15 também traz algumas
definições fundamentais para o entendimento destas atividades:
• Operação de mergulho: toda aquela que envolve trabalhos submersos e que se esten-
de desde os procedimentos iniciais de preparação até o final do período de observação;
• Mergulhador: profissional qualificado e legalmente habilitado para utilização de
equipamentos de mergulho, submersos;
• Câmara hiperbárica: um vaso de pressão especialmente projetado para a ocupa-
ção humana, no qual os ocupantes podem ser submetidos a condições hiperbáricas;
• Câmara de superfície: uma câmara hiperbárica especialmente projetada para ser
utilizada na descompressão dos mergulhadores, requerida pela operação ou pelo
tratamento hiperbárico;
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UNIDADE
Riscos Físicos – Ruído e Condições Hiperbáricas
E mais: a Legislação brasileira define que os integrantes das equipes de mergulho, es-
pecialmente os supervisores, devem tomar as devidas precauções, relativas à segurança
das operações, no tocante ao planejamento, preparação, execução e procedimentos de
emergência (BRASIL, 2014).
Quanto à preparação, deverá ser observada a obtenção, junto aos responsáveis, pela
condução de quaisquer atividades que, na área, possam interferir com a operação, de
informações que possam interessar à sua segurança, seleção dos equipamentos e mistu-
ras respiratórias, verificação dos sistemas e equipamentos, distribuição das tarefas entre
os membros da equipe, habilitação dos mergulhadores para a realização do trabalho,
procedimentos de sinalização e precauções contra possíveis perigos no local de trabalho
(BRASIL, 2014).
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• Trabalhos de mergulho profundo em: mergulho profundo e os riscos ergonômicos no
setor petrolífero offshore na bacia de Campos dos Goytacazes – RJ.
Disponível em: http://bit.ly/2Qd8fs8
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UNIDADE
Riscos Físicos – Ruído e Condições Hiperbáricas
Medidas de Controle
para Condição Hiperbárica
Inexistindo alternativas aos trabalhos em condições hiperbáricas, eles devem ser mi-
nuciosamente controlados para evitar possíveis acidentes e doenças ocupacionais.
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b) a pressão será reduzida a uma velocidade não superior a 0,4 kgf cm2,
por minuto, até o primeiro estágio de descompressão, de acordo com
as tabelas anexas; a campânula ou eclusa deve ser mantida naquela
pressão, pelo tempo indicado em minutos, e depois diminuída a pres-
são à mesma velocidade anterior, até o próximo estágio e assim por
diante; para cada 5 (cinco) minutos de parada, a campânula deverá ser
ventilada à razão de 1 (um) minuto. (BRASIL, 2014)
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UNIDADE
Riscos Físicos – Ruído e Condições Hiperbáricas
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Fundações em tubulão a ar comprimido
https://youtu.be/8DS2kC3WNi8
SESI. Projeto série 100% seguro
https://youtu.be/uGnhLY6JBsk
Leitura
Avaliação do conhecimento das normas de segurança no trabalho por trabalhadores em tubu-
lões pressurizados
http://bit.ly/2Qezzq4
Estudo/proposta de medidas de prevenção e proteção das doenças disbáricas dos trabalhado-
res em Medicina Hiperbárica
http://bit.ly/2QeBgUy
Mergulho profundo e os riscos ergonômicos no Setor Petrolífero offshore na bacia de Campos
dos Goytacazes/RJ
http://bit.ly/2Qd8fs8
Prazer/sofrimento no trabalho dos mergulhadores rasos em um Empresa localizada na cidade
de Santos/SP
https://bit.ly/2LZMa1S
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Referências
ALVES, M. M. P. et al. Avaliação do conhecimento das normas de segurança no
trabalho por trabalhadores em tubulões pressurizados. 2013. Disponível em: <http://
www.rbmt.org.br/details/62/pt-BR/avaliacao-do-conhecimento-das-normas-de-seguran-
ca-no-trabalho-por-trabalhadores-em-tubuloes-pressurizados>. Acesso em: 10 jan. 2019.
SAÚDE e segurança do trabalho (Livro Eletrônico). São Paulo: Saberes, 2014. (E-Book)
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