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Ficha 4 - Instituicoes - Financeiras
Ficha 4 - Instituicoes - Financeiras
Bancos Comerciais - são instituições que aceitam os depósitos à vista e a prazo e, os valores
depositados são dispostos aos agentes económicos deficitários. Actualmente, os bancos
comerciais estão oferecendo uma gama de serviços e diversidade de meios de pagamento
assim como os de corretagem de acções e serviços de seguros. Exemplos: BIM, Standard
Bank, Barclays Bank, entre outros.
Caixas Económicas - são instituições que recebem fundos (depósitos a prazo) para os
aplicar em empréstimos as pessoas e empresas que necessitam de recursos financeiros.
Exercem as mesmas actividades de um banco comercial com a particularidade de serem
normalmente bancos públicos orientados para o desenvolvimento económico e social do
país. Exemplos: Caixa económica de Cabo-verde (em Moçambique não temos um caso
especifico).
Fundos de Pensão - são instituições que permitem que os vários titulares e funcionários
recebam rendas na fase de aposentadoria, pensões e subsídios em caso de invalidez, doença,
morte, entre outros. Estas instituições aceitam dinheiro dos poupadores e utilizam esses
fundos na compra de acções, títulos de longo prazo, entre outros investimentos. Exemplo:
INSS.
3. Bancos Comerciais
A primeira etapa para abertura de conta é a identificação do depositante que pode ser uma pessoa
singular ou colectiva. Em caso do titular for menor ou pessoa incapaz, deve ser identificado um
responsável que o representa ou assiste.
3.2.2.Tipos de Conta
Existem quatros principais tipos de conta bancária:
Conta de depósito à vista, é a forma mais comum de conta bancária, onde o dinheiro do
depositante fica a disposição para ser sacado a qualquer momento.
Conta de depósito à prazo, é o tipo de conta, onde o dinheiro do depositante só pode ser
sacado depois de um prazo fixado, este tipo de conta remunera juros pela aplicação.
3.2.4. Cheques
É uma ordem de pagamento à vista a favor do próprio emitente ou de terceiros por quem tiver
fundos disponíveis num banco e estiver autorizado por ele a emitir cheques.
Cheque cruzado: não pode ser sacado, ou seja, obrigatoriamente deve ser depositado.
Cheque pré-datado: o cheque deve ser depositado ou sacado numa data futura referenciado
pelo emissor.
Endossado: quando o favorecido autoriza uma terceira pessoa a levantar o cheque em seu
nome.
Número de períodos (n) - período que falta para o vencimento da letra. Por norma,
acrescenta-se dois dias úteis, que é o período de tempo que a lei da ao aceitante para efectuar o
pagamento da letra para além da data de vencimento.
Juro (A*i*n) - é o custo da letra, ou seja, o valor pago ao banco por este, durante um determinado
período emprestar dinheiro.
Comissão de cobrança (A*w) – é a comissão que a instituição bancária leva por cobrar o
valor nominal da letra e é calculada com base no valor nominal da letra.
Imposto selo (y) – é o imposto que incide sobre os juros bancários e o valor da comissão de
cobrança. Este imposto é a favor do Estado.
- Imposto de selo sobre juros – (A*n*i) * y
- Imposto de selo sobre a comissão de cobrança - (A*w) * y
Portes (P) – são os encargos de comunicação associados ao desconto da letra.
O Produto Liquido de Desconto de uma Letra (PLD) – representa o valor líquido creditado
na conta do sacador quando desconta a letra. Este valor é igual ao valor nominal da letra,
deduzido de todos os encargos associados ao seu desconto.
Portes – 6 Mts
a) Qual o valor que o banco efectivamente creditou na conta da empresa fruto de desconto
da letra?
6
Resolução
60 + 2 60 + 2
𝑃𝐷𝐿 = 100.000 − (100.000 × 5% × ) − (100.000 × 5% × ) × 4%
365 365
− (100.000 × 0,5%) − (100.000 × 0,5%) × 4% − 6
Abertura da Garantia Bancária – Quando a garantia bancária se encontra aberta (de outro
país) embarca a mercadoria para o seu cliente (nacional) e deposita, no seu banco, a
documentação exigida relacionada com a venda, solicitando o pagamento do montante em
causa ao banco do cliente nacional.
Utilização da Garantia Bancária – O banco notificador (do país vendedor) analisa
detalhadamente toda a documentação enviada e procede o pagamento dos montantes ao
vendedor (seu cliente).
De imediato o banco envia a documentação para o banco do país comprador, que analisa
toda documentação, e se esta estiver correcta, procede ao débito do valor da operação ao seu
cliente.
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Imposto selo – 4%
Calcule os encargos de utilização do cartão de crédito da cliente Luana para o mês de Abril.
Resolução
No final dos 30 dias, a divida da Sr. Luana não quitada é de 10.000,00 Mts (50% do Saldo em
divida).
Juros = (10.000,00*30 dias*13%)/365 dias = 106,85 Mts
Imposto Selo = 106,85 Mts * 4% = 4,27 Mts
Os custos do crédito da Luana durante o mês de Abril não só são compostos por juro a 13% mas
também por todos os restantes encargos.
Juros 106,85
Imposto Selo 4,27
Anuidade do cartão (proporção mensal) 2,08
Custo de emissão do cartão (proporção mensal) 2,08
TOTAL 115,28
Taxa de Juro – Pode ser fixa ou variável. Normalmente as taxas de juro fixas são
negociadas em época que as taxas de juro tendem a aumentar, assim a organização paga
menos juros do que se tivesse optado por taxas variáveis. Se pelo contrário a tendência
das taxas de juro é decrescente, é vantajoso optar por uma taxa de juro variável.
Termos de Renda – determina o tipo de amortização de capital que será adoptada, de uma
só vez ou em vários períodos.
Garantias – quando há um maior risco associado a não devolução dos fundos acrescidos
os juros e comissões pela empresa, o banco pode exigir uma garantia de diversas formas,
das mais simples as mais complexas dependendo do grau do risco.
Exemplo: Uma empresa que pretende comprar um equipamento, que custa a pronto pagamento
95.000.000,00 Mts, para alargar o seu nível de produção, não tendo recursos suficientes para o
pagamento do referido equipamento, recorreu a um Banco comercial da praça que cobra sobre os
empréstimos 10% de taxa de juro anual, com o prazo de 5 anos e 13,5% acima deste período pelo
mesmo montante.
Supondo que a empresa prefere a primeira alternativa.
a) Qual seria o valor a pagar no final de 5 anos?
a) O pagamento único será calculado com base na fórmula do valor futuro de quantias únicas:
Anos Capital Inicial Juros Produzidos (k=10%) Quota do Capital Valor a Pagar
1 95.000.000 9.500.000 19.000.000 28.500.000
2 76.000.000 7.600.000 19.000.000 26.600.000
3 57.000.000 5.700.000 19.000.000 24.700.000
4 38.000.000 3.800.000 19.000.000 22.800.000
5 19.000.000 1.900.000 19.000.000 20.900.000
Total 123.500.000
Interpretação: A empresa paga uma quota constante de capital anualmente de 19.000.000, a qual
é acrescido o valor do juro produzido.
Para o ano um, o capital inicial é de 95.000.000 e produz um juro de 9.500.000 (95.000.000*10%)
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Temos que, calcular o valor do pagamento anual constante, neste caso o valor do depósito, com
base na fórmula.
Anos Capital Inicial Juros Produzidos (k=10%) Quota de Capital Pagamento Anual
1 95,000,000.00 9,500,000.00 15,560,760.67 25,060,760.67
2 79,439,239.33 7,943,923.93 17,116,836.74 25,060,760.67
3 62,322,402.59 6,232,240.26 18,828,520.41 25,060,760.67
4 43,493,882.18 4,349,388.22 20,711,372.45 25,060,760.67
5 22,782,509.73 2,278,250.97 22,782,509.70 25,060,760.67
Total 125,303,803.35
Interpretação: a empresa paga anualmente o valor de 25.060.760,67 durante os cinco anos, que é o
valor dos depósitos constantes de uma anuidade (como foi calculado acima). O juro produzido
resulta do capital inicial multiplicado pela taxas de juro, e a quota de capital da diferença entre o
pagamento anual e os juros produzidos.
Por sua vez, o capital inicial do ano subsequente será igual a diferença entre o capital inicial e a
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3.3.5. Leasing
O leasing consiste numa locação financeira ou seja um contracto mediante o qual uma entidade a
qual se denomina locador, fica obrigada a conceder a uma outra parte (locatário), o direito a
usufruir temporariamente de um bem (móvel ou imóvel). No final da operação o locatário pode se
for do seu interesse adquirir o bem mediante o pagamento de um valor residual.
Leasing Financeiro
É a forma mais comum de leasing. Destina-se a financiar essencialmente a aquisição de bens com a
finalidade de locá-lo para outra parte, sendo que os contractos elaborados entre o locador e
locatário tem uma duração muito próxima da vida útil do próprio bem. Ao término do contrato, a
empresa arrendatária poderá adquirir o bem mediante o pagamento de um valor residual pactuado
entre as partes. Neste tipo de leasing existem três partes: locador, locatário e fornecedor do bem.
Normalmente, a empresa arrendatária assume os custos de manutenção e conservação do
equipamento e, dependendo dos parâmetros da negociação, poderá ser dispensada a contratação
de seguro para o bem, principalmente em casos em que a empresa arrendatária dispõe de bens
similares excedentes aos contratos para reposição em caso de sinistro.
Leasing Operacional
Esta modalidade de leasing normalmente envolve a locação de objetos móveis, e o bem é cedido
por períodos curtos de tempo, sendo que na maior parte dos casos, o locatário não adquire o bem
no final do contracto, tendo em conta que o valor ainda é elevado e a empresa não necessita
permanentemente do equipamento. O contrato pode ser rescindido a qualquer momento por
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ambas as partes, às vezes, mediante um aviso prévio de 30 dias. O locador do ativo, em geral,
assume o compromisso de prestar assistência técnica para a manutenção do equipamento.
Solidez Financeira
A solvabilidade do banco pode ser medida pelo rácio de solvabilidade ponderado (RSP), permite
saber se o capital está adequado à actividade desenvolvida pelo banco. Este rácio indica a
proporção relativa dos activos da IF financiados por capitais próprios versus financiados
por capitais alheios. Quanto mais elevado este rácio, maior a estabilidade financeira da empresa.
Quanto mais baixo, maior a vulnerabilidade.
As IFs são obrigadas a publicar no relatório de contas o desdobramento detalhado das rubricas
que constituem o cálculo do RSP. Normalmente, o rácio de solvabilidade encontra-se em níveis
de 8% (média mundialmente utilizada), porém Moçambique registou um aumento do mesmo
recentemente para 12%.
Risco Cambial
O risco cambial consiste na possibilidade de perda ou ganho em operações cambiais resultante de
variações adversas das taxas de câmbio entre moedas de países.
Algumas medidas podem afetar diretamente as empresas que operam com o risco cambial são:
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a) Desvalorização da moeda - torna a moeda nacional mais barata face às restantes. Tem um
efeito benéfico sobre as exportações e consequentemente, tem um efeito nefasto sobre as
importações.
b) Valorização da moeda - As exportações perdem competitividade no mercado concorrencial,
tornando as importações mais baratas.
O risco cambial pode ser explicado através da exposição das instituições financeiras em moedas
estrangeiras, medida pela posição líquida, e pode ser representada pela seguinte fórmula:
Uma exposição liquida positiva ou exposição liquida activa, significa que o banco esta
comprado numa determina moeda e corre o risco cambial perder valor caso ocorra desvalorização
desta moeda.
Por outro lado, uma exposição liquida negativa ou exposição liquida passiva, significa que o
banco esta vendido numa determinada moeda e pode perder recursos em caso de valorização
desta moeda.
Crédito Vencido
Carteira de Crédito s/ Clientes
Representa a % do crédito concedido e que esta por regularizar; permite aferir a política de
crédito seguida pelo banco.
𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑖𝑠õ𝑒𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑟é𝑑𝑖𝑡𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑑𝑜 + 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑖𝑠õ𝑒𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑟é𝑑𝑖𝑡𝑜
Credito Vencido
Uma das ferramentas usadas pelos bancos para gestão do crédito, esta no acompanhamento dos
clientes e na informação do mesmo que influenciam a tomada de decisão sobre conceder ou não
crédito a um cliente. Quando os bancos atribuem um risco elevado a um determinado cliente, os
mesmos atribuem taxas de juro elevadas, exigem maiores garantias ou restringem o volume do
crédito.
O risco de crédito é considerado o risco mais importante no setor bancário. A sua gestão exige
estratégias de maximização de resultados face a exposição dos riscos assumidos nas operações de
crédito concedidas, respeitando sempre as exigências regulamentares dos supervisores.
Risco de Liquidez
O risco de liquidez está relacionado com a disponibilidade imediata de caixa diante de demandas
por parte dos depositantes e aplicadores (titulares de passivos) de uma instituição financeira.
Representa a possibilidade de uma incapacidade para cumprir os compromissos assumidos por
parte da Instituição Financeira. Ou seja, em tal situação, as reservas e disponibilidades de uma
instituição tornam-se insuficientes para honrar as suas obrigações no momento em que ocorrem.
Quando os recursos de caixa disponíveis de um banco são minimizados por não produzirem
retornos de juros, o risco de liquidez aumenta pela possibilidade de retiradas imprevistas dos
depositantes do banco.
O risco mais comum de liquidez ocorre quando os depositantes de determinada instituição
tomam a iniciativa de transformar os seus depósitos em dinheiro vivo.
O risco de liquidez pode ser determinado através da posição de liquidez do banco, dado pela
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seguinte fórmula:
Exemplo:
O Banco Omega apresenta 1000 u.m. em Activos de Curto Prazo e 2500 u.m. em Passivos
Exigíveis de Curto Prazo. Se as taxas de juro de referência aumentarem 1% qual o impacto na
margem financeira?
MF = TJ x Posição de Liquidez = 1% x (1000-2500) = -15
Um banco com um GAP negativo beneficia duma descida nas taxas de juro, mas
prejudicado por uma subida nas taxas de juro.
Um banco com um GAP positivo prejudicado por um declínio nas taxas de juro, mas
favorecido por uma subida nas taxas de juro.
Um banco com um GAP nulo esta defendido em relação a quaisquer alterações que venham
a ocorrer nas taxas de juro.
Risco Operacional
O risco operacional materializa-se pela ocorrência de perdas resultantes das falhas ou
inadequações de processos internos, pessoas, sistemas ou eventos externos que contribuam para
que o banco perca dinheiro.
As principais formas de minimizar os riscos operacionais usadas pelas instituições financeiras são:
Definição clara e objectiva das responsabilidades das actividades da empresa e comunicação a
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toda a instituição;
Controles internos relevantes que cubram todas as actividades da organização;
A alta Administração e o Conselho Fiscal devem oferecer solução rápidas as deficiências
identificadas.
Apesar do risco não ser susceptível de eliminação total, é importante que as instituições
financeiras tenham uma boa gestão dos riscos, avaliando a potencial perda possível associada a
um evento, a sua probabilidade de ocorrência e definição de estratégias que os minimizem.
Bons Estudos!