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Curso: Massagem Terapêutica e Desportiva

Módulo UFCD: Técnicas de Massagem Desportiva (50h)


Formadora: Cláudia Pato

Técnicas de Massagem desportiva

Início do módulo: 24 outubro 2018


Fim do módulo: 16 janeiro 2018

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Curso: Massagem Terapêutica e Desportiva
Módulo UFCD: Técnicas de Massagem Desportiva (50h)
Formadora: Cláudia Pato

Índice

 Objetivos ………………………………………………………………………………Pág.03
 Introdução à massagem corporal, história…………………………………………Pág.04
 Preparação do gabinete……………………………………………………………...Pág.06
 Atitude e apresentação do massagista……………………………………………..Pág.06
 Cuidados a ter com as mãos………………………………………………………...Pág.06
 Importância dos exercícios diários às mãos……………………………………….Pág.07
 Exercícios para as mãos……………………………………………………………..Pág.08
 Posição correta do massagista………………………………………………………Pág.10
 Efeitos fisiológicos e psicológicos da massagem………………………………….Pág.10
 Ação mecânica da massagem sobre a pele……………………………………….Pág.10
 Ação mecânica da massagem sobre os músculos………………………………..Pág.11
 Ação mecânica da massagem sobre a circulação sanguínea e
linfática…………………………………………………………………………………Pág.11
 Ação mecânica da massagem sobre o sistema nervoso………………………...Pág.11
 Regras da massagem………………………………………………………………..Pág.12
 Massoterapia…………………………………………………………..……………….Pág.13
 Movimentos básicos da massagem e efeitos…………………..…………………..Pág.13
 Posicionamento do cliente…………………………………………………………...Pág.17
 Introdução à massagem desportiva, história……………………………………….Pág.18
 O desportista profissional e o amador………………………………………………Pág.19
 O que é a massagem desportiva…………………………………………………….Pág.21
 Movimentos usados na massagem desportiva…………………………………….Pág.22
 Efeitos da massagem desportiva no organismo…………………………………...Pág.24
 Vantagens e contraindicações……………………………………………………….Pág.27
 Massagem pré e pós competição……………………………………………………Pág.28
 Biotipos e atividades recomendadas………………………………………………..Pág.29
 Exemplos de atividades físicas e músculos trabalhados…………………………Pág.31
 Manobras de massagem pré atividade física………………………………………Pág.33
 Técnicas pós atividade física………………………………………………………....Pág.34
 Aplicação do frio………………………………………………………………………..Pág.36
 Aplicação do calor..…………………………………………………………………….Pág.40
 Caraterização de lesões…………………………………………………………...….Pág.42
 Aplicação da massagem nas lesões desportivas………………………………….Pág.49
 Eletroterapia……………………………………………………………………………Pág.52
 Ligadura funcional e tape miofascial………………………………………………..Pág.64

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Objetivos:

. Identificar os principais conceitos inerentes à massagem desportiva


. Adequar as condições ambientais do local de trabalho à massagem desportiva

. Aplicar o protocolo de instalação do cliente


. Identificar e aplicar a pressão, a técnica e as manobras adequadas a cada especificidade do
atleta.

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Introdução

A massagem é definida como uma das mais novas formas de terapia física e é conhecida
como tendo sido utilizada por diferentes culturas ao longo de três mil anos.

Massagem corporal

A história da massagem é tão antiga quanto a existência do homem.


Na vida quotidiana, em diversas situações, quando se sofre de desconforto, dor ou de uma lesão menor, a
reação instintiva é de segurar e friccionar a área afetada, para diminuir a dor.
Esta técnica básica, já utilizada durante a pré-história, foi desenvolvida através dos milénios, até aos
sistemas de massagem dos dias de hoje.
A massagem adapta-se a cada caso particular e é aplicável a todo o corpo ou a uma zona determinada.
A maioria das culturas antigas praticava algum tipo de toque terapêutico, utilizando métodos de tratamento
com ervas e óleos, para promover o bem-estar geral e a proteção contra lesões e infeções.
Em registos de civilizações da antiguidade, cerca de 4000 a.c., já existiam referências aos benefícios da
massagem para o bem-estar.

Egito – 4000 a.c.


A deusa ísis (deusa da maternidade e de fertilidade) incluía a massagem como tratamento para saúde e
cura.

China – 2700 a.c.


Os chineses foram dos primeiros a reconhecer as propriedades curativas da massagem, tendo o texto
mais antigo conhecido, o texto médico nei ching.

Índia 1800 a 500 a.c.


Desenvolveram um tipo de medicina próprio, conhecida como ayurvédica, na qual já se incluíam, entre
outros tratamentos, as massagens.
Uma das obras desenvolvidas nessa matéria foi “ayur veda”, que significa arte da vida, desconhecendo-se
a data exata da sua elaboração mas situando-a entre 3000 e 1000 a.c..

Grécia antiga
A massagem, a par dos banhos, era um dos principais tratamentos dos ginásios, de que usufruíam os
atletas.
Já hipócrates, considerado o pai da medicina, fazia referência às massagens.

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Roma antiga
Plínio, o velho, escritor e naturalista romano, já se beneficiava das fricções para o alívio da sua asma.
Galeno, médico romano de origem grega, que serviu vários imperadores romanos, utilizava a massagem
para tratar diversas doenças e lesões físicas.
Júlio césar, que sofria de epilepsia e dores de cabeça, era submetido a sessões de beliscões para
estimular a produção de endorfina pelo organismo.

Século XIX
Massagem na europa do séc. XIX
Após o desenvolvimento dos movimentos suecos, houve pessoas que desenvolveram especificamente o
campo da massoterapia. O dr. Johan georg mezger (1838-1909), da holanda, fixou alguns termos para
técnicas de massagem que continuam em uso até hoje: effleurage (deslizamento), pétrissage
(amassamento) e tapotement (percussão).
O dr. Mezger foi o primeiro a identificar os toques clássicos da massagem e a diferença da ginástica e dos
movimentos suecos. Ele reforçou e popularizou a sua terminologia, até hoje usada como padrão no mundo
todo.

Século xx
No início do século xx, a massagem continuou a estabelecer uma base sólida de crescimento. Foram
criadas associações de profissionais para conferir maior legitimidade à profissão.
A comunidade médica respeitava a massoterapia, aceitando a sua prática nos hospitais britânicos e o seu
uso na reabilitação de soldados durante a primeira e a segunda guerras mundiais.

Diz-se que a massagem é praticada no médio e extremo oriente há pelo menos 5000 anos. Hipócrates, o
“pai da medicina”, escreveu no séc. V a.c. Que “para se gozar de boa saúde, é preciso tomar um banho
perfumado e fazer uma massagem com óleos todos os dias”.
A massoterapia é uma forma antiga de cura e restauração da saúde, tendo origem em diversas
civilizações antigas.
A massagem não deve, contudo, ser encarada como um tratamento, por si só, mas sim como uma arte de
terapia complementar.

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Preparativos para a massagem

Gabinete

Deve cuidar ao máximo do ambiente que rodeia a massagem. Como tal o gabinete deve ter um ar limpo e
acolhedor dando a sensação á cliente de que não esteve lá ninguém anteriormente, daí a limpeza e a ordem
serem imperativas.

A temperatura deve de ser agradável, a luz deve de ser difusa e não projetada em cima da/o cliente, a
música deve de ser suave e os produtos e utensílios necessários devem de estar ao alcance da/o técnico de
massagem.

O massagista – atitude e apresentação do profissional

Respeitar a dignidade do corpo e a intimidade de cada um;


Evitar que a cliente se sinta incomodada em momento algum;
Correta instalação da cliente;
Adotar uma atitude natural, serena, delicada, discreta, gestualidade adequada e confiança;
Ter sentido de observação às mínimas reações da/do cliente (ex. Frio, calor, suspiros, etc.)
Pontualidade (reflete boa organização e seriedade; dar a devida atenção a cada cliente).

A/o massagista

Deve lavar e desinfetar sempre as mãos antes de cada massagem. As unhas devem estar curtas e limpas.
Se o cabelo for comprido, deve de estar preso. A roupa deve de ser cómoda e leve para permitir os
movimentos.

O calçado deve de ser confortável para permitir posições de equilíbrio estável.

Cuidados a ter com as mãos

Unhas limpas, cortadas e limadas, a unha deve estar ao nível da ponta do dedo;
Evitar fumar antes de executar uma massagem, pois o cheiro é difícil de eliminar das mãos;
Se as mãos transpiram ou suam friccionar com álcool;
Usar um bom creme nutritivo, para que estas se mantenham nutridas;
Eliminar calos ou durezas das mãos;
Limpar as mãos com desinfetante antes de tocar na/o cliente.

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Retirar pulseiras, relógios e anéis;


Aquecer as mãos antes de tocar na/o cliente, pois a temperatura das mãos é muito importante na
receptividade de uma massagem;
Realizar alguns exercícios diariamente com as mãos, principalmente antes de iniciar a massagem.

Na massagem corporal estabelecemos uma comunicação


com a cliente através do tacto humano, criamos assim uma
comunicação sem palavras.
É através desta forma de comunicação (as mãos) que a/o
massagista vai perceber as necessidades da/o cliente, ex:
tensão muscular, falta de tonificação, estrias, etc.
Daí as mãos serem o instrumento de trabalho mais
importante para um massagista.

As mãos são os principais canais de comunicação e as ferramentas fundamentais da/o massagista no


exercício da sua profissão, pelo que o seu estado é fundamental.
De acordo com o médico grego Hipócrates, as mãos de um massagista (na Grécia antiga eram os homens
que executavam esta profissão), deviam de ser:
- Elegantes, e que hoje em dia diríamos relaxadas;
- Sagazes, e que hoje em dia entenderíamos como destras;
- Hábeis, que podemos entender como marcando presença;
- Suaves e ligeiras;
- Rápidas, que podemos entender como flexíveis.

Importância dos exercícios diários ás mãos

- Melhorar a agilidade, flexibilidade e resistência das mãos;


- Previne a rigidez e dores, principalmente na zona dos pulsos;
- Um massagista não deve de ter mão esquerda e direita, pois estas devem de executar as manobras
de igual forma, os exercícios ajudam a melhorar esta questão.

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Exercícios para as mãos

Alongar os pulsos

Sente-se confortavelmente, junte as palmas das mãos com os dedos a


apontar para cima encostadas junto ao peito.

Aperte as mãos e empurre os punhos para baixo para alongá-los.

Descontraia e repita mais uma ou duas vezes.

Em seguida vire as mãos com os dedos a apontar para baixo e aperte


enquanto empurra os punhos para cima

Alongar os dedos e palmas

Descontraia os ombros.

Entrelace os dedos rode as mãos para baixo e alongue os dedos,


palmas, e pulsos ao estender os braços.

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Gire os pulsos de um lado para o outro, para cima e para baixo com as
palmas viradas para baixo.

Repita os movimentos com as palmas viradas para cima.

Primeiro lentamente e depois aumente o ritmo.

Mantenha os braços descontraídos enquanto faz os movimentos.


Sacuda as mãos entre exercícios.

Trabalhar os Dedos

Soltar os dedos:

Estenda e estique os dedos um de cada vez, em seguida segure cada


um pela ponta, e estenda outra vez, segure-o por um instante. A seguir
rode um dedo de cada vez á volta da articulação.

Para aumentar o alcance dos seus dedos:

Insira o seu punho entre cada um dos dedos. Primeiro numa mão depois na
outra.

Alongamento dos dedos:

Abra o espaço entre o polegar e o primeiro dedo, pressionando-os


juntos como mostra a figura.

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Agarrando e abrindo:

Mantenha as mãos à sua frente, e lentamente cerre os punhos como


se estivesse a esmagar rochas em pó. Em seguida abra lentamente
como se estivesse contra uma enorme pressão. Repita algumas
vezes. Em seguida abra e feche os punhos primeiro levemente e
depois rapidamente em contraste.

Pergunte a si mesmo: parou de respirar, contraiu o rosto, cerrou os dentes, ou encolheu os ombros?

Descontraia e RELAXE!

Posição correta do massagista

Deverá colocar-se o mais próximo possível da zona a trabalhar, em posição de equilíbrio estável, pernas
afastadas e fletidas. O massagista deve evitar dobrar a coluna. O peso do seu corpo deve de ser
transportado de uma perna para a outra, ao mesmo tempo que efetua movimentos de flexão e extensão,
com estes movimentos e nesta posição será todo o corpo do massagista a exercer pressão na/o cliente, e
não tanto os músculos dos seus braços e pulsos. Se este esforço se exercesse com estes músculos, as
mãos ficariam demasiado rígidas, e iriam reduzir a fluidez dos movimentos, cansando muito os ombros e a
coluna.

Efeitos da massagem

• Fisiológicos:
• Efeitos mecânicos:
• O efeito é direto, ex. Auxilia a circulação sanguínea a movimentar o sangue ao longo dos vasos
sanguíneos.
• Efeitos reflexos: os efeitos reflexos podem ser explicados pelas ações da massagem no sistema
nervoso. As respostas encontradas foram, entre outras, aumento da temperatura corporal e diminuição da
frequência respiratória. O método baseia-se no pressuposto da existência de zonas reflexas na pele
(situadas entre a pele e o músculo – recetores sensoriais) que, quando massajadas, produzem efeitos
benéficos nos orgãos viscerais.

• Psicológicos:
• Sensação geral de bem-estar e conforto.

Ação da massagem

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Ação sobre a pele


• Remove as células mortas da superfície da pele deixando-a mais limpa, fina e elástica;
• Tonifica a pele, aumentando a sua firmeza;
• Aumenta as secreções sebáceas e sudoríparas por estimulação nervosa;
• Provoca a vasodilatação dos capilares periféricos;
• Produz uma hiperemia, favorecendo o intercâmbio de oxigénio e nutrientes;
• Estimula a regeneração celular;
• Estimulação do processo de cicatrização (também melhora estrias);
• Aumenta a permeabilidade cutânea;
• Facilita a absorção dos princípios ativos devido ao aumento da temperatura da pele.

Ação sobre os músculos


• Relaxa as contraturas musculares;
• Aumento da excitabilidade muscular devido à estimulação das terminações nervosas musculares;
• Aumento da tonicidade, da firmeza e da resistência, deixando os músculos mais fortalecidos;
• A vasodilatação e hiperemia que ocorre no tecido muscular, fornece um maior aporte de oxigénio e
glucose (melhor nutrição dos músculos), favorecendo a eliminação dos resíduos da contração muscular –
ácido lático (responsável pela dor muscular);

• Diminuição da sensação de cansaço por eliminação de toxinas;


• As manobras lentas e rítmicas produzem relaxamento;
• As manobras rápidas estimulam a contratibilidade (contração muscular);
Desempenha uma importante função no auxílio à restauração de músculos lesionados.

Ação sobre a circulação sanguínea e linfática


• Aumento da circulação sanguínea periférica, devido à vasodilatação provocada;
• Melhora o retorno venoso e linfático, pelo que diminuem as estases circulatórias e se reduzem os
edemas, libertando as substâncias tóxicas dos tecidos;

• Aumento do fluxo de nutrientes.

Ação sobre o sistema nervoso


• Anestesia as terminações nervosas sensitivas, eliminando as sensações dolorosas, com efeitos
analgésico e sedativo;

• Atua sobre os nervos motores, alcançando a totalidade do sistema nervoso, pelo que há uma
sensação de bem-estar, provocando um relaxamento geral;

• Reduz os estados de tensão, ansiedade, nervosismo geral e insónia.

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Nota
Consoante a ação fisiológica, os nervos distinguem-se em sensitivos e motores:
• Os nervos sensitivos ou sensoriais transportam a informação da periferia do corpo (sentidos) para o
sistema nervoso central.

• Os nervos motores são aqueles que transferem impulsos do sistema nervoso central para os músculos
ou glândulas.

Regras da massagem

• O massagista deve atuar com precisão e segurança ligando os seus movimentos ou manobras o
mais harmoniosamente possível. Os movimentos devem ser agradáveis, evitando a violência ou aqueles
que provocam dor forte.

• É muito importante que o movimento englobe todo o músculo e tem que respeitar a disposição das
fibras musculares. Normalmente massaja-se no sentido da circulação de retorno, que favorece a relaxação
muscular e favorece a circulação sanguínea, descongestionando as veias e os vasos linfáticos.

• O primeiro contacto com o cliente deve de ser suave, para depois aumenta a intensidade
gradualmente. Finaliza a massagem com movimentos igualmente suaves.

• A pele do cliente deve de estar limpa e seca. A zona a massajar deverá estar completamente
desnudada. As zonas que não estiver a massagem devem estar cobertas, irá destapando à medida que vai
avançando na massagem. Ao finalizar a massagem devemos tapar completamente o cliente.

• Nunca aplicar o cosmético diretamente na pele do cliente. Deve aplicar nas mãos, friccionar para
aquecer o produto e só depois é que aplica no cliente com alguns afloramentos na zona que vai ser
trabalhada.

• Uma vez iniciada a massagem deve de evitar qualquer interrupção. O cosmético deve de estar ao
alcance de forma a nunca perder o contacto com a cliente, deve de estar sempre uma mão em cima da
cliente ou o cotovelo, nunca deve perder o contacto.

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• O tempo de duração de uma massagem depende da zona a massajar e do objetivo da massagem,


mas normalmente uma massagem de corpo inteiro deve de ter a duração de cerca de 60 minutos e uma
massagem localizada deve de ter a duração de cerca de 20 minutos.

• Após terminar a massagem deixe o cliente repousar por alguns minutos para evitar tonturas por se
levantar repentinamente.

Massoterapia

• Massoterapia é o conjunto de toques exercidos com as mãos e outras partes do corpo ou


acessoriamente com aparelhos, sobre uma ou mais partes do corpo com a finalidade terapêutica, anti-
stresse, relaxamento, estética e desportiva. A massoterapia além de utilizar da manipulação manual dos
tecidos moles do corpo, pode realizar movimentos nas articulações, alongamentos e aplicações de calor e
frio.

Movimentos básicos da massagem

• A massagem ocidental designada de “clássica” inclui alguns movimentos básicos:


- Deslizamento/ afloramento superficial
- Deslizamento/ afloramento profundo
- Fricção
- Pressão
- Tapotagem/Precursão
- Amassamento
- Pinçamento/Belisco
- Vibração

• Deslizamento superficial

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Descreve movimentos longos, e suaves de pressão


superficial. De ritmo lento descontrai e relaxa e de
ritmo rápido estimula determinada área.

Pode ser aplicado em qualquer parte do corpo. A


palma de uma, ou das duas mãos, desliza devagar
pelo corpo, moldando-se aos seus contornos.

É usado geralmente para aplicar o óleo


uniformemente no corpo e para iniciar a massagem,
suavizando as terminações nervosas e ajudando a/o cliente a adaptar-se ao seu toque. É utilizado
novamente no fim da massagem, para um final relaxante. Os afloramentos proporcionam uma ligação
importante entre outras manobras de massagem mais revigorantes e são usados para estabelecer o
primeiro contacto com uma nova área do corpo. Se se sentir hesitante acerca do que fazer a seguir, pode
sempre recorrer ao afloramento, para que a continuidade não se perca.

As mãos do técnico devem estar relaxadas, exercendo pressão suave a um ritmo lento.

• Deslizamento profundo

Executado com mais pressão do que o anterior, logo, ativa a circulação em tecidos mais profundos.

Auxilia a circulação de retorno venosa e linfática. Tem sentido obrigatório. Deve ser feito no sentido da
circulação venosa, sempre da periferia de um determinado segmento para o centro do corpo, o coração
(direção centrípeta) e retorna com movimentos leves e suaves.

Estimula o organismo, melhora a circulação e ativa o fluxo da linfa para que resíduos sejam eliminados.
Elimina toxinas de tecidos mais profundos.

• Fricção

Fricciona a pele;
Desprende e liberta as células mortas;
Aumenta a temperatura;
Aumenta a irrigação sanguínea;
Provoca hiperemia;
Efeito estimulante;
O excesso pode provocar queimadura por fricção da pele;

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É uma forma de localizar e “dissolver” contraturas musculares, elimina resíduos, dissolve depósitos de
gordura, suaviza velhas cicatrizes a alivia a dor localizada.

Movimentos utilizados:
Fricção com o polegar;
Fricção palmar;
Com movimentos mais ou menos fortes.

• Pressão

É feita com as polpas dos polegares, a ponta dos dedos e os cotovelos.


É exercida com pressão, produz um efeito nas estruturas abaixo da pele, tonifica as terminações nervosas,
aumenta o fluxo sanguíneo e melhora os ligamentos ou articulações.
Proporciona flexibilidade e evita a rigidez muscular.

Pressões nodulares:

Atua sobre a pele, músculos e nervos;


Ação relaxante, eliminando a fadiga;
Aumenta a energia vital dos músculos;
Elimina as gorduras.

 Tapotagem/Precursão

Significa pancadas leves;


Movimento rítmico rápido de batida;
A força do movimento determina a profundidade de penetração;
Consiste numa variedade de movimentos com os quais os
músculos são estimulados pelas várias partes das mãos, como os
lados, as palmas ou até mesmo os punhos cerrados.

Os movimentos de percussão são realizados apenas nas áreas


com mais tecido muscular.

. Melhora a circulação, pois visa a contração das fibras musculares e o sangue é trazido para a superfície,
induz o tónus muscular, reduz os depósitos de gordura, ajuda a soltar o muco dos pulmões.

Efeito estimulante;
Provoca hiperemia;
Aumenta o tónus muscular;
Eliminação da congestão no pulmão.

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 Amassamento

Existem várias técnicas de amassamento como: compressão, rolamento e torção.


Permite que os músculos sejam trabalhados num nível mais profundo, visa maior nutrição às fibras
musculares, melhora o fluxo da linfa. Na camada adiposa, solubiliza gordura, ou seja, parte pequenas
partículas das moléculas das células adiposas, que ficam nos espaços intersticiais para posteriormente
serem conduzidas aos canais de eliminação de resíduos.

 Pinçamento/Belisco

Vivifica e estimula a pele;


Aumenta a irrigação sanguínea;
Provoca hiperemia;
Favorece a nutrição;
Tonifica o tecido muscular;
Evita a flacidez;
Elimina as gorduras;
Reduz o tecido adiposo;
Ativa a irrigação sanguínea nas estrias.

 Vibração

Movimentos vibratórios que podem percorrer a superfície cutânea até aos órgãos.

É praticada com uma ou duas mãos, consiste num movimento de agitação ou tremor que
é transmitido aos tecidos pela mão toda ou pontas dos dedos.

Estimulam nervos, músculos e órgãos.

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Quando a manobra é suave tem um efeito analgésico, mas quando é energética tem um efeito
estimulante.

Nota:
As mobilizações são manobras também utilizadas na massoterapia com o objetivo de melhorar a
elasticidade, mobilidade e flexibilidade das articulações.
Os estiramentos ajudam a estirar a musculatura e alinhar articulações, como na coluna vertebral.

Posicionamento da/o cliente

A posição de decúbito é recomendada uma vez que permite o relaxamento dos músculos abdominais, e as
coxas encontram-se apoiadas de modo a melhorar o fluxo venoso e linfático desde a parte distal de
extremidade inferior, recomenda-se para isso uma almofada que suporte os membros inferiores e diminui a
lordose lombar. Porém em todas as posições a cabeça, os ombros e as outras partes do corpo deverão
estar apoiadas.

• Posição da/o cliente

- Decúbito dorsal

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- Decúbito ventral

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Os gregos usavam a massagem nas Olimpíadas para aliviar dores e aumentar a recuperação
muscular dos atletas (apoterapia). Sabiam que ao amassar a musculatura de uma atleta, este
recuperava rapidamente do cansaço ou de uma lesão causada pela atividade desportiva. Na
verdade, os massagistas antigos eram médicos e tinham grandes status na sociedade.
Na Europa do século XIX, na Suécia, o esgrimista Per Henrik Ling cria o Real Instituto de
Ginástica, desenvolve técnicas de tratamento para problemas musculoesqueléticos e sistematiza e
publica um conjunto de trabalhos sobre a massagem.

Na massagem desportiva, pensa-se nas necessidades individuais do atleta. O aumento do


número de praticantes, aliado ao incremento da competitividade e intensidade do exercício,
contribuiu para elevar o estatuto da massagem, agora, mais do que nunca, reconhecida como um
meio privilegiado de recuperação. A massagem desportiva deve ter pontos em comum com outros
tipos de tratamento dentro do âmbito da massagem e é muito importante acumular grande
conhecimento de anatomia e fisiologia, em particular os sistemas muscular e esquelético. Ao
compreender-se estes sistemas e os efeitos do exercício, pode apreciar- se como a massagem
beneficia o atleta e se toma parte integral do programa de treino.

O Desportista Profissional e Amador

O desporto, quer a nível profissional, quer a nível amador é reconhecido como uma atividade de
extrema importância e vem sendo praticado por um número crescente de amantes do exercício
físico, da qualidade de vida e do bem-estar.
No entanto, como qualquer atividade, se não for executada dentro de determinadas condições,
pode originar alguns problemas, nomeadamente de ordem musculoesquelética. A nível da alta
competição, estes cuidados estão assegurados por profissionais de várias áreas, do médico
desportivo passando pelo terapeuta e terminando no técnico massagista. Os maiores problemas
ocorrem a nível dos praticantes amadores, quer seja por puro desconhecimento, por simples
desleixo ou, na maior parte dos casos, por não terem ou não saberem a quem recorrer de modo
a preencherem esta lacuna vital na sua atividade desportiva.

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No entanto, alguns dos fatores de risco estão também presentes na área da alta competição,
principalmente pela falta de tempo e empenho do atleta na inclusão da massagem desportiva como
uma rotina do seu plano de preparação, competição e recuperação.

Hoje em dia, o desportista aficionado pode treinar tão intensamente como os atletas
profissionais o faziam há apenas dez anos, mas há um preço a pagar por um tão elevado nível de
esforço. O corpo necessita de descanso para permitir que se recupere da fadiga, consequência de
um treino duro, e para o ajudar a desenvolver a necessária elasticidade de forma a alcançar um
rendimento ótimo.

Conforme aumenta progressivamente o treino, atinge-se um ponto onde o corpo já não


consegue recuperar totalmente entre as sessões, e a curva de rendimento é linear e,
eventualmente, declina. Os sintomas de uma recuperação incompleta são as dores musculares,
dores nas articulações, inflamações dos tendões e da cavidade anatómica. Outras indicações deste
sobretreino podem incluir a ansiedade e a dificuldade em dormir causada pela tensão física, o mal-
estar e as dores em geral. Quando o sistema musculoesquelético está sobretreinado até este
ponto, fica vulnerável ao traumatismo.

Enquanto se segue um programa de treino aparentemente normal pode-se sofrer uma lesão
aguda como uma distensão muscular, deslocações das articulações e fraturas, pelo esforço
violento. De facto, estas manifestações raramente provêm de acidentes e podem ser evitadas com
uma focagem mais racional das atividades de recuperação.

Deve programar-se um tempo de descanso suficiente para permitir que os sistemas corporais
recuperem plenamente entre as sessões de treino. O dia só tem vinte e quatro horas, dadas as
crescentes exigências de treino, pode ser que não seja possível uma recuperação completa a
menos que se melhore a eficácia dos períodos de descanso.

Compreende-se perfeitamente a importância da recuperação, o "stretching" (estiramentos e


alongamentos) deveria constituir uma parte integral do programa de treino. Ao realizar estes
exercícios de modo apropriado, é possível reduzir a tensão muscular que impede uma recuperação
completa. O "stretching" propõe-se a fazer trabalhar os grupos musculares como um todo. O
músculo não atua como uma unidade simples, divide-se em muitos subcompartimentos, cada um
dos quais realiza um esforço diferente para fazer frente à complexidade do movimento pretendido.

A área normal do movimento, (dependendo da modalidade), em algumas articulações restringe a


eficácia do "stretching". A massagem pode ser utilizada para o relaxamento geral do sistema
musculoesquelético; assim como também pode ser direcionada a áreas com problemas
localizados, melhorando desta forma a recuperação.

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Todas as atividades desportistas implicam uma ação muscular como força motriz, e muitas lesões
desportivas são precisamente lesões musculares.

A massagem é a melhor forma para tratar a tensão muscular, e apresenta a singular vantagem
sobre a maioria das restantes terapias, podendo ser utilizada com regularidade para ajudar a
prevenir lesões por esgotamento psíquico, assim como também pode ser utilizada para o
tratamento de lesões específicas.

Graças à massagem, o terapeuta pode eliminar a generalidade de dores musculares e dores de


ordem geral, que alguns desportistas parecem aceitar como atributo normal da sua gradual
melhoria da forma física, tratando de o omitir mediante o uso de drogas. Estas dores musculares e
outras dores podem conduzir a problemas mais sérios, pelo que as vantagens da massagem para
prevenir as lesões são realmente importantes.

No caso de lesões específicas, a massagem pode explorar mais internamente os tecidos moles
do que qualquer outro tipo de terapia, e os problemas locais podem ser diagnosticados com maior
conhecimento de causa. As máquinas de massagem mecânica e o equipamento eletroterapêutico,
hoje em dia, amplamente utilizados para tratar lesões desportivas.

O que é a Massagem Desportiva

Se pensarmos na atividade de um atleta, do treino à competição e durante esta, verificamos que


existem necessidades e formas de atuação próprias para cada um destes momentos. Com o
objetivo de preparar, manter e recuperar os atletas para
a prática desportiva, foram desenvolvidas técnicas e
metodologias específicas que resultaram na criação da
Massagem Desportiva.
É então composta por um conjunto de técnicas de
manipulação das estruturas musculoesqueléticas,
usando conceitos comuns à Massoterapia, mas com
incidência particular em zonas corporais cruciais à
atividade desportiva do atleta, adicionando

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características específicas reforçadas quer a nível da pressão exercida e da localização, velocidade


de execução e intensidade, quer ainda recorrendo a mobilizações e alongamentos como
complemento essencial.
Existe assim, uma maior incidência na localização, vigor e dinâmica.

Cada atleta e cada modalidade tem o seu ciclo próprio e a sua especificidade, nomeadamente
quanto aos grupos musculares mais utilizados. Isto significa que a massagem deverá estar
adaptada a cada caso.
Como parte integrante na recuperação do atleta deve ainda referir-se o recurso ao uso do frio e
do calor, principalmente no dia seguinte à competição, sendo neste caso muito utilizado o chamado
Banho de Contraste que se deve iniciar com calor, alternando depois com o banho frio com gelo
numa sequência que termina com um banho morno de 5 minutos.
Segue-se então a massagem e finaliza-se com Técnicas Especiais de Cinesoterapia (do grego
kínesis, movimento e therapeia, terapia), mobilizações.

A Massagem desportiva é uma técnica indicada para atletas amadores ou profissionais, pois ela
trabalha com a manipulação e reabilitação dos tecidos moles do corpo, incluindo músculos,
ligamentos e tendões.

Com a massagem manual o terapeuta vai subtilmente aperceber-se das alterações dos tecidos
graças à sensibilidade das suas mãos, e pode adaptar deste modo o tratamento em conformidade
com aquelas perceções. Por esta razão, cada tratamento pode ser exclusivamente adequado às
necessidades específicas do desportista em cada eventualidade, aplicando diferentes técnicas que
produzem resultados específicos.

Possui uma sequência de manobras de deslizamento, fricção, bombeamento, pressão,


amassamento, percussão, vibração e movimentação (mobilização). Utiliza a Cinesiologia Aplicada
e manobras de alongamentos para auxiliar a promover movimentos, e também a Drenagem
Linfática como sistema de auxílio.

Deslizamento profundo

Executado com mais pressão do que o anterior, logo, ativa a circulação em tecidos mais
profundos.

Auxilia a circulação de retorno venosa e linfática. Tem sentido obrigatório. Deve ser feito no
sentido da circulação venosa, sempre da periferia de um determinado segmento para o centro do
corpo, o coração (direção centrípeta) e retorna com movimentos leves e suaves.

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Estimula o organismo, melhora a circulação e ativa o fluxo da linfa para que resíduos sejam
eliminados. Elimina toxinas de tecidos mais profundos.

Fricção

Deslizar as mãos ao longo da pele, causa uma fricção que provoca grande parte do calor que
ocorre na massagem. A melhoria da microcirculação proporciona mais sangue quente às camadas
superficiais. Estes efeitos de aquecimento são benéficos dado que aumentam a flexibilidade dos
tecidos e melhoram o metabolismo.

Bombeamento

Cada movimento aplicado ao longo da circulação dos sistemas venosos e linfáticos ajuda na sua
circulação. As alterações da pressão contribuem para a circulação do fluido nos vasos venosos e
linfáticos e deixam espaço a novos fluidos procedentes de tecidos mais profundos. Quando os
músculos estão tensos ou existe uma pressão acentuada nos compartimentos do músculo, a
circulação é inibida, não só nos músculos, como também nos outros tecidos como as articulações,
ligamentos e tendões. Dado que o sangue é rico em oxigénio e outras substâncias vitais para a
regeneração e o crescimento, o efeito de bombear alcançado com a massagem é essencial para
restabelecer o estado normal dos tecidos.

Pressão

É feita com as polpas dos polegares, a ponta dos dedos e os cotovelos. É exercida com
pressão, produz um efeito nas estruturas abaixo da pele, tonifica as terminações nervosas,
aumenta o fluxo sanguíneo e melhora os ligamentos ou articulações.

Amassamento

Existem várias técnicas de amassamento como: compressão, rolamento e torção.

Permite que os músculos sejam trabalhados num nível mais profundo, visa maior nutrição às
fibras musculares, melhora o fluxo da linfa. Na camada adiposa, solubiliza gordura, ou seja, parte
pequenas partículas das moléculas das células adiposas, que ficam nos espaços intersticiais para
posteriormente serem conduzidas aos canais de eliminação de resíduos.

Percussão

Consiste numa variedade de movimentos nos quais os músculos são estimulados por várias
partes das mãos, como os lados, as palmas ou até mesmo os punhos cerrados.

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Os movimentos de percussão são realizados apenas nas áreas com mais tecido muscular.

Melhora a circulação, pois visa a contração das fibras musculares e o sangue é trazido para a
superfície, induz o tónus muscular, reduz os depósitos de gordura, ajuda a soltar o muco dos
pulmões.

Vibração

Quando a manobra é suave tem um efeito analgésico, mas quando é energética tem um efeito
estimulante.

É praticada com uma ou duas mãos, consiste num movimento de agitação ou tremor que é
transmitido aos tecidos pela mão toda ou pontas dos dedos.

Mobilização

Manobras para melhorar a flexibilidade, resistência e mobilidade das articulações.

"Stretching" (estiramento, alongamento)

Os desportistas conhecem a importância do "stretching", e as técnicas de massagem podem


também proporcionar este efeito nos músculos, tendões e na fáscia lata (aponevrose), a membrana
que envolve os músculos. Com a massagem, as massas musculares são estendidas
longitudinalmente e movidas transversalmente. Isto estica as fibras e move as massas musculares
ao mesmo tempo no sentido oposto, melhorando, portanto, a circulação intramuscular e rompendo
as possíveis aderências. O "stretching" com massagem é sempre aplicado a áreas localizadas e
pode ser efetuado sistematicamente em todo o músculo.

Efeitos

O efeito da massagem é imediato. No entanto apenas uma rotina de continuidade trará


benefícios de caráter permanente.

Permeabilidade do tecido

As técnicas de massagem de fricção e pressão profunda criam um aumento localizado em


pressão, que causa uma abertura das membranas das células, facilitando o intercâmbio de fluidos.
Melhora a expulsão dos resíduos musculares como o ácido láctico, que se forma nos músculos
durante e imediatamente depois de um exercício duro. Os fluidos altamente oxigenados, ricos em

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nutrientes, são então absorvidos com mais facilidade. Este processo é necessário para normalizar
o metabolismo do tecido e facilitar a regeneração e vigor dos tecidos que se produz depois do
treino.

Roturas

Pode aparecer tecido cicatrizado em tecidos moles, como músculos, tendões e ligamentos do
desportista em consequência de lesões anteriores ou da gradual acumulação de lesões por
extenuação devidas a um microtrauma repetido. Isto pode causar tensão e rigidez, que por sua vez,
pode conduzir a problemas locais ou reflexos. A técnica de massagem Desfribrosante Profunda
(aplica essencialmente manobras de fricção dos tecidos), ajudará a recuperar o tónus normal dos
tecidos, e restabelecerá tanto as propriedades elásticas como a esfera de ação do movimento.
Deve-se aplicar a massagem numa distensão eficaz sobre áreas locais do músculo para aliviar a
tensão e, mediante fricção transversal, eliminar a fibrose.

Melhoria da Elasticidade

O esforço muscular de tipo isométrico repetitivo e particularmente duradouro afeta os tecidos


duros e carentes de elasticidade. Provocando uma alteração no metabolismo, os tecidos normais
começam a desgastar-se e são lentamente substituídos por componentes fibrosos e menos
elásticos. Através da massagem dos tecidos moles é possível estirar as estruturas elásticas até à
sua longitude máxima em todas as direções. Isto é necessário para manter a elasticidade normal
dos tecidos que estão constantemente submetidos a grande tensão em certas posições.

Favorecer a microcirculação

As medições têm demonstrado que a massagem aumenta a circulação sanguínea nas partes
tratadas. Isto por si só não é significativo visto que o exercício ativo dos músculos aumenta muito
mais a circulação sanguínea. O importante é que a massagem abre as artérias e os capilares,
melhorando deste modo o intercâmbio de fluidos nos tecidos.

Alivio da dor

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Em cada treino intensivo tende-se a obter uma excessiva tensão dos músculos que restringe a
circulação e diminui o oxigénio dos tecidos. Os produtos metabólicos de resíduos acumulam-se
nestes tecidos, o que provoca a dor.
Os efeitos mecânicos da massagem e do "stretching" melhoraram estas situações, aumentando a
circulação. Novamente os efeitos dos alongamentos na massagem são benéficos e traduzem-se num
alívio da dor. A massagem é adequada para reduzir a dor mediante atos reflexos que afetam o
sistema nervoso central. Causando a libertação de endorfinas que anulam as sensações de dor no
cérebro.

Relaxamento

O relaxamento local dos músculos é alcançado através de muitos dos efeitos mecânicos da
massagem, como aumento moderado de calor, circulação e oxigenação. A massagem estimula os
mecano-receptores, que recebem pelos sentidos do tato, a pressão do alongamento dos tecidos, o
movimento e o calor no músculo e nos tecidos conjuntivos. Pode-se criar plena consciência do
relaxamento mediante massagem geral, superficial e de estiramento. Existem diferentes técnicas
ocidentais e orientais, mas os efeitos destes mecanismos são os mesmos.

Equilíbrio do sistema nervoso autónomo

Reduzir a tensão do músculo e eliminar a dor devido a transtornos musculoesqueléticos,


especialmente no pescoço, tem revelado uma diminuição da repetição de casos de enxaqueca,
diminuição da tensão arterial elevada do sangue e pode parar a síndrome de hiperventilação.
Contribuirá, também assim, para obter um melhor relaxamento e favorecer o sono depois de um
exercício vigoroso.

Efeitos mecânicos da massagem

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- Aquecimento moderado por fricção

- Bombear a circulação

- Stretching dos tecidos moles

- Esgaçamento (liberta aderências) dos tecidos cicatrizados

- Liberta aderências entre os músculos

- Aumento da permeabilidade

- Favorece a circulação

- Eliminação de enzimas

- Melhoria da elasticidade

Efeitos reflexos da massagem

- Relaxamento

- Alívio da dor

- Favorecimento da microcirculação

- Equilíbrio do sistema nervoso autónomo

Benefícios

- Diminui o risco de lesão muscular e tendinosa


- Promove a recuperação de lesões
- Promove a recuperação da fadiga muscular
- Liberta aderências
- Reduz o espasmo muscular
- Tonifica o tecido muscular
- Melhora a mobilidade articular
- Aumenta o fluxo sanguíneo
- Estimula o processo de cicatrização
- Melhora a consistência do treino
- Aumenta a confiança
- Permite maior longevidade na prática da modalidade

Vantagens

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Todos os atletas desejam aumentar as suas performances desportivas. Para conseguirem os


melhores resultados, seguem um plano de treino rigoroso que faça aumentar as suas capacidades
e habilidades, como a força, resistência e velocidade.
No entanto, o aumento dos níveis dos treinos aumenta também a probabilidade de ocorrência de
lesões musculares que, por vezes impedem a competição durante meses e em casos mais graves
podem mesmo impedir a continuidade do atleta.
Por isso, um dos maiores benefícios reside na prevenção para o atleta na sua prática desportiva
de modo a evitar qualquer tipo de lesão musculoesquelética. Caso ocorram, o tratamento de lesões
consiste noutro resultado positivo oferecido pela massagem.

Contraindicações

É recomendável não fazer massagens quando o corpo estiver ainda quente pelo efeito da
prática de exercícios (espere pelo menos 5 minutos, ideal cerca de 30 minutos).

A massagem desportiva é desaconselhada em diversas situações, quando o prejuízo se sobrepõe


ao benefício. Por isso, os atletas devem evitar a massagem quando se verificarem os seguintes
casos:

Temperatura do corpo superior a 38 graus ou mal-estar do atleta.

Existência de traumas, feridas abertas, contusões recentes, roturas musculares, entorses, frieiras
e queimaduras.

• Tumores,

• Doenças circulatórias (veias varicosas, flebites, tromboses);

• Melanoma;

• Hemofilia; (problemas de coagulação do sangue)

• Doenças de pele infeciosas (infeções bacteriológicas, de fungos, virais e herpes) –


Somente na região afetada;
• Reação adversa ao tratamento;

Quando devo fazer?

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A frequência das sessões de massagem depende da carga de treino. Um atleta de alta


competição que faça treinos bidiários deve submeter-se a duas sessões de massagem por
semana, enquanto um atleta que faça seis a sete treinos por semana, uma sessão de massagem
por semana será suficiente. Quanto a quem treina três a quatro vezes por semana, uma sessão de
quinze em quinze dias é o aconselhável.

A massagem desportiva pré e pós competição possuem estímulos e objetivos diferentes. Confira:

Pré competição:

A massagem é indicada para preparar a musculatura para o dia da competição, o atleta sente-se
mais confiante e concentrado para a prova.
É uma massagem tonificante e rápida - de excitação ao Sistema Nervoso Central. O objetivo
desta massagem é de aquecer a musculatura, promover vaso dilatação, hiperemia (um aumento da
quantidade de sangue circulante), estimulação e excitação.

Pós competição:

A fadiga muscular é a principal queixa de dores dos atletas após a competição.

A massagem terá ação desintoxicante e será feita com movimentos de amassamento lentos e
profundos.

O objetivo desta massagem será de recuperar as fibras musculares, eliminando resíduos


metabólicos do corpo através da drenagem sanguínea e linfática, para acelerar a regeneração do
atleta e favorecer a nutrição celular.

Pré competição:

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Objetivo:
- Preparar o corpo para a atividade física. Elevar a temperatura das regiões que irão sofrer maior
desgaste e normalmente é realizada antes do aquecimento (de 20 a 30 minutos). Neste caso, as
manobras realizadas são mais rápidas, intensas e vigorosas para “acordar” a musculatura,
deixando-a mais ativa durante a prova.

Em suma, a massagem antes do exercício físico utiliza manobras comuns à Massoterapia,


com características reforçadas quer a nível da pressão exercida, quer na velocidade e na
intensidade.

Deve respeitar a o sentido da circulação de retorno nos deslizamentos profundos finais e deve
trabalhar as fibras musculares respeitando as suas direções e transversalmente como por exemplo,
com o amassamento em torção.

Como complemento, pode recorrer ás mobilizações das articulações e aos estiramentos,


alongamentos.

Como foi dito anteriormente, a massagem deve ser adaptada individualmente tendo em conta o
porte físico e atividade, pois as zonas a serem trabalhadas diferem tendo em conta o tipo de
exercício do atleta.

Exemplos de diferentes portes físicos (biotipos) e modalidades mais indicadas:

Biótipos:

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Mesomorfo: tipo mais comum, onde na maioria das vezes as pessoas têm ossos grandes e
músculos bem definidos ou grande facilidade de adquiri-los.

Os homens possuem peitorais e ombros mais largos e quadris mais estreitos, até parecem um
triângulo em posição contrária.

Já as mulheres apresentam um formato mais parecido com um retângulo quando vistas de frente,
pois apresentam o quadril mais largo em relação aos homens.

Pessoas com biótipo mesomorfo tendem a se superar em desportos de força e resistência como o
rugby e corridas curtas.

Dicas para os mesomorfos:

- devem alternar musculação com atividades aeróbicas para manter um bom


condicionamento físico;
- para definição muscular, devem levantar pouco peso já para aqueles que pretendem
aumentar os músculos fazer menos repetições com carga elevada.

Atividades físicas recomendadas: musculação associada a caminhadas, corrida, moutain bike,


ginástica localizada, atletismo, natação e futebol.

Endomorfos: são pessoas que apresentam corpo torneado com membros relativamente
curtos, mãos e pés pequenos e cintura alta. Engordam com facilidade e apresentam quadris
largos e coxas bastante volumosas.

Dicas para os endomorfos:

- estão indicados os exercícios aeróbicos como natação, caminhadas e corridas;


- exercite mais os músculos inferiores fazendo natação, andando de bicicleta, mini trampolim
e exercícios com carga reduzida;

Atividades físicas recomendadas: natação, boxe, caminhadas, corridas, entre outras.

Ectomorfos: tem como marca o corpo longilíneo e físico pequeno com baixa concentração de
gordura corporal, quadris e ombros de mesma largura, anca estreita, cintura, tornozelo e pulsos
finos. Como exemplo tem os maratonistas e as modelos. Uma das características das pessoas
deste biótipo físico são a agilidade e a leveza, superando-se em corridas de longa distância.

Normalmente causam inveja nas pessoas que vivem lutando contra a balança porque podem
comer de tudo que não engordam, mas por outro lado apresentam dificuldade em ganhar músculos.
Estas pessoas precisam treinar muito pesado nas aulas de musculação para ganhar massa
muscular.

Dicas para os ectomorfos:

- devem fazer no máximo 30 minutos de atividades aeróbicas diárias, sendo o suficiente para
fortalecer o sistema cardiorrespiratório e não perder massa muscular;
- é necessário consumir grande quantidade de calorias para adquirir massa muscular, então
a ordem é comer mas com qualidade;
- devem levantar muito peso para poder ganhar massa muscular.

Atividades físicas recomendadas: musculação, ginástica localizada, boxe, body pump, moutain
bike.

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Alguns exemplos, tendo em conta a atividade física:

Natação
A natação é um desporto que solicita todos os
músculos, mas trabalha, principalmente, os
músculos da coxa, do dorso e dos braços. Antes
do nadador entrar na água, quer seja para treinar
ou para competir, é recomendado que se faça a
massagem estimulante, pois esta aquece o corpo
e o predispõe à atividade na água, cuja
temperatura é geralmente inferior à do corpo.
Após a massagem estimulante, deve fazer a
massagem respiratória, a fim de ativar os
músculos respiratórios e aumentar a circulação
sanguínea local.

Futebol
No futebol, os músculos dos membros inferiores são os mais solicitados principalmente o
quadricípite femoral e o tensor da fáscia lata. Neste desporto, a massagem estimulante deve ser
feita antes dos treinos e dos jogos, preparando o músculo para a atividade. Depois dos jogos e dos
treinos, deve fazer a massagem desintoxicante e uma movimentação passiva das articulações dos
membros inferiores, a fim de aliviar as tensões nas articulações, principalmente nas dos joelhos.

Ciclismo
O ciclismo, além de trabalhar com os músculos inferiores, também auxilia na circulação e no
desenvolvimento do tórax. Por isso, devem ser feitas as massagens estimulantes, antes da prática,
e desintoxicante, depois da prática. Além da massagem respiratória.

Remo
Nessa modalidade, todos os músculos são recrutados, no entanto, os mais empregados são os
do tronco e dos membros inferiores.
A massagem em remadores deve ser feita durante vários dias antes da prova ou do treino intenso
a fim de preparar o músculo para esse trabalho exaustivo.
Antes da prova e dos treinos deve ser feita a massagem estimulante, como nas outras
modalidades. E no final de cada treino e também das provas deve ser feita a massagem
desintoxicante, juntamente com um deslizamento profundo, para que este atue nos músculos que
mais se esforçaram.
Salto

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Nesta modalidade, são utilizados, principalmente, os músculos extensores da coluna vertebral, os


do tronco e os dos membros inferiores, os mais solicitados quando se pratica o salto. Logo, a
massagem será aplicada com o objetivo de trabalhar estes músculos.

Assim como nas outras modalidades citadas, no salto o atleta também deve receber a
massagem estimulante antes dos treinos e das competições e a massagem desintoxicante depois
dos treinos e provas. Porém, nesta modalidade, deve-se dar mais ênfase à coluna, antes do
exercício deve-se prepará-la para o alto impacto dos exercícios e, após a atividade, a massagem
deve atuar também na coluna, trabalhando principalmente nos extensores da coluna, para aliviar e
distender os mesmos.

Corrida

Nos corredores, os músculos das pernas (tricípite crural) são os que devem receber uma maior
atenção. Além desses, os músculos costais, da região lombar, também devem receber uma grande
atenção.

Assim como nas outras modalidades, deve ser feita a massagem estimulante antes e a
desintoxicante depois. Porém, deve existir uma atenção maior nas articulações dos joelhos e
coxofemorais que, além da massagem ativa, devem receber também a passiva, a fim de aliviar
tensões nesses locais.

Basquete

Neste desporto, deve fazer a massagem do corpo inteiro. Contudo, os músculos da cintura
escapular (deltoide, supra e infra espinhosos, tríceps braquial, redondos, maior e menor e peitoral)
devem receber uma atenção especial. Assim como nos demais desportos, deve fazer a massagem
estimulante antes e a desintoxicante depois,

Também é aconselhável que se faça a massagem passiva nas articulações dos pés, tornozelos e
joelhos, pois são articulações bastante requisitadas em jogo e que devem estar fortalecidas e
"descansadas" .

Tendo um massagista desportivo conhecimento de massoterapia (manobras de massagem,


execução e efeitos), de anatomia (músculo esquelética), e fisiologia (sistemas e seu
funcionamento), tem capacidade para adaptar esses mesmos conhecimentos para a prática da
massagem desportiva.

O exemplo da sequência que segue de algumas manobras de massagem nos membros inferiores
pode ser adaptado a outras zonas corporais, não esquecendo que o objetivo é melhorar a irrigação
sanguínea nas fibras musculares, melhorar a elasticidade dos tendões (inserção dos músculos
nos ossos) e melhorar a flexibilidade das articulações de forma a melhorar o rendimento do atleta
e evitar/prevenir lesões de vido ao esforço físico.

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Manobras de massagem de
preparação/aquecimento muscular para a
prática do exercício físico

Membros inferiores

- deslizamento profundo

- pressão planta do pé

- estiramento/alongamento do pé

- fricção com ambas as mãos e nodulares profundas

- torção (deslizamento profundo no sentido oposto à direção das fibras musculares)

- amassamento

- tapotagem

- descolamento de aderências entre músculos

- vibração/agitação/tremor nos tecidos mais profundos, todo o membro

- alongamentos/estiramentos

- deslizamentos profundos

Para trabalhar membros superiores, não esquecer que deve trabalhar também as costas, ombros
e pescoço, uma vez que os movimentos destes membros exercem muita pressão em músculos
como o trapézio, grande dorsal, esplénio, esternocleidomastóideo, entre outros, assim como a
articulação do úmero envolve a omoplata.

Para trabalhar zona abdominal, como já deve saber, não deve esquecer que estão sistemas e
orgão sem uma estrutura esquelética a proteger, pelo que deve ter especial atenção a movimentos
mais bruscos e especialmente à profundidade da pressão exercida, tem de ter em atenção que
deve trabalhar o sistema muscular e a irrigação sanguínea sem afetar o normal funcionamento dos
orgão internos da cavidade abdominal.

Para trabalhar peito, caixa torácica e costelas, acima do grande peitoral, tanto nos homens como
nas mulheres, encontram-se as glândulas mamárias, embora mais desenvolvidas nas mulheres,
pois são estas que estão geneticamente programadas para a gestação e amamentação. Acima, e a
proteger as glândulas mamárias não existe nenhum músculo, por isso os músculos a serem
trabalhados são os se encontram o mais próximo das mesmas, devendo trabalhar as zonas
contíguas o mais próximo possível, assim pode trabalhar a inserção dos músculos no esterno e os
músculos que se encontram entre as costelas, como os dentados, os romboides, etc. Pode
trabalhar os músculos perto da clavícula e do pescoço.

Nota: por se tratarem de movimentos mais vigorosos, ter especial atenção ás zonas de gânglios
linfáticos, pois estes não devem ser pressionados.

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Pós competição:

Objetivos:
- Alivio das dores;
- aumentar a recuperação muscular dos atletas;
- recuperar rapidamente do cansaço;
- diminui a tensão muscular provocada pelo esforço, trabalha
contraturas e pontos de gatilho nos músculos que fizeram um maior
esforço físico;
- reduz a ansiedade;
- diminui a dificuldade em dormir devido à tensão física.

Atua na descompressão, reduzindo os espasmos musculares, devolve


a flexibilidade, liberta os produtos (enzimas e algumas toxinas) criados pelo metabolismo durante a
competição, promove o alcance normal do tónus e alongamento muscular, acelera o processo de
recuperação do esforço e fadiga, facilita a circulação sanguínea e linfática, melhora o retorno dos
atletas aos altos níveis de treino e reduz o risco de lesões.

Recupera as estruturas sobrecarregadas, cria as condições ideais à reconstrução proteica do


tecido muscular desgastado e reabilita no caso da existência de lesões produzidas por acidentes
desportivos.

Nas mobilizações restabelece o movimento articular e providencia o alongamento dos tecidos


moles.

Adicionalmente repõem-se os níveis de oxigénio, facilita-se a drenagem venosa e linfática,


reciclam-se os subprodutos metabólicos, reduz-se a tensão/tónus muscular e devolve-se a
flexibilidade.

Ajudava também à eliminação do ácido lático, produzido durante o esforço e usado como fonte
de produção de energia aeróbica pelo tecido muscular. Várias toxinas são drenadas para o sistema
linfático durante a massagem e posteriormente recicladas ou eliminadas pelo organismo, podendo
por isso dizer-se que a massagem é também um princípio ativo neste processo.

Para eliminar a possibilidade de rigidez muscular tardia e trazer mais proveito ao atleta, é
aconselhável ser aplicada num período curto após a prova, sendo o ideal cerca de 2 horas depois.

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A massagem no pós-evento promove uma recuperação de 2 a 3 vezes mais rápida que somente o
repouso.

A massagem pós competição deve ser, tal como a pré competição, personalizada e adaptada
para cada atleta individualmente, tendo em conta a modalidade e o porte físico, mas no geral,
deve ser uma massagem que favorece o relaxamento muscular, liberte tensões, aderências e
dissolva contraturas, além de favorecer a circulação de retorno. A massagem de drenagem
linfática também se aplica na recuperação após um esforço físico.

A aplicação de frios (crioterapia) também favorece uma rápida recuperação da fadiga


muscular, assim como a alternância entre os frios e os quentes, também é bastante benéfico.

Manobras mais utilizadas:

- deslizamentos profundos;

- pressões nos ligamentos e nos pontos de maior tensão;

- amassamento com ritmo moderado;

- estiramentos e alongamentos;

- vibração;

- mobilizações;

Na drenagem linfática utilizam-se manobras específicas de drenagem linfática.

Qual a diferença da massagem relaxante para a desportiva

O principal objetivo da massagem relaxante é promover o relaxamento da musculatura tensa.


As suas manobras são mais calmas para que o corpo liberte hormonas como a ocitocina e
endorfinas que são responsáveis por acalmar o corpo.

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Técnicas específicas da massagem desportiva:

- Aplicação do frio;

- Aplicação do calor.

Crioterapia

A crioterapia é um tratamento que já existe há bastante tempo,


tendo resultados positivos.

O corpo humano necessita que a temperatura central ronde o


intervalo térmico de 36,7 a 37,1ºC, para conservação das funções
vitais. O hipotálamo é o principal regulador central da temperatura
corporal, tendo capacidade de integrar impulsos térmicos provenientes de quase todos os tecidos.

Sempre que a temperatura corporal se encontra


fora do intervalo térmico ideal, são
desencadeados mecanismos autónomos de
termorregulação (termólise/termogénese) que
permitem ao corpo retomar a temperatura
adequada.

A crioterapia consiste na utilização do frio com


fins terapêuticos. Existem diversos métodos de
aplicação de frio, compressas, gelo dinâmico,
banhos de gelo e a utilização específica da
bandagem crioterápica.

Aquando aplicação local de uma estimulação


fria numa primeira fase desencadeia-se um reflexo vasoconstritor acompanhado de piloereção com
diminuição do metabolismo a fim de diminuir as necessidades de oxigénio dos tecidos. Baseado
neste efeito é utilizado em fases agudas de lesões, com vista a controlo da hemorragia, redução da
resposta inflamatória, do edema e da dor.
O frio promove redução da dor por aumento do limiar de dor e por inibição das terminações
nervosas periféricas.

Numa fase aguda de pós-operatório a utilização do frio revela-se muito eficaz na redução das
complicações tardias, uma vez que o controle do extravasamento sanguíneo conduz a um menor
depósito de fibrina, minimizando as aderências tão frequentes na cirurgia estética.

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A sua aplicação na área estética, faz-se através de bandagem fria e consiste na aplicação de um
gel crioterápico à base de cânfora e mentol, com enfaixamento a fim de manter o arrefecimento por
um maior período de tempo, tendo como base o mecanismo de termogénese do organismo.
Quando a estimulação fria é mantida por um período de tempo prolongado e a vasoconstrição não
é suficiente para manter a temperatura central, o hipotálamo envia de estímulos para produção de
calor.

A produção de calor é mediada por dois mecanismos: mecânico e químico. O mecanismo


mecânico é o primeiro atuar através da estimulação da contração muscular (tremor), para tal terá
que transformar gorduras de reserva em energia, para que estas funcionem com substrato pelas
mitocôndrias. Um segundo mecanismo mais lento que consiste na estimulação, do sistema nervoso
simpático sobre os recetores b-adrenérgicos do adipócito, com aumento da conversão das reservas
energéticas em calor, e consequentemente aumento do metabolismo.

Na terapêutica flacidez cutânea, produz um efeito tensor, resultante da diminuição da


extensibilidade do tecido conjuntivo. Este recurso também é utilizado como finalizador de
tratamentos, com o objetivo de provocar vasoconstrição e impedir a eliminação dos princípios
ativos administrados via transdérmica, por evaporação.

Contraindicações da bandagem crioterápica:

• Sobre abdómen em patologias gástricas e/ou após refeições;

• Afeções dermatológicas, (devido ao vapor libertado pelo mentol)

• Cardiopatias;

• Hiper ou hipotensão;

• Febre;

• Patologias que agravam com o frio (ex: reumático e gota)

• Hipotiroidismo ter atenção à dosagem

Banhos de gelo – crioterapia

A técnica de banho de gelo, ou o de imersão, surgiu com o desporto. A primeira modalidade a


usar foi o atletismo e atualmente essa técnica já foi difundida.

Para lutar pelo ouro olímpico, por exemplo, as jogadoras fazem qualquer sacrifício, como
mergulhar numa banheira de gelo todos os dias após os treinos e jogos. É nessa parte que entra a
técnica de imersão.

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As aplicações do frio são utilizadas desde antes de Cristo, quando gregos e romanos utilizavam
gelo natural e neve para tratar problemas médicos. Já no século 19, as compressas frias foram
reconhecidas como auxiliares nas cirurgias. E hoje, século 21, aprimoramos técnicas e
conhecemos fisiologicamente seus efeitos.

Benefícios - O uso da crioterapia (que pode ser através de banho de gelo) produz anestesia,
analgesia, diminui espasmo muscular, incrementa o relaxamento, permite mobilização precoce,
incrementa o limite de movimentos, quebra o ciclo dor-espasmo-dor e diminui o metabolismo.

A temperatura da água utilizada nos banhos de imersão varia de -1 grau a cinco graus.
Utilizamos sempre esta técnica após atividade física, durante três a cinco minuto. Esta é uma
ótima técnica para recuperação muscular e prevenção de algum tipo de dor, através do efeito
causado pelo gelo.

Efeito fisiológico - O efeito fisiológico da crioterapia sobre a dor dá-se devido à diminuição da
velocidade da condução nervosa de forma proporcional à quantidade do arrefecimento corporal.

Quando usar - Em fraturas consolidadas ou em fase de consolidação, alterações posturais, pós-


lesões traumáticas como entorses, luxações, subluxações, lesões impactantes, etc., além de pós-
operatórios ósseos e articulares. Após atividade física prolongada e de esforço físico máximo. Isso
tudo de acordo com cada pessoa.

Resultados - Entre os resultados


podemos citar: benefícios como o aumento
da amplitude do movimento, diminuição da
tensão muscular, relaxamento, analgesia,
melhora na circulação, melhoria nos
processos inflamatórios, bem como
incremento na força e resistência muscular,
além de equilíbrio e melhoria do tónus
muscular.

Lembre-se que o gelo se usado


indiscriminadamente (sem a técnica
adequada ou por tempo excessivo) pode ser lesivo para os tecidos (principalmente a pele).

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ENFAIXAMENTOS DE CRIO

* 1 Lt de álcool etílico 70º a 75º volume


* 1 Lt água destilada
* 50 grs mentol
* 30 grs glicerina
* 50 grs de ureia
* 2 pedras de cânfora
* 1 frasco de boca larga de vidro escuro com alumínio envolto para o produto não
deteriorar

Modo de preparação: (prepara-se em farmácias)

Coloca-se sobre a água destilada o álcool, em seguida coloca-se os ingredientes pela


ordem descrita acima. Tapa-se, chocalha-se até dissolver o produto, aguarda-se 48 horas
antes de aplicar o produto.

Notas:

O mentol é para criar o frio, a glicerina é para mantê-lo mais tempo, a ureia é para
evitar quaisquer manifestações alérgicas ou cutâneas, a canfora é para dar aroma á
fórmula.
Tratamento: É indicado para emagrecimento e celulite.

Modo de aplicação:

Embebe-se a ligadura no liquido, espreme-se, aplica-se em espiral a partir da região


póstero-externa (de baixo para cima),
após enfaixar-se a zona, envolve-se com pelicula aderente, coloca-se a pessoa numa
postura de drenagem ( 20 a 30º de declive)
espera-se de 20 a 30 minutos. Após esse tempo retira-se tudo, as ligaduras lavam-se com
água corrente e faz-se uma massagem
e mobilização á anca ou 15 a 20 min de bicicleta estática. Os tratamentos devem ser uma
série de 12 a 15 sessões de 2 a 3 tratamentos
por semana. Aconselha-se a pessoa a beber 2 a 3 litros de água por dia e nada de
cocacola, chocolate, café.

Nota:

Não se deve fazer durante a menstruação pois desencadeia hemorragia e deve-se cobrir
os orgãos genitais

Utensílios para auxiliar:


3 ligaduras de gaze entrançadas.

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Termoterapia

A termoterapia é a utilização terapêutica de calor. O calor pode ser aplicado na área de


estética e massagem sob diversas formas dependendo do tratamento a ser feito.

A termorregulação do organismo humano:

A aplicação de um estímulo quente desencadeia uma primeira reação de defesa


autonómica com vasodilatação sanguínea com incremento das trocas metabólicas locais,
aumento da oxigenação e aumento da permeabilidade membranar.

A estimulação do centro regulador localizado no hipotálamo, conduz à estimulação da


termólise, esta ocorre por fenómenos físicos que envolvem convecção, radiação,
condução e evaporação. O último é o fenómeno mais eficaz e manifesta-se por aumento
da secreção das glândulas sudoríparas – sudorese.

Um aumento de temperatura até 40ºC pode aumentar a atividade metabólica até 200 a
300x, com aumento das necessidades energéticas e aumento da atividade fibroblástica. A
hemoglobina liberta o dobro do oxigénio a 41ºC, acelerando a regeneração dos tecidos
não inflamados.

A aplicação de calor aumenta o aporte de oxigénio, nutrientes e eliminação de


catabolitos. A utilização do calor com fins terapêuticos na área de dermato-funcional é
baseada no facto de que qualquer reação química é capaz de ser acelerada por um
aumento da temperatura. Segundo a lei de Van´t Hoff a taxa metabólica aumenta 13% a
cada 1ºC de aumento da temperatura corporal.

O calor proporciona também um aumento da capacidade de alongamento dos tecidos,


permitindo diminuição das aderências. Para além disso, favorece a permeabilização de
princípios ativos graças ao aumento da fluidez lipídica da membrana – termoforese.
Também a vasodilatação dos vasos subcutâneos representa um papel fundamental no
potencial de permeação. A aplicação de calor tem também um importante efeito
analgésico por ação sobre as terminações nervosas, o que aumenta o limiar da dor.

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Desta forma podemos concluir que o calor tem os seguintes efeitos terapêuticos:

1. Locais:

• Hiperemiante;
• Trófico;
• Anti-inflamatório;
• Analgésico;
• Antiespasmódico.

2. Gerais:

• Desintoxicante;
• Relaxante muscular;
• Trófico;
• Vasodilatador.
Recursos terapêuticos para produção de calor:

• Radiação infravermelha;
• Mantas térmicas; Sudação;

• Radiofrequência;
• Ultrassom terapêutico;
• Sauna;
• Banho turco;
• Envolvimento corporal com bandagens quentes embebidas num líquido que
contenha princípios ativos hiperemiantes (mentol, cânfora, nicotinato de metila, canela),
sais térmicos e vários princípios ativos para tratamento da
gordura localizada e celulite, como extrato de café, algas
marinhas que são ótimos para desintoxicar e acelerar o
metabolismo e a circulação favorecendo a permeação cutânea
dos princípios ativos que aumentam a circulação e
aquecimento da pele. A vasodilatação dá-se por mecanismos
neurogénicos simpáticos e libertação de substâncias ativas. O
ideal para o tratamento com as bandas quentes são 10 (dez)
sessões duas vezes por semana.

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Contraindicações da terapia por calor:

• Área com distúrbios circulatórios;


• Hipertensão severa;
• Neoplasias;
• Implantes metálicos no local da aplicação;
• Cardiopatias descompensadas;
• Alteração de sensibilidade;
• Cicatrizes recentes;
• Inflamação/Infeção;
• Transtornos hemorrágicos.

Caraterização de lesões

Tipologia das lesões

- Lesões tendinosas

LESÕES TENDINOSAS

Os atletas podem apresentar lesões agudas que são provenientes de roturas, sendo elas
parciais ou totais, geralmente relacionadas a trauma ou podem apresentar lesões crónicas, que são
ocasionadas por sobrecarga. A função dos tendões é dividida em duas categorias, uma é a
transmissão de força tênsil, a outra é o armazenamento e a libertação da energia elástica durante a
locomoção. A ação dos tendões no armazenamento e na libertação da energia é principalmente em
atividades desportivas com ciclos de alongamento e encurtamento.

Para armazenar e libertar altas cargas de energia sem danificar o tecido tendinoso, os tendões
necessitam de uma capacidade de absorção de energia maior. Se esta capacidade é insuficiente,
as diferenças entre a absorção de energia e a libertação pode rapidamente exceder a capacidade
do tendão, portanto quanto mais intensa a atividade mais problemas podem ser desenvolvidos nos
tendões.

Em desportos como corridas e saltos, a unidade do músculo tendinosa age como mola elástica,
sendo o risco de lesão maior, devido ao aumento de sobrecarga. Então é imprescindível aumentar
a capacidade de absorção de energia do tendão como prevenção e tratamento das lesões
tendinosas.

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O modo de fazer o tendão aumentar


sua capacidade é através de exercícios
excêntricos (exercícios com o objetivo
de aumentar a força muscular) e a
outra é diminuindo a rigidez do tendão
através do aumento da elasticidade.
Estes dois modos estão interligados,
pois para realizar exercícios excêntricos
de qualidade, o tendão deve estar
elástico.

As causas de lesões tendinosa, são efetuar de modo errado dos movimentos técnicos, estafa
física e, em particular, a associação trabalho-força. Entre todos os problemas causados pelo
excesso de uso e relacionados com a atividade física, a Tendinite é o mais comum.

A Tendinite no tendão de Aquiles é uma lesão comum de super uso, mas também pode ser
causada pelo músculo tricípite crural rígido ou fraco, ou qualquer condição que faça com que o
tendão fique menos flexível e mais rígido, como artrite reativa ou envelhecimento normal.

O Tendão Calcâneo ou vulgarmente denominado tendão de Aquiles, é uma faixa de tecido que
liga o osso do calcanhar ao músculo tricípite crural. Essas lesões envolvem irritação, estiramento
ou rotura do tendão que liga o músculo tricípite crural com a parte de trás do calcanhar. A rotura

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nesta estrutura resulta de uma manobra de salto ou de corte, comuns em ténis, basquete e
voleibol.

O rompimento parcial num tendão pode causar apenas dor e limitar de movimentos, porém
quando se dá um rompimento total, pode apresentar deformidade significativa, de modo que o
tendão apresente formato esférico ou ocorra uma atrofia muscular. Nesses casos, aplica-se o teste
de Thompsen, que é feito apertando o músculo tricípite crural para verificar se ocorre flexão no pé,
caso não haja, é comprovado o rompimento total.
Durante a atividade muscular, o tendão deve mover-se ou deslizar sobre outras estruturas ao seu
redor sempre que o músculo se contrair. Caso um movimento específico seja realizado
repetidamente, o tendão fica irritado e inflamado. Essa inflamação manifesta-se pela dor durante o
movimento, por edema e possivelmente com algum aquecimento.

De imediato deve-se prestar o primeiro atendimento, com imobilização e aplicação de gelo. É


necessária a realização de compressão e proteção local com ligadura. O uso da ligadura tem o
objetivo funcional de promover o posicionamento da articulação, sem que cause restrição da
mesma, apenas
limitando o movimento
indesejado ou o sintoma
relatado pelo paciente,
mantendo mobilidade
articular. Isso permite o
funcionamento
mecânico adequado e
evita sobrecarga nas
estruturas tendinosas,
ligamentos e músculos.

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LESÕES MUSCULARES

A maior procura das diferentes modalidades e o alto nível de competitividade dos desportos,
antigamente mais recreativos, têm produzido um
número crescente de lesões musculares.

As principais causas das lesões musculares são


os exercícios físicos inadequados ou insuficientes no
que diz respeito ao aquecimento do tecido muscular,
retração muscular acentuada, desidratação, nutrição
inadequada e a temperatura ambiente desfavorável.

Essas lesões podem ser diretas (mais comuns


nos desportos de contacto) ou indiretas (comuns nos
desportos individuais como a corrida, que exigem
potência muscular). Podem ser parciais (quando o
músculo perde a força, mas ainda se consegue
contrair) ou totais (quando a mobilidade é nula).

As lesões musculares podem ainda ser


traumáticas (estiramento, contusão e laceração) e
não traumáticas (cãibra e a dor muscular tardia).

Estiramento muscular

O que é: é a lesão mais comum entre os corredores. É uma lesão indireta em que é exigido ao
músculo um esforço além da força que as suas fibras podem gerar, rompendo essas mesmas
fibras. Pode ocorrer no início do treino, por falta de aquecimento ou esforço excessivo, ou no fim
das corridas mais longas, por fadiga muscular.

A maior parte das lesões musculares são classificadas como estiramento e estão divididas em
três graus:

1. Lesão muscular de grau 1 é uma lesão com rotura de poucas fibras musculares, mantendo-
se intacta a fáscia muscular, é o estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares.
Ocorre dor quando o músculo é solicitado pela contração. A dor localiza-se num ponto específico, o
movimento é doloroso, mas no geral, é possível a amplitude de movimento total. É frequente em
atletas com altas cargas de esforço físico e a recuperação pode demorar apenas uma semana.

2. Lesão muscular de grau 2 é uma lesão parcial de fibras, acompanhada de lesão parcial da
fáscia muscular. A contração ativa do músculo é extremamente dolorosa. No geral, há uma

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depressão palpável no ventre muscular e possível ouvir crepitação, como um “estalo”. Os sintomas
têm maior intensidade nesse tipo de lesão. Presença de dor e hemorragia, com hematoma na
região da lesão. A recuperação é mais lenta e pode afastar o atleta da prática desportiva por um
período de duas a três semanas.

3. Lesão muscular de grau 3 ocorre quando há lesão completa do músculo e da fáscia


muscular, ocorrendo assim, perda total de movimento. A dor é intensa no início, mas diminui com
rapidez, devido à completa separação das fibras nervosas.

Costuma ocorrer nos membros inferiores (músculos da coxa, posteriores da coxa e barriga da
perna).

Sintomas: inflamação com sangramento local proporcional à quantidade de fibras lesionadas.


Quando a acumulação de sangue é considerável, ocorre o hematoma. Dependendo da
localização do músculo lesionado, o edema ou o hematoma podem ser visíveis.

Causas: fadiga muscular e lesões musculares prévias.

Como evitar: alongar e aquecer-se antes da atividade física.

Tratamento: gelo, compressas e diminuição da atividade física. O tratamento cirúrgico é uma


exceção. A fisioterapia e o reforço muscular progressivo também aceleram o retorno do movimento.

Contusão muscular

O que é: é frequente na prática de alguns desportos de contacto e são lesões que ocorrem
devido a um trauma direto e não penetrante, resultado de forças externas, levando a rotura capilar,
edema, sangramento e resposta inflamatória. Os danos musculares podem ser graves e
desencadear extensas áreas de sangramento tanto dentro quanto fora do compartimento muscular.
As contusões podem ser classificadas, de acordo com a perda de função após a lesão, em leves,
moderadas e graves. De imediato, logo após a lesão, deve ser aplicado gelo ou compressa fria e

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se a área afetada for grande, deve exercer pressão para controlar o sangramento interno
com uma faixa elástica.

Sintomas: dor, hematoma e limitação da força e mobilidade.

Tratamento: a aplicação de gelo evita hematomas e diminui a inflamação. O tratamento baseia-


se em repouso, gelo e retorno gradual ao movimento. Evite períodos prolongados de mobilização.

Laceração muscular

O que é: pouco comuns em atletas, resulta de traumas diretos graves, na sua maioria
penetrantes. As lacerações musculares são resultantes de traumatismos graves, em que ocorre o
rompimento da integridade da pele, variando quanto à profundidade e pode apresentar-se na forma
linear ou irregular. Pode ocorrer isoladamente ou em conjunto com outras lesões em partes moles,
o grande risco deve-se à hemorragia, deve ser feito o estancamento do sangramento,
principalmente se atinge vasos sanguíneos como as artérias que pode causar danos nos tendões e
nervos.

Sintomas: no local da lesão forma-se uma cicatriz fibrosa que diminui a capacidade funcional do
músculo.

Tratamento: de imediato, deve realizar a aplicação de pressão direta firme e constante por 10
minutos no ferimento com uso de gaze estéril, caso não haja disponível no momento, usar material
limpo para evitar infeção. Deve-se também executar a elevação da região acima do nível do
coração, exceto se houver suspeita de fratura, deslocamento, objeto cravado ou lesão medular e o
uso de compressa fria também é indicado, pois proporciona a vasoconstrição. O processo de
cicatrização deste tipo de lesão pode gerar uma extensa formação e tecido cicatricial e
comprometer a capacidade funcional muscular. Quando a laceração é pequena, é possível tratar-
se sem cirurgia. Caso contrário, a intervenção cirúrgica, apesar de difícil, é necessária.

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Quanto às lesões musculares não traumáticas estão a dor muscular tardia e a cãibra.

Dor muscular tardia

O que é: dor pós-exercício, a Dor Muscular Tardia (DOMS), tanto pode ocorrer em indivíduos
sedentários que iniciaram a atividade física como em atletas de alto nível que mudaram o padrão
de movimento ou quando iniciaram atividades às quais não estão acostumados.

Sintomas: musculatura inchada, dura, sensível ao ser tocada, dolorida a cada tentativa de
movimentar e incapazes de grandes esforços, a dor é pior durante a contração muscular ativa e o
alongamento passivo. Geralmente, inicia-se algumas horas após o fim do exercício e atinge o pico
de intensidade após 24 a 48 horas. Não apresenta história de episódio traumático.

Tratamento: o alongamento da musculatura alivia a dor, assim como uma massagem de


drenagem linfática ou a aplicação da crioterapia. Suplementação com antioxidantes e anti-
inflamatórios.

Cãibra

São movimentos de contração


involuntários, geralmente realizados
por um músculo isoladamente ou por
um conjunto de músculos, surge após
uma atividade física em que se tenha
exigido demasiadamente do músculo
em questão.
Poderão surgir num atleta devido a
uma menor atividade do fígado
enquanto são feitas atividades físicas,
o que reduz a produção de amônia que é transformada em ureia, permitindo uma maior toxicidade
das fibras musculares do que quando estão em estado de produção normal, isto causa o desgaste
das fibras permitindo então o surgimento da cãibra. Outra hipótese é de que os exercícios
provocam uma maior produção de ácido lático resultante da produção do metabolismo dos
carbohidratos durante esse período. Esse ácido também é nocivo às fibras musculares e provocam
a cãibra muscular.
Não há até hoje uma teoria concreta e única para explicar o porquê do surgimento das cãibras
musculares, o facto é que geralmente nas pessoas sadias elas aparecem principalmente quando
estas se submetem a um esforço físico prolongado, de ritmo forte e excessivo para o sistema
muscular.

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Como paliativo, pode-se repor ao organismo os componentes necessários ao fortalecimento e


saúde da musculatura, que são o potássio, responsável pela energização das contrações
musculares e pelas vitaminas C e E que agem diretamente na formação e fortalecimento das fibras
musculares. Na prevenção, deve-se fazer alongamento antes dos exercícios físicos.

Em caso de ocorrência de cãibra, deve-se deitar o indivíduo e esticar, com cuidado, a perna
afetada, enquanto comprime o joelho com uma das mãos. Segurar o pé pelo calcanhar e com a
outra mão empurrar suavemente os dedos para cima e quando espasmo aliviar, massajar
suavemente os músculos afetados até sentir a zona relaxada. Em caso de cãibra no pé, colocar o
indivíduo de pé e apoiar firmemente o pé afetado, se os dedos apresentarem forte espasmo, estica-
los suavemente.

Para avaliar as lesões musculares traumáticas ou não traumáticas, são necessários exames
laboratoriais para diagnosticar corretamente as lesões musculares tais como a avaliação de Sódio,
Potássio, Cálcio, Fosfato, Magnésio, podem ser úteis em determinadas situações, a critério do
médico. Na suspeita de uma doença da tireoide, em que podem ocorrer lesões musculares de
repetição, pode se solicitar exames a esta glândula.

Aplicação da massagem nas lesões desportivas

Toda lesão traumática significa um rompimento dos tecidos e de vasos, o que provoca um
hematoma. Nestes casos uma manipulação pode levar ao aumento da lesão tecidual e aumentar a
hemorragia. Sendo assim, a única medida que o massagista pode tomar é aplicar gelo no local e
comprimir a parte lesionada.

Também não se deve aplicar a massagem durante o processo de cicatrização de alguma lesão.
Mas, por outro lado, pode ser efetuada, apresentado resultados benéficos, em outras partes
lesionadas e nos músculos vizinhos, a fim de evitar uma atrofia e de reduzir o período de repouso.
Quando o processo de cicatrização estiver completo, a massagem pode resultar em benefícios,
contribuindo com o aumento da circulação, eliminando os edemas residuais e o aumento da
aderência da pele na região afetada.

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Aplicação da massagem profunda

Muitos profissionais da área de saúde ainda consideram que a massagem tem um efeito placebo.
Mas, há 40 anos esse pensamento vem mudando e, hoje, acredita-se que a massagem pode ser
usada na cura de lesões e também como método eficaz no tratamento de dores corporais.

A eficiência da massagem depende da união do real interesse do médico em dar o diagnóstico


exato e da técnica e capacidade do terapeuta em saber usar, a partir desse diagnóstico, a
massagem.

A massagem é usada de diferentes


modos, com diferentes propósitos e
apresenta diferentes resultados, os
principais efeitos são mecânicos e
locais. A massagem revigora, ativa a
circulação e aumenta o número de
glóbulos vermelhos, no entanto, o
exercício físico também traz esses
mesmos benefícios a uma pessoa que os pratique assiduamente.

A massagem é boa no caso de pessoas que, por algum motivo não podem andar, visto que esta
ajuda no retorno venoso e na circulação linfática.
A massagem profunda é a mais importante técnica da massoterapia, pois "penetra" nos tecidos
mais profundos do organismo. A massagem profunda deve ser usada sempre que houver uma
estrutura interna lesionada; enquanto, a massagem superficial é utilizada em lesões locais e
superficiais. A massagem superficial é, ao menos prazerosa, visto que não traz nenhum benefício
ao tratamento de dores. Ressalta que a massagem profunda só trará benefícios se bem aplicada,
com a técnica correta e no local exato da lesão.

A massagem profunda atua sobre uma pequena área. Por um lado, é muito valioso, pois o
trabalho será concentrado apenas no local lesionado e, pode-se obter um resultado mais rápido.
Mas, por outro lado, o movimento realizado na massagem profunda é tão localizado que, ao menos
que um dedo atinja o local exato da lesão e trabalhe nele adequadamente, o tratamento não obterá
os resultados esperados.

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Para que a reabilitação seja satisfatória, é preciso que a técnica a ser utilizada seja escolhida de
forma correta e, para isso, é necessário fazer algumas considerações:

• movimento realizado pelo tecido/órgão danificado;


• a natureza e a situação da lesão, há quanto tempo ela se apresenta, os sintomas e
os sinais (para ver se é uma lesão crónica ou não);
• a direção em que a mobilidade do tecido precisa de restauração e como assegurar
a melhor manipulação/técnica para tal lesão;
• a massagem profunda causa uma reação local, provavelmente devido à liberação
das histaminas e da hiperemia provocadas pela massagem e que duram alguns minutos.

Essa hiperemia é benéfica, pois, confere um grau de analgesia que dura enquanto durar a
hiperemia.

Como consequência, o paciente tem a sua dor diminuída e, portanto, a estrutura lesionada dói
menos, porém permanece sensível. Esse curto período de analgesia, causado pela massagem,
pode ser usado para submeter o paciente a outros tratamentos mais intensos.

Aplicação da massagem profunda em ligamentos lesionados

Os ligamentos ligam dois ou mais ossos e permitem que estes se movimentem. Cada ligamento
é responsável por um movimento exercido pela articulação e, essa mobilidade deve ser mantida e
restaurada após uma lesão. Casos de edema nas articulações têm sido tratados com
deslizamento localizado nos ligamentos. Deve aumentar o fluxo sanguíneo a fim de movimentar o
ligamento para atenuar a dor e facilitar os movimentos posteriores.
Depois dessa etapa são realizados movimentos
passivos e ativos e então o deslizamento passa a
ser desnecessário e mais atenção é dada à fricção
e aos exercícios recuperativos (fisioterapia).
Se a massagem profunda for realizada de
maneira correta o paciente que tem uma lesão
articular, como, por exemplo, nos ligamentos do
joelho, apresentará uma melhora mais rápida e
efetiva. Uma lesão severa no ligamento medial do
joelho impede o movimento de flexão do joelho a 90º. Se, neste caso for realizado o deslizamento,
o ligamento lesionado poderá, com limites, realizar seus movimentos, evitando um trauma maior.
O importante é massagear a área lesionada, além do deslizamento deve-se estender o joelho o
máximo possível e, realizar neste a massagem com movimentos transversos. Em seguida, o
joelho deve ser flexionado o máximo que o atleta suportar e, então, nesta posição massageá-lo
novamente de maneira transversal. Este simples tratamento, a massagem, causa um enorme
alivio na dor.

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Eletroterapia

Resumo
As lesões musculoesqueléticas frequentemente ocorrem em desportos profissionais e amadores
ou em atividades diárias. A maior incidência destas lesões musculares é observada na prática
desportiva, decorrente de trauma direto ou indireto, gerando uma resposta inflamatória local. A lesão
muscular envolve uma série de processos no tecido. O processo cicatricial é descrito em três fases:
na primeira, ocorre inflamação; após alguns dias, inicia-se a fase de proliferação; a terceira e última
fase é a de maturação ou remodelagem, que pode continuar por meses ou até anos após a
ocorrência da fase proliferativa do reparo. O tratamento realizado com o objetivo de diminuir a
reação inflamatória e promover a
cicatrização tecidual é a imobilização
do local e o uso de anti-inflamatórios
não-esteroides, levando a um tempo
prolongado de afastamento das
atividades laborais, nem sempre com
uma eficácia comprovada. O ultrassom
terapêutico é uma modalidade
geralmente usada no tratamento de
lesões de tecidos moles. Vários
estudos sugerem que o uso do
ultrassom reduz a inflamação, enquanto outros relatam que o ultrassom aumenta a cicatrização
tecidual.

A lesão muscular é, para a medicina desportiva, considerada incapacitante e, para a


traumatologia, um grande desafio. Os atletas que sofrem esta lesão ficam incapacitados
consistentemente por longos períodos de tempo, e as suas carreiras profissionais passam a estar
sob perigo constante. A lesão muscular, que ocorre quando o músculo, após o trauma direto, é
atravessado por um objeto afiado, permanece como um problema de difícil controle para os
médicos. O maior problema deste desafio que enfrentam os profissionais da Área da saúde está no
facto de que o período de cicatrização da lesão muscular é demorado e, por vezes, o processo
cicatricial é incompleto. Em vista desse quadro, o ultrassom terapêutico é a modalidade geralmente
usada por fisioterapeutas para o tratamento de lesões de tecidos moles, na tentativa de redução do
período de cicatrização.

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Lesão muscular

Os tecidos musculares dividem-se em três


tipos: esquelético, cardíaco e liso. Os
cardíacos e esqueléticos possuem morfologia
estriada e constituem os blocos contrateis do
corpo. As células da sua constituição são
multinucleadas, chamadas de fibras por
apresentarem um aspeto alongado, que atinge
a massa

muscular de uma extremidade outra. A sua


membrana externa é chamada de sarcolema, o
citoplasma é o sarcoplasma e o conteúdo
sarcoplasmático é constituído por um número
variável de mitocôndrias, além das miofibrilas, que
são feixes alongados de cadeias peptídicas, as
quais respondem pela capacidade contrátil da fibra. O elemento estrutural básico do musculo é a
fibra muscular ou miofibrilas. As miofibrilas estão divididas em módulos funcionais denominados
sarcómeros. A estrutura muscular composta por células musculares, organizadas em redes de
nervos e vasos sanguíneos e por uma matriz extracelular, é a estrutura necessária para produzir
movimento articular e locomoção e para o suporte na regeneração muscular após a lesão.
Dependendo do teor de mioglobina, deriva a denominação dos músculos de brancos ou
vermelhos, embora uma mesma massa muscular contenha fibras dos dois tipos musculares,
variando entre os diferentes músculos do corpo. Os músculos vermelhos têm muita mioglobina,
que pode armazenar algum oxigénio, sendo, por isso, usados em esforços submáximos de longa
duração.
Estruturalmente, são mais resistentes à tensão por apresentarem um maior teor de colagénio
nos espaços interfibrilares, e as suas fibras são do tipo I (de contração lenta). Possuindo menos
mitocôndrias que os vermelhos, os músculos brancos são utilizados em trabalho máximo e supra
máximo. As suas fibras são do tipo II, ou de contração rápida.
A lesão muscular envolve uma série de processos teciduais, principalmente a degeneração
intrínseca da fibra muscular e a destruição da lâmina basal, o que caracteriza uma desorganização
das miofibrilas nos sarcómeros, rutura de mitocôndrias e retículos sarcoplasmáticos,
descontinuidade do sarcolema, alterações dos níveis de cálcio, autodigestão e morte celular.

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Processo Cicatricial

CICATRIZAÇÃO DA LESÃO MUSCULAR

O que distingue a cicatrização da lesão muscular da cicatrização óssea é que no músculo ocorre
um processo de reparação, enquanto que no tecido ósseo ocorre um processo de regeneração.

A cicatrização do músculo esquelético segue uma ordem constante, sem alterações importantes
conforme a causa.

As três fases identificadas neste processo são: destruição/inflamação, reparação e


remodelação. As duas últimas fases (reparação e remodelação) se sobrepõem e estão
intimamente relacionadas.

Fase 1: Destruição/inflamação – caracterizada pela rotura e posterior necrose das


miofibrilas, pela formação do hematoma no espaço formado entre o músculo roto e pela
proliferação de células inflamatórias. Nesta, ocorre
inflamação caracterizada pela formação de coágulo e
atividades de substâncias biologicamente ativas como
prostaglandinas, serotoninas e fator de crescimento
derivado das plaquetas (PDGF). Durante este período,
a libertação de histamina aumenta a permeabilidade
dos capilares, ocasionando edema na região lesada.
Os neutrófilos têm a função de eliminar as partículas
estranhas do local lesado, os mastócitos tentam
eliminar as bactérias do tecido lesionado, além de serem outra fonte de substâncias
biologicamente ativas que auxiliam no processo de reparação.
Essa fase de degeneração e inflamação inicia de imediato após a lesão e estende-se a até cerca
de 14 dias.

.
Fase 2: Reparação e remodelação – consiste na fagocitose do tecido necrótico, na regeneração
das miofibrilas e na produção concomitante do tecido cicatricial conectivo, assim como a
neoformação vascular e crescimento neural.

Fase 3: Remodelação – período de maturação das miofibrilas regeneradas, de contração e de


reorganização do tecido cicatricial e da recuperação da capacidade funcional muscular. Uma vez
que a fase de destruição diminui, a reparação da lesão muscular começa com dois processos
simultâneos e competitivos entre si: a regeneração da miofibrila rota e a formação do tecido
conectivo cicatricial. Uma progressão destes processos em simultâneo é o pré-requisito para uma
ótima recuperação da função contrátil do músculo.

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Imediatamente após a lesão muscular, o intervalo formado entre a rotura das fibras musculares
é preenchido por hematoma. Entre o primeiro dia, as células inflamatórias, incluindo os fagócitos,
invadem o hematoma e começam a organizar o coágulo.

Apesar de a maioria das lesões do músculo esquelético curar sem a formação de tecido
cicatricial fibroso incapacitante, a proliferação dos fibroblastos pode ser excessiva, resultando na
formação de tecido cicatricial denso dentro da lesão muscular.
Um processo vital para a regeneração do músculo lesionado é a área de vascularização. A
restauração do suprimento vascular é o primeiro sinal de regeneração e pré-requisito para as
recuperações morfológica e funcional subsequentes.

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Tratamento

O tratamento imediato para a lesão do músculo esquelético ou qualquer tecido de partes moles
é conhecido como princípio PRICE (Proteção, Repouso, Gelo ou Ice, Compressão e Elevação). A
justificação do uso do princípio PRICE é por ser muito prático, visto que as cinco medidas
minimizam o sangramento do local da lesão.

Após três a quatro dias, deve-se iniciar a mobilização, sempre de uma forma passiva e após
alongamento suave e aquecimento da musculatura. Esta mobilização precoce irá favorecer o
crescimento de vasos capilares, melhor regeneração e organização das células musculares.

Uma vez que o paciente seja capaz de alongar a musculatura afetada e possa realizar
exercícios básicos sem dor, então ele, ou ela, poderá iniciar o treino direcionado para sua
modalidade específica, na qual podemos utilizar o trabalho específico para acelerar a recuperação.

Ultrassom

Vários estudos sugerem que o uso do ultrassom reduz a inflamação induzindo a libertação de
histamina, o que causa vasodilatação local e aumenta a permeabilidade vascular. Diversos
pesquisadores relatam que o ultrassom aumenta a cicatrização tecidual.
A terapia por ultrassom influencia a atividade das plaquetas, mastócitos, macrófagos neutrófilos
envolvidos na fase inflamatória do processo de regeneração tecidual, acelerando o processo de
cicatrização. As ondas ultrassónicas produzem o aumento da permeabilidade da membrana e das
plaquetas facilitando a libertação de serotonina. Os mastócitos rompem a sua membrana celular
em resposta ao aumento dos níveis de cálcio intracelular, libertando histamina.

O ultrassom aumenta a capacidade de as células efetuarem o transporte através das suas


membranas celulares, exerce um efeito profundo na atividade celular, aumentando a síntese e
secreção de substâncias que intervêm na recuperação da lesão, acelerando o processo de
cicatrização. Na fase de proliferação, quando as células são expostas a níveis terapêuticos de
ultrassom, a produção dos fibroblastos aumenta moderadamente. Estudos informam que o
tratamento com ultrassom fornece uma melhor resistência tênsil e elasticidade do tecido, quando o
mesmo é realizado na última fase, a de remodelagem no processo de reparação. Alvo de diversos
estudos sobre seus efeitos biológicos no tratamento da lesão muscular, a terapia por ultrassom tem
efeitos mecânicos como atuante na reparação do tecido mais rápida do que sem a utilização desta
terapia.

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O ultrassom é produzido por uma corrente


alternada que se propaga através de um cristal
piezoeléctrico (quartzo) alojado num transdutor.
Tais cristais produzem cargas elétricas positivas e
negativas ao se contraírem ou expandirem. A
vibração desses cristais provoca a produção
mecânica das ondas sonoras de alta frequência
(acima de 20.000 Hz). Na fisioterapia, o ultrassom
é definido pelas oscilações, ondas cinéticas ou
mecânicas produzidas pelo transdutor vibratório
que, aplicado sobre a pele, atravessa e penetra no
organismo em diferentes profundidades,
dependendo da frequência, que varia de 0,75 a 3,0
MHz.

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Efeitos Mecânicos e Térmicos


O ultrassom produz dois efeitos no organismo, o mecânico e o térmico. Pode ser emitido de forma
constante ou em ondas, intercalando pausas entre os impulsos. Quando a aplicação for por
ultrassom pulsado, os efeitos térmicos serão mínimos, utilizado no caso de inflamação, dor e
edema. Na modalidade pulsada, a emissão é interrompida periodicamente, intercalando pausas
cujo objetivo é dissipar o mínimo calor possível gerado durante o impulso. Aplicando o ultrassom
de forma contínua, o efeito mecânico consiste na vibração sobre os tecidos incididos, nos quais
será gerada uma energia térmica por atrito entre as moléculas ou por agitação do meio eletrolítico
dos líquidos intersticiais (restauração do tecido).

Técnicas de Aplicação
Meios de condução: água, gel, emulsão. Manipulação do
cabeçote: movimentos lentos, curtos e uniformes, circulares ou
em forma de oito. Tempo máximo recomendado: 15 minutos por
zona (não deve exceder um total de 30 minutos).

Indicações e Contraindicações
A aplicação de ultrassom está indicada em artralgias, artroses, anquilose, bursite,
braquialgia, ciatalgia, lesões musculares, edemas, fibrose, neuroma de coto, tendinite,
reparação da região epitelial. Dentre as contraindicações a essa aplicação, está a gravidez.
Ter atenção para o défice de sensibilidade, implantes metálicos.

Conclusão
O melhor tratamento para lesões musculares atualmente é realizado com o objetivo de diminuir a
reação inflamatória e promover a cicatrização tecidual. Neste contexto, a utilização do ultrassom
terapêutico apresenta-se como uma resposta eficaz na cicatrização e aceleração da regeneração
do tecido outrora lesado, salientando-se, porém, que o fisioterapeuta deve estar atento a cada
etapa da cicatrização. Para que se obtenha uma melhor utilização dessa técnica fisioterapêutica,
baseada no uso adequado, pulsado ou contínuo do ultrassom terapêutico, é importante conhecer
em profundidade todas as fases do processo cicatricial pelas quais a lesão muscular passa.

Tabela 1: Intensidade Sugestionada (Agne, 2004)

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Eletroestimulação

Ginástica passiva

A Eletroestimulação é um procedimento que utiliza correntes elétricas. Através dessas


correntes elétricas, a Eletroestimulação provoca contração muscular que melhora a circulação
sanguínea, a oxigenação celular e elimina toxinas.
A Eletroestimulação funciona também para o combate à flacidez tecidual, tonificação muscular e
drenagem linfática. Usa-se também a Eletroestimulação para o um tratamento especial, em que
se programa o aparelho para diversas ações onde se obtém assim, um pouco de cada tratamento.
A Eletroestimulação sempre foi considerada uma
técnica terapêutica que tanto é utilizada por
fisioterapeutas, educadores físicos ou ainda por
psiquiatras ou por profissionais de estética. No caso
dos psiquiatras, a Eletroestimulação da região fronto-
orbital é uma das técnicas utilizadas para a indução do
sono terapêutico e relaxamento muscular.

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• Provocam estímulos elétricos para produzir artificialmente contrações musculares;

• A corrente elétrica é muito idêntica a um estímulo fisiológico;

• Quando o nervo motor estimula o músculo, produz-se uma contração;

• Na contração muscular podem observar-se 3 fases:

o Período latente – é o momento em que o músculo é estimulado e o momento em que


aparece a contração; o Período de contração – durante o qual o músculo encolhe;

o Período de relaxamento – momento em que o músculo descontrai e é mais demorado que


a contração.

Repouso Estímulo Latente Contração Relaxamento Repouso

• A contração pode ter diferentes graus, dependendo do número de fibras musculares que se
estimulem;

• A um maior número de fibras estimuladas, corresponde uma maior contração muscular;

• A energia necessária para a contração muscular obtém-se a partir da glicose e dos ácidos
gordos;

• O impulso nervoso é de natureza elétrica e a contração muscular, deve-se a um impulso


elétrico, proveniente do cérebro, através do sistema nervoso, atingindo a membrana das fibras
musculares;

• Assim pode provocar-se a contração muscular mediante um impulso elétrico que simula o
impulso nervoso, estimulando diretamente as fibras musculares, realizando uma ginástica passiva;

Para que é utilizado a Eletroestimulação?

Além de oferecer um modo extremamente eficaz de trabalhar a musculatura com uma


progressão significativa das distintas qualidades musculares, temos a diminuição da fadiga
cardiovascular e psíquica; praticamente não forçamos articulações e muito menos tendões.
Deste modo, a eletroestimulação permite exigir um maior esforço muscular se comparada a
atividade voluntária.
A eficácia deste trabalho depende também, da estimulação do maior número possível de fibras
musculares, que é diretamente proporcional a energia do estímulo elétrico, diferencial importante

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em relação ao estímulo voluntário, ou seja, quanto mais intenso o estímulo, maior é o número de
fibras musculares que trabalham e mais importante o progresso muscular (fortalecimento
muscular, aumento de fluxo sanguíneo, firmeza e definição, etc…), sempre lembrando que as
sessões de eletroestimulação devem ser complementadas por exercícios regulares, alimentação
adequada e saudável e se possível um estilo de vida equilibrada. A Eletroestimulação melhora
o fluxo sanguíneo e o fluxo linfático, cuida do edema pós-traumática, aguda e crônica e ainda
combate a celulite e a gordura localizada.

• Provoca a contração muscular mediante um impulso elétrico que simula o impulso nervoso,
estimulando diretamente as fibras musculares, realizando uma ginástica passiva;

• A finalidade deste tratamento é melhorar a elasticidade e a contratibilidade das fibras


musculares;

• Resulta no aumento da vascularização e do metabolismo do tecido muscular;

• Estimula a produção de aminoácidos quando se trabalha o músculo;

• Ajuda no combate à flacidez muscular;

• Tem um efeito relaxante, tonificante e refirmante, já que atua como ativador da dinâmica
muscular.

Quais as contraindicações da Eletroestimulação?

A Eletroestimulação não deve ser utilizada em casos de cardiopatias congestivas, portadores


próteses contendo metal, patologias circulatórias como flebites ou embolia, neoplasia, problemas
renais crónicos, doenças infeciosas evolutivas, reumatismos inflamatórios, febre e epilepsia.

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Pressoterapia

• A pressoterapia é um tratamento de desintoxicação através de uma drenagem linfática


mecânica;

• Este método terapêutico ajuda a promover as funções do corpo, nomeadamente, a ativação


da circulação sanguínea e linfática, estimulando a reabsorção de líquidos intersticiais e das toxinas
retidas;

• Provoca uma oxigenação e consequentemente uma revitalização dos tecidos;

• Os seus benefícios são aplicados na área da estética, no combate à celulite, na fisioterapia,


nos exercícios de reabilitação, na medicina, após cirurgias;

• Aproximadamente na década de 50 a pressoterapia começou a ser utilizada e desde então


tem sido grande a evolução da tecnologia dos equipamentos e dos compressores;

• Consiste na utilização de um aparelho específico, com uma bomba mecânica, que funciona
com base num compressor que vai insuflar ar numas botas ou almofadas pneumáticas, nas quais
se introduzem os membros a tratar;

• Os vários dispositivos pneumáticos comprimem e libertam a pressão nas áreas onde estão
localizados;

• Estes dispositivos são compostos por uma parede dupla que, por sua vez, está dividida de
modo a que cada compartimento possa ser insuflado separadamente, permitindo assim a aplicação
de uma série de pressões sincronizadas no sentido ascendente, realizando uma drenagem linfática.

Zonas de aplicação
• Membros inferiores;

• Abdómen;

• Membros superiores.

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Efeitos fisiológicos da pressoterapia

• Ativa a circulação sanguínea e linfática;

• Aumenta a oxigenação e a regeneração celular;

• Favorece a reabsorção dos líquidos intersticiais e das toxinas metabólicas;

• Elimina a gordura corporal;

• Estimula o sistema imunológico;

• Ajuda nos linfo edemas (inchaços), edemas, edemas pós-traumáticos e edemas pós
cirúrgicos;

• Alivia a fadiga das pernas;

• Estimula e tonifica os músculos e articulações;

• Aumenta a mobilidade e a flexibilidade;

• Fortalece o tecido conjuntivo;

• Melhora a elasticidade da pele;

• Acelera a cicatrização;

• Melhora o trânsito intestinal;

• Ajuda a relaxar e alivia o stress;

• Recomenda-se nos tratamentos de desintoxicação geral do organismo, na celulite, no


emagrecimento e para redefinir o contorno corporal;

Contraindicações

• Inflamações agudas;

• Infeções cutâneas;

• Trombose dos vasos sanguíneos;

• Neoplasias;

• Arritmia, descompensação e insuficiência cardíaca;

• Insuficiência respiratória;

• Insuficiência renal.

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Ligadura funcional e tape miofascial

Generalidades

As ligaduras são tiras de tecido ou de um outro material equivalente que envolvem um membro ou
outras partes do corpo.
Embora tenham inúmeras aplicações, a sua principal função é limitar o movimento de uma parte do
corpo lesionado ou proporcionar-lhe sustentação, como medida de tratamento em caso de entorses,
luxações ou fraturas sem deslocação.
Existem vários tipos de ligaduras com diferente textura, elasticidade, resistência e formas, entre as
quais as típicas em rolo, as modernas tubulares, as triangulares utilizadas na elaboração de ligaduras
de sustentação, entre outras.

Definição e conceito de Ligadura Funcional

A Ligadura Funcional apoia e protege estruturas funcionais, lesionadas ou submetidas a esforços


específicos, limitando e controlando gestos susceptíveis de provocar ou agravar a lesão em causa,
permitindo deste modo uma função eficaz, mas nos limites de segurança.

Tem a funcionalidade de preservar as estruturas lesionadas e acelerar o processo de reparação


tecidular. A sua forma de atuação é bastante seletiva porque limita os movimentos que agravam a
lesão em causa, tendo a vantagem de permitir movimentos não prejudiciais, que podem facilitar a
recuperação da lesão pelo movimento desde que este não seja doloroso.

As ligaduras funcionais são cada vez mais utilizadas, sendo caracterizadas pela aplicação de um
tipo de fita adesiva como suporte articular, aplicada como estratégia terapêutica coadjuvante a
técnicas de terapia manual ou eletroterapia. As ligaduras funcionais são uma das técnicas mais
utilizadas no contexto desportivo e na prática clínica em geral, conhecendo-se já variadíssimos
benefícios noutras áreas de intervenção como a neurologia e a musculoesquelética.

De acordo com a colocação das faixas, conseguimos relaxar uma musculatura tensa, dar suporte
à musculatura enfraquecida, diminuir edema e a dor muscular e/ou articular.
Corrigem os movimentos dos atletas e ajudam na cicatrização muscular.
Quando utilizadas em crianças ajudam a corrigir a postura, a marcha e o alinhamento corporal.
Na gestante, dão suporte ao abdomen, diminuindo assim as dores lombares e abdominais.
Podem ser utilizadas em crianças, jovens, adultos, atletas, gestantes, idosos, profissionais com
lesão por esforço repetitivo.

Trata tendinite, síndrome do túnel do carpo, linfoedema e várias outras patologias.

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CUIDADOS:

A ligadura não pode ser molhada;


Atenção ao efeito garrote;
Possíveis alergias, questionar sempre os utentes se têm alergias.

Diferentes tipos de ligaduras

Tape miofascial

Método que utiliza ligaduras com características


especiais e únicas. Aplicando diferentes técnicas
conseguimos obter efeitos analgésicos, de suporte
muscular ou ligamentar, de drenagem e de correção
articular.

Os tapes auxiliam o tratamento e a prevenção de


lesões atuando sobre diferentes receptores ao nível
do sistema sensorial, fornecendo informação ao
sistema nervoso, que promove um restabelecimento
das funções normais dessa estrutura e fazendo com
que o seu desempenho seja mais próximo do normal, ajudando assim na sua recuperação em caso
de lesão e, funcionalmente falando, uma função mais aproximada do normal, o que torna a
ocorrência de uma lesão mais difícil. Em termos musculares, esta técnica atua na regulação da
curva de comprimento/tensão muscular. Muito resumidamente, para que um músculo possa ser
capaz de produzir força eficazmente necessita que o comprimento e a tensão das suas fibras
estejam dentro de uma curva normal. O que muitas vezes acontece é que no decorrer de um
processo lesionar, se altera e ficamos na presença de um músculo disfuncional que por exemplo
não é capaz de uma normal produção de força ou que entra em fadiga mais rapidamente.

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Ligadura funcional

Este tipo de ligadura é um meio de


imobilização/contenção para proteger as estruturas
lesionadas controlando assim a atividade funcional de
determinado segmento anatómico com vista a
proteger a função de determinada
articulação/estrutura.
A ligadura restringe assim movimentos dolorosos ou
que agravam os sintomas, deixando livres todos os
outros movimentos.

Indicações para utilização de Ligaduras Funcionais

1. Distensões ligamentares de I e II Grau;

2. Prevenção de laxidão ligamentar;

3. Rotura de fibras musculares;

4. Pequenas microrroturas musculares;

5. Distensões e estiramentos musculares;

6. Fissuras ósseas;

7. Fissuras em costelas (grelha costal);

8. Em período de reabilitação;

9. Descarga para tendinites.

Contraindicações

1. Fraturas;

2. Edemas;

3. Problemas de retorno sanguíneo (Varizes);

4. Feridas abertas.

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Aplicação de ligaduras simples

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Aplicação ligaduras mais complexas

Entorse do Hálux

 (1º) Posicionamos o membro e limpamos a área com spray ou benzina.


 (2º) Colocamos a primeira banda de ancoragem na cabeça dos metatarsos.
 (3º) Colocamos uma segunda banda de ancoragem ao redor do hálux.
 (4º) Colocamos a primeira banda ativa que beira a face interna do hálux e cabeça do
primeiro metatarso.
 (5º) Colocamos uma segunda banda ativa que vai desde a âncora do hálux a âncora
plantar na face medial.
 (6º) Colocamos uma terceira banda ativa que parte do hálux medial ao meio da âncora
plantar.
 (7º) Colocamos a quarta banda ativa da âncora do hálux medial e cruzamos para a região
dorsal do pé ainda na face medial do mediopé.
 (8º) Colocamos uma nova banda ativa que vai da âncora do hálux face lateral e cruza para
a face medial do mediopé. (Seta em azul).

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 (9º) Reforçamos a bandagem com uma banda ativa que se origina da âncora do hálux e
cruza para a âncora plantar. (Seta verde)
 (10º) Colocamos a última banda ativa que origina do hálux lateral e cruza para a âncora
plantar na face medial.
 (11º) Colocamos duas novas ancoragens, a âncora plantar e a âncora do hálux.
 (12º) Acabamentos da bandagem com uma bandagem com um reforço da âncora do hálux
a âncora plantar na face medial.

Fáscia plantar (Descarregar o arco longitudinal)

 (1º) Limpeza da área.


 (2º) Colocamos a primeira âncora na sobre a base dos metatarsos.
 (3º) Colocamos uma primeira banda ativa que vai da face medial da âncora plantar e cruza
região plantar e contorna o calcanhar, segue aderida a face medial do mediopé e insere-se próximo
ao ponto de origem.

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 (4º) Outra banda ativa segue da âncora plantar na face lateral do antepé na base do quinto
metatarso e cruza a região plantar contornando o calcanhar e insere-se próximo ao ponto de
origem.
 (5º) Reforços do passo 3 e 4.
 (6º) Fechamos a região plantar com três bandas como a âncora plantar.
 (7º) Finalizamos a bandagem com faixas longitudinais que se originam do dorso medial do
pé seguem a face medial do pé cruzando o calcanhar e inserindo-se próximo ao ponto de origem
na região medial do dorso do pé.
 (8º) Último passo é a circundação da faixa na região plantar em cima da âncora plantar.

Prevenção de Entorse do Tornozelo

 (1º) Após limpeza da área, colocamos as âncoras de fixação, uma na perna distal e outra
circunda a região plantar ou mediopé. Repetimos esse procedimento duas vezes para reforçar as
âncoras.
 (2º) Colocamos a primeira banda ativa em forma de “U” que se estende da face medial da
âncora da perna, cruza o retropé ou calcâneo e insere-se na face lateral da âncora da perna.
 (3º) Reforçamos o passo 2, porém com a faixa um pouco mais distal.
 (4º) Colocamos duas bandas de reforço em cima da âncora da perna.
 (5º) Coloca-se uma banda que se origina da face medial da âncora da perna cruzando para
face lateral sobre o maléolo lateral dando a volta ao redor do calcanhar em cima do tendão
calcâneo e circundado o tornozelo e passando na região plantar do retropé em direção a âncora da
perna na face lateral.

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Tratar a Dor no Compartimento Lateral

 (1º) Começamos com as âncoras proximal e distal. Duas faixas cada âncora.
 (2º) Colocamos duas bandas ativas na perna, uma lateral e outra medial de âncora
a âncora.
 (3º) Colocamos uma bandagem espiral na face anterior da perna de lateral a medial
e vice-versa até fechar toda a perna anterior, depois reforçamos as âncoras proximal e
distal.

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Formadora: Cláudia Pato

Tratar e Prevenir a Tendinite Patelar

 (1º) Primeiro colocamos um coxinho de EVA em cima da rótula.


 (2º) Colocamos uma primeira banda de âncora que circunda acima da rótula.
 (3º) Reforçamos a banda da âncora com uma nova volta da faixa
 (4º) Cobrimos a bandagem com uma faixa elástica ou atadura.

Prevenção e Tratamento da Dor Femuro-patelar

 (1º) Preparação da área a ser aplicada.


 (2º) Colocamos uma faixa ativa infra rotular que se origina de lateral para medial.
 (3º) Colocamos uma banda cruzada de lateral para medial, passando em cima do tendão
rotuliano.
 (4º) Colocamos outra banda cruzada de lateral para medial, porém originando-se de baixo
para cima como na foto.

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Curso: Massagem Terapêutica e Desportiva
Módulo UFCD: Técnicas de Massagem Desportiva (50h)
Formadora: Cláudia Pato

Tratamento e Prevenção lesões da Musculatura Isquiotibial

 (1º) Colocamos a primeira banda de ancoragem a 1 cm abaixo da prega glútea.


 (2º) Colocamos uma banda em “V” em cima da âncora e fixamos com uma nova banda,
essa banda em “V” estende-se além do joelho. Repare que ela divide-se acima da fossa poplítea.
 (3º) A ponta interna ou medial da banda “V” gira em torno do joelho passa na região infra
rotular (anterior do joelho) e insere-se na mesma banda “V” interna.
 (4º) Mesmo procedimento do passo (3º), porém inverso.
 (5º) Colocamos duas bandas ativas uma na face medial e outra na lateral da coxa, da
âncora proximal a âncora distal, formada pela banda “V”.
 (6º) Começamos a colocar as bandas de fixação que vão desde a face interna até a
segunda banda de ancoragem na lateral da coxa.
 (7º) Continuamos até cobrir toda a face posterior da musculatura isquiotibial, até pouco
acima da divisão da banda “V”.
 (8º) Colocamos uma banda ativa na face posterior, da âncora proximal a âncora distal e
reforçamos essa banda ativa em cima das âncoras.
 (9º) Colocamos bandas circulares na região poplítea em direção a região anterior do joelho.
 (10º) Acabamos a bandagem cobrindo espiralmente de distal a proximal da musculatura.

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Curso: Massagem Terapêutica e Desportiva
Módulo UFCD: Técnicas de Massagem Desportiva (50h)
Formadora: Cláudia Pato

o Tratamento de Lesões da Musculatura do Quadríceps

(1º) Essa bandagem pode ser feita com faixa não adesiva, como nas fotos. Controle a pressão
exercida na bandagem.

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