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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

1
Natalia Alves Tavares

Graduada em Ciências Econômicas Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro- UFRRJ


(2018), Especialização em Finanças e Mercado pela Universidade Cândido Mendes –
UCAM (2020), Mestranda em Administração pela Universidade do Grande Rio-
UNIGRANRIO. Graduanda em Administração pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro- UFRRJ e em Matemática pela Universidade Estácio de Sá – UNESA.

GESTÃO FINANCEIRA

1ª edição
Ipatinga – MG
2021

2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Bruna Luiza Mendes Leite
Carla Jordânia G. de Souza
Guilherme Prado Salles
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras
Taisser Gustavo de Soares Duarte

© 2021, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


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Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br

3
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos


científicos (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre
questões citadas em cada unidade, associando-o a
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.

4
SUMÁRIO

UNIDADE INTRODUÇÃO À GESTÃO FINANCEIRA .................................................... 8

01
1.1 O QUE É GESTÃO FINANCEIRA? ......................................................................... 8
1.2 IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA ........................................................... 9
1.3 GESTÃO FINANCEIRA NA PRÁTICA .................................................................. 10
1.4 CONTAS IMPORTANTES NA GESTÃO FINANCEIRA .......................................... 11
FIXANDO O CONTEÚDO ..................................................................................... 14

UNIDADE ADMINISTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA ................................................ 17

02
2.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 17
2.2 TRANSAÇÕES REGISTRADAS NO FLUXO DE CAIXA ......................................... 18
2.3 PASSO A PASSO PARA CRIAR A ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS
FINANCEIRO ....................................................................................................... 22
2.4 TIPOS DE FLUXOS DE CAIXA .............................................................................. 24
2.5 DIVISÃO DO FLUXO DE CAIXA POR ATIVIDADES ............................................ 27
FIXANDO O CONTEÚDO ..................................................................................... 30

UNIDADE CONTROLE DE CONTAS A PAGAR E A RECEBER ................................... 36

03
3.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 36
3.2 CONTAS A RECEBER........................................................................................... 36
3.3 RECEBIMENTOS A VISTA E A PRAZO ................................................................. 38
3.4 INDICADORES DE CONTAS A RECEBER ............................................................ 40
3.5 CONTAS A PAGAR ............................................................................................. 42
FIXANDO O CONTEÚDO ..................................................................................... 49

UNIDADE GESTÃO DE ESTOQUES ............................................................................ 53

04
4.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 53
4.2 ALOCAÇÃO DOS ESTOQUES............................................................................. 54
4.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ESTOQUES ..................................................................... 55
4.4 CUSTOS DO ESTOQUE ........................................................................................ 56
4.5 TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS PARA O ESTOQUE ............................................. 58
4.5.1 Curva ABC ou Gráfico de Pareto..................................................................58
4.5.2 . Lote Econômico de Compras (LEC).............................................................60
4.5.3 . Ponto de Reencomenda...............................................................................62
4.5.4 Sistema Just in Time (JIT)..................................................................................63
FIXANDO O CONTEÚDO ..................................................................................... 65

UNIDADE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS........................................ 69

05
5.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 69
5.2 CONSTRUÇÃO E ANÁLISE.................................................................................. 70
5.3 INTERESSADOS PELAS ANÁLISES CONTÁBEIS ................................................... 71
5.4 PADRONIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS.............................................................. 72
5.5 FORMAS DE ANÁLISE ......................................................................................... 75
5.6 BALANÇO PATRIMONIAL................................................................................... 76
5.7 ATIVO.................................................................................................................. 78
5.8 PASSIVO ............................................................................................................. 79
5.9 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ....................................................................................... 80
FIXANDO O CONTEÚDO ..................................................................................... 83

5
UNIDADE ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO ............................................... 86

06
6.1 DEFINIÇÃO DE CAPITAL DE GIRO E ANÁLISE (NEGATIVO, POSITIVO E NULO)
............................................................................................................................ 87
6.1.1 Administração do Capital de Giro................................................................89
6.1.2. Atividades que interferem no Capital de Giro............................................90
6.1.3. Tipos de Capital de Giro (permanente ou sazonal)...................................91
6.2 CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO E SUAS INTERPRETAÇÕES ..................................... 92
6.3 MODELO DE FLEURIET ......................................................................................... 93
6.3.1 Necessidade de Capital de Giro (NCG)......................................................94
6.3.2 Saldo da Tesouraria (ST)..................................................................................95
FIXANDO O CONTEÚDO ..................................................................................... 97

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ......................................... 101

REFERÊNCIAS .................................................................................... 102

6
CONFIRA NO LIVRO
Gestão Financeira é o ato de administrar e gerenciar as finanças,
ela lida com todos os setores financeiros da empresa como o fluxo
de caixa, contas a pagar e a receber, administração dos estoques,
capital de giro e demonstrações contábeis. Para que a empresa
continue a funcionar no longo prazo é necessário que seja feito um
gerenciamento eficaz, alocando o dinheiro para a compra de
matérias-primas ou produtos, ter dinheiro em caixa para o
pagamento das despesas e realizar investimentos. Uma má gestão
pode comprometer a saúde financeira empresarial.
A conta caixa é o ativo de maior liquidez da empresa, ele é o
responsável por receber o dinheiro vindo das vendas e pagar as
despesas relacionadas a produção e as despesas operacionais. O
desequilíbrio financeiro é promovido por sintomas e causas de uma
má gestão e pode comprometer a continuação da empresa. Por
isto é necessário ter uma estrutura de plano de contas para não
deixar nenhuma obrigação pendente, acarretando em juros e
dívidas.
A conta a Receber é responsável pelo recebimento das vendas,
sejam elas realizadas a vista ou a prazo. As compras a vista
aumentam a liquidez da empresa, permitindo que ela faça mais
investimentos no curto prazo, já as contas realizadas a prazo
tendem a ter juros incluídos, aumentando a lucratividade naquela
operação. Já a conta a pagar reúne todas as obrigações
financeiras da empresa naquele período, elas podem ser geradas
dos a partir dos gastos, custos, despesas ou investimentos.
Para a empresa funcionar é preciso ter estoque para venda ou
produção. Sua armazenagem requer uma estrutura separada das
demais, e, portanto gera um custo adicional para o empresário.
Mas, qual é a quantidade suficiente para manter no estoque para
que não prejudique as vendas por sua falta ou aumente as despesas
com seu custo? Qual é o período em que devo fazer novas compras
para abastecer meus produtos? Devo esperar zerar tudo para
comprar novamente? Estas e outras perguntas serão respondidas
nesta unidade.

Nesta unidade você aprenderá que existe uma Lei que determina
quais relatórios as empresas são obrigadas a apresentar, qual a
forma de análises existentes, quais os grupos que se interessam pelas
Demonstrações Contábeis e seus motivos e aprenderá também a
como montar o Balanço Patrimonial, uma das Demonstrações mais
importantes.

A atividade empresarial promove entradas e saídas constantes de


capital, tanto para pagamento de mercadorias, compras de
estoques, concessão de empréstimos quanto para recebimento por
suas vendas. A este ciclo. Este processo é caracterizado pelo
Capital de Giro, ou seja, o recurso utilizado para sustentar as
operações do dia a dia da empresa. Nesta unidade será visto o
comportamento do capital dentro da empresa e quais são os sinais
dados pelos dados da empresa que indicam que precisa de
recursos externos.

7
INTRODUÇÃO À GESTÃO UNIDADE
FINANCEIRA

Quando você pensa sobre Gestão Financeira o que te vem à cabeça?


Dinheiro? Administração? Empresa? Contabilidade? Se estas palavras passaram em
sua mente, você está no caminho certo!

Objetivos da Unidade: Após está aula você será capaz de:

 Saber em quais locais pode-se aplicar a Gestão Financeira;


 Entender a importância de se fazer uma Gestão Financeira eficaz na empresa;
 Qual é o profissional encarregado de administrar as finanças e quem se
reporta a ele;
 A importância de manter o equilíbrio entre lucro e investimentos estratégicos;
 A diferença entre capital próprio e capital de terceiros.

1.1 O QUE É GESTÃO FINANCEIRA?

Ao olhar no dicionário pode-se verificar que a palavra gestão é originária do


latim gestione e se refere ao ato de gerir, gerenciar, administrar. Portanto, é o mesmo
que administração (AURÉLIO, 1999). Já a palavra Financeira está atrelada a
investimentos, sociedade de crédito (LAROUSSE, 1999). Logo, Gestão Financeira é o
ato de administrar e gerenciar as finanças.
A gestão financeira é feita (ou deveria ser feita) diariamente ao gerenciar o
dinheiro como pessoa física. Ao receber seu salário ou renda você deve se programar
para pagar todas as despesas adquiridas, afim de não contrair dívidas e empréstimos.
Algumas contas aparecem todos os meses para serem pagas como conta de luz,
conta de água, aluguel, alimentação, transporte, telefone/celular, plano de saúde,
boleto da faculdade, fatura do cartão de crédito, etc. Já outras contas aparecem

8
esporadicamente, como contas com remédios, viagens, passeios, presentes, etc.
Após o pagamento de todas as contas pode-se verificar quanto que sobra e assim
planejar o que será feito com o restante.

Analogamente, no meio empresarial (pessoa jurídica) também exerce-se a


gestão financeira, cuidando da saúde econômica da firma. Para abrir um
estabelecimento, ou iniciar uma atividade comercial, é necessário planejamento e
controle dos custos e investimentos. Uma série de fatores está atrelada à vida
financeira e precisa ter cuidado para não deixar nenhum fator relevante de fora,
pois, qualquer descuido pode levar a um mau funcionamento acarretando dívidas e
empréstimos em demasia.

1.2 IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA

Gittman (2011), , relacionou alguns motivos de relevância do estudo da


Administração Financeira e as profissões. Dentre as motivações, a compreensão da
Gestão Financeira colabora para:

 O entendimento das relações entre as funções de contabilidade e finanças


da empresa;

9
 Como as demonstrações financeiras serão usadas na tomada de decisões de
investimento e financiamento;
 Entender a organização da empresa;
 As modalidades jurídicas de organização de empresas;
 A relação da empresa com instituições e mercados financeiros;
 A relação entre marketing e funções administrativas;
 Por que a maximização de lucro não é o objetivo fundamental da empresa.

1.3 GESTÃO FINANCEIRA NA PRÁTICA

A Gestão Financeira é praticada pelos administradores financeiros, que


“desempenham as mais diversas tarefas financeiras, tais como planejamento,
concessão de crédito a clientes, avaliação de projetos de investimentos e captação
de fundos para financiar as operações da empresa” (Gittman, 2010, p.4). Está
presente em qualquer tipo de empresa, privadas e públicas, microempreendimentos
e grandes empresas, com ou sem fins lucrativos.
Toda a empresa está diretamente ligada ao setor financeiro, pois a maioria
das decisões é tomada considerando as finanças. As pessoas de todas as áreas de
responsabilidade da empresa – contabilidade, produção, marketing, recursos
humanos, materiais, pesquisas e assim por diante – necessitam interagir com o pessoal
das finanças para realizar seu trabalho (Costa et al., 2009). Contratação de mão de
obra, treinamentos da equipe, negociações de questões operacionais, compra de
insumos, avaliações de desempenhos setoriais, planos financeiros, orçamento de
empresa, aquisição de ativos, financiamento para projetos, saldo diário do caixa,
política de crédito, entre outros, são incumbências do setor financeiro ao qual se
utiliza dos fundamentos da gestão financeira para solucionar os problemas.

10
1.4 CONTAS IMPORTANTES NA GESTÃO FINANCEIRA

Muitas empresas podem ser saudáveis do ponto de vista econômico, isto é,


apresentando lucros constantes, mas podem acabar falindo por falta de controle
financeiro (CRUZ, 2014).
O objetivo principal da empresa é que as receitas seja maiores (ou no máximo
se igualem) aos custos, para que assim possam realizar seus investimentos e continuar
com suas atividades.
Ao final de cada período (semanal, quinzenal, mensal) é feito um
levantamento dos gastos e receitas para acompanhar o desenvolvimento financeiro.
Este processo recebe o nome de balanço de contas e serve para constatar o que
aconteceu no período e conseguir projetar planos e metas futuras.
As empresas possuem características distintas, como a quantidade de
funcionários, o tamanho da empresa, o setor em que opera as atividades
econômicas (indústria, bens e serviços, alimentício, têxtil), volume de transações,
entre outros. Por isto é necessário adequar a estrutura financeira a cada realidade
empresarial.
A estrutura empresarial está relacionada ao tamanho da empresa,
quantidade de funcionários, ramos da atividade econômica, volume de transações,
entre outros. Para cada segmentação deve-se criar uma conta para o controle,
lembrando que o objetivo principal é que a arrecadação (receitas) supere ou no
máximo se iguale aos custos. Ao final de cada período é feito o balanço das contas
para constatar o que aconteceu e conseguir projetar planos e metas futuras.
A empresa trabalha pensando que suas atividades continuarão por tempo
indeterminado, segundo o princípio contábil da continuidade. Por isto é necessário
fazer alguns investimentos internos para que consiga se desenvolver, ampliar e
fidelizar o seu público alvo. Estes investimentos estratégicos requerem dinheiro, que

11
possivelmente sairá dos lucros gerados pelas receitas. Mas até que ponto vale a pena
aumentar o os investimentos às custas do lucro?
É importante encontrar um equilíbrio entre as melhorias estruturais e o volume
de capital disponível, pois para pagar as contar precisa de ter moeda corrente
(dinheiro), mas para alcançar novos horizontes é preciso haver investimentos.
Algumas ações como treinamento da equipe, manutenção e aquisição de
maquinários, pesquisa de novos produtos, investimento em marketing digital, gastos
com acessórias são alguns dos vários investimentos estratégicos que a empresa pode
realizar para alcançar suas metas, mantendo sempre o equilíbrio para não descuidar
dos outros compromissos financeiros.
Os investimentos deverão ser financiados por capital, e ele pode ser adquirido
por duas fontes: própria e de terceiros. O capital próprio é tudo o que a empresa
consegue gerar por si só, sem a ajuda de externos, como os lucros gerados pela
operação, recursos de sócios e acionistas, reservas de lucro e capitais, venda de
ativos. E o capital de terceiros são as fontes vindas de fora da empresa, como
empréstimos bancários, investimento do BNDES, financiamento dos fornecedores,
entre outros.
O dinheiro necessário para o funcionamento da empresa é chamado de
capital de giro e estudaremos esta parte em mais detalhes no capítulo 5. As diversas
contas que a empresa deve administrar podem ser colocadas em algumas formas
contábeis para melhor mensuração, como o Balanço Patrimonial, Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE), que serão estudadas no capítulo 6.
No capítulo 2 será estudado o Fluxo de Caixa, o capital que entra oriundo das
vendas, que por sua vez pode ser a vista ou a prazo, no cartão, dinheiro, transferência
bancária, PIX, duplicatas e outras formas. No capítulo 3 será exposto as contas a
Pagar e a Receber, como elas se dividem no Balanço Patrimonial e porque se deve
fazer o gerenciamento regular. Para conseguir vender seus produtos a empresa deve
ter estoques, estes podem variar de quantidade segundo a especificidade da
empresa, se trabalha com produtos customizados, altamente personalizado ou
padronizados, este tópico será abordado no capítulo 4.

12
13
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Ano: 2008 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: FUB Prova: CESPE - 2008 - FUB -
Assistente Administrativo (adaptada)

Sobre a Administração Financeira, por reunir atividades que buscam maximizar


o lucro dos acionistas, os princípios da administração financeira:

a) Não devem ser utilizados em instituições sem fins lucrativos;


b) Devem ser utilizados apenas em empresas de grande porte;
c) Devem ser utilizados apenas em instituições privadas;
d) Devem ser utilizados em qualquer tipo de instituição;
e) Devem ser utilizados apenas em instituições públicas

2. Ano: 2014 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: CADE Prova: CESPE - 2014 - CADE -
Agente Administrativo (Adaptada):

Relativos à administração financeira, a principal atribuição do administrador


financeiro é:

a) Promover a gestão de todos os tipos de empresas (financeiras e não financeiras);


exceto, as empresas sem fins lucrativos.
b) Promover a gestão de todos os tipos de empresas (financeiras e não financeiras);
exceto, as empresas com fins lucrativos.
c) Promover a gestão de todos os tipos de empresas (financeiras e não financeiras);
exceto, as empresas de pequeno porte.
d) Promover a gestão de todos os tipos de empresas (financeiras e não financeiras);
exceto, as empresas privadas.
e) Promover a gestão de todos os tipos de empresas (financeiras e não financeiras);
inclusive, as empresas sem fins lucrativos.

3. (Autoria própria) A Gestão Financeira é responsável pelo gerenciamento de


entradas e saídas, bem como a alocação dos recursos, para tanto, se faz
necessário a comunicação direta entre o administrador financeiro e quais setores
dentro da empresa?

14
a) Marketing e Publicidade
b) Contabilidade e Jurídico
c) Finanças e Corporação
d) Recursos Humanos e Departamento Pessoal
e) Toda a empresa

4. (Autoria Própria) A estrutura empresarial está relacionada à (ao):

a) Tamanho da empresa
b) Quantidade de Funcionários
c) Ramos da atividade econômica
d) Volume de transações
e) Todas as alternativas anteriores

5. (CRUZ, 2014 - adaptado) Assinale a alternativa que relaciona apenas exemplos


de capitais próprios:

a) Recursos dos sócios, encargos sociais e impostos;


b) Salários a pagar, fornecedores e empréstimos bancários;
c) Lucros gerados pela operação, vendas de ativos e reservas de lucro;
d) Fornecedores, impostos e salários a pagar;
e) Empréstimos do BNDES, fornecedores e vendas de ativos.

6. (CRUZ, 2014 - adaptado) Assinale a alternativa que corresponde ao que não pode
ser considerado uma atribuição do administrador financeiro:

Definição da política de crédito;


Definição da política de prazos;
Elaboração do plano de marketing;
Análise e escolha das opções de investimentos;
Relacionamento interdepartamental.

7. (Autoria própria) Qual o nome atribuído ao capital necessário para realizar as

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transações internas da empresa, bem como quitar empréstimos e pagamentos a
terceiros?
a) Capital Próprio
b) Capital de Terceiros
c) Capital de Giro
d) Lucro Líquido
e) Lucro Operacional

8. (Autoria Própria) A gestão financeira pode ser definida como o ato de administrar
e gerenciar as finanças, portanto deve ser praticada:

a) Nas igrejas;
b) Nas finanças pessoais
c) Nas empresas públicas e privadas
d) Nas instituições de ensino
e) Todas as alternativas anteriores

16
ADMINISTRAÇÃO DE FLUXO DE UNIDADE
CAIXA

Objetivos da Unidade
 Saber o conceito de Fluxo de Caixa e a finalidade em que é usado;
 Diferenciar as transações no Fluxo de Caixa em relação à Entrada e Saída;
 Identificar os sintomas, causas e consequências do desequilíbrio financeiro,
bem como suas medidas de reparo;
 Aprender a fazer um plano de contas financeiro;
 Descrever os tipos de Fluxo de Caixa;
 Separar o Fluxo de Caixa de acordo com suas atividades operacionais, de
investimento e de financiamento.

2.1 INTRODUÇÃO

No Brasil, a cada ano milhares de empresas nascem e outras encerram suas


atividades por falta de planejamento (SANTOS et al, 2021). O controle dos recursos
financeiros é um dos fatores imprescindíveis para dar continuidade às atividades
empresariais, e para seu auxílio, é possível utilizar alguns recursos, como o Fluxo de
Caixa, a fim de manter o equilíbrio entre as contas.
Um importante instrumento financeiro utilizado para a movimentação das
atividades financeiras para o controle tanto das entradas quanto das saídas é o Fluxo
de Caixa, ele permite gerenciar as decisões empresariais promovendo agilidade e
segurança (ZDANOWICZ, 2014; SEBRAE, 2017).
O Fluxo de Caixa constitui-se em uma ferramenta de gestão essencial para
que a empresa possa ter agilidade e segurança em suas atividades financeiras e
permite ver a movimentação do dinheiro ao longo do tempo, tanto nas entradas
quanto nas saídas (ZDANOWICZ, 2014; SEBRAE, 2017).

Segundo o SEBRAE no Brasil existem 6,4 milhões de estabelecimentos,


sendo que 99% são formados por micros e pequenas empresas
essenciais para o desenvolvimento do país. São geradoras de
emprego e contribuem para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB),

17
no entanto, em sua maioria, são desprovidas de ferramentas de
gestão e controle podendo, a qualquer momento, fazer parte das
estatísticas de empresas que fecham as portas até mesmo nos
primeiros anos de sua atividade operacional (SANTOS et al, 2021,
p.185) .

O caixa recebe toda a movimentação financeira do dia, tanto o recebimento


das vendas quanto as notas pagas aos fornecedores. A conferência do saldo de
caixa do dia permite uma gestão mais eficaz, o controle mais apurado possibilita a
confrontação das contas para verificar o equilíbrio entre os valores.

No Fluxo de Caixa são lançadas as receitas e despesas com compromissos já


assumidos, o que permite visualizar o futuro da empresa a partir do seu
comportamento financeiro, analisando a tendência dos gastos e a média dos
arrecadamentos. Com base nos dados históricos e do desempenho presente, é
possível tomar algumas decisões estratégicas com a finalidade de reduzir os gastos e
aprimorar os investimentos, ressaltando a importância do Fluxo de Caixa para a
tomada de decisão.

2.2 TRANSAÇÕES REGISTRADAS NO FLUXO DE CAIXA

Para manter as informações organizadas, e não precisar depender da


memória para o registro, é importante que as despesas e receitas sejam lançadas
diariamente e de forma segmentada, de acordo com sua origem (SEBRAE, 2017). As
contas são separadas em entradas, saídas e as de entradas e saídas.
Entrada: São os recebimentos que podem ser por meio de dinheiro (espécie)
ou depósitos, a vista ou a prazo. As principais formas são: cartão de crédito ou débito,
cheques pré-datados, recebimento por transferências bancárias, PIX, duplicatas ou
notas promissórias, receitas recebidas por investimentos, empréstimo bancário,

18
empréstimo dos sócios.
Saída: São as saídas de dinheiro da empresa, que também podem ser a vista
ou a prazo. Os principais motivos são os pagamentos de: funcionários, fornecedores,
mercadorias, impostos, despesas de infraestrutura (água, luz, telefone, aluguel). Os
pagamentos podem ser feitos por meio de boleto, transferências bancárias, PIX,
cheques, dinheiro, depósito em contas, entre outros.
Entrada e Saída – Algumas transações financeiras exercem função de entrada
e saída. Os empréstimos, ao serem contraídos, o valor total é considerado como
entrada, mas quando as parcelas são pagas, o valor de cada parcela entra nas
saídas. Os investimentos também podem ser classificados como entrada e saída, em
um primeiro momento encontram-se nas saídas, mas à medida que os juros e retornos
são recebidos, são lançados na entrada.

Figura 1: Fluxo de Entradas e Saídas

19
Fonte: ZDANOWICZ (2002)

As organizações devem encontrar um equilíbrio para manter suas atividades


operacionais em funcionamento. Segundo Zdanowicz (2014) as empresas
equilibradas apresentam algumas características positivas como: estabilização nos
prazos médios de recebimento e pagamento; não há imobilizações excessivas de
capital; não há falta de produtos prontos ou mercadorias no atendimento das
vendas; há permanente equilíbrio entre os ingressos e desembolsos de caixa;
aumenta a participação de capital próprio, em relação ao capital de terceiros,
reduzindo os juros a serem pagos.
O autor cita alguns itens do desequilíbrio financeiro, quais os sintomas, as

20
causas e as consequências, bem como medidas para aliviar os sintomas, eliminar as
causas e evitar as consequências.

Figura 2: Desequilíbrio Financeiro

Fonte: Adaptado de Zdanowicz (2002)

Como medida preventiva e auxiliadora para o equilíbrio financeiro autor


sugere o Fluxo de Caixa e alega que o equilíbrio financeiro é obtido pela fórmula:

Saldo Final de Caixa = Saldo Inicial de Caixa + Ingressos - Desembolsos

A sobra ou a falta de caixa indica que alguma conta não foi lançada

21
adequadamente, mostrando que há falhas no gerenciamento do dinheiro, ou as
saídas ou as entradas não estão sendo todas registradas.
Os Fluxos de Caixa podem ter amplitudes e complexidades diferentes, a
depender do tipo de negócio. Empresas grandes costumam ter Fluxo de Caixa
descentralizado, já as empresas menores apresentam uma estrutura centralizada
(CRUZ; ANDRICH). Para elaborar o Fluxo de Caixa deve-se ter o conhecimento de
todas as atividades que movimentam as finanças da empresa e considerar apenas
os recursos efetivamente recebidos no período.

2.3 PASSO A PASSO PARA CRIAR A ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS


FINANCEIRO

Como visto, o Fluxo de Caixa comporta as entradas e/ou saídas da empresa,


para não deixar de lançar alguma conta é importante que seja elaborado um plano
de contas financeiro, ajudando na organização da estrutura do Fluxo de Caixa da
empresa. O SEBRAE elaborou um roteiro a ser seguido para a elaboração do plano
de contas, confira:

1. Separe as entradas e as saídas de dinheiro.


2. Identifique as contas à vista e as contas a prazo.
3. Crie uma categoria de despesas relacionadas às vendas. Agrupe nessa
categoria: impostos, fretes, comissões, taxa cobrada pela administradora de cartões,
inadimplência de clientes etc.
4. Crie mais uma categoria para as despesas estruturais. Nela, insira os gastos
com: aluguel, luz, água, IPTU, internet, telefone etc.
5. Crie uma terceira categoria para as despesas relacionadas aos recursos
humanos. Nela, considere: salários, férias, 13º salário, encargos, pró-labore,
benefícios, gastos com treinamentos etc.
6. Na parte das entradas, crie uma categoria para os recebimentos de vendas
e outra para os recebimentos de investimentos.
7. Atribua um número para cada uma das categorias criadas, seguindo uma
lógica. Por exemplo:

• 1 = entradas ou receitas.

22
- 1.01 = receitas operacionais.
- 1.01.001 = receitas com vendas de produtos.
• 2 = saídas ou despesas.
2.01= despesas sobre vendas.
- 2.01.001 = impostos.
- 2.01.002 = embalagens.

Após elencar as contas separadas por categorias as informações serão


lançadas em planilhas, eletrônicas (Excel) ou manuais (impressas) para que os dados
sejam inseridos de acordo com o período em análise, diário, semanal, mensal,
bimestral, anual. A partir deste material será possível mensurar algumas variáveis
importantes para a vida financeira da empresa, tais como a disponibilidade
acumulada, onde verificará a necessidade de contrair empréstimos ou realizar
investimentos; o nível desejado de caixa projetado, que dará uma noção melhor
sobre os gastos e arrecadações médias da empresa; aplicações financeiras, entre
outros (SEBRAE, 2017).
Um dos modelos a ser utilizados foi sugerido por Zdanowicz (2002):

Quadro 1: Modelo de Fluxo de Caixa


Períodos JAN FEV MAR ... Total
Itens P R D P R D P R D P R D P R D
1. INGRESSOS
Vendas à vista
Cobranças em carteira
Cobranças bancárias
Descontos de duplicatas
Vendas de itens do ativo permanente
Aluguéis recebidos
Aumentos do capital social

23
Receitas financeiras
Outros
SOMA
2. DESEMBOLSOS
Compras à vista
Fornecedores
Salários
Compras de itens do ativo
permanente
Energia elétrica
Telefone
Manutenção de máquinas
Despesas administrativas
Despesas com vendas
Despesas tributárias
Despesas financeiras
Outros
SOMA
3. DIFERENÇA
DO PERÍODO (1 – 2)
4. SALDO INICIAL DE CAIXA
5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA (+ 3
+ 4)
6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA
PROJETADO
7. EMPRÉSTIMOS A CAPTAR
8. APLICAÇÕES NO MERCADO
FINANCEIRO
9. AMORTIZAÇÕES DE
EMPRÉSTIMOS
10. RESGATES DE APLICAÇÕES
FINANCEIRAS
11. SALDO FINAL
DE CAIXA PROJETADO
P = Projetado; R = Realizado; D = Defasagem
Fonte: Adaptado de Zdanowicz (2002)

2.4 TIPOS DE FLUXOS DE CAIXA

A demonstração dos fluxos de caixa de tornou obrigatória a partir do dia


28/12/2007, com a lei nº 11.638, art. 176, inciso IV. Embora não exista um único modo
de estruturar o Fluxo de Caixa, existem alguns tipos distintos de Fluxo de Caixa, de
acordo com sua função ou objetivo. Os principais abordados por Frezatti (2014),
SEBRAE (2016) e Silva (2018) são:

 Fluxo de Caixa operacional: Demonstra os resultados gerados a partir das

24
receitas e despesas da empresa em determinado período. É encontrado pela
equação do lucro operacional:

Lucro Antes de Juros e do Imposto de Renda (LAJIR) + Desvalorização –


imposto do LAJIR

Apesar de mostrar o faturamento, ele não contabiliza os investimentos


realizados pela empresa ou a necessidade de capital de giro (capital necessário
para a empresa funcionar).

 Fluxo de Caixa Direto (FCD): É o método mais utilizado, nele são registrados os
recebimentos e pagamentos das atividades operacionais brutos, antes dos
descontos. Permite verificar mais rapidamente os problemas de caixa e
necessidades de redução de despesas, financiamento bancário ou
antecipação de receitas. As transações são organizadas em diferentes
categorias de acordo com a origem (fonte) ou uso (aplicação), como
recebimentos de clientes; juros, lucros e dividendos recebidos; pagamento a
fornecedores e empregados; impostos; encargos sobre empréstimos;
duplicatas descontadas. Apresenta a vantagem de permitir que as
informações de caixa fiquem disponíveis diariamente, facilitando a análise
financeira e tomada de decisões.
 Fluxo de Caixa Indireto (FCI): É baseado nas contas que afetam os lucros ou
prejuízos, mas não o caixa, como as amortizações, depreciações e variações
nas contas do patrimônio. O gestor não precisa ter um controle de fluxo, utiliza
apenas os dados do Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) e por isto
está sujeito a grandes distorções.
 Fluxo de Caixa projetado (FCP): É um Fluxo de Caixa pautado na previsão dos
gastos e receitas, a partir da estimativa da média das contas do presente.
Pode ser construído a partir dos Fluxos de Caixa Direto e Indireto, porém só
serão lançados as entradas e saídas futuras a realizar. Inclui informações como
contas a serem pagas com o pessoal, fornecedores, insumos e demais gastos
previstos juntamente com as contas a receber de clientes, rendimentos de
aplicações e outras. Permite prever os momentos de aperto no caixa e efetuar

25
ajustes para corrigir as falhas e desfalques, bem como planejar investimentos
para a expansão. Quanto maior o volume de informações coletadas, mais
precisa será a projeção.
 Fluxo de Caixa descontado (FCDesc): Normalmente é realizado quando
ocorre a venda/aquisição ou fusão de empresas. Mede o tempo de retorno
do capital investido em uma empresa e traduz a projeção da quantidade de
recursos que serão gerados pela empresa no futuro, determinando sua
valorização. Sua apuração deve ter o acompanhamento de uma auditoria
contábil e jurídica, pois devem ser analisados todos os contratos, obrigações
trabalhistas, previdenciárias, de impostos, locação e fornecimentos.

26
2.5 DIVISÃO DO FLUXO DE CAIXA POR ATIVIDADES

Além de se dividir em entradas e saídas, o Fluxo de Caixa também se divide


em grupos de acordo com a origem das operações, classificadas como:

 Atividades operacionais: São as principais atividades da empresa, sem as

27
quais ela não conseguiria operar. Devem ser consideradas as entradas e as
saídas de caixa vinculadas a sua atividade fim. Alguns exemplos são os
pagamentos a fornecedores, funcionários, despesas operacionais com água,
luz, telefone e o recebimento de vendas.
 Atividades de investimento: São as movimentações que geram retorno a
empresa, normalmente a longo prazo, como uma compra (aquisição) ou
venda de ativos juntamente com suas previsões. A compra de maquinário
para fábrica, terreno para produção, carros para transporte são tipos de
atividades de investimentos.
 Atividades de financiamento: Ao contrair um financiamento, há mudanças na
estrutura financeira, aumenta o capital de terceiros e as contas a pagar em
detrimento de maior liquidez dentro da empresa.

28
29
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (SEBRAE, 2017 - adaptado) Observe as categorias principais das transações


financeiras:

Entrada
Saída
Entrada e Saída

Agora, veja os itens financeiros relacionados a seguir e atribua um número


para cada um deles, de acordo com a lista de transações anterior.

( ) Empréstimos
( ) Despesas
( ) Investimentos
( ) Tributos
( ) Sócios
( ) Compras
( ) Salários
( ) Recebimentos

Assinale a alternativa em que apresenta a sequência correta:

a) 3 – 2 – 3 – 2 – 3 – 2 – 2 – 1
b) 3 – 2 – 2 – 3 – 2 – 2 – 2 – 1
c) 2 – 3 – 3 – 2 – 2 – 3 – 2 – 1
d) 2 – 2 – 1 – 3 – 1 – 3 – 2 – 3
e) 2 – 3 – 2 – 2 – 3 – 2 – 2 – 1

2. (SEBRAE, 2017 - adaptada) Gisele é empresária, proprietária do Instituto de Beleza


Fino Trato. Ela não tinha o costume de controlar as finanças, mas começou a fazer
isso. Já separou todos os documentos que originam as entradas e as saídas de
caixa e montou seu plano de contas financeiro. Porém, ao lançar os valores diários
das entradas e saídas de caixa, ela verificou que, em uma semana, seu saldo

30
ficou negativo. O que Gisele deve fazer?

Escolha a alternativa que representa a melhor decisão para Gisele nesse


momento:

a) Gisele precisa verificar o valor que está faltando e ir ao banco para fazer um
empréstimo. Assim, ela terá novamente um crédito em seus saldos de
movimentação de caixa.
b) Gisele precisa analisar todos os dados lançados e verificar onde está o dinheiro
faltante. Pode ser que ela esteja recebendo a prazo e pagando contas à vista.
c) Gisele precisa aumentar o preço de seus serviços para ficar com saldo positivo.
d) Gisele deve se conformar com os resultados, pois nem tudo sempre dá certo, e
talvez no próximo período este valor apareça.
e) Gisele deve desistir de ser empreendedora, pois demonstrou que não é boa com
suas finanças.

3. Prova: CESGRANRIO - 2012 - LIQUIGÁS - Profissional Júnior - Ciências Econômicas


Um investidor com R$ 1.000,00 pode, a qualquer momento, aplicá-los a 5% por
período, sem risco. Há, também, cinco alternativas imediatas para aplicação de seus
recursos. São alternativas mutuamente exclusivas e todas sem risco. Os gráficos
abaixo ilustram os fluxos de caixa correspondentes: as setas para baixo indicam
gastos, e as setas para cima indicam receitas. Os valores nas setas estão expressos
em reais.
Com o intuito de maximizar seu ganho, qual das alternativas de investimento
seria a escolhida pelo investidor?

a)

31
b)

c)

d)

e)

4. Prova: AOCP - 2016 - Prefeitura de Juiz de Fora - MG - Administrador (adaptado)

Qual é o critério utilizado para a avaliação econômico-financeira de


investimentos que levam em conta o valor do dinheiro no tempo?

a) Fluxo de Caixa Direto.


b) Fluxo de Caixa Indireto.
c) Fluxo de Caixa Operacional.
d) Fluxo de Caixa Descontado.
e) Fluxo de Caixa Projetado.

32
5. Prova: INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Cariacica - ES - Contador

Na Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), deve-se apresentar os fluxos de


caixa do período classificados por atividades operacionais, de investimento e de
financiamento. Nesse sentido, são exemplos de fluxos de caixa, que decorrem das
atividades de investimentos:
a) Recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros,
anuidades e outros benefícios da apólice.
b) Caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias,
outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazo.
c) Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação
imediata ou disponíveis para venda futura.
d) Recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e
outros ativos de longo prazo.
e) Recebimentos de caixa pelo pagamento de salários, fornecedores e
mercadorias.

6. Prova: IBADE - 2020 - Prefeitura de Linhares - ES - Contador

Em linhas gerais a demonstração dos fluxos de caixa é construída


considerando três perspectivas de geração de fluxos financeiros. Marque a
alternativa que apresenta corretamente essa classificação.

a) Operacionais, patrimoniais e investimentos


b) Patrimoniais, financiamentos e operacionais
c) Operacionais, orçamentárias e econômicas
d) Operacionais, investimentos e financiamento
e) Investimentos, patrimoniais e orçamentárias

7. Prova: Instituto Access - 2020 - Câmara de Orizânia - MG - Contador

Com relação ao Demonstrativo dos Fluxos de Caixa, associe cada conceito à


respectiva definição.

33
1. Equivalentes de Caixa
2. Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento
3. Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento
4. Fluxo de Caixa da Atividades Operacionais
5. Transações de investimento e financiamento sem efeito no Caixa

( ) Incluem as operações que se relacionam normalmente com o aumento e a


diminuição dos ativos de longo prazo (não circulantes) que a empresa utiliza para
produzir bens e serviços.
( ) Indicador de como a operação da empresa tem gerado suficientes fluxos de
caixa para amortizar empréstimos, manter a capacidade operacional da
entidade, pagar dividendos e juros sobre o capital próprio e fazer novos
investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento.
( ) Investimentos de altíssima liquidez, prontamente conversíveis em uma quantia
conhecida de dinheiro e que apresentam risco insignificante de alteração de
valor.
( ) São úteis para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos
fornecedores de capital à entidade, bem como da capacidade que a empresa
tem, utilizando recursos externos, para financiar suas operações; relacionam-se
com os empréstimos de credores e investidores da entidade.
( ) Tem como exemplos: dívidas convertidas em aumento de capital; aquisição
de imobilizado via assunção de passivo específico; aquisição de imobilizado via
contrato de arrendamento mercantil; bem obtido por doação (que não seja
dinheiro); troca de ativos e passivos não caixa por outros ativos e passivos não
caixa.

Assinale a opção que apresenta a associação correta.

a) 1 – 3 – 4 – 5 – 2.
b) 2 – 1 – 5 – 3 – 4.
c) 3 – 4 – 1 – 2 – 5.
d) 4 – 5 – 3 – 2 – 1.
e) 5 – 2 – 1 – 4 – 3.

34
8. Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Contador

A Cia. Gera Caixa realizou as seguintes transações durante o ano de 2018:

− Recebimento de R$ 120.000,00 de Duplicatas a Receber de Clientes.


− Recebimento de R$ 150.000,00 referentes à venda de ações em tesouraria.
− Pagamento de R$ 200.000,00 para diversos fornecedores de produtos para
revenda.
− Pagamento de R$ 80.000,00 referentes aos salários de seus funcionários.
− Recebimento de R$ 300.000,00 referentes à venda de uma máquina que era
utilizada na produção.
− Pagamento de R$ 250.000,00 referentes a um empréstimo (somente principal,
não incluindo juros).
− Pagamento de R$ 500.000,00 referentes à aquisição de participação societária
na empresa Flores S.A., a qual passou a ser uma coligada.
− Recebimento de R$ 120.000,00 referentes ao aumento de Capital Social.

Com base nas informações acima, na Demonstração dos Fluxos de Caixa do


ano de 2018, o Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento e o Fluxo de Caixa das
Atividades de Financiamento, gerados ou consumidos pela Cia. e decorrentes
exclusivamente do registro destas transações, foram, respectivamente, em reais,

a) 200.000,00 consumidos − 20.000,00 gerados.


b) 200.000,00 consumidos − 130.000,00 consumidos.
c) 500.000,00 consumidos − 130.000,00 consumidos.
d) 500.000,00 consumidos − 20.000,00 gerados.
e) 50.000,00 consumidos − 130.000,00 consumidos.

35
CONTROLE DE CONTAS A PAGAR E UNIDADE
A RECEBER

Objetivos da unidade:

 Identificar os motivos pelos quais as vendas são estimuladas a serem feitas a


longo prazo;
 Verificar qual é mais vantajoso, compras a vista ou a prazo;
 Utilizar indicadores para analisar as contas a pagar e as políticas de crédito da
empresa;
 Diferenciar Custo, Despesa, Gasto e Investimentos;
 Calcular os custos unitários considerando a matéria prima nacional e
importada;
 Calcular o custo total da produção

3.1 INTRODUÇÃO

Para uma empresa funcionar é necessário que algumas transações financeiras


sejam realizadas, como o preparo da mercadoria a ser produzida envolvendo a
compra de matéria prima e sua elaboração, compra de maquinário, pagamento do
pessoal, e também o recebimento pela venda concretizada. Estas diferentes ações
se dividem entre as contas de entrada e saída, conforme visto na unidade anterior,
e dentro da alocação de contas elas entram nas Contas a Pagar e nas Contas a
Receber.

3.2 CONTAS A RECEBER

O setor de Contas a Receber lida com os valores que a empresa tem a receber
e que já deveria ter recebido, provenientes das vendas realizadas a prazo ou por
qualquer outro meio de pagamento que não seja imediato (CASADO et al, 2020).
É comum as empresas realizarem parte das vendas a seus clientes a prazo. Essa
modalidade de vendas gera riscos pela possibilidade de inadimplência dos clientes,

36
além de acarretar despesas com a análise de créditos, atividades de cobrança e
recebimentos dos valores (HOJI e LUZ, 2019).
A principal diferença entre as vendas à vista e a prazo é que as vendas à vista
geram recursos imediatos aumentando a liquidez, já as vendas a prazo dependem
do tempo que a empresa concedeu ao cliente, o produto ou a prestação de serviço
é concedido no ato, mas o recebimento chegará apenas algum tempo depois.

As vendas são o resultado das compras realizadas pelos clientes. Assaf Neto e
Silva (2012) destacaram alguns motivos pelos quais os compradores vendas são
motivados a comprarem a prazo, e consequentemente gerar vendas a prazo para a
empresa:
Devido a facilidade e a postergação do pagamento, as compras a prazo
tendem a ser mais altas do que as a vista, incentivando as vendas por impulso.
O comprador terá tempo o suficiente para verificar se o produto está de acrdo
com suas exigências pessoais e o vendedor receberá uma taxa de juros da operação
de venda acima do custo de oportunidade.
Empresas com alto grau de sazonalidade encontram vantagem no crédito,
pois se apresenta como um incentivo para que os clientes façam aquisição de
mercadorias de forma mais regular e o tempo de espera pelo pagamento é
compensado pela redução do custo de estocagem.

37
Para verificar se o desconto oferecido ao cliente em pagamentos a vista é
vantajoso ou não, a empresa pode realizar uma comparação do desconto com os
juros cobrados pelos empréstimos financeiros a curto prazo. Ou seja, para ser atrativo
para o cliente o desconto deve ser maior do que o retorno da aplicação e para ser
vantajoso para a empresa o desconto não pode comprometer a lucratividade
(COSTA et al. 2014).

Recebimentos a vista ou a prazo? Qual é o melhor?

3.3 RECEBIMENTOS A VISTA E A PRAZO

Do ponto de vista do consumidor: Uma compra realizada a vista pode gerar


um desconto no valor total, geralmente de 5%. Ao comprar grandes quantidades é
possível negociar melhor e obter mais vantagens em uma compra a vista do que a
prazo. Por outro lado, uma compra a prazo, normalmente, não se consegue
desconto e as parcelas podem durar mais do que o produto em si. Mas, se tratando
de uma compra com de alto montante (um apartamento, por exemplo) e de um
consumidor investidor, é possível fazer um investimento com o dinheiro que pagaria
a vista e o retorno, com os juros, serem iguais ou superiores as parcelas.
Do ponto de vista do empresário: Uma compra a vista gera uma liquidez
imediata, podendo fazer investimentos ou compra de novas mercadorias mais
rápido, compensando o estímulo dado ao cliente para obter desconto. Já na
compra a prazo ele demora mais para receber, porém retornará com um percentual
maior, além de estimular o cliente a levar mais quantidades, aumentando o giro de
mercadorias. É importante observar se o tempo concedido para o pagamento não
é superior ao prazo que os fornecedores estabeleceram para o pagamento da
mercadoria.
O prazo e o crédito são usados como estratégia de concorrência para
conquistar clientes e torná-lo fiéis, quanto mais a empresa entende isto, mais seus
recebíveis (contas a receber) tendem a aumentar (MATIAS, 2014).
Porém a facilidade do crédito apresenta alguns riscos como o calote e a
inadimplência. Para inibir a falta de pagamento, ou a postergação em demasia, a

38
empresa pode adotar algumas políticas de cobrança. Quanto mais rígidas estas
políticas forem, mais segurança terá de que o pagamento seja concretizado, mas,
em contrapartida, pode inibir o consumo (ASSAF NETO e LIMA, 2019).
Uma grande porcentagem das contas a receber pode comprometer a
liquidez da empresa, pois o cliente já está com o produto, mas o vendedor ainda não
está com o valor integral correspondente a venda (PADOVEZE, 2016). Este
desequilíbrio pode acarretar em algumas desvantagens como a falta de dinheiro
para pagar a mercadoria aos fornecedores, custo de cobranças aos inadimplentes
e custo de oportunidade, pois a empresa poderia estar concentrando seus esforços
em outra atividade, a não ser cobrar pelo que já forneceu.
Matias (2014) elaborou um conjunto de regras a serem seguidas para controlar
o custo da gestão de Contas a Receber, juntamente com seus possíveis efeitos
positivos e negativos, confira a síntese na tabela abaixo.

Quadro 2: Regras para o controle de custos da gestão de Contas a Receber


Regra Efeito positivo Efeito negativo
Clientes insatisfeitos
Prazos menores Diminuição do risco podem procurar
opções na
concorrência
Aumento dos descontos à Diminuição do risco Diminuição na margem
vista
Cobrança mais rígida Diminuição das perdas Insatisfação dos clientes
Padrões de Atuação na Aumento no quadro de
crédito mais concessão de crédito controle da gestão de
adequados com prevenção de prevenção
perdas
Diminuição das vendas a Menor insolvência Menor volume de
prazo vendas
FONTE: Matias( 2014, p.69)

Não existe uma fórmula mágica para prever e acabar com os contratempos,
mas existem medidas que podem ser adaptadas à realidade da gestão para
amenizar os futuros problemas. Há alguns indicadores que ajudam a nortear e
analisar o comportamento e as tendências das contas a receber.

39
3.4 INDICADORES DE CONTAS A RECEBER

O aumento das contas a receber pode ser reflexo de ações diferentes, como
o aumento da inadimplência, vendas maiores ou até mesmo a dilatação do prazo
de cobrança (ASSAF NETO e LIMA, 2019). Com o auxílio dos indicadores é possível
traduzir o desempenho das políticas de crédito, identificando e analisando os
resultados dos critérios adotados que interferem a lucratividade. Alguns destes
indicadores são:
Dias de Venda a Receber (DVR): Mensura o número médio de dias necessários
para receber as vendas a prazo. É obtido através da relação entre os valores a
receber e as vendas médias diárias.
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 𝑎𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐷𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 =
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑚é𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

Exemplo:

A empresa fictícia Tavares Ltda deseja saber quantos dias são necessários para
realizar financeiramente suas vendas a prazo. Sabendo que, no mês de janeiro de
2022 apresentou R$15.600,00 como Duplicatas a Receber e teve R$36.000,00 de
vendas durante o mês.
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 𝑎𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐷𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 =
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑚é𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

15.600 (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟)


𝐷𝑉𝑅 =
36.000 (𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠)
𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 =
30 (𝑑𝑖𝑎𝑠)

40
15.600
𝐷𝑉𝑅 = = 13
1.200

Este resultado indica que, em média, a empresa ainda não recebeu o


equivalente a 13 dias trabalhados no mês de janeiro.

Tome nota, Fique atento ou Glossário?


1 mês comercial = 30 dias
1 ano comercial = 360 dias

Período Médio de Recebimento (PMR): Mostra o tempo médio que os clientes


levam para efetuar o pagamento integral à empresa e pode ser obtido pela fórmula:

𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑒𝑚 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟


𝑃𝑀𝑅 = ∗ 360 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜

Exemplo: A empresa Tavares Ltda vende a prazo R$720.000,00 por ano e


mantém um saldo médio no contas a Receber de R$64.000,00. Qual é o prazo médio
de recebimento do cliente?

𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑒𝑚 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟


𝑃𝑀𝑅 = ∗ 360 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜
64.000
𝑃𝑀𝑅 = ∗ 360 = 32 𝑑𝑖𝑎𝑠
720.000

Este resultado indica que, o verdadeiro período em que os cliente estão


levando para pagar a empresa é de 32 dias.

Ao comparar o PMR com outros indicadores obtemos algumas análises


da realidade da empresa.
Prazos de crédito concedidos pela empresa: Se o prazo real dos
pagadores (PMR) for maior do que o concedido pela empresa haverá uma
inadimplência, se for menor, os clientes estão antecipando o pagamento.
Período Médio de Pagamento (PMG): É o prazo que a empresa tem
para pagar a seus fornecedores. Se o tempo que os clientes levam para pagar for

41
maior do que o da empresa tem para pagar aos fornecedores (PMR > PMG) a
empresa terá que desembolsar antes de receber, podendo gerar desequilíbrios no
Fluxo de Caixa. O ideal é que os clientes paguem antes ou até mesmo que haja
equilíbrio nestes prazos.
Índices históricos da empresa: Ao fazer um levantamento do PMR ao
longo do tempo é possível analisar melhor os prazos estipulados e, se necessário for,
alterar a política de crédito.

Índice de inadimplência (II): Representa a participação de créditos com


problemas no recebimento. É obtido pela fórmula:
𝐷𝑒𝑣𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝐷𝑢𝑣𝑖𝑑𝑜𝑠𝑜𝑠
𝐼𝐼 (%) =
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠
Exemplo: As vendas no segundo trimestre da empresa Tavares resultaram em
R$200.000, porém R$75.000,00 deste total estão em atraso de mais de 90 dias. Qual
foi o índice de inadimplência do período?
𝐷𝑒𝑣𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝐷𝑢𝑣𝑖𝑑𝑜𝑠𝑜𝑠
𝐼𝐼 (%) =
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠

75.000
𝐼𝐼 (%) = = 0,375 = 37,5%
200.000

O índice de inadimplência para o período foi de 37,5%.

3.5 CONTAS A PAGAR

As contas a pagar envolvem as operações contas de saída ou realocação de


dinheiro da empresa. Cada setor apresenta suas necessidades de compra e
investimento, resultando em dispêndio de capital.

42
Os custos podem influenciar diretamente no lucro da organização, no
controle de suas ações, na tomada de decisão, na produção e no
planejamento. Assim, torna-se essencial identificá-los separadamente,
para a apuração correta dos valores fixos e variáveis, dentre outros,
possibilitando a adoção de estratégias competitivas e a obtenção de
melhores resultados (SANTOS et al, 2018, p.9).

A identificação e ordenação de uma despesa para sua conta relativa


possibilita uma gestão mais eficaz, tanto na hora da administração dos recursos,
como na contenção de despesas.
Para facilitar a compreensão das Contas a Pagar, juntamente com os
conceitos teóricos de cada termo, serão usados exemplos para ilustração, deixando
assim, o assunto mais próximo de sua realidade.
Os gastos que uma empresa tem são constituídos dos custos de produção,
matérias primas, material secundário, as despesas e os investimentos. É dado pela
fórmula:
Gastos = Custos + Despesas + Investimento

O que diferencia os custos das despesas é que, os custos estão relacionados


à produção enquanto as despesas envolvem todo o custeio do aparato para o
funcionamento da empresa.

Imagine que você está vendendo brigadeiros para ajudar com as despesas
de casa. Você é a única pessoa em sua empresa, você compra os materiais, faz,
enrola e embala os brigadeiros, vende a seus colegas e cobra a quem comprou
fiado. Tendo em mente este processo produtivo, vamos relacionar os seguintes
termos:

 Custos: Os custos estão relacionados ao produto ou serviço, no exemplo


utilizado eles se referem ao brigadeiro. São classificados em diretos, indiretos,
fixos, variáveis e híbridos.
 Custos diretos: São os custos que podem ser associados diretamente ao

43
produto, sem a necessidade de divisão com outros itens. Entram nesta conta
a matéria prima utilizada (leite condensado), os materiais secundários
(achocolatado, manteiga, granulado), materiais auxiliares (papel toalha,
espátula), materiais de embalagem (forminhas, recipiente expositor).
 Custos indiretos: São os custos que necessitam de alguma divisão para serem
incorporados ao produto. Pode considerar a luz gasta enquanto preparava o
brigadeiro, o gás utilizado, a depreciação do fogão.
 Custos fixos: São os custos relacionados com a produção, mas que não variam
de acordo com a quantidade produzida. Em se tratando de uma empresa
considera-se o aluguel, salário dos funcionários.
 Custos variáveis: São os custos que variam de acordo com o volume
produzido, isto é, quanto maior a produção, maior o dispêndio com tais gastos.
A quantidade de leite condensado a ser comprado está proporcionalmente
ligada a quantidade de brigadeiros a serem feitos.
 Custos híbridos: Estão ligados à produção e são fixos e variáveis ao mesmo
tempo. Em geral, são gastos que se comportam de forma fixa até determinado
patamar e, a partir deste, passam a evoluir de forma ascendente. Embora mais
incomum, o inverso também pode ocorrer, isto é, gastos que são variáveis até
determinado limite, passando a ser fixos a partir deste (CRUZ, 2013, p.39). Para
facilitar a compreensão, imagine que se você for fazer apenas uma latinha de
leite condensado poderá utilizar o achocolatado que já está em casa, mas se
for fazer mais latas terá que comprar um pacote inteiro.

Figura 3: Custos

Fonte: Cruz (2013)

44
“As denominações para o conjunto de materiais dependerão das
especificidades do produto, da empresa, ou até mesmo dos detalhes que estejam
implícitos na fabricação do produto.” (SANTOS at al, 2018, p.11)
Despesas: Estão relacionadas aos gastos realizados para a manutenção das
atividades administrativas e de gestão da empresa, sem relações com os bens
produzidos ou serviços prestados. São exemplos de despesas o marketing pago para
a divulgação da venda, o financiamento para a compra inicial dos insumos ou a
continuação da produção, honorários da diretoria. Também podem ser fixas ou
variáveis e se dividem em:

 Despesas Operacionais (vendas e administrativas) – Propaganda e


publicidade, salários da administração, comissão de vendedores;
 Despesas Financeiras – Financiamentos, tributos e impostos;
 Outras Despesas – Material de escritório, custo de comercialização, garantias,
seguros;

Investimentos: São os gastos realizados visando a melhoria do negócio, podem


ser associados ao maquinário, desenvolvimento e diferenciação de produtos,
marketing e propaganda, compra de bens imobilizados como terrenos e carros,
expansão para novas filiais, entre outros. Eles comprometem uma parcela expressiva
do capital disponível e sua remuneração ou compensação deve ser bem
dimensionada no tempo. (CRUZ, 2013).

45
Figura 4: Custo x Despesa x Investimentos

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Ao manter uma base de dados atualizada dos orçamentos de cada


departamento é possível projetar os custos variáveis e unitários. Uma vez definida as
quantidades mensais a produzir, calcula-se o custo de produção considerando a
matéria-prima e a mão de obra direta (HOJI, 2018).
Cálculo de custos bases unitários: Resulta no valor do custo que cada item
demanda, tendo como base o padrão do custo da mão de obra e da matéria prima
direta.
Exemplo: Considere que no mês de abril de 2022 a empresa Tavares Ltda
produziu 2.000 unidades e teve um gasto total de R$30.000,00 com matéria prima e
pagou R$4.400,00 de salário a seus funcionários diretamente relacionados a
produção. Qual é a projeção do custo de cada produto?
Para encontrar o custo unitário basta dividir o total do custo pelo total da
produção:

Matéria prima:

Custo total: R$30.000,00


(÷) Quantidade: 2.000
(=) Custo unitário: R$15,00

46
Mão de obra:

Custo total: R$4.400,00


(÷) Quantidade: 2.000
(=) Custo unitário: R$2,20

Custo total unitário:

Matéria prima: R$15,00


(+) Mão de obra: R$2,20
(=) Custo unitário: R$17,20

Caso a empresa importe matéria prima, ou compre cotado em dólar, o custo


unitário será determinado pela fórmula:
í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑜𝑢 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑛
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑛 = 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒 ∗
í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑜𝑢 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜 𝑚ê𝑠 − 𝑏𝑎𝑠𝑒

Exemplo: Ainda em relação a empresa Tavares, a empresa conta com a


possibilidade de importar a mesma matéria prima utilizada anteriormente pagando
R$20.000 para produzir as mesmas 2.000 unidades, a uma taxa de câmbio de 6,52 e
a taxa do mês base de 5. Seria vantajosa a importação?

Matéria prima importada:


Custo total: R$20.000
(÷) Quantidade: 2.000
(=) Custo unitário base: R$10,00

Custo unitário:
Custo unitário no período n=R$10* (6,52/5)
Custo unitário da matéria prima importada: R$13,24

Custo unitário total:


Matéria prima importada: R$13,24
(+) Mão de obra: R$2,20
(=) Custo unitário: R$15,44

47
O custo unitário se reduziria, obtendo economias ao realizar a importação.
Cálculo de custos totais
Uma vez que o custo está diretamente ligado aos valores da produção, para
calcular os custos totais basta multiplicar o custo unitário total pela quantidade
produzida no período.

Custo unitário * Quantidade = Custo Total


Com matéria prima importada  R$15,44 * 2.000 = R$30.880,00
Com matéria prima nacional  R$17,20 * 2.000 = R$34.400,00

48
FIXANDO O CONTEÚDO

1. As Contas a Receber mensuram o montante que ainda falta para entrar oriundo
das transações já realizadas e vendas não recebidas. Identifique qual argumento
abaixo não faz parte dos motivos de estímulo às compras a prazo:

a) As vendas a prazo tendem a ser mais altas, pois apresentam facilidades no


pagamento parcelado, postergando a dívida;
b) As vendas a prazo incentivam os compradores impulsivos;
c) O comprador terá tempo o suficiente para verificar se o produto está de acordo
com suas exigências pessoais;
d) O vendedor receberá uma taxa de juros da operação de venda acima do custo
de oportunidade.
e) Empresas com alto grau de sazonalidade não encontram vantagem nas vendas
a prazo.

2. (CRUZ, 2013 - adaptado) Assinale a opção correta, de acordo com a seguinte


definição: São gastos que podem ser apropriados ao produto sem a necessidade
de rateio:

a) Custos Diretos
b) Custos Variáveis
c) Custos Híbridos
d) Custos Genéricos
e) Custos Fixos

3. (Autoria Própria) Sobre os indicadores de Compras a Receber, indique qual é o


utilizado como base para contrastar com outros índices a fim de verificar se as
políticas de crédito estão eficientes.

a) Dias de Venda a Receber;


b) Período Médio de Recebimento;
c) Índice de Inadimplência;
d) Período Médio de Pagamento;

49
e) Índices Históricos da Empresa.

4. (CRUZ, 2013 – Adaptada) Em relação aos custos variáveis, é correto afirmar:

a) Quanto maior a produção, menor o dispêndio com tais gastos.


b) Variam na proporção do volume produzido
c) Mesmo quando a produção é igual a zero, ainda é possível calcular o custo
variável
d) Todas as alternativas anteriores
e) Nenhuma das alternativas anteriores

5. Considere que no mês de abril de 2022 a empresa Tavares Ltda produziu 25.000
unidades e teve um gasto total de R$387.000,00 com matéria prima e pagou
R$41.750,00 de salário a seus funcionários diretamente relacionados a produção.
Qual é a projeção do custo de cada produto?

15,71
18,93
17,15
15,17
25,30
Resposta: Letra D.
Matéria prima:
Custo total: R$387.000,00
(÷) Quantidade: 25.000
(=) Custo unitário: R$15,48

Mão de obra:
Custo total: R$41.750,00
(÷) Quantidade: 25.000
(=) Custo unitário: R$1,67

Custo total unitário:


Matéria prima: R$15,48

50
(+) Mão de obra: R$1,67
(=) Custo unitário: R$17,15

6. (CRUZ, 2013 – Adaptada) Numere a coluna das variáveis de acordo com a sua
classificação e, a seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência
correta:

1. Custos
2. Investimentos
3. Despesas

( ) Diretos(as)
( ) Comerciais
( ) Tecnológicos(as)
( ) Novos ativos
( ) Administrativos(as)

a) 1-2-3-2-1
b) 1-3-2-2-3
c) 3-2-2-1-1
d) 2-2-1-3-1
e) 1-3-3-2-3

7. (Autoria Própria) As vendas no segundo trimestre da empresa Tavares Ltda


resultaram em R$3.789.510, porém R$641.387,00 deste total estão em atraso de
mais de 90 dias. Qual foi o índice de inadimplência do período?

a) Mais de 50% dos clientes estão em inadimplência;


b) 5,9% dos clientes estão em inadimplência
c) O índice de inadimplência está compreendido entre 15% e 20%;
d) O índice de inadimplência está compreendido entre 1% e 2%;
e) O índice de inadimplência é aproximadamente 0,17%.

51
8. Prova: Quadrix – 2018 – CREF – 8ª Região (AM/AC/RO/RR) – Assistente Financeiro
(Modificado) A respeito da legislação e dos conceitos sobre finanças, assinale a
alternativa correta:

a) O controle de contas a pagar permite, entre outros objetivos, priorizar os


pagamentos em casos de dificuldade financeira momentânea;
b) As contas a pagar dizem respeito apenas dos gestores de contas;
c) As contas a receber indicam o volume que a empresa já recebeu proveniente de
suas transações;
d) Em uma recessão as contas a pagar devem se manter intactas, pois qualquer
alteração modificará o equilíbrio da empresa;
e) A análise das contas a receber é desnecessária, pois o que entrar é lucro.

52
GESTÃO DE ESTOQUES UNIDADE

Objetivos da Unidade:

 Definir a prioridade do estoque na empresa;


 Classificar os tipos de estoques do almoxarifado;
 Calcular o custo dos estoques;
 Utilizar técnicas administrativas para o controle de estoques.

4.1 INTRODUÇÃO

Os estoques estão presente na maioria das empresas, como as que fabricam


produtos e as que revendem. Para transformar matéria prima em produto final é
necessário comprar, logo, é realizado um investimento no estoque.
Os estoques, junto com os valores a receber, representam 61,7% dos
investimentos em ativos circulantes das grandes empresas brasileiras (ASSAF NETO,
2019). Para uma operação industrial normal, os estoques quase sempre excedem 15%
do ativo, já para o setor varejista representam mais de 25% do ativo (ROSS, 2013). Eles
são considerados os menos líquidos do Ativo Circulante (COSTA, 2014), ou seja, são
os itens que mais demoram a se tornar dinheiro.

Os estoques são armazenados no almoxarifado e corresponde a cerca de 50%


do patrimônio da empresa e por isto deve receber uma atenção especial quanto a
sua gestão (PAOLESCHI, 2019).

53
O sistema de atendimento do almoxarifado deve estar de acordo
com a atividade desenvolvida pela empresa, permitindo um giro mais
rápido do estoque, a alocação dos materiais no estoque deve ser
orientada para que os itens com maior giro de entregas fiquem o mais
próximo possível da área de entrega (PAOLESCHI, 2019, p.20).

Cada vez mais a Administração Financeira tem se especializado em pequenas


áreas, apresentando características próprias (ROSS, 2013). A Gestão de Estoques tem
o objetivo de contribui para o planejamento, programação e controle de estoques,
permitindo que reduza o custo de deslocamento e armazenamento. Além de tomar
cuidado para que “os estoques não faltem (ocasionando perda de vendas) e nem
sejam conservados em altos níveis (aumentando os custos de conservação)”
(COSTA, 2014, p. 119).

4.2 ALOCAÇÃO DOS ESTOQUES

Além dos estoques representarem uma parte significativa no Ativo empresarial


eles colaboram para as atividades de produção evitando a interrupção no fluxo de
produção, garante o preço mais baixo quando adquiridos antes de um aumento
inflacionário (pré-alta) e são melhores negociados com os fornecedores quando a
encomenda é constante ou volume significativo (COSTA, 2014).
A estocagem é o momento da guarda do material no estoque e deve-se estar
atento a alguns detalhes para obter uma gestão mais eficiente, como verificar se o
item estocado foi lançado no sistema e se o protocolo de alocação está sendo
cumprido (PAOLESCHI, 2019).

54
4.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ESTOQUES

Os estoques apresentam características diferentes entre si, de acordo com


sua composição, finalidade e uso. São classificados em quatro grupos:

 Mercadorias e produtos acabados: Como o nome sugere, são os itens que já


estão prontos para o uso (produtos acabados), podendo ter sido produzidos
pela empresa ou comprados de terceiros.
 Produtos em elaboração: inclui todas as matérias-primas e demais custos
(diretos e indiretos) referentes à produção e que ainda não estão acabados.
Quando prontos esses itens são transferidos, com toda a carga assumida de
custos, para o estoque de produtos acabados.
 Matérias-primas e embalagens: Como o próprio nome diz, são os materiais
disponíveis para serem usados no processo produtivo (matérias-primas) e no
acondicionamento (embalagens) do produto acabado visando sua remessa
ao cliente.
 Materiais de consumo e almoxarifado: São os materiais que serão usados nas
atividades empresariais rotineiras, como material de escritório (papéis, caneta,
cadeiras, computadores), material de propaganda (insumos digitais, folders,
panfletos), materiais de limpeza, entre outros.

55
A quantidade de estoques está diretamente ligada pela demanda daquele
item na cadeia de produção. Quanto mais necessário for, maior será seu volume
previsto para seu estoque.

4.4 CUSTOS DO ESTOQUE

O armazenamento dos estoques gera um custo para a empresa e deve-se


compreender muito bem a realidade do processo produtivo para saber exatamente
quais são os custos que podem ser evitados, de forma a tornar a produção mais
eficiente e menos custosa.
“O objetivo é estipular uma quantidade de estoque que não exceda o
necessário, sob pena de elevação de custo; e que não falte, para que não haja
interrupção do processo produtivo ou até mesmo perda de vendas” (COSTA, 2014, p
122).
Os custos de estoque se subdividem em diversas categorias (MATIAS, 2014) e
segundo Ross (2013) e Assaf Neto (2019) eles podem ser classificados em duas
grandes áreas:

1) Custo de Manutenção ou Custo de Carregamento


2) Custo de Compra ou Custo da Falta

Os Custos de Manutenção ou Custo de Carregamento representam todos os


custos diretos a produção e também o custo de oportunidade de manter o estoque
disponível (ROSS, 2013). É encontrado pela soma dos seguintes custos:

 Custo dos itens estocados: Custo efetivo dos bens estocados, é o custo de
armazenagem e controle.
 Custo de materiais de produção: Preço de compra dos materiais diretamente
utilizados na produção.
 Custo dos produtos em processo: Soma dos vários custos de produção,
dependendo do estágio em que se encontram. Por exemplo: matérias-primas,
mão de obra, seguros e impostos, obsolescência, deterioração, furto.
 Valor dos produtos terminados: Valor total do custo de produção no processo
de fabricação.
 Custos de gestão dos estoques: São os custos evitáveis, os quais podem variar

56
de maneira direta ou inversamente proporcional às decisões de compra.

Já os Custos de Compra ou Custo da Falta representam todos “os gastos


resultantes das necessidades de adquirir materiais ou de autorizar uma ordem de
produção, sendo excluído o valor de compra (ou de produção) efetivo do bem”
(ASSAF NETO, 2019, p.729). Considera também os custos originários por ter um estoque
inadequado às necessidades empresariais. Quer ele seja muito grande, acarretando
em falta de espaço, maior investimento imobilizado e maior dificuldade na logística
ou insuficiente podendo levar a perdas de vendas e de clientes.

Figura 5: Custos x Quantidade

Fonte: ASSAF NETO( 2019, p.730)

57
Um banco de dados atualizado dos itens existentes no estoque permite um
controle melhor dos estoques pelo almoxarife, auxilia na determinação dos pontos
ressuprimento, elaboração da lista de compras e análise da lista crítica de itens
faltantes, além de reduzir as despesas por ter um planejamento. O ideal é que as
entradas e as saídas de materiais no estoque sejam feitas em até duas horas
(PAOLESCHI, 2019).

4.5 TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS PARA O ESTOQUE

Com a finalidade de otimizar os recursos investidos e promover o giro dos


estoques, os administradores contam com algumas técnicas de controle de estoque.
A utilização de técnicas administrativas pode gerar redução de custos,
aumento da produtividade, maior segurança nas operações de controle e
informações precisas em tempo real (PAOLESCHI, 2019).
Dentre as utilizadas no planejamento e controle de estoque, destacam-se a
Curva ABC ou Gráfico de Pareto, o Lote Econômico de Compras (LEC), o Ponto de
Reencomenda e o sistema Just-in-Time (JIT)

4.5.1 Curva ABC ou Gráfico de Pareto

Um dos maiores problemas enfrentados pela empresa em relação ao estoque


é a incerteza da demanda e o relacionamento com o fornecedor. Não saber ao
certo o quanto será vendido é um impedimento para operar de forma plenamente
eficiente, obrigando a ter um estoque baseado no histórico de vendas.
Para controlar melhor o estoque pode-se usar a curva ABC que tem por
finalidade retratar “a representatividade dos elementos estocados, mediante
constatações históricas, às quais podem ser acrescentadas certas previsões futuras”
(ASSAF NETO, 2019, p.725).
A curva ABC pode ser utilizada na definição de diretrizes de vendas,
administração de estoques, planejamento de produção e estabelecimento de
prioridades (PAOLESCHI, 2019, p. 39). Também é tida como “um parâmetro que
informa a necessidade de aquisição de mercadorias ou matérias-primas essenciais
para o controle do estoque, que variam de acordo com a demanda do consumidor”
(PAOLESCHI, 2019, p. 39).

58
 Construção da curva ABC:

A ideia básica é dividir o estoque em três (ou mais) grupos e classificá-lo de


acordo com a sua importância, necessidade de investimento e seu valor para a
empresa (COSTA, 2014; ROSS, 2013; PAOLESCHI, 2019).
Primeiro passo é descobrir qual o investimento necessário em cada item, para
isto, basta multiplicar a quantidade estocada pelo preço de aquisição. Quanto mais
caro o item, mais significativo será para a empresa, pois a empresa visa redução dos
custos e não desperdiçaria recursos em um item caro se não fosse importante (ROSS,
2013).
Uma vez calculado os investimentos, os itens serão classificados em ordem
decrescente. Na categoria A estarão os produtos de maiores investimentos, que
muitas vezes apresentam baixa rotação e seu volume estocado é altamente
significativo. Na categoria B encontra-se os itens de menor representação e um
controle menos frequente. Já na categoria C estão os itens de mais baixa
representatividade, que não são fonte de preocupações (ASSAF NETO, 2019).
Para se construir a curva ABC é necessário conhecer as especificações do
processo produtivo. Um item significativo para a produção e com oferta insuficiente
no mercado estará na categoria A, ainda que seu custo seja relativamente baixo.
Quanto mais essencial para a produção, mais ele pertencerá a uma categoria de
maior importância.

Figura 6: Análise ABC de Estoques

Fonte: ROSS (2013, p.723).

59
4.5.2 Lote Econômico de Compras (LEC)

Os estoques são utilizados e precisarão ser repostos para dar continuidade ao


processo produtivo. Mas quando será a hora de fazer novos pedidos? O Lote
Econômico de Compras, por meio da análise dos estoques, auxilia a encontrar o
ponto de decisão.
O LEC permite encontrar a minimização dos custos, a frequência de
renovação do estoque, os custos totais de carregamento e renovação do estoque,
os custos totais, o estoque mínimo e o estoque de segurança. O ideal é que a
empresa faça seus pedidos antes das necessidades previstas e também manter um
estoque de segurança (ROSS, 2013).
O LEC pode ser calculado da seguinte maneira:

2∗𝐷∗𝐶
𝐿𝐸𝐶 = = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
𝐶

Onde:
D = Demanda do item
Cp = Custo de pedir, por pedido
Cun = Custo de manter o estoque, por unidade e por pedido

Exemplo: A sapataria Tavares Ltda vende 4.000 sapatos por ano. Como são
revendedores, precisam comprar os sapatos em outra cidade para amenizar os
custos, de forma que gastam R$20,00 por sapato adquirido. Para armazenar os
sapatos em suas caixas no estoque, a sapataria deixa de utilizar um espaço que
poderia estar disponível para seus clientes e isto gera um custo de R$1,00 por caixa
de sapato. Para diminuir os custos, qual deverá ser a quantidade a ser comprada por
vez para manter seu estoque?

2∗𝐷∗𝐶
𝐿𝐸𝐶 = = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
𝐶

2 ∗ 4.000 ∗ 20
𝐿𝐸𝐶 = = √160.000 = 400
1

Cada vez que fizerem um novo pedido, a empresa Tavares Ltda deverá

60
solicitar 400 unidades de forma a minimizar o custo do estoque.

 E quantas vezes a empresa deverá pedir por ano?

O número de pedidos realizados por ano é diretamente dependente da


quantidade vendida (demandada) e inversamente dependente do Lote Econômico
de Compra, que é a quantidade a ser comprada. Pode-se encontrar a quantidade
de vezes de pedidos no período aplicando a seguinte fórmula:
𝐷
𝑁𝑃 = = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐿𝐸𝐶
Onde:
NP = Número de pedidos no período
D = Demanda
LEC = Lote Econômico de Compras

Exemplo: Seguindo o exemplo anterior, quantas vezes a empresa Tavares Ltda


deverá fazer o pedido no ano?
4.000
𝑁𝑃 = = 10 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
400
Logo, a empresa deverá comprar novos estoques 10 vezes ao ano. O que é
bastante razoável, pois é indicado a ter novos modelos de acordo com a mudança
das estações e da moda.

 E qual é o intervalo de tempo entre os pedidos?

Para saber quanto tempo deve esperar para realizar um novo pedido, basta
dividir o número de dias do período requisitado pela quantidade de pedidos que terá
que fazer. Para a empresa Tavares Ltda ficará assim:
𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑁𝐷 =
𝑁𝑃
360
𝑁𝐷 = = 36 𝑑𝑖𝑎𝑠
10

Logo, a empresa Tavares Ltda., a fim de minimizar seus custos de estoque,


necessita realizar 10 pedidos de 400 sapatos a cada 36 dias.

61
 Será que ela deve esperar o estoque todo acabar para pedir novamente?

A não ser em algumas exceções, como empresas que trabalham sob


encomendas muito personalizadas, as empresas precisam ter estoques para
realizarem suas operações, senão podem perder vendas e clientes. Portanto é
necessário ter um estoque de segurança para não ficar desprevenido caso ocorra
algum imprevisto com a encomenda, como atraso no frete, feriados não observados,
falta de fornecedor, entre outros. Esta parte é trabalhada na próxima técnica
administrativa.

4.5.3 Ponto de Reencomenda

O Lote Econômico de Compras (LEC) não considera o tempo entre o pedido


e a chegada da mercadoria (frete). Para manter o fluxo constante empresarial e não
faltar artigos para atender os clientes a empresa pode considerar o ponto de
reencomenda. Este ponto determina a qual quantidade contida no estoque de
deverá ser feita o pedido. É obtido pela fórmula:
Ponto de reencomenda = (tempo para reposição, em dias) * (demanda
diária)
Se a empresa Tavares Ltda. tem uma demanda diária de 10 unidades e, ao
fazer o pedido ele demora 10 dias para chegar até a loja, o ponto de reencomenda
será de 100, ou seja, quando o estoque for igual a 100 unidades um novo pedido
deverá ser feito.
Para evitar que contratempos afetem as operações, pode-se trabalhar com
uma margem de estoque de segurança. A gestão julgará qual será o período a mais
a ser considerado para que não haja falta de mercadoria. Por exemplo, se demora
10 dias para o produto chegar, na conta do ponto de reencomenda pode
considerar que o tempo para a reposição seja de 12 dias, ou outro valor acima dos
10.

62
Figura 7: Estoques de segurança e Pontos de renovação de pedidos

Fonte: ROSS (2013)

4.5.4 Sistema Just in Time (JIT)

Considera que não haverá atrasos em mercadoria, evitando a necessidade


de fazer um estoque de segurança e diminui os custos de estocagem. Os insumos
precisam ser recebidos exatamente no momento em que são requeridos na
produção (GITMAN, 2017, p.620).
O objetivo do JIT é minimizar os estoques maximizando seu giro. Trabalha
apenas com o estoque necessário para atender às necessidades de produção
imediatas. Como consequência os estoques são pedidos e renovados com maior
frequência (ROSS, 2013).

63
Para adoção desse modelo por uma organização, suas atividades
de compra, produção e comercialização devem ser altamente
coordenadas. Além do mais, as relações com os fornecedores
precisam ser altamente especificadas, objetivando sobretudo a
qualidade do que é fornecido, isso porque o sistema Just-in-Time
não admite erros (COSTA, 2014, p.126).

64
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Prova: Instituto Pró-Município – 2019 – CRP – 11ª Região (CE) – Técnico de


Patrimônio - Com o uso de ferramentas para controle de estoque, é possível
gerenciar equipamentos, produtos finalizados ou em processo de produção,
movimentação e armazenamento de matérias-primas, entre outras questões
fundamentais para o bom andamento do processo produtivo. Sobre os conceitos
acerca das ferramentas para controle de estoque assinale a opção correta.

a) Just in Time utiliza um método de gestão para reduzir os custos de produção ao


mínimo necessário, para manter o estoque ao menor nível capaz de suprir as
demandas;
b) UEPS se baseia no conceito de que as mercadorias mais antigas no estoque
devem ser vendidas como prioridade perante às mais recentes;
c) PEPS indicada apenas para empresas que não atuam no segmento de produtos
perecíveis, para não se correr risco de prejuízos com perdas por prazo de
validade.
d) As últimas unidades que entram no estoque são consideradas para o cálculo do
valor total de mercadorias armazenadas. Os gestores precisam ser atentos a
rotatividade dos produtos;
e) O SRM ou gestão do relacionamento com fornecedores consiste em identificar o
valor dos produtos vendidos e os que estão em estoque, tornando conhecido o
valor de sua mercadoria.

2. (ASSAF NETO, 2019) Os três tipos de estoque são:

a) Básico, produção e consumo


b) Matéria prima, produção e produtos acabados
c) Não duráveis, em elaboração e duráveis
d) Serviços, mão de obra e produtos acabados
e) Oferta, produção e demanda

3. Prova: CS-UFG-2019- IF Goiano – Administrador- Estoque é a acumulação


armazenada de recursos materiais num sistema de produção. Quando o estoque

65
chega a zero e não pode atender a uma necessidade de consumo, uma
requisição ou venda denomina-se

a) Intervalo de ressuprimento.
b) Estoque mínimo.
c) Estoque virtual.
d) Ruptura de estoque.
e) Intervalo de suprimento.

4. (ASSAF NETO, 2019) Uma empresa que possui vendas anuais de 5.400 unidades,
um custo de reabastecimento de $ 40,00 por pedido e custo de carregamento
de $ 30,00. Qual deve ser o tamanho de cada pedido que minimizaria os custos
em unidades?

a) 90.
b) 100.
c) 110.
d) 120.
e) 130.

5. Prova: IF Sul Rio-Grandense - 2019 - IF Sul Rio-Grandense - Administrador


A Administração de Materiais inadequada, além da utilização indevida de
recursos financeiros, é um forte sintoma de uma Administração ineficaz. Analisar
milhares de itens num estoque é uma tarefa extremamente difícil.
O método de categorização de estoque utilizado para facilitar a análise,
concentrando-se naqueles itens que trarão maiores benefícios na direção do
objetivo organizacional, é chamado de:

a) Sistema duas gavetas.


b) Peps.
c) Ueps.
d) Curva ABC.
e) Nenhuma alternativa acima.

66
6. (ASSAF NETO, 2019) Sobre a administração de estoques é correto afirmar:

a) Existe uma relação básica de custo x benefício na gestão de estoques, porque os


custos de carregamento aumentam de acordo com o nível de estoque, ao passo
que os custos de reabastecimento caem com o nível de estoque.
b) Existe uma relação básica de custo × benefício na gestão de estoques, porque os
custos de carregamento diminuem de acordo com o nível de estoque, ao passo
que os custos de reabastecimento aumentam com o nível de estoque.
c) O custo de carregamento representa todos os custos relacionados a colocação
de um pedido junto a fornecedores.
d) Os custos de falta de estoques representam todas as despesas diretas e os custos
de oportunidade de manter os estoques.
e) O objetivo fundamental da gestão de estoques é a maximização da colocação
dos estoques no mercado.

7. Prova: CESPE - 2019 - MPC-PA - Assistente Ministerial de Controle Externo

A secretaria de transportes de determinado estado da Federação optou por


manter em estoque de pneus de veículos para manutenção da frota estadual pelo
período de dois anos. Essa decisão foi tomada em razão de o preço do produto estar
sujeito à variação do preço do petróleo, que tem aumentado constantemente.
Nesse caso, a opção da secretaria representa uma vantagem para o estado porque

a) A manutenção de grandes estoques implica economia de escala.


b) Os estoques protegem as organizações dos atrasos nas entregas por erros de
fabricação.
c) Os estoques podem proteger as organizações de eventuais oscilações de
mercado.
d) Os custos de manutenção dos estoques sempre compensam as oscilações de
preços.
e) A manutenção do estoque de pneus é uma oportunidade de investimento para
a secretaria de transportes.

Ano: 2019 Banca: IF-MT Órgão: IF-MT Prova: IF-MT - 2019 - IF-MT - Assistente em

67
Administração - Na gestão de materiais, há muitas razões para se evitar o acúmulo
de estoque físico sempre que possível. Entretanto, os estoques fornecem muitas
vantagens tanto para as operações quanto para os clientes. Assinale a alternativa
que NÃO representa uma vantagem para se manter estoques físicos.

a) O estoque físico é uma garantia contra a incerteza.


b) O estoque físico pode reduzir o risco de obsolescência.
c) O estoque físico pode reduzir os custos globais.
d) O estoque físico pode aumentar em valor.
e) O estoque físico pode ser usado para antecipar demandas futuras.

68
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES UNIDADE
CONTÁBEIS

Objetivos da unidade:

 Identificar quais grupos se interessam pelas Demonstrações Contábeis;


 Saber o que deve constar nas Demonstrações Contábeis;
 Elencar as Demonstrações Contábeis exigidas pela Lei das Sociedades por
Ações;
 Conhecer três formas distintas de análise dos relatórios;
 Ter um panorama do Balanço Patrimonial e suas contas.

5.1 INTRODUÇÃO

A Contabilidade provavelmente surgiu em 4.000 a.c. com a necessidade de


fazer o controle dos dias para determinar a idade da pessoa e o período gestacional
(humano e animal), o controle da comida produzida e estocada e também dos
materiais rupestres desenvolvidos. Pressupõe-se que a Análise das Demonstrações
Contábeis começou logo após o início da Contabilidade (MARION, 2019).
A contabilidade pode ser entendida como um modelo que procura
representar o que vem ocorrendo com a empresa, e por ser um modelo, ele é uma
aproximação (simplificação) da realidade e sempre faltarão informações para se
entender de forma completa o que está ocorrendo (MARTINS, MIRANDA E DINIZ, DINIZ
e MIRANDA, 2020).
As Demonstrações Financeiras, também chamadas de Demonstrações
Contábeis ou ainda de relatórios contábil-financeiros, são os produtos finais da
contabilidade (RIBEIRO, 2018). É uma importante ferramenta utilizada para a
avaliação de desempenho dentro de um período específico, apresenta indicadores
das expectativas econômicas e financeiras da empresa e mostra a estrutura da
situação patrimonial (ALVES E LAFFIN, 2018).
Para serem melhores entendidos, os relatórios de análise precisam ser escritos

69
de forma clara e sucinta, considerando os objetivos pelos quais estão sendo
elaborados e a finalidade dos que precisam das informações que contam neles. (LINS
e FRANCISCO FILHO, 2012), devem abordar informações relevantes e representadas
com fidedignidade a realidade (RIBEIRO, 2018).

1) Aspectos importantes do Relatório

Os relatórios deverão ser elaborados de acordo com alguns critérios, que


visam uma análise empresarial correta, sem ambiguidades e distorções, valendo
para todos os assuntos e segmentações.

5.2 CONSTRUÇÃO E ANÁLISE

O primeiro passo para construir o relatório de análise é considerar o contexto


em que a empresa está inserida, considerando os aspectos econômicos, políticos e
sociais. Deve-se fazer um levantamento sobre os concorrentes, as estratégias
empresariais internas e, principalmente, as projeções futuras para manter-se ativa.
(ALVES E LAFFIN, 2018, p.13).
De acordo com Marion (2019), para realizar a análise deve-se seguir os
seguintes passos:

1) Ter todas as Demonstrações Contábeis (inclusive as Notas Explicativas)


preferencialmente dos últimos três períodos;
2) Colocar as informações em colunas comparativas, tendo em uma única
publicação dois períodos: exercício atual e exercício anterior;
3) Averiguar a credibilidade das Demonstrações Contábeis, com o parecer da
auditoria.

70
5.3 INTERESSADOS PELAS ANÁLISES CONTÁBEIS

A análise das demonstrações contábeis tem o objetivo de gerar informações


úteis à tomada de decisões dos diversos usuários das informações contábeis. No
princípio, a contabilidade se destinava apenas ao dono do patrimônio que desejava
medir e controlar as variações ocorridas na sua riqueza (MARTINS, MIRANDA e DINIZ,
2020), mas ao passar do tempo outros grupos também se interessaram sobre suas
informações financeiras, com os mais variados motivos, dos quais se destacam:

a) Contadores, que preparam a informação (MARION, 2019);


b) Auditores, que opinam sobre a informação (MARION, 2019);
c) Analistas e administradores, que utilizam a informação (MARION, 2019; RIBEIRO,
2018);
d) Governo e Órgãos reguladores, que utilizam as informações de atividades
empresariais para definir novos padrões, políticas fiscais, fiscalização das
entidades e destinação de recursos (MARION, 2019; MARTINS, MIRANDA E
DINIZ, 2020; RIBEIRO, 2018);
e) Professores, que pesquisam e ensinam os padrões (MARION, 2019);
f) Investidores e acionistas, que estão interessados sobre o risco inerente ao
investimento, retorno e capacidade de pagamento de dividendos para
saberem se podem ou não continuar investindo naquela empresa (MARTINS,
MIRANDA E DINIZ, 2020; RIBEIRO, 2018; ALVES E LAFFIN, 2018);
g) Credores por empréstimos como fornecedores, bancos e gerentes, que se
preocupam em reaver o dinheiro emprestado, ou o valor a ser pago (MARTINS,
MIRANDA E DINIZ, 2020; RIBEIRO, 2018);
h) Sindicatos e empregados, que querem saber sobre a estabilidade e
lucratividade de seus empregadores, sobre a capacidade de pagamento dos
salários, benefícios de aposentadoria e oportunidades de emprego,
crescimento individual dos profissionais (MARTINS, MIRANDA E DINIZ, 2020;
ALVES E LAFFIN, 2018);
i) Clientes, que querem saber sobre a capacidade operacional da empresa de
fornecimento de matéria-prima ou insumos (MARTINS, MIRANDA E DINIZ, 2020;
RIBEIRO, 2018);
j) Outras empresas, para saber sobre o potencial da concorrência e analisar sua

71
evolução (RIBEIRO, 2018; ALVES E LAFFIN, 2018);
k) O público de maneira geral, pode estar interessado sobre a evolução do
desempenho da empresa na sua cidade ou região impactando o
desenvolvimento local (MARTINS, MIRANDA E DINIZ, 2020).

Figura 8: Demonstrações contábeis

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

5.4 PADRONIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS

Antes de 1976 as Demonstrações Contábeis não tinham um critério


amplamente definido para serem seguidos, antes de analisarem as contas
empresariais, os contadores gastavam muito tempo ordenando e reclassificando as
entradas e saídas até conseguirem de fato relacioná-las.
A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76) padronizou a Contabilidade

72
Básica e definiu, em seu artigo 176, quais contas a diretoria deveria elaborar no final
de cada exercício social (1 ano), apresentando com clareza a situação do
patrimônio empresarial e suas alterações. Em 2007, com a Lei nº 11.638/07 foram
incluídas novas demonstrações, sendo as exigidas:

I - Balanço Patrimonial;
II - Demonstração Dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
III - Demonstração Do Resultado do Exercício;
IV – Demonstração Dos Fluxos de Caixa;
V – Se Companhia Aberta, Demonstração do Valor Adicionado.

73
74
5.5 FORMAS DE ANÁLISE

As demonstrações financeiras são lançadas pelo Regime de Competência,


onde são consideradas as atividades quando elas ocorrem e não quando são
recebidos ou pagos. Ou seja, quando um cliente faz uma encomenda, este pedido
já será retirado do estoque e considerado no caixa como pagamento, ainda que
não tenha de fato saído da empresa.
Há algumas formas diferentes de analisar os resultados provenientes das
Demonstrações Contábeis, são elas:
Análise Vertical: Quando fazemos a divisão de uma grandeza por outra, nossos
olhos leem no sentido vertical (MARION, 2019). A análise vertical é feita a fim de definir
a relevância de cada conta em meio a um montante, apenas em um período. Por
exemplo, para verificar o quanto o volume das Contas a Receber pesa dentro do
Ativo, basta fazer a divisão entre eles:
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
Análise Horizontal: “Quando comparamos os indicadores de vários períodos,
analisando a tendência dos índices, nossos olhos leem no sentido horizontal”
(MARION, 2019). A análise horizontal permite comparar variações percentuais
ocorridas em dois ou mais períodos, desde que esteja com a mesma unidade de
medida (ALVES E LAFFIN, 2018). Normalmente é apresentado por meio de planilhas
e tabelas.

Análise por indicadores, índices ou quocientes: São obtidos a partir da divisão


de duas grandezas, baseados numa fórmula. O resultado deverá ser interpretado de
acordo com os parâmetros estatísticos adotados e finalmente ele deverá ser
conceituado, mostrando o efeito na realidade. (MARION, 2019)
Os indicadores mensuram o desempenho da empresa relativo à sua liquidez,
ao seu ciclo operacional, ao seu grau de endividamento, sua rentabilidade e
atividade. Para aplicar o cálculo dos indicadores é preciso utilizar como base as

75
informações demonstradas no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado
do Exercício (ALVES E LAFFIN, 2018).
Os indicadores podem ser reunidos nos seguintes grupos:
 Indicadores de estrutura de capital e endividamento;
 Indicadores de atividade (prazos médios);
 Indicadores de liquidez (capacidade de pagamento de dívidas);
 Indicadores de rentabilidade;
 Indicadores de gestão do capital de giro.

5.6 BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis mais importantes


aos processos de tomada de decisão por parte dos usuários das informações
oriundas da contabilidade (MARTINS, MIRANDA E DINIZ, 2020). Para fins didáticos e de
exposição, este livro abordará rapidamente o Balanço Patrimonial, nas outras
disciplinas de Contabilidade você verá as demais demonstrações detalhadamente.
O Balanço Patrimonial continua sendo cerne da Análise Financeira, num certo
sentido, todas as demonstrações convergem para o Balanço ajudando a explicá-lo.
(MARION, 2019)

76
Figura 9: Balanço Patrimonial

FONTE: MARION (2019).

O Balanço Patrimonial apresenta a situação patrimonial e financeira de uma


empresa em determinado momento (RIBEIRO, 2018). A partir dele é possível tirar
conclusões a respeito da solvência, liquidez, endividamento, estrutura patrimonial e
rentabilidade, entre outros aspectos (MARTINS, MIRANDA E DINIZ, 2020).

77
O Balanço Patrimonial é formado pelas contas do Ativo, Passivo e Patrimônio
Líquido. Veja a seguir quais contas participam de cada grupos de conta.

5.7 ATIVO

O ativo é composto pelas contas indicativas de bens, direitos e outros recursos


da organização que gerem ou ajudem a gerar caixa (MARTINS, MIRANDA E DINIZ,
2020). “As contas são dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos
elementos nelas registrados, nos grupos do Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante”
(BRASIL, 1976). Portanto, os ativos são as contas que aumentam o valor monetário da
empresa.

 Ativo Circulante: Agrupam as contas de maior liquidez, ou seja, as que serão mais
fáceis e rápidas para se converterem em dinheiro, no curto prazo. É composto
pelos itens:

 Depósitos Bancários e Caixa;


 Contas a Receber (Dívidas de terceiros de curto prazo);
 Estoques;
 Acréscimos e diferimentos.

 Ativo Não Circulante: São os ativos de menor liquidez, que não se destinam à
venda (ASSAF NETO, 2015).

 Realizável a Longo Prazo;


 Investimentos;
 Imobilizado;
 Intangível.

78
5.8 PASSIVO

Neste grupo estão classificadas as obrigações presentes da empresa, vindas


de eventos que já ocorreram, cujas liquidações se espera que resultem em saída de
recursos capazes de gerar benefícios econômicos (MARTINS, MIRANDA E DINIZ, 2020).
As contas são alocadas nos grupos do Passivo Circulante e Passivo Não
Circulante de acordo com sua exigibilidade, ou seja, organizadas de acordo com o
prazo de vencimento das contas.

 Passivo Circulante: Segue a mesma lógica do Ativo Circulante, porém com as


obrigações. São agrupadas as contas cuja liquidação deve ser feita no curto
prazo, um ano ou o prazo de um ciclo operacional (tempo gasto desde a
aquisição de matéria-prima até o recebimento da venda). O Passivo Circulante
é composto pelos seguintes agrupamentos de contas:

 Fornecedores ou duplicatas a pagar;


 Empréstimos bancários;
 Títulos a pagar;
 Encargos sociais a pagar;
 Salários a pagar;
 Impostos a pagar

 Passivo Não Circulante: São as contas que vencem em um prazo superior a um


ano. Tais como:

 Financiamento e empréstimos de instituições financeiras;


 Debêntures à pagar;
 Fornecedores de equipamentos de grande porte.
 Empresas Controladas;
 Provisão imposto de rende diferido;
 Financiamento (LP), longo prazo;
 Fornecedores (LP);

79
5.9 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2021), o Patrimônio


Líquido é a participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos
os seus passivos. Representa o total de recursos próprios da entidade, pertencentes a
seus acionistas ou sócios e pode ser obtido pela fórmula:

𝑃𝐴𝑇𝑅𝐼𝑀Ô𝑁𝐼𝑂 𝐿Í𝑄𝑈𝐼𝐷𝑂 = 𝐴𝑇𝐼𝑉𝑂 − 𝑃𝐴𝑆𝑆𝐼𝑉𝑂

É composto pelas seguintes contas:

 Capital Social;
 Reservas de Capital;
 Ajustes de Avaliação Patrimonial;
 Reservas de Lucros;
 Ações ou Cotas em Tesouraria;
 Lucros ou Prejuízos Acumulados

Na prática
Para ver como funciona na prática, vamos resolver juntos este exercício
retirado da Prova NC-UFPR – 2019 – Prefeitura de Curitiba – PR – Auditor Fiscal de
Tributos Municipais
Uma determinada empresa apresentou os saldos finais das seguintes contas
em 31/12/00:

Caixa R$ 1.000,00
Capital Social R$ 20.000,00
Contas a Pagar até 90 dias R$ 2.000,00
Contas a Receber até 360 dias R$ 5.000,00
Imobilizado R$ 15.000,00
Prejuízos Acumulados R$ 1.500,00
Financiamento de Longo Prazo R$ 5.000,00
Salários a Pagar R$ 1.000,00
Estoques R$ 6.000,00
Depreciação Acumulada R$ 500,00

80
Os valores totais do Ativo e do Patrimônio Líquido nessa data são,
respectivamente:

a) R$ 12.000,00 e R$ 28.000,00.
b) R$ 26.500,00 e R$ 18.500,00.
c) R$ 26.500,00 e R$ 29.500,00.
d) R$ 27.500,00 e R$ 21.500,00.
e) R$ 27.500,00 e R$ 29.500,00.

Resposta: Para resolver este exercício basta alocar cada conta em seu
respectivo grupo. Como depreciação e Prejuízos acumulados são valores que sairão
das contas que deveriam ser somadas, estão evidenciadas na cor vermelha e no
cálculo do total deverão ser subtraídos.
ATIVO PASSIVO

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE


R$
Caixa R$ 1.000,00 Conta a pagar até 90 dias 2.000,00
Contas a Receber até 360 R$
dias R$ 5.000,00 Salários a Pagar 1.000,00
Estoques R$ 6.000,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Financiamento de Longo R$
TOTAL ATIVO CIRCULANTE R$ 12.000,00 Prazo 5.000,00
R$
TOTAL PASSIVO 8.000,00
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Imobilizado R$ 15.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
R$
20.000,0
Depreciação Acumulada R$ 500,00 Capital Social 0
R$
TOTAL ATIVO NÃO CIR. R$ 14.500,00 Prejuízos acumulados 1.500,00
R$
18.500,0
TOTAL PAT. LÍQ. 0
TOTAL ATIVO R$ 26.500,00
R$
26.500,0
TOTAL (PASS + PL) 0

Como pode-se observar o valor total do ativo será sempre igual ao valor da
soma do total do passivo com o patrimônio líquido. Este exercício apresenta o total
do ativo de R$2.500 e o total do patrimônio líquido é de R$18.500.

81
82
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Prova: AMAUC – 2019 – Prefeitura de Itá – SC – Fiscal de Tributos - Preencha os


espaços em branco:

A contabilidade tem como objeto de estudo ______________, o qual pode ser


explicado pelo conjunto de ____________, _______________ e ______________ de uma
pessoa ou entidade, avaliados em moeda.

a) O Balanço Patrimonial; Ativo Imobilizado; Passivo Circulante; Patrimônio Líquido.


b) A DRE; Receita com Vendas; Despesas; Estoques.
c) As Auditorias; Balanço Patrimonial; Patrimônio Líquido; Notas Explicativas.
d) O Patrimônio; Bens; Direitos; Obrigações.
e) As Novelas; Elenco; Roteiro; Direção.

2. Prova: CS-UFG – 2019 – IF Goiano – Técnico em Contabilidade- Considere D-débito


e C-crédito. O lançamento que corresponde ao pagamento em dinheiro de uma
duplicata com desconto é:

a) D – caixa, C – fornecedores e C – juros passivos.


b) D – caixa, D – fornecedores e C – descontos concedidos.
c) D – fornecedores, D – caixa e C – juros ativos.
d) D – fornecedores, C – caixa e C – descontos obtidos.
e) D- caixa, D- onecedores e D juros ativos

3. Prova: INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO – 2019 – CRP – 11ª Região (CE) – Técnico Contábil
- A demonstração que busca evidenciar qualitativamente e quantitativamente,
em uma determinada data, a posição financeira e patrimonial da empresa é:

a) Demonstração de Resultado do Exercício;


b) Demonstração do Valor Adicionado;
c) Balanço Patrimonial;
d) Demonstração do Fluxo de Caixa.
e) Nenhuma das alternativas acima

83
4. Prova: INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO – 2019 – CRP – 11ª Região (CE) – Técnico Contábil-
O patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de
deduzidos todos os seus passivos, de acordo com o CPC 00. Acerca deste tema,
marque a alternativa correta:

a) O estatuto da entidade não pode exigir a constituição de reservas;


b) O seu montante depende da mensuração dos ativos e passivos;
c) O patrimônio líquido não deve ter subclassificações no balanço patrimonial;
d) Toda entidade é obrigada legalmente a constituir reserva legal correspondente a
3% do patrimônio líquido.
e) Nenhuma das alternativas acima.

5. Prova: FCC – 2019 – AFAP – Analista de Fomento – Contador- Considere os dados


abaixo para responder à questão.

O total do ativo não circulante em 2018 é

a) R$ 147.000 00.
b) R$ 127.000 00.
c) R$ 125.000 00.
d) R$ 165.000 00.
e) R$ 145.000 00.

84
6. Assinale a alternativa em que não apresenta o verdadeiro interesse pelas
Demonstrações Contábeis do grupo indicado:

a) Governo e Órgãos reguladores estão interessados em informações sobre as


atividades empresariais para que possam estabelecer políticas fiscais, destinação
de recursos, emissão de novos padrões e fiscalização das entidades;
b) Clientes querem saber sobre a capacidade operacional da empresa de
fornecimento de matéria-prima ou insumos;
c) Credores por empréstimos como fornecedores, bancos e gerentes, que se
preocupam em reaver o dinheiro emprestado, ou o valor a ser pago;
d) Professores, que preparam os padrões;
e) Outras empresas, para saber sobre o potencial da concorrência e analisar sua
evolução

7. De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, qual das seguintes
demonstrações é exigida apenas para uma Companhia Aberta?

a) Balanço Patrimonial;
b) Demonstração Dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
c) Demonstração Do Resultado do Exercício;
d) Demonstração Dos Fluxos de Caixa;
e) Se Companhia Aberta, Demonstração do Valor Adicionado.

8. Qual das seguintes análises é mais comumente utilizada quando comparamos os


indicadores de vários períodos?

a) Análise Horizontal
b) Análise Vertical
c) Análise Diagonal
d) Indicadores
e) Quocientes

85
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE UNIDADE
GIRO

Objetivos da unidade:

 Conceituar e analisar o Capital de Giro


 Diferenciar Capital de Giro e o Capital de Giro Líquido
 Entender o objetivo da Administração do Capital de Giro
 Identificar quais atividades influenciam e impactam o Capital de Giro
 Calcular o Capital de Giro, Necessidade de Capital de Giro e o Capital de
Giro Líquido.

Para realizar todos os passos descritos anteriormente, é feito investimentos em


cada área, na compra da matéria prima, nos custos de transformação, embalagem,
armazenamento e distribuição. Em todos estes passos o capital de giro está
envolvido, pois é ele quem proporciona a compra de todos os itens e, espera-se que
na venda haja lucro, aumentando o capital a ser reinvestido para que uma nova
produção possa ser elaborada.

86
6.1 DEFINIÇÃO DE CAPITAL DE GIRO E ANÁLISE (NEGATIVO, POSITIVO E NULO)

Capital é um conjunto de bens utilizados no processo produtivo, o montante


que gera liquidez à empresa. Giro refere-se aos recursos de curto prazo da empresa,
geralmente identificados como aqueles capazes de serem convertidos em caixa no
prazo máximo de um ano (ASSAF NETO E SILVA, 2012). Logo, uma das definições de
capital de giro é o montante que será utilizado pela empresa em um prazo de até
360 dias.
Segundo Silva (2018) e Assaf Neto e Silva (2012) o capital de giro (CDG) é o
recurso utilizado para sustentar as operações do dia a dia da empresa, ou seja, é o
capital disponível para condução normal dos negócios da empresa, desde a
aquisição de matérias-primas (ou mercadorias) até o recebimento pela venda do
produto acabado. Ele necessita de recursos para seu financiamento, isto é, quanto
maior for seu valor, maior a necessidade de financiamento, seja com recursos
próprios ou com recursos de terceiros.
O capital de giro ideal para começar as atividades empresariais seria aquele
que suportasse seis meses de despesas fixas e de estoque até o negócio começar a
gerar lucro (SILVA, 2018).

O capital de giro (CDG) é um dos elementos que influenciam as decisões


estratégicas de uma organização e é alvo de muitos estudos acadêmicos (CASADO
et al, 2020). Tem participação relevante no desempenho operacional das empresas,
cobrindo geralmente mais da metade de seus ativos totais investidos (ASSAF NETO E
SILVA, 2012).
O Capital de Giro pode ser encontrado utilizando o Balanço Patrimonial a
partir das seguintes fórmulas:

87
CDG = (Passivo não cíclico + Patrimônio líquido) – (Ativo não cíclico)
CDG = (Fontes de Longo Prazo) – (Aplicações de Longo Prazo)

Exemplo: Após um levantamento do Balanço Patrimonial da empresa Tavares


Ltda. observou-se os seguintes resultados:
Caixa = 15.480
Financiamento = 50.000
Estoques = 48.125
Patrimônio Líquido = 12.450

Qual é o Capital de Giro da empresa?

Resposta:
CDG = (Passivo não cíclico + Patrimônio líquido) – (Ativo não cíclico)
CDG = (Financiamento + Patrimônio Líquido) – (Caixa + Estoques)
CDG = (50.000 + 12.450) – (15.480 + 48.125)
CDG = 62.450 – 63.605 = - 1.155
CDG = -1.155

Mas o que isto representa?


Quando o Capital de Giro é negativo significa que a empresa financia parte
de seu ativo não circulante com fundos de curto prazo, ou seja, as aplicações
permanentes são maiores do que as fontes permanentes e não há fontes no longo
prazo suficientes para financiar a Necessidade de Capital de Giro (CASADO et al,
2020; SILVA, 2018).
Com o Capital de Giro negativo a empresa aumenta o risco de insolvência,
mas ela conseguirá se desenvolver desde que sua necessidade de capital de giro

88
também seja negativa (SILVA, 2018).
Um Capital de Giro positivo indica que há recursos no passivo não circulante e
no patrimônio líquido capazes de quitar os financiamentos dos ativos em logo prazo,
ou seja, há montante suficiente para pagar a Necessidade de Giro de Capital
(CASADO et al, 2020; SILVA, 2018).

6.1.1 Administração do Capital de Giro

A administração do capital de giro tem por objetivo minimizar o tempo entre


o desembolso com a compra de materiais e o recebimento das vendas (SILVA, 2018).
A perda da liquidez pela maior participação de estoques no ativo circulante
deve ser compensada por um maior volume de caixa; a presença de passivos de
prazos mais curtos exige, por seu lado, ativos correntes mais líquidos (ASSAF NETO E
SILVA, 2012).
A administração do capital de giro diz respeito à administração das contas dos
elementos de giro, ou seja, dos ativos e passivos correntes (circulantes), e às inter-
relações existentes entre eles. Neste conceito, são estudados fundamentalmente o
nível adequado de estoques que a empresa deve manter, seus investimentos em
créditos a clientes, critérios de gerenciamento do caixa e a estrutura dos passivos
correntes, de forma consistente com os objetivos enunciados pela empresa e tendo
por base a manutenção de determinado nível de rentabilidade e liquidez (ASSAF
NETO E SILVA, 2012).

89
Figura 10: Capital de Giro

Fonte: NEVES e VICECONTI (1998, p. 244)

6.1.2 Atividades que interferem no Capital de Giro

Uma administração inadequada do capital de giro resulta, normalmente, em


sérios problemas financeiros, contribuindo efetivamente para a formação de uma
situação de insolvência (ASSAF NETO E SILVA, 2012).
Segundo Silva (2018) algumas atividades enfraquecem o capital de giro e se
apresentam como dificuldades, as principais são:

 Prejuízos;
 Aquisição de ativo imobilizado;
 Aquisição de investimentos;
 Aplicação de recursos no ativo intangível;
 Distribuição de lucros;
 Redução de vendas;
 Crescimento da inadimplência;

90
 Aumento das despesas financeiras;
 Desperdícios de natureza operacional.

Quando o dinheiro da empresa vai para um ativo de baixa liquidez diminui o


capital de giro, pois haverá maior dificuldade e demora para transacionar os bens. É
muito mais fácil ter o dinheiro em mãos, ou no banco, para comprar uma máquina
do que ter que vender um terreno para comprar o maquinário.
Para conseguir balancear e equilibrar as contas a pagar, a receber e o capital
de giro a empresa pode fazer uso de algumas fontes de financiamento CASADO et
al (2020) destacam:

 Capital Circulante Próprio;


 Empréstimos e financiamentos bancários de longo prazo;
 Empréstimos bancários de curto prazo;
 Duplicatas descontadas;
 Debêntures

A tabela a seguir apresenta, de forma resumida, os principais fatores que estão


relacionados ao capital de giro e que o impacta produzindo redução ou aumentos
em seu montante.

FATORES QUE REDUZEM FATORES QUE ELEVAM


Compras à vista Venda à vista
Retiradas em excesso Maior redução de estoques
Distribuição de lucros Lucratividade
Aquisição/Imobilização de capital Redução do ciclo produtivo
Níveis elevados de estoque Aumento dos prazos de compras
Prazos de venda muito longo Cobrança eficiente
Ineficiência do sistema de cobrança Diminuição da inadimplência
Pagamento de juros e amortização de Venda do ativo imobilizado
empréstimos
Fonte: SILVA, 2018

6.1.3 Tipos de Capital de Giro (permanente ou sazonal)

O Capital de Giro pode ser classificado como permanente (ou fixo) ou sazonal
(variável), a depender da necessidade de capital de giro em determinada época.
O Capital de Giro Permanente corresponde ao volume mínimo de ativo
circulante (dinheiro, estoque) que é preciso para manter a empresa em condições

91
normais de funcionamento (pagamento das despesas e reinvestimento).

O Capital de Giro Sazonal corresponde as necessidades adicionais e


temporais de recursos verificadas em determinados períodos e
motivadas, principalmente, por compras antecipadas de estoques,
maior demora no recebimento de clientes, recursos do disponível em
trânsito, maiores vendas em certos meses do ano (SILVA, 2018, p.115).

6.2 CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO E SUAS INTERPRETAÇÕES

O Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro Líquido (CGL) representa


o volume de recursos a longo prazo (exigibilidades e patrimônio líquido) que estão
financiando os ativos circulantes de curto prazo (SILVA, 2018), ou seja, serve para
analisar a liquidez da empresa para o curto prazo. Uma administração eficaz do CGL
garante solidez financeira, bem como resultados prósperos ao longo do tempo
(CASADO et al, 2020).
O Capital de Giro Líquido é encontrado a partir da seguinte equação:

CGL = Ativo circulante – Passivo circulante

O resultado pode se apresentar de três formas:

 Positivo: Ocorre quando o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante,


ou seja, o capital disponível é próprio e é superior às obrigações existentes. É
uma situação favorável e representa uma boa capacidade para o
financiamento das dívidas com capital próprio.
 Negativo: Acontece quando o Passivo Circulante é superior ao Ativo
Circulante, neste caso a empresa precisará contar com o Capital de Terceiros
(empréstimos e financiamentos) para manter suas atividades. É uma situação
de alerta, o endividamento cresceu junto com as despesas, pode indicar um
quadro de risco associado ao negócio.

Quando o CGL é negativo a empresa pode procurar alternativas de


financiamentos não onerosos, como prolongar o prazo de pagamento aos
fornecedores e encurtar o prazo de recebimento dos clientes, alterando o ciclo
operacional e fazendo com os estoques girem mais rápido.

92
 Nulo: Quando o Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante do Período, ou
seja, os bens e ativos são capazes de financiar as despesas adquiridas.

Exemplo: Qual é o Capital de Giro Líquido da empresa Tavares Ltda. no ano


de 2022? Qual é a análise do resultado? Ela deverá solicitar empréstimos?

Caixa = 225.300
Pagamento a empregados (salários e encargos) = 198.000
Contas a Receber = 355.700
Empréstimos Bancários = 75.000
Estoques = 406.700
Fornecedores = 400.000
Impostos e taxas = 250.000

Resposta:

CGL = Ativo circulante – Passivo circulante


CGL = (225.300 + 355.700 + 406.700) – (198.000 + 75.000 + 400.000 + 250.000)
CGL = 987.700 – 923.000
CGL = 64.700
A empresa não precisará pedir empréstimos, pois seu capital próprio financia
suas atividades.

6.3 MODELO DE FLEURIET

O Modelo de Fleuriet analisa a empresa por meio de um modelo dinâmico,


não estático. Fornece medidas mais apuradas para a sensibilidade da empresa sobre
as variações financeiras (THEISS JÚNIOR e WILHELM, 2000).
As contas consideradas recebem nomes diferentes do modelo tradicional,
conforme a tabela abaixo.
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
- CONTAS ERRÁTICAS - CONTAS ERRÁTICAS
Caixa Empréstimos e Financiamentos
Bancos Debêntures
Aplicações Financeiras Dividendos a pagar
- CONTAS CÍCLICAS - CONTAS CÍCLICAS

93
Clientes Fornecedores
Estoque Obrigações Tributárias
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
- CONTAS NÃO CÍCLICAS - CONTAS NÃO CÍCLICAS
Realizável a longo prazo Exigível a longo prazo
Investimentos
Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO
FONTE: CASADO et al (2020)

Os principais indicadores econômicos e financeiros do modelo de Fleuriet são:


CDG, Necessidade de Capital de Giro (NCG) e Saldo da Tesouraria (ST). Cada um
desses indicadores vai revelar a situação de liquidez da empresa no curto e no longo
prazo (CASADO et al, 2020).

6.3.1 Necessidade de Capital de Giro (NCG)

A Necessidade de Capital de Giro é o total de dinheiro que a companhia deve


ter em suas operações diárias (SILVA, 2018) para financiar o ciclo das principais
operações empresariais, isto é, os ciclos de comercialização, compras e estocagem
(Assaf Neto, 2012). É a chave para a administração financeira de uma empresa
(MARATAZZO, 2003).
A NCG é uma função do ciclo de caixa da empresa e pode ser apurada da
seguinte fórmula:

NCG = Ativo circulante operacional – Passivo circulante operacional


Ou
NCG = Contas a Receber + Estoques – Contas a Pagar

É basicamente a diferença entre as aplicações de recursos nas atividades


operacionais e as fontes de recursos, que podem ser de longo prazo, de curto prazo
ou de uma combinação dessas duas opções (SILVA, 2018).
Pode apresentar em três resultados distintos:

 Positivo: Quando o Ativo é maior que o Passivo, ou seja, as saídas são menores
do que as entradas, a empresa está com superávit de capital de giro e não
precisa de empréstimos ou financiamentos.
 Negativo: Quando o Passivo é maior que o Ativo, ou seja, o desembolso com

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contas a pagar é maior do que as fontes de renda. A empresa precisará
financiar parte de suas aplicações de curto prazo.
 Neutro: A empresa está operando no pleno equilíbrio. Todas as entradas estão
indo para as saídas. É uma situação que beira a insalubridade, caso as saídas
aumentem a empresa precisará recorrer a empréstimos, aumentando o custo
de capital.

Quando a atividade operacional da empresa criar um fluxo de saídas de caixa


mais rápido que o das entradas, identifica-se claramente uma necessidade
permanente de investimento em seu giro (ASSAF NETO E SILVA, 2002). A redução do
ciclo de caixa significa receber mais cedo e pagar mais tarde (SILVA, 2018).

6.3.2 Saldo da Tesouraria (ST)

O Saldo da Tesouraria pode ser utilizado como complemento quando os


recursos do Capital de Giro não forem suficientes para as Necessidades de Capital
de Giro a empresa carecerá de mais financiamentos a curto prazo para continuar
com suas atividades.
Ele é encontrado da seguinte maneira:

ST = Ativo circulante financeiro – Passivo circulante financeiro

Quando o ST apresentar um resultado:

 Negativo: A empresa precisará de empréstimos e financiamento para cobrir sua


NCG, exigindo maior participação de capital de terceiros e, consequentemente,
onerando suas despesas e aumentando seu endividamento.
 Positivo: Significa que a empresa consegue se autossustentar, ela possui recursos
de curto prazo suficientes para financiar suas operações. Quanto maior o
resultado, melhor a condição financeira empresarial.
 Nulo: A empresa supre sua Necessidade de Capital de Giro, mas suas
arrecadações não superam seus gastos.

95
96
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Prova: IF-MS – 2019 – Tecnólogo em Gestão Financeira - O capital de giro é o


recurso necessário à sustentação das atividades operacionais da empresa. Todas
as vezes que as empresas criam uma saída de caixa mais rápido do que de
entrada, será necessário investimento em capital de giro. É composto por contas
do ativo circulante, portanto não rendem. Por que é importante a mensuração
do capital de giro para a empresa?

a) Para determinar o quanto será investido no ciclo operacional da empresa.


b) Para que ela tenha recursos suficientes para dar suporte às necessidades
operacionais da empresa.
c) Para minimizar o custo de oportunidade.
d) Para evitar problemas de insuficiência técnica.
e) Para investimentos em ativos não operacionais.

2. Prova: IF-MS- 2019 – Tecnólogo em Gestão Financeira

O ciclo de caixa é o período em que acontece a movimentação financeira


dentro do ciclo operacional. Quanto maior for o ciclo de caixa, maior será o
investimento em capital de giro para dar sustentação às atividades operacionais.
Considerando-se a possibilidade de menor investimento em capital de giro, quais são
as estratégias utilizadas para a minimização do ciclo de caixa?

a) Quitar antecipadamente as contas a pagar e retardar o recebimento das


duplicatas a receber.
b) Girar mais rapidamente os estoques e retardar o pagamento das duplicatas a
pagar.
c) Girar mais rapidamente os estoques, receber mais tarde as duplicatas a receber
e pagar antecipadamente as duplicatas a pagar.
d) Girar mais rapidamente os estoques, receber antecipadamente as duplicatas a
receber e retardar o pagamento das duplicatas a pagar.
e) Girar mais lentamente os estoques, receber antecipadamente as duplicatas a
receber e retardar o pagamento das duplicatas a pagar.

97
3. Prova: VUNESP – 2019 – MPE-SP – Analista Técnico Científico – Contador - Quanto
às decisões referentes ao planejamento e gestão do capital de giro, é correto
afirmar:

a) Decisões de capital de giro estão relacionadas ao financiamento do ciclo


operacional de uma entidade.
b) Não são relevantes comparativamente às decisões a respeito de compra de
máquinas e equipamentos.
c) Não envolvem o aspecto de prazos de recebimento dos clientes.
d) Consideradas estáticas todas as outras variáveis, a duração do ciclo operacional
não tem relação com o resultado da entidade e com o capital de giro necessário.
e) Consideradas estáticas todas as outras variáveis, quanto maior a duração do
ciclo operacional, menor o volume de capital de giro necessário.

4. (Fonte Própria) Na contabilidade empresarial, observa-se que a diferença entre


as Fontes de longo prazo e Aplicações de Longo Prazo resulta em:

a) Liquidez Seca
b) Capital de Giro
c) Liquidez Corrente
d) Patrimônio Líquido
e) Balanço Patrimonial

5. Prova: FUNDATEC – 2018 – Prefeitura de Santa Rosa – RS – Auditor Fiscal -Para


responder a esta questão, considere os valores constantes na tabela abaixo.

98
O Capital Circulante Líquido é igual a:

a) R$ 500,00.
b) R$ 3.000,00.
c) R$ 3.500,00.
d) R$ 4.500,00.
e) R$ 5.500,00.

6. Prova: IBADE – 2018 – Câmara de Vilhena – RO – Analista Financeiro –


Administração - Na administração do capital de giro inclui-se os ativos e passivos
circulantes. É considerado um passivo circulante as(os):

a) Duplicatas a pagar.
b) Títulos negociáveis.
c) Estoques.
d) Duplicatas a receber.
e) Aplicações financeiras.

7. Provas: IF – PA – 2019 – Tecnólogo – Gestão Financeira


A administração do capital de giro trata dos ativos e passivos correntes a partir

99
de um conjunto de regras que tem por objetivo a preservação da saúde financeira
da empresa. Sobre a natureza e as definições da administração do capital de giro,
é INCORRETO afirmar que:

a) Os elementos de giro são identificados no ativo circulante e passivo circulante, ou


seja, no curto prazo.
b) O capital de giro líquido (CCL) reflete a folga financeira da empresa e representa
o volume de recursos de longo prazo que financia os ativos correntes.
c) Uma boa administração do capital de giro envolve imprimir alta rotação (giro) ao
circulante, tornando mais dinâmico seu fluxo de operações.
d) O ciclo operacional representa o intervalo de tempo em que não ocorrem
ingressos de recursos financeiros na empresa, demandando-se capital para
financiá-lo.
e) Quanto menor a participação de recursos de longo prazo, menos arriscada se
apresenta a política de capital de giro da empresa.

8. Prova: IDECAN – 2018 – CRF – SP – Contador (Adaptada) - Uma empresa comercial


apresenta os seguintes saldos em suas demonstrações: Ativo Circulante = $ 75.000;
Ativo Não Circulante = $ 120.000; Passivo Circulante = $ 60.000; Passivo Não
Circulante = $ 20.000; Patrimônio Líquido = $ 115.000; e, Lucro Líquido do Exercício
= $ 30.000. Diante dos dados apresentados, conclui-se que o Capital de Giro
disponível na empresa é de:

a) $ 15.000.
b) $ 30.000.
c) $ 35.000.
d) $ 75.000.
e) $10.000

100
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 A

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 B

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 A

101
REFERÊNCIAS

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