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SUPLEMENTO TEOlOGICO
ARTIGOS
TaxasW.
Paulo e Outras
Buss Formas de Arrecadar Dinheiro na IELB (Histórico) p. 13
Papel deI Pastor en Ia Educación.):eológica de la Iglesia
:::1
2n el Contexto Missional
Jouglas L. Rutt /
~ : p.25
=..ITURGIA
-\ Missa Alemã, de Lutero , p. 77
Programa de Páscoa: Vida Compl~ta em Cristo ,.r. p. 87
fÚSICA
.CSP
.<..aulBHomenageia
lum Johann Sebastian Bach p. 101
-
- .., , "'C",
,,..,-'-.\_J .., •
•••• Ano 2000
INTRODUÇÃO
o ser humano, a criatura por excelência no universo, é alvo do amor rem os ensinamentos básic>" ::-=:-:'
incondicional do criador o qual deseja o seu bem-estar temporal e a sua luterana.
salvação eterna. É necessário que o ser humano seja compreendido e tra-
tado como criatura de Deus que apresenta potencialidades e necessida-
des físicas, intelectuais, emocionais e espirituais. A educação do ser hu- ATIVIDADES E EVENTOS
mano, por conseguinte, necessita manter-se atenta a esses fatos.
A escola confessional, orientada por uma filosofia de educação cristã,
A seguir, desejamos correr",:----
leva em consideração o corpo, o intelecto, as emoções, o espírito e a alma
do educando. Embora a escola confessional necessite enfatizar e oferecer ríodo de catorze anos na cape12:-:: --' .::.~
Fundamental e Médio do Instit-_:,~:= ' ,
a melhor qualidade no ensino das matérias convencionais de um educan-
Quem sabe essas idéias e exper:~:-:'
dário, ela também desempenha a função de agente da missão de Deus.
dêem coragem aos dirigentes
Por isso deve estar particularmente atenta para o desenvolvimento espiri-
as mesmas em agentes de e':2T:;-,,1:=' . é
tual da comunidade escolar - tantas vezes ignorado na educação. A escola
O ministério de capeL:u,í: ::5 =:, '
confessional desempenhará mais satisfatoriamente esta função, manten-
participa das atividades e do:" >2'.',,---':
do em seu meio o ministério de capelania escolar e em parceria com uma
congregação adjunta ou próxima.
1. Aulas de ensino religioso. d u.:.s "
A capelania escolar, sob a liderança de um pastor, justifica-se, portan-
classes
to, pelo fato de servir de agente na missão de Deus junto à comunidade
escolar, criando oportunidades para que pessoas obtenham acesso ao evan- Nas classes de educação ::',~"- .,
gelho de Jesus Cristo, sejam conduzidas à fé e à vida cristãs. quarta séries) em que a professe:-" "
nistra as aulas de Ensino Religi:~'
OBJETIVOS GERAIS DA CAPELANIA ESCOLAR nistradas por terceiros (profess'::=5 •
damental (quinta a oitava série:" :: -.--, u
~,o:-.çade um pastor, justifica-se, portan- 1. Aulas de ensino religioso, duas vezes por semana em todas as
:'0 n-ussão de Deus junto à comunidade
classes
-: -TJ·epessoas obtenham acesso ao evan- Nas classes de educação infantil e ensino fundamental (primeira a
,Ldas à fé e à vida cristãs.
quarta séries) em que a professora é luterana e habilitada, ela mesma mi-
nistra as aulas de Ensino Religioso. Nas demais classes, as aulas são mi-
'EL\NIA ESCOLAR nistradas por terceiros (professores luteranos habilitados). No ensino fun-
damental (quinta a oitava séries) e médio, professores luteranos qualifica-
:5 :Jlar se propõe alcançar os seguintes dos ministram as aulas de Ensino Religioso. O pastor capelão participa
desta atividade. A carga horária de aulas do capelão, porém, não o sobre-
::unidades à comunidade escolar (alu- carrega, girando em torno de oito aulas semanais a fim de dispor de tem-
~-:..mcionáriose respectivas famílias) de po para as demais atividades da capelania.
E'
:J.
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vlsltaçao l' ,.,
evangellshca o
a prospectos mlSSlOnanos
•.• ,,~
7. Eventos
partir de COl1tatos estabelecidos conforUle clescriçào rto item arlteri=
l).1.. a) Programa de Páscoa e ::\'::~::_
or, seguelTl-se oportu:nidades ele \Tisitaçào 2\/êu1gelística. i~'l-liásr a escola! são envolvidos nos preparati\T)S e - -,
pela sua própria 11attlreZà; estabelece 1,rírlculos corrl a farnflia. Quando o pertando o interesse e o entusia,:-r:,e...:'.:i
visitas em nome da escola; ;10 gelo já foi quebrado" e o
capelão " oferece ",., mas, os pais naturalmente as acc:-:--:-:: =-
7. Eventos
f
con.arme ' ' -' no ItelYtanten- ,
ctescnçao a) Programa de Páscoa e Natal. Alunosf professores e teologandos
-isitação evangelísticcL Aliás, a escola, são envolvidos nos preparativos e na execução destes programas. Des-
. 2:e vínctÜos com a família, Quando o pertando o interesse e o entusiasmando nas crianças para estes progra-
l'? escola, li o gelo já foi '-TLlebrado" e o masf os pais naturalmente as acompanham. A freqüência média nestes
programas tem sido de 550 pessoas.
- ~ ---~-~---
-~
- - - -- -
TRIBUNA---------------------------------
b) Noite da família. Teologandos, sob a orientação do capelão, prepa- No ano de 2000, por ocasiac -:~
ram duas vezes ao ano (maio e agosto) uma programação voltada à farru1ia, ram dois parentes de um aluno _., ._. _
envolvendo determinadas turmas de alunos. Constam da programação um família do aluno, dispondo-nes ~,' .c."-
momento devocional dinâmico, canto e música, atividades de integração casa mais de quinze parentes er'-.:' -
dos participantes, etc. A freqüência tendo sido de 50 a 150 pessoas. quele encontro, propusemos i::'.é:.:'m ::,
c) Devoções evangelísticas na congregação. Teologandos preparam expressasse seus sentimentes :'~ r,' c
com determinada turma de alunos uma devoção (às vezes encenada) e para fazê-Io. Todos falaram, Er:', ~~.~
convidam outra turma de alunos e seus familiares para tomarem parte. podemos ter em Cristo, base~.::'.::-:
feridos receberam alívio, (Cnie:':: ~ :' r
Também no ano de 2000 ~:'_:::c-
8. Divulgação da mensagem do evangelho de Jesus Cristo através cidentemente, também vinh? ? ~e: _" "
Mantivemos contato com a i:c:':'~~,
de folhetos, murais, painéis, cartazes e literatura.
hospital. Na última visita, a ser.:- ':. '=,
nas depois, ela veio a falecer. ':é'é,':,
RESULTADOS bemos a comunicação do rale.:::::' ='"
em que se comemora a reSSUEe:.::O,
Evidentemente muitos dos frutos produzidos no coração de pessoas cemitério mais de cinqüenta, ~-~S~ .,
não podem ser medidos nem avaliados por instrumentos humanos, pois ressurreição e a vida.
somente "o Senhor conhece os que são dele" (2Tm 2.19). Não há dúvida, Ainda no ano de 2000; FC':'::" '
porém, que a palavra produz frutos. Alguns dos frutos se tornam perceptí- no que apresenta limitações iíSé':::-' ::-::.::
veis aos nossos olhos e revertem em membros de congregações luteranas. feliz e satisfeito pelo trabalhc' ':;",:,::
? -:' :'
No período de 1987 a 2000, mais de cinqüenta pessoas se tornaram dirigentes e professores da es.::.::~
membros da Congregação Evangélica Luterana Ebenézer pois, de alguma to pelo fato dos seus filhos re'::éé'::::c
forma, tiveram acesso à palavra de Deus através da escola. Entre estas dos de acordo com a mesma,
pessoas se encontra uma professora e sua família; dois rapazes que atual- Muitos outros exemples ,~c: :',
mente cursam o terceiro ano de teologia; jovens, senhoras e homens rece- bastam os que foram menciol~:': ~-;.:
bidos como membros da congregação desempenham, hoje, o papel de lí- Ias confessionais são excelente;; :-.::er :::-
deres; e moças vieram a casar-se com pastores. pode ser oportunizado a cri?T',;.oo
Os frutos da proclamação do evangelho se evidenciam no testemu-
nho de alunos em sala de aula, expressando sua fé em depoimentos ver-
bais, na produção de textos, de atividades artísticas e discursos de forma-
tura com referências claras à palavra de Deus, a Jesus Cristo como o seu
salvador e à confiança nas promessas do Pai celeste. Pais externam sua
gratidão pelo fato de receberem palavras de conforto e apoio para a sua
vida em momentos devocionais ou na realização de eventos, como Natal,
Páscoa, Noite da Família e outros. Enfermos e enlutados manifestam es-
perança em Jesus Cristo quando lhes é dado acesso ao evangelho em visi-
tas pastorais.
- -~-- - - - -- - - - -- __--o -
-----------------------BESSEL: CAPELANIA
ESCOLAR
',_- 0:. orientação do capelão, prepa- No ano de 2000, por ocasião de um acidente automobilístico, falece-
, :-'2. programação voltada à família, ram dois parentes de um aluno da pré-escola. Dias depois, contatamos a
.l-.:::. Constam da programação um família do aluno, dispondo-nos a visitá-Ia. A mãe do aluno reuniu em sua
:c l:-'Üsica,atividades de integração casa mais de quinze parentes enlutados ou envolvidos no acidente. Na-
, :..: ~ido de 50 a 150 pessoas. quele encontro, propusemos inicialmente que cada pessoa ali presente
. ~regação. Teologandos preparam expressasse seus sentimentos na medida em que se sentisse à vontade
','O: devoção (às vezes encenada) e para fazê-lo. Todos falaram. Em seguida, compartilhamos a esperança que
:'-familiares para tomarem parte, podemos ter em Cristo, baseando-nos no texto de Jo 11. Aqueles corações
feridos receberam alívio, conforto e esperança.
Também no ano de 2000, soubemos que a avó de um aluno que, coin-
2'.-angelho de Jesus Cristo através cidentemente, também vinha a ser bisavó de outro aluno, estava enferma.
,:::2czes e literatura. Mantivemos contato com a família e visitamos a senhora em casa e no
hospital. Na última visita, a senhora testemunhou sua fé em Jesus. Sema-
nas depois, ela veio a falecer, vítima de câncer. Num sábado à noite, rece-
bemos a comunicação do falecimento e sepultamento. No domingo, dia
em que se comemora a ressurreição do Senhor, reuniram-se na capela do
:: ~ produzidos no coração de pessoas cemitério mais de cinqüenta pessoas, onde pudemos anunciar Cristal a
o :=':: por instrumentos humanos, pois ressurreição e a vida.
,:c c~:' dele" (2Tm 2.19). Não há dúvida, Ainda no ano de 2000, por ocasião de uma formatura, um pai de alu-
: ,-"~lgunsdos frutos se tornam perceptí- no que apresenta limitações físicas pediu a palavra. O pai dizia-se muito
-- I":1embrosde congregações luteranas. feliz e satisfeito pelo trabalho que a escola vem realizando. Agradeceu aos
,,:'.:5 de cinqüenta pessoas se tornaram dirigentes e professores da escola, ressaltando seu especial contentamen-
c ,.: O:Luterana Ebenézer pois, de alguma to pelo fato dos seus filhos receberem a palavra de Deus e serem educa-
-::eDeus através da escola. Entre estas dos de acordo com a mesma.
:, ê. e sua família; dois rapazes que atual- Muitos outros exemplos de frutos poderiam ser relatados. Porém,
c :l:gia,: 10vens, senhoras e homens rece- bastam os que foram mencionados para que nos certifiquemos que esco-
.';~.odesempenham, hoje, o papel de lí- las confessionais são excelentes agentes através das quais o acesso a Deus
: = :11 pastores. pode ser oportunizado a crianças, adolescentes, adultos e idosos.
2'.-angelho se evidenciam no testemu-
~-:'essando sua fé em depoimentos ver-
:":dades artísticas e discursos de forma-
'C'Ia de Deus, a Jesus Cristo como o seu
::essasdo Pai celeste. Pais externam sua
,,'?lavras de conforto e apoio para a sua
',I na realização de eventos, como Natal,
~.Enfermos e enlutados manifestam es-
l-es é dado acesso ao evangelho em visi-
. - '-.- --------.
--- -- -- ~ - -"
TAXAS E OUTRAS FORMAS DE ARRECADAR
DINHEIRO NA IELB (HISTÓRICO)
Paulo W. Buss1
CONTEXTO ABRANGENTE
IDADE MÉDIA
1 Professor na Escola Superior de Teologia, São Paulo, SP. Estudo apresentado no Segundo Encontro
Teológico sobre Oferta, promovido pela diretoria nacional da IELB e realizado nas dependências
do Seminário Concórdia, São Leopoldo, RS, nos dias 18 e 19 de setembro de 2000. Edição revisada
em dezembro de 2000.
conduzia à incerteza da salvação e tornava as pessoas submissas à igreja e o ideal de Lutero era c ê"_:~'-' ..-
dispostas a fazer grandes sacrifícios para compensar a intermediação da ofertas voluntárias. Mas a reali_'i?_~::-:'."
igreja na obtenção da salvação pessoal. po haviam vivido longe dos eno~~':" .
para o dia. "E assim também cc:-::-: o •.. ,
comunidade ou reunião, pois para tal ainda não disponho das pessoas, Em alguns lugares da Aleman.lv
nem tampouco vejo muitos que o desejassem."s nobre local o direito de escolher :: :,' :
14 Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2• ANO 2000
------------------ Buss: FORMAS DE ARRECADAR DINHEIRO
, ~.~-25soassubmissas à igreja e
O ideal de Lutero era o auto-sustento das congregações através de
-::'.pensar a intermediação da ofertas voluntárias. Mas a realidade era outra. Pessoas aue Dor tanto tem-
~ <
::':','5 e abusos na igreja encontramosna sua 6 Catecismo Maior do Dr, Martinho Lutero: Prefácio de Martinho Lutero, In: Livro de Concórdia, trad,
-- 3igreja de Wittenberg após seu retorno do Arnaldo Schüler, 3,ed" São Leopoldo e Porto Alegre, Sinodal e Concórdia, 1983, p, 387,
, ed, Comissão Interluterana de Literatu·
7 Pelo Evangelho de Cristo: Obras Seleciona das de Momentos Decisivos da Reforma, trad, Walter 0, Schlu-
::"00, voI. 7, Doravante citado como OS,
pp, Porto Alegre e São Leopoldo, Concórdia e Sinodal, 1984, p, 28,
8 Confira: Carl S, Mundinger, Government In the Missouri Synod, Saint Louis, Concordia Publishing
House, 1947, p, 15, nota 39,
Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000 15
-
ARTlGOS--------------------------------
A título de ilustração da questão financeira da igreja naquela época, Chegando aqui, os imigra.ntes se: ~:c
citamos o modelo de manuntenção do pastorado no território da Saxônia. e desconhecida para eles. Não ha<2 = -
O pastor da Saxônia tinha um salário anual fixo cujo valor era estabelecido ciava nem sequer escolas, e muite ;:',:'::
pelo Consistório e pago do erário público. Essa quantia era a menor parte Se quisessem ter igreja, os imigEL:-::: '-:
do seu salário em áreas rurais. Além disso, o pastor recebia uma parcela cursos. E, de fato, eles não ficaI2;:' .'--:
fixa do imposto territorial dos pequenos proprietários rurais, e um impos- puderam com seus parcos recurS'~5 ~::.,S
to predial. Havia ainda taxas voluntárias por batismo, confissões, e parti- experiência nenhuma na questão
cipação na santa ceia, e taxas compulsórias para anúncio de casamento, estado. O modelo que conheciar:-, ::I'
cerimônia do casamento, sepultamento, etc. Com o tempo, todas as taxas ram esse modelo, na medida do
se tornaram compulsórias. regulamentava e controlava a ig-I-:' ,-' r -=:
Parte importante da remuneração do pastor era em forma de produ- mar o lugar do estado, ou pelo T-:I.::
tos agrícolas. A porcentagem a ser entregue ao pastor variava de acordo igrejas, regulamentar as taxas a SeI"I" ~.
com a paróquia: dez porcento, um quarto, um nono, um doze avos dos Cito como exemplo a colón:2 '::::~.§:
cereais. Também havia o "pequeno dízimo" sobre vegetais. Não era per- dada em 1857 por J acob Rhein,é;'?:I',:=".
mitido colher cereais sem o conhecimento do pastor. Dependendo do lu- Carlos R. Rheingantz enviou un', I-: . ,
gar, o pastor precisava buscar sua parte na lavoura, ou então, o proprietá- da província de S. Pedro do Ric:I -.:
rio precisava levar os produtos ao pastor. Em algumas paróquias, o pastor religiosa dos colonos protestan:-:~ ::,::
também recebia uma porcentagem dos animais. sacerdote, o Sr. Schmidt, que C'~',~' c ~ ,-
A maior parte da renda do pastor, porém, vinha de terras da igreja gem, anteriormente alfaiate. e :"
que ficavam à sua disposição e que ele podia cultivar com seus servos ou, dar informações sobre êle. Des:::::','::,,'.-.
então, podia arrendar para outros (Pfarrguth). Paroquianos piedosos tam- nenhum conhecimento teolóL':~
bém presenteavam o pastor em ocasiões especiais. (Um emolumento inte- uma autorização dada pela Pre:::.::~:~,:
ressante era a taxa da cerveja. De acordo com um decreto de 1748, o pastor o lugar.Io
receberia uma quantia fixa por barril de um certo número de barris produ- Todas as duas ou três sern2~ ,-:: .:.::
zidos nos limites da diocese por cerverjeiros profissionais. Era o Tranksteu- cadas, limitando-se a sua préd.r.' :- I:::"
erbeneficium.) Em gerat o pastor saxão pertencia a uma classe privilegiada receber o competente pagame:,:~ :::.
e bem remunerada. Toda essa questão financeira das paróquias era regu- protestantes que de vez em qU?I':
lamentada e controlada pelo Consistório. A diretoria local administrava deram aqui se manter por fal::. ::c: :':'-:
os fundos que entravam através da coleta dominical (Klingelbeutel).9 "negócio" de padre e pouco 2, r:',:'::' -ç:,
reduzidos os atos de culto 2. ::i;:-': ,::,
TAXAS E OUTRAS MODALIDADES NO BRASIL contra o pagamento da respect:',' 2, ,,:: -; :.
feitos pelo mestre-escola, não "~.::
A situação confortável e privilegiada dos pastores na Alemanha (em- casamentos e óbitos."ll No me::;:' -,
bora o modelo da Saxônia não se aplicasse à toda Alemanha) ajuda, tal-
vez, a explicar por que tão poucos deles quiseram acompanhar ou seguir 10 Aparentemente esse "Sr. Schmidt' e .' :-:'c'~:
Pastor Heillrich W. HUllsche e os COl1io'ç_'~ '
os pobres emigrantes alemães que iam para o Brasil.
Rotermund, 1981, pp. 149, 157-158.
11 Ap. Vivaldo Coaracy, A Colônia de sa,- L-:,-,
9 Os dados acima forma extraídos de Mundinger, op. cit., pp. 35-40. 1957, pp. 120-121.
, :-=:~2 da
igreja naquela época, Chegando aqui, os imigrantes se defrontaram com uma situação nova
no território da Saxônia.
e desconhecida para eles. Não havia ConsistÓrio. O estado não providen-
-,'<, cujo valor era estabelecido ciava nem sequer escolas, e muito menos cuidava dos assuntos da igreja.
::::~:'? quantia era a menor parte Se quisessem ter igreja, os imigrantes teriam que usar seus próprios re-
.: - pastor recebia uma parcela cursos. E, de fato, eles não ficaram de braços cruzados. Fizeram o que
•~-rietários rurais, e um impos- puderam com seus parcos recursos, seus limitados conhecimentos e com
--'~ batismo, confissões, e parti- experiência nenhuma na questão de uma escola e igreja independente do
H:~ cara anúncio de casamento, estado. O modelo que conheciam era o de uma igreja territorial. Adapta-
• Com o tempo, todas as taxas ram esse modelo, na medida do possível, ao novo ambiente. O estado não
regulamentava e controlava a igreja? Então, eles mesmos teriam que to-
--?,~torera em forma de produ- mar o lugar do estado, ou pelo menos o do patrono local, e estabelecer
2,0 pastor variava de acordo
-=
igrejas, regulamentar as taxas a serem pagas ao pastor, ete.
'-1n1 nono, um doze avos dos
Cito como exemplo a colônia de São Lourenço. Esta colônia foi fun-
~obre vegetais. Não era per- dada em 1857 por Jacob Rheingantz. Após sua morte, em 1877, seu filho
e., pastor. Dependendo do lu- Carlos R. Rheingantz enviou um relatório sobre a colônia ao presidente
/,'oura, ou então, o proprietá- da província de S. Pedro do Rio Grande do Sul. Com relação à situação
-=: :~' algumas paróquias, o pastor religiosa dos colonos protestantes ele relata: "Têm os protestantes um
:~-,alS.
sacerdote, o Sr. Schmidt, que ocupa o lugar há doze anos. Êste persona-
. :2n1, vinha de terras da igreja gem, anteriormente alfaiate, é tão conhecido que parece desnecessário
:.?, cultivar com seus servos ou, dar informações sobre êle. Desempenha as funções sem possuir para elas
, Paroquianos piedosos tam- nenhum conhecimento teológico ou instrução religiosa. É portador de
''_-eciais.(Um emolumento inte- uma autorização dada pela Presidência da Província que o habilita para
--,um decreto de 1748, o pastor o lugar.lO
.':erto número de barris produ- Todas as duas ou três semanas, Schmidt vai oficiar nas diferente Pi-
- :::>rofissionais.Era o Tranksteu-
cadas, limitando-se a sua prédica a repetir uma fórmula que decorou e a
,'ceia a uma classe privilegiada receber o competente pagamento. É uma perfeita transação. Os pastores
. - ':-ceira das paróquias era regu- protestantes que de vez em quando apareciam em São Lourenço, não pu-
:\ diretoria local administrava
deram aqui se manter por falta de meios. Continua Schmidt com o seu
" ~:n:unical (Klingelbeutel).9 "negócio" de padre e pouco a pouco perde o povo o sentimento religioso,
reduzidos os atos de culto à simples leitura de uma fórmula qualquer
\0 BRASIL contra o pagamento da respectiva espórtula. Os batismos das crianças são
feitos pelo mestre-escola, não havendo livros de registro de nascimentos,
,-.'s pastores na Alemanha (em- casamentos e óbitos."ll No mesmo relatório consta: "Cada Picada possui
'c: àtoda Alemanha) ajuda, tal-
~,.seram acompanhar ou seguir 10 Aparentemente esse "Sr. Schmidt" é o mesmo mencionado por Hunsche. Carlos H, Hunsche,
' __
., :) Brasil. Pastor Heinrich W. Hunsche e os Começos da Igreja Evangélica no Sul do Brasil, São Leopoldo, Editora
Rolermund, 1981, pp, 149, 157-158.
:' 35-40, 11 Ap. Vivaldo Coaracy, A Colônia de São Lourenço e seu Fundador Jacob Rlzeingantz, São Paulo, Saraiva,
1957, pp. 120-121.
Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000 17
. -
ARTIGOS------------------------------
o Rev. Wilhem ':-121Üc:- -'--
para uso do Professor um lote de terras (em parte doado pelo empresário) missão missouriana, re12ctc'-_:, :-,: :::':::'H
e casa para escola."12 futuro auto-sustento por F2:':" .:.c o : -,;:
Uma das congregações dessa colônia, a de Bom Jesus, foi fundada boas. Mas havia três dificuL~.?'l:::' ~
em 1868 por pomeranos luteranos. Daquele ano até 1901, quando se filiou gações; 2) a pobreza dos n1el'::-,'~-~: o -, o ::
ao Sínodo de Missouri, a congregação foi atendida por doze homens dife- sileiras ainda não tinham Fler-:,: ' .. ~
rentes. Nenhum tinlla formação teológica. Alguns eram professores.13 buir para a causa do reino de =- e h: ,-,~
Quando, finalmente, pastores ordenados da Alemanha chegaram ao tal consciência. Considera,ni::: -- :-
Brasil, parece que os mesmos não puderam ou não quiseram modificar gações haviam recebido For ~:r z ~==-=-
costumes já arraigados, especialmente, também, na área da contribuição muito. Haviam sustentado -'::-:>::'~:>:,0
financeira, É o que se depreende, por exemplo, de uma carta escrita pelo todas as congregações, poss',,,? _.::: ,,'
presidente do Sínodo Riograndense, Wilhelm Rotermund, em dezembro Mahler se refere expressamen:e :' e -~
de 1892 às comunidades atendidas por um pastor itinerante: "Por isso, o mesmo toma o crescimentc r.C: :::',:. _-:
não nos resta outra alternativa senão pedir a vocês que ajudem, através O relatório do Rev. Jo'on H?:-~-:,
de contribuições regulares ... E certamente não lhes parecerá injusto ou nanoem
, . Bom J esus,em 1~--':IU.::'.:-:::'::,'::,
muito pesado se pedirmos a vocês que remetam mensalmente 100 réis para a igreja, pelo sistema de:2 :. ;-
por família à nossa Caixa Sinodal."14 que cada membro pagava de ?'::.:-.:, .:
Pastores missourianos, vindos dos Estados Unidos a partir de 1900, agrícola. Se ele tinha uma co~.':·:o : . ::
traziam consigo uma experiência diferente da igreja territorial alemã. Nos Se ele tinha duas colônias, ele -.: c ~ ':~
Estados Unidos, luteranos confessionais haviam organizado um sínodo ele pagaria o triplo."18
independente do estado que se orientava teologicamente pelas Escrituras Construído o semináríc 2::'::"
e Confissões Luteranas. Na questão financeira, o sínodo defendia a ma- mantidos, em boa parte, com ? -;:- .=_.
nutenção da igreja por meio de ofertas voluntárias. tivadas por quatro estudantes :' c .:'
O pioneiro dos pastores missourianos no Brasil, Rev. Christian Bro- nário eram à tarde. O mode.: .= e ~_
ders, logo percebeu a necessidade de muitas mudanças para que a edifi- pátria era aplicado até onde -.::::::::.=.:
cação de congregações genuinamente luteranas fosse possível. Numa car- estado do Espírito Santo,
ta enviada ao sínodo pouco após sua chegada ao Brasil, ele escreveu: algumas congregações. Por e"2:-:'~-
"Muito ainda precisa ser edificado, despertado, fortalecido, recolhido e relata, em livro publicado er::-.>-:=
sustentado, mas as pessoas se deixam instruir. Avancemos sem pressa pixaba sobre a taxa (KircJlt' i1 5:,':,~ ,::,::'::
(Langsam voran). Até há pouco, apenas restolhos foram oferecidos às pes- para serem atendidos. Acresce:- -:::::?
soas. Quem quiser conduzir as pessoas à praxe correta de maneira tem- ja evangélica se admiram que ?~ ?-=~~
pestuosa, apenas irá piorar as coisas aqui."15 que lá se consegue tudo mais ~'o: c . :
12 Ibid., 120.
13 Mario L. Rehfeldt, The First Fifty Years of the Hisiory of the Igreja Evangelica Luterana do Brasil, the 16 Ibid., p. 177.
Bmzihmr Oistriet af the Missauri Synod, tese não-publicada de mestrado em teologia, Concordía 17 Rehfeldt, pp. 50-5I.
Semínary, Saint Louis, USA, 1962, p. 36, nota 19. Doravante citado como Relifeldt. 18 John Hartmeister, "The Sowing oÍ a ~<>:c
14 Ap. Osmar Luiz Witt, Igreja na Migração e Colonização: A Pregação Itinerante no Sinodo Rio-Granden- Louis, vol. 22, jan. 1950, p. 170.
se, São Leopoldo, Sinodal, 1996, p, 74. 19 Klaus Granzow, Pomeranos unter de": ,'.'
15 AV Paulo Wille Duss, Relations Between the Lutlrerall Church-Missouri SYllod and the Igreja Evangéli- Base], Horst Erdmann Verlag, 1975, F 2'
ca Luterana do Brasil, tese não publicada de mestrado em teologia, Concordia Seminary, Saint atual IECLB influenciou o uso ou o aLc:'.,
Louis, USA, 1981, p. 56. Doravante citado como Buss.
VOLUME 15 • NÚMERO 2• ANO 2000
18 Vox CONCORDIANA
------------------ Buss: FORMAS DE ARRECADAR DINHEIRO
.
, BU5S.
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~ , VOLUME 15 • NÚMERO 2• ANO 2000 19
...
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~-~~
ARTIGOS--------------------------------
20 Buss, p. 183.
21 ointeresse do Sínodo de Missouri em motivar as congregações brasileiras para a oferta e de
instruí-Ias neste sentido aparece, por exemplo, numa carta do Departamento de Missão para a 22 BU5S, p. 188.
América Latina datada em dezenove de novembro de 1927. Nesta carta é enfatizada a salvação 23 Ibid., p. 188.
somente pela graça e são apontados como frutos da fé a participação regular nos cultos e na santa 24 Ibid., p. 194.
ceia e as ofertas motivadas pelo amor de Deus em Cristo. 25 Ibid., p. 197.
."jaLos se opuserarr't à taxa ca da Grande Depressão (1929-39). Em 1932, a dívida no caixa do sínodo
r? i1S contribuições continu- ultrapassava a soma de um milhão de dólares.22 Apelos cada vez mais
. ::.:'.n',perceber que a pregação freqüentes eram feitos para que as congregações e o próprio distrito brasi-
nesta área. As contri- leiro procurassem alcançar sua independência financeira o quanto antes
... '=rescimento anual: em 1908: possível. Visando alcançar esse objetivo, penalizou-se principamente pas-
tores e missionários, cujos já reduzidos salários sofreram cortes adicio-
de Missouri ao Brasil nais.23 A situação econômica dos Estados Unidos e da LCMS melhorou
em Sítio, Santa Cruz, substancialmente após a Segunda Guerra Mundial. Subsídios voltaram a
do distrito brasileiro foi ser enviados com mais liberalidade. Ao mesmo tempo registravam-se pro-
'.cc;à se auto-sustentavam, mas gressos na direção do auto-sustento financeiro no distrito brasileiro na
'?S O sistema de taxas foi década de 1950.24 No início da década de 1960, foram feitos planos para
C31JSaS das baixas contribui- alcançar a independência financeira do distrito em 1983.25
no período dos assim Nessas décadas acima referidas, praticamente não foram encontra-
:íc trabalho missouriano no das referências, em materiais impressos da igreja, ao sistema de contribui-
enraizado em muitas con- ções por taxa. Seria porque a questão ficou restrita a algumas congrega-
.,e: mostrou-se muito surpre- ções, representando uma minoria dentro da igreja e, por isso, não atrain-
:::Üáriospudesse estar sendo do muita atenção geral? Da mesma forma, não foram encontrados muitos
.·ue nem mesmo um estado registros sobre outras formas sabidamente empregadas por algumas con-
de impostos de cada gregações para arrecadar dinheiro, como, por exemplo: festas, bingos, lei-
.~Inica.A convenção também lões, etc. Seria necessário buscar informações, possivelmente, através de
:C'Ll que o mesmo deveria ser entrevistas para determinar quando e em que proporção essas práticas
:"tl conflito com o espírito e foram introduzidas na IELB.
:ievedam instruir as congre- O que explica o fato de que congregações membras da IELB por dé-
cadas, ou por praticamente um século, ainda mantém o método de contri-
: ~l visita do presidente sino- buições pelo sistema de taxas? Certamente não se deve generalizar as con-
': contribuições das congrega- clusões. Circunstâncias locais diversas devem ser levadas em considera-
.,t' 1920, a situação parece ter ção. É preciso, porém, perguntar que situações levariam pastores e con-
'Tnente auto-sustentadas apa- gregações a não ensinar a mordomia da oferta (ou, a não falar em dinhei-
caixa distrital.21 ro). Seria a competição com outras igrejas uma das razões? ("Aqui é mais
"tas flutuações na questão das barato?") É preciso refletir sobre as causas, descobrir quando a situação
~.1)róprio Sínodo de Missouri está madura para mudanças e agir com coragem e confiança em Deus e
especialmente na épo- no poder do seu evangelho.
•• ------
ARTIGOS------------------------------
CONCLUSÕES
Além de instruir, é pre:: ~:
dades da igreja local, nacic:?, ::
As seguintes conclusões podem ser listadas: privilégio e a responsabilij.?:.e ,c::: ,:::::. ~
1) O sistema de contribuições por taxas é um hábito arraigado por responsavelmente cada parce> ,:
gerações e gerações cujas raÍzes remontam à Europa de séculos passados. recebidas de Deus. Muita~ "e=e~ :,.
2) O sistema está conectado com a idéia de igreja territorial que gera por falta de informação. Falt? :'e-'"
a idéia de clube, ou sociedade, onde cada filiado tem seus direitos assegu- Finalmente, é necessári: ,o',
rados a partir do pagamento de determinada taxa pré-fixada. possa contribuir de forma :'e:::: .. >
3) O sistema de contribuição por taxas apresenta problemas teológi- questão do método ou sister.-:c ,:e
cos e práticos. Do ponto de vista teológico, a motivação para a oferta dificil- é perfeito, nenhum é revelad: ~-.•: = :: ,c'-
mente será o evangelho. O método tende muito mais facilmente a levar ao vação evangélica, estar con~Cle".:e :' e -=--
cumprimento de uma obrigação (lei), do que apresentar um fruto da fé em relação às mesmas. Pro12:,':: e :- -:::c:"
resultante da ação de Deus por nós em Cristo. Pensa-se mais facilmente bém podem ser apresentado:" c::-:-'
num pagamento do que numa oferta. Do ponto de vista prático, o método tão que administra as dádiY2.:",~e = e e
tende a resultar em contribuições baixas, geralmente aquém da capacida- Esses três passos da ofer:? -; - :--:-'
de de ofertar da maioria. As taxas tendem a ser fixadas num patamar mí- 1) Instruir se refere ao ... , __:- '0
nimo para que todos possam pagar a sua parte. A preocupação maior, no 2) Informar se refere ao o. o o
momento de estabelecer o valor da taxa, geralmente parece ser a de fechar 3) Oferecer a oportunidade' ~e ::::<::
o orçamento. Não se leva em conta necessidades da igreja fora do âmbito (maneira e ocasião).
da congregação: missão, educação teológica, administração, etc. Os três passos são muite, i:-:-o~o
'.-, c -:
4) Na tentativa de implantar outro método ou sistema de contribui- do. Ignorando-se o primeiro. t::::-o,::: ::
ção, é necessário levar em conta a dificuldade que, especialmente, peque- motivação evangélica na ofertiê =:0: e , o
nos agricultores experimentam para se adaptarem a métodos desenvolvi- é para o legalismo. Omitindo-52 o .:::;: -
dos a partir do pressuposto de um salário mensal mais ou menos fixo (por ar a decisão de como aplicar ~e __:>:.=
exemplo: "Um dia ao Senhor," envelopes para contribuição mensal, etc.). dades da igreja e, conseqüentf:-:oe:- '-::
Sem ter a pretensão de oferecer uma fórmula pronta para a solução servar o primeiro e o segund.: ~o'"
do problema, concluímos com duas observações: plantar e cultivar mas deixar de :e: .. '
1) Para eliminar os problemas ocasionados pela taxa, não basta im- O ofertante foi motivado, foi
plantar outro sistema de oferta. O problema não está, em primeiro lugar, de do trabalho no reino de De:.; ~ :-:-"'-
no sistema, mas na atitude, na mentalidade, no coração. dade ou um meio concreto par?: ~eo' ''':
2) Para mudar o coração, a motivação interior da oferta, é preciso A IELB tem um potencial d-.ô: 'co:
instruir. É necessário que todo o ensino e toda a prática da congregação não se oferta mais? Onde está 2. _c,:. oj
tenham como centro o amor de Deus em Cristo por nós, a salvação pela aplicação de algum dos passos ?.::::~'.:.
graça, a justificação por meio da fé. Não se deve ter receio de ser por de- que iremos discutir e analisar ist: ,': ::
mais evangélico. A lei deve ser pregada com todo o rigor, mas sempre a
26 o evangelho nem sempre age imediata:-r-2::., ~.
serviço do evangelho, visando a salvação. Somente o evangelho é o poder Ele age como e quando Deus quer. Alén~ ':'."
de Deus para a salvação, e para a transformação de vidas que se tornam realmente alcançar e atingir as pessoas c: :::.
acontece de maneira automática e fáciL O:: o , •.
abundantes na produção de frutos da fé.26 por exemplo, em visitas aos lares, em estu':'
22 Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000
------------------Buss: FORMAS DE ARRECADAR DINHEIRO
Douglas L. Rutt1
Creo que ha habido dos extremos en cuanto aI rol o papel deI pastor-
misionero en Ia teoría y en Ia práctica, es decir, en el pensamiento misioló-
gico. Por un lado, una práctica muy común, especialmente en Ia historia
de Ias misiones luteranas, es que el pastor-misionero sea llamado para
servir principalmente como pastor de una congregación local. En otras
palabras, para nosotros en el Sínodo de Misuri, Ia definición de un misio-
nero casi era simple y sencillamente un pastor que servía en una congre-
gación en el exterior. Todavía muchos me preguntan, si, durante mis anos
en Guatemala, yo tenía a mi cargo una congregación. Hay casos, aun en
Ios tiempos más recientes; de pastores-misioneros que fueron llamados
para pastorear a un sólo rebafio.
Todos hemos visto situaciones en Ias que los pastores-misioneros deI
exterior se encargan, manejan, dirigen, y mandan en iglesias por muchos,
muchos afios; por ejemplo, el caso de una iglesia en el continente de Áfri-
ca, donde sólo después de casi noventa afias, por fin eligieron a un obispo
que no era misionero extranjero. A veces esta falta de entrenamiento y
empoderamiento no fue algo planificado como estrategia, sino que fue
algo que simplemente ocurrió porque no había condiciones ni planificaci-
ón para intencionalmente formar un liderazgo local. Hay aquellos, sin
embargo, que no aceptan ia necesidad o Ia rentabilidad o no ven el bene-
ficio de tener pastores y otros lideres autóctonos. Creen; y se justifican
teológicamente; que no hay razones para apurarse en el desarrollo de un
ministerio local. Ei resultado general mente es que durante muchos afios
dominan aIos nuevos creyentes.
1 Secretário executivo da Lutheran Church - Missouri Synod para as missões e igrejas na América
Latina e Caribe. Conferência apresentada no Encontro de Professores e Pastores Envolvidos em
Educação Teológica e Missão, nos dias 9 a 12 de maio de 2000, na Escola Superior de Teologia, em
São Paulo, SP.
El otro extremo es Ia idea de que el pastor-misionero nunca debe ejer- cuando pensamos en el grcH1. C2:::-,' -- --,
cer funciones pastorales. Según esta aproximación estratégica, el pastor- noamérica. Latinoamérica tie:,e :_<~
misionero no debe predicar sermones, no debe encargarse de estudios bí- en el mundo, con áreas urban?,~ ::< -:': :'
blicos, no debe tomar ningún rol de liderazgo, nunca debe aparecer en con casi vinte millones de ha.L':::,:- '"C .-
público como dirigente de Ia obra, sino que debe mantenerse siempre de- que muchos países enteros en el :-:-'''::' .:
trás de los nuevos líderes, casi escondido, para apoyarlos, motivarlos y ciudades como Ciudad de :\lé',i:.- -= ,,,.
ensenarles, pero nunca para presentarse como una autoridad espiritual de Ias muchas otras ciudades cc:- .. :- ' --:.
ante el grupo de nuevos creyentes. En otras palabras, nunca debe involu- co o seis millones. l Cómo se y:3.:- .o. .o. ," ~.
crarse en ningún ministerio directo, sino que su tarea es solamente Ia de lio de una manera que tenga G ::-:',:.'ê:::
,
ensenar y capacitar a los líderes locales. Según esta manera de pensar, si el nen que movilizarse. Esto es ?l~: ,::,H,
pastor-misionero se presenta como líder público, le quitará aI líder o pas- por ejemplo, en el versícuIo tie:. ::,
tor local algo de su prestigio, influencia o autoridad, y así impedirá el versal, 1 Pedro 2:9, "Pero \'osc:-::""C·
desarrollo deI ministerio autóctono o nativo. nación santa, pueblo adquiridc :.''~ = , , :
Yo sé de un misionero, por ejemplo, que fue reganado por un ejecuti- aqueI que os llamó de Ias tiniebl.-:3 . ,:
vo de Ia oficina central de su misión por haber cometido el horrible peca- El primer presidente de la I ~ e:::- __
do de predicar un sermón en público. Según el ejecutivo de Ia oficina cen- un sermón en San Luis en el 2.:",: ~ ~-=~ .
tral de Ia misión, el pastor-misionero no debiera haberse metido en tales cuando posiblemente nadie ni :'-:: -=-- , ::' ::
cosas. Para el ejecutivo de Ia misión, el hecho de que el misionero predicó miembros, o sea, cuando Ia i:2'le,:,:-,.:.,
fue prueba clara de que el misionero era paternalista y estaba obstaculi- pequena misión. El Dr. VValthe:' ::',-
zando el adelanto delliderazgo de Ias congregacionales locales. responsabilidad que tiene cada ::>:..'l'
reino. Citando a Lutero, Walthe:: :::-: ::..
Con razón Lutero diio C'
TODOS LOS SANTOS Y LA EVANGELIZACIÓN cer a Cristo como su Senor '.' ~.',
muerte, su corazón se transt:=-:-· ,.. '
Yo menciono estos dos extremos, porque creo que cuando hablamos tenga el deseo de ayudar 2. (:: ::: :'.
deI papel que un pastor-misionero, es decir, un pastor que sirve en un que el gozo de conocer a Cris:: ~. ~
contexto misional, debe tener Ia educación teológica, veremos que su fun- otros; da loores y declara su:. :':''::::~
ción más adecuada queda entre estos dos extremos. Un pastor no deja de todos que ellos también debe:'. :-::.::
ser pastor. Por otro lado, un pastor debe reconocer su papel de capacitar a Walther siguió en Ia misnv. 1::- ' ::
los santos, de hacer obras de servicio, y de Ia construcción o levantamien- La iglesia cristiana es un:o ;='--
to deI cuerpo de Cristo, es decir, de preparar, capacitar y "empoderar" ai es un misionero, enviado por D:: ': ' ':
pueblo de Dios.2 a otros a Cristo, invitarles a 12' '.::':::
En verdad, todos los santos tienen un rol muy importante en Ia di- dos de todas partes en el tesoL e:-::,
vuIgación deI evangelio. Por eso hablamos deI rol deI pastor en Ia educa- da sus dones espirituales a Fê..:'::'e:
ción teológica. El pastor-misionero no puede hacerlo todo, especialmente
3 Drickamer, John. Walther on lhe C/lUrei:. So--"
2 Sea cual fuere Ia interpretación de Efesios 4:12, el apóstol Pablo enfatiza Ia importancia de Ia buena 4 En otro lugar deI mismo sermón, Walthe, :, .
preparación deI pueblo de Dios. en Ia calle, desvalida con una necesidad ::,-:'
Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 e NÚMERO 2• ANO 2000 27
ARTIGOS-----------------------------
Lutero mismo, quien descubrió nuevamente Ia doctrina deI sacerdo- Hemos visto, entonces, '-F-é:'- :-
cio universal de todos Ias creyentes, nos da una explicación excelente acerca llamamos normalmente en n1.E:'=-:· ~::: -
deI rol y Ia relación entre el Sacerdocio Universal y el Oficio deI Ministerio también vemos claramente C.i2::-
Público. Escribió:5
tos para dar testimonio, Y PéL:? ?: :- <
Tan pronto como nos hacemos cristianos por media de este Sa- iglesia como miembros de un ~? ::c: :-: ::
cerdote (Cristo) y su sacerdocio, y mediante Ia fe nos vestimos de Él
en el Bautismo, tenemos el derecho y Ia autoridad de ensenar y con-
fesar Ia Palabra que hemos recibido de Ét delante de todo el mun- EL CONTEXTO MISIONAL
do, cada uno según su vocación y estado en Ia vida. Pues aunque no
todos estamos en el oficio o vocación ministeriat no obstante, todo
cristiano debe ensenar, instruir, exhortar, consolar y reprobar medi- Enfatizo tanto este puntc' F~::-~ _.::-
ante Ia Palabra de Dios cada vez que sea necesario hacerlo, como un Latinoamérica y deI Caribe. :::-:"::c__
padre o una madre 10 hacen con sus hijos y subalternos, y un her- hablar de nuestras iglesias en =:' - - -
mano vecino, paisano o aldeano con el otro. Pues un cristiano pue- nes muy notables, Ia idea per:<"::: ::::
de instruir y amonestar a otro que ignora o no sabe bien los Diez
Mandamientos, el Credo, el Padrenuestro, etc.; y el que así es en- 6 Véanse en Ias Confesiones Luteranas C-_
senado debe recibir Ia instrucción como si fuera de Ia Palabra de 7 El Df Alvin Barry dice en una ponenC:ê ~..' - ,
1997: "Por Cristo, nosotros 105cristia, •.< '-c
Dios y confesarla públicamente. mos por nosotros mismos y por nuestr: ~: __:_
110sosde aquel que nos llamó de Ias "
nuestra obligación detenernos para ayudarle? No esperamos primero hasta que venga un médico
the LCMS Today: An Essay from the Ci':c
certificado. Lavamos sus heridas y Ia 11evamos a un lugar donde Ia pueden cuidar. Nos creemos
churchandministrr-htm, p, 5)_ Véanse t".::,: _0_
constreflidos por el11amado de amor cristiano. De igual manera, si un cristiano encuentra a una
en los privilegias y responsabilidades de: ":c: - - -
persona herida en su alma, el cristiano no debe pensar, 'l Qué tiene que ver conmigo? El pastor es
puedan y deben hablar acerca de Jesucr,',
el médico espiritual, que venga él para ayudarle.' No, cristiano, aqui el11amado de amor se le
extiende a ti." abiertas que tienen para hacerlo en sus ',-:,:',_0_, :
te levantar este privilegio ante 105ajas d~: ::_
5 Citado de Juan T. Mue11er, Doetrina Cristiana, pp. 380-381.
L,~ REAL Habiendo dicho 10 anterior, sin embargo, Lutero aclara que hay un
oficio especifico que se distingue deI Sacerdocio Universal. ÉI continuó
diciendo:
Aunque todos somos sacerdotes, no por eso todos podemos o
--:ilizar a todos los Santos en
debemos predicar, ensenar o presidir; sino que deI grupo debemos
-~::':)orrar Ia distinción entre el
seleccionar y escoger a aIgunos a quienes confiamos este oficio; y el
,- ~ ---= Público. Las mismas Escri-
que dirige no es sacerdote por razón de su oficio, pues todos 10 son,
c :::-,~:::i\cmclaramente el concepto
sino siervo de todos los demás. Y si llega el momento en que no
-:-:-,-=ue hay un oficio especial de puede predicar O servir, o no desea eI oficio, vuelve a ingresar en Ias
iit::." .
~J.e 10s cristianos en general filas de los laicos, confía su oficio a otro y ya no es más que un cris-
:::s apóstoles? lSon todos pro- tiano común. Así pues, es necesario hacer una distinción entre el
~ :-:-ilagros?" (1 Cor. 12:29). Y, ministerio, o el oficio deI que sirve, y el sacerdocio común de todos
?:m. 10:15). O también, "Her- los cristianos bautizados. Pues este oficio no es más que un servido
- -'2stros, pues ya saben que qui- público, delegado en uno por toda Ia congregación, cuyos miem-
'- ~2-:eridad" (Stgo. 3:1). bros son todos sacerdotes aI mismo tiempo.
'::-,ente Ia doctrina deI sacerdo-
Hemos visto, entonces, que sí, hay un oficio especial en Ia iglesia, que
-~ explicación excelente acerca llamamos normalmente en nuestros círculos" el ministerio público". 6 Pero
, ::::-sal y el Oficio deI Ministerio
también vemos claramente que hay necesidad de preparar a todos los san-
tos para dar testimonio, y para apoyar y participar en el ministerio de Ia
,'-:.':-105 por medio de este Sa-
iglesia como miembros de un sacerdocio reaF
-::-,:e Ia fe nos vestimos de Él
C.c toridad de ensenar y con-
:: ::::.delante de todo el mun-
EL CONTEXTO MISIONAL
- : -2n Ia vida. Pues aunque no
-'.:-:sterial, no obstante, todo
::onsolar y reprobar medi- Enfatizo tanto este punto porque veo, viajando por muchas partes de
. :-,ecesario hacerlo, como un Latinoamérica y deI Caribe, que en nuestras iglesias generalmente, sin
- . -;; y subalternos, y un her- hablar de nuestras iglesias en 10s Estados Unidos, con algunas excepcio-
: ::co.Pues un cristiano pue- nes muy notables, Ia idea persiste de que es el pastor ordenado quien
I" 3 o no sabe bien los Diez
,,':::\, etc.; y el que así es en- 6 Véanse en Ias Confesiones Luteranas CA, V, 1-3; XIV; Ap. XIII, 12; Tratado 67-72.
-. : si fuera de Ia Palabra de 7 EI Dr. Alvin Barry dice en una ponencia dada originalmente en Ia conferencia de Ia ILC de agosto,
1997: "Por Cristo, nosotros los cristianos ofrecemos nuestros cuerpos como sacrificios vivos. Ora-
mos por nosotros mismos y por nuestro prójimo. Y proclamamos, declarando los hechos maravi-
,~ "primero hasta que venga un médico llosos de aquel que nos llamó de Ias tinieblas a su luz admirable" (Church and Ministry Issues in
~:: .~~nde Ia pueden cuidar. Nos creemos the LCMS Today: An Essay from the Office of the President. http://www.lcms,org/president/
:: ,onera, si un cristiano encuentra a una churchandministry.htm, p. 5). Véanse también pp, 8-9, donde dice, "Mientras estamos pensando
, :',:é tiene que ver conmigo? EI pastor es en los privilegios y responsabilidades dei sacerdocio universal, no debemos omitir que los laicos
--"bano, aquí elllamado de amor se le puedan y deben hablar acerca de Jesucristo con sus parientes, amistades y vecinos. Las puertas
abiertas que tienen para hacerlo en sus vidas diarias son innumerables, y debemos constantemen-
te levantar este privilegio ante los ojos deI pueblo de Dios, su sacerdocio real."
tiene que responsabilizarse por el alcance misionero de Ia iglesia. En algu- cionar algunos ejemplos. En 2S::' ::~~c~
nos contextos de una iglesia bien establecida, en una comunidad mayor- "educación teológica", es dec,! > ~--c ~-:'
mente cristiana, posiblemente no sea mayor problema, por ejemplo, cu- para servir, para ejercer un tEC"', _
ando yo fui pastor de una iglesia bien establecida en una zona rural deI sabilidad en Ia iglesia. No est2:1',,<, _.,
sur deI estado de Minnesota, donde, en verdad, había pocas personas que general, que normalmente tie:-e ~.~' '
no eran miembros activos de ninguna iglesia cristiana. Mi trabajo era sonal deI individuo como cre\'e:',:",
mayormente Ia tarea noble de mantener con Ia palabra y los sacramentos
10 que se había establecido. Por cierto, varias veces tuve que corregir o
buscar a una oveja desviada, para que regresara aI rebano. Y hubo algu- LA NECESIDAD DE UNA EDCC.;==
nas nuevas familias que se mudaron a Ia comunidad, 10 que me dio Ia CONTEXTUALIZADA
oportunidad de evangelizarlos e invitarlos a nuestra iglesia. También es
cierto que esta iglesia se dedicaba mucho a apoyar Ia obra misionera en
Creo que pidieron que 1::2c-"~:: ~"
otras partes deI mundo; pero a Ia verdad, Ia congregación en sí no se hallaba
en un contexto misional. vaciones que hice después de '1 .•e ~: =- .'
visita por Ias regiones deI nC'rde;<~' .
Pero aquí estamos hablando deI papel deI pastor en Ia educación te-
dé impresionado por el gran :r ::_~'::
_ :.,
ológica en el contexto misional, el contexto donde Ia mayoría, si no todas,
ros de Ia Iglesia Evangélica L;te~?- , .=::
de nuestras iglesias se encuentran hoy en día, donde es imposible que un
texto, en varios aspectos, bas:t2:',::: .=.S 'l
sólo pastor-misionero, trabajando solo, haga todo 10 necesario para alcan-
decirlo así, en que Ia IELB e\.iS:2 .,~- ~:
zar aI gran número de personas que viven en Ias tinieblas.
nal. Se nota en primerlugar aí e~:'::~_:.
No hay tantos Scheuman, 5c1::r::<:::
Segovia o Solera.
EDUCACIÓN CRISTIANA y EDUCACIÓN TEOLÓGICA
Había un caso específico 'l "~_o
- •~:-::Lisionerode Ia iglesia. En algu- donar algunos ejemplos. En esta presentadón, 10 que nos interesa es Ia
_ ~~:ja, en una comunidad mayor- "educación teológica", es decir, Ia preparación de cristianos para actuar,
u"-ar problema, por ejemplo, cu- para servir, para ejercer un trabajo u ocupar un puesto u oficio de respon-
~ o :a_blecida en una zona rural deI sabilidad en Ia iglesia. No estamos hablando de Ia educación cristiana en
_- -"rdad, había pocas personas que general, que normalmente tiene como su fin el crecimiento espiritual per-
__ ' 'slesia cristiana. Mi trabajo era sonal deI individuo como creyente.
- - :on Ia palabra y los sacramentos
'arias veces tuve que corregir o
~ ::-2gresaraaI rebano. Y hubo algu- LA NECESIDAD DE UNA EDUCACIÓN TEOLÓGICA
-- :: la comunidad, 10 que me dio Ia CONTEXTUALIZADA
_::::::-105 a nuestra iglesia. También es
_ ~::Co a apoyar Ia obra misionera en
- : _::ia congregación en sí no se halIaba Creo que pidieron que hablara sobre este asunto por algunas obser-
vaciones que hice después de que el Presidente Winterle y yo hicimos una
=_::,?,peldeI pastor en Ia educación te- visita por Ias regiones deI nordeste y norte de Brasil. En esta gira me que-
_ •• __::2'\tOdonde Ia mayoría, si no todas, dé impresionado por el gran trabajo misionero que los pastores-misione-
ros de Ia Iglesia Evangélica Luterana de Brasil están realizando en un con-
- --- en día, donde es imposible que un
texto, en varios aspectos, bastante distinto aI contexto "tradicional", por
_. haga todo 10 necesario para alcan-
~ u:\-en en Ias tinieblas. decirlo asC en que Ia IELB existe. Verdaderamente es un contexto misio-
nal. Se nota en primer lugar aI echar un vistazo a Ia lista de los miembros.
No hay tantos Scheuman, Schroeder, o Schultz, sino más bien son Santos,
Segovia o Solera.
:= CCACIÓN TEOLÓGICA
Había un caso específico que vi alIá que me lIamó Ia atención. Es de un
pastor-misionero que verdaderamente está haciendo una obra impresio-
o -,:-,ciónen cuanto a Ia terminología que nante. Observé que su congregación es bien activa, y en el culto había mu-
~-?blarde 10 que lIamamos "educación cha gente muy feliz por haber conocido a Jesucristo a través deI ministerio
_ ::,:2,'/ propriamente dicha y "educación de este pastor. Celebramos un culto especial una noche, y vino un visitante
::-::-::smismas no hay mucha diferencia de aI culto (como era culto especial para Ia conferencia regional) que era misi-
:2 suele decirse "educación cristiana"
onero norteamericano de otra denominación - una denominación evangé-
::-::la ensenanza en general que se lleva a lica bastante aetiva en el área. El senor me dijo que se sentía muy agradeci-
-:::2mplo,estudios bíblicos dominicales, do, porque el pastor luterano daba cursos en el instituto bíblico de su deno-
::--_:2ia dominicat catequesis, en fin, toda minación todos los martes. Me explicó que tienen un programa de capaci-
::-iento espiritual y beneficio personal de tación teológica, no sólo para los pastores, sino también para otros miem-
::astor de una congregación establecida, bros que quieren prepararse mejor para servir en sus congregaciones.
2sta categoría: "educación cristiana". Me puse a pensar, 2,Estará haciendo algo semejante el pastor luterano
:2re. más específicamente, a Ia instrucci- para su propia congregación? Ustedes pueden adivinar Ia respuesta. Mi-
::-:stianopara prepararlo para un aspecto entras Ias miembros de Ia otra denominación aprovechabam de Ia ensenan-
.' pastor, como evangelista, como cate- za teológica deI pastor luterano, los miembros de su prapia congregación
iiácono, diaconisa, etc., sólo para men-
Vox CONCORDIANA VOLUME 15 • NÜMERO 2 • ANO 2000 31
•••
ARTIGOS--------------------------------
no tenían esa misma oportunidad de prepararse mejor para servir en Ia espanol sino el Quiché, el Fa:,-:~:-:::=-=" -
iglesia. Como dije, le doy mucho valor aI gran esfuerzo que el pastor lute- embros más activos en un cur~_ ,-,_c-=~':_=,
rano está haciendo para alcanzar a Ia comunidad con el evangelio. No obra de su iglesia local, e incl '-'--'
'-" -= ~" ~-
obstante, también, es una lástima que ese pastor luterano no esté desarro- deas vecinas. DesafortunadaL.e:-:e :" :--
llando su propio programa de educación teológica para mejorar Ia capaci- curso no no se terminó de dar 2r~ ,----" :.":
tación y empoderamiento de sus propios miembros en Ia misión de Ia Guatemala en 1994, los estudi2:-.:::~ :::c:::
iglesia. Ahora bien, en esa noche cuando visité esa congregación, como local me parecía bastante com:-r ::-::::. -= ,
era una iglesia brasilena, por supuesto hubo también un churrasco des- dio seguimiento 0.1 curso. \, q'ci" ": '::::'
pués deI culto. Así se me dio Ia oportunidad de conversar con algunos Ia obra en ese sector.
miembros. Varios me comentaron que les gustaría prepararse mejor en Ustedes podrían citar n,-u,c~-,~ : -:: '
teología, no sólo por curiosidad, sino para poder asumir más responsabi- Ia educación teológica a niwl L<,', ~ .=<
lidad en Ia obra deI Senor. Ia falta de organización, o a y,,\: e~ :-:-:.-
Doy gracias a Dios que me ha permitido conocer muchas congregaci- coso Pero hay otro factor mm ~==':r' :=-.
ones y muchos hermanos y hermanas en Latinoamérica y el Caribe. Lo mente nuestra habilidad de re3.~'-2:, .' -:
que he notado es que la gente está dispu esta a colaborar, y a ayudar con Ia 0.1 nivellocal que satisfaga 12s :-." -=::: ~ - , -=
gran misión de Dios, pero en muchos casos les falta una preparación ade- una expansión dinámica. Posíbl,,==~2:::::-
cuada para poner en práctica ese deseo. o paradigma mejor en cuanto a.:c..... ,::-:' ,
Cuando pensamos en un nu",'
ción teológica, no debemos con~~'::2~:- r'·
MODELOS ADECUADOS ganización. No es que tales asuntc~ :' : c:::
nificación. Primero, sin embargo =-.:'
cómo éste se relaciona 0.1 tema d2~-':'c
Hemos visto que los miembros tienen no sólo el derecho y responsa-
bilidad de mejorar su preparación teológica, sino también el deseo de ha- que una metodología inadecuad2.:' . h
de instrucción.
cedo. Posiblemente 10 que se necesita es un nuevo modelo o paradigma
para que esta ensenanza, es decir, Ia educación teológica, pueda extender-
se de una manera eficaz, para que más gente pueda involucrarse en ella.
A Ia vez, creo que por alguna razón no hemos encontrado Ia clave o UNA PEDAGOGÍA ADECUADA
el modelo que permite o promueve una expansión dinámica. Ciertamente
yo no tengo todas Ias respuestas, pero creo que el desarrollo de un lidera- "Acción/Reflexión/ Acción"
zgo maduro, o de siervos maduros, si les gusta más ese término, es esen- tor-misionero en Ia educación te,:~: -=,: =-
cial. Parte de su desarrollo es su movilización. Se han echo varios intentos hablando principalmente de un2l c ~::
de llevar a cabo un programa de educación teológica a nivellocal, o con- los adultos. Y por eso, hay ciertos l:-::: =,
gregacional, con una variedad de resultados. se en cuenta. Uno se llama el mode~: : -:.
En Guatemala, por ejemplo, el programa de Educación Teológica de Este patrón o modelo tiene una d~==- =- <
Ia iglesia contemplaba e incluía el plan de llevar a cabo Ia Educación Teo- gica. En parte tiene que ver con l?:= ::-:
lógica a nivel regional y congregacional. Por ejemplo, en una aldea bas- ensenanza dirigido. a adultos es d'-le'-::::"
tante poblada pero retirada, donde el idioma materno de Ia gente no es aprendizaje de adultos no es come :---.: r=
-,:' ê'rarse mejor para servir en Ia espanol sino el Quiché, el pastor ensenaba a unos ocho o diez de sus mi-
, ;~'ê'nesfuerzo que el pastor lute- embros más activos en un curso disenado a capacitarlos para servir en Ia
: ~'-,cmidad con el evangelio. No obra de su iglesia local, e inclusive, participar en Ia evangelización de al-
, c,' c_- ê'stor luterano no esté desarro-
de as vecinas. Desafortunadamente, por alguna razón que desconozco, el
, ~2c,lógicapara mejorar Ia capaci- curso no no se terminó de dar (era un curso de dos anos). Cuando salí de
.-. ::. Illiembros en Ia misión de Ia
Guatemala en 1994, los estudiantes estaban muy animados y el pastor
, - _ ,,-isité esa congregación, como local me parecía bastante comprometido, pero por alguna razón, no se le
:'.,00 también un churrasco des-
dio seguimiento aI curso. Y, que yo sepa, no ha habido una expansión de
._.. dad de conversar con algunos Ia obra en ese sector.
" .-:~ gustaría prepararse mejor en Ustedes podrían citar muchos otros ejemplos de êxitos y fracasos en
,'~.poder asumir más responsabi- Ia educación teológica a nivelIocal. Puede depender de cosas tales como
Ia falta de organización, o a veces también Ia falta de recursos económi-
.- ~:joconocer muchas congregaci- coso Pero hay otro factor muy importante, creo yo, que afecta negativa-
-:'-,latinoamérica y el Caribe. Lo mente nuestra habilidad de realizar un programa de educación teológica
.. 2~ta a colaborar, ya ayudar con Ia aI nivellocal que satisfaga Ias necesidades de Ia iglesia y que promueva
: c ~:'s les falta una preparación ade- una expansión dinámica. Posiblemente vale Ia pena pensar en un modelo
o paradigma mejor en cuanto a nuestra metodología.
Cuando pensamos en un nuevo modelo o paradigma para Ia educa-
ción teológica, no debemos considerar sólo aspectos de finanzas y de or-
ganización. No es que tales asuntos no sean importantes en cualquier pIa-
nificación. Primero, sin embargo, hay que evaluar Ia teoría pedagógica, y
~- 2n no sólo el derecho y responsa- cómo éste se relaciona aI tema deI pastor en Ia educación teológica, por-
. ,: :::co.,sino to.mbién el deseo de ha- que una metodología inadecuada dificulta el éxito de cualquier programa
.. ,,~ 'em nuevo modelo o paradigma
de instrucción .
c, ,.~ción teológica, pueda extender-
.: ;e',te pueda involucrarse en ella.
::.:- no hemos encontrado Ia clave o UNA PEDAGOGÍA ADECUADA
,'c e\pansión dinámica. Ciertamente
:~'"oque el desarrollo de un lidera- Acción/Reflexión/ Acción": Cuando habIamos deI papel deI pas-
J/
, .-:' gusta más ese término, es esen- tor-misionero en Ia educación teológica, debemos recordar que estamos
.__2 ~ción. Se han echo varios intentos
hablando principalmente de una ensenanza o adiestramiento dirigido a
. - ::.::ón teológica a nivellocal, o con- los adultos. Y por eso, hay ciertos factores pedagógicos que deben tomar-
e: .. ~?dos.
se en cuenta. Uno se llama el modelo o patrón "acción/ reflexión/ acción".
-.: ;ro.ma de Educación Teológica de Este patrón o modelo tiene una dimensión tanto pedagógica como teoló-
.- je llevar a cabo Ia Educación Teo- gica. En parte tiene que ver con Ia teoría de andragogía, es decir, que Ia
,:',C" Por ejemplo, en una aldea bas- ensenanza dirigida a adultos es diferente que Ia ensenanza para ninos. El
::iioma materno de Ia gente no es aprendizaje de adultos no es como aprendizaje de los ninos (pedagogía).
-- -- "~--~ --~~-~
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ARTlGOS-----------------------------
Los adultos necesitan reflexionar sobre Ia materia estudiada para que una vez, sino que tenía que mir2, :-:. '
aprendan. Veremos esto en detalle más adelante. tentaciones." Esta tentatio es Ul1? e: 2~,
También, hay una dimensión teológica en este modelo" acción/ refle- se solamente en el anfiteatro de lê C'i .
xión/acción", porque, si nos acordamos de los antiguos teólogos lutera- someten a Ia prueba. Una aprc'<:':' ,
nos, nos damos cuenta que Ia teología, en su sentido primario, es un habi- lativa es deficiente, y peor, e5 T.'·;,
tus practicus. O sea, Ia teología es teología solamente cuando se halla en Ia sus declaraciones más inlp2C:":-~>
práctica. El antiguo teólogo Calov Ia describió de esta manera cuando dijo dio y proclamación de Ia pç'12'~':, .>: _
que Ia teología es "Ia aptitud especial de aplicar el evangelio a Ia vida de speculando fit theologus1i, sinc : :, ..
otros para que resulte en su salvación". ólogo no se hace leyendo, er.t2:-.ci2- .
El seminario 0.1 cual yo acabo de aceptar un llamamiento para servir jor dicho, muriendo y siendc c:- .' 0:' c
como profesor fue fundado en e1ano 1846. La idea era que fuese el"semi-
nario práctico". Sin embargo, los fundadores deI seminario no tenían en
LA CONGREGACIÓN O IVlISIC\,
mente el concepto moderno de práctico cuando definieron el seminario de
esta manera.8 No quiere decir que el seminario fue fundado como una EDUCACIÓN TEOLÓGICA
institución principalmente para Ia ensenanza de habilidades prácticas en
el sentido moderno, sino que práctíco significaba que Ia teología en su sen- El patrón "acción/ refle:\lc:'
tido primario puede ensenarse sólo en una dinámica de praxis. Por esta relación dinámica entre 10. tecl: ~::'
razón, Ia aplicación práctica siempre ha sido parte deI programa deI Se- aprende y se entiende cuandc' 52. ,
minario Teológico Concordia. En cambio, en el seminario de San Luis, cuado para efectuar este víncul.: 'o: c ~ - ,::
que era conocido como el"seminario teórico", esto ejercício práctico deI Ia realidad deI evangelio, se e1''::2:.':'
ministerio se incorporó 0.1 curriculum, sólo muchos anos después, no sim- nas. E1teólogo Ricardo Osmer 1: :-,
pIe y sencillamente para ensenar habilidades, sino también para promo- La congregación es e1' 'c :
ver y proveer una reflexión dinámica entre Ias realidades concretas de Ia práctica, porque en Ia con ;,0: o: .' .,
vida diaria y Ia verdad deI evangelio. nocimiento teológico y étic. :2: __ . 2:
su uso de este conocimier.:: -: c .. :
:-' c ~2na estudiada para que una vez, sino que tenía que mirar más allá, hacia donde me llevaron mis
tentaciones." Esta tentatio es una experiencia de 1ucha que puede realizar-
. -::. e:"te modelo "acción/refle- se solamente en el anfiteatro de Ia vida, donde Ias fórmulas doctrina1es se
: o ?,ntiguos teólogos lutera- someten a Ia prueba. Una aproximación a Ia teología puramente especu-
oer-êidoprimario, es un habi- lativa es deficiente, y peor, es inválida y satánica, según Lutero. Una de
•o:'.',entecuando se halla en Ia sus declaraciones más impactantes para Ia persona que se dedica aI estu-
ie esta manera cuando dijo dio y proclamación de Ia palabra de Dios es: "Non legendo, intelligendo aut
~?cre1evangelio a Ia vida de speculando fit theologus", sino "vivendo, immo morendo et damnando" (Un te-
ólogo no se hace leyendo, entendiendo, o especulando, sino viviendo, me-
'c: '.:n llamamiento para servir jor dicho, muriendo y siendo condenado).9
:..o :dea era que fuese e1"semi-
.. :-:-dei seminario no tenían en
,~:'definieron el seminario de LA CONGREGACIÓN O MISIÓN COMO LOCAL DE
:':rio fue fundado como una EDUCACIÓN TEOLÓGICA
·~.ode habilidades prácticas en
, ':ba que Ia teología en su sen- EI patrón "acción/ reflexión/ acción", entonces, reconoce que hay una
dinâmica de praxis. Por esta relación dinámica entre Ia teología y Ia vida concreta, y que Ia teología se
c :' parte deI programa deI Se- aprende y se entiende cuando se vincula a Ia vida. Y el contexto más ade-
c:" el seminario de San Luis, cuado para efectuar este vínculo es en Ias congregaciones y rnisiones, donde
: :,', esto ejercício práctico deI Ia realidad deI evangelio, se enfrenta a Ia realidad de Ias vidas de perso-
:-:".uchosanos después, no sim- nas. El teólogo Ricardo Osmer 10 dijo así:10
.'e:'-. sino también para promo- La congregación es ellocal principal de Ia reflexión teológica
: >,s realidades concretas de Ia
práctica, porque en Ia congregación se les ensena a personas el co-
nocimiento teológico y ético requerido y personas son nutridas en
su uso de este conocimiento para reflexionar sobre sus vidas en el
mundo. La congregación en sí es una comunidad de discurso teoló-
gico práctico. Su liderazgo, tanto laico como ordenado, desempena
un papel importante en Ia calidad de reflexión teológica práctica
o, su libra Vision and Discerlllenf que se realiza durante su vida (162).
. ~ez de rescatar el concepto que Esto no es para decir que Ia educación teológica sólo debe llevarse a
'. c::'-tudioteológico. Wood senaló cabo a nivel congregacional. Como dijo Osmer:
,_". entre teoría y práctica. Lutera
9 Las últimas palabras escritas por Lutero antes de su muerte también demuestran su apreciación
. o 'ormación de un teólogo cuan- por Ia dimensión experimental de Ia educación teológica: "Nadie puede entender a Virgilio sin
,:- :,-óloa través de tentatio apren- cuidar a ovejas u ocuparse en Ia agricultura por cinco anos. Nadie puede entender a Cícero sin
haber sido político por veinte anos. Nadie puede entender Ias Escrituras sin haberse ocupado en
.,r :?s:"No aprendí mi teo10gía de Ia curación de almas por cien anos."
10 Osmer, Richard Robert. A Teachable Spírit: Recoveríng tlze Teac1!ing Office ín the Churcl! (Un Espírítu
. "f5 of Ante-BellulIl Theological Education. «Ense;zable»: Recuperando el Oficio de Ense/zar en Ia Iglesia), Louisville, Kentucky: Westminster I
John Knox Press, 1990.
para mencionar algunas. Estas comunidades traen a colación modos diante adulto trae sus pror~.?s :'e::::
< " d"
diferentes de reflexión teológica que pueden profundizar, expandir, tructores deben adaptarse 2'-,I::, c :: ~
y evaluar Ia reflexión práctica de individuos y congregaciones. qual conoce sus necesidade;,: i::::::,~'~.
Lo que se intenta aquí, aI ver Ia congregación, o misión, como ellocal Motivados a supemrse L __ ·~,'__,.,:: o
de Ia teología práctica, es promover una reflexión teológica relacionada educación teológica proba,ble:>~' 'e e;;':'
con Ias vidas de cristianos comunes. Así que, es a nivellocal que el mode- tos que toman el paso de p2re:e;-'~ c" '.
lo "acción/ reflexión/ acción" se puede implementar. Tanto Ia congregaci- adicional reconocen el y ale·r :',r,__,c:: __e õ::
ón como una misión provee un contexto bastante adecuado para "hacer Ia Es algo que se tiene que ton-,2'-,::- el" : :'
a sus necesidades.
estamos trabajando con adultos. Como se menCionó anteriormente, los adul-
tos aprenden de otra manera que los ninos. Los ninos pueden recibir, clasi- Varias experiencias: El aI UIT'':- ,' __"
ficar, organizar y almacenar, por decido así, una cantidad inmensa de infor- je un trasfondo rico de experie:',:,:-' ,-
mación mientras aprenden. Cuando uno crece y llega a ser adulto, pierde grar y aplicar el asunto tratad.: -~. ::
esta gran capacidad. Es por eso que mis hijos, por ejemplo, aprendieron Ia vida y de sus profesiones. c __':~-...
eden ser una herramienta m?,r?-,"..,:','
espanol bastante bien, simplemente jugando en Ia calle con otros chicos,
mientras que mi esposa y yo tuvimos que sudar y sufrir muchos dolores de ante como para el instructor Tê, :::-
cabeza, con un maestro estudiando seis horas diarias por seis meses, sólo profundas para Ia situación y r:-e: .~
para comenzar a tener un conocimiento básico deI idioma. Por 10 tanto, Ia rece inadecuado, hasta ridícuL ~,':'::
metodología que se usa para ninos no es apropiada para adultos. de aviones, maestros o gerentõ::s _~õ:: ,=,
Cuando se trata de Ia educación de adultos, Ma1come Knowles men- estuvieran en una aula de esc.,C::>,_
inclusive en el seminario dondcô oê- '='::'
ciona cinco factores que se tienen que tomar en cuenta. Los educandos
adultos tienen cinco características: 1) Son auto-dirigidos; 2) son motiva- experiencias muy ricas y valio~?:' :_ ::o·
carse hasta a Ia ensenanza de > l:: : ' : s
dos a superarse; 3) tienen mucha experiencia; 4) enfocan soluciones de
desafíos o problemas; y 5) buscan una aplicación directa de Ia materia.l1 Se fijan en Ia soluÓón de dt's,:':,: .
tos generalmente aprenden me: _ ="
solución para un problema o de,,'.:,
11 Un resumen valioso de Ia teoría de educación adulta y sus implicaciones para Ia educacíón teo- Ia situación de aprendizaje paI:' I: S :
lógica se encuentra ellibro Oeveloping Leaders through TheoIogical Education by Extensión: Case Studies
fr011l Africa (Oesarroliando a líderes a través de Ia Educacióll Teológica por Extensión: EjempIos de Áfri-
Ia vez, adultos pueden aprender r:-,::
ca), por Stewart G. Snook, 1992. mas es usada como una metod0l:::~ c
su cosmovisión, se habrá aduenado de Ia materia tanto que intentará con- Según Freire, es neceSêLré~:::=
vencer a otros. "crítico". Esto significa, en F?:?o~.
r '5 5::0 .:
La aplicación para Ia educación teológica de Ia taxonomía de objeti- der a pensar por sí misma. De:" :..:~:c-
vos, como también Ias perspectivas de Knowles en cuanto a Ia educación te misma, por ejemplo, debe
de adultos, es obvia, también, diría yo, para un programa tradicional-resi- tiene aplicación a su situaciÓn
dencial. La manera de ensenar a ninos, 10 que se ha llamado el "modelo En Ia educación teológic2. ~o. __
bancario", funciona para ninos. Los ninos tienen Ia capacidad de almace- perspectivas de Freire han a:.
nar grandes cantidades de información para algún posible uso en el futu- tor, quien a menu do es una Fêr 0- :.: _
ro. La taxonomía experimental de objetivos, sin embargo, nos ayuda a ver pastores-misioneros trabajancc ~.::--:o- o
que el proyecto adultos de ensenar debe estar mas abocado a problemas, mente no logra relacionar bien ''':'::.: :-:i
soluciones y aplicaciones. de los educandos. En el conte·:: ~:: -
realmente un instructor / eshlcL;::::e o
tructor, Ia relevancia y aplicc'L::oo ~ê
PAULO FREIRE Y LA CONCIENCIACIÓN profundamente.
tos, cada uno deI otro. En el contexto deI cual escribió Freire, el instructor mas, pero puede ser bastante fIe',;:__:-:-:-
fue alguien de afuera haciendo alfabetización o trabajo agrónomo por ex- ción no formal permite un curso .-:e::-:' -e
tensión entre agricultores en áreas rurales. Mientras los programas deI bién permite una variedad de me:~ "0 _ :
gobierno con los cuales él trabajó tenían buenas intenciones, dijo, los agen- tener un nivel educativo bastante.:::::-o-
tes muchas veces entendían poco deI mundo y creencias de Ia gente que un curso en derto número de se....-::'..::: ~
estaban tratando de ayudar. La única manera de proveer verdadera asis- cuada Ia materia. En Ia educaciÓ::- ::-::::-0'
tencia a Ia gente sería trabajar y aprender juntos con ellos, dialogando mente que el nivel de trabajo entr:: o .
sobre los asuntos y problemas de Ia gente. se guarda el período de tiempo cer ::-'
Vox CONCORDIANA VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000
-----------------------RuTT: ELPAPEL
DELPASTOR
'-<~" tanto que intentará con- Según Freire, es necesario elevar Ia conciencia de Ia gente a un nivel
U críticou. Esto significa, en palabras sencillas, que Ia gente tiene que apren-
i
__: c 2 Ia taxonomía de objeti- der a pensar por sí misma. Debe buscar respuestas a sus desafíos. La gen-
-~2S 2n cuanto a Ia educación
te misma, por ejemplo, debe juzgar si 10 que el agente agrónomo propone
- .~-,programa tradicional-resi- tiene aplicación a su situación.
_-:'2 se ha llamado el umodelo
En Ia educación teológica, especialmente en el contexto misionat Ias
-2:'en Ia capacidad de almace- perspectivas de Freire han ayudado, porque reconocemos que el instruc-
_ -_c.21gún posible uso en el futu- tor, quien a menudo es una persona de afuera (como en el caso de los
, sin embargo, nos ayuda a ver pastores-misioneros trabajando en el noreste y norte de Brasil), frecuente-
o -'~"_r mas abocado a problemas,
mente no logra relacionar bien un concepto teológico con Ia cosmovisión
de los educandos. En el contexto de diálogo, en el cual el instructor es
realmente un instructor/estudiante y el estudiante es un estudiante/ins-
tructor, Ia relevancia y aplicación de Ia verdad de Dios se aprenden más
profundamente.
un trimestre, por ejemplo, en un programa formal, puede haber estudian- gustiada y desesperada. O se? '=~.~
tes que han aprendido mucho, pero también general mente hay estudian- mundo concreto de Palestin?, '.'::-=<=:
tes que en verdad no asimilaron Ia mate ria, pero si no fueron aplazados, ca perdió de vista Ia necesid2: '::::-:'::::
puedan comenzar a estudiar el próximo nivel. Educación no formal per- multiplicarse. lNo debe hacer :?~.' _-~
mite flexibilidad en cuanto aI tiempo y metodología, pero no en cuanto a Casi desde el principio s'.: ::.'.~-=
Ias normas. sus discípulos (Mate o 4;18-21: ~.f:-:= - :
En Ia educación teológica congregacional suele ser necesario y bueno 51). Es interesante que inm,edi2:2:".-=. '-=
permitir flexibilidad, aunque se traten de mantener Ias normas, o sea, un (Natanael). Y desde el principl_: -eo' o
nivel de calidad bastante alto. con palabras, sino también pc,r "-''; ::::::--:.~
Hasta este punto, he tratado de demostrar que es necesario y benefi- aI ser el ejemplo supremo de 2,:':'-:: _ :'.' =.
cioso que el pastor-misionero se involucre en Ia educación teológica a ni- Cuando ensenaba, tambe::- '.:0 c'
veIlocal. También he tratado de demostrar que, aI hacerlo, es necesario preguntas y usando ejemplos:::::: :.:: .
tomar en cuenta los principios de Ia educación para adultos, porque creo tractas, sino que usó ejempks:.-= > -. j,
que muchas veces nuestros programas de capacitación han seguido de- deI Sembrador. Jesús pudo hê_ .. _. _
masiado el modelo bancario - que Ia educación teológica a nivellocal se en abstracto. Pudo haber dich: s::':': •':
ha llevado a cabo como si fuera un asunto de depositar una cantidad de entienden Ia Palabra de Dios '::'.::: ~: o
información en Ia mente deI estudiante, como si estuviéramos depositan- blemas fácilmente pierden 12.i2 :,_,': .:: .:
do dinero en el banco. Posiblemente es por esta razón que programas 10- do por Ias necesidades diari2s :c :::c~:::--:
cales que se han iniciado han fracasado. Creo que si no hay una motivaci- nos que reciben Ia Palabra y s= :':',,' '
ón misionera, y si no comenzamos a tratar aIos educandos adultos como parecía mejor relacionar la \:02:- ,:' .:.
adultos, el proceso educativo fracasará y Ia posibilidad de movilizar aIos sembrador salió a sembrar... ,.
santos desaparecerá. O sea, 10que se necesita no es solamente el deseo de Mientras ensenaba a 10s::L::::.
hacer algo, sino que también se necesita una metodología que habilite y casi desde el principio. Les "" .u. , _
movilice a personas. por ejemplo, y los envió a an'2.::2 .. _
(Mateo 10:5-11:1; Marcos 6:7·':: -:"':0
embargo, no fue dado sólo 2 _'. _, __
envió a los setenta con instruc:::: _.c c :':-=:
EL EJEMPLO y METODOLOGÍA DE J ESÚS
anunciar el reino de Dias. C1.1.2.:'.,':',:
.: o:
Para entender todavía más claramente el papel deI pastor en Ia edu- prácticas, le contaron a su '\ 122"-:: .
cación teológica, especialmente en el contexto misional, podemos exami- oportunidad de dialogar sobre> 2 ~-:
nar el caso deI pastor prototipo, el buen Pastor y maestro, nuestro Senor seguía una metodología integri'::::- ::
Jesucristo. Si bien es cierto que vivimos en otra época, otra cultura, otra mación con experiencias práctic?s :
realidad en muchos aspectos, de todos modos, hay mucho que aprender 10 aprendido yexperimentado_
de Ia misiología de Jesús, y de Ia metodología que siguió aI capacitar a sus
discípulos.
En primer lugar, es obvio que Jesús supo ser a Ia vez pastor y capaci- 13 Es interesante que Ia instrucción que 1e'::'
tador. Por supuesto, él predicó, ensenó públicamente, ayudó a Ia gente sufrirniento y tentación que tendrían q c:c ,_,
necesitada, sanándola y dándole de comer. Se preocupó por Ia gente an- que se repite rnuchas veces (ej. Juan 13-l"
::~-< 1-'uedehaber estudian- gustiada y desesperada. O sea, Jesús, de una manera directa, entró en el
~:=:-:::,-almentehay estudian- mundo concreto de Palestina y realizó un rol pastoral. Por otro lado, nun-
~-~:~.~i no fueron aplazados, ca perdió de vista Ia necesidad de capacitar a otros, de reproducirse, de
:::jucación no formal per- multiplicarse. ~No debe hacer cada pastor 10 mismo?
_- :_\:;ía,pero no en cuanto a Casi desde el principio de su ministerio, Jesús comenzó a llamar a
sus discípulos (Mateo 4:18-21; Marcos 1:16-20; Lucas 5:1-11; y Juan 1:35-
ser necesario y bueno
- - _ ~-_:ele 51). Es interesante que inmediatamente un discípulo (Felipe) 11amóa otro
_-:2ner Ias normas, o sea, un (Natanael). Y desde el principio, Jesús comenzó a capacitarlos, no sólo
con palabras, sino también por su ejemplo. Él demostró el verdadero amor
c --1ue es necesario y benefi- aI ser el ejemplo supremo de amor hacia Dios y hacia el prójimo.
> educación teológica a ni- Cuando ensenaba, también, usaba una didáctica dinámica, haciendo
- -_:e aI hacerlo, es necesario preguntas y usando ejemplos cotidianos. Pocas veces ensenaba ideas abs-
:_para adultos, porque creo tractas, sino que usó ejemplos de Ia vida diaria; por ejemplo, Ia Parábola
•-_-".citaciÓnhan seguido de- deI Sembrador. Jesús pudo haber explicado Ia ensenanza de esta parábola
•_-n teológica a nivellocal se en abstracto. Pudo haber dicho simple y sencillamente que algunos nunca
_:::_~epositar una cantidad de entienden Ia Palabra de Dios, que otros entienden pero cuando hay pro-
_ ~i estuviéramos depositan- blemas fácilmente pierden Ia fe, que todavía otros se preocupan demasia-
_c: ~ razón que programas 10- do por Ias necesidades diarias de este mundo, que sin embargo hay algu-
-1-1esi no hay una motivaci- nos que reciben Ia Palabra y se mantienen fieles a e11a.Pero a Jesús le
- _~s educandos adultos como parecía mejor relacionar Ia Verdad a Ia vida diaria, y por eso dijo: "Un
_-~ibilidad de movilizar aIos sembrador salió a sembrar ..." (Mateo 13:1).
- -c :'0 es solamente e1deseo de
Mientras ensenaba a los discípulos, también les dio tareas prácticas,
, -11etodología que habilite y casi desde el principio. Les dio instrucciones muy específicas a los doce,
por ejemplo, y los envió a anunciar que el reino de los cielos estaba cerca
(Mateo 10:5-11:1; Marcos 6:7-13; Lucas 9:1-6),13 El trabajo misionero, sin
embargo, no fue dado sólo a los doce, porque en otra oportunidad Jesús
envió a los setenta con instrucciones semejantes, y les dio autoridad para
anunciar el reino de Dios. Cuando los discípulos regresaron de sus tareas
:=2_papel deI pastor en Ia edu- prácticas, le contaron a su Maestro todo 10 que habia pasado. Tuvieron
::. misional, podemos exami- oportunidad de dialogar sobre Ia experiencia (Lucas 10:1-23). O sea, Jesús
<or y maestro, nuestro Senor seguía una metodología integrada, combinando Ia transferencia de infor-
_-::ra época, otra cultura, otra mación con experiencias prácticas y oportunidades para reflexionar sobre
-:::'r hay mucho que aprender 10 aprendido y experimentado.
_?_ que siguió aI capacitar a sus
Así que Jesús se multiplicó, por 10 menos doce veces, pero en reali- El mismo Pastor \Vinter~e ~::',e ~~,.' e~
dad más todavía. Me hago Ia pregunta, Lque implica esto para los pasto- cos varias veces en Ias confer:::=-::~: --:
res-misioneros hoy en día? LNo es posible O necesario hacer 10 mismo? un instituto bíblico en su re2":c:-
LQué papel tiene el pastor aI respecto? Cuando Jesús envió aIos setenta, Es cierto que se necesi:? ::·.=>.e: ,_
dijo, "La mies a Ia verdad es mucha, pero los obreros pocos; por tanto, existe en nuestras iglesias, F~r :::'-:--':=-
rogad aI Sefior de Ia mies que envíe obreros a su mies" (Lucas 10:2). LAca- ne este seminario, o que exis:e er ~:::, .,
so no existe Ia misma situación en el siglo veintiuno?14 sin embargo, el pastor-misicn::::" ::: c -
contexto roisional tiene Ia ,.-isicr, '::: ._
papel en Ia educación teolÓ:=:c? ,c'" .-
CONCLUSIÓN: NECESIDAD DE VISIÓN una pedagogía adecuada, cre:~'_ -=" -,
14 Aunque no tenemos tiempo para evaluar asimismo Ia metodologia de San Fabio en cuanto a Ia
capacitación y habilitación para el ministerio de Ia iglesia, es obvio que siguió principios seme-
jantes. (Véase A!len, Roland, Missionary MetllOds: St. Paul's ar Ours (Métodos Misloneras: eLos de 16 El Dr. Roger Pittelko, presidente emer',_' _= --
San Pablo o Ias Nuestros?), Grand Rapids: Eerdmans, 1962. Véanse también Hechos 20:17-38 como cristianos luteranos están atrapados e:' ~'
ejemplo de Ia práctica y ensenanza de Fabio a Ias ancianos/ obispos de Éíeso, pastor como si íuera un sacerdote pa,,: ,'U'
15 Por ejemplo, véase Marcos 16:14-15, "Después se apareció aios once mismos cuando estaban embargo, dice Presidente Pittelko, ha:.: ~::.
sentados a Ia mesa, y los reprendió por su incredulidad y dureza de corazón, porque no habian y diáconos y diaconisas tienen su trat ,ô'
creído a Ias que le habían visto resucitado. Y les dijo: Id por todo el mundo y predicad el evange- pastor. Podemos !lama este modelo ".-., -' - .
lia a toda criatura." cargado", o "supervisar".
, ~,__
<:e veces, pero en reali- EI mismo Pastor Winterle me comentá que fue expresado por Ios Iai-
·.·~-licaesto para Ios pasto- cos varias veces en Ias conferencias deI norte y nordeste el deseo de tener
.e:esario hacer 10 mismo? un instituto bíblico en su región.
-esÚs envió a Ios setenta, Es derto que se necesita infraestructura, pera en muchos casos ya
-=breros pocos; por tanto, existe en nuestras iglesias, por ejempIo el programa de extensión que tie-
, _.rnies" (Lucas 10:2). zAca- ne este seminario, o que existe en otras iglesias nacionaIes. AI fin y aI cabo,
.:·-:uno?14 sin embargo, el pastor-misionero es Ia clave. Si el pastor trabajando en el
contexto misionaI tiene Ia visión de multiplicarse, y entiende que tiene un
papel en Ia educación teológica de Ia iglesia, y está dispuesto a utilizar
una pedagogía adecuada, creo que el pueblo de Dios responderá, Dios 10
bendecirá, y veremos una expansión dinâmica de nuestras iglesias.16
.::22lCa, y para que hagamos
~:spensable que encontremos
- r:iad a más obreras. Cuando
c. =: er:o que habrá fracasos. Jesús
c . __ o::andonaron; algunos 10 trai-
. c.' .~ todavía utilizó a esta misma
Wanderley M. Langé
I. INTRODUÇÃO
1 Aluno do quinto ano de teologia na Escola Superior de Teologia, São Paulo, SP. Trabalho de pes-
quisa elabondo para a disciplina Teologia Pastoral.
te mundo. Se for bem cuidado pode viver com bastante saúde. Contudo, o com emoções e sentimento:, -." .
corpo humano não dura para sempre neste mundo, pois está sujeito às necessário, urgente e aFrcF::~?:
ações externas (e internas) que se desgastam no decorrer do tempo ou, embora não se possa, nen-C:'2:,,'"
por determinada razão, surgem de forma iminente. Enquanto se tem saú- pessoa, nem mesmo a reaL::'2._.-= .r,' '-
E m sm ' t ese, o o'b'jem'c
" F ~.r~._:_..' :
de não há preocupações acerca do corpo. Crises periódicas, como gripe e
e assisti-los da melhor maT.:: -:' ::. -,
resfriados, são incômodas, mas manifestam apenas interrupções tempo-
rárias das atividades físicas. Quando a doença é mais séria, penosa ou de dentro do período que lhe:, r,,<.' _
Pastoral Care and Counse!;;: :.~-: .
longa duração, percebe-se a fraqueza e limitação humana.
A doença é algo que as Escrituras Sagradas mencionam em vários chamado Orville Kelley que e:-' ~. _.
momentos. A doença de Miriã, Naamã, Nabucodonosor, o filho recém- para uma conversa. Apó:' Fé. r.r ..
nascido de Davi, Jó, e vários outros é descrita com clareza tanto no Antigo situação terminal, houve pI.:':12=-'-' .
como no Novo Testamento. Por ocasião de sua vida aqui na terra, Jesus se pois os filhos não sabiam o_~'." .r_:=
dem a viver com este câncer.: __''; 2 ~.~
interessou tanto pelos doentes que praticamente um quinto dos evange-
lhos é dedicado ao tema da cura. Os discípulos, por sua vez, dariam con- podemos ter bons dias tarnc-:::-:'
tinuidade a este interesse (Mt 10.5-8; Mc 6.7-13; Lc 9.1,2,6) bem como o também não precisamos fic,: :::'.'
livro de Atos dos Apóstolos registra como a primeira igreja cuidou e am- conversa, a qualidade de ';id:- ~'_''.
parou os enfermos. dada. O sr. Kelley, pouco der':,~ r :-:.
terminais e suas famílias, O 2'''::: __
A. As doenças terminais Kelley ainda estava vivo e Ô,~.:·~:__ .'.
tem feito para ele e sua famíL: ~.'
A doença é bem mais que falta de saúde. Trata-se de uma expressão vida pode ter um bom efeito :'.,:.:--=.
da limitação física, emocional e espiritual; conseqüentemente, o corpo está tem um sentido e propósit,,) F:-r,' .
destinado a morrer. Mesmo que a maioria das pessoas evite pensamentos em relacionamento de ampaE ~:-....
sobre a doença e algumas até ignoram os sintomas, torna-se muito difícil ença é afetada positivamente .2. -:-: -
e complicado a aceitação dela quando esta sobrevem. A doença impede as nal, deve-se levar em conside:: ,';:. :.
atividades, atrasa, complica, torna a vida mais difícil e muitas vezes sem vida em todo o processo. O t,-:·: ..
propósito ou sentido. A situação se agrava muito mais quando se trata de lias é um grande desafio paI? ~.. r, ,
doença terminal. Na atualidade, as doenças mais proeminentes responsá-
veis pelo estado terminal são, na grande maioria dos casos, o câncer (em B. Aids
estado avançado) e a Aids.
O paciente terminal é aquele que, supostamente, mais cedo ou mais Dentre as doenças termiT'?:' -,
tarde enfrentará a morte em conseqüência de sua enfermidade. Embora fatídica sigla provoca uma rnis: ..> =-
esta classificação - doente terminal- possa auxiliar para que pessoas assim almente parecia restrita aos cir.::'y .. :
costa oeste dos Estados Unidos, em São Francisco, epicentro de uma po-
dessem ser vistos pelo
tente revolução sexual que sacudiu o Ocidente e ameaçou subverter os Aids e é considerado um
castos padrões de dois mil anos de cristianismo, verificou-se uma estra- já enfrentou. Ele foi identi:.::C'.~.
nha sucessão de mortes (1980-1981). Depois disto alastrou-se por todo o
1981 quando a doença foi de~: '::.':ê, " .
mundo. Somente não mudou em seu caráter de doença terminal fulmi- desde 1978 nos Estados C ni: '~- .,
nante, tido por alguns como o grande mal do século XX. As estatísticas especialistas sobre o assuntc' ~~,ê : _. _':.~
atuais comprovam o avassalador avanço e proliferação desta doença no verde da África para o homer::' -:
mundo. A presença dela faz com que haja a necessidade e urgência de de uma espécie para outra. '" _._.
enfrentá-Ia prestando auxílio às pessoas portadoras desta doença. inferior para outra superior. _~::~_'
O nome Aids é uma sigla americana denominada Acquired lmmune- pelo fato de muitas tribos 2J::.::,':-.' - .
Defíciency Syndrome (AIDS), que em português significa síndrome de imu- ainda meio cruas e sangrent?~ -
nodeficiência adquirida:2 macaco para o homem atr2,:é~ ,c ~-.:
• Síndrome: conjunto de sintomas que ocorrem mais ou menos Este vírus nada provoca no :l'-C' -= ' -=
:.<:'. epicentro de uma po- dessem ser vistos pelo olho humano. Este vírus provoca diretamente a
· ~,' éimeaçou subverter os
=-:: e
Aids e é considerado um dos mais terríveis, senão o pior, que a medicina
, ':'.''= ,'erificou-se uma estra-
já enfrentou. Ele foi identificado somente em 1983, e foi postulado em
,:':;:to alastrou-se por todo o 1981 quando a doença foi descoberta. Existem deduções de casos de Aids
, . .: je doença terminal fulmi-
desde 1978 nos Estados Unidos. A hipótese mais aceita pelos cientistas
,': século XX. As estatísticas
especialistas sobre o assunto da origem é que a doença passou do macaco
: :.: :liieração desta doença no verde da África para o homem, pois há exemplos de viroses que passaram
, :'ecessidade e urgência de de uma espécie para outra do reino animal, evoluindo de uma espécie
·-~joras desta doença. inferior para outra superior. Acredita-se que esta contaminação sucedeu
· 'C:'.::ninada Acquired Immune- pelo fato de muitas tribos africanas comerem macaco assado, com partes
. ~.,significa síndrome de imu- ainda meio cruas e sangrentas. Ou também pode ter sido transmitido do
macaco para o homem através do relacionamento sexual homem-animal.
,.,-::·xorrem maIS ou menos
Este vírus nada provoca no macaco, mas no corpo humano lança um ata-
': =:,u,sascomuns. A AIDS é
que mortífero ao sistema imunológico, que se desenvolve livremente dei-
· : .:' tem uma manifestação xando o organismo sem qualquer defesa. Elimina-se a hipótese deste ví-
• é'.: ?criçãode várias doenças rus ter sido criado em laboratório para fins militares, pois ele foi detecta-
: ::erdadeira doença. do na década de 50, época em que a tecnologia não permitia a fabricação
: ."-J sistema imunológico. A
de microorganismos em laboratório.
'11,0 tem para reconhece e De forma sucinta, é a perda da imunidade celular, responsável pela
='eÍiciência porque o pecu- defesa do organismo contra vírus, fungos, protozoários e determinados
e de funcionar e o organis- tipos de bactérias, em indivíduos até então sadios. Caracteriza-se pelo apa-
. ~ :'-2 agentes infecciosos, mui-
recimento de infecções oportunistas e determinados tipos de tumores (prin-
o :nas que, nestas condições, cipalmente o Sarcoma de Karposi), que habitualmente são muito benignos
. ,:':'centonocivo. AAIDS é jus- mas que, nesses indivíduos, apresentam caráter extremamente grave. De-
.. ~jgico, que causa um desa- nominadas infecções oportunistas por somente se manifestarem em indi-
víduos com perda de defesas imunológicas. O Sarcoma de Karposi é um
'C.':.:.imunológica hereditárias. tumor de pele, extremamente raro e benigno, que atinge indivíduos de
:: ~-2 dá por contágio, isto é, o
idade avançada. Nas pessoas com Aids, assume caráter maligno com inva-
- ,-': através do sangue, do es- são de órgãos internos. Sua causa é um agente infeccioso, provavelmente
: i.Ltro organismo no qual se viral. Laboratórios da França e Estados Unidos isolaram o vírus causador,
o HTVL ou LAV.O vírus pode ser transmitido através de relações sexuais
(homo ou heterossexuais), transfusão de sangue (hemofílico), instrumen-
. '':-210 vírus HIV que ataca e enfra- tos cortantes e seringas contaminadas (toxicômanos), mãe para o filho (alei-
: .:estruição final do infectado. O tamento materno); para haver contágio é necessário que o vírus penetre no
.~" ' H:mzan Immunodefíciency Vírus) organismo e entre em contato com o sangue. O período de incubação é de
:~T, mil enfileirados para que pu- seis meses a dois anos, após a infecção, podendo excepcionalmente ser
mais longa. Os principais grupos de risco são os homossexuais e bissexu-
ais, toxicêmanos, hemofílicos, receptores de sangue, pessoas com vários
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VOLUME 15 ••NÚMERO 2 ••ANO 2000 51
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parceiros ocasionais (prostitutas, travestis, garotos de programa), parcei- o caso do paciente termineI c .. ",
ros de indivíduos considerados em risco (parceiras de homens bissexuais tes da enfermidade se torn2:-:' :-:'" '.
ou parceiros de toxicômanos) e recém-nascidos de mães soropositivas. Há consideráveis difere:.";:co
Os principais sintomas são: 1) cansaço extremo e prolongado, duran- são afetadas ou reagem dia: ~c.:".' .
te semanas ou meses, sem razão aparente; 2) emagrecimento progressivo ação de intensidade e dur2cç?, .::::." c o
inexplicável (4 kg ou mais por mês); 3) febre, moderada ou alta, por mui- necessidades e condições ... "'
tos dias seguidos; 4) suor noturno intenso; 5) tosse prolongada, por mui- diante delas. Muitas pesso2:'-: . -:.
tos dias ou semanas, sem relação com o fumo, associada ou não à falta de das e melindrosas, ao passe .~.e
ar; 6) dor de garganta persistente; 7) dificuldade para engolir; 8) apareci- suportar dores muito forte" "e:":". ::. '
mento de aftas na boca; 9) gânglios linfáticos inchados por várias sema- nação. Uma dor de cabeçêt ("': .:-: --=
nas; 10) diarréia persistente; 11) manchas roxas ou rosadas na pele; 12) decorrente de um câncer, pc.r e en';
manchas esbranquiçadas na boca ("sapinho"); 13) formas graves de her- de modo diverso daquela d'c"?'::, ...:.':
pes (infecção) provoca da por vírus que se apresenta como lesões dolori- médica mostra que as pessoa" 2; =-='-==-
das da pele. A presença de um ou mais sintomas não quer dizer necessari- tolerância da dor e há evidén::: ~ . -=
amente que se tenha Aids. Somente quando muitos deles aparecerem e com a severidade da doenci' .~l::._ '
persistirem durante muito tempo é que se pode pensar na possibilidade outros demonstram mais se:,:'-::.':: 2' .
de Aids. Somente o médico pode fazer um diagnóstico preciso. reconhecer e aceitar tais dite:·e:'.>0 :",
Logo após a confirmação da irreversibilidade científica da doença, os doente, as reações e prognó:'-:-::'~:: -: .:
aidéticos bem como os doentes terminais precisam ser auxiliados, orien- necessariamente boas ou mas .s:..• :: _
tados, acompanhados com muito amor, carinho e atenção para que pos- cia da dor não é um sinal de ~'.
sam ter qualidade de vida durante o tempo que ainda lhes resta. nível de tolerância.
Um médico chamado dr, F: ...l.::2':
entre leprosos que estavam se-.:':. . -='::'
IH. DOR E SOFRIMENTO tuoso de dor e cujo maior dese'. -' o-
como contato com vírus ameaçadores, má alimentação, falta de exercícios sistema de proteção e sinal de i< ê::- .
ou cuidados com o corpo, ferimentos, defeitos hereditários ou genéticos, avisa o organismo de uma gE:"..c.e e::::
ingestão de substâncias prejudiciais ou tóxicas, desgaste ou degeneração nada para se tomar as devida" ~-:"'.">
de órgãos do corpo, e outras mais. Logo que os sintomas se manifestam, A doença e a dor estão inti:.::.'.:.:-:~·
estas são as causas que os médicos procuram descobrir, para tomar provi- sofrimento de um paciente em ;:"-' . :. :.
dências em relação ao tratamento. as pessoas ligadas a ele (farrcillê.r::.-o,-
Num conceito amplo do ser humano, observa-se que a doença envol- de uma pessoa nesta situação ê.:'e'.:,
ve muito mais do que somente o mau funcionamento físico. Ela também 1) o constante sentimento da F.~---:'
está relacionada a uma grande diversidade de reações psicológicas e espi- das pessoas estranhas, a qual o e..--·:::.---
rituais. A grande maioria de tais influências psicológicas e espirituais agra- edade por resultados satisfatóri .•~ :---:
vam a moléstia física bem como dificultam a própria recuperação do en- procedimentos desconhecidos tê:.' ..
fermo. Uma vez que a vida é limitada por um determinado período, que é mento de culpa e revolta, às ,'eze"
52 Vox CONCORDIAJIJA VOLUME 15 • NÚMERO 2 ••ANO 2000
----------------- LANGE: o PASTOR E OS DOENTES TERMINAIS
c' =:-c'tosde programa), parcei- o caso do paciente terminal e/ ou aidético, a dor e o sofrimento decorren-
--:-2irasde homens bis sexuais tes da enfermidade se tornam mais complexos e exacerbados.
c5 de mães soropositivas. Há consideráveis diferenças individuais na maneira como as pessoas
, ::-emo e prolongado, duran- são afetadas ou reagem diante da dor, levando-se em consideração a vari-
- :emagrecimento progressivo ação de intensidade e duração da mesma. O conselheiro deve respeitar as
:noderada ou alta, por mui- necessidades e condições próprias de cada um, e não se colocar insensível
:osse prolongada, por mui- diante delas. Muitas pessoas, com uma pequena dor, já se tornam irrita-
?cssociada ou não à falta de das e melindrosas, ao passo que outras já têm capacidade para resistir e
- ~ para engo l'Ir; 8) apareCl-
,~=.ce . suportar dores muito fortes sem qualquer reclamação, com força e resig-
o inchados por várias sema- nação. Uma dor de cabeça ou de dente é bem diferente da dor contínua
"25 ou rosadas na pele; 12) decorrente de um câncer, por exemplo. A dor de curta duração é tratada
- 13) formas graves de her- de modo diverso daquela duradoura ou não-diagnosticada. A pesquisa
,':'esenta como lesões dolori- médica mostra que as pessoas apresentam diferenças em sua percepção e
_H?5 não quer dizer necessari- tolerância da dor e há evidências que esta resposta não está relacionada
- : llluitos deles aparecerem e com a severidade da doença. Alguns suportam com maior facilidade, e
- __:le pensar na possibilidade outros demonstram mais sensibilidade à dor. É importante o conselheiro
,-,c gnóstico preciso. reconhecer e aceitar tais diferenças, pois elas influenciam as emoções do
:i2de científica da doença, os doente, as reações e prognósticos de recuperação. Tais diferenças não são
><lsam ser auxiliados, orien- necessariamente boas ou más, isto é, uma grande capacidade de tolerân-
. "o e atenção para que pos- cia da dor não é um sinal de força ou fraqueza, mais do que um baixo
.:',leainda lhes resta. nível de tolerância.
Um médico chamado dr. Paul Brand passou grande parte de sua vida
entre leprosos que estavam sendo destruídos por terem um sistema defei-
tuoso de dor e cujo maior desejo era sentir dor. Embora pareça estranho,
através desta experiência, O dr. Brand chegou à conclusão de que deverí-
, "rande variedade de causas amos ser agradecidos a Deus pela invenção da dor, pois ele a vê como um
'.'lentação, falta de exercícios sistema de proteção e sinal de alerta que exige uma reação imediata. A dor
. -, ' ,5 hereditários ou genéticos, avisa o organismo de uma grande enfermidade que necessita ser exami-
.:5. desgaste ou degeneração nada para se tomar as devidas providências a fim de saná-Ia .
-:JS sintomas se manifestam, A doença e a dor estão intimamente relacionada com o sofrimento. O
. iescobrir, para tomar provi- sofrimento de um paciente em estado terminal é extensivo, ou seja, atinge
as pessoas ligadas a ele (familiares, amigos, vizinhos, etc.). O sofrimento
" 5erva-se que a doença envol- de uma pessoa nesta situação é devido a diversos fatores, entre os quais:
::1amento físico. Ela também 1) o constante sentimento da própria dor em si mesma; 2) a indiferença
- - ,--:-reações psicológicas e espi- das pessoas estranhas, a qual o enfermo passa a ser submetido; 3) a ansi-
.'-icológicas e espirituais agra- edade por resultados satisfatórios em relação à doença; 4) o medo dos
. ~jrópria recuperação do en- procedimentos desconhecidos e da própria morte repentina; 5) o senti-
,- ieterminado período, que é mento de culpa e revolta, às vezes inexistente; 6) a confluência de senti-
Vox CONCORDIANA VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000 53
ARTIGOS-----------------------------
mentos de emoção, na sua grande maioria negativos; 7) desânimo e de- sunto, principalmente quan~~ ~~ ~:--
pressão; 8) incerteza quanto ao futuro; 9) impaciência diante da situação; menção desta palavra tão mÓ=-~-~,-::, -
10) o envolvimento da família em todo o processo; 11) total desorientação; quer conversa alegre em enr,:"cc--'
-~-~., -: _
etc. O sofrimento se origina no âmbito físico e se desenvolve em sua mai- prestar alguma assistência ao:" --::' I~-:" --:
or parte na área psicológica e espiritual. vidos pelo assunto da morte, '--~-:=,c.-
A tarefa de ajudar as pessoas, especialmente aquelas com pronuncia- flexão necessita ser bem mai::: .: c
=- .. - -
dos sofrimentos físicos relacionados com a dor, não é fácil. Isto não exime
de um dicionário, que nos ê::'.:::~::-:-.
a nenhum cristão da responsabilidade de compromisso amoroso manifes- A reação humana dian te __"
to em atitudes e ações para com o próximo que sofre. O sofrimento e a dor testo. Qualquer tipo de prote~:: -:
são uma das marcas da limitação humana e um reflexo da nossa vulne- forma, ou nos adaptamos a ::-
rabilidade e mortalidade. Todos os seres humanos estão sujeitos a, num tanto quanto podemos. Por m?u~ -=-.'" '
tempo ou outro da vida, poderem ser atingidos por inúmeras condições presente ao nosso redor o tem::-.:.-:
que o sofrimento alcança. Não existe algo melhor do que, nestes momen- Ernest Becker4 afirma que a nez?=~
tos cruciais, encontrar ou ser encontrado por alguém que sabe estar ao ticas de nossa cultura e fontê:~-: __
lado na hora da dor, pois é fIna angústia que se faz o irmão" (Pv 17.17). assim, ela é real e inevitável, a>::-' - ~ =,
Outro aspecto comum que tange a situação de dor e sofrimento é o vivem, pois faz parte natural 0.:-
questionamento: "Onde está Deus quando chega a dor?" Ou ainda: "Se difícil morrer conscien temen tê ê' .: -:.. _
Deus é um Deus de amor então porque ele permita que eu sofra dores?" cessos de prolongamento da ':~,~c •.
Esta inquirição é muito comum àqueles que visitam os doentes terminais, removem a pessoa de sua prÓ:-=-~:,:" -
e a sra. Eleny Vassão Cavalcanti costuma dar uma resposta restrita e limi- sozinhos, ou em companhia .' _.. :
tada:3 "Não sei; só sei que Ele está com você na dor." A essência da men- abandonados e ressentidos. E ::-:- " -.
sagem para os que enfrentam a dor e o sofrimento está na transmissão da mina seus dias dependendo ê __=-".
certeza de que Deus está presente, às vezes de forma incompreensível à indesejáveis e descuidados, C"? :--:
razão humana, também naquele momento. A tarefa consiste em levá-Ios a ao atual sistema de previdênc>:. .:-
compreender a situação como Jó (19.25), confessando: "Eu sei que o meu vez: "... velhinhos são aceit3,--::e:~-:::..- .
Redentor vive". Em estreita ligação com a dor e o sofrimento está a possi- Em nossa sociedade, por C? '.:.:' - -
bilidade da morte. Uma abordagem sobre a morte fornece maiores subsí- o medo da morte. A morte é 1.1::'.:' -:~o ,
dios para a melhor compreensão da situação e da maneira mais adequada te. Doenças e outras formas de ~. __.~-:
em transmitir a boa-nova da salvação em Cristo Jesus. bolos da morte. O medo da n"-==-=--: - _ I·:
do ser humano, ao qual toda:" 2":.
ta mente relacionadas. Ela est2, r2 __O:~
IV. MORTE nos perturbam nos estágios dê -: :.'
sividade, etc.). Existe uma gr 2" .: -: - =
Quando o assunto é relativo a doentes terminais, é inevitável uma papel de viver para entrar no 2-=-:0'-: -
reflexão sobre a morte. Poucas pessoas gostam de pensar ou falar no as- pessoas evite pensar na morte 2:'': -:::_
54 Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000
~---------------- LANGE: O PASTOR E OS DOENTES TERMINAIS
7) desânimo e de-
. ::"':.°::-,·05;
sunto, principalmente quando se trata de sua própria morte. Somente a
: :'~:2:,cia diante da situação;
menção desta palavra tão mórbida, deprimente e pesada transforma qual-
c ~y 11) total desorientação;
o
quer conversa alegre em enfadonha e constrangedora. A pessoa que quer
- ~2 desenvolve em sua mai-
prestar alguma assistência aos pacientes terminais, os quais foram envol-
vidos pelo assunto da morte, precisa ter refletido sobre a questão. Tal re-
'c':2aquelas com pronuncia- flexão necessita ser bem mais profunda do que uma simples definição fria
é fácil. Isto não exime
: :1.20
de um dicionário, que nos ensina que morrer é deixar de viver .
... : :cmisso amoroso manifes-
A reação humana diante da inevitabilidade da morte tem sido de pro-
e ~iJfre.O sofrimento e a dor
testo. Qualquer tipo de protesto contra ela, de nada vai adiantar. Desta
-_=-'1 reflexo da nossa vulne-
forma, ou nos adaptamos a ela e a maneira como atua, ou a ignoramos
_'·.:.IlOSestão sujeitos a, num tanto quanto podemos. Por mais que as pessoas tentem ignorá-Ia, ela está
.: .:'5 por inúmeras condições
presente ao nosso redor o tempo todo e nem por isso ela deixa de existir .
. c:~~-or do que, nestes momen- Ernest Becker4 afirma que a negação da morte é uma das fortes caracterís-
. :. alguém que sabe estar ao ticas de nossa cultura e fonte de muitas das nossas distorções. Mesmo
- 02faz o irmão" (Pv 17.17).
assim, ela é real e inevitável, além de ser um fato comum para todos que
. '~?o de dor e sofrimento é o
vivem, pois faz parte natural da vida. Com o avanço da ciência médica, é
:-ega a dor?" Ou ainda: "Se difícil morrer conscientemente, experimentando o finalizar da vida. Pro-
- :: ::.-2rmitaque eu sofra dores?" cessos de prolongamento da vida e altas doses de droga, de certa forma,
e --:sitam os doentes terminais,
removem a pessoa de sua própria morte. Pessoas morrem nos hospitais,
- : •.'cuna resposta restrita e limi- sozinhos, ou em companhia de profissionais desconhecidos, sentindo-se
'e na dor." A essência da men-
abandonados e ressentidos. É muito triste quando uma pessoa idosa ter-
.. ::1ento está na transmissão da
mina seus dias dependendo e junto de estranhos. Pior é que se sentem
.:i.e forma incompreensível à
~:: c
indesejáveis e descuidados, característica de muitas enfermarias ligadas
-"tarefa consiste em levá-Ios a
ao atual sistema de previdência social. Uma pessoa idosa comentou certa
•• ,fessando: "Eu sei que o meu vez: " ... velhinhos são aceitáveis enquanto permanecem sorrindo."
-. e o sofrimento está a possi- Em nossa sociedade, por causa da alienação e solidão, torna-se maior
':: .' ::lorte fornece maiores subsí-
o medo da morte. A morte é uma experiência humana solitária e alienan-
. c : ;2 da maneira mais adequada
te. Doenças e outras formas de sofrimento, incluindo a solidão, são sím-
=~isto Jesus.
bolos da morte. O medo da morte é provavelmente o medo fundamental
do ser humano, ao qual todas as outras apreensões estão direta ou indire-
tamente relacionadas. Ela está relacionada com a maioria dos traumas que
nos perturbam nos estágios da vida (tais como doenças, fracassos, agres-
sividade, etc.). Existe uma grande resistência da pessoa em desistir do
:2~ terminais, é inevitável uma papel de viver para entrar no ato de morrer. É natural que a maioria das
_ :3m de pensar ou falar no as-
. o pessoas evite pensar na morte, especialmente sobre a sua própria. No
Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 ••NÚMERO 2 • ANO 2000 55
r~'· .-="
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Os valores são determinados pelo que somos, não pelo que temos. Exis- cessita de ajuda para enfrent2r "'o
tem pessoas que vivem brigando com a vida, lutando enraivecidos e
revoltados até o último instante porque não souberam viver e que ja-
B. A Bíblia: uma mensagem de " .,:::,
mais estarão prontas para morrer. Outras pessoas, acometidas por do-
enças fatais, deram um precioso testemunho de vida antes de suas mor- O ser humano foi criado
tes, vivendo com sabedoria cada momento que lhes restava. Para acon- de Gênesis ao Apocalipse. De:::'-:e
selhar doentes terminais e prepará-los para morrer é necessário - a par- tem sua origem no próprio De-..:" --,
tir de nós mesmos - refletir sobre doença e morte, e conhecer os efeitos sopro de Deus no homem. A -:'
psicológicos e espirituais pelos quais passa uma pessoa em estado ter- meio do jardim do Éden a "ál':,~:C: :.'
minal. Mesmo que não se queira trabalhar nesta área, mais cedo ou mais devia comer. Esta origem dh'inê' :c--._.'-:
tarde, teremos um paciente, parente ou amigo que estará morrendo e mento pelo evangelista João, L}'-l:'.::-'::
precisa de nossa ajuda. era a luz dos homens" (Jo 1.-:1:.C'o':::.
humana, e isso não foi dado ao l--. "'. ~
56 Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000
---------------- LANGE: o PASTOR E OS DOENTES TERMINAIS
". ~.::.uestãotornam a pes- evento público em que todos participavam, parentes e amigos. Com a
~'=~'ente enfrentamo mor- descoberta da contaminação, no séc. XVIII, a morte passou a ser um ato
-:'~rrendo. É natural que
. c
solitário, sem participações. O advento da Revolução Industrial marcou
,'.,~iificuldades, caso seja uma significativa mudança nesta área. A partir de então, o homem come-
: ~.,:"stâncias nos forçam a ça a enxergar a morte como uma perda (do filho, esposa, trabalho, posição
.. :C definição sobre ela de-
::
social, bens, etc.) e o medo dela começa a tomar conta. Desta forma, tenta
. ~::\Fectativas, o comporta- expulsá-Ia e evitá-Ia a qualquer custo.
;r., ' ":33 e o sentido que se dá Na atualidade, a morte é um tabu. Antes encarada como algo natural
::-:~i:::apara si mesmo. com O acompanhamento dos entes queridos na própria casa, transfere-se
:.':õ: se refere aos outros, os para os hospitais. Por sua vez, estes não estão devidamente preparados
.~~=,tudo, na verdade, todos para lidar com ela em sua totalidade, pois trabalham somente com doen-
. '. ~, e por isso é necessário ças, curas e vida. A morte não possui mais lugar próprio para acontecer.
:::oma morte para sermos Com o aperfeiçoamento e modernidade da medicina, o ser humano não é
mais visto como um ser integral que deva ser tratado como um todo, mas
à morte, ou seja, buscar como um simples órgão humano enfermo. É muito comum ouvir nos cor-
·~-13,.Quando se toma uma redores dos hospitais a seguinte frase: f/Chegou um câncer intestinal!"; ou
',. ','alorização de cada deta- ainda: "No leito 22 há uma infecção causada pelo Sarcoma de Karposi" .
. 3:, é medido pela quantida- Trata-se da pessoa como uma peça carnal, referindo-se simplesmente à
.ce com que se vive tais dias. doença. Desta maneira, esquece-se que, tenso e temeroso, o paciente ne-
..... ~ não pelo que temos. Exis- cessita de ajuda para enfrentar sua própria situação e morte.
, ,i2'1 lutando enraivecidos e
e: .3,) souberam viver e que ja- B. A Bíblia: uma mensagem de vida
c ::,'2ssoas, acometidas por do-
:-:':, de vida antes de suas mor- O ser humano foi criado por Deus para viver. A vida é mencionada
e:.' : :1ue lhes restava. Para acon-
de Gênesis ao Apocalipse. Desde o princípio, a Bíblia afirma que a vida
.-, :-.:::lOrrer é necessário - a par- tem sua origem no próprio Deus. Em Gn 2.7 observa-se que a vida é o
',' õ: morte, e conhecer os efeitos sopro de Deus no homem. A vida é tão importante que Deus colocou no
"""il uma pessoa em estado ter- meio do jardim do Éden a "árvore da vida" (Gn 2.9), da qual o homem
o o: nesta área, mais cedo ou mais devia comer. Esta origem divina também é apresentada no Novo Testa-
::migo que estará morrendo e mento pelo evangelista João, quando diz que "0. vida estava nele e a vida
era a luz dos homens" (Jo 1.4). Observa-se a ação de Deus na existência
humana, e isso não foi dado ao homem em vão. A presença da árvore da
vida no jardim, a delegação de poderes para desfrutar e cuidar da criação,
a recomendação de não comer da árvore do conhecimento do bem e do
1/
, 2m aprendendo a trabalhar com mal", são evidências claras de que Deus deu a vida ao homem com o ob-
-.C: que o homem, na antigüidade, jetivo de que ele permanecesse dentro do projeto de vida .
. , ê. morte e tomava todas as provi-
No entanto, a desobediência a Deus gerou o pecado no mundo e,
':ia e da família. A morte era um
conseqüentemente, a morte. Desde então, houve a tensão entre a vida e a
Vox CONCORDIANA 57
VOLUME 15 • NÚMERO 2• ANO 2000
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morte. Após a queda em pecado, a morte, eterna e terrena, fez parte do para a morte. Então, nãc' :-." .~~~'.'~
mundo. Contudo, Deus enviou Jesus Cristo para restaurar a vida dos que não saber o que falar, et: ..:,.' c: - . --::
jaziam na morte. Com seu sofrimento, morte e ressurreição conquistou a não tem medo somente" .. u ••• '_
vida para todos aqueles que nele crerem. "Tragada foi a morte pela vitó- difícil só falar nisso, e mu.:: ~ -;.:. -::
ria", e ainda, "graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso moribundo, somos obrigac-: c ::-: - c:
Senhor Jesus Cristo" (ICo 15.54,57). Embora já tenha sido vencida a morte mais dias ou menos dias, té.::'.::::::
eterna, a morte terrena perdura em virtude do pecado que ainda existe. A à mente imagens de dor, sc~:,~~~'.~
morte terrena somente será extinta de modo completo por ocasião do juí- nhecido que atemoriza e oe;:-:-:-'-:: -:-
zo final. Por enquanto, ainda existe a tensão entre a vida e a morte. Pode-se ter muitos COr-,:-.2 ~::-:':--'
Uma vez que a morte foi estabelecida no mundo, precisou-se achar compreendê-Ia e aceitá-Ia e\, :2~:·..'
uma forma de encará-Ia. Deus o fez quando mandou Jesus, o Filho de cia. O que realmente amedr::-':: -:::
Deus, para restaurar a vida daqueles que sucumbiram diante da morte. por tão dura experiência e se:- r:: :
Jesus diz: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância" 00 morrer. O maior desafio de-c::s ::- :::
10.10). A vida é de um valor supremo, sob a qual deve estar todas as ou- é viver plenamente o tempc'::,'..: -= - ': : -.'
tras coisas. A vida não foi dada em função das coisas, e sim as coisas fo- pela alegria de ainda estar y:-. :. ..:"
ram dadas em função da vida, como Cristo diz que" o sábado foi estabele- de para agradecer a Deus pc:' :'.':.'
cido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado"(Mc 2.27). As pessoas têm medo , .
O consolo para a vida está na Bíblia. A vitória da vida sobre a morte faz-se isto para cada um; se ele a e-,-;-= -::'.' -:::
evidente na promessa de Jesus Cristo de que, se cressem nele, teriam a vem a ser. É algo pessoal. e :'.::'.~ _:-:-_
vida eterna, isto é, vida sem morte, e de que, na nova Jerusalém, haverá Todos os medos se origin2r::.' :.. :'.'2
novamente a árvore da vida (Ap 22.2,14,19). Tanto a vida concedida a to- conduzem a ela. O filósofo -'2: ":.:':c .::-
dos os homens como a vida eterna aos que crêem, são bens de incontável morte: o indivíduo pode te::"::: '
valor. A opção pela vivência e preservação da vida são a própria essência morrer, c) o deixar de ser 0" e.S.=
do compromisso cristão. mesmo uma combinação de ~-=S .-
Diante da morte, a única esperança de encará-Ia como vida duradou- algumas pessoas. Estes são C" :-': . : :
ra está no cerne da mensagem cristã. As pessoas em estado terminal preci- implica em apreensão qU2C:.. c
sam ouvir palavras de paz, conforto, consolo, esperança e qualidade de pendência e perda de contE'~e
vida. A Bíblia traz a promessa de um mundo melhor sem dor e sofrimen- A sra. Eleny Vassão Ca:.<~ ::.
to, sem morte e condenação. A prudência em como apresentar esta men- vida, tão natural e previsi\-el:::-:' .
sagem é fundamental. Em suma, a palavra de Deus traz vida, pois Jesus soas não o encaram desta forn'.?- .:=: .. :_
mesmo diz: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que moração e alegria, a morte é e-:: - c: ..' ::
morra, viverá" 00 11.25); e ainda, "eu vim para que tenham vida e a te- edade. Apesar de todos os a':2.:-: -::-:
nham em abundância" (Jo 10.10). vulnerabilidade humana. Com ;cr' .. :
mais escapar dela. A morte atin::e : . ~-
C. Enfrentando a morte e o processo de morrer se importa com a cor, raça ou c:.ê"
vram da morte, pois os bons nec:"::: __.
Há ocasiões em que estamos diante de uma situação difícil, tendo que
visitar ou mesmo ter em casa um parente ou amigo que está caminhando
5 Cavalcanti, Aconsellzamento a Pacielltc"ô ~.
. -<--~ e terrena, fez parte do para a morte. Então, não há como fugir, alegando não ter jeito para tratar,
_ ::estaurar a vida dos que
'. ~ o não saber o que falar, etc. A verdade é que a grande maioria das pessoas
- = ~:::ssurreição conquistou a não tem medo somente da morte, mas também do processo de morrer. Já é
o foi a morte pela vitó- difícil só falar nisso, e muito pior é viver tal situação. Ao encontrar um
.-.:'':or intermédio de nosso moribundo, somos obrigados a pensar que somos semelhantes a ele e que,
~::::-.ha sido venci da a morte mais dias ou menos dias, também morreremos. À primeira vista, logo vem
_::::-:adoque ainda existe. A à mente imagens de dor, solidão, angústia, isolamento e medo do desco-
~. :-npleto por ocasião do juí- nhecido que atemoriza e deprime. Tais imagens causam muito medo.
-:.·.~::ea vida e a morte. Pode-se ter muitos conhecimentos teóricos a respeito da morte, até
.'--'-,~mdo, precisou-se achar compreendê-Ia e aceitá-Ia externamente, mas não vivemos tal experiên-
:-.:'andou Jesus, o Filho de cia. O que realmente amedronta é o fato de termos que passar sozinhos
~_·.ll.biramdiante da morte. por tão dura experiência e sentir todo seu vazio e solidão no processo de
- . '::-~'ihamem abundância" (Io morrer. O maior desafio depois de termos consciência da morte iminente
deve estar todas as ou- é viver plenamente o tempo que resta, substituindo o medo e o desespero
. 'S ,:oisas, e sim as coisas fo- pela alegria de ainda estar vivo, poder ser útil e ainda ter a disponibilida-
Ycle"0 sábado foi estabele-
=:
de para agradecer a Deus por mais um novo amanhecer.
-:3usa do sábado"(Mc 2.27). As pessoas têm medo do desconhecido, do novo, e a morte é tudo
•..... 2 ,:ida sobre a morte faz-se isto para cada um; se ele a experimentar não poderá transmitir o que ela
- .::: se cressem nele, teriam a vem a ser. É algo pessoal, e ninguém poderá passar em lugar de outro.
.. :',a nova Jerusalém, haverá Todos os medos se originam no medo maior da morte e das coisas que
-=-~.nto a vida concedida a to- conduzem a ela. O filósofo Jacques Choron fala de três tipos de medos da
.~2em, são bens de incontável morte: o indivíduo pode temer a) o que vem após a morte, b) o fato de
_-o '.-ida são a própria essência morrer, c) o deixar de ser ou existir. Pode-se tê-Ios todos em conjunto ou
mesmo uma combinação deles. Ainda, o medo do morto é sentido por
c =-:2,rá-la como vida duradou- algumas pessoas. Estes são os medos básicos que envolvem a morte. Isto
c' '':.s em estado terminal preci- implica em apreensão quanto ao sofrimento prolongado, fraqueza, de-
- : . ~~,esperança e qualidade de pendência e perda de controle.
melhor sem dor e sofrimen- A sra. Eleny Vassão Cavalcanti afirma que "morrer é parte integral da
..•-:-como apresentar esta men- vida, tão natural e previsível como nascer."5 Embora isto seja lógico, as pes-
_~e Deus traz vida, pois Jesus soas não o encaram desta forma. Enquanto o nascimento é motivo de come-
::uem crê em mim, ainda que moração e alegria, a morte é evitada de todas as maneiras na moderna soci-
':ara que tenham vida e a te- edade. Apesar de todos os avanços tecnológicos, ela mostra nitidamente a
vulnerabilidade humana. Com grande esforço pode-se retardá-Ia, mas ja-
mais escapar dela. A morte atinge a todo indiscriminadamente, ou seja, não
se importa com a cor, raça ou classe social. Nem mesmo as boas obras li-
vram da morte, pois os bons morrem tão freqüentemente como os maus.
- = ',:ma situação difícil, tendo que
• ,. amigo que está caminhando
5 Cavalcanti, Aconselhamento a Pacientes Terminais, p, 19.
11
ARTIGos------------------------------
A aceitação da morte na sociedade é difícil, pois ela nos é estranha. livremente seus sentimec- :~c ,,c _ --'.
Apesar de acontecer sempre, nunca a vemos. Quando alguém morre num dade. Neste período, a c()n'..,~:,~:.,c:,~
hospital é tudo feito tão rápido e discretamente para evitar que choque do isto não acontece, cem :'~::""~.',"",-
alguém. No entanto, a morte e o processo de morrer como num enterro, tante que a assistência sei? ~:-::-c~' "
inclusive lidar com o corpo, é um item muito importante para a compre- gados de forma simultâne2. E::' :.:-:c,"
ensão da morte em si mesma, a própria ou a dos outros. Erroneamente, a nova situação e terão didc'.::,-" -
evita-se que as crianças participem da morte e do morrer. Julgando que tência simultânea poder?, i?:~,":,o= .
está sendo protegida de um mal, acabam a prejudicando. Evitando tais to entre ambos. Várias Yeze:::~: c: '-
procedimentos, cria-se um tabu e um medo desnecessário da morte. Quan- assuntos que mais os aflige:::'. :. :::.
do alguém próximo falece, é importante que as pessoas chegadas acom- mentos e o próprio futuro. =\l,~= ~é:: ::::-
panhem todo o processo, pois isto ajudará na dor e fará com que elas en- as partes passam a não ser e \~- -::c: _' - .
carem mais facilmente a sua própria morte. e o que acontece na realidad::: ::::'~'.'
Um outro aspecto interessante é que a maioria das pessoas morrem partes necessitam crescer 112. ~'.':~ -, :
num hospital e isto a torna tão rude e dura. Falta à grande parte dos profis- o bem do seu relacionam.eI'. t~
sionais da saúde suprir os cuidados psicológicos e espirituais do paciente Uma melhor compreens,õ:
terminal. Antigamente, como já foi dito, as pessoas morriam em casa, rode- nal e seus familiares mais ch:::;:o,~ , _
adas pela família. Despediam-se de seus queridos, beijava-os, diziam suas ça chamada Elisabeth Küble<:- -~: ~
últimas vontades e algumas até elaboravam o programa do funeral. As cri- bler-Ross, juntamente com S'.'2. -:c,: _,:-
anças rodeavam o doente, despediam-se dele, viam-no morrer e aprendi- ou fases psicológicas pelas q~,2,é: :
am a enfrentar sua própria morte, valorizando cada vez mais a sua vida. mento em que é atestado o "e~: -, c .-
antecede a morte. São elas: L-'."- "
tação, [decatéxis]. Sem dÜYl,j.:, ",-0', -
v. FASES DO PACIENTE TERMINAL em seqüência exata. Há está~:_-c n' , ,_
e retrocessos. Contudo, can°. ;:-2. ,C-::
A proximidade com a morte, especialmente a consciência de que ela muito bem observados. I\o rne:' ~:-,0·
é inevitável transformam completamente a pessoa. A maioria das pesso- expressar emoções negati\'a" C
as, nesta situação, reorganizam sua escala de valores. Valores que até en- rados agindo de modo hipócri::: :::c~:.
tão eram fundamentais, passam para um segundo plano ou perdem total- em profundo sofrimento e :~
mente o interesse para a pessoa. Por outro lado, outros valores se tornam sar seus sentimentos e deceFei: - .c-
fundamentais. A família, a amizade e os valores espirituais passam a ocu- e Deus sabe dos nossos sofrim::::',:, L ::c
par o centro das atenções. A aproximação da morte traz consigo a desori- do padeceu, sofreu e morreu 2_~',: - .c
entação total nas emoções e pensamentos, principalmente no primeiro Num primeiro momento ::::, :::'-
período, após a constatação do fato. Esta crise e trauma, muitas vezes, é surpreendida em sua yida r,~::-.. <
evitam que a pessoa possa se orientar em sua nova situação, ter clareza própria morte iminente. A pess~:: :- : c
quanto às suas necessidade, procedimentos e novos valores. entregar-se às atividades mais i-_~:::c.'
mal acontecendo.
A assistência oferecida a pessoas terminais deve ser baseada em ho-
nestidade e esperança realista. É importante que se tente desenvolver um O primeiro estágio é a iit'2:"--'
relacionamento franco e de confiança, em que a pessoa possa expressar logo após o diagnóstico da doe=-,o'
Vox CONCORDIANA VOLUME 15 • NÜMERO 2• ANO 2000
---------------- LANGE: O PASTOR E OS DOE,'\TES TER.\E\;AIS
': oi" ela nos é estranha. livremente seus sentimentos, suas frustrações e, inclusive, sua agressiYi-
- :'.é?Tdo alguém morre num dade. Neste período, a comunicação com a pessoa precisa ser clara. Quan-
u' para evitar que choque
~,.~,;: do isto não acontece, com facilidade aumentará o isolamento. É impor-
. c :~-"Hrercomo num enterro, tante que a assistência seja prestada igualmente aos familiares mais che-
~_ :'J.lportante para a compre- gados de forma simultânea. Em geral, estes sofrem da mesma forma com
outros. Erroneamente, a nova situação e terão dificuldades idênticas. Por outro lado, esta assis-
-, :2 c do morrer. Julgando que tência simultânea poderá facilitar o entendimento e o bom relacionamen-
- c ~-:'ejtJ.dicando.Evitando tais to entre ambos. Várias vezes o paciente e os familiares tendem a evitar os
. :.:~r.ecessárioda morte. Quan- assuntos que mais os afligem, como a terminalidade de seus relaciona-
- -,:':?S pessoas chegadas acom- mentos e o próprio futuro. Muitos pensamentos e preocupações de ambas
, .- c j01" e fará com que elas en- as partes passam a não ser expressados com a intenção de não machucar,
e o que acontece na realidade é maior frustração e sofrimento. Ambas as
. :','3.ioria das pessoas morrem partes necessitam crescer na aptidão de expressar seus sentimentos para
:::? ,:a à grande parte dos profis-
o bem do seu relacionamento.
~:.::',)se espirituais do paciente Uma melhor compreensão sobre o que ocorre com o paciente termi-
. 2°soas morriam em casa, rode- nal e seus familiares mais chegados, foi elaborada por uma psiquiatra suí-
-:.:~~.::los,beijava-os, diziam suas ça chamada Elisabeth Kübler-Ross. Após muita pesquisa, Elisabeth Kü-
- u 'programa do funeral. As cri- bler-Ross, juntamente com sua equipe, detectou e salientou cinco etapas
:<2 ,:iam-no morrer e aprendi- ou fases psicológicas pelas quais o doente terminal passa, a partir do mo-
:' .:,) cada vez mais a sua vida. mento em que é atestado o seu mal incurável até o desligamento final que
antecede a morte. São elas: [choque], negação, ira, depressão, negócio, acei-
tação, [decatéxis]. Sem dúvida, este não é um processo sempre regular e
em seqüência exata. Há estágios mais curtos, outros mais longos; há pulos
e retrocessos. Contudo, com grande freqüência estes estágios podem ser
muito bem observados. No meio cristão, ouve-se dizer que nunca se deve
':-nte a consciência de que ela
expressar emoções negativas. Como resultado, aparecem irmãos masca-
':c pessoa. A maioria das pesso-
,0
rados agindo de modo hipócrita, tentando aparentar alegria quando estão
~e valores. Valores que até en-
em profundo sofrimento e solitários, para não correrem o risco de expres-
, ::2:;undo plano ou perdem total-
sar seus sentimentos e decepcionar outros irmãos na fé. Isto não é bíblico,
': _ ::do, outros valores se tornam
e Deus sabe dos nossos sofrimentos e dores, pois Cristo os enfrentou quan-
--<)res espirituais passam a ocu-
do padeceu, sofreu e morreu aqui na terra. Ele se compadece de nós .
.:iamorte traz consigo a desori-
Num primeiro momento acontece o choque, ou seja, quando a pessoa
: 5 principalmente no primeiro
-. 'c crise e trauma, muitas vezes,
é surpreendida em sua vida normal e subitamente é confrontada com a
, :c::', sua nova situação, ter clareza própria morte iminente. A pessoa fica como que fora de si, alienada e pode
: : 5 e novos valores.
entregar-se às atividades mais fúteis, como se não houvesse nada de anor-
mal acontecendo.
':c:::-inais deve ser baseada em ho-
O primeiro estágio é a negação. Esta atitude geralmente é observada
,,- :,;:que se tente desenvolver um
logo após o diagnóstico da doença muito grave. Um doente terminal que
que a pessoa possa expressar
Vox CONCORDIANA VOLUME 15 • NÍlMERO 2• ANO 2000 61
ARTIGOS------------------------------
recebe um diagnóstico desfavorável sentirá que algum erro foi cometido tual talvez esteja dispos(=' ~,-="~ --,
nos exames. A realidade de uma doença grave é negada. Freqüentemente, indo nesta direção. Cont-ü:.= 2:-.'
a pessoa chega a agir como se nada tivesse acontecido, logo no primeiro é capaz de tratar do assuT':':=~__=,:.
momento após a notícia do diagnóstico grave. A negação é um mecanis- assumir o papel de Deus
mo de defesa que dá ao enfermo tempo de se ajustar ao inimaginável: que Assim como a neg?,,;ã:' "'<: ',~
a pessoa de fato é mortal. O impacto desta realidade é afetada pela idade igualmente pela família. C ~ss,s''c,
do enfermo. É possível que o enfermo mais jovem necessite usar a nega- da oportunidade de estar ,c=> :::
ção mais tempo do que o doente mais idoso. A maioria dos doentes, após to de luto (ou de perda) é c=d:' :~
um período inicial de negação passam para um outro estágio no processo. de que se arrependem m2:S ::~ ,c 'C ~,
Alguns poucos permanecem por muito tempo na negação e há aqueles ceptivo e um facilita dor pa:'? .~',:: . -::
que não saem mais disso. do, ele estará ajudando pa:-: "''C.
É importante que o assistente espiritual não tente convencê-Io para perda que estão sofrendo.
que deixe de negar a realidade, neste período inicial especialmente. Isto O terceiro estágio é (' ':', '
apenas distanciaria o doente terminal do assistente. Normalmente, o do- do o enfermo aceita a realid:.::" .•" '.S
ente chegará a tratar com a desconfortante realidade no seu tempo apro- demonstra o desejo de negc'=:~. ~. ?
priado. Também é possível encontrar a reação da negação igualmente com exemplo típico é descrito ~-=.,
os familiares do doente. No caso de morte repentina, esta reação está pre- expor esta fase pela qual e:: :-:'"-:: .':
sente com muita freqüência nos primeiros momentos. Os famiiiares, em Deus, se o Senhor me curar <",'
muitos casos, necessitam de tanta assistência como os enfermos. Assis- tras, ensinar todas as classes :.:'- : c
tência aos familiares pode ser também uma outra forma de assistir ao escola dominical, e assistire: :, : .'-'
enfermo. minha vida". É a fase das ~-:.=:',: e: " - ,
mento da vida.
O segundo estágio é a ira (ou revolta). Seguindo a negação, o doente
com freqüência entra num período hostil. A pessoa terminal poderá, en- Em geral, esta barganh: :óc
tão, expressar raiva ou ressentimento contra o médico, a igreja, a socieda- ções" facilmente não se cons',~':',::"
de e mesmo contra Deus. A ira se expressa contra alguém que estiver ao o doente. Identificar o ame,r :::.::=,_
alcance ou contra alguém importante quanto aos seus valores. É como se, mento e de perda é algo b?st:.:',::: :,'.
ao tomar consciência de sua situação terminal, a pessoa necessite encon- em suas aspirações, mas, éK\ n:,e:o:-.' :
trar um culpado pelo que está lhe acontecendo. ções que lhe são impostas pe l: 2- . c .-
Entendendo isso, o assistente espiritual não pode receber os atos e ser dada à família que pode sóc~, ;::
mesma forma.
palavras raivosas do doente de forma defensiva. Cuidado especial preci-
sa ser tomado para não alienar o doente ao reagir com ressentimento ou O quarto estágio é a deVc'cc'
ira. Antes, é importante a aceitação da explosão emocional do doente como de grande perda, como é o C?~_ ." _
uma reação natural diante de uma circunstância desastrosa. É necessário Este é o elemento mais uniyers< Se::::'
evitar fazer com que o enfermo se sinta culpado pela expressão de seus tar a morte. Usualmente, a deC:--2cc c,
sentimentos devido a nossa reação. Os atos e palavras do assistente de- perdeu ou está para se perdere" :::.
vem demonstrar espírito de empatia e perdão. a perda da habilidade de reaL: c: :.,
A ira expressa contra a igreja e Deus precisa ser vista da mesma for- pressão pode ser considerada. =::-,'
=-
ma. Ira contra Deus e a igreja pode parecer blasfêmia e o assistente espiri- tãoReagir à depressão tentandc ::',.
-'", i'ls:um. erro foi cometido tual talvez esteja disposto a evitar ou restringir a ira do doente que esteja
'"::c::-cegi'da.Freqüentemente, indo nesta direção. Contudo, lendo o lamento de Jó, pode-se ver que Deus
: ::=~'tecido, 10 go no primeiro é capaz de tratar do assunto sozinho. O assistente espiritual não necessita
"", _~c negação é um mecanis- assumir o papel de Deus.
- . - cH.::;taI ao inimaginável: que Assim como a negação, esta fase emocional podo ser experimentada
,::c<~ciadeé afetada pela idade igualmente pela família. O assistente espiritual precisa estar consciente
: "err, necessite usar a nega- da oportunidade de estar ao lado da família neste momento. O sentimen-
-'-.T'C,aioriados doentes, após to de luto (ou de perda) é algo tão forte que pessoas talvez digam coisas
,::' entro estágio no processo. de que se arrependem mais tarde. Quando o assistente espiritual for re-
, __= na negação e há aqueles ceptivo e um facilitador para que a família entenda o que está se passan-
do, ele estará ajudando para que se recuperem com maior facilidade da
~'?O tente convencê-l o para
perda que estão sofrendo.
, ~.= ll1icial especialmente. Isto O terceiro estágio é o negócio (ou barganha). Esta etapa acontece quan-
:'~ente. Normalmente, o do- do o enfermo aceita a realidade de sua situação e não mais está irado, mas
- ,::c<idade no seu tempo apro- demonstra o desejo de negociar. Esta fase é facilmente identificada. Um
'~3 negação igualmente com
exemplo típico é descrito por Betsy Burnharm, uma doente terminal, ao
: ,~: -2ntina, esta reação está pre- expor esta fase pela qual ela mesma passou. Diz ela: "Eu orava assim:
','='nentos. Os familiares, em Deus, se o Senhor me curar, aceitarei todos os convites para fazer pales-
=-como os enfermos. Assis- tras, ensinar todas as classes bíblicas que me pedirem ou dar aulas na
: c'utra forma de assistir ao escola dominical, e assistirei a todas as funções da igreja pelo resto do
minha vida". É a fase das promessas em troca da cura ou do prolonga-
mento da vida.
':'e:=uindo a negação, o doente
" ::essoa terminal poderá, en- Em geral, esta barganha leva ao desapontamento, pois as "negocia-
=médico, a igreja, a socieda- ções" facilmente não se consumam. Neste momento é importante assistir
o doente, Identificar o amor de Deus corretamente em tempos de sofri-
- :ntra alguém que estiver ao
.. ,JS seus valores. É como se, mento e de perda é algo bastante difícil. É importante ampar~r o enfermo
a pessoa necessite encon- em suas aspirações, mas, ao mesmo tempo, ajudá-Io a aceitar suas limita-
ções que lhe são impostas pela enfermidade. Novamente, atenção precisa
. ,o: não pode receber os atos e ser dada à família que pode se engajar em atividades de barganha da
mesma forma.
'c cya. Cuidado especial preci-
r-2agircom ressentimento ou O quarto estágio é a depressão. É difícil imaginar passar pela situação
. : =,) emocional do doente como de grande perda, como é o caso de um doente terminal, sem depressão .
->cia desastrosa. É necessário Este é o elemento mais universal, sempre presente no processo de enfren-
_;?do pela expressão de seus tar a morte. Usualmente, a depressão focaliza em algum elemento que se
: :: palavras do assistente de- perdeu ou está para se perder como, por exemplo, os relacionamentos, ou
a perda da habilidade de realizar coisas que muito se apreciava. Esta de-
':'e::isa ser vista da mesma for- pressão pode ser considerada normal e não deve ser vista como anti-cris-
- __ >sfêmia e o assistente espiri- tãoReagir à depressão tentando animar o enfermo tem muito pouco resul-
como algo legítimo e real. Em lugar de tentar convencer o enfermo para vas com os doentes termin2j,=' :._ .
sair da depressão, o assistente fará melhor em demonstrar que quer estar Elisabeth Kübler-Ross nos?,_,
ao lado dele e entendê-l o neste momento difícil. ampla do que ocorre coni c' ,-' -ec.
Ministrar à família em tempos de perda envolve o auxílio no enfren-
tar a depressão. Novamente, confirmar que o sentir-se deprimido é algo 1
apropriado e não contrário à fé cristã. No entanto, em tempos de luto,
muitas pessoas bem intencionadas talvez digam a um membro da famí-
lia, "eu sei como você se sente". Tal afirmação pressupõe que uma perda
similar tenha sido vivenciada. No entanto, cada relacionamento é especi-
al e único. Dizer isto para alguém em sofrimento por causa de uma perda , ,- .~.
~~~--_.
-- - -
__
~.-
-
:~"'nte mais adiante. É muito A prudência, o levar em consideração as peculiaridades de cada está-
'~, :,::'"entos profundos de perda gio e a correta aplicação de lei e evangelho são de terminantes nas tratati-
~, .o:~(YnYencer o enfermo para vas com os doentes terminais. O quadro ilustrativo desenvolvido pela sra.
c':', jeHwnstrar que quer estar Elisabeth Kübler-Ross nos auxiliará para que possamos obter uma visão
ampla do que ocorre com o doente terminal:6
,-c 2:',"oh-e o auxílio no enfren-
_ - sentir-se deprimido é algo 1 2 3 4 5 6 7
Consciência
. ·~so se alguma pessoa aceita
do fato
:-:',.'rte.Nós não somos perfei- ~ Tempo • ~ Morte
inevitável
. ~:2:-=--:OS perfeitos em nosso mor- da doença
. ccs:stir,admitindo a brevidade
::. Dara nada. Aceitar a doen- N.P.: Negação Parcial
LP.: Luto Preparatório
• _ ? situação, deixar de preocu-
. ~·.-lemas, entrando na batalha
• Não force o paciente a falar. Sua presença silenciosa pode, geralmente, 10 devidamente para tln-,:::. ::c-:~-~ ,~:.
ser muito mais significativa. de Deus). Embora Freud, ".::-;: :=-. -
• Não prometa que Deus irá curá-lo. Em sua sabedoria, Deus algumas sido importantes no estud, .-::':-' ...
vezes permite que a doença continue. conforto real com seus Drc:::'::
~ , 5 __
.
• Não faça visitas quando você estiver doente. mente a Bíblia que pode d,,:- ~ ::-'C =
• Não fale alto.
da culpa e do domínio do ;-2::-:. :"
• Não sente, apóie-se ou sacuda a cama. por meio do salvador Jesus C:-::
• Não visite nas horas de refeições. ser observados quando se r2":::.'. :'
• Não fale baixinho com os membros da família ou pessoal médico à vista terminais.
do paciente. 1) Trabalho de sensihic,:,'=
• Não transmita informação sobre o diagnóstico. lher de 42 anos, sofria de (2.:'.:2.
• Não interrogue o paciente sobre os detalhes da doença. Duas amigas foram visitá -1" e -:-: : -:..:
• Não diga à família o que deve decidir quando lhe são apresentadas op- - "Você parece ótima ,!:'.:., .-=-
ções médicas (mas ajude-a a decidir). - "Que quartosimpáti(,:
• Não critique o hospital, o tratamento ou os médicos. - "Quando fiz minha his:e:-~:-. :?
• Não espalhe informações minuciosas sobre o paciente ao terminar sua - 'lEu já lhe contei sobre ::-'- - o
visita. pontos ...",
E assim passaram boa Fa:--~ -, "
B. Aconselhamento aos doentes terminais preocupadas com o constran~:::c-=:':
Um aconseihamento eficaz aos pacientes terminais exige levar-se em ao estado de Betsy. Além dis:: : ~.... ~
consideração as instruções básicas de visitação bem como conhecer as fa- só se alimentava por soro , c i::- '. - .
ses/ estágios pelo qual passa um doente terminal. Existem dois tipos de cama), roupas novas, sobre a, :0::-:"
aconselhamento: a visão secular e bíblica. O aconselhamento bíblico-cris- da realidade e dos seus ales.:-.:2:
tão difere das teorias seculares nos seguintes pontos: Com isso, vemos a superi::. -. j
a) há um convite do próprio Senhor para executar esta tarefa; prir uma obrigação em \'ez ''' .. "
b) o objetivo é conduzir a Cristo; Assim acontece com grande ~',,::= __:
sibilizados" e concentrar ness? 5
c) possui um padrão absoluto e seguro (além da lógica e consciência mos tratando.
humana) que é a palavra de Deus;
2) Vida com Deus. O tra.'::,,::" ,_
d) uma descrição do homem "padrão ideal", ou seja, o alvo do acon-
selhamento (Rm 8.29 e G15.22,23); minais, evangelizando e conie::? - -:
nossa vida com Deus. Está ser..~;: :.=
e) depende do poder do Espírito Santo para efetuar mudanças pro-
fundas na personalidade. mos oferecer aquilo que nãe ~-:.'5, ::
conhecem, confiam nele, são:::,
Em nenhum momento o objetivo é desprezar os princípios seculares
confortar, etc. A humildade . .,. ~
(psicológicos) - mesmo porque o aconselhamento bíblico faz uso deles.
Mas o propósito é usá-los equilibradamente tendo como alicerce absoluto da de humana e limitações/ sa'ce.. ~ ::
nas instrumentos em suas m2,::' .: -~
e seguro a mensagem divina para o homem. Os meios cristãos para con-
solar o doente terminal consiste em conceder a paz verdadeira e prepará- 3) Ardo-aceitação. É muite :::C',:- __
<_2nciosa pode, geralmente, 10 devidamente para uma morte segura, por meio de Jesus (e da palavra
de Deus). Embora Freud, Jung, Skinner, Maslow, Fromn, e outros tenham
____;;abedoria, Deus algumas sido importantes no estudo da psicologia, tais pessoas não fornecem um
conforto real com seus princípios para a pessoa que está morrendo. É so-
mente a Bíblia que pode dar a certeza da vida eterna (pós-morte), livrar
da culpa e do domínio do pecado, dar uma nova vida em paz com Deus
por meio do salvador Jesus Cristo. Segue-se alguns pontos que precisam
ser observados quando se realiza a visita e o aconselhamento aos doentes
-~---:lília
ou pessoal médico à vista terminais.
1) Trabalho de sensibilização do conselheiro. Betsy Burnham, uma mu-
, ::'_Clstico. lher de 42 anos, sofria de câncer avançado e seu estado era lastimável.
- c ::<hes da doença. Duas amigas foram visitá-Ia e procederam com o seguinte diálogo:
- __c:mdo lhe são apresentadas op- - "Você parece ótima", falou Maria segurando as flores.
- "Que quarto simpático!", continuou.
.: os médicos. - "Quando fiz minha histerectomia senti-me justamente como você!"
~:,-::'reo paciente ao terminar sua - "Eu já lhe contei sobre o estudante de medicina que quis tirar meus
pontos ...",
E assim passaram boa parte da visita falando, como num monólogo,
--:;--:-ninais preocupadas com o constrangimento do silêncio e indiferentes em relação
ao estado de Betsy. Além disso falavam sobre seus pratos favoritos (Betsy
:_-=:-:te5terminais exige levar-se em só se alimentava por soro), trânsito da cidade (não podia sair sequer da
- _o::3ção bem como conhecer as fa- cama), roupas novas, sobre a igreja, etc., e colocaram-na totalmente fora
- -::-,erminal. Existem dois tipos de da realidade e dos seus alcances.
__' Cl aconselhamento bíblico-cris-
Com isso, vemos a superficialidade e a preocupação única de cum-
, tes pontos: prir uma obrigação em vez de se preocupar e confortar a amiga na dor.
, '~;o,raexecutar esta tarefa;
Assim acontece com grande parte dos visitadores. Precisamos estar "sen-
sibilizados" e concentrar nossas atenções no enfermo terminal que esta-
- ~ C_c'-::' (além da lógica e consciência mos tratando.
2) Vida com Deus. O trabalho de aconselhamento com pacientes ter-
- : õ: ideal", ou seja, o alvo do acon- minais, evangelizando e confortando, requer uma constante avaliação de
nossa vida com Deus. Está sendo superficial, satisfatório, etc.? Não pode-
:-::',0 para efetuar mudanças pro- mos oferecer aquilo que não possuímos. Somente os que amam a Deus,
conhecem, confiam nele, são consolados, podem amar, passar confiança,
- - 25prezar os princípios seculares confortar, etc. A humildade diante de Deus em reconhecer nossa fragili-
-'::c~1amento bíblico faz uso deles.
dade humana e limitações, saber que tudo depende dele e que somos ape-
- -::-:e tendo como alicerce absoluto
nas instrumentos em suas mãos, é fundamental numa visitação.
-:-2:11.Os meios cristãos para con-
3) Auto-aceitação. É muito importante conhecermos a nós mesmos,
:2:er a paz verdadeira e prepará- estarmos ciente do nosso potencial, nos amarmos e nos aceitarmos como
---- - -
-
- .- --~ "-----~ ~ --
ARTIGOS-----------------------------
realmente somos. Isto não significa orgulhar-se, mas é saber que Deus nos
deu inteligência e capacidade para realizarmos esta tarefa. Sendo autênti- ra se sentira mal com 2.'.':5::' ,~.,. :-
co, podemos passar autenticidade aos outros. que mal conhecia, mas iez-,:-.-=-:-:' _'
4) Transpor-se para o mundo do enfermo. É fundamental compreender fez, admitiu: "Não cOl-u,e,;: ' '" __
como o doente ou amigo poderá se sentir após o diagnóstico de enfermida- mas pelo menos posso eSCU:2- .
de fatal. É preciso colocar-se no lugar do doente terminal para tentar com- Vassão assim o expressa:'
Escutar é dar atenC2: :: .
preender seus pensamentos, atitudes e a situação em que ele se encontra.
ção mediante o contaL, 2.::::-. -OC'
Isto nos conduz aos estágios do doente terminal. Como poderia ser melhor
declarações animadoras c,::::': ::'-::
apresentada a mensagem de esperança na situação em que ele se encontra?
tinue', 'conte-me mais' .. e c:e-:'
Jamais podemos deixar de enfatizar a esperança, pois esta é real e conforta.
5) Valorizar e transmitir segurança. Podemos instigar a auto-valoriza- sas que ele disse para ter ce:::-oc..:: .,
Jesus, mesmo tende c: .'.:' e: .. ::'
ção do enfermo como ser humano. Somente as pessoas que possuem obje-
tivos e propósitos na vida podem dar sentido às suas vidas. Além disso, íntima das pessoas e dos :-::- :: c-'
transmitir-lhe segurança e fazer com que a própria pessoa se sinta segura paciência (Lc 24.13-24). Ac ~:-.::e:_"
e capaz de enfrentar o problema. monstrando que há um ''-<:: 'ê' ;
6) O perdão. Muitas pessoas em situação terminal possuem um enorme car em palavras as suas d: :::',: -,-
sentimento de culpa. Aidéticos e cancerosos que auto-provocaram suas tra pessoa (Tg 5.16). Ao e5:.:,O:
doenças carregam este sentimento com muita intensidade. Este sentimento vemos ficar zangados, l1L2S,-=e'-,::"
surge quando o doente pecou contra Deus e se responsabiliza em parte ou atenciosa, que realmente
tamente com ele.
totalmente pelo surgimento da doença. É importante trabalharmos de for-
ma correta a aplicação da lei e evangelho para este enfermo. Muitas vezes a Ouvir é a primeira etap -
lei já está estampada no peso da própria doença, e a pessoa já se mostra como falar, além de prepara::- -., .::
arrependida. Outras vezes é ainda necessário a pregação de lei que visa o 9) Empatia. É perceber cs :<-::: ..
arrependimento sincero. Determinante é mostrar ao pecador arrependido percepção. Diz-se em "entr?t , __
o amor e perdão incondicional de Deus, por intermédio de Jesus Cristo. propósito é estabelecer um F.':--: . ."
7) O uso de si mesmo. Martim Lutero diz que "nenhuma árvore pro- ente tendo a finalidade de pc,';-:::
COlsa.
duz frutos para seu consumo próprio." A renúncia de si mesmo para a
10) Mensagem a trallslii:f: __
execução é muito importante. Pessoas que se dizem sensíveis e incapaci-
tadas para ajudar outras em graves crises e à beira da morte, omitem-se É importante procurar respcTc'::-=-=
em seu egoísmo e comodismo. A tarefa consiste em se dispor a ajudar o Não divagar, discursar sobre re:.;:' :
próximo baseado num simples relacionamento humano. âmago da questão. Esta última _>:-c·o
8) Falar é prata, ouvir é ouro. Este ditado, embora um pouco obscuro, picácia do aconselhador. ApLs e.':e '::'
quer refletir a necessidade de ouvir os doentes terminais. O enfermo so- bem viável. Orar segurando 2' ,... " .
de transmitir-lhe afeto.
mente se sentirá à vontade para falar de si mesmo e de suas aflições com
uma pessoa humilde que esteja disposta de ouvi-Ia e se mostre interessa- Ao aconselhar doentes é . _
da em sua pessoa. Na maioria da vezes nada podemos fazer para curá-Io, aplicam a todo o aconselhame:--t: ., -
mas pouco e muito significativo é o ato de ouvir. Para aconselhar e obter cordialidade, empatia, sinceric:2.,::
um diagnóstico da situação, é necessário ouvir. A mesma Betsy que outro-
8 Cavalcanti, Acol1selhamen/o a Pacie;:tc' ~_
70 Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2• ANO 2000
LANGE: O PASTOR E OS DOENTES TERI\fI:\.-"IS
~'~:~',~sesta tarefa. Sendo autênti- ra se sentira mal com a visita daquelas duas amigas, relatou outra visita
que mal conhecia, mas fez-lhe muito bem. Numa visita que tal mulher lhe
E fundamental compreender fez, admitiu: "Não conheço você muito bem. Não tenho muito a dizer,
- , : ~-"~s diagnóstico de enfermida-
.;:1 mas pelo menos posso escutar." Isto foi muito confortador para Betsy. Eleny
,':-êJe terminal para tentar com- Vassão assim o expressa:8
o, :,3.ção em que ele se encontra. Escutar é dar atenção total ao paciente, e demonstrar esta aten-
Como poderia ser melhor ção mediante o contato através dos olhos, da postura e o uso de
, o: :-cJ.ação em que ele se encontra? declarações animadoras como: 'entendo o que você quer dizer', 'con-
, . , :::onça, pois esta é real e conforta. tinue', 'conte-me mais', 'e depois?', e uma repetição de algumas coi-
:- : ~ :-:::-,05 instigar a auto-valoriza- sas que ele disse para ter certeza que entendemos.
..'" as pessoas que possuem obje- Jesus, mesmo tendo conhecimento perfeito da personalidade
'::.' ::J.c' à.ssuas vidas. Além disso, íntima das pessoas e dos problemas delas (Jo 2.25), escutava com
c :'rÓpria pessoa se sinta segura paciência (Lc 24.13-24). Ao fazer assim, é possível que estivesse de-
monstrando que há um valor terapêutico em deixar a pessoa colo-
: : terminal possuem um enorme car em palavras as suas dificuldades para compartilhá-Ias com ou-
. o:'s que auto-provocaram suas tra pessoa (Tg 5.16). Ao escutar, nós que somos ajudadores não de-
'n :3. intensidade. Este sentimento vemos ficar zangados, mas devemos demonstrar, por nossa atitude
o :- se responsabiliza em parte ou atenciosa, que realmente queremos levar as cargas do auxiliado jun-
tamente com ele.
~.ê:-Fortante trabalharmos de for-
:':3, este enfermo. Muitas vezes a Ouvir é a primeira etapa que capacita o assistente a saber o que e
~.:ença, e a pessoa já se mostra como falar, além de preparar o coração do enfermo para ouvi-Io falar.
, :~:c a pregação de lei que visa o 9) Empatia. É perceber os afetos corretamente e comunicar-Ihes esta
,:strar ao pecador arrependido percepção. Diz-se em "entrar em sintonia" com o doente. Na empatia o
.' '~ intermédio de Jesus Cristo. propósito é estabelecer um ponto de contato que o identifique com o do-
z que "nenhuma árvore pro- ente tendo a finalidade de poder conversar abertamente sobre qualquer
coisa.
-, :enúncia de si mesmo para a
:'e dizem sensíveis e incapaci- 10) Mensagem a transmitir. Esta etapa acontece após ouvir o enfermo.
::' :- 2. beira da morte, omitem-se É importante procurar responder os sentimentos do enfermo terminal.
:: :'siste em se dispor a ajudar o Não divagar, discursar sobre religião / teologia/ doutrina, mas falar-lhe ao
·.-::nto humano. âmago da questão. Esta última questão vai depender da habilidade e pers-
....embora um pouco obscuro, picácia do aconselhador. Após apresentar-lhe a mensagem, uma oração é
:-:...tes terminais. O enfermo so- bem viável. Orar segurando a mão do doente é muito significativo, além
. ::o esmo e de suas aflições com
de transmitir-lhe afeto .
,: '-"'\.lvi-Iae se mostre interessa- Ao aconselhar doentes é bom lembrar dos princípios básicos que se
. :.: podemos fazer para curá-Io, aplicam a todo o aconselhamento: a importância de o conselheiro mostrar
.:: :m'ir. Para aconselhar e obter cordialidade, empatia, sinceridade; o valor de ouvir com paciência e en-
--:r.A mesma Betsy que outro-
8 Cavalcanti, Aconselhamento a Pacientes Terminais, pp. 92,93.
Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000 71
ARTIGOS------------------------------
corajar o aconselhado (sem forçar) a falar sobre seus temores, ansiedades, o conteúdo da assistência e:"::-~::-~:-~:,.~' ::
ira, doença, sobre a família, o futuro, e assim por diante; a importância de remos nos concentrar urre h _. _. _:
guardar confidências; a necessidade de mostrar aceitação, compreensão e surreição. Poderíamos dizer :....::.: ,o -.- _-
compaixão - sem mostrar-se exagerado ou condescendente. As pessoas ente terminal é a boa no'.·.",~·>::.::;:;
enfermas são às vezes mais sensíveis a essas características do conselheiro O ministério da igreia :::-:<' :" r
do que as têm boa saúde.9 um ministério que afirma a '.~_~.,:. :.:~ ' :
Existem outras questões específicas a serem tratadas na visita aos lado, é um ministério que rre;:. o ::-:
pacientes terminais. De forma resumida e concisa, poderíamos dizer o reforçar e afirmar o processe :r : -. -
seguinte ao visitador e conselheiro: nistério engloba a realidade ia :::~::r-= -=
• avalie as suas próprias atitudes e necessidades; possibilidade em qualquer d.:·e:':' ::-:
• jamais esqueça das regras básicas de visitação; cristã tem uma mensagem F?::-r ,o :-.'
• trate dos sentimentos e interesses específicos do doente; interrompe: "Cristo ressuscite'·_'. -='._
• instile esperança; vivo vós também vivereis".
• estenda o atendimento à família do doente terminal; Medo da morte é essenci?l:::':.:r '-: -
• ajude o hipocondríaco. para muitos é o nada. Medo :-: =.: _ :
A visita e o aconselhamento aos doentes terminais são uma tarefa em alguma coisa. O conceito de :-}::. ;:
que a melhor forma de aprendê-Ias e aperfeiçoá-Ias é visitando e aconse- Este medo é associado com 0 i:-:::-:-:-
lhando na prática. nada, isto é, a mensagem dê" ':~: = :.: _:;:;
claro que a fé na ressurreição :-3.: :;','-'::
como muitas vezes se imagin? :; ~ -= _::-
VII. UMA ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL DE ESPERANÇA ção não elimina o medo da rr~.:r::.:.-~
que a pessoa continue vh·enc~: o~' ô':'
A assistência espiritual encontra sua base na fé cristã registrada nas mentada na esperança. Fé L".. :.:'::-
feito ou está fazendo, mas
Escrituras Sagradas. A assistência espiritual encontra ali a palavra de ori-
entação e consolo, de força e coragem para as mais variadas situações. É plenitude da vida ainda está F _c ' .c
dio da nova vida. Anossa êni".=:':-:: :.-'-
muito comum a imagem da pessoa religiosa, do pastor ou de qualquer
pessoa que se dispõe a prestar assistência espiritual, que precisa ser al- mo que esta seja curta, base?':: r· rô'
guém que deve trazer uma mensagem e oração em qualquer situação, Esta é a esperança não somen:e :: r r-
definindo assim o seu papel como alguém que oferece algo e que fala. É para todos os que vivem. Em r:~:.:~
so de envelhecimento e o enir:.::' >_ ::
importante entender que há outras maneiras de definir o papel do assis-
tente espiritual. Por exemplo ao olharmos os nomes que o salvador Jesus assistência espiritual aos que e.::: ~: :-.-
recebe nas Escrituras, vamos encontrar o nome Emanuel que quer dizer renovação. Por isso, é tambér:-._:::' -.:
doente em sua comunhão cor:~ ==:':,'
"Deus presente conosco". Esta presença de Deus pode ser transferida para
o papel da assistência espiritual. Presença, na assistência espiritual, signi- dores, lutas, frustrações e me.::" :
fica disponibilidade (física, emocional, social e psicológica). Esta presen- amor e a aceitação de Deus, e..:::-:: ~
ça, embora às vezes ameaçadora, traz conforto, consolo e até cura, Assim, plenamente da reconciliação ate'?· :.::' :
Para que isso se realize, o mel- -
9 Cavalcanti, Aconselhamento a Pacientes Terminais, p. 101. honesto que, com respeito, proc_,:?
.. :. :re seus temores, ansiedades, o conteúdo da assistência espiritual é de grande riqueza e variedade. Que-
· .:. :~-por diante; a importância de remos nos concentrar um pouco mais, no entanto, na mensagem da res-
. ~~,.araceitação, compreensão e surreição. Poderíamos dizer que a mensagem cristã específica para o do-
_::mdescendente. As pessoas ente terminal é a boa nova da ressurreição.
c c';: o:aracterísticas do conselheiro O ministério da igreja cristã para os enfermos, em primeiro lugar, é
um ministério que afirma a vida, e por isso afirma saúde e cura. Por outro
, ~erem tratadas na visita aos lado, é um ministério que prepara para a morte. Nosso ministério deve
~:oncisa, poderíamos dizer o reforçar e afirmar o processo da cura na vida humana. No entanto, o mi-
nistério engloba a realidade da morte e por isso aceita a morte como uma
· ~ c, __~?:des; possibilidade em qualquer doença, como algo finalmente inevitável. A fé
o::;ão; cristã tem uma mensagem para a pessoa terminat a qual a morte não
: <::::05 do doente; interrompe: "Cristo ressuscitou!" E a conseqüência, Cristo mesmo diz: "Eu
vivo vós também vivereis".
- . ::- ~2 terminal; Medo da morte é essencialmente medo de solidão e alienação. Morte
para muitos é o nada. Medo do nada é pior de enfrentar do que o medo de
~..:~: terminais são uma tarefa em alguma coisa. O conceito de não ser é o terror do isolamento perpétuo.
__c·:eiçoá-las é visitando e aconse- Este medo é associado com o inferno. A fé cristã oferece algo em troca do
nada, isto é, a mensagem da vida e ressurreição. No entanto, precisa ficar
claro que a fé na ressurreição não é uma substituição automática do medo,
como muitas vezes se imagina e se proclama. O evangelho da ressurrei-
-.-ó,L DE ESPERANÇA ção não elimina o medo da morte. Antes, ele dá um suporte positivo para
que a pessoa continue vivendo, apesar do medo. A fé cristã está funda-
mentada na esperança. Fé não está baseada somente no que Deus tem
:ase na fé cristã registrada nas
feito ou está fazendo, mas igualmente no que Deus quer e vai fazer. A
encontra ali a palavra de ori-
plenitude da vida ainda está por vir. Nesta perspectiva, a morte é o prelú-
- ':-'.'s mais variadas situações. É
dio da nova vida. A nossa ênfase pode ser sobre a qualidade de vida, mes-
· ~::~a, do pastor ou de qualquer
mo que esta seja curta, baseado na renovação da vida pela ressurreição.
~. ::;: espiritual, que precisa ser al-
Esta é a esperança não somente para os que estão morrendo, mas também
:-- ::)ração em qualquer situação,
para todos os que vivem. Em meio a vida, a morte está presente. O proces-
_..~::- que oferece algo e que fala. É so de envelhecimento e o enfrentar da morte são o destino de todos. A
. ,- :::'21sde definir o papel do assis-
assistência espiritual aos que estão morrendo é, pois, um ministério de
':)5 nomes que o salvador Jesus
renovação. Por isso, é também um ministério que focaliza o assistir ao
. :-,ome Emanuel que quer dizer
doente em sua comunhão com Deus. É necessário que em meio às suas
:.: Deus pode ser transferida para
dores, lutas, frustrações e mesmo raiva, ele possa ser levado a sentir o
:? :ca assistência espirituat signi-
amor e a aceitação de Deus, e, conseqüentemente, a partir daí participar
, :::a1 e psicológica). Esta presen-
- .-~:'rto, consolo e até cura. Assim, plenamente da reconciliação através de Jesus Cristo.
Para que isso se realize, o melhor caminho é o de um relacionamento
honesto que, com respeito, procura ir ao encontro do doente terminal ali
--.
ARTIGOS------------------------------
onde este se encontra. Um relacionamento honesto considera todo o sofri- • tomar a iniGati\'a . .:i.e ':-z",,:- p>:",
mento em que o enfermo está envolvido, mas que tem a visão da esperança. cidade e da região:
Juntos, o assistente e o doente podem entrar no "vale da sombra da morte", • acionar o serYÍço SOCl:'~~ o : Z' -:- '
caracterizado pela depressão e desânimo, rumo à esperança renovada do necessi tados;
"habitarei na casa do Senhor para todo o sempre". E isto é sempre renova- • prover cursos par 2, i'.'.s:L:. :-.': ':: ' . S
do na flutuação que caracteriza o suportar da dor e da perda. O mesmo é • acompanhar os enÍer:r:'.c:' :-:-:-:-::',=- .
verdade para com os familiares de alguém querido que está morrendo, pas- necessidades;
sando pelo luto para o genuíno envolvimento renovado-com a vida. • prover assistência past,:::. :: 'C-'
A conseqüência da mensagem da ressurreição é da vida plena - a • acompanhar os enlut2.C:> .:: ",
vida eterna. Esta esperança é uma influência positiva sobre a saúde do posterior à morte;
doente, pois não enfraquece o seu querer viver, como superficialmente • envolver a congregação, 2.::::' .>::: .
possa se supor. Antes, é um encorajamento de vida. A esperança é saudá- tal, através dos serviços \'o~',::'l:.
vel. Esperança na vida eterna não é exceção. Antes, pode ter um efeito tais;
positivo ainda maior por causa de sua aplicação específica ao medo da • criar seminários e palestras S:.'
morte e porque é combinada com a confiança em Deus. É esta confiança te, morrer, luto, etc.;
que faz a diferença entre aceitação da morte e a resignação a ela. Pode-se • desenvolver atividades e ::'r. Z:' P
ouvir cristãos conscientes e confiantes dizer freqüentemente: "Eu gosta- A iniciativa e realizaçãü Cc: .. =-' ::
ria de viver, mas eu também estou pronto para morrer". É o que o apósto- ticos, seja no hospital ou na , ;':
lo Paulo diz: "Se vivemos ou morremos, somos do Senhor" (Rm 14.8). igual para evangelizarmos ,-" ':
social. Embora este trabalhe C':·,u
realizado, é uma tarefa de :r:--.::':-,',-
VIII. CONCLUSÃO forças para enfrentar a reali. :-.·:: '
soa humana no seu mOmi...Tt: :'r' ..'.: ::
O trabalho com doentes terminais e/ ou aidéticos é um grande desa- mesmo Pai, possamos deser-'" ":' .:-
mos terminais e aidéticos e.~-:-5: -:-,. ''ê
fio para igreja cristã. O amor e exemplo do próprio Cristo nos constrange
a não fazermos qualquer acepção de pessoas e jamais rejeitar, por algum para executar esta tarefa, De'~::'
motivo, os doentes terminais. Pelo contrário, Cristo deu-lhes atenção e foi
prestativo, atingindo o indivíduo como um todo.
Realizar a assistência espiritual a pessoas que estão morrendo e a BIBLIOGRAFIA
seus familiares não é uma tarefa simples nem fácil, mas é uma tarefa das
mais importantes e gratificantes. Por um lado, é envolver-se com o sofri- Bayly, Joseph. Enfrentando!7 c\~'
mento e a dor, e muitas vezes também com a maior das misérias no seu do Cristão, 1981.
sentido mais profundo. No entanto, por outro lado, é poder assistir pesso-
as que muitos poucos querem ou podem assistir. É levar um valor, o mai- Casera, Domenico. Psicologi" "
Brusco. São Paulo: Paulina.s
or, a esperança onde qualquer outro campo ou setor da vida humana tem
muito pouco ou nada a oferecer. Cavalcanti, Eleny Vassão de P2'.:
Creio que podemos desenvolver o trabalho nesta área de várias for- Paulo: Presbiteriana, 1991,
mas. Eis algumas propostas alternativas:
74 Vox CONCORDIANA VOWME 15 • NLÍMERO 2 • ANO 2000
----------------- LANGE: O PASTOR E OS DOENTES TER\W';.;::"
" .': :-e5to considera todo o sofri- • tomar a iniciativa de fazer visitas voluntárias em hospitais do bairro, da
-., ~:ye tem a visão da esperança. cidade e da região;
.:. __:'.:' " ..'ale da sombra da morte", • acionar o serviço social da igreja para fornecer subsídios aos pacientes
-,:-:10 à esperança renovada do necessitados;
'é::-:',pre",E isto é sempre renova- • prover cursos para instrução aos visitadores;
u: _:2 dor e da perda. O mesmo é • acompanhar os enfermos terminais, da igreja ou não, em todas as suas
',e:-ido que está morrendo, pas- necessidades;
-. c - ", renovadO' com a vida. • prover assistência pastoral às famílias dos doentes terminais;
:::c:"',lrreição é da vida plena - a • acompanhar os enlutados da família do doente terminal no período
e:' ::2.. positiva sobre a saúde do posterior à morte;
': ·'i'\'er, como superficialmente • envolver a congregação, até onde for possível, no trabalho de um hospi-
- je 'vida. A esperança é saudá- tal, através dos serviços voluntários que são muito bem aceitos em hospi-
- :~ ::=J) , Antes, pode ter um efeito tais;
.:' l.::acão específica ao medo da • criar seminários e palestras sobre temas como doença, sofrimento, mor-
":'.;a 'em Deus. É esta confiança te, morrer, luto, etc.;
. ':2 e a resignação a ela. Pode-se • desenvolver atividades e programações especiais em datas festivas .
':- er freqüenterrt.ente: "Eu gosta- A iniciativa e realização de um contato com doentes terminais e aidé-
::2.:-21.
morrer". E o que o apósto- ticos, seja no hospital ou na própria residência, é uma oportunidade sem
• :: ll-:'OS do Senhor" (Rm 14.8). igual para evangelizarmos de várias formas, inclusive através do serviço
social. Embora este trabalho aqui em nosso país seja ainda muito pouco
realizado, é uma tarefa de muita importância no qual precisamos juntar
forças para enfrentar a realidade. Este serviço valoriza e dignifica a pes-
soa humana no seu momento mais crudal. Espero que, como irmãos do
mesmo Pai, possamos desenvolver a habilidade de visitação aos enfer-
'.1 aidéticos é um grande desa-
mos terminais e aidéticos e despertar os dons existentes na congregação
Liróprio Cristo nos constrange
para executar esta tarefa. Deus abençoe para que isto se suceda.
-. c :,as e jamais rejeitar, por algum
_?do, é envolver-se com o sofri- Bayly, Joseph. Enfrentando a Morte. Trad. Neyd Siqueira. São Paulo: Mun-
: : '-:'-:'
a maior das misérias no seu do Cristão, 1981.
- . ,::ro lado, é poder assistir pesso-
',:"sistir. É levar um valor, o mai- Casera, Domenico. Psicologia e Aconselhamento Pastoral. Trad. Novarino
Brusco. São Paulo: Paulinas, 1985 .
. . -.:: ou setor da vida humana tem
Cavalcanti, Eleny Vassão de Paula. A Missão da Igreja Frente à AIDS. São
_?b21.lhonesta área de várias for- Paulo: Presbiteriana, 1991.
11I
ARTIGOS-----------------------------
Cavalcanti, Eleny Vassão de Paula. Aconselhamento a Pacientes Terminais.
São Paulo: Presbiteriana, s.d. Lrrr~
Collins, Cary. Aconselhamento Cristão. Irad. Neyd Siqueira. São Paulo: Vida
Nova, 1985.
Haas, Harold J. Pastoral Counseling with People in Oistress. St. Louis: Con-
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lnhauser, Marcos R., e Maldonado, Jorge E. Consolação e vida: Para uma
Pastoral de Consolação. Irad. Roberto M. Inhauser. Quito-Equador:
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COMENTÁRIOS
Kübler-Ross, Elisabeth. On Oeath and Oying. New York: Macmillan, 1973.
Lauterbach, WilliamA. Estive Enfêrmo e me Visitaste. Irad. Mário Rehfeldt. A Congregação Evangélk? ~ _~:c::-
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Maldonado, Jorge E. Manual de Aconselhamento Pastoral para HIV - AIOS/ de Martinho Lutero, no dia 31 __
SIOA. Irad. Elsy Regina Carvalho. Curitiba: Conselho Mundial de desta missa deu-se a 29 de out:.:~-:: ,':c
Igrejas, 1992. cidade de Wittenberg, Alem2L:"~- :~
gregação Ebenézer foi oficiad? : u ',~
Perlongher, Nestor. O Que é AIOS. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. original, só que em língua FY:-' ~,.-: õ=
76 Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000
," to a Pacientes Terminais.
contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos sem fim. mos jamais por pecado algum.
Congregação: Amém.
Que não nos conduza a provaçc.E~
nar a carne, a desprezar o munck
todas as suas manhas.
4. EPÍSTOLA (cantada pelo oficiante): Rm 3.18-28
7R Vox CONCORDIANA VOLUME 15 • NÜMERO 2 • ANO 2000
--------------------------BLUM: MISSA ALEMÃ
5. CANTO DO CORO
,-.ê ,-"Jemãcomo ordem de cul-
:'.20 a imaginou como uma
6. EVANGELHO (cantado pelo oficiante): Jo 8.31-36
=~;eriência para sentirmos a
~-c>derservir de edificação e
7. CANTO DO CREDO: Hinário Luterano, no. 233
'O~ m.elhor durante o ofício da
8. PREGAÇÃO
: :'cemde culto que segue, não
O oficiante, sim, precisa
9. PARÁFRASE DO PAI NOSSO E EXORTAÇÃO AOS QUE PRETE:-JDEM
IR AO SACRAMENTO
..--- - - - ~- -
---- -- - ---------~ ---~~---- -- ~ - ~ -- -
-
LITURGIA------------------------------
E por fim, queira redimir-nos de todo o mal, físico e espiritual, temporal e 14. BÊNÇÃO
eterno. Todos os que sinceramente almejam tudo isso, digam de coração
"Amém", acreditando sem dúvida alguma que será realmente ouvido no Oficíante: O Senhor te abenç=,:; ,:;:,:; =.=
céu, como nos promete Cristo: "O que pedirdes, crede que o tereis, e as- O Senhor faça resplandecer 'ç''': r c'
C' =-
sim há de suceder [Mc 11.24]. Amém." O Senhor levante o seu roste S='::ç :. -=
Além disso, eu vos exorto em Cristo que recebais o testamento de Cristo
em verdadeira fé e, principalmente, graveis firmemente no coração as Congregação: Amém.
palavras em que Cristo nos presenteia com seu corpo e sangue para o
perdão; que vos lembreis e agradeçais pelo amor imerecido que ele nos
demonstrou ao nos redimir da ira de Deus, do pecado, da morte e do
inferno por meio do seu sangue, tomando então exteriormente o pão e o
vinho, isto é, seu corpo e sangue como garantia e penhor. Portanto, tome-
mos e usemos assim o testamento em seu nome e por sua ordem, por ele
mesmo expressa.
12. DISTRIBUIÇÃO
13. COLETA
e espiritual,
:lSicO temporal e 14. BÊNÇÃO
cudo isso, digam
. l.'. de coração
- ' -'''.2 será realmente ouvido no Oficiante: O Senhor te abençoe e te guarde,
. -::-J2S, crede que o tereis, e as- O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti .
O Senhor levante o seu rosto sobre ti e te dê a paz.
: :ebais o testamento de Cristo
.-=
~~~-\çÃO
Kyrie
Lutero, 1525
~ =
~-' li ~
•
J)
Ky-
~
ri - e -sou, Cris· te e .. le-i-son, Ky - ri - e - le .. 1 «son.
ten ~ do em ,,;sta li ü....arJfe5<.i;-i ~ "'-'"
!DI 1:1
para ele mesmo ser j..sr.c
MISSA ALEMÃ
n
Epístola para o Dia da Reforma 191
Onde, pois. 11 ja-c·tin
~
1+=-1 I<l[
sim escreve o apóstolo Paulo aos. TO fila nos:
O· Ta, sabemos que tudo o que li lei diz, aos que vi.vem lia lei o diz para que se cale toda bo - ca.
l-r.. J
e todo mundo seja culpável peran -te Deus,
J'
I
Eu
visto que ninguém será justificado
lIlI
diante dele por
Jl Jl .p
bras da lei,
j
lIDl
••
agora, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos pro fe - tas;
~
por - que não há dis
§
tiu -ção,
··'::J<lI-CC=
pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,
- -~
sendo justificados gratuitamente por ~\la
~-;;=----:
gra -ça, mediante a redellçíin que há em Cristo
J)
jes~ sus
j
por ter
82 Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000
-------------------------BLUM: MISSA AlE:\L';
"" .-\.L L\ IA
IIJI
deixado impunes os pecados 8nterionnente
ti ~dos;
Lutero, 1525
~..~4f ]i--
teu - do em vista li manifestação da sua justilfll
n
no tempo pre
. .
:;ou, Ky ri-e e .• le-isSOn.
JDl
rJ.::);;
~,
JDl em
l>araele mesmo ser justo c o justificador daquele que tem fé
ALL\lÃ
~-'~ Jl; f) J I , ~
lei?
que Por
da Reforma 19i
Onde,
.
pOIS, a jac wtân ~ eia? Foi de todo ex .•clu- í • da.
}l ---j;--;,
Lutero ~ 1525
p-; Das
J)
o
J
~ bras?
i -..v ~~--~
Não; pelo contrario, pela
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lei da fé. COR 8 clu
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i ~mos,
-J----!
pois,
u J)})J)Ji
..;~::justificado diante dele por o M bras da lei.,
r~
'(,dos r,: sobre todos os que crê- em;
L1L
Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000 83
LITURGIA------------------------------
MISSA ALEMÃ
p p NOTAS EXPLICATIVAS
~ ~
As - sim escreve São João em seu e • van - ge • lho: Disse, pois, Jesus aos que haviam cri do ne -Ie:
~• ~
Res
Jl ;1 J~ ~
"
- pon - de - ram - lhe: Somos descendência de A
a
bra - io
contexto pode ser aplicado en- :: '::0
dentro de outro contexto. Issc ':0;; <
tende servir de sugestão, faze:o: o-c-:c
para o locat seja escola ou co,;::-~;: :=
,
~
e jamais fomos escravos
~ r
de_a] -guém;
l~~v~~.[==.r~
~
Jl ~
co- mo di - zes tu:
..
Se - reis
r'
li - vres?
I rão ajudar:
1. Personagens. Relacione te:o:;; ~;;
~o-RO!--'
Replicou-lhes Je
~
SllS:
.t: o '
Em verdade. em verdade
•• ----"}-
vos
Jl
di - go:
J I
grama e observe a extensão e C' -. -00:-
mesmos. Defina, então, quell'c e \'0::: :.:'::-
ança de que faixa etária, jO\OeIT~o : oC,~
poderá eventualmente exerce::- ..•.-:: ::0 c:
lIDI ~
~.__ -=---==t
NOTAS EXPUCATIVAS
.•. P ~
~ .-:,< :;--J'5.. Jesus aos que haviam cri • do De •• le:
certo cântico seja cantado por uma turma ou duas turmas em forma de ..\Jacruz morre:.: e >, ~c~re'_:
grupo menor. Neste caso, observe quais os cânticos que são apropriados sem ter culpa por nos mcrre'~
para crianças pequenas e quais são apropriados para crianças maiores. Você pode achar que eu t~ ~'r~ ~~:'.'
No próprio programa estão anotados os nomes dos CDs de onde os cânti- Ele ressuscitou e voltará C'.:-::-:. "e-
cos foram extraídos. Se dispor de pessoas habilitadas a tocar instrumen-
tos musicais, estas poderão acompanhar a execução dos mesmos. Ou as
crianças poderão acompanhar o canto do próprio CD. Caso não disponha
destes CDs mencionados, escolha outros cânticos apropriados.
4. Cenários. Se possível, procure montar cenários apropriados para Narrador (durante o deseiz:':.'::
cada parte do programa e caracterizar os personagens de acordo com o No domingo bem cedo, :\Lcr::: ~">:' 0.-=
conteúdo desenvolvido. Use a cri atividade e os recursos disponíveis.
mulo onde, depois de tudo o .> e :o .- ' :- .
~ ~ ~ c •• ~..l...
desmaiaram e ficaram como se estivessem mortos. Então o anjo disse às
mulheres:
=-1 .
~'eiem,
Anjo:
Não tenham medo! Sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucifi-
--,=sou,
cado, mas ele não está aqui; já ressuscitou, como tinha dito. Venham ver o
~nunca viu. lugar onde o puseram. (Mostra, da entrada, o interior do tÚmulo.) Agora vão
depressa e digam aos seus discípulos: "Ele ressuscitou e vai adiante de
vocês para a Galiléia. Lá vocês vão vê-Io." Lembrem-se do que eu disse.
:-:>5libertou.
Narrador:
Elas foram bem depressa, pois estavam com medo, e queriam contar logo
aos discípulos. Mas de repente, o próprio Jesus se encontrou com elas.
(Páram assustadas ao vê-Io no palco,)
Jesus:
Que a paz esteja com vocês! (As mulheres abraçam os pés de Jesus e o adoram,)
Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galiléia, pois
ali eles me verão.(Enquanto as mulheres saem, Jesus fala, dirigindo-se a elas e
depois ao público.) Que a paz esteja com vocês! (Vira para o pÚblico.) Que a
paz esteja com vocês! Ah, a paz ... E pensar que esse mundo todo foi criado Deus fez os peixes das 2g-,'2S
em paz ... (Aponta para o palco mostrando o lugar onde se desenvolverá coreo- E os pássaros dos ares no,)c.....::::-- - .'
E os pássaros voaram com:o,~.::::::c:',
grafia sobre a criação do mundo.)
Refrão 1: E seus filhos,,,
E seus filhos o louvaram/ todo o dia (TODO O DIA). Todo o dia (TODO O DIA). Todo'
Todo dia (TODO O DIA). LOUVARAM AO SENHOR. LOUVARAM AO SENHOR.
Todo dia (TODO O DIA). Todo dia (TODO O DIA).
LOUVARAM AO SENHOR.
III. VIDA PERDIDA
Deus disse: "Que da terra nasça o verde,
As árvores e folhas" no terceiro dia,
Também fez as flores no mesmo dia. Narrador: (Ilustrar a narraçi'ío CC": <.'
Deus criou o Universo perfeito cô:cô2
Refrão 1: E seus filhos ... bela. Ele o fez à sua própria im2.§:e:-::'~
sempre e em harmonia com o scô'.: -:.=:
Deus fez duas grandes luzes; natureza. Era uma vida complet:o:'cô :.:i.
fazendo mau uso da liberdade =2
Fez o sol e a lua no quarto dia,
Também fez as estrelas no mesmo dia. Criador e trouxe o mal para si e r2I 2. ::.:
pleta que Deus havia criado foi per.:'.:.:'.:
Refrão 1: E seus filhos ... nos sofrem as conseqüências dest:: -;,,-
fome, a incompreensão, as guerr2.S :::5:.::
Vox CONCORDIANA VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000
88
------------------ BESSEL, REGIANI: PROGRAMA DE PAsec'.
: .~.. 2 esse mundo todo foi criado
Deus fez os peixes das águas,
;-71' onde se desenvolverá coreo-
E os pássaros dos ares no quinto dia,
E os pássaros voaram com alegria.
Refrão 2:
- . =c .-".',·enturas",faixa 2) Todo o dia (TODO O DIA). Todo o dia (TODO O DIA).
LOUVARAM AO SENHOR.
. ? :'cO primeiro dia Todo o dia (TODO O DIA). Todo dia (TODO O DIA) .
LOUVARAM AO SENHOR.
Refrão 3:
E seus filhos o louvaram/ todo o dia (TODO O DIA).
Todo dia (TODO O DIA). LOUVARAM AO SENHOR.
Todo dia (TODO DIA). Todo dia (TODO DIA).
LOUVARAM AO SENHOR.
-~-- -,()
_ O DIA) .
.••..... '
-,) SENHOR. Todo o dia (TODO O DIA). Todo o dia (TODO O DIA).
-__--,L, DIA) . LOUVARAM AO SENHOR.
Jesus: (Focá-Io sempre que estiver sozinho no palco.) Onde está o seu tese,u::-c
É verdade, o ser humano perdeu a vida completa que tinha por sua vonta- Ali estará o seu coraçã.,~'
de de ganhar mais. Mas, "o que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, A sua vida 'vai passar
mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para E não vai adiantar se lar::'.o2:--::::
ter de volta essa vida" (Mt 16.26). Quanto vale um abraço?~--::::-:;._-
Carinho e muita atenção~'
Narrador: Nessa vida cheia de corre-:~:::-::
Hoje, verificamos que o ser humano tenta ganhar a vida de muitas manei- Quem é que para pra lhe .-1 ~ ~ ~
Narrador:
"Nós éramos inimigos de Deus, mas ele nos tornou seus amigos por meio
- c.::.: com todo tipo de avareza por-
da morte do seu Filho" (Rm 5.10). "E isso aconteceu a fim de que, assim
_.c: depende das coisas que ela tem, como o pecado dominou e trouxe a morte, assim também a graça de Deus,
_~,porta estreita e o caminho difícil que o leva a aceitar as pessoas, dominasse e trouxesse a vida eterna. Essa
:: ::~._esse caminho" (Mt 7.14). "Pois
vida é nossa por meio do nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5.21).
c-:' -:~- primeiro lugar nunca terá a vida
:-l:e."DLOpor minha causa terá a vida Jesus:
"Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas" (Jo 10.11).
"Eu vim para que vocês tenham vida, e vida completa" (Jo 10.10).
., -,iCD "De todas as tribos", faixa 9)
(Vários personagens atuais entram em cena, citando textos a respeito da vida
-: --ezes) através de Cristo.)
deu glória. Assim a fé e a esperança que vocês têm estão firmadas em nantes, homens de letras, cientes::.: __ o
não ser por mim" 00 14.6). "E lembrem-se que eu estarei com vocês todos
.:nico Filho, para que todo os dias, até o fim dos tempos" (Mt 28.20).
, --:da eterna" 003.16).
Música: É o Senhor (SI 145.3; CD "Louvor Eterno", Cimbaluz, faixa 8)
o túmulo no qual o corpo de Jesus foi sepultado está vazio. Três dias de-
. c ~.-,2,,)seu valor como o ouro ou a pois da crucificação, ele ressurgiu dos mortos. Ele está vivo! O próprio
. ::: ~,mgue de Cristo, que era como Jesus disse: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que
morra, viverá" (Jo 11.25).
::_2 tinha sido escolhido por Deus
, :'2stes últimos tempos em bene- Quase dois mil anos se passaram desde que Jesus ressurgiu dos mortos e
. - 2:-::~
Deus, que o ressuscitou e lhe ele vive ainda hoje como o maior e mais influente personagem do mundo .
. 2 c,'ocês têm estão firmadas em Estadistas orgulhosos dos séculos passados nasceram e morreram; gover-
nantes, homens de letras, cientistas, filósofos e teólogos nasceram e mor-
reram. Mas Jesus vive ainda hoje!
Toda a sua existência foi sem igual. Seu nascimento foi sem igual. A Bíblia
:-:~'.guém pode chegar até o Pai a nos ensina que ele nasceu de Maria, uma virgem. Sua vida foi sem igual.
Foi caracterizada pela sobrenatural. Ele viveu toda uma vida sem pecado
Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÚMERO 2 e ANO 2000 93
LITURGIA-----------------------------
e fez milagres maiores do que qualquer um que já viveu. Sua mensagem Música: Os que ccnii?:-:-==
foi sem igual. Ele oferece amor, perdão e uma nova vida àqueles que con-
fiam nele como Senhor e Salvador. Onde sua mensagem chegou, surgiu Os que confiam no Senl,cc 5~.: _. ,.
nova vida, nova esperança e um novo propósito para viver. Sua morte na Não se abalam, os que ccc-: '.c:- .- : >._
cruz foi sem igual. Há dois mil anos, o Deus do Universo enviou o seu As dores vêm e passam. c:,- :-::'::' - : .' . ê-:'
Filho único, Jesus Cristo, para ser sacrificado pelos pecados de todos os As tentações também ri'c~~::é:"
homens. Ele morreu por você. Sua ressurreição foi sem igual. Três dias Porque confiamos no Senhc:' .::'::'':::=_
após a sua morte, ocorreu o mais espetacular acontecimento da história: Tudo passa porque confi2fc :'-:-: ~ê. ~
Jesus ressurgiu dos mortos!
Seu nascimento, sua vida, sua morte e sua ressurreição provam que Jesus A nova Jerusalém é a cidade .~.: .::.::=,
é exatamente quem ele disse ser: o Filho de Deus, o Salvador de toda a Meu Jesus do seu trono rein?r? .::'ê':::-::-
humanidade. Este mesmo Jesus Cristo está vivo hoje. Ele ama você, ofere- Não haverá mais dores/ n's.e ~c?' ::'> -'::'
ce o seu perdão e uma nova vida, vida completa. Não haverá mais lamento
Porque o cordeiro reinará ,.2 "-::-':::::"
Jesus: Tudo passa porque o cordeirc -",::"
"Venham a mim todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesa-
das cargas, e eu lhes darei descanso" (Mt 11.28). "Pois a vontade do meu Personagem 6 (falando à cri,1í'"u
Pai é que todos os que vêem o Filho e crêem nele tenham a vida eterna; e Jesus está com a gente e nos é:o '
no último dia eu os ressuscitarei" (Jo 6.40). quando estivermos com ele 1c'::: .:::= _
•
94 Vox CONCORDIANA VOLUME 15 • NÚMERO 2 • ANO 2000
------------------ BESSEL, REGIANI: PROGRAMA DE P,,,-:,=: .~.
. ::- que já viveu. Sua mensagem Música: Os que confiam (CD "De todas as tribos", faixa 4)
:-:-'"nova vida àqueles que con-
- • c:<a mensagem chegou! surgiu Os que confiam no Senhor são como O monte de Sião
.• ~'='sitopara viver. Sua morte na Não se abalam! os que confiam no Senhor (2 vezes)
= 2',15 do Universo enviou o seu As dores vêm e passam! os medos vêm e passam
'. =.0,.10 pelos pecados de todos os As tentações também passam
., .':.-eição foi sem igual. Três dias Porque confiamos no Senhor (2 vezes)
", =..:.laracontecimento da história: Tudo passa porque confiamos no Senhor (2 vezes)
Jesus é o amor,
Cante com fervor
PROGRAMA
Raul Blum1
PROGRAMA
• 98 Vox CONCORDIANA
Vox CONCORDIANA
VOLUME
'4j
15 • NÚMERO 2 " ANO 2000
•
99
:\lLSICA----------------------------
UM POUCO DA VIDA DE JOHANN SEBASTIAN BACH3 Mas a esta altura B2'::::- '0 -:ê.: .:c •.
conhecimentos e foi con\·i~~2.~..
Bach provinha de uma grande família de músicos. A família Bach se orquestra da corte do Pl'iE':::~~'-:ê
'.' .. '
espalhava por todo o país. Assim, não era novidade que Johann Sebastian um cargo honroso e reee bia :-~ :-:" ... -:ê.: .:.
também seguisse esta profissão. Ficou órfão de mãe aos nove anos e órfão por. É desta época sua falT,==? :2:-""
de pai aos dez. Quando ainda menino tinha bela voz de soprano o que lhe 1714, ele é promovido a ma e'-:"~ - ~ ~ _
assegurava a subsistência. Depois foi violinista da corte Johann Ernst, mais alto para um músico 32 -:ê:"'. _._
duque de Weimar, aos dezoito anos. A esta altura já tinha composto boas Quando o cargo se torn~·.: .:..õ __~ :o~
obras instrumentais. Ainda com dezoito anos transfere-se para Arnstadt pela Johann Samuel Drese o ::-:-::-~.-:~ ~
para ser organista e professor de música. Começa a produzir grandes obras cido, Johann Wilhelm Drese ::e:: :-., . ::
corais (cantatas). passou a mostrar declaradi'Il'.e:·.:-:ê0=
Sua vida em Arnstadt nem sempre era pacífica. Bach era obstinado e ça. Durante o ano de 1717 n2.c .:::'.' , ::
muitas vezes entrava em atrito com músicos e coristas. Chegou até a se Em agosto de 1717 receL'e ~-: :":--:-
envolver em briga pública com um fagotista, o que foi um escândalo para ta de trabalhar em sua orque'-~=-ê~.'-:ê:::
a provinciana Arnstadt. Em 1705 solicitou uma ausência de quatro sema- mudança da família Bach, ago:-2 ·.ê .:::
nas para participar dos concertos públicos de Advento que Dietrich Bux- não gostou quandoBach pedL.-'.:::::·, -.2.
tehude promovia na cidade de Lübeck. Mas, transformou esta licença de a prisão. O secretário do prínci;:-:ê.'~.::' õ
quatro semanas em quatro meses, tal a empolgação que Bach sentiu em bro, Johann Sebastian Bach..'-T,.::':= ..2.
seus freqüentes contatos com Buxtehude e outros músicos de fama. Ao organista e mestre de concer:.:::õ : ..
voltar, quase perdeu seu emprego em Arstadt, mas, devido ao seu talento, pedido demissão imediata ec=-::' -::'
permaneceu no cargo. No entanto, outro escândalo estava por vir: Fez na cadeia. Ao sair, vai imedia.:?:::'.:::::~::-
subir ao recinto do coro, lugar destinado apenas para homens, sua prima Mas agora Bach está nun.-,?::: =c
Maria Barbara Bach, jovem cantora de belíssima voz, com quem mais tar- não dava grande valor à mÚsic2 ::::'. 'e :-
de se casou. orquestra que se dedica à mus~~?~·: ..,
Em 1707 seus atritos em Arnstadt o impulsionaram a ir para MÜ- Aberturas (ou Suítes), os seis C'o::
lhausen, pequena cidade que tinha sólida tradição musical. Bach pres- para Violino e várias Sonatas. InL~i,'~'-:':-.
tou relevância a esta tradição. Tinha mais tempo para compor e também sas outras obras profanas. Est2.'::· .. "".
efetuou melhorias no culto lu ter ano local. Neste mesmo ano casou-se em sua técnica de composição.
com Maria Bárbara. Um tempo depois compôs a Cantata no. 71 ("Deus é Em 1720 uma tragédia s.b?::,. o,
meu Rei") para as cerimônias em ação de graças. A obra foi impressa sob a Carlsbad recebeu a notícia d::: -.e : o
ordem do Conselho de MÜhlhausen. Foi sua primeira obra impressa. enterrada. Esta situação o ah2:C~ .. :: . -
Mas os pietistas em MÜhlhausen começaram a fazer forte pressão con- a morte do irmão mais velho de>: .. :.:
tra a obra de Bach acusando-o de "ser um estrangeiro, que adulterava o Ia em sua fé. No final deste mes"'.'.:::.
ouro da verdade divina, mistificando-o com ridículas ornamentações e cken, também soprano como sL2.::-:--:0 -ê'
novos cantos de sereia".4 Leopold casa-se com uma mu ll" e:: ~'':: :-:
tanto o marido que toda a ,'ida 2:-:-'.::,:?
3 Resumo baseado principalmente em Grandes Compositores da MÚsica Universal.
-
4 Grandes Compositores da Música Universal, p. 6. .3 Grandes Compositores da MÚsica Uni,:';
"Visto não ter sido possível encontrar um músico melhor, tivemos que pode sentir pela primeira ',2'::
nos contentar com um medíocre".7 Só que este músico "medíocre", "além Voltando a Leipzig, es.:r-:::.
de compor magnificamente, tocava com virtuosismo violino, violeta, vio- vi ou ao rei o que chamou de ~-..
la, címbalo, espineta, cravo e órgão - além de viola pomposa, uma espécie ção".9 Mas Bach sentia seu Ú=-:- '-:,
de violoncelo de cinco cordas, que ele próprio inventara."8 Como Kantor grande obra A Arte da Fuge: ~.~
na Escola de São Tomás, era responsável por toda a vida musical da cida- tentadas duas cirurgias, mas ~5:':__:: _
de. Acima de tudo, porém, era responsável pelo aperfeiçoamento do grande de ter copiado muita música::.':-:· :
número de cultos nas quatro igrejas da cidade. Além de organista, ele de- sou a cegueira ao final da ',c c:" .--"
veria compor e ensaiar uma cantata semanalmente para ser apresentada mas não atormentado. No se\.'.:-:~:.:.:: ..
cada domingo de acordo com o tema das leituras para o culto. Mas suas nikol seu último coral: Eis-:::.: .:.:
obrigações não paravam por aí. Durante os primeiros anos na Escola de 1750, Johann Sebastian Bach E'. .
São Tomás tinha que fazer inspeção de alunos a cada quatro semanas,
durante uma semana, das 5 da manhã até 8 da noite. Esta tarefa o deixava
nervoso. Além disso tinha que dar aulas de latim e catecismo. Para se COMENTÁRIOS SOBRE O CC"\:C:::::::.:
livrar das aulas de latim poderia pagar um substituto do próprio bolso.
Foi o que fez. Além da execução das .. _' ..
Bach não teve bom ambiente inicial na Escola de São Tomás. Até a
comentários durante o progr?-." .:..
estréia de sua grandiosa Paixão segundo São Mateus não foi bem recebida. A sigla BWV seguida de '.::-:'
Só em setembro de 1930, com a posse de um novo reitor para a Escola, a por Wolfgang Schmieder em L:·: _
sorte de Bach mudou e ele passou a ter prestígio. Até 1934 teve vida me- A primeira peça execu t2
lhor, mas com a nomeação de novo reitor neste ano, voltaram as preocu- 814). Suíte é uma obra music::, :: C-'
pações. Os problemas foram tantos que a questão foi levada ao Soberano populares do século XVI. Te"e =~.:=-:'':.-:
Eleitor. Este, para solucionar o problema deu a Bach o título de "composi- culo XVII e primeira metade :~ :~
tor da corte". Apesar de apenas honorífico este título, Bach pode apelar mentos (partes) da composiç?.: ::.::
diretamente ao rei.
nário originada na Alemanha . _
Com 62 anos de idade Bach viajou até Potsdam, cidade favorita do vada na Espanha, prova\'elrn::::-:e ~-= : ~
rei. Frederico II, ao saber da chegada de Bach mandou chamá-Io imediata- lar inglesa). Danças opcion?i" :C~ -:- -= ' :
6 "Na Igreja Luterana Alemã, o cantor (ou Knntor) era o diretor de música de uma igreja, e usual· 9 Dicionário de MÚsica Zahar, p. 8.
mente a pessoa encarregada de instituição educacional ligada a essa igreja. J. S. Bach foi Kmztor da 10 O texto deste coral é o seguinte:
igreja de São Tomás em Leipzig." Dicionário de MÚsica Znlznr. Não vires teu rosto misericorciics:
7 Dicionário de MÚsica Zahar, p. 8. aventurado, desperta·me, Senh,:,,'
8 Dicionário de MÚsica Znlznr, p. 8. Amém, atende·me." Friedrich ':,~r.-:c::--
rn.ais evoluído e onde pudesse reto- convidado a experimentar um novo instrumento: o piano que há pouco
:ra. Por isso, quando se abriu a vaga havia sido inventado por Bartolomeu Christofori. O piano que lá estava
2m Leipzig, em 1722, Bach se habili- havia sido fabricado por Gottfried Silbermann. Bach o experimentou mas
'?cs ndtáveis: a cantata Jesus Nomeia os não gostou de sua sonoridade. Acabou por sentar-se diante de um velho
s nas Atas Comunais ficou registrado: cravo. Passou a improvisar sobre um tema sugerido pelo rei. Ao terminar
:~.~T um músico melhor, tivemos que pode sentir pela primeira vez o calor dos aplausos.
~",que este músico "medíocre", "além Voltando a Leipzig, escreveu de memória o que improvisara e en-
=:'111 virtuosismo violino, violeta, vio- viou ao rei o que chamou de Oferenda Musical, "com humilíssima devo-
- ~_lémde viola pomposa, uma espécie ção".9 Mas Bach sentia seu fim se aproximar. Escreveu ainda sua última
<2 próprio inventara."8 Como Kantor grande obra A Arte da Fuga. Sua visão se esvaecia cada vez mais. Foram
-:0'.'e1 por toda a vida musical da cida- tentadas duas cirurgias, mas isto de nada adiantou. Provavelmente o fato
'~á':el pelo aperfeiçoamento do grande de ter copiado muita música com iluminação insuficiente à noite lhe cau-
cidade. Além de organista, ele de- sou a cegueira ao final da vida. Aos 65 anos está completamente cego,
~emanalmente para ser apresentada mas não atormentado. No seu leito de morte ainda dita ao seu genro Alt-
'.?c das leituras para o culto. Mas suas nikol seu último coral: Eis-me diante de Teu Trono.lO No dia 28 de julho de
,?nte os primeiros anos na Escola de 1750, Johann Sebastian Bach morre aos 65 anos de idade.
: de alunos a cada quatro semanas,
.,} até 8 da noite. Esta tarefa o deixava
?'.Jas de latim e catecismo. Para se COMENTÁRIOS SOBRE O CONCERTO DE BACH NO ICSP
, 2:a um substituto do próprio bolso.
:'~-=ialna Escola de São Tomás. Até a Além da execução das obras no dia do concerto foram feitos alguns
comentários durante o programa, que passo a registrar .
. ~.' São Mateus não foi bem recebida.
A sigla BWV seguida de um número refere-se ao índice preparado
-:':: de um novo reitor para a Escola, a por Wolfgang Schmieder em 1950, chamado de Bach- Werke Verzeichnis.
:2r pr0stígio. Até 1934 teve vida me- A primeira peça executada foi a Suíte no. 3 das Suítes Francesas (BWV
~'Cc:tor neste ano, voltaram as preocu-
814). Suíte é uma obra musical para instrumentos, baseada em danças
" ,.e a questão foi levada ao Soberano populares do século XVI. Teve florescimento especialmente durante o sé-
Cc~;-a deu a Bach o título de "composi- culo XVII e primeira metade do século XIX. A ordem normal dos movi-
--::ífico este título, Bach pode apelar
mentos (partes) da composição era allemande (dança em compasso quater-
nário originada na Alemanha), courante (dança francesa), sarabanda (culti-
c 'U até Potsdam, cidade favorita do
~2Bach mandou chamá-Io imediata- vada na Espanha, provavelmente de origem oriental) e giga (dança popu-
lar inglesa). Danças opcíonais entre a sarabanda e a giga completaram o
., '::eram-lhe respeitosa acolhida. Foi
Coral da Cantata no. 147, Jesus Alegria dos Homens. É uma peça muito co- majestade das obras de Bc:,::~- ::,'C 00 -- "
nhecida de Bach executada até por conjuntos populares em nossos dias. bem estruturada, \'alorizar-:.: ' z-::-:::
Interessante observar neste coral é que Bach apresenta a melodia aos pou-
cos (em pedaços, fases musicais) intercalando outra melodia completa-
mente diferente do coral. Mas esta nova melodia de Bach prepara e co-
menta as fases musicais do coral de maneira tal que a gente espera e valo-
riza a melodia do coral. A IMPORTÂNCIA DE BACH EC°::-
Wir eilen, da obra Jesu, der du meine Seele foi cantado na língua origi-
nal alemã. É difícil traduzir uma obra dessas porque ela tem o que se Talvez gostaríamos que
momentos. Não nos cabe aGu: 00'-- ..
chama de "pintura de palavras". Bach valoriza certas palavras e faz uma
da, ele tinha uma personalid2_';-: -':-.::-:' -:::
pintura com as notas utilizadas para cantar estas palavras. Nesta obra,
compreender que ele não tc,le:?~,-::::-o:
por exemplo, ele pinta a palavra eilen ("corremos") dando a impressão
seu trabalho. No entanto, o iT_>:: :0 : o _o '-':
de que a música está correndo para realçar o texto. Por isso é pratica-
mente impossível traduzir adequadamente as palavras de uma obra des- torno de 1200 composições. d.?~ '::'0::.' :
me de composições, mas tod?s ':-=::. :-::02
sas, pois, no lugar certo nem sempre teremos as palavras adequadas a
Curioso é notar que Bacl---, ':: -: _, . '. ~
serem pintadas.
os do século XIX o nome B2::~--::-'
Não se pode falar de Bach sem mencionar sua grande maestria de
Johann Sebastian. Durante 5U2. - .. >
composição para o órgão, seu instrumento preferido. Foi executado o
obras. Somente em 1829 a Si:-_:ê:!':
PrelÚdio e Fuga em Dó Menor para órgão. É grande a quantidade e quali-
dade das composições de Bach para órgão. PrelÚdio é uma peça instru- apresenta em Berlim a Pai."'.? ~ :
mental que serve de introdução a uma fuga, suíte ou serviço religioso. A desta peça iniciou-se um grc.r:je ::::
mento da obra de Bach. Na 5e-;:::·,.' ::- =
fuga é uma peça parecida com um cânone; um tema musical é apresenta-
sellschaft faz o trabalho de cole:::- ': "
do em uma voz e depois reaparece em outras vozes dentro da composi-
ção instrumental. mente se dá a consagração que c ::.':' _.:
As cantatas de Bach são normalmente estruturadas em cima de co- Para o estudo do contrapo:'.:: : ..
rais já existentes. O Coro Final da Canta ta "Dai Graças ao Senhor" é uma música) modal (escalas antigas ::-.:-
obra também muito conhecida. Estruturada de forma semelhante a Jesus, Palestrina; para o estudo da mU51::: -
Alegria dos Homens, a melodia do coral aparece aos poucos, entremeado. de
nor), o grande mestre é Johann 5e~''C'.2
outra linha melódica de composição de Bach. O Coro Final da Cantata "Acor- entre os maiores músicos de to:::c< '.' '::
dai! Os Guardas Chamam" tem uma força significativa para expressar a glória
Para nós cristãos ainda é ÍIT1.c::>_::
dos remidos no reino celestial. Bach faz um arranjo para o coral e lhe dá continua transmitindo. Ele não es:.O"O-.'
dizia que" a única fidelidade de to": o
esta força significativa.
_<':10S em Bach. Nesta Suíte no. O concerto encerrou com a execução integral da Cantata no. 142 Nas-
- ,~--~.do século XVII considerada ceu-nos um Menino, tradução muito bem feita de João Wilson Faustini. Foi
_:-'.leto, dança rústica em com- escrita em 1712 para o primeiro dia da Festa de Natal. Tem uma introdu-
- o 2 tornou-se popular em toda ção instrumental chamada por Bach de Concerto. Tem partes para coro e
solistas. Utiliza a pintura de palavras, a arte da fuga e a mistura de melo-
~ :-:.5rdia executou a melodia do dias diferentes para apresentar uma melodia coral aos poucos. Dentro da
'-=-~-<'leIlS. É uma peça muito co- majestade das obras de Bach esta cantata é uma composição simples mas
:-:~..,spopulares em nossos dias. bem estruturada, valorizando a mensagem do texto.
_ ~'::~ 2ipresenta a melodia aos pou-
~_~:,::-do outra melodia completa-
: :nelodia de Bach prepara e co-
2_:~tal que a gente espera e valo- A IMPORTÂNCIA DE BACH HOJE
:::;e foi cantado na língua origi- Talvez gostaríamos que Bach tivesse sido menos agressivo em certos
~2"sas porque ela tem o que se momentos. Não nos cabe aqui julgar a personalidade de Bach. Sem dúvi-
,. ê _ :,riza certas palavras e faz uma
da, ele tinha uma personalidade firme e era um gênio. Por isso, podemos
.,:-:a.r estas palavras. Nesta obra, compreender que ele não tolerasse mediocridades e injustiças quanto ao
:orremos") dando a impressão seu trabalho. No entanto, o que nos interessa mesmo é a sua obra. São em
-<ç?,r o texto. Por isso é pratica- torno de 1200 composições, das quais 300 são cantatas. É um volume enor-
:::-:e as palavras de uma obra des- me de composições, mas todas bem feitas.
'2':2mos as palavras adequadas a Curioso é notar que Bach foi esquecido após sua morte. Até princípi-
os do século XIX o nome Bach era lembrado referindo-se aos filhos de
. 2:-,cionar sua grande maestria de Johann Sebastian. Durante sua vida viu editadas menos de dez de suas
:':2nto preferido. Foi executado o obras. Somente em 1829 a situação muda. Félix Mendelssohn Bartoldy
t. ~rande a quantidade e quali- apresenta em Berlim a Paixão Segundo São Mateus. Após a apresentação
':;3,C PrelÚdio é uma peça instru- desta peça iniciou-se um grande programa de pesquisas para o levanta-
. - ~'.:ga,suíte ou serviço religioso. A mento da obra de Bach. Na segunda metade do século XIX, a Bach Be-
- - ':'.e: um tema musical é apresenta-
sellschaft faz o trabalho de coletar toda a produção do compositor. Final-
0_ YlÜraSvozes dentro da composi-
mente se dá a consagração que o grande mestre da música merece.
Para o estudo do contraponto (condução das diversas vozes de uma
,-'2nte estruturadas em cima de co-
música) modal (escalas antigas), o grande mestre é Giovanni Pierluigi da
-.::.1 "Dai Graças ao Senhor" é uma
Palestrina; para o estudo da música tonal (escalas modernas, maior e me-
-.:'3,da de forma semelhante a Jesus,
nor), o grande mestre é Johann Sebastian Bach. Bach marca história e está
-, :,-.:-areceaos poucos, entremeada de entre os maiores músicos de todos os tempos.
:: 3?,ch. O Coro Final da Cantata "Acor-
Para nós cristãos ainda é importante a mensagem que a obra de Bach
~: ~ignificativa para expressar a glória continua transmitindo. Ele não estava muito preocupado com sucesso pois
::':: um arranjo para o coral e lhe dá dizia que" a única fidelidade de toda música deve ser a glória de Deus e o
repouso da alma".ll No início de suas partituras escrevia Jesu Juva (Jesus, "Por causa daquiL~, , " __
ajuda) e no final Soli Deo Gloria (Somente a Deus a glória). Percebe-se na '::.0
car-nos nas mãos de DeL1S .....
obra vocal de Bach o esforço de fazer sobressair o texto. Quando faz a da. A ressurreição tambérn. :'., 5 .0 __ •• ' .::
J. S. Bach se sente responsável perante Deus de expressar sua fé na Música Universal. São P2:,;~~ '_, _
mensagem das músicas. Pecado, morte, ressurreição e vida eterna estão FAUSTINI,João Wilson. Ci7':~·~.·
claramente expressas em suas obras. Tinha grande respeito pela palavra prefácio sobre a cantat2 5:' -
de Deus. Isto se mostra, por exemplo, nos seus apontamentos de sua par-
titura original da Paixão segundo São Mateus, onde escreveu em verme- GEIRINGER; Karl. Johanl1 S:·:·.~<
lho todas as passagens bíblicas e em preto os demais textos. Procura não de Álvaro Cabral. Rio de'?-~.
entrar em teologia abstrata, mas, por meio da música, tenta fazer a men- Grandes compositores da 77l1íSic" .'
sagem estar ao alcance de todos. Por isso os corais simples marcam pon-
tos altos em suas cantatas, oratórios e paixões. HERING, Friedrich von. "Jote?:: ~c:" ~
Neste ano dos 250 anos da morte de Bach, a mensagem do evange- Witness, July 2000.
lho, que está em suas obras, tem continuado a tocar o coração das pessoas. SILVA,Milton Severiano da..
"Agora, 250 anos após sua morte, diante do nascimento de um novo sécu- ria dos Gênios da Música. Ci::-::·.~~
lo, um enorme ressurgimento está a caminho - particularmente no Japão. 1988.
Lá, num dos maiores países irreligiosos do mundo, milhares de pessoas
estão se convertendo ao cristianismo após ouvirem as cantatas de Bach."12 SIMON, Henry A. "Bach at Je.u:::-
O musicólogo Keisuke Maruyama fez um estudo do lecionário luterano
(orações e leituras bíblicas para cada domingo) e de como este lecionário
influenciou as canta tas de Bach. Quando terminou, ele foi encontrar-se
com Johannes Richter, atual Deão da Igreja de São Tomás e lhe disse: "Não
é suficiente ler os textos cristãos. Quero eu mesmo ser um cristão. Por
favor, batize-me."13
Apresentamos mais uma vez duas músicas para coro para grupos
diversos. Colaboram nesta edição dois colegas: o rev. Nestor Welzel e o
rev. Romildo Wrasse.
A música "Hino de quem volta à igreja" é para coro misto, sem acom-
panhamento instrumental. É a forma mais usual de coro de congregação e
mesmo outros coros.
A música natalina "Os anjos vão cantando" é para duas vozes iguais:
coro infantil, coro masculino ou coro feminino. No entanto, esta música
também pode ser usada em coro misto: neste caso soprano e tenor cantam
a primeira voz e contralto e baixo a segunda. Podem-se juntar instrumen-
tos nesta peça: violão, teclado, flauta doce soprano, flauta doce contralto,
violino, clarineta, trompetes. Uma pequena introdução e um interlúdio
instrumental também podem ser feitos. Como introdução podem ser exe-
cutados os primeiros dois e os últimos dois compassos; como interlúdio,
pode ser executada a segunda parte.
Raul Blum
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- Usica: Nestor Welzer, 1979
Arranjo: Raul Blum, 1999
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Seibert, W. Erní, coordena,-";.~=- ._ . :
Milênio. Porto Alegre C::--:: =
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participantes paradigmas
Como fruto do Simpósio estac~:
par.:: c :-,~:: c
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ela - mam. com ter - nu - ra: Dai gló - ria_a Deus lla_al- tu - ra
I
(1-3) A-
realização e, esperamos, muito ~.o :::::'
ela - mam a a de
• en leri -•
d~-
a,
gri- mor, paz e_har - mo - ni - a, que estão envolvidos na miss?:
Ca • StiS si - na_àJw - ma - ni - da - de. Nesta resenha serão aprese:-.:':-.: :.:
G
sio e algumas citações de 51..125 :; c:::~~::
leitores um pouco do muito que 'o: -; : .'e
livro.
f'
ia!
O capítulo 1 (pp. 9-21) apre<:ê:':~ ~ ]
bert da Escola Superior de Teolc:: ~ =:: T
siologia Luterana e Missões - I..,::'::. : o ::
cista aborda o desenvolvimen t_~:-.~ _. -=
maior na igreja do Ocidente aCCT::O:::: . .:::
era mais carismática, mas estrut.c.:C'. _
as para a missão desta mudanç2 :- e ~ - c::
-
<: -: •.. :
D'
Seibert, W. Emí, coordenador. A Missão de Deus diante de um Novo
."~_~=7-Jl
ie lu - - r Milênio. Porto Alegre, Concórdia Editora, 2000, 140 pp.
-
divulgação do evangelho. O conceito de igreja está claramente ligado com
~
RESENHA BIBLIOGRÁFICA ---------------- _
o evangelho" (p.15). Seibert conclui "chamando a atenção de que o con- dade evangelístic?, ':'2IC', :- . _
ceito luterano de igreja favorece em muito a divulgação da palavra de As maiores dificulcac2s 52 __ -'-
Deus e dos sacramentos e tem uma ênfase muito apropriada para uma congregação, na falta de >,.: ..> ' . -
igreja envolvida em missão, muito mais apropriada do que a ênfase insti- falta de materia.l ( -:::: -= .... "-
determinam ou limitam os métodos. Alguns querem levar as pessoas a instante ' tem pouco resrc:':: ,_:C ..
uma decisão a favor de Cristo. Outros proclamam a mensagem e esperam 'utilitarismo ' ... abandonou ,''':> ':: .
que Deus Espírito Santo, a seu tempo, faça a mensagem frutificar nos co- sensuada' ... O hedonismo ?< ::',2:' -
rações. Esses dois objetivos diferentes perpassam toda a literatura de evan- tI'd o d a VI'd a ... Interessa-lft2
" '.l' :=-:.: ::.'
gelização e a dividem na base" (p. 30). Antes de apresentar uma série de conferencista apresenta pist2:~ -; :, ••
métodos evangelísticos, ele faz o seguinte questioname.nto: "Nos últimos evangelizar o homem do ter:2.'· ::-:'
anos, surgiram no campo da evangelização pessoal diversos métodos que No capítulo 5 (pp, 63-7:=: .,
estão sendo usados também em nosso meio. Esses métodos nem sempre perior de Teologia da Igrei? E' 'I' ~~
estão de acordo com os ensinos da palavra de Deus e de nossas confissões. desenvolveu com profundi:: 2: _~:: : • -= u ::
Refiro-me especialmente ao Método Kennedy, Projeto Filipe, Evangelis- Mercado". Nosubtema !iReI::::.? :-.':,
mo Explosivo e ao material usado nas campanhas de Billy Graham e de apostólico já presenciamos 2.:::" . ::-:
Bill Brigth da Cruzada entre os universitários. Esses métodos apresentam pular com outras eruditas, :)2;-.:::- __:
problemas em sua abordagem e em sua terminologia" (p. 31). 64), misturam-se, ainda a, rel:z:.=
No capítulo 3 (pp. 42-53) o rev. Reinaldo M. Lüdke (coordenador naci- apresentação de algumas i?:'l·;.~c·:
onal do Programa de Evangelização e Mordomia da Igreja Evangélica para não corromper a religiã c ~2 :: :: __. .:
j
Luterana do Brasil - IELB), ao tratar do tema" A Prática Missionária - luterana com particular \'eem~:- =: =-= =
Desafios da Missão no Novo Milênio" (Parte 2: Desafio do missionário e do pensar teológico de Luter: -= ~
de sua congregação), aborda a prática missionária dos pastores da IELB: reino é o alvo. Há uma proL.l'._~:-:. '
"Constata-se, também, que, 11Ormalmente, não havia congregações diretamen- paganda eclesiástica" (p. 67 . ,:c,: .,', _
te envolvidas na expansão missionária, mas apenas o pastor e, especialmente, senta a atuação de Paulo em ,-'-, >::- :::
o Departamento de Missão da Igreja, que planejava o desenvolvimento e blico e no areópago. "No me;:-=:=:~
sustento da missão a partir de recursos financeiros vindos, em sua maio- car curiosidade. Em meio 2
ria, da Igreja-Mãe - Igreja Luterana - Sínodo de Missouri" (p. 43). Sobre a res, da propaganda e negoci?,ç?
realidade atual, o autor destaca as principais estratégias evangelísticas çar raÍzes. Não é como prod:.:t= 2:: .,:
usadas na IELB e menciona os resultados de uma pesquisa feita entre os as costumeiras vantagens e"e ·~' .::
ê'c
pastores: "Fica evidente que as maiores dificuldades não se concentram mento em prestações" (p. 69 ' E:'" ~ .. ' :
são cristã tem uma tarefa DrcIÉ.:.:.:', ~.
-
no pastor /missionário, na falta de experiência ou de vocação para a ativi-
'-::: a atenção de que o con- dade evangelística, nem nos métodos e estratégias ou no apoio da Igreja.
',;i','ulgação da palavra de As maiores dificuldades se concentram na falta de visão evangelística da
c u,'~to apropriada para uma congregação, na falta de recursos humanos e financeiros, bem como na
.:"~'~:dado que a ênfase insti- falta de material (folhetos, programas de treinamento) para a atividade
evangelística e na atuação das seitas" (p, 48).
"A Prática Missionária - O capítulo 4 (pp. 54-62) enfoca o tema "O Homem do Novo Milênio".
,-""prática no contexto pós- O rev. Carlos Nagel, da Argentina, destacou, dentre outras coisas, as ca-
,;: re\'. Horst Kuchenbecker, racterísticas marcantes do homem do terceiro milênio: "É um ser que se conce-
:'~;iculdade na compreensão be como parte de todos os aparatos e maquinarias que inventou. Crê que
~~?uma profunda divisão na não pode viver sem eles ... O homem do novo milênio sofre do vício da
:' : ~sos conteúdos e objetivos vertigem É o 'homo velox' ... O homem do terceiro milênio 'santifica o
" "-iuerem levar as pessoas a instante ' tem pouco respeito pela vida humana ... está dominado pelo
,:::-',3ma mensagem e esperam 'utilitarismo ' ... abandonou suas ideologias ... move-se numa 'ética C011.-
, :::-'Lensagemfrutificar nos co- sensuada' ... O hedonismo ao menor esforço e o consumismo como o sen-
-~?,:ntoda a literatura de evan- tido da vida ... Interessa-lhe o superficial" (pp. 58-59). A partir da p. 60, o
-=" de apresentar uma série de conferencista apresenta pistas para a prática missionária com o intuito de
- .2stioname;nto: "Nos últimos evangelizar o homem do terceiro milênio.
.>:'350211 diversos métodos que No capítulo 5 (pp. 63-75) o prof. Gottfried Brakemeier, da Escola Su-
Esses métodos nem sempre perior de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil,
:.2 Deus e de nossas confissões. desenvolveu com profundidade o tema "Mercado Religioso e Religião de
.. :-.-ly, Projeto Filipe, Evangelis- Mercado". No subtema "Religião no Mercado" é destacado que no tempo
~',~;anhasde
,
Billvo Graham e de apostólico já presenciamos a convivência de formas de religiosidade po-
~,Esses métodos apresentam pular com outras eruditas. Seguindo a lei da oferta e da procura (pp. 63-
'::::'.inologia" (p. 31). 64), misturam-se, ainda a religião e o negócio (conferir At 19.23ss). Na
- \1. Lüdke (coordenador naci- apresentação de algumas inibições luteranas, o autor ressaltou: "O cuidado
. _:·rdomia da Igreja Evangélica para não corromper a 'religião de mercado' talvez se encontre na tradição
::-:1121 "A Prática Missionária - luterana com particular veemência. De acordo com a índole teocêntrica
- '::e 2: Desafio do missionário e do pensar teológico de Lutero, é o próprio Deus o sujeito da missão e seu
.=3lonária dos pastores da IELB: reino é o alvo. Há uma profunda diferença, portanto, entre missão e pro-
:,' havia congregações diretamen- paganda eclesiástica" (p. 67). Ao discorrer sobre evangelho e mercado, apre-
, . ~>2naso pastor e, especialmente, senta a atuação de Paulo em Atenas em dois momentos: no mercado pú-
= '::' ~3.nejavao desenvolvimento e blico e no areópago. "No mercado, Paulo tinha conseguido apenas provo-
':'?nceiros vindos, em sua maio- car curiosidade. Em meio à algazarra geral dos vendedores e comprado-
" : :c' de Missouri" (p. 43). Sobre a res, da propaganda e negociação, o evangelho não tem condições de lan-
- ::;:,ais estratégias evangelísticas çar raízes. Não é como produto em busca de consumidor, oferecido com
, ~j,e uma pesquisa feita entre os as costumeiras vantagens a exemplo de descontos especiais ou de paga-
=: :iiiculdades não se concentram mento em prestações" (p. 69). Em sua conclusão, Brakemeier afirma: "Mis-
- ,:::"eiaou de vocação para a ativi- são cristã tem uma tarefa profética frente ao próprio mercado. Deve usá-
para ser norma de fé e vida para toda a humanidade". E prossegue acon- nã.o somos capazes de ~- ,_ :c. '"
selhando: "Com relação aos demais grupos cristãos que também estão ções de nutrir a fé dos cre:-::::, '.
, . ". d'a Igreja,
n11SSlOnana , pIe ..::.:..,>:' : ' :,,~'::
em missão ... que não os combatamos ... Tampouco desejo sugerir que se
trabalhe junto com eles na evangelização caindo em claras práticas uni 0- de educação teológicc," ';:' _.::_ . ".
educação teológica iorarn ::c'-' -:'. _
nistas" (p. 86).
O capítulo 7 (pp. 90-111) traz a conferência do prof. David Coles, da ca que colheu durante o :e,::~'
logia na Nigéria (Africa,
EST-ICSP, sob o tema "Missão e Contato com Outras Religiões". Conhe-
ele se movimenta em COrI', '::'
cer a história, os ensinamentos e as estratégias que as religiões não-cris-
defendem o "padrão únic:
tãs usam em sua expansão é um dos pontos principais na ação missioná-
teológica por extensão é cC':
ria das igrejas. Enfatizando a adoção do método dialógico entre cristãos
teológica e deveria ser conse': ~- ~, _
e adeptos de outras religiões, Coles se posiciona em sintonia com o pen-
samento do missiólogo Verkuyl que "depois de analisar os diversos ti- ja reflete sobre como prep,,::'2::' _. 2.-"
pos de religiões, observou que, apesar das diferenças, todos concordam Todos aqueles que FC·:'. -=:' =u :'.:-
que é preciso desenvolver o diálogo com pessoas de outras crenças. Na Internacional de Missão te.'::':-', .. '-.:'
tudos e a convivência tiT,'e:',,:c'. :: .'-'
verdade, o diálogo é visto como manifestação prática da teologia das
religiões" (p. 103). Apesar de ter apresentado uma análise profunda do Vale a pena confenr os te>::o~ :'= .r- -. ::::
tema, o conferencista confessou com humildade que o assunto lhe é "di- Novo Milênio - com public2:=:' -_.:"
fícil e complexo". nhol - e receber o mesmO' e~::::- _'
No capítulo 8 (pp. 112-129) o prof. Eugene W. Bunkowske, do Concor-
dia Theological Seminary, de Fort Wayne (USA), discorreu sobre o tema
"Educação Teológica e Missão". Após fazer uma avaliação histórica, des-
de os tempos do Antigo Testamento até a atualidade, o autor desenvolve
a tese por uma educação teológica holística, e conclui: "Educação teológi-
ca holística precisa ancorar a si mesma na compreensão fundamental que
as atividades de Deus, através de nós na igreja e na educação teológica,
são sempre missionárias. Se não são missionárias, não são atividades de
Deus ... A missão de Deus precisa ser a matriz que julga cada plano e ação
educacional... Além de ser holística e fundamentada na missão de Deus,
:::-=~~áriovoltar às fontes dr. Mattson expõe alguns dos princípios fundamentais que comprovam
sua tese: "A evangelização deve ser realizada por todo o povo de Deus. Se
-= ceCi as únicas entregues
não somos capazes de prover líderes congregacionais que tenham condi-
, E prossegue acon-
ções de nutrir a fé dos crentes de tal forma que eles sejam ativos na tarefa
~.~=,~que também estão
missionária da igreja, precisamos repensar o padrão de nossos programas
::. desejo sugerir que se de educação teológica" (p.131). A credibilidade de suas propostas para a
e::, claras práticas unio-
educação teológica foram testadas e comprovadas pela experiência práti-
ca que colheu durante o tempo em que foi missionário e professor de teo-
~= prof. David Coles, da
logia na Nigéria (África). A conclusão retrata bem o espírito com o qual
~ .:~ras Religiões". Conhe- ele se movimenta em torno do tema, isto é, não com fanatismo dos que
, :)e as religiões não-cris- defendem o "padrão único" na formação teológica, antes, "a educação
. ,::pais na ação missioná- teológica por extensão é uma opção significativa para prover educação
,'. jíalógico entre cristãos teológica e deveria ser considerada como uma alternativa, quando a igre-
:'? en1 sintonia com o pen-
ja reflete sobre como preparar homens para o ministério" (p. 140).
, .~::?,nalisar os diversos ti-
Todos aqueles que puderam participar diretamente deste Simpósio
'er2nças, todos concordam Internacional de Missão testemunharam o significado especial que os es-
.• c :?,~ de outras crenças. Na
tudos e a convivência tiveram para o seu trabalho na liderança da igreja .
. prática da teologia das Vale a pena conferir os textos na íntegra em A Missão de Deus diante de um
.:,m,aanálise profunda do
Novo Milênio - com publicação prevista, inclusive, em inglês e em espa-
.. :2 que o assunto lhe é "di- nhol - e receber o mesmo estímulo no trabalho missionário.
:-. ':. Bunkowske, do Concor-
_ discorreu sobre o tema
.=- ."'. :,
Ari Lange
.:.',2 avaliação histórica, des-
, - olidade, o autor desenvolve
:::,)nclui: "Educação teológi-
__
.',preensão fundamental que
.-e'?, e na educação teológica,
','ria.s, não são atividades de
==.:;,uejulga cada plano e ação
., :':'.2ntada na missão de Deus,
Vox CONCORDIANA
VOLUME 15 • NÍlMERO 2 • ANO 2000 117
Cllnc
SUPLE
PALAVRAAO LEITOR .
TRIBUNA
Y1inistério de Capelania Escolar:
Oportunizando o Acesso de Pessoas a ueu:::
Amo Bessel
ARTIGOS
Taxas e Outras Formas de Arrecadar
Paulo W. Buss
El Papel deI Pastor en Ia EducacÍón T
en el Contexto Missional .
Douglas L. Rutt
Pastor e os Doentes Terminais .
Vanderley M. Lange
LITURGIA
A Missa Alemã, de Lutem __
Programa de Páscoa: Vida Completae
Y1ÚSICA
CSP Homenageia Johann Sebastian Ba--
Raul Blum
Hino de quem Volta à Igreja _.
s Anjos Vão Cantando .
;{ESENHA BIBLIOGRÁFICA _
Rua Raul dos Santos Machado, 25 • Campo Limpo
CEP 05794-370' São Paulo' S. P.
Tel/Fax: (11) 5841-7259 Volume 15 •
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