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ALQUIMIA
A Alquimia é uma tradição antiga que combina elementos de química, física, astrologia,
arte, metalurgia, medicina, misticismo, e religião.
Existem três objetivos principais na sua prática.
Um deles é a transmutação dos metais inferiores em ouro, o outro a obtenção do Elixir
da Longa Vida, uma panacéia universal, um remédio que curaria todas as doenças e daria vida
eterna àqueles que o ingerissem.
Ambos estes objetivos poderiam ser atingidos ao obter a pedra filosofal, uma
substância mística que amplifica os poderes de um alquimista.
Finalmente, o terceiro objetivo era criar vida humana artificial, os homunculus. É
reconhecido que, apesar de não ter caráter científico, a alquimia foi uma fase importante na
qual se desenvolveram muitos dos procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram
utilizados pela química.
A alquimia foi praticada na Mesopotâmia, Egito Antigo, Mundo Islâmico, Pérsia, Índia,
Japão, Coréia e China, na Grécia Clássica, em Roma, e na Europa.
Alguns estudiosos da alquimia admitem que o Elixir da longa vida e a pedra filosofal são
temas simbólicos, que provêm de práticas de purificação espiritual, e dessa forma, não
poderiam ser considerados substâncias reais.
Há pesquisadores que identificam o elixir da longa vida como um líquido produzido pelo
próprio corpo humano, que teria a propriedade de prolongar indefinidamente a vida daqueles
que conseguissem realizar a chamada “Grande Obra”, tornando-se assim verdadeiros
alquimistas. Existem referências dessa substância desconhecida também na tradição da Yoga.
Símbolos Alquímicos
Embora alguns, influenciados pelo conhecimento científico moderno, atribuam à
alquimia um caráter de “proto-ciência”, devemos nos lembrar que ela tem mais de religião que
de ciência. Assim, ao contrário da ciência moderna que busca descobrir o novo, a alquimia
preocupava-se com os segredos do passado, e em preservar um suposto conhecimento antigo.
Parte desta confusão de tratar a alquimia como proto-ciência é conseqüência da
importância que, nos dias de hoje, se dá à alquimia física (que manipulava substâncias
químicas para obter novas substâncias), particularmente como precursora da química.
Esse trabalho irá falar do trabalho alquímico relacionado com os metais, que era
apenas uma metáfora para um trabalho espiritual . Torna-se mais clara a razão para ocultar
toda e qualquer conotação espiritual deste trabalho, na forma de manipulação de “metais”, se
nos lembrarmos que na Idade Média havia a possibilidade de ser acusado de heresia,
acabando por ser perseguido pela Inquisição da Igreja Católica.
Como ciência oculta, a alquimia reveste-se de um aspecto desconhecido, oculto e
místico. Muitos dos textos alquímicos, rebuscados e contraditórios, devem ser entendidos sob
esta perspectiva, mais interessados em esconder que em revelar.
A própria transmutação dos metais é um exemplo deste aspecto místico da alquimia.
Para o alquimista, o universo todo tendia a um estado de perfeição. Como, tradicionalmente, o
ouro era considerado o metal mais nobre, ele representava esta perfeição. Assim, a
transmutação dos metais inferiores em ouro representa o desejo do alquimista de auxiliar a
natureza em sua obra, levando-a a um estado de maior perfeição. A alquimia vem se
desenvolvendo nos tempos modernos. Portanto, a alquimia é uma arte filosófica, que busca ver
o universo de uma outra forma, encontrando nele seu aspecto espiritual e superior.
História
Alguns opinam que a palavra “alquimia” vem da expressão árabe “al Khen” ( الكيمياءou
الخيمي اءde raiz grega, “alkimya”), que significa “o país negro”, nome dado ao Egito na
antiguidade, e que é uma referência ao hermetismo, com o qual a alquimia tem relação. Outros
acham que está relacionado com o vocábulo grego “chyma”, que se relaciona com a fundição
de metais.
Podemos dividir a história da alquimia em dois movimentos independentes: a Alquimia
chinesa e a Alquimia Ocidental, esta última desenvolvendo-se ao longo do tempo no Egito (em
especial Alexandria), Mesopotâmia, Grécia, Roma, Índia, Mundo Islâmico, e Europa.
A alquimia chinesa estaria associada ao Taoísmo e parece ter evoluído quase ao
mesmo tempo que em Alexandria ou na Grécia. O seu principal objetivo era fabricar o elixir da
longa vida, que segundo eles, estava relacionado com fabricação do ouro, não havendo a
pedra filosofal e o homunculus, que trata-se de conceitos puramente ocidentais.
Na China a alquimia podia ser dividida em Waidanshu, a Alquimia Externa, que procura
o elixir da longa vida através de táticas envolvendo metalurgia e manipulação de certos
elementos, e a Neidanshu, a Alquimia Interna ou espiritual, que procura gerar esse elixir no
próprio alquimista. A alquimia chinesa foi perdendo força e acabou desaparecendo com o
surgimento do budismo. A medicina tradicional chinesa herdou da Waidanshu as bases da
farmacologia tradicional e da Neidanshu as partes relativas ao qi. Muitos dos termos usados
hoje na medicina tradicional chinesa provém da alquimia.
A filosofia védica também considera que há um vínculo entre a imortalidade e o ouro.
Esta ideia provavelmente foi adquirida dos gregos, quando Alexandre, o Grande invadiu a Índia
no ano325 a.C., e teria procurado a fonte da juventude. Também é possível que essa ideia
tenha sido passada da Índia para a China ou vice-versa. O Hinduísmo a primeira religião da
Índia, tem outras idéias de imortalidade, diferentes do elixir da longa vida.
No Egito Antigo a alquimia era considerada obra do deus Thoth, também conhecido por
Hermes Trismegistus, por isto o termo hermetismo esta associado à alquimia. Na cidade de
Alexandria, no Egito, a alquimia recebeu influência das filosofias gregas de Aristóteles e do
neoplatonismo.
Foi graças às campanhas de Alexandre, o Grande que a alquimia se disseminou em
todo o oriente. E foram os muçulmanos que a levaram novamente para a Europa, em razão da
conquista Islâmica da Península Ibérica, particularmente para Al-Andaluz ao redor do ano de
950. Assim, este florescimento da alquimia na península Ibérica durante a Idade Média está
relacionado a presença muçulmana na Europa neste período. Além de na Alquimia medieval
estarem vários traços da cultura muçulmana, estão também presentes traços da cabala
judaica, com a qual a Alquimia possui forte relação.
Durante a Idade Média muitos alquimistas foram julgados pela Inquisição, e
condenados à fogueira por alegado pacto com o diabo. Por isto, até os dias de hoje o enxofre,
material usado pelos alquimistas, é associado ao demônio. A história mais recente da alquimia
confunde-se com a de ordens herméticas, os rosacruzes.
A Pedra Filosofal
Os alquimistas tentavam produzir em laboratório a pedra filosofal (ou medicina
universal) a partir de matéria-prima mais grosseira. Com esta pedra seria possível obter a
transmutação dos metais e o Elixir da Imortalidade, que é capaz de prolongar a vida
indefinidamente. O trabalho relacionado com a pedra filosofal era chamado por eles de “A
Grande Obra”.
Alguns consideram que o trabalho de laboratório dos alquimistas medievais com os
“metais” era, na verdade, uma metáfora para a verdadeira natureza espiritual da alquimia.
Assim, a transformação dos metais em ouro pode ser interpretada como uma transformação de
si próprio, de um estado inferior para um estado espiritual superior. Outros consideram que as
operações alquímicas e a transmutação do operador ocorrem em paralelo; existem, ainda,
outras opiniões.
A pedra filosofal poderia não só efetuar a transmutação, mas também elaborar o Elixir
da Longa Vida, uma panaceia universal, que prolongaria a vida indefinidamente. Isto demonstra
as preocupações dos alquimistas com a saúde e a medicina. Vários alquimistas são
considerados precursores da moderna medicina, e entre eles destaca-se Paracelso.
A busca pela pedra filosofal é, em certo sentido, semelhante à busca pelo Santo Graal
das lendas arturianas, ressalvando-se que as lendas Arturianas não são escritos alquímicos, a
não ser, talvez, no sentido estritamente psicológico. Em seu romance “Parsifal”, escrito entre os
anos de 1210 e 1220, Wolfram von Eschenbach associa o Santo Graal não a um cálice, mas a
uma pedra que teria sido enviada dos céus por seres celestiais e teria poderes inimagináveis.
Também na cultura islâmica desempenha papel importante uma pedra, chamada Hajar el
Aswad, que é guardada dentro de uma construção chamada de Kaaba, considerada sagrada,
tornou-se em objeto de culto em Meca.
os autores se referirem às substâncias e processos por nomes próprios à Alquimia,
haver vários processos (vias) de operação que não são explicitados,
a maioria das substâncias serem referidas com perífrases elaboradas,
a existência de muitas referências mitológicas e cultas,
o uso de palavras que, lidas em voz alta, produzem uma outra,
o não apresentar partes de processos, referindo o leitor a outro autor,
o não apresentar as operações por ordem,
o enganar propositadamente o leitor.
Transmutação de metais inferiores em ouro. Objectivo secundário dos alquimistas
A própria palavra “hermético” sugere a dificuldade dos textos dos autores alquímicos.
Esta tem por causas
Em alguns casos (e.g. Mutus Liber, O Livro Mudo) a exposição é feita apenas, ou
predominantemente, por gravuras alegóricas. Escrito dessa maneira, até um livro de culinária
seria impenetrável em seu conteúdo. As finalidades deste obscurecimento eram proteger-se de
perseguições e não deixar os processos cair na via pública.
Qualificações habituais dos autores são o ser “caridoso”, se expõe os seus temas
corre(c)tamente, ou “invejoso” (cioso do seu conhecimento) se engana o leitor. Um autor pode
ser caridoso num trecho e invejoso noutro.
O Processo Alquímico
O processo alquímico é o principal trabalho dos alquimistas (frequentemente chamado
de “A Grande Obra”). Trata-se da manipulação dos metais, e da fabricação da pedra filosofal.
As matérias-primas do processo alquímico são, entre outros, o orvalho, o sal, o mercúrio e o
enxofre. De um modo geral, o processo alquímico é descrito de forma velada usando-se uma
complicada simbologia que inclui símbolos astrológicos, animais e figuras enigmáticas.
O orvalho é utilizado para umedecer ou banhar a matéria-prima. O sal é o dissolvente
universal. Os outros dois elementos, mercúrio e enxofre são as principais matérias-primas da
alquimia. O enxofre é o princípio fixo, ativo, masculino, que representa as propriedades de
combustão e corrosão dos metais. O mercúrio é o princípio volátil, passivo, feminino, inerte.
Ambos, combinados, formam o que os alquimistas descrevem como o “coito do Rei e da
Rainha”.
O sal, também conhecido por arsénico, é o meio de ligação entre o mercúrio e o
enxofre, muitas vezes associado à energia vital, que une corpo e alma.
A linguagem dos textos alquímicos com frequência faz uso de imagens sexuais. E não
é muito incomum que a ligação de elementos seja comparada a um “coito”. Normalmente este
casamento é associado à morte, e é representado, com frequência, ocorrendo dentro de um
sarcófago.
Enquanto a união de ambos os elementos é representada por um “casamento” ou
“coito”, o combate entre o enxofre e o mercúrio, entre o fixo e o volátil, entre o masculino e o
feminino é comumente representado pela luta entre o dragão alado e o dragão áptero.
Também é muito frequente o uso de símbolos da astrologia na linguagem alquímica.
Associam-se os planetas da astrologia com os elementos da seguinte forma:
Sol com o ouro
A Lua com a prata
Mercúrio com mercúrio
Vênus com o cobre
Marte com o ferro
Júpiter com estanho
Saturno com chumbo
Os alquimistas acreditavam que o mundo material é composto por matéria-prima sob
várias formas, as primeiras dessas formas eram os quatro elementos (água, fogo, terra e ar),
divididos em duas qualidades: Húmido (que trabalhava prinipalmente com o orvalho) ou Seco,
Frio ou Quente. As qualidades dos elementos e suas eminentes proporções determinavam a
forma de um objeto, por isso, os alquimistas acreditavam ser possível a transmutação:
transformar uma forma ou matéria em outra alterando as proporções dos elementos através
dos processos de destilação, combustão, aquecimento e evaporação.
Exemplo de um processo alquímico.
Os alquimistas também associavam animais com os elementos, por exemplo,
normalmente, o unicórnio ou o veado é usado para representar o elemento terra, o peixe para
representar a água, pássaros para o ar, e a salamandra o fogo. Também haviam símbolos para
outras substâncias, por exemplo, o sal é normalmente representado por um leão verde. O
corvo simboliza a fase de putrefação do processo alquímico, que assume uma cor negra.
Enquanto que um tonel de vinho representa a fermentação, fase muito freqüentemente citada
pelos alquimistas no processo alquímico.
Segundo os alquimistas a matéria passaria por quatro estágios principais, que por
vezes, também ter significado espiritual:
Nigredo: ou Operação Negra, é o estágio em que a matéria é dissolvida e putrefacta
(associada ao calor e ao fogo);
Albedo: ou Operação Branca, é o estágio em que a substância é purificada (associada à
ablução com Aquae Vitae, à luz da lua, feminina e à prata);
Citrinitas: ou Operação Amarela, é o estágio em que se opera a transmutação dos metais,
da prata em ouro, ou da luz da lua, passiva, em luz solar, activa;
Rubedo: ou Operação Vermelha, é o estágio final, em que se produz a Pedra Filosofal – o
culminar da obra ou do casamento alquímico.
Os processos apresentam perigo real de explosão (algumas composições resultam em
reações violentas, que se aproximam da pólvora), queimaduras (temperatura próximas
dos1000 °Ce quase sempre acima dos100 °C, ácidos e bases fortes), envenenamento (gases)
e toxicidade por metais (Mercúrio, Antimónio, Chumbo). Os perigos psicológicos são também
reais, em consequência de trabalho excessivo, concentração prolongada, frustração repetida,
falta de repouso, por vezes isolamento, estímulos à imaginação, etc.
O Homunculus
Talvez uma das mais interessantes idéias dos alquimistas seja a criação de vida
humana a partir de materiais inanimados. Não se pode duvidar da influência que a tradição
judaica teve neste aspecto, pois na cabala existe a possibilidade de dar vida a um ser artificial,
o Golem.
O conceito do homúnculo (do latim, homunculus, pequeno homem) parece ter sido
usado pela primeira vez pelo alquimista Paracelsus para designar uma criatura que tinha cerca
de12 polegadasde altura e que, segundo ele, poderia ser criada por meio de sémen humano
posto em uma retorta hermeticamente fechada e aquecida em esterco de cavalo durante 40
dias. Então, segundo ele, se formaria o embrião. Outro Alquimista famoso que tentou criar
homúnculus foi Johanned Konrad Dippel, que utilizava técnicas bizarras como fecundar ovos
de galinha com sêmen humano e tapar o orifício com sangue de menstruação.
É possível que o homúnculo seja quer uma alegoria, quer uma interpretação demasiado
literal das imagens alegóricas alquímicas respeitantes à criação, pela Arte, de novas entidades
minerais, sejam elas objectivos finais ou intermédios. Essas imagens comportam, muitas
vezes, a representação de um ser emblemático, humano, animal ou quimérico, numa retorta.
5 ELEMENTOS – 4 ESTAÇÕES
O mundo real era considerado como o resultado de uma situação em que nenhuma das
forças era vencedora.Os quatro elementos, sempre presentes em qualquer corpo, apareciam
combinados parcialmente podendo então representar as situações naturais que ocorrem na
natureza, como rios, vulcões e demais objetos.Por exemplo, considerava que o osso era
composto de duas partes de terra, duas de água e quatro de fogo.
Um aspecto interessante de sua teoria da matéria era que nada é criado e nada é
destruido mas tudo se transforma dependendo da relação uns com os outros dos quatro
elementos básicos constituintes.Esta idéia de conservação da matéria só voltou a ser afirmada
por Lavoisier cerca de dois mil e duzentos anos mais tarde com o aparecimento da química.
O filósofo e fisiolologista Empedocles (490a.C.-430 a.C) considerava que a matéria era
conbsituida por esses quatro elementos e podiam ser submetidas ao amor, para uní-los e a
discordia, para separá-los.
O alquimista Frances, Francis Barret colocava que os quatro elementos, formam a
base original de todas as coisas, compondo o corpo não por aglutinação, mas por
transformação e união.
Os elementos podem ser transformados um no outro. Se a Terra é por demais irrigada,
dissolve-se transformando-se em líquido ( Água ) . A Água endurecida e condensada
transforma-se em Terra. Quando a àgua é evaporada por aquecimento, transforma-se em Ar.
Se a àgua é queimada, transforma-se em Fôgo. O Fogo quando se apaga vira Terra, e assim
vai seguindo, nada perdendo e sim se transformando.
Platão atribuiu tres qualidades a cada Elemento. Ao Fogo; fluidez, claridade,
mobilidade. À Terra; escuridão, densidade e imobilidade. O ar recebe do Fogo fluidez e
mobilidade, da Terra escuridão. A àgua recebe da Terra escuridão e densidade e do Fogo,
mobilidade.
Hermes dizia que o Fogo é ilimitado e invisível. Interpenetra todas as coisas, espalha-
se pelo Céu e é reluzente nos infernos. Encontra-se nas pedras, extraídos por um golpe com
metal, na Terra quando ao ser escavada solta fumaça, na Água aquecendo as fontes, no mar
que esquenta ao ser agitado pelos ventos, no ar que queimamos. Todos os animais e criaturas
vivem devido ao calor.
Na Terra estão contidas as sementes, as virtudes germinativas de todas as coisas e,
portanto a Terra é animal, vegetal e mineral. Fertilizada pelos outros elementos e pelo Céu, a
Terra faz nascer dela mesma a abundância e todas as coisas, encerra grandes segredos.
À Água, continua Platão, é uma virtude germinal de todas as coisas, sem ela nenhuma
erva ou planta pode brotar. Especialmente os animais, cujo sêmem é de origem aquosa.
O Ar é um Espírito Vital que permeia todos os seres, dando vida e substância a todas
as coisas. Recebe dentro de sí a influência de corpos celestes, recebe a essência de todas as
coisas naturais e artificiais, fornece matéria para diferentes sonhos e adivinhações.
Na Astrologia, os elementos simbolizam uma função psíquica. Fogo, percepção, que
significa perceber o que ocorre ao seu lado sem necessidade de raciocínio; Terra, sensação,
sentir o que acontece na vida e como suportar esses acontecimentos; Ar, pensamento,
comunicar e analisar seus pensamentos; Água, sentimento, como lidar com os sentimentos e
emoções.
Os doze signos do zodíaco são divididos em quatro temperamentos:
· Signos de Fogo : ardentes, românticos, espontâneos, auto-suficientes
· Signos de Terra : práticos, conservadores, sensuais, prudentes e realistas
· Signos de Ar : comunicadores, idealistas, sem preconceitos
· Signos de Água : emocionais, intuitívos, sensíveis, profundos.
Tanto na astrologia como na medicina chineza são considerados 5 Elementos Básicos
da Natureza. Entre eles existem uma relação de geração e dominação, onde se encaixam
todas as manifestações do Universo.
A teoria dos 5 Elementos considera o Universo formado pelo movimento e
transformação dos 5 Princípios representdos por : Madeira – Fogo – Terra – Metal – Água.
Segundo a Lei de Geração:
· A Madeira por sua combustão gera o Fogo. Portanto a Madeira é mãe do Fogo.
· Quando o Fogo cessa as cinzas são incorporadas a Terra. Portanto o Fogo é a mãe da
Terra.
· Dentro da terra achamos os metais. Portanto a Terra é mãe do Metal.
· É dos Metais e das rochas que brotam as fontes de Água. Portanto o Metal é mãe da
Água.
· A Água dá vida aos vegetais gerando a Madeira. Portanto a Água é Mãe da Madeira.
· Outro relacionamento é o da inibição, restrição e controle. A Lei da Dominação:
· A Madeira, através das raízes e vegetais, inibe a Terra.
· A Terra represa e absorve a Água.
· A Água apaga o Fogo.
· O Fogo derrete o Metal.
· O Metal corta a Madeira.
Os 5 Elementos chineses se correspondem com pontos cardeais, orgãos e vísceras,
sentimentos, sabores, cores, alimentos, clima, enfim todas as manifestações do Universo. É um
dos principais princípios do Tao, um completo sistema filosófico/metafísico chinês, inspirado
por Lao Tsé, que entrevê e descreve O Caminho para alcançar seu próprio fim. O Tao foi
escrito 600 anos a.C. É o xamanismo chinês.
Leia um dos trechos do Livro de Ouro da Medicina Chineza”Ney Ching” :
O princípio Yin e Yang – os elementos masculino ef feminino da Natureza – é o
princípio básico de todo o Universo. É o princípio de tudo quanto existe na Criação. Efetua a
transformação para a paternidade; é a raiz e a fonte da vida e da morte, e também se encontra
nos tempos dos deuses.
A Natureza tem quatro estações e cinco elementos. A fim de proporcionarem uma
longa vida, as 4 estações e os 5 elementos acumulam o poder da criação existente no frio
(água), no calor (fogo), na secura excessiva(metal), na umidade(terra) e no vento(madeira).
A doutrina dos 5 elementos tem uma importância igual à do Yin/Yang. Entre eles existe
uma relação de geração e dominação, onde se encaixam todas as manifestações do Universo.
A teoria dos 5 elementos considera o Universo, formado pelo movimento e transformação dos
mesmos.
Respondendo diretamente sua pergunta com relação a “Ação” dos 5 elementos :
Madeira : Movimento Fogo : Expansão Terra : Distribuição Metal : Interiorização Água :
Concentração
Segundo a Cronobiologia Chineza,o elemento Madeira (primavera) possui a
capacidade de pôr em movimento, de dar nascimento. O elemento Fogo (verão) significa o
movimento de expansão. Ele tem a tendência de espalhar o que recebeu da Madeira. O papel
da Terra (veranico) se situa em dois níveis. De uma parte ela tem um lugar central e serve
como intermediária entre duas mutações, então ela distribui. Sua ação culmina entre o fim do
verão e o começo do outono (chamado de veranico). O Metal (outono), corresponde a idéia de
recolhimento (interiorização) ou interação. Sai da parte mais Yang(verão) para se dirigir para a
parte mais Yin (inverno). O Metal contém a idéia de ajuntar, coletar. O Elemnto Água (Inverno),
corresponde ao máximo de Yin, na concentração, da qual vai renascer Yang que se dirige para
a Madeira.
A Doutrina dos 5 Elementos estuda os movimentos cíclicos do mundo.
As forças elementais buscam expressar-se de 3 formas no ciclo de atividade.
1. O Caminho de Criação e Iniciação
2. O Caminho de Preservação ou Consolidação
3. O Caminho de Transição ou Mudança
O primeiro estágio do ciclo de atividade é a iniciação. Eles pegam coisas para
aplicarem energia. ( Fogo) O segundo estágio é para assegurar que o início está indo de forma
segura e permanente, tem que ter um bom início para ser consolidado. A estabilidade da Terra
é aplicada.
A ação do Fogo na sólida Terra, produz gases ( Ar ) que através da condensação,
torna-se Água. Então a mistura desses dois estágios iniciais produzem mudança.
O terceiro estágio, então, é Mudança, ou a transição de uma condição para a outra..
Agua, portanto, acompanha o ar neste ciclo de geração.
A sequência dos Elementos neste ciclo de geração com a roda é o seguinte : Fogo,
Terra, Ar e Água, e a sequencia dos tres caminhos de expressão é Criando – Consolidando e
Mudando. Cada elemento busca, portanto, expressão em cada um dos tres caminhos, através
de uma sequência de geração em sincronia com os 12 segmentos de tempo da Terra na Roda
Medicinal, e também são as 12 expressões de personalidade.
O Fogo busca expressão por meio das idéias, por iniciar novas idéias, consolidando e
aceitando idéias, e por fazer mudanças nas idéias e encontrar refresco nas circunstâncias.
O Ar busca expressão por meio da comunicação, por colocar numa forma aquilo que já
está sendo comunicado e por mudar os métodos de comunicação.
A Água busca expressão por meio dos ideais, por formular e estabelece-los ou por
modifica-los para ajustá-los aos tempos.
A Terra busca expressão por meio do trabalho, e nos tres caminhos de atividade pelo
trabalho de iniciação, por completar um trabalho, ou por mudar a forma de trabalho.
http://www.xamanismo.com.br/Universo/SubUniverso1193136728
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OS NÚMEROS
Você já usou muitas vezes os números, mas será que já parou para pensar sobre:
Para descobrir sobre a origem dos números, precisamos mergulhar um pouco da história
humana e entender os motivos religiosos desses criadores. Na verdade, desconhecemos
qualquer outro motivo que tenha gerado os números.
Os historiadores são auxiliados por diversas descobertas, como o estudo das ruínas de
antigas civilizações, estudos de fósseis, o estudo da linguagem escrita e a avaliação do
comportamento de diversos grupos étnicos desde o princípio dos tempos.
Olhando ao redor, observamos a grande presença dos números.
Quanto mais voltarmos na história, veremos que menor é a presença dos números.
O Início do processo de contagem
Os homens primitivos não tinham necessidade de contar, pois o que necessitavam para
a sua sobrevivência era retirado da própria natureza. A necessidade de contar começou com o
desenvolvimento das atividades humanas, quando o homem foi deixando de ser pescador e
coletor de alimentos para fixar-se no solo.
O homem começou a plantar, produzir alimentos, construir casas, proteções,
fortificações e domesticar animais, usando os mesmos para obter a lã e o leite, tornando-se
criador de animais domésticos, o que trouxe profundas modificações na vida humana.
As primeiras formas de agricultura de que se tem notícia, foram criadas há cerca de dez
mil anos na região que hoje é denominada Oriente Médio.
A agricultura passou então a exigir o conhecimento do tempo, das estações do ano e
das fases da Lua e assim começaram a surgir as primeiras formas de calendário.
No pastoreio, o pastor usava várias formas para controlar o seu rebanho. Pela manhã,
ele soltava os seus carneiros e analisava ao final da tarde, se algum tinha sido roubado, fugido,
se perdido do rebanho ou se havia sido acrescentado um novo carneiro ao rebanho. Assim eles
tinham a correspondência um a um, onde cada carneiro correspondia a uma pedrinha que era
armazenada em um saco.
No caso das pedrinhas, cada animal que saía para o pasto de manhã correspondia a
uma pedra que era guardada em um saco de couro. No final do dia, quando os animais
voltavam do pasto, era feita a correspondência inversa, onde, para cada animal que retornava,
era retirada uma pedra do saco. Se no final do dia sobrasse alguma pedra, é porque faltava
algum dos animais e se algum fosse acrescentado ao rebanho, era só acrescentar mais uma
pedra. A palavra que usamos hoje, cálculo, é derivada da palavra latina calculus, que significa
pedrinha.
A correspondência unidade a unidade não era feita somente com pedras, mas eram
usados também nós em cordas, marcas nas paredes, talhes em ossos, desenhos nas cavernas
e outros tipos de marcação.
Os talhes nas barras de madeira, que eram usados para marcar quantidades,
continuaram a ser usados até o século XVIII na Inglaterra. A palavra talhe significa corte. Hoje
em dia, usamos ainda a correspondência unidade a unidade.
Representação numérica
Com o passar do tempo, as quantidades foram representadas por expressões, gestos,
palavras e símbolos, sendo que cada povo tinha a sua maneira de representação.
A faculdade humana natural de reconhecimento imediato de quantidades se resume a,
no máximo, quatro elementos. Este senso numérico que é a faculdade que permite reconhecer
que alguma coisa mudou em uma pequena coleção quando, sem seu conhecimento direto, um
objeto foi tirado ou adicionado, à coleção.
O senso numérico não pode ser confundido com contagem, que é um atributo
exclusivamente humano que necessita de um processo mental.
“Distingüimos, sem erro e numa rápida vista um, dois, três e mesmo quatro elementos.
mas aí para nosso poder de identificação dos números.” História Universal dos Algarismos”,
Georges Ifrah.
Temos também, alguns animais, ditos irracionais, como os rouxinóis e os corvos, que
possuem este senso numérico onde reconhecem quantidades concretas que vão de um até
três ou quatro unidades. Existe um exemplo célebre sobre um corvo que tinha capacidade de
reconhecer quantidades.
Curiosidade: Um fazendeiro estava disposto a matar um corvo que fez seu ninho na
torre de observação de sua mansão. Por diversas vezes, tentou surpreender o pássaro, mas
em vão: à aproximação do homem, o corvo saía do ninho. De uma árvore distante, ele
esperava atentamente até que o homem saísse da torre e só então voltava ao ninho. Um dia, o
fazendeiro tentou um ardil: dois homens entraram na torre, um ficou dentro e o outro saiu e se
afastou. Mas o pássaro não foi enganado: manteve-se afastado até que o outro homem saísse
da torre. A experiência foi repetida nos dias subsequentes com dois, três e quatro homens,
ainda sem sucesso. Finalmente, foram utilizados cinco homens como antes, todos entraram na
torre e um permaneceu lá dentro enquanto os outros quatro saíam e se afastavam. Desta vez o
corvo perdeu a conta. Incapaz de distinguir entre quatro e cinco, voltou imediatamente ao
ninho.
O ábaco
O ábaco, em sua forma geral, é uma moldura retangular com fileiras de arame, cada
fileira representando uma classe decimal diferente, nas quais correm pequenas bolas
No princípio, os sistemas de numeração não facilitavam os cálculos, logo, um dos
instrumentos utilizados para facilitar os cálculos foi o ábaco muito usado por diversas
civilizações orientais e ocidentais. No Japão, o ábaco é chamado de soroban e na China de
suánpan, que significa bandeja de calcular.
Notação Posicional
O sistema de numeração posicional indiano surgiu por volta do século V. Este princípio
de numeração posicional já aparecia nos sistemas dos egípcios e chineses.
No sistema de numeração indiana não posicional que aparece no século I não existia a
necessidade do número zero.
Notação (ou valor) posicional é quando representamos um número no sistema de
numeração decimal, sendo que cada algarismo tem um determinado valor, de acordo com a
posição relativa que ele ocupa na representação do numeral.
Mudando a posição de um algarismo, estaremos alterando o valor do número. Por
exemplo, tomemos o número 12. Mudando as posições dos algarismos teremos 21.
12 = 1 × 10 + 2
21 = 2 × 10 + 1
O zero foi o último número a ser inventado e o seu uso matemático parece ter sido
criado pelos babilônios. Os documentos mais antigos conhecidos onde aparece o número zero,
não são anteriores ao século III antes de Cristo. Nesta época, os números continham no
máximo três algarismos.
Um dos grandes problemas do homem começou a ser a representação de grandes
quantidades. A solução para isto foi instituir uma base para os sistemas de numeração. Os
numerais indo-arábicos e a maioria dos outros sistemas de numeração usam a base dez, isto
porque o princípio da contagem se deu em correspondência com os dedos das mãos de um
indivíduo normal.
Na base dez, cada dez unidades é representada por uma dezena, que é formada pelo
número um e o número zero: 10.
A base dez já aparecia no sistema de numeração chinês.
Os sumérios e os babilônios usavam a base sessenta.
Alguma vez você questionou sobre a razão pela qual há 360 graus em um círculo? Uma
resposta razoável é que 360=6×60 e 60 é um dos menores números com grande quantidade
de divisores, como por exemplo:
D(60) = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 12, 15, 20, 30, 60}
Os indianos reuniram as diferentes características do princípio posicional e da base dez
em um único sistema numérico. Este sistema decimal posicional foi assimilado e difundido
pelos árabes e por isso, passou a ser conhecido como sistema indo-arábico.
Nosso sistema de numeração retrata o ábaco. Em cada posição que um número se
encontra seu valor é diferente.
Conclusão
Os números são símbolos que a principio vieram para organizar, comparar e somente
com a criação do comercio foi utilizado como forma de calculo. Os números são precursores
das letras e da fala
Vejamos o número um ele é como uma simples reta, designando assim uma unidade,
podemos observar também que os números tem uma forte relação com as figuras geométricas.
É assim também que se simboliza o número dois que é composto de duas retas,
formando um ângulo agudo, Na seqüência temos o número três que contem três retas que
fechadas formam um triângulo, o quatro também segue esta rotina, que só será quebrada do
número cinco em diante que é onde se fortificam e se mistificam os símbolos, são umas séries
de elementos “gramas” (pentagrama, hexagrama, etc.).
Porém o número mais curioso é aquele que é neutro e não contém valor algum. Será
mesmo ele assim?
O número zero é o número que é inicio e fim. Ele é fim quando acabam os números
negativos e inicio quando começam os positivos.
O número zero é simbolizado por um circulo, e o circulo é assim, não tem principio e
nem fim
É como a figura de Oroboros, que veremos a seguir, ou do próprio infinito, onde muitos
acreditam serem dois infinitos, ou até mesmo, dois lados do infinito interligados, um que seria o
mundo existencial e outro que seria o espiritual, e que assim em nossa jornada caminhamos
por estes dois mundos.
Todo circulo é em si infinito, mesmo havendo ponto de partida e chegada, explica-se,
tome como ponto de partida o local onde você reside, viagem em linha reta pelo mundo, cruze
o globo e retorne pelo outro lado. Sentiu o infinito? Pois é, ele nunca acaba, mesmo chegando
ao ponto onde partiu, daria-se assim outro inicio, outra jornada.
São assim também as coisas do mundo elas tem um fim, mas não definitivo, porque
todo fim, na verdade é um recomeço. E é esse o recado, o enigma que nos passa o número
zero, a figura do círculo, oroboros, infinito ou seja lá qual outro nome ele receber.
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/numeros/numeros.htm
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SOLSTÍSIO E EQUINÓCIO
As estações do ano existem devido à inclinação do eixo terrestre (de aproximadamente 23027′)
em relação ao plano da órbita da Terra ao redor do Sol, e ao movimento de translação da Terra
ao redor do Sol.
Observe a figura abaixo:
Solstícios de Inverno
Solstício de inverno é um fenômeno astronômico usado para marcar o inicio do inverno. Ocorre
normalmente entorno do dia 22 de dezembro no hemisfério norte, e 21 de junho no hemisfério
sul.
Esta data também era de grande importância para diversas culturas antigas, que de um modo
geral à associavam simbolicamente às aspectos como o nascimento ou renascimento.
A palavra solstício vem do latin sol (sol), e sistere (que não se move).
O solstício de inverno ocorre quando o sol atinge a maior distancia angular em relação ao plano
que passa pela linha do equador. Embora sua data não seja a mesma em todos os anos, pode-
se dizer que no hemisfério sul ocorre entorno do dia 21 de junho, e no hemisfério norte, entorno
do dia 22 de dezembro.
Esse momento não é fixo no calendário gregoriano em função do ano tropical da terra não ser
um múltiplo exato de dias.
Equinócio
Em astronomia, equinócio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, em sua órbita
aparente (como vista da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre
projetada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto onde a eclíptica cruza o equador
celeste.
A palavra equinócio vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa “noites iguais”,
ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. Ao medir a duração do dia, considera-
se que o nascer do Sol (alvorada ou dilúculo) é o instante em que metade do círculo solar está
acima do horizonte e o pôr do Sol (crepúsculo ou ocaso) o instante em que o círculo solar
encontra-se metade abaixo do horizonte. Com esta definição, o dia e a noite durante os
equinócios têm igualmente 12 horas de duração.
Os equinócios ocorrem nos meses de março e setembro e definem as mudanças de estação.
No hemisfério norte a primavera inicia em março e o outono em setembro. No hemisfério sul é
o contrário, a primavera inicia em setembro e o outono em março.
As datas dos equinócios variam de um ano para outro devido aos anos tropicais (o período
entre dois equinócios de março) não terem exatamente 365 dias, fazendo com que a hora
precisa do equinócio varie ao longo de um período de dezoito horas, que não encaixa
necessariamente no mesmo dia. O ano trópico é um pouco menor que 365 dias e 6 horas.
Assim, num ano comum, tendo 365 dias e portanto mais curto, a hora do equinócio é cerca de
seis horas mais tarde que no ano anterior. Ao longo de cada sequência de três anos comuns,
as datas tendem a adiantar-se um pouco menos de seis horas a cada ano. Entre um ano
comum e o ano bissexto seguinte há um aparente atraso devido à intercalação do dia 29 de
fevereiro.
Também se verifica que a cada ciclo de quatro anos os equinócios tendem a atrasar-se. Isto
implica, que ao longo do mesmo século, as datas dos equinócios tendem a ocorrer cada vez
mais cedo. Assim, no século XXI só houve dois anos em que o equinócio de março aconteceu
no dia 21 (2003 e 2007); nos demais, o equinócio tem ocorrido em 20 de março. Prevê-se que,
por volta do ano 2040, passe a haver anos em que o equinócio aconteça no dia 19. Esta
tendência só irá desfazer-se no fim do século, quando houver uma sequência de sete anos
comuns consecutivos (2097 a 2103), em vez dos habituais três.
Devido à órbita da Terra, as datas em que ocorrem os equinócios não dividem o ano em um
número igual de dias. Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio)
viaja mais velozmente do que quanto está mais longe (afélio).
Referências Culturais
Em várias culturas nórdicas ancestrais, o equinócio da primavera era festejado com
comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com a Páscoa da
religião cristã.
As Estações
A Primavera é a estação do ano que se segue ao Inverno e precede o Verão. É tipicamente
associada ao reflorescimento da flora e da fauna terrestres. A Primavera do hemisfério norte é
chamada de “Primavera boreal”, e a do hemisfério sul é chamada de “Primavera austral”. A
“Primavera boreal” tem início, no Hemisfério Norte, a 20 de Março e termina a 21 de Junho. A
“Primavera austral” tem início, no Hemisfério Sul, a 23 de Setembro e termina a 21 de
Dezembro.
Do ponto de vista da Astronomia, a primavera do hemisfério sul inicia-se no equinócio de
Setembro e termina no solstício de Dezembro, no caso do hemisfério norte inicia-se no
equinócio de Março e termina no solstício de Junho.
Como se constata, no dia do equinócio o dia e a noite têm a mesma duração. A cada dia que
passa, o dia aumenta e a noite vai encurtando um pouco, aumentando, assim, a insolação do
hemisfério respectivo.
Estas divisões das estações por equinócios e solstícios poderão ser fonte de equívocos, mas
deve-se levar em conta a influência dos oceanos na temperatura média das estações. Na
Primavera do hemisfério sul, os oceanos meridionais ainda estão frios e vão aos poucos
aquecendo, fazendo a Primavera ter temperaturas amenas ao longo da estação.
O Verão é uma das quatro estações do ano. Neste período, as temperaturas permanecem
elevadas e os dias são longos. Geralmente, o verão é também o período do ano reservado às
férias. O Verão do hemisfério norte é chamado de “Verão boreal”, e o do hemisfério sul é
chamado de “Verão austral”. O “Verão boreal” tem início com o solstício de Verão do
Hemisfério Norte, que acontece cerca de 21 de Junho, e finda com o equinócio de Outono
nesse mesmo hemisfério, por volta de 23 de Setembro. O “Verão austral” tem início com o
solstício de Verão do Hemisfério Sul, que acontece cerca de 21 de Dezembro, e finda com o
equinócio de Outono, por volta de 20 de Março nesse mesmo hemisfério.
Nos tempos primitivos, era comum dividir o ano em cinco estações, sendo o verão dividido em
duas partes: o verão propriamente dito, de tempo quente e chuvoso (geralmente começava no
fim da primavera), e o estio, de tempo quente e seco — palavra da qual deriva o termo
“estiagem”. Atualmente, usa-se a palavra “estio” como sinônimo raro para verão.
O Outono é a estação do ano que sucede ao Verão e antecede o Inverno. É caracterizado por
queda na temperatura , (excepto nas regiões próximas ao equador) e pelo amarelar das folhas
das árvores, que indica a passagem de estações. O Outono do hemisfério norte é chamado de
“Outono boreal”, e o do hemisfério sul é chamado de “Outono austral”. O “Outono boreal” tem
início, no Hemisfério Norte, a 21 de Setembro e termina a 21 de Dezembro. O “Outono austral”
tem início, no Hemisfério Sul, a 20 de Março e termina a 20 de Junho.
Inverno é uma das quatro estações do ano nas zonas temperadas. O inverno do hemisfério
norte é chamado de “inverno boreal”, e o do hemisfério sul é chamado de “inverno austral”. O
“inverno boreal” tem início com o solstício de inverno no hemisfério norte, que ocorre por volta
de 21 de dezembro, e termina com o equinócio de primavera, que acontece perto de 21 de
março nesse mesmo hemisfério. O “inverno austral” tem início com o solstício de inverno no
hemisfério sul, que ocorre por volta de 21 de junho, e termina com o equinócio de primavera,
que acontece perto de 23 de Setembro nesse mesmo hemisfério.
Engloba parte dos meses de Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março no hemisfério norte, e
Junho, Julho, Agosto e Setembro no hemisfério sul.
Acontece porque os raios solares incidem praticamente perpendicularmente no hemisfério onde
acontece o verão e consequentemente, tem uma incidência tangencial no hemisfério oposto.
http://penta.ufrgs.br/edu/telelab/mundo_mat/malice3/solst.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio_de_Inverno
http://pt.wikipedia.org/wiki/Equin%C3%B3cio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Primavera
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ver%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Outono
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inverno
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OUROBOROS
Ouroboros (ou oroboro ou ainda uróboro) é um símbolo representado por uma serpente, ou um
dragão, que morde a própria cauda. É um símbolo para a eternidade. Está relacionado com a
alquimia, que é por vezes representado como dois animais míticos, mordendo rabo um ao
outro.. É possível que o símbolo matemático de infinito tenha tido sua origem a partir desta
imagem.
Segundo o Dictionnaire des symboles o ouroboros simboliza o ciclo da evolução voltando-se
sobre si mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, auto fecundação e,
em consequência, eterno retorno.
Albert Pike, em seu livro, Morals and Dogma [p. 496], explica: “A serpente, enrolada em um
ovo, era um símbolo comum para os egípcios, os druidas e os indianos. É uma referência à
criação do universo”.
A forma circular do símbolo permite ainda a interpretação de que a serpente figura o mundo
infernal, enquanto o mundo celeste é simbolizado pelo círculo.
Noutra interpretação, menos maniqueísta, a serpente rompe uma evolução linear, ao morder a
cauda, marcando uma mudança, pelo que parece emergir num outro nível de existência,
simbolizado pelo círculo.
Para alguns autores, a imagem da serpente mordendo a cauda, fechando-se sobre o próprio
ciclo, evoca a roda da existência. A roda da existência é um símbolo solar, na maior parte das
tradições. Ao contrário do círculo, a roda tem certa valência de imperfeição, reportando-se ao
mundo do futuro, da criação contínua, da contingência, do perecível.
O ouroboros costuma ser representado pelo círculo. O que parece indicar, além do perpétuo
retorno, a espiral da evolução, a dança sagrada de morte e reconstrução.
Pode-se referir que o ouroboros, ou símbolos semelhantes, constam de obras alquímicas, nas
quais significa “alimenta este fogo com fogo, até que se extinga e obterás a coisa mais estável
que penetras todas as coisas, e um verme devorou o outro, e emerge esta imagem”. Isto, após
uma fase em que pela separação se divide o um em dois, que contém em si mesmo o três e o
quatro, “… é um fogo que consome tudo, que abre e fecha todas as coisas”.
Registre-se ainda, na tentativa de avançar pistas para a raiz etimológica da palavra
“ouroboros”, que em copta “ouro” significa “rei” e em hebraico “ob” significa “serpente”.
Se o segundo símbolo constante da nossa imagem for uma alcachofra, diga-se que esta é tida
por alguns o análogo vegetal da fénix, pois após ser submetida ao calor a sua flor perde o
colorido e fica totalmente branca, posto o que renasce.
Geralmente, nos livros antigos, o símbolo vem acompanhado da expressão “Hen to pan” (o um,
o todo). Remete-se assim, mais uma vez, ao tema da ressurreição, que pode simbolizar o
“novo” nascimento do iniciado.
Em relação a certos ensinamentos do budismo tibetano (como dzogchen e mahamudra), pode-
se esboçar uma maneira específica para vivenciar (em estado meditativo) este ato de “morder
a própria cauda”. Por exemplo, ao perceber-se num estado mental atípico (além das formas
habituais) procurar olhar a si mesmo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouroboros
O Ouroboros é a representação gráfica de uma serpente ou um dragão, em forma
circular, engolindo a própria cauda. Este símbolo é encontrado na antiga literatura esotérica
(alguma vezes, associado à frase Hen to pan – O Todo ou O um) e em diversas tradições
ocultistas e escolas iniciáticas em forma de amuleto.
A origem etimológica do termo Ouroboros está, supostamente, na linguagem copta e no idioma
hebreu, na qual ouro, em copta, significa Rei, e ob em hebreu, significa serpente. Mas, precisar
sua origem e significado primitivo, torna-se uma tarefa praticamente impossível. Mesmo que de
certa forma estejam interligados mas, paralelamente, trazem interpretações distintas.
Os primeiros registros deste arquétipo foram encontrados entre os egípcios, chineses e povos
do norte europeu (associado a serpente folclórica Jörmungandr) há mais de 3000 anos. Na
civilização egípcia, é uma representação da ressurreição da divindade egípcia Rá, sob a forma
do Sol. Também é encontrado entre os fenícios e gregos.
ZODÍACOS
Os principais elementos o Fogo, a Terra, o Ar e a Água, e cada um de nós sintoniza em maior
ou menor grau com algumas dessas ondas vibratórias.
Cada elemento age em três modalidades vibratórias: cardinal, fixa e mutável. A combinação
entre os 4 elementos e as 3 modalidades produz os 12 padrões de energia chamados signos
do zodíaco.
O Fogo representa o entusiasmo e a Fé; a Terra sintoniza-se com o mundo material; o Ar
corresponde à expressão da mente e a Água reproduz as respostas sentimentais. A Água e a
Terra vivem para o interior, o Fogo e o Ar extravasam as suas energias.
Vejamos, quais os signos de cada elemento e as suas características:
-Carneiro, Leão e Sagitário – Elemento: Fogo.
-Touro, Virgem e Capricórnio – Elemento: Terra.
-Gêmeos, Balança e Aquário – Elemento: Ar.
-Caranguejo, Escorpião e Peixes. Elemento: Água
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Introdução à Astrologia
O fato de os signos astrológicos estarem associados a certas constelações astronômicas gerou
grande confusão entre os astrólogos e não-astrólogos. Basicamente, o nosso zodíaco e os
signos são não mais do que uma escala circular de 360 graus. Cada uma das doze secções
deste círculo tem determinadas características, baseadas em qualidades associadas com os
elementos.
A tradição vê o universo constituído pelos elementos fogo, ar, água e terra. Quando aplicamos
este sistema às personalidades, os elementos representam certos traços básicos e dão um
certo “temperamento”. Isto varia de acordo com a ênfase dos elementos no horóscopo.
Qualquer posicionamento dos planetas ou pontos pessoais num signo constituem uma ênfase.
Os quatro elementos podem ser vistos como os quatro princípios básicos de vida. Isto pode ser
aplicado a todo o gênero de coisas segundo os princípios da similaridade e analogia. C.G. Jung
abriu a porta para um moderno entendimento destas categorias, desenvolvendo uma tipologia,
em que cada um dos elementos corresponde a quatro funções básicas da psique. A ênfase ou
não-ênfase dos elementos no horóscopo individual, revela aspectos fundamentais da
personalidade.
-Fogo: As pessoas com uma ênfase forte do elemento de fogo são espontâneas e
impulsivas e usam as suas energias com todo o entusiasmo. A sua resposta emocional é
rápida e têm uma imaginação muito viva. Signos de Fogo: Carneiro, Leão e Sagitário
Mutável
As pessoas com ênfase nos signos mutáveis ou comuns tendem a procurar mudança
e renovação. Elas podem facilmente trocar uma coisa por outra e alinhar as suas ações de
acordo com a mudança sem hesitações Signos mutáveis: Sagitário, Gêmeos, Peixes, Virgem
ASTROLOGIA
A astrologia é, antes de qualquer coisa, um instrumento de compreensão do homem no
seu tempo e espaço de vida. Por milênios, o homem vem atribuindo, compreendendo
significados através dos ciclos planetários.
SOL — LUA — MERCÚRIO — VÊNUS — MARTE
JÚPITER — SATURNO — URANO — NETUNO — PLUTÃO
Não há como dizer que se acredita ou não na astrologia, pois a questão da crença não
se aplica, assim como não cabe dizer que se crê ou não em um martelo, mas apenas nos
utilizamos dele.
“A vida ficaria sem emoção se soubéssemos o que aconteceria…”
Esta afirmação não deixa de ter a sua lógica. Contudo, o estudo da astrologia não
preconiza o conhecimento daquilo que irá acontecer. Esta arte-ciência oferece uma visão das
possibilidades, tendências de comportamento. A astrologia é um trabalho de
autoconhecimento, uma filosofia de vida, antes de ser um processo divinatório. É um meio de
alcançar serenidade em meio ao caos da existência quotidiana, através do estudo dos
potenciais de cada um.
O planejamento (prognóstico) que ela pode oferecer, por exemplo, baseia-se na
otimização do uso dos talentos e capacidades latentes do ser humano, não em fatores externos
à própria psique.
Princípio da Energia
As duas manifestações cinéticas, calor e frio (são ambos ativos), e as duas
manifestações estáticas, umidade e secura, são as expressões materiais das formas cósmicas,
ou os quatro princípios da energia. Estas manifestações são os componentes dos elementos,
em combinações variáveis.
Qualidades primitivas dos elementos:
Quente – Verão, época da colheita, adolescente, energia, entusiasmo, paixão, euforia,
cores fortes e brilhantes, alegria, vibração, temperamento mais expansivo, fase energética,
exalta, expande, dinamiza, exterioriza, é violento, é aonde a água evapora.
Frio – Inverno, introspecção, retração, lutar pela sobrevivência, isolamento, sem
comunicação, temperamento mais realista, distanciamento, tristeza, melancolia, morte, as
cores cinza e preta, tudo que confere idéia de fim, o último movimento, a rigidez, o pessimismo,
concentra, interioriza, cristaliza, condensa, contrai, retém. Enquanto que o seco e o úmido são
ambos passivos.
Úmido – Primavera, sociabilidade, fertilidade, renascimento, água + calor: vida, pré
disposição, temperatura mais quente, entra em contato com o próximo, temperamento pessoal
mais sensível, emotivo, sonhador, intuitivo, época do plantio, criança, começo, misturar,
movimento de transição, uni, associa, liga, é flexível, adaptável, vitalizante.
Seco – Outono, mais objetivo, maturidade ou meia idade, irritação, ser áspero, não ser
simpático, pessoa objetiva, direta, se prepara para algo mais pesado adiante, movimento de
transição, isola, absorve, estabiliza, realiza, particulariza, é elástico e individualista, não se
associa.
O ar se compõe de: calor e umidade. A terra se compõe dos fatores: frio e seco. O fogo
resulta da combinação dos princípios: quente e seco. A água é a combinação dos princípios:
úmido e frio.
Os Quatro Elementos
A astrologia é baseada nos quatro elementos do universo: Ar, Terra, Fogo e Água, cada qual
representando um aspecto da natureza humana.
O INFINITO
Introdução
A ideia de infinito tem motivado, ao longo dos séculos, filósofos, teólogos, poetas e
matemáticos. Dado que todos eles se exprimem através do finito, para tratar o infinito precisam
de o traduzir em termos finitos. O termo “transmutação” serve aqui apenas para caracterizar
esta aparente negação do infinito, ou seja, a sua transformação em finito, realizada com o
intuito de o conhecer e trabalhar. A transmutação tem de facto dois sentidos, pois também
ocorrem transmutações do finito em infinito. Será posto em evidência que foi precisamente
assim que o infinito matemático surgiu – como resultado do aprofundamento de questões de
natureza finita.
A transmutação do infinito adquire várias formas, de acordo com os diferentes pontos de vista
considerados – o filosófico, o teológico, o físico ou o matemático. Serão aqui tratadas
essencialmente as formas matemáticas, embora se faça referência a outros tipos de
transmutação.
O tratamento matemático do infinito será abordado com recurso a um mínimo de fórmulas ou
de equações. Como diz Guillen em “Pontes para o infinito”1, uma confusão acerca da
matemática consiste na suposição de que ela só pode ser convenientemente expressa em
termos de símbolos. Para apoiar esta afirmação, Guillen cita um episódio da vida de Riemann
(1826-1866), um dos mais importantes matemáticos do séc. XIX. Quando da sua admissão
como académico na agora famosa Universidade de Gotingen, Riemann apresentou um
trabalho sobre um tópico altamente técnico – os fundamentos da geometria – sem nele incluir
uma única equação.
Ora o infinito matemático é precisamente uma daquelas questões em que as ideias e a
imaginação são o mais importante, tal como é patente na obra de Cantor (1845-1918), o
matemático que mais contribuiu para esclarecer a questão do infinito.
Para abordar a questão do infinito matemático será usada uma cronologia histórica.
Começaremos com o período Grego, essencial no surgir do infinito matemático e filosófico.
Também será referida a Idade Média, embora o que estivesse em causa, durante esse período,
não fossem propriamente as questões matemáticas. No entanto, as especulações medievais
são consideradas extremamente estimulantes no desenvolvimento matemático do período que
se segue, o Renascimento. Foi durante esse período que nasceu o Cálculo Infinitesimal,
principal instrumento matemático do tratamento do infinito. Serão apresentados, de forma
sumária, alguns dos resultados e das técnicas obtidos pelos matemáticos dessa época.
Finalmente far-se-á referência a algumas questões do infinito matemático na actualidade e
também a abordagens não matemáticas do infinito.
O símbolo de infinito
John Wallis introduziu o símbolo de infinito na literatura matemática.
O símbolo de infinito é por vezes chamado de lemniscata, do latim lemniscus. John Wallis
é creditado pela introdução do símbolo em 1655 no seu De sectionibus conicis. Uma conjectura
sobre o porquê ter escolhido este símbolo é ele derivadar de um numeral romano para 1000
que, por sua vez foi derivado do numeral etrusco para 1000, que se assemelhava a CIƆ e era
por vezes usado para significar “muitos”. Outra conjectura é que ele deriva da letra grega ω –
Omega – a última letra do alfabeto grego. Também, antes de máquinas de composição serem
inventadas, ∞ era facilmente impresso em tipografia usando o algarismo 8 deitado sobre o seu
lado.
O símbolo de infinito está disponível no padrão HTML como ∞ e em LaTeX como \infty. Em
Unicode, é o caractere de código U+221E (∞), ou 8734 em notação decimal.
A curva matemática que gera o símbolo é a lemniscata.
Os Gregos e o Infinito
Os historiadores da matemática costumam referir o horror dos Gregos ao infinito. Seria
interessante conhecer profundamente as causas de tal sentimento, que parece contradizer a
sua capacidade matemática, até mesmo para tratar… o infinito. De facto os Gregos são, na
matemática, os primeiros a tomar consciência da questão e, apesar de terem negado o infinito,
deram-lhe um tratamento que deixou sementes.
O infinito aparece pela primeira vez na história do pensamento quando os filósofos gregos
tentam exprimir por um número a medida da diagonal do quadrado de lado 1. À representação
geométrica finita corresponde um número que não acaba, um número infinito. “Poderemos, em
consequência, dizer que o problema da diagonal do quadrado nos traz o infinito para ao pé da
porta”2. Temos então uma transmutação de um segmento finito num número infinito .
Os matemáticos gregos sabiam bem demonstrar, usando diversas técnicas, que esse número
não podia ser expresso de forma finita3. Se tal fosse possível, haveria uma fracção ou, como
se diz, um número racional, igual a v2 (raiz quadrada de 2). Os Gregos demonstraram também
que essa fracção não existe.
Esses números que se exprimem por um número infinito de algarismos – que actualmente
chamamos números irracionais – não existiam na matemática grega. Para os Gregos era
impensável essa transmutação – o ter que usar um número infinito de algarismos para exprimir
um segmento de recta tão bem definido como a diagonal de um quadrado. A medida de tal
segmento exprimimo-lo hoje de forma finita usando o símbolo v2. Foi também uma
transmutação, desta vez do infinito em finito, permitida pela álgebra, que encontrou símbolos
para traduzir uma parte dos números infinitos.
Existem muitos outros exemplos de segmentos de linhas rectas e curvas cuja medida escapava
às possibilidades da matemática grega. Tais segmentos eram chamados incomensuráveis e a
sua medida era considerada uma “grandeza” e não um número. Entre mais célebres encontra-
se a circunferência de diâmetro 1 cujo perímetro vale pi, na notação actual. Aqui usamos uma
letra para exprimir esta grandeza, também ela contendo um número infinito de algarismos. Já
não é possível usar o símbolo “raiz” para definir a medida da circunferência de forma finita. O
número pi é irracional mas de natureza diferente do atrás referido v2. Como se diz na
matemática actual, é um irracional transcendente. Para tratar estes números e em particular a
medida do perímetro da circunferência, foram utilizadas várias técnicas de transmutação do
infinito em finito que iremos referir mais adiante.
Embora os Gregos não considerassem os incomensuráveis como números, tentaram dar-lhes
um estatuto de existência que equivale, de facto, a admiti-los como números. A teoria das
proporções de Eudoxo foi o instrumento que permitiu definir os irracionais, recorrendo ao finito.
A exposição dessa teoria, que figura no livro V dos Elementos de Euclides, sai do âmbito desta
comunicação5, mas a sua ideia básica pode ser facilmente compreendida com auxílio do
sistema decimal actualmente usado para escrever um número. Por exemplo, para definir o
perímetro da circunferência de diâmetro 1 que sabemos medir pi, podemos dizer que esse
valor é menor que 3,15 e maior que 3,14, ou seja, podemos escrever uma dupla desigualdade
O Infinito no renascimento
O método da exaustão é um percursor dos métodos infinitesimais desenvolvidos durante o
Renascimento sob o impulso da necessidade de resolução dos problemas do movimento, da
mecânica celeste e do cálculo de áreas e volumes. O que faltou aos gregos, para além de um
formalismo adequado, foi o serem capazes de conceber o “prolongamento ao infinito” do
processo de exaustão, como foi feito no Renascimento. Mas podemos dizer que a origem
cálculo infinitesimal, elaborado desde o Renascimento até aos nossos dias, está nas
concepções intuitivas que os gregos tinham da noção de contínuo, de infinito matemático e de
limite.
Em 1586 o engenheiro flamengo Stevin (1546-1620) utiliza o método de Arquimedes para
determinar os centros de gravidade de figuras planas. Mas enquanto que Arquimedes
considerava sempre um número finito de termos, Stevin toma um número infinito, no sentido de
Aristóteles, ou seja, o de infinito potencial.
Kepler (1571-1630) utiliza também o método da exaustão, considerando somas infinitas que
calcula à custa de métodos intuitivos. Muitos outros matemáticos do Renascimento calculam
áreas e volumes utilizando processos semelhantes ao método da exaustão, decompondo as
suas figuras em infinitesimais ou em indivisíveis, como também eram chamados. Entre os mais
famosos encontram-se Cavalieri (1598-1647), Torricelli (1608-1647), Roberval (1602-1675) e
Gregoire de Saint-Vincent (1584-1667) que deu ao método de Eudoxo o nome de “método da
exaustão”.
Para Cavalieri uma linha é um conjunto infinito de pontos, uma superfície um conjunto infinito
de linhas e um volume um conjunto infinito de planos. No entanto, para calcular uma área, em
vez de somar esse número infinito de linhas, ele compara a superfície com outra que tenha o
mesmo número de linhas.
Gregoire de Saint Vincent preenche exaustivamente uma linha curva, não de pontos mas de
segmentos de recta e refere explicitamente a soma de um número infinito de grandezas. Estas
considerações vão originar o cálculo integral, em que se decompõe uma figura num número
infinito de elementos e se soma efectivamente esse número infinito.
Durante o século XVII, a álgebra desenvolvida pelos árabes e pelos matemáticos do
Renascimento assim como os cálculos com infinitesimais, geram uma confiança ilimitada nas
possibilidades do simbolismo. Desaparecem os interditos relativos à manipulação do infinito,
sobretudo após Newton (1642-1737) e Leibniz (1646-1716). Os cálculos feitos com polinómios,
como por exemplo a fórmula do binómio de Newton, são generalizados às somas infinitas.
Estes resultados são justificados “segundo o princípio de generalidade da álgebra”.
As somas infinitas eram de facto calculadas o que permitiu resolver o paradoxo da dicotomia. O
cálculo da soma dos segmentos (1/2+1/4+1/8+…) até ao infinito dava um resultado finito. Essa
soma infinta, chamada série, é a melhor evidência de transmutação de infinito (número infinito
de termos) em finito (valor finito). A manipulação de somas infinitas tornou-se de uso corrente
na matemática. As séries tornam-se um instrumento de expressão finita dos números
irracionais algébricos e transcendentes. De facto, o símbolo E (sigma) usado para representar
uma soma, permite traduzir, de forma finita, números para os quais não havia qualquer
representação, a não ser a representação geométrica ou uma letra, como por exemplo o
número pi:
Ao possuir um símbolo próprio para representar o infinito, estamos a criar uma aritmética que
situa para além dos números finitos, uma aritmética transfinita.
Segundo Cantor, os inteiros, qualquer subconjunto dos inteiros ou naturais têm a potência dos
naturais. Em 1874 Cantor provou que também os irracionais algébricos têm o mesmo cardinal
dos naturais. Pelo contrário, os reais e, em consequência, os irracionais e os transcendentes
não são equipotentes a N.. Diz-se que R (conjunto dos números reais) tem a potência do
contínuo. O seu Cardinal é c.
Um conjunto com a mesma cardinalidade de N.. diz-se que é numerável, ou que tem a potência
do contínuo. Sabemos que também Z é numerável, mas que já R é tal que
card R >
Então existem pelo menos dois infinitos, um ligado ao conjunto N.e outro ao R. Será que
existem outros? E será que o cardinal do contínuo segue-se ao de N, ou seja c=N1?
Responder pela afirmativa constitui a hipótese do contínuo, que Cantor formulou pela primeira
vez em 1878 e que tentou em vão demonstrar até ao fim da vida. Hilbert inscreveu essa
conjectura à cabeça da sua famosa lista de problemas em aberto proposta ao Congresso
International de Matemática de 1900. Foi demonstrado, pelos resultados dos trabalhos de
Godel (1938) e por Paul Cohen (1963) que a hipótese do contínuo é indecidível, ou seja, que
não pode ser nem demonstrada nem refutada, usando apenas os axiomas habituais da teoria
dos conjuntos.
Os trabalhos de Cantor reacenderam a polémica sobre o infinito no seio da comunidade
matemática. Um dos promotores do debate foi Kronecker, que tentou impedir a publicação dos
primeiros artigos de Cantor, onde ele demonstrava que o conjunto dos reais não é numerável e
que o conjunto dos pontos de um quadrado é equivalente ao conjunto de pontos do seu lado.
Mas Cantor foi apoiado por Dedekind e, mais tarde, por Hilbert. Outros matemáticos, para além
de Kronecker, recusam o infinito actual e aceitam apenas o potencial. Eles são Henri Poincaré,
Brouwer e Hermann Weil. Estes dois últimos consideram que apenas os números inteiros são
objecto de uma intuição indiscutível, dados como sucessão não limitada e não como conjunto
bem definido. A demonstração da indecidibilidade pôs fim às controvérsias, permitindo a
legitimidade de opções contraditórias.
Cantor, por seu lado, não reconhecia a existência dos infinitamente pequenos e foi preciso
esperar pela Análise não standard, formulada por Robinson (1918-1974) em 1966, para os ver
reconhecidos como entidades bem definidas e assim justificar os cálculos que os físicos faziam
com os infinitésimos. Pode dizer-se que a análise non-standard representa a aritmetização do
infinitamente pequeno, tal como a teoria de Cantor representa a aritmetização do infinitamente
grande. Tanto uma como outra foi usada na prática muito antes de possuírem um estatuto de
rigor. Com a análise non-standard mais uma vez o infinito origina inovação. Joseph Dauben9
refere-se-lhe como causa de revolução contemporânea na matemática, semelhante a outras
revoluções que, no passado, transformaram profundamente a natureza da disciplina.
Muitos autores consideram que na matemática não tem sentido considerar o conceito de
revolução10, enquanto que para outros há exemplos que demonstram o contrário. Seja qual for
a posição que se tome, não há dúvida que a questão do infinito originou controvérsia e
reviravolta, mesmo depois dos matemáticos terem aprendido a manipulá–lo com os
instrumentos criados pelo cálculo infinitesimal.
O infinito, surgido na ciência e filosofia gregas, foi trabalhado do ponto de vista matemático ao
longo dos séculos, o que originou grandes inovações. Mas esse tratamento não esgotou a
questão que tem outras formas de abordagem às quais serão feitas breves referências.
O Infinito físico
A matemática apoderou-se do conceito de infinito dando-lhe um sentido não só operativo mas
também filosófico. As noções de muito, pouco, grande e pequeno estão de tal forma
associadas à quantificação e, portanto, à matemática, que parece natural ser esta a deter o
monopólio do infinito, pelo menos nas ciências ditas exactas. Mas, de facto, não é bem assim.
Arquimedes é talvez o primeiro a dar ao infinito o sentido que ele tem para os físicos. Tentando
combater o pensamento de Aristóteles e a sua negação do infinito actual, Arquimedes
considera que é possível escrever um número maior que o número de grãos de areia
necessários para encher o Universo. Ele estima esse número em 1051, um número infinito.
Aquilo que Arquimedes fez, e que é falso do ponto de vista matemático, é o que os físicos
fazem todos os dias na sua actividade diária. De facto, os físicos consideram que certos
valores são infinitos, quando comparados com outros. Assim, a velocidade da luz é tida como
infinita em certos cálculos, assim como a massa da terra ou a do sol. Tudo se resume a
comparar ordem de grandezas sendo essa verdade física apenas operativa, ou seja, limita-se a
ser usada num contexto bem determinado, sem consequência sobre a natureza dos objectos.
Nessa perspectiva, pode dizer-se que, na física, o infinito é apenas algo muito grande, ou muito
rápido, ou muito pesado. Nesse sentido o infinito físico tem pouco a ver com o infinito
matemático apesar dessa comparação de ordens de grandeza ser de natureza matemática.
Uma questão que pode ter alguma pertinência, no que diz respeito à relação entre o infinito
matemático e o infinito físico é levantada por Hans Hahn11, ao tratar o problema do espaço. “O
espaço do nosso mundo físico tem extensão finita ou infinita?”, ou seja, qual dos modelos de
espaço é mais adequado para descrever a realidade, já que na matemática se podem
considerar os dois – o modelo do espaço infinito da geometria euclidiana ou o espaço finito da
geometria Riemaniana?
A mesma questão se poderia colocar para o tempo ou para a matéria. De certo modo,
podemos dizer que na física actual essas questões não têm sentido. A correspondência entre
os objectos matemáticos e a realidade física não pode ser debatida a priori, antes de saber
como é que eles vão ser utilizados para descrever a realidade. A matemática apenas fornece
modelos de comportamento e não é de forma alguma contraditório considerar que o espaço é
finito, em certas descrições, enquanto que noutras é tomado como infinito. Os objectos
matemáticos e também o infinito matemático são construídos independentemente da realidade
material, mesmo que, frequentemente, pareçam traduzir essa realidade. O facto de, na
matemática, existir uma noção aperfeiçoada de infinito não implica, necessariamente, que isso
corresponda a algo de existente. Considerar que assim é seria transpor para as relações entre
a física e matemática o argumento de Descartes que apresentava como prova da existência de
Deus o facto de existir em nós a ideia de infinito.
A idéia de infinito em outras áreas do pensamento surge, tal como na física, associado ao
muito grande, ao muito longo, ou ao muito intenso. Quando se trata de descrever sentimentos,
razões ou saberes “infinitos” é adequado usar exactamente os mesmos termos que na física.
Quando dizemos que dois sentimentos de dor ou prazer são incomparáveis, estamos a falar de
diferentes ordens de grandeza, o que significa que um deles pode ser tomado como infinito em
relação ao outro. As ideias e a linguagem da física são mais adequadas do que a da
matemática para descrever os infinitos acessíveis ao senso comum. De facto, a compreensão
do infinito matemático obriga a conhecimentos técnicos, apesar de ter como ponto de partida
ideias simples. Tanto a formulação da ideia da continuidade do espaço, como a aritmética
transfinita e a análise non-standard são matérias dificilmente acessíveis a um não matemático.
Estudar o infinito matemático implica adquirir conhecimentos extensos e profundos sobre
variadíssimos temas que por vezes parecem estar bem longe do aliciante tema inicial – o
infinito.
O Infinito no Universo
“Será que o infinito real existe no universo físico? Existem infinitas estrelas? O universo tem
volume infinito? O espaço cresce para sempre?”
A questão de algo ser infinito é logicamente separada da de não ter fronteiras. Por exemplo, a
superfície bidimensional da Terra é finita, embora não tenha fronteiras. Se algo se mover em
uma linha reta paralela ao solo, vai retornar ao ponto exato da partida. O universo, pelo menos
a princípio, poderia operar de forma similar: se um corpo se mover sempre na mesma direção e
por tempo suficiente, talvez passe exatamente pelo ponto de onde saiu.
“O conceito matemático de infinito tem alguma relação com o conceito religioso de Deus?”
Esta questão foi feita tanto por Cantor, com o seu conceito de infinito absoluto, no qual ele
iguala infinito e Deus, como também por Kurt Gödel com sua “prova ontológica” da existência
de uma entidade, que Gödel relacionou com Deus.
Lemniscata
Porque a lemniscata representa o sentido da eternidade, infinito, contínuo, evoluindo, a criação
do universo. Tudo está intimamente ligado.
Uma tira de Mobius é uma tira de papel que é torcida e unida nas extremidades, formando uma
“interminável” superfície bidimensional.
No coração da civilização, ou pelo menos a civilização como a definida pela cultura da Europa
Ocidental, encontra-se a matemática. E no coração da matemática reside o conceito de infinito,
denotada pelo símbolo lemniscata. Embora lemniscata tanto como símbolo e como conceito de
infinito vir até nós desde o início da civilização humana, a sua introdução no uso científico
moderno só remonta à época medieval.
O termo lemniscata se refere à forma em si, e o matemático suíço Jacob Bernoulli (1654-1705)
chamou a primeira forma de lemniscus (fita em latim), em um artigo na Acta Eruditorum em
1694.
As origens da lemniscata pode ser atribuída a diversas fontes:
– o algarismo 8 deitado de lado, fechada em si mesma e fisicamente representando o infinito;
– o sinal etrusco CD, significando 1000, que evoluiu para a letra romana M;
– um omega minúsculo, a última letra do alfabeto grego, ou
– uma representação da tira Mobius, uma superfície plana, sempre dobrando em si mesma.
O símbolo matemático de infinito é chamado lemniscata.
O sinal de infinito foi concebido em 1655 pelo matemático John Wallis e chamado de lemniscus
(do latim, fita) pelo matemático Bernoulli cerca de quarenta anos depois. A lemniscata foi
modelada segundo um dispositivo conhecido como tira Mobius (chamada após o século XIX de
Mobius matemático). Uma tira de Mobius é uma tira de papel que é torcido e unido nas
extremidades, formando uma “interminável” superfície bidimensional.
Nota – O aspecto religioso do símbolo do infinito é anterior a sua origem matemática. Símbolos
semelhantes foram encontrados em gravuras rupestres tibetanas, e os ouroboros, ou
cobrainfinita, é frequentemente representado nesta forma. No tarot, representa o equilíbrio de
forças e está freqüentemente associado com o cartão mágico. Estas são as forças da
dualidade, claro / escuro, yin / yang, bem / mal, todos em constante fluxo e equilíbrio.
Lemniscata é atualmente considerado como um caso especial do estudo da oval por Cassini
em 1680 (Jean Dominique Cassini 1625-1712), mas são Jackob Bernoulli (1655-1705) e
Johann Bernoulli (1667-1748) que, independentemente, descobriram e deram a luz, quando
eles tentaram resolver um problema colocado por Leibniz (Gottfried Wilhelm Leibniz 1646-
1716) criador, junto com Newton () do cálculo infinitesimal, que desafiou a comunidade
científica de sua época do ano para encontrar a equação da isócrono paracêntrico. A solução
encontrada foi a Lemniscata que, em honra dos irmãos Bernoulli, passou a ser conhecida como
Lemniscata de Bernoulli.
Na Lemniscata, quando viemos de um vetor inicial de comprimento 1, a área delimitada dentro
do quadrante formado pelo eixo X = eixo real e Y = imaginário, é exatamente um quarto (0,25
unidades da área).
Atualmente, e desde que John Wallis (1616-1703) usou pela primeira vez como símbolo em
sua obra “Arithmetica Infinitorum” e provavelmente por séculos dos séculos adiante, a
Lemniscata de Bernoulli é o símbolo do infinito (o famoso oito deitado), pelo que se pode
“simbolicamente” se dizer que a solução numérica do germe angular, a função de i é colocado
no símbolo do infinito.
http://www.triplov.com/coloquio_4/iserra.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Infinito
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CABALA
Introdução
Cabala no Cristianismo e na Sociedade não Judaica
O termo “Cabala” não veio a ser usado até meados do século XI, e naquele tempo referia-se à
escola de pensamento (Judaica) relacionada ao misticismo esotérico.
Desde esses tempos, trabalhos Cabalísticos ganharam uma audiência maior fora da
comunidade Judaica. Assim versões Cristãs da Cabala começaram a desenvolver-se.
No início do século XVIII, a Cabala passou a ter um amplo uso por filósofos herméticos, neo-
pagãos e outros novos grupos religiosos. Hoje esta palavra pode ser usada para descrever
muitas escolas Judaicas, Cristãs ou neo-pagãs de misticismo esotérico. Leve-se em conta que
cada grupo destes tem diferentes conjuntos de livros que eles mantêm como parte de sua
tradição e rejeitam as interpretações de cada um dos outros grupos.
<i
Fases da alma
– Fase da Infinidade Sagrada do Pensamento, não existindo espaço, tempo e movimento
– Corpo Físico e Espiritual Primitivo (Nefesh), trabalhar o “desejo de receber” em “desejo de
dar” prazer ao Criador.
Obtem-se extensivamente o “desejo de receber” do Sistema dos 4 mundos impuros da
a) Emanação (atziluth);
b) Criação (briah);
c) Formação (yetzirah);
d) Ação (assiah)
Deve-se dominar estas impurezas durante o período de 13 anos
Inicia-se a partir dos 13 anos, período onde deve encontrar a parte mais escondida da
alma (nefesh)
Inicio de entrada no Sistema dos Mundos Sagrados, expandir o “desejo de receber” espiritual
(provérbios 13:12)
Cinco níveis da alma, duração de 100 anos cada. Completado quando o homem recebe todos
os cinco aspectos do espírito primitivo:
Espírito Primitivo – Nefesh;
Espírito – Ruah;
Alma – Neshamah;
Vida – Hayyah;
Individualidade – Yehidah
o Torna-se capaz de servir e receber as cinco partes da alma, os quais devem ser
encontradas no “desejo de receber”
o Após eliminaão total do “desejo de receber” transformado em “receber na forma de
dar”
Aspectos Espirituais
Inanimado;
Vegetativo;
Animal;
Humano
Cinco Mundos (+ mundo atual também com 4 aspectos e 5 sephirot):
Adam Kadmon – Homem Primordial;
Atziluth – Emanação;
Briah – Criação;
Yetzirah – Formação;
Asyah – Ação ou Realização
– Fase da ressureição dos mortos, quando a correção completa também alcançara os corpos
físicos.
125 – níveis da alma = cinco mundos com cinco partzufim, com cinco sephiroth cada
As ações pertencem ao corpo e os pensamentos pertencem a alma
70 Desejos fundamentais (sefirot)
1-Fonte, direita, más inclinações (casca, “klipah)
2-Fonte, esquerda, contraria ao intelecto (klipat eisau”)
Cabala = “lekabbel” = receber os ensinamentos sobre o método de adquirir luz
Aspectos Espirituais
As pessoas espiritualmente inanimadas tem a falta de qualquer desejo individual.
Somente os desejos do Criador os guiam, e, devido a sua natureza, devem seguir essa direção
meticulosa e inconscinte, de acordo com o programa neles implantado pelo criador. Nesse
estado espiritual os indivíduos não podem perceber nada além de si mesmos. Como
conseqüência, também não podem fazer nada pelos outros, somente trabalhar para seu próprio
benefício.
As pessoas que pertencem ao nível vegetativo do desejo aparece um certo grau de
independência espiritual do Criador, que é quem determina o programa. As pessoas deste
grupo não são capazes de aspirar esforços individuais divergentes das normas do coletivo, da
sociedade e de sua formação. Esta tem como propósito preservar e obedecer todas as normas
e leis de seu ambiente vegetativo, que compreende um grupo de pessoas similares, que
pertencem ao nosso nível vegetativo de desenvolvimento
Pessoas do grupo “animalista, tem os desejos desenvolvidos a tal ponto que encontram
satisfação na capacidade de se mover e de pensar independentemente de outros, com o fim de
satisfazer seus desejos. Pessoas do nível humano-falante, são pessoas totalmente
independentes da sociedade na escolha de sues desejos . Podem compadecer-se de qualquer
outro ser e, portanto, podem se preocupar com os outros. Podem ajuda-los em sua busca pela
melhora de si mesmos, identificando-se com seu sofrimento. As pessoas desse nivel,
diferentemente dos animais, podem perceber o passado e o futuro e, portanto, podem agir
guiadas pelo reconhecimento de urn propósito central. Todos os mundos e as eta pas
atribuidas a eles podem ser vistos como uma sequencia de telas que nos eocultada (a luz do
Criador). Ao adquirirmos a forca espiritual para superar nossas proprias naturezas, cada uma
de suas forcas, cada uma das telas, consecutivamente desaparece, como se dissolvesse.
Aquilo que é recebido. Aquilo que não pode ser conhecido apenas através da ciência
ou da busca intelectual. Um conhecimento interior que tem sido passado de sábio para aluno
desde o despertar dos tempos. Uma disciplina que desperta a consciência sobre a essência
das coisas.
Entramos neste mundo e nossos sentidos encontram sua crosta externa. Tocamos a
terra com nossos pés, a água e o vento atingem nossa pele, recuamos perante o calor do fogo.
Escutamos os sons e ritmos. Vemos formas e cores. Logo começamos a medir, a pesar e a
descrever com precisão. Como cientistas, registramos o comportamento dos compostos
químicos, das plantas, animais e seres humanos. Nós os gravamos em video-tape,
observamos sob o microscópio, criamos modelos matemáticos, enchemos um
supercomputador com dados a seu respeito. De nossas observações, aprendemos a domar
nosso ambiente com invenções e engenhocas, e então nos damos um tapinha nas costas e
dizemos: “Isso mesmo, conseguimos.”
Mas nós mesmos, nossa consciência, que está examinando este mundo, residimos em
uma camada mais profunda. Eis por que não podemos deixar de perguntar: “E sobre a coisa
em si mesma? Aquilo que está lá antes que a medíssemos? O que é matéria, energia, tempo,
espaço – e como vieram a ser?
Para explicar nosso mundo sem examinar esta profundeza interior é tão superficial
quanto explicar o trabalho de um computador descrevendo as imagens vistas no monitor. Se
virmos uma bola movendo-se para cima e para baixo na tela, diríamos que está ricocheteando
contra o fundo da tela? Os dispositivos na sua barra de rolagem exercem alguma força sobre a
página dentro da tela? A barra do menu tem realmente os menus ocultos atrás dela?
O autor de um software de uso facilitado seguiu regras consistentes para que você
possa trabalhar confortavelmente dentro dele. Se for um jogo de alguma complexidade, ele
precisou determinar e seguir um grande conjunto de regras. Mas uma descrição destas regras
não é uma explicação válida de como isso funciona. Para isso, precisamos ler seu código,
examinar o equipamento, e, mais importante – examinar a descrição de seu conceito original.
Precisamos vê-lo da maneira que o autor o vê, como evolui passo a passo de um conceito em
sua mente através do código que ele escreve, até os pontinhos fosforescentes minúsculos na
tela.
O código por trás da realidade, o conceito que instila vida às equações e as torna reais.
Homens e mulheres sacrificaram seu alimento, seu conforto, viajaram grandes distâncias e
pagaram com sua própria vida para chegar a conhecer estas coisas. Não há uma só cultura
neste mundo que não tenha seus ensinamentos para descrevê-las. Nos ensinamentos
judaicos, elas são descritas na Cabalá.
Segundo a tradição, as verdades da Cabalá foram conhecidas por Adam (Adão). Aquilo
que sua mente apreendeu, nenhuma outra mente pode conceber. Mesmo assim ele foi capaz
de transmitir um vislumbre de seu conhecimento a algumas das grandes almas que dele
descenderam, como Hanoch e Metushelach. Foram eles os grandes mestres que ensinaram
Nôach (Noé), que por sua vez ensinou seus próprios alunos, incluindo Avraham (Abraão).
Avraham estudou na academia do filho de Nôach, Shem, e enviou seu filho Yitschac para lá
estudar, depois dele. Yitschac por sua vez mandou seu filho Yaacov estudar com Shem e com
o bisneto de Shem, Ever.
Adam, Nôach, Avraham – estes foram pais de toda a humanidade. Eis por que você
encontrará alusões às verdades que eles ensinaram seja onde for que tenha chegado a cultura
humana.
Mesmo assim, a fonte essencial para a Cabalá não é Adam ou Nôach ou mesmo
Avraham. É o evento no Monte Sinai, onde a essência primordial do cosmos foi desnudada
para que uma nação inteira a contemplasse. Foi uma experiência que deixou uma marca
indelével sobre a psique judaica, moldando por completo nossas idéias e nosso
comportamento desde então.
No Sinai, a sabedoria interior tornou-se não mais uma questão de intuição ou revelação
particular. Era então um fato que havia penetrado em nosso mundo e se tornado parte da
história e da experiência dos mortais comuns.
Eis por que a Cabalá não pode ser chamada de filosofia. Uma filosofia é o produto de
mentes humanas, algo com que qualquer outra mente humana pode jogar, espremê-la ou
esticá-la segundo os ditames de seu próprio intelecto e intuição. Mas Cabalá significa: “que é
recebida”. Recebida não apenas de um professor, mas do Sinai. Assim que o aluno tenha
dominado o caminho deste conhecimento recebido, ele ou ela pode encontrar maneiras de
expandi-lo ainda mais, como uma árvore se ramifica a partir de seu tronco. Mas será sempre
um crescimento orgânico, jamais tocando a vida e a forma essenciais daquele conhecimento.
Os ramos, galhos e folhas irão apenas onde deveriam para aquela árvore em particular – um
bordo jamais se tornará um carvalho, e jamais um aluno revelará um segredo que não
estivesse oculto nas palavras de seu mestre.
Passagens Bíblicas
“DEPOIS destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não
temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão. Gen 15:1 “
“Casa de Arão, confia no SENHOR; ele é o seu auxílio e o seu escudo. Sl 115:10”
“Bem-aventurado tu, ó Israel! Quem é como tu? Um povo salvo pelo SENHOR, o
escudo do teu socorro, e a espada da tua majestade; por isso os teus inimigos te serão
sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas. Dt 33:29”
“Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na
sinceridade, Pv 2:7”
“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Pv 30:5”
<i
USOS DO SÍMBOLO
Os nazistas contribuíram na identificação dos judeus com a Estrela de Davi. Durante a
Alemanha nazista, os judeus que estavam aprisionados em campos de concentração possuiam
a “estrela dos judeus” costurada em sua camisa. Dentro da estrela de Davi, ficava escrita a
palavra “Jude”, que em alemão significa “Judeu”. O símbolo era usado para facilitar a
identificação dos Judeus.
Estrela de Davi amarela usada pelos nazistas
Depois do estabelecimento do Estado de Israel, quando não foi aceita a proposta de
Herzl no tocante de uma bandeira com sete estrelas e outra idéia de uma com sete Escudos de
Davi, o Conselho do Estado Provisório aceitou a decisão do comitê de uma outra proposta de
um símbolo e de uma bandeira, confirmados em 28 de outubro de 1948. E assim mudou a
estrela de Davi de um simples símbolo judaico ornamental para o nível de símbolo supremo do
recém estabelecido Estado judeu, sendo parte central da bandeira da nação, tendo por cima e
por baixo dela duas faixas azul-celestes. Porém, os cidadãos árabes do novo Estado
argumentaram que não se identificavam com uma bandeira que era composta unicamente por
símbolos judaicos – a Estrela de Davi e uma representação, por meio das duas faixas azuis, do
xale de orações judaico (chamado em hebraico de Talit). Os participantes do grupo Naturê
Karta também pararam de usar a Estrela de Davi depois deste evento, argumentando que este
era um símbolo que representava um Estado sionista.
Semelhante como são representadas organizações como a Cruz Vermelha e a
Crescente Vermelha, usando símbolos de destaque de suas nações, a organização israelita de
ajuda humanitária e médica, denominada Escudo de Davi Vermelho (ou Maguen David
Vermelho), é representada – como o próprio nome já diz – por uma estrela de Davi vermelha
como símbolo oficial. Esta organização de pronto-socorro médico, porém, não alcançou ainda
um reconhecimento oficial internacional como as suas correspondentes nos países cristãos ou
muçulmanos.
Michel Costa – “A faixa dourada, o selo de Salomão e o Escudo de Davi”, Sifriat Poalim,
1990 – 1990 , ספריית פועלים, חותם שלמה ומגן דוד, חתך הזהב,מיכאל קוסטא.
De um modo primitivo, por hexagrama, podemos compreender como a reunião de seis
letras ou caracteres; já que a palavra tem origem no grego e significa seis linhas ou seis
caracteres (hex = seis; gramma = linha). Portanto, uma seqüência de seis sinais gráficos (letras
ou figuras geométricas, por exemplo) pode ser considerada um hexagrama. Assim, na filosofia
oriental denominada I Ching, o hexagrama possui uma representação linear.
Porém, dentro da maioria das escolas esotéricas ocidentais, o hexagrama usualmente
assume a forma de uma estrela de seis pontas e é conhecido também por Estrela de Davi, Selo
de Salomão, entre outros. É esta versão que carrega inúmeros significados ao longo da história
e figura tanto como símbolo maior do Estado de Israel como na simbologia alquimica. Mesmo
havendo distinções interpretativas entre o hexagrama com as linhas entre-laçadas e o
hexagrama com os triângulos sobrepostos, as definições confundem-se e ampliam ainda mais
as hipóteses das origens, significados e aplicações.
Origens
A maioria das teorias que pretende encontrar a origem específica do hexagrama está
relacionada ao judaísmo. Uma delas, sem embasamento histórico confiável, faz alusão ao
nome do Rei Davi. Segundo a tradição judaica, o nome Davi era escrito com apenas três letras
no alfabeto hebraico: dalet, vav e dalet. A primeira e última letra (dalet), possui uma forma
semelhante ao triângulo. Se uma delas for invertida verticalmente e sobreposta à outra, forma-
se o hexagrama. Mais uma hipótese é de que o hexagrama seja uma versão estilizada do lírio
branco, flor de seis pétalas que é identificada como o povo de Israel no livro bíblico Cântico dos
Cânticos.
Outra origem refere-se ao escudo do Rei Davi, que possuía forma triangular e nele
estava gravado o Grande Nome Divino de 72 Letras, juntamente com as letras hebraicas m, k,
b e y (letras da palavra Macabi). Entretanto, neste caso, não há uma linha nítida que associe o
símbolo ao Escudo de Davi (Marguen Davi), sendo que a expressão Marguen Davi passou a
ser utilizada referindo-se ao hexagrama, apenas a partir do século XIV. Ainda, pode-se supor
que o símbolo tenha surgido na época de Bar Kochba (132-135 d.C.) quando os judeus
combatiam os romanos, passaram a utilizar escudos mais resistentes, nos quais foram
gravados dois triângulos entre-laçados.
Segundo o padrão dos manuscritos, a Estrela deve ser escrita/desenhada com
escrituras, nomes sagrados, podendo conter no seu interior o Salmo 67 (Salmo da Menorah),
que age como Talismã de grande Poder.
Ainda no Talmud (Gittin 68a) esta escrito que o rei Salomão possuía um anel no qual
estava gravado o “Nome Divino de 72 Letras“ e que este anel o protegia contra as forças
negativas. Porém, mais uma vez não é dada nenhuma descrição adicional. Muitas vezes o
pentagrama – a estrela de 5 pontas – chamado de “Selo de Salomão”, termo usado tanto no
Islã como em algumas comunidades judaicas, era usado no lugar do Maguen David. A estrela
de cinco pontas também era considerada um símbolo de proteção Divina, mas no meio judaico
seu uso acabou sendo abandonado.
Mas é no texto cabalístico Sefer ha-Guevul, de autoria de um neto de Nachmânides, do
início do século XIV, que podemos encontrar o mais antigo testemunho do uso do termo em
relação à estrela de seis pontas. O hexagrama aparece duas vezes nesse texto, sendo
chamado em ambas de Maguen David.
Ela é conhecida como um símbolo alquímico, que denota harmonia entre os elementos
antagônicos (Água e Fogo). Representando o casamento entre a Rainha e o Rei, com o
surgimento do Filho (ponto central), que também representa a unidade, a kavaná. Na Cabala,
acabou sendo conhecida como Escudo do filho de David, o Messias.
David representa a manifestação desta força, por isto ele é a representação de
Malchuth, do Reino.
A estrela nada mais é do que um sistema de perfeição, onde um lado, um patriarca
busca o seu equilíbrio, através de um outro, da relação. Ex: Abraão e Isaak, onde Abraão
passa pelo seu teste (sacrifício), para aprender sobre o caráter negativo, sobre a justiça, rigor e
limites que passa a fazer parte da sua vida, já que era excessivamente misericordioso. É a
necessidade de se estabelecer a relação do positivo (+) com o negativo(-), Compaixão-
Crueldade.
A vida nos pede o tempo todo a busca do equilíbrio da força e forma, energias
contrarias criadas pela arvore do conhecimento do bem e do mal. Somente com a arvore da
vida restabelecemos o equilíbrio, a plenitude.
Jacó é a síntese, traz a ordem cósmica. É a coluna do meio, vence a dualidade. É o
resultado do sistema de 2 forças, onde se pode conseguir o equilíbrio e harmonia, ele amplia a
capacidade do homem de pensar (Consciente), ele é o centro, a cabeça, o controle, aquele que
faz a vontade de D’us , sabe seu objetivo, confia no coração.
Origens da Cabala
A Qabalah é geralmente considerada uma doutrina mística da religião judaica. Na
realidade, ela é mais do que isso: seu pensamento, extremamente rico, não se enquadra num
sistema filosófico ou religioso, não tem nada de dogmático.
De acordo com a tradição judaica, historicamente a Qabalah teria surgido da seguinte
forma: “Moisés recebeu (Kibel:deste termo deriva kabalah ou Qabalah) a Tora (o Ensinamento,
a Lei) sobre o Monte Sinai; ele transmitiu (ou-messara) a Josué, que por sua vez a remeteu aos
profetas e estes últimos a transmitiram aos membros da Grande Sinagoga.
A Qabalah, entretanto, segundo os estudiosos, entre estes Alexandre Safran (La
Cabale – Ed. Payothéque), ultrapassa, em antiguidade, teria sido revelada a principio, ao
Patriarca Abraão. Mas deve também remontar aos tempos pré-históricos.
Dentro deste PLANO SUPERIOR estão os incontáveis PLANOS SECUNDARIOS de
toda a Criação, cada qual entrelaçado e inter-relacionado num todo orgânico.
Uma dessas Leis é a LEI DO KARMA, ou Lei de Causa e Efeito. Assim diz o Caibalion
“Toda Causa tem seu Efeito; todo Efeito tem sua Causa; todas as coisas acontecem de acordo
com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; existem muitos
planos de causalidade, mas nada escapa à Lei” * Toda a ação física, ou ação mental
(pensamento), retorna ao seu ponto de origem, como um bumerangue. A evolução prossegue
sempre sob esta lei, e a experiência física é apenas uma pequena parte dela.
Para entendermos este principio de evolução , esta Lei que rege todo o Mundo visível e
invisível, é que devemos estudar o que os judeus chamam de ‘Cabala” ou a “ARVORE DA
VIDA” ou KABALAH (QABALAH).
Na tradição alquimica ocidental usamos um glifo, (que nada mais é que um conjunto de
símbolos) representativos desta Árvore, e seu estudo prático, a meditação em seus símbolos.
Muitos destes símbolos usados são Arquétipos, isto é, “conjuntos de símbolos” que
foram definidos pelo psicólogo alemão Gustav Jung, como sendo a fonte que a nossa mente
utiliza para chegar a uma definição, e que é comum a todo o gênero humano. Estes arquétipos
são atemporais, e remontam à mais antiga memória da humanidade.
Antes de transpor esta porção do mundo invisível, deve ser conhecido e dominado cada
aspecto. Deve-se submeter à sua vontade todos os elementos de uma esfera (Sephira) que lhe
obedecerão de maneira INEQUIVOCÁVEL, porque no MUNDO REAL, os símbolos são
representações arbitrárias de uma experiência ordinária, mas no MUNDO ESPIRITUAL, estes
símbolos assumem uma existência real, uma realidade tangível, e por isso são da maior
importância.
A palavra QABALAH (KABALAH ou CABALA) vem do hebraico QBL, CABAL que
significa (segundo alguns) “receber”. Assim a Qabalah seria “Aquilo que foi recebido”.
Dizem que os Rabinos a receberam dos Anjos, dizem que Moisés a recebeu de Deus,
mas sua semelhança com o ZEND AVEST de ZOROASTRO indica que os Judeus podem ter
recebido seus princípios da mesma fonte que inspirou ZOROASTRO. OTZ CHIIM, ou a
ÁRVORE DA VIDA, é na verdade a Arvore do Bem e do Mal, a Arvore do Conhecimento, citada
no Antigo Testamento. Ela é conhecida também como Escada de Jacó.
A Árvore da Vida
Na Cabala, muitos dos seus símbolos são arquetípicos, durante inúmeros anos, o que
significa que têm sentido profundo para os homens de todas as raças e credos. Eles encarnam
experiências humanas fundamentais como “masculinidade”, “feminilidade”, “maternidade”, etc.
Centenas de estudiosos dc Cabala foram criados e instruídos no seu uso prático,
começam a viver, agir e a pensar dentro deste sistema. Trabalhamos com ele todos os dias,
meditando sobre ele e interpretando a vida do ponto de vista da sua estrutura. Isso traz ordem
à vida interior; os sonhos e o “psiquismo” aparecerão em função do simbolismo da Árvore e, ao
alcançarmos o estágio adequado de preparação.
Para que a Cabala se torne parte da nossa vida, seu uso deve ser completamente
automático, se quisermos alcançar o seu pleno proveito. Por isso, é uma excelente idéia tomar
notas e traçar diagramas em todas as oportunidade. Desse modo, o sistema se torna parte do
nosso mundo interior.
A maioria dos estudiosos modernos não está muito interessada em pesquisa
acadêmica por si mesma; quer algo que possa ser utilizado hoje. A Qabalah é um sistema vivo
e se desenvolve com o uso, evoluindo, como devem evoluir todos sistemas de conhecimento
destinados a sobreviver.
Os Triângulos na Árvore
Otz Chiim, a Árvore da Vida, é, na verdade, a Árvore do Conhecimento do Bem e do
Mal.
Ela é composta de dez círculos ou esferas chamadas Sefirats, que significa
“emanações”. A forma singular de sephiroth é sefirat. Estas Sefirats são dispostas em três
triângulos ficando o décimo círculo isolado embaixo, conforme é mostrado pela figura de
abertura desta página.
Os triângulos são ligados entre si por vinte e duas linhas ou caminhos. Observando a
figura central da ilustração desta página, você poderá perceber. Os círculos representam
estágios no desenvolvimento das coisas – em especial a evolução do universo e da alma. Os
círculos são numerados de 1 a 10 de acordo com a linha em ziguezague chamada raio, que às
vezes é ligada ao diagrama da Árvore.
Se você quiser perguntar porque as esferas da Árvore não podem simplesmente ser
dispostas em linha como uma série de contas, a razão é que a Árvore representa um conjunto
de relações, não apenas uma sequência de eventos.
Os Pilares
As dez esferas da Árvore podem ser consideradas como três linhas verticais ou pilares.
Tal disposição apresenta os tres grandes princípios complementares de atividade, passividade
e equilíbrio. Os pilares laterais representam sempre os complementares, enquanto o do meio
retrata o estado de equilíbrio entre eles.
O simbolismo do pilar, como todas as relações na Árvore, pode ser aplicado igualmente
à humanidade ou ao universo. A significação das forças complementares da Árvore se tornará
clara à medida em que aprofunda o seu estudo. É apresentado um círculo pontilhado entre os
círculos um e seis; ele representa uma “sephirah invisível”, chamada Daath.
Para localizar melhor os círculos, comece numerando do alto e no centro, como circulo
1. O circulo da direita é o 2, da esquerda 3, próximo à direita 4, esquerda 5, centro 6, direita 7,
esquerda 8, centro 9, centro 10. Na tradição cabalística, os pilares muitas vezes eram
chamados de SEVERIDADE (Ativo), Compaixão (passivo) e Mansidão (equilíbrio).
As Letras Hebraicas
Dizem que um professor de hebraico numa universidade inglesa iniciou sua preleção
com as palavras:- Senhoras e Senhores, esta é a língua que Deus falava. Talvez isto estivesse
sendo um pouco exclusivista, mas tinha boa razão para isso. Uma considerável parte das
sagradas escrituras da cultura ocidental foi indiscutivelmente escrita nessa língua antiga.
Há vinte e duas letras do alfabeto hebraico. São todas consoantes. Os sons vogais, ou
pontos, foram acrescentados posteriormente. Diz a lenda que, durante a Criação, Deus fez
desfilar diante de si as vinte e duas letras e “viu que eram boas”. Recebida a aprovação divina,
as letras foram consideradas sagradas, cada uma representando uma idéia e um som.
A forma atual das letras é semelhante aos objetos que originalmente se supunha que
representassem. Desse modo, Shin, a vigésima primeira letra, representa o dente da serpente,
enquanto Kaph, a décima primeira, uma palmeira. A esta altura você deve estar se
perguntando se precisará aprender o hebraico antes de compreender a Árvore e utilizá-la.
A resposta é um simples NÃO. A Árvore é um sistema universal de relações. Pode ser
expressa em qualquer língua e época.
Porque estamos fazendo digressões sobre o hebraico?
Antes de tudo porque as idéias cabalísticas foram originalmente expressas em hebraico
e muitas obras subseqüentes, como os elementos da “Aurora Dourada”, basearam grande
parte de suas teorias e práticas nas letras e seus significados.
Em segundo, porque centenas de estudiosos, meditando e trabalhando sobre elas,
tornaram o hebraico uma espécie de centro do inconsciente desta tradição.
Há vinte e duas letras, todas consoantes. O hebraico não tem nenhum sinal para os
números, de modo que se dá a cada letra um valor numérico.
Os antigos rabinos usavam essa característica, desenvolvendo uma forma de
numerologia chamada gematria. Se os valores das letras isoladas que compõem uma palavra
são totalizados, a soma obtida pode ser comparada aos resultados ajustados a outras palavras.
Todas as palavras com um total comum são consideradas como tendo uma afinidade especial.
Os cabalistas dividem as letras em três grupos: letras-mãe, letras duplas e letras
simples. Há três letras-mãe, sete duplas e doze simples.
O que é alma-raíz?
Sabemos que Adão é a raiz original de todas almas que existem. A Bíblia explica que
depois da “expulsão” do Paraíso”, Eva deu à luz um filho Caim e depois Abel. De acordo com a
Qabalah, Caim é o lado esquerdo de Adão e Abel o lado direito. Caim e Abel são almas-raíz de
todas as almas que apareceram depois no mundo . De acordo com esse conceito, podemos
dividir os seres humanos em dois tipos: Almas com a Alma-raiz de Caim e Almas com Alma-
raiz
de Abel.
Em Caim predomina o poder, o impulso de matar, que significa o desejo de conquistar,
de guerrear. É a força do lado esquerdo. Temos também o elemento fogo. As pessoas com
alma-raiz de Caim têm grande entusiasmo, têm esse desejo de conquistar, de dominar.
Gostam de brincar com facas, com fogo e têm gosto por armas. Não se abalam com a visão de
sangue, gostam de comer carne com sangue.
O lado negativo de Caim é o desejo de derramar sangue, matar, destruir. O lado bom, o
positivo é usar essa mesma determinação para o bem, como por exemplo os médicos, que
usam bisturis e objetos cortantes para salvar, revelar vida. Uma pessoa com a alma-raíz de
Caim pode, por exemplo, ser um assassino durante várias vidas, mas a alma vai reencarnando,
vai se corrigindo, evoluindo, até vir a ser um grande cirurgião.
Neste estágio ela seria então uma alma-raíz de Caim, mas com o seu lado positivo
predominante. Um exemplo de uma pessoa com o lado positivo de Caim foi Rabi Akiva, um
famoso cabalista que guerreou contra o domínio romano. Cada pessoa que se sente ligada à
alma-raíz de Caim, está ligada também à alma de Rabi Akiva.
Em Abel temos o elemento Água, a boca e o poder de comunicação. Abel, em Hebraico
Hevel, significa vapor, o ar que sai de nossa boca; a força da vida, o ar que respiramos e
também o poder da palavra, com a qual podemos construir ou destruir.
O lado negativo de Abel é usar a palavra para destruir, maldizer, a má língua. As
pessoas com alma-raíz de Abel teriam sua maior expressão através da palavra, como por
exemplo, um psiquiatra. Em geral são pessoas que desmaiam quando vêem sangue, gostam
de água e ar e ficam bastante incomodadas em lugares fechados, algumas chegando mesmo a
ter claustrofobia. Isso se explica pelo fato de que, na realidade, Caim enterrou Abel vivo e a
pessoa que tem alma-raíz de Abel, pode ter essa memória inconsciente.
Um exemplo de uma alma-raíz de Abel com o lado negativo predominante que
encontramos na Bíblia é Balaam, que usou o poder da palavra para maldizer Moisés. Por outro
lado, um exemplo do de alma-raiz de Abel com o lado positivo é o próprio Moisés, que usou o
poder da palavra para revelar os segredos da Torá, trouxe os 10 Mandamentos e mudou a
consciência do mundo.
Caim matou Abel, mas tanto Caim como Abel têm o lado bom e o lado mau, só que
cada um tem características predominantes. Tanto em uma alma-raíz como em outra, temos o
livre-arbítrio para determinar se o lado bom ou o lado mau irá predominar em nossa vida. O
mais importante de tudo é entender que suas existências não foram físicas, há milhões de
anos. Foram e são existências espirituais e que existem ainda hoje, já que no Mundo da
Criação não existe tempo. Caim e Abel são duas forças do mundo espiritual hoje, são dois tipos
de consciência que existem hoje no mundo.
Os Números
Dentre todas as coisas feitas pela Natureza, no início dos tempos, são formadas na
proporção dos números. Este era o padrão principal na mente do Criador. Decorre daí o
número dos elementos, a sequência das épocas, o movimento dos astros e a revolução dos
céus. O estado de todas as coisas subsiste pela união dos números; os números, portanto,
contém virtudes grandiosas e sublimes.
Observando tantas virtudes ocultas nas coisas naturais, manifestas nos processos da
Natureza, não é de admirar que as virtudes dos números sejam muito maiores e mais ocultas,
além de serem mais prodigiosas e eficientes. Os números são mais formais, mais perfeitos e
existem naturalmente nos seres celestes, não se misturando com substâncias diferentes.
Finalmente, os números mesclam-se de maneira mais simples e acima de tudo com as idéias
na mente de Deus, de onde recebem suas eficientíssimas virtudes.
Pitágoras diz que “o número é aquilo que faz todas as coisas subsistirem e distribui
uma virtude para cada número”…
Proclo diz que “o número sempre tem uma existência na voz, outra na proporção entre
as vozes, outra na alma e na razão, e outra ainda nas coisas divinas”…
Temístio, Boécio e Averróis (o babilônio), assim como Platão, sublimam tanto os
números que chegam a pensar que ninguém pode ser um verdadeiro filósofo sem o
conhecimento deles. Os números indicam um caminho para descobrir e compreender todas as
coisas possíveis de serem conhecidas; dão acesso à premonição natural. Era pelo emprego
dos números formais que o abade Joaquim realizava suas profecias. Todos os filósofos
eminentes, especialmente Jerônimo, Agostinho, Orígenes, Ambrósio, Gregório de Nazianzo,
Atanásio, Basílio, Hilário, Rubanas, Beda e muitos outros, ensinam unanimamente que os
números possuem virtude e eficácia prodigiosas, tanto para o bem quanto para o mal. Estes
são os mistérios supremos de Deus e da Natureza. Aquele que sabe unir os números vocais e
naturais com os divinos, ordenando-os na mesma harmonia, conseguirá operar e conhecer
coisas prodigiosas.
Há grandes mistérios nos números porque, não fosse assim, João não teria dito no
Apocalipse: “Aquele que tem o conhecimento que calcule o número do nome da besta, que é o
número do homem”. E esta é a maneira de calcular mais famosa entre os hebreus e os
cabalistas.
A UNIDADE
Para os iniciados da cabalah, Deus é a unidade absoluta. A unidade da inteligência
humana, demonstra a unidade de Deus. As matemáticas não poderiam demonstrar a fatalidade
cega, uma vez que são a expressão da exatidão que é o caráter da mais suprema razão.
Na cabala, a unidade é, o princípio, a síntese dos números, é a idéia de Deus e do
homem, é a aliança da razão e da fé. A fé não pode ser oposta à razão, é exigida pelo amor, é
idêntica à esperança. Amar, acreditar e esperar, e esse triplo ímpeto da alma é chamado
virtude, porque é preciso coragem para realizá-la.
O dogma verdadeiramente mediador, pois é metade científico, metade hipotético,
metade razão e metade poesia.
O BINÁRIO
É o número feminino, o yin. Diz a parábola celeste: “A mulher está antes dos homens,
porque é mãe e tudo lhe é perdoado de antemão porque dá a luz com dor”
O TERNÁRIO
É o número da Criação.
O QUATERNÁRIO
É o número da força. É o ternário completado por seu produto, o homem. E quando o
homem compreender sua essência quaternária, em união com a criação, terá a liberdade. O
anjo da liberdade nasceu antes da aurora do primeiro dia antes mesmo de despertar a
inteligência, e Deus o denomina estrela da manhã.
O QUINÁRIO
È o número religioso. A fé não é a credulidade estúpida da ignorância maravilhada. A fé
é a consciência e a confiança do amor. A fé não consiste na confirmação deste com aquele
símbolo, mas na aspiração verdadeira e constante às verdades veladas por todos os
simbolismos. Os perseguidores da Roma decaída também chamavam os primeiros cristãos de
ateus porque não adoravam os ídolos de Calígula ou de Nero.
A fé é um sentimento comum a toda humanidade. O homem que se isola de todo amor
humano ao dizer: Eu servirei a Deus, este se engana. Pois diz o apóstolo João: “Se ele não
ama ao próximo que vê, como amará a Deus que não vê?
O SENÁRIO
É o número da iniciação pela prova. É o número do equilíbrio. É o código da ciência do
bem e do mal.
O SETENÁRIO
É o grande número bíblico. É a chave da história de Moisés e o símbolo de toda a
religião. O Cristo é o dever real que protesta contra o direito imaginário. É a emancipação do
espírito que quebra as algemas da carne. É a devoção revoltada contra o egoísmo.
O OCTONÁRIO
É o número da reação e da justiça equilibrante. Toda ação produz uma reação. É a lei
universal. O cristianismo produz o anticristianismo. O anticristo é a sombra , o contraste e a
prova de Cristo.
Os protestantes disseram: o anticristo é o Papa. O Papa respondeu: Todo herege é
anticristo. O anticristo é o espírito oposto ao Cristo. Quem é então o anticristo?
“É a usurpação do direito, o orgulho da dominação e o despotismo do pensamento. É o
egoísmo pretensamente religioso de alguns protestantes da mesma maneira que a ignorância
crédula e imperiosa dos maus católicos. É o que divide o homem ao invés de os unir, o desejo
ímpio de se apropriar da verdade e dela excluir os outros, que condena e amaldiçoa ao invés
de salvar e abençoar. É o fanatismo odioso que desencoraja a boa vontade”.
O NÚMERO NOVE
Os profetas são solitários pois o seu destino é, na maioria, nunca serem ouvidos. Vêem
muito mais do que os outros.
O Salvador disse à samaritana: “Mulher, em verdade vos digo que virá o tempo em que
os homens não adorarão mais a Deus, nem em Jerusalém, nem sobre esta montanha, pois
Deus é espírito, e seus verdadeiros adoradores devem servi-lo em espírito e em verdade.
O NÚMERO DEZ
O número absoluto da qabalah. A chave dos sefirotes, substância una que é céu e
terra, conforma seus graus de polarização, sutil ou fixa. Hermes Trimegisto chama de grande
Telesma. Quando produz o esplendor, ela demonstra-se luz. É essa substância que Deus cria
antes de todas as coisas, quando diz: “Fiat Lux” (Faça-se a luz)
É simultaneamente substância e movimento, fluido e vibração perpétua. A força que a
põe em movimento denomina-se magnetismo. No infinito, é a luz etérea (ou força
eletromagnética). Nos astros é a luz astral; nos seres é o fluido magnético; no homem, forma o
corpo astral ou mediador plástico. A vontade dos seres inteligentes age diretamente sobre essa
luz e, por meio dela, sobre toda natureza submetida às modificações da inteligência. Essa luz é
o espelho comum de todas as formas e pensamentos; guarda as imagens de tudo que foi,
os reflexos dos mundos passados, e por analogia, os esboços dos mundos futuros. Conhecida
por Hermes e Pitágoras, Sinésio e Platão, escola da Alexandria, Mesmer etc.
É essa substância primeira que se designa na narrativa hierática do Gênesis, quando o
verbo dos Eloim faz a luz ordenando-lhe que seja. Eloim diz: “Que seja a luz, e a luz foi”. Essa
luz, cujo nome hebreu é rut, or, é o ouro fluido e vivo da filosofia hermética. Seu princípio
positivo é o enxofre; o negativo, o mercúrio e seu equilíbrio é denominado seu sal.
Mesmer informa que nosso corpo astral ou mediador plástico é um imã que atrai ou
repele a luz astral astral sob a pressão da vontade. É um corpo luminoso que reproduz com a
maior facilidade as formas correspondentes às idéias. Até sob o exercício da vontade. Nossos
corpos fluidicos atraem-se ou repelem-se uns aos outros, segundo leis consoantes à
elasticidade. É o que produz simpatias a as antipatias instintivas.
O NÚMERO ONZE
É o número da força; da luta e do martírio. Todo homem que morre por uma idéia é um
mártir, pois nele, as aspirações do espírito triunfaram sobre os temores da carne. Todo homem
que morre na guerra é um mártir pois morre pelos outros.
Os que morrem pelo direito são tão bons em seus sacrifícios quanto às vítimas do dever
e, nas lutas da revolução, os mártires caem dos dois lados. Sendo o direito a raiz do dever,
nosso dever é defender nossos direitos. O crime é o exagero de um direito. O assassínio e o
roubo são negações da sociedade; é o despotismo isolado de um indivíduo que usurpa o
governo e a sociedade e faz guerra por sua conta e risco.
Quem não for irrepreensível é cúmplice do todo mal, e quem não for absolutamente
perverso pode participar de todo bem.
O NÚMERO DOZE
É o número cíclico; do símbolo universal.
O NÚMERO TREZE
É o número da morte e do renascimento, da propriedade, da herança, sociedade,
família, guerras e tratados.
As sociedades têm por base a troca do direito, do dever e da fé mútua. O direito é a
propriedade; a troca, a necessidade; a boa fé, o dever.
O NÚMERO CATORZE
É o número da fusão, da associação e da unidade universal.
O NÚMERO QUINZE
É o número do antagonismo. O cristianismo agora divide-se em Igrejas civilizadoras ou
bárbaras; progressistas ou estacionárias; ativas ou passivas ; as que condenam e as que se
submetem.
O NÚMERO DESESSEIS
É o número do templo.
O NÚMERO DESESSETE
É o número da estrela, da inteligência e do amor.
O NÚMERO DEZOITO
É o do dogma religioso, que é todo poesia e todo mistério.
Jesus, que foi o último e o mais sublime dos arcanos, a última palavra de todas as
iniciações, sabia que não seria compreendido a princípio e disse: “Não suportaríeis agora toda
a luz da minha doutrina; mas, quando se manifestar o Espírito da Verdade, ele vos ensinará
todas as coisas e explicará o sentido do que eu vos disse.”
O NÚMERO DEZENOVE
É o número da luz. É a existência de Deus provada pela própria idéia de Deus.
A afirmação do ateísmo é o dogma da noite eterna; a afirmação de Deus é o dogma da
luz.
OS NÚMEROS VINTE, VINTE E UM E VINTE DOIS
Embora o alfabeto sagrado tenha 22 letras; as dezenove primeiras são a chave da
teologia oculta. As outras são as chaves da natureza.
A Métrica da Cabala
A Multiplicidade dos Partzufim, Sefirot e Mundos
Por que existe uma multiplicidade de Partzufim, Sefirot e interações variáveis, tão
abundantes nos livros de Cabala?
Realmente, se tomarmos o corpo de um animal pequeno, cujo único fim é sustentar a si
próprio, de modo que possa viver neste mundo, reproduzir-se e cuidar de sua espécie,
encontraremos uma complexidade muito maior que um milhão de fibras e tendões, conforme
descobriram os fisiologistas e anatomistas; e ainda há muito mais para se descobrir. Por
conseqüência, podemos imaginar a grande variedade de estruturas que precisam estar
conectadas, a fim de revelar este sublime fim.
Duas Vias: De Cima para Baixo e de Baixo para Cima
A sabedoria da Cabala é geralmente dividida em duas vias idênticas e paralelas, como
duas gotas de água. A única diferença entre elas é que a primeira desce de cima até este
mundo, e a segunda começa e se move de baixo para cima, exatamente através do mesmo
caminho e combinações imprimidos em sua raiz, quando eles começaram a sua descida de
cima para baixo.
A primeira via é denominada “a ordem de descida dos mundos, dos Partzufim e das
Sefirot”, com todos os seus eventos, quer sejam duradouros ou transitórios. A última via é
denominada “Percepções ou graus de profecia e o Espírito Santo”, e a pessoa que a alcança é
obrigada a seguir os mesmos caminhos e a ascender a cada grau e detalhe, etapa por etapa,
exatamente de acordo com as mesmas regras que foram impressas nelas durante a sua
emanação de cima para baixo.
A revelação da Divindade não surge imediatamente, mas sim gradualmente e após
certo tempo, dependendo da pureza daquele que a busca, até que todos os níveis sejam
revelados de cima para baixo, um após o outro e um acima do outro, segundo uma ordem,
como degraus de uma escada.
A Realidade da Sabedoria da Cabala
Coisas reais podem ser encontradas até mesmo na realidade física, dispostas diante de
nossos olhos, embora não tenhamos a percepção ou a imagem de sua essência. Um exemplo
disso é a eletricidade e o magnetismo, chamados “fluidos”.
No entanto, quem poderia dizer que estes nomes não são reais, quando conhecemos
bem e de forma satisfatória as suas ações? Não poderíamos ser mais indiferentes ao fato de
não concebermos a essência do próprio objeto, como no caso da eletricidade.
Este nome é tão real e próximo a nós, como se fosse percebido totalmente por nossos
sentidos. Até mesmo as crianças estão familiarizadas com a palavra “eletricidade”, como estão
familiarizadas com as palavras pão, açúcar, etc.
Mas se quisermos aprofundar um pouco o assunto, eu lhes diria que assim como não
percebemos o Criador, é impossível alcançarmos a essência de qualquer uma de Suas
criaturas, até mesmo dos objetos reais que percebemos com nossas mãos.
Nós só conhecemos os nossos amigos e parentes neste mundo físico através do
“conhecimento de suas acções”. Estas ações nascem e resultam da interação de nossos
sentidos com os sentidos deles. Elas nos satisfazem totalmente, apesar de não percebermos
sua essência.
Além disso, não percebemos nossa própria essência. Tudo que sabemos sobre ela
nada mais é que uma seqüência de ações que emanam de nossa essência.
Agora podemos facilmente entender que todos os nomes e denominações que
aparecem nos livros Cabalísticos são realmente verdadeiros e efetivos, embora não saibamos
nada sobre o assunto. Isso porque aqueles que se utilizam deles estão totalmente satisfeitos
com a percepção que têm da totalidade suprema, ou seja, uma simples percepção das ações,
resultado da interação da Luz superior com aqueles que as percebe.
E isso é mais que suficiente, como diz a lei: “Tudo aquilo que é medido e sai de Sua
Providência a fim de se realizar na natureza da criação, é suficiente”. Da mesma forma que
uma pessoa não exige um sexto dedo em sua mão, pois os cinco já são suficientes.
CAIBALION (HERMETISMO)
Introdução
O Caibalion (Kybalion) é um livro esotérico sobre os Princípios Herméticos, foi
publicado pela primeira vez em 1908 em inglês. O livro foi escrito por três indivíduos auto-
intitulados Os Três Iniciados, e segundo eles contêm a essência dos ensinamentos de Hermes
Trismegisto tal como ensinado nas escolas herméticas do Antigo Egito e da Grécia
Existem especulações de que a obra foi criada por William Walker Atkinson.
O título Caibalion se refere a uma palavra hebraica que significa “Tradição ou preceito
manifestado por um ente de cima” e compartilha a mesma raiz da palavra Qabala. Muitas das
ideias apresentadas neste livro anteciparam conceitos relativamente modernos da Lei da
Atração e do Movimento do Novo Pensamento
Os sete princípios
O Princípio de Mentalismo: O Todo é Mente, O Universo é Mental. A criação divina se dá
mentalmente e fazemos todos parte d’uma mente universal.
O Princípio de Correspondência: O que está em cima é o que está embaixo, e o que está
embaixo é como o que está em cima. Existe relação entre a mente universal e nossa
própria mente humana.
O Princípio de Vibração: Nada está parado, tudo se movimenta, tudo vibra.
O Princípio de Polaridade: Tudo é Duplo; tudo tem Polos; tudo tem seu Oposto; o Igual e
o Desigual são a mesma coisa; os Opostos são idênticos em Natureza, mas diferentes em
Graus; extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os Paradoxos
podem ser reconciliados.
O Princípio de Ritmo: Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés; tudo sobe e desce,
tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a
medida do movimento à esquerda, o ritmo é a compensação.
O Princípio de Causa e Efeito: Toda Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa;
tudo acontece de acordo com a Lei; O acaso é simplesmente o nome dado a uma Lei
desconhecida; há muitos Planos de Causalidade, porém nada escapa à Lei.
O Princípio de Gênero: O Gênero está em tudo; tudo tem seu princípio masculino e o seu
princípio feminino; o Gênero se manifesta em todos os planos da existência
Escritos herméticos
Os escritos herméticos são uma coleção de 18 obras Gregas, e as principais são o
Corpus Hermeticum e a Tábua de Esmeralda, as quais são tradicionalmente atribuídas a
Hermes Trismegisto (“Hermes três vezes grande”).
Estes escritos contêm os aspectos teórico e filosófico do Hermetismo em seu aspecto
teosófico. O bizantino é marcado por uma outra coleção de obras herméticas, que também são
relacionadas ao Hermes Trismegisto, e contêm uma tradição hermética popular a qual é
composta essencialmente por escritos relacionados a astrologia e alquimia.
O hermetismo consiste, de forma sincrética, no estudo e prática da evolução e
expansão da consciência humana até à Consciência divina, penetrando assim nos mais
profundos mistérios da Criação, o que ficou conhecido como iniciação, iluminação ou senda no
Oriente.
Hermes Trismegisto
A divindade de Hermes Trismegisto provêm da introdução do deus Toth na religião
grega. Toth é um deus egípcio o qual simboliza a lógica organizada do universo. Ele é
relacionado aos ciclos lunares a qual em suas fases expressa a harmonia do universo. E
também como deus do verbo e da sabedoria foi naturalmente identificado com Hermes. Como
o deus da sabedoria o Toth foi atribuído como escritor de uma série de textos sagrados
egipcíos os quais descrevem os segredos do universo. Os textos Herméticos antigos podem
ser considerados também retentores de ensinamento e de uma base de iniciação a antiga
religião egípcia.
Como todos os deuses egípcios o Toth inicialmente era adorado localmente, mas
depois a adoração a ele espalhou-se por todo o Egito. Uma das localidades de adoração ao
Toth era na Grande Hermópolis. Com o estabelecimento da dinastia ptolomaica naquela região
Gregos imigraram também para a cidade sagrada de Toth. Desta imigração de gregos advém a
identificação de Hermes com Toth.
Princípio do Ritmo – “Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo
sobe e desce, o ritmo é a compensação”
Pode se dizer que o princípio é manifestado pela criação e pela destruição. É o ritmo
da ascensão e da queda, da conversão energia cinética para potencial e da potencial para
cinética. Os opostos se movem em círculos.
É a expansão até chegar ao ponto máximo, e depois que atingir sua maior força, se torna
massa inerte, recomeçando novamente um novo ciclo, dessa vez no sentido inverso. A lei do
ritmo assegura que cada ciclo busque sua complementação. Tudo ocorre para que seja
mantido o equilibrio.
O Princípio de Ritmo contém a verdade que em tudo se manifesta o movimento
proporcional, o movimento de um lugar para outro, um fluxo e refluxo, um movimento para
diante e para trás, um movimento semelhante ao do pêndulo, uma maré baixa e uma maré alta
entre os dois polos que se manifestam nos planos físico, mental e espiritual. O Princípio de
Ritmo está em relação com o Princípio de Polaridade. O ritmo se manifesta entre os dois polos
do Princípio de Polaridade, o que não significa que o pêndulo do ritmo vibra nos polos
extremos, porque isto raramente ocorre; é difícil estabelecer o extremo polar oposto, mas a
vibração vai primeiro para o lado de um polo e depois para ao outro, sempre havendo uma
ação e uma reação, uma marcha e uma retirada, uma alta e uma baixa, manifestadas em todos
os tons e fenômenos do universo. Os sóis, os mundos, os homens, os animais, as plantas, os
minerais, as forças, a energia, a mente, a matéria e o Espírito manifestam este princípio. Ele se
manifesta na criação e destruição dos mundos, na elevação e queda das nações, na vida
histórica de todas as coisas e finalmente nos estados mentais do homem.
O ritmo está presente na criação e destruição do Universo. Começando com as
manifestações do Espírito ou do Todo, pode-se dizer que existem Efusão e Infusão, Expiração
e Inspiração, como dizem os Brâmanes. Os Universos são criados, chegam ao ponto mais
baixo de materialidade e logo começam a sua vibração para cima. Os sóis nascem à
existência, e sendo atingida a sua maior força, o processo de retrocesso começa, e depois de
tempos eles se tornam inertes massas de matéria, desintegram, e novo impulso põe em
movimento as energias interiores na atividade e começa um novo ciclo de vida. Assim é com
todos os mundos: nascem, vivem e morrem: sempre é um renascer. Assim é com todas as
coisas, todas as formas, que vibram da ação para a reação, do nascimento para à morte, da
atividade para a inatividade, e para novo ciclo. Assim é com todos os viventes, nascem,
crescem e morrem, e depois tornam a nascer. Assim é com todos os grandes movimentos, as
filosofias, os credos, os costumes, os governos, as nações e todas as coisas: nascer, crescer,
amadurecer, decair, morrer e renascer. A vibração do pêndulo está sempre em evidência.
A noite segue o dia, e o dia segue a noite; o pêndulo vibra do outono ao inverno, e depois
volta para trás. Os corpúsculos atômicos, os átomos, as moléculas e todas as massas de
matéria vibram ao redor do círculo da sua natureza. Não há coisa alguma de absoluta inércia
ou cessão de movimento, e todo movimento participa do Ritmo. O princípio é de aplicação
universal, pode ser aplicado a qualquer questão ou fenômeno de qualquer dos diversos planos
da vida. Pode ser aplicado a todas as atividades humanas. Sempre existe a vibração rítmica de
um polo a outro. O pêndulo universal sempre está em movimento, as marés da vida sobem e
descem de acordo com a lei. O Princípio de Ritmo acha-se bem entendido pela ciência
moderna e é considerado uma lei universal aplicada às coisas materiais. Os alquimistas levam
esse princípio muito além, já há milênios, e sabem que as manifestações e influências se
estendem às atividades mentais do homem, e que isto se explica pela contínua sucessão de
condições, estados, emoções e outras incômodas e embaraçosas mudanças que observamos
em nós mesmos, em nossa vida. São também resultado de decisões tomadas, que apesar de
terem gerado transtornos, geraram aprendizado. Mas os alquimistas, estudando as operações
deste princípio, aprenderam a escapar da sua atividade pela transmutação; ficaram mais
conscientes.
Os mestres alquimistas há muito tempo descobriram que, conquanto o Princípio de
Ritmo seja invariável, e sempre esteja em evidencia nos fenômenos mentais, ainda existem
dois planos de sua manifestação tanto quanto os fenômenos mentais estão incluídos.
Descobriram que existem dois planos gerais de Consciência, o Inferior e o Superior. O
conhecimento deste fato habilita-os a subir ao plano superior e assim escapar da vibração do
pêndulo rítmico que se manifesta no plano inferior. Melhor explicando, a vibração do pêndulo
se realiza no Plano Inconsciente, e a Consciência não é afetada. A isto eles chamam a Lei da
Neutralização. Essa operação consiste na elevação do Eu (Alma) acima das vibrações do
Plano Inconsciente da atividade mental, de modo que a vibração negativa do pêndulo não é
manifestada na consciência, e por esta razão eles não são afetados. É semelhante à elevação
acima da de uma coisa, deixando-a passar debaixo de nós. Os mestres alquimistas, ou os
estudantes adiantados, polarizando-se no polo desejado, e por um processo semelhante à
recusa de participar da vibração que desce, ou, se preferir, à negação da sua influência sobre
eles, sustêm-se firmes na sua posição polarizada, e deixam o pêndulo mental vibrar para trás
no plano inconsciente. Todas as pessoas que atingiram todos os graus do domínio próprio
realizam isto de forma inconsciente, recusando-se deixar as condições e estados mentais
negativos dominá-las; aplicam a Lei de Neutralização.
O alquimista dominando estudos adiantados, leva esse controle a um grau muito
elevado de progresso, e pelo uso da sua vontade atinge um grau de equilíbrio e firmeza mental
quase impossível de ser criado pelos que deixam mover-se à direita e à esquerda pelo pêndulo
mental das condições e emoções. A importância disto pode ser apreciada por qualquer
pensador que compreende que a maioria das pessoas são criaturas de condições, emoções e
sensações, e que só manifestam um domínio próprio muito insignificantemente. Se quisermos
nos deter e examinar um momento, veremos como muitos movimentos de ritmo nos afetam na
vida, como um período de entusiasmo foi seguido por uma sensação de depressão. Do mesmo
modo como períodos de coragem foram seguidos por medo. E assim sempre acontece com a
grande maioria das pessoas: sensações aparecem e desaparecem alternadamente, sem que
se suspeite a causa ou a razão desse fenômeno mental. A compreensão das operações deste
Princípio dará à pessoa a chave para o domínio desses movimentos rítmicos de emoções,
habilitando-a a conhecer-se e a evitar ser levada pelos fluxos e refluxos. A vontade é superior à
manifestação deste princípio, todavia o próprio princípio não pode ser destruído. Podemos
escapar dos seus efeitos, porém, apesar disso, o princípio está em operação. O pêndulo
sempre se move, porém, podemos escapar de sermos levados por ele.
A Lei da Compensação, muito importante, significa o mesmo que contrabalançar, que é o
sentido que os alquimistas empregam ao termo. É a esta Lei de Compensação que se refere o
Caibalion, quando diz: “A medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda;
o ritmo é a compensação”. A Lei de Compensação é que o movimento numa direção determina
o movimento na direção oposta, ou para o polo oposto; um balança e contrabalança o outro. No
plano físico vemos muitos exemplos dessa lei; o pêndulo do relógio move-se em certa distância
à direita, e depois numa igual distancia à esquerda. O pêndulo com brevidade move-se numa
direção, e com a mesma brevidade na outra; um movimento extenso à direita representa
invariavelmente um movimento extenso à esquerda; um objeto atirado para cima a certa altura,
tem igual distancia para atravessar na volta. A força com que um projétil é arremessado uma
distância para cima é reproduzida quando o projétil volta à Terra. Os estados mentais do
homem estão sim sujeitos a essa lei. O homem que goza sutilmente está sujeito a sofrimentos
sutis. A capacidade de sofrimento ou gozo é contrabalançada em cada pessoa. A lei de
compensação está aí em operação, contudo os alquimista ensinam que antes que alguém
possa gozar certo grau de prazer, deverá ter movido proporcionalmente para o outro polo da
sensação; dizem, contudo, que experimentando certo grau de prazer não se segue que se
deverá pagar por isto com um grau correspondente de sofrimento; pelo contrário, o prazer é o
movimento rítmico concordando com a lei de compensação, para um grau de sofrimento
precedentemente experimentado na vida presente ou numa encarnação anterior. Isto traz nova
luz sobre o problema do sofrimento. Os alquimistas consideram a cadeia das vidas como
contínua, de modo que o movimento rítmico se expressa nesse todo.
A Lei da Compensação tem importância vital em nossas vidas, e explica porque
pagamos muitas vezes o preço de coisas que possuímos ou carecemos. As coisas que se
ganham são sempre pagas pelas coisas que se perdem.
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Princípio de Causa e Efeito – “Toda causa tem seu efeito; todo efeito tem
sua causa; todas as coisas acontecem de acordo com a Lei; o acaso é
simplesmente um nome dado a uma lei não reconhecida; há muitos
planos de casualidade, mas nada escapa à Lei”
Nada acontece por acaso, pois não existe o acaso, já que acaso é simplesmente um
termo dado a um fenômeno existente e do qual não conhecemos a origem, ou seja, não
reconhecemos nele a Lei à qual se aplica.
Esse princípio é um dos mais polêmicos, pois também implica o fato de sermos
responsáveis por todos os nossos atos. No entanto, esse princípio é aceito por todas as
filosofias de pensamento, desde a antiguidade. Também é conhecido como karma.
Da Energia Latente no Ser Humano
Ser Humano (Ser) é Energia. Essa Energia é força de maior intensidade, de menor
intensidade e de zero intensidade.
O Ser ativo, participativo, solidário, ético, optativo e decisivo é um Ser de Energia de
intensidade alta, grande, maior.
Um Ser inativo, egoísta, passivo, corruptor, inoptativo e indeciso é um Ser de Energia de
intensidade baixa, rasa, sofrível.
Um Ser doente, em fase terminal, é um Ser de intensidade de Energia igual a zero.
Um Ser que faz o mal, vive para o mal, pratica o mal, venera o mal, participa para o mal,
tem o pensamento voltado para o mal, ludibria a vontade alheia em proveito próprio, tem
uma Energia de intensidade sofrível.
Um Ser que é benevolente, que pratica boas ações, que venera o bem, faz o bem sem
olhar a quem, ajuda ao próximo, tem o pensamento voltado para a prática do bem, é
altruísta, provoca a paz entre os homens, tem uma Energia de intensidade maior.
Um esquema para melhor entender esse homem de Energia sofrível: A Elipse é aberta
em ordenadas e abscissas negativas.
Um esquema para melhor entender esse homem de Energia maior: A Elipse é fechada
em ordenadas e abscissas positivas.
Um esquema para melhor entender esse homem de Energia zero: A Elipse tem abscissas
e ordenadas iguais
O Princípio de Causa e Efeito está oculto em todas as idéias científicas, antigas e
modernas, e foi anunciado há milênios pelos hermetistas, e que apesar de oculto, nada existe
sem sua influência, nada é por puro acaso no universo. Nada há fora do Todo, e se dentro,
segue suas leis, seus ordenamentos, pois o Todo é a própria lei. Não há lugar no universo para
uma coisa fora e independente da Lei. Acaso é o que não conseguimos compreender, e é
empregado como a queda de pedras num jogo de azar, fato considerado simplesmente casual,
o que se analisado analiticamente pela razão, veremos que também não é verdade, nada é por
acaso na caída de dados num jogo, por exemplo.
Muita confusão houve nas mentes de pessoas que consideraram este Princípio porque
não eram capazes de explicar como uma coisa poderia causar outra, isto é, ser criadora da
segunda coisa. Na verdade, como matéria, nenhuma coisa pode causar ou criar outra, mas o
que sucede é que a causa e o efeito são distribuídos como eventualidades. Uma eventualidade
é aquilo que acontece ou advém como resultado ou como conseqüência de diversos eventos
precedentes. Nenhum evento cria outro evento, mas é um elo precedente na grande cadeia
ordenada de eventos procedentes da energia criativa do Todo. Há uma continuidade entre os
acontecimentos precedentes, conseqüentes e subseqüentes. Há uma relação entre tudo o que
veio antes e tudo o que vem agora. Uma pedra é deslocada de um lugar montanhoso e quebra
o teto de uma casa lá embaixo no vale. A princípio consideramos isto como um acontecimento
casual, mas quando examinamos o assunto encontramos uma grande cadeia de causas. Em
primeiro lugar está a chuva que amoleceu a terra que suportava a pedra e que a deixou cair;
em segundo lugar atrás desta está a influência do sol e de outras chuvas que gradualmente
desintegraram o pedaço de rocha de um pedaço maior; são consideradas aqui as causas da
formação da montanha, a civilização que construiu casas no vale, desmatamento da encosta, e
assim até o infinito. Dessa forma poderíamos procurar as causas através da causa das chuvas,
da existência do teto da casa, da casa, enfim, logo nos envolveríamos em uma rede de
acontecimentos, causas e efeitos, de cujas malhas intrincadas não nos poderíamos
desembaraçar.
Do mesmo modo que temos dois pais, quatro avós, oito bisavós, dezesseis trisavôs, e
assim por diante até que em dezenas de gerações calcula-se o número remontarem a muitos
milhares, assim é com o número de causas que se ocultam sob o mais trivial acontecimento ou
fenômeno, como somos a conseqüência da somatória de todas essas mentes, de todas as
diferentes bagagens genéticas, e de todas as decisões de cada ser, e de nós mesmos, no
devido período de existência, no devido momento.
Este princípio explica que os desacertos das coisas presentes vieram de pequenos
eventos ou causas que as antecederam. Na verdade explica que tudo advém de causas
passadas, mas que não há essa relação de grande e pequeno como está sendo posto. Uma
Fuligem no ar que pode incomodar nossos olhos, no passado estava formando parte de um
tronco maciço de árvore, que foi transformado em carvão e depois passou por nossos olhos e
daí seguirá para outras aventuras. Uma cadeia de acontecimentos, causas e efeitos, trouxe-o à
sua condição presente, fuligem, e a última é simplesmente uma cadeia dos acontecimentos
que poderão produzir outros eventos centenas de anos depois deste momento. Uma série de
acontecimentos procedentes de delgado pedaço de fuligem fez grafite para escrever textos que
produzem pensamentos às mentes de diferentes pessoas, que por sua vez afetarão outras
pessoas e assim por diante conforme a habilidade do homem para raciocinar. Isso mostra a
relatividade e a associação das coisas, e que o fato anterior não é obrigatoriamente grande ou
pequeno em relação ao fato conseqüente: “não há coisa grande, não há coisa pequena na
mente que causa tudo”.
Se certo moço não tivesse encontrado certa moça, no obscuro período da Idade da
Pedra, vocês, que agora estão lendo estas linhas, não existiriam; talvez se um casal não se
encontrasse, os que escreveram estas linhas também não existiriam. O ato de quem escreveu
estas linhas e o ato de lê-las, como o fazemos, poderá não só afetar as respectivas vidas
nossas e as de quem escreveu, mas também poderá ter uma influência direta ou indireta sobre
outras pessoas que agora vivem e que viverão nas idades futuras. Toda idéia que pensamos,
todo ato que fazemos tem o seu resultado direto ou indireto que se adapta à grande cadeia de
Causa e Efeito.
As coisas são como estão porque houve escolhas no passado que determinaram o
hoje, e poderiam ser diferentes se diferentes escolhas tivessem sido feitas. Não vamos agora
entrar em considerações sobre Livre-Arbítrio versus Determinismo, pois o Hermetismo
considera que nenhum desses dois lados é inteiramente verdadeiro; o que se passa é que
ambos os lados são parcialmente verdadeiros, pois o Princípio de Polaridade mostra que
ambos são parte e pólos opostos da Verdade. Os Preceitos são que o homem pode ser livre e
ao mesmo tempo limitado pela necessidade, dependendo isto do significado da Verdade que
se aborda. O hermetismo conceitua que “a criação que está mais distante do Centro é a mais
limitada, e quanto mais próxima se chega do Centro, tanto mais Livre é”. Ser alquimista faz
grande diferença para as futuras escolhas e para compreender melhor o que já é determinado.
A maioria das pessoas são mais ou menos escravas da hereditariedade, dos que as rodeiam, e
manifestam muito pouca Liberdade. São guiados pelas opiniões, pelos costumes e pelas idéias
do mundo exterior; também pelas suas emoções, sensações e condições. Muitos não
manifestam domínio algum. Muitas dessas pessoas se dizem livres para agir e fazer o que lhes
seja conveniente e o que lhes de prazer, não se ligando a nenhum conhecimento da verdade
como aqui buscamos, mas deveriam explicar melhor o seu “quero” e o como lhes é
conveniente aquilo que fazem. Que as faz querer fazer uma coisa de preferência à outra? Que
lhes faz conveniente fazer isto e não aquilo? Não existe por que para o seu desejo e prazer?
Os hermetistas podem mudar estes prazeres e vontades em outros no lado oposto do pólo
mental; é capaz de querer por querer, sem querer por causa das condições, emoções,
sensações ou sugestões do meio, sem tendência ou desejo. A maioria das pessoas são
arrastadas como a pedra que cai obediente ao meio, às influencias exteriores e às condições e
desejos internos, não falando dos desejos e das vontades de outros mais fortes que delas, da
hereditariedade, da sugestão, tudo o que as levam sem resistência, sem exercício da vontade.
Movidas como peões no jogo de xadrez da vida, elas tomam parte neste e são abandonadas
depois que o jogo terminou. Mas os alquimistas, conhecendo a regra do jogo, elevam-se acima
do plano material, e colocando-se em relação com as mais elevadas forças da natureza,
dominam as suas próprias condições, os caracteres, as qualidades e a polaridade, assim como
o meio em que vivem; deste modo tornam-se motores em vez de peões: Causas em vez de
Efeitos.
Os alquimistas não escapam da Casualidade dos planos mais elevados, mas estão
preparados para concordarem com as Leis superiores e assim dominam as circunstancias no
plano inferior. Elx’es formam parte consciente da Lei, sem serem simples instrumentos.
Enquanto servem nos planos superiores, governam no plano material. Se em todos os cantos a
Lei do Todo sempre está em ação, nada há que seja obra do acaso, nada; tanto nos planos
superiores como nos inferiores, a Lei está sempre em ação. Não há coisa do acaso. Podemos
ver esclarecidos pelo conhecimento que tudo é governado pela Lei Universal, e o infinito
número de leis é simplesmente uma manifestação da única Grande Lei, a Lei que é o Todo.
Contudo, que nem mesmo um pardal fica descuidado da Mente do Todo, assim como os
cabelos da nossa cabeça são contados, como é referido na Bíblia Cristã, nada há fora da Lei;
nada do que acontece é contrário a ela, contudo, não devemos cometer erros de supor que por
causa disso o Homem é simplesmente um cego autômato. Os Preceitos Herméticos ensinam
que o Homem pode usar a Lei contra as leis menores, e que a vontade superior prevalece
contra a inferior até que por fim procure refúgio na própria Lei, e olhe com desprezo as leis
inferiores.