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   ALQUIMIA
            A Alquimia é uma tradição antiga que combina elementos de química, física, astrologia,
arte, metalurgia, medicina, misticismo, e religião.
            Existem três objetivos principais na sua prática.
            Um deles é a transmutação dos metais inferiores em ouro, o outro a obtenção do Elixir
da Longa Vida, uma panacéia universal, um remédio que curaria todas as doenças e daria vida
eterna àqueles que o ingerissem.
            Ambos estes objetivos poderiam ser atingidos ao obter a pedra filosofal, uma
substância mística que amplifica os poderes de um alquimista.
            Finalmente, o terceiro objetivo era criar vida humana artificial, os homunculus. É
reconhecido que, apesar de não ter caráter científico, a alquimia foi uma fase importante na
qual se desenvolveram muitos dos procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram
utilizados pela química.
            A alquimia foi praticada na Mesopotâmia, Egito Antigo, Mundo Islâmico, Pérsia, Índia,
Japão, Coréia e China, na Grécia Clássica, em Roma, e na Europa.
            Alguns estudiosos da alquimia admitem que o Elixir da longa vida e a pedra filosofal são
temas simbólicos, que provêm de práticas de purificação espiritual, e dessa forma, não
poderiam ser considerados substâncias reais.
            Há pesquisadores que identificam o elixir da longa vida como um líquido produzido pelo
próprio corpo humano, que teria a propriedade de prolongar indefinidamente a vida daqueles
que conseguissem realizar a chamada “Grande Obra”, tornando-se assim verdadeiros
alquimistas. Existem referências dessa substância desconhecida também na tradição da Yoga.

         Símbolos Alquímicos
            Embora alguns, influenciados pelo conhecimento científico moderno, atribuam à
alquimia um caráter de “proto-ciência”, devemos nos lembrar que ela tem mais de religião que
de ciência. Assim, ao contrário da ciência moderna que busca descobrir o novo, a alquimia
preocupava-se com os segredos do passado, e em preservar um suposto conhecimento antigo.
            Parte desta confusão de tratar a alquimia como proto-ciência é conseqüência da
importância que, nos dias de hoje, se dá à alquimia física (que manipulava substâncias
químicas para obter novas substâncias), particularmente como precursora da química.
            Esse trabalho irá falar do trabalho alquímico relacionado com os metais, que era
apenas uma metáfora para um trabalho espiritual . Torna-se mais clara a razão para ocultar
toda e qualquer conotação espiritual deste trabalho, na forma de manipulação de “metais”, se
nos lembrarmos que na Idade Média havia a possibilidade de ser acusado de heresia,
acabando por ser perseguido pela Inquisição da Igreja Católica.
            Como ciência oculta, a alquimia reveste-se de um aspecto desconhecido, oculto e
místico. Muitos dos textos alquímicos, rebuscados e contraditórios, devem ser entendidos sob
esta perspectiva, mais interessados em esconder que em revelar.
            A própria transmutação dos metais é um exemplo deste aspecto místico da alquimia.
Para o alquimista, o universo todo tendia a um estado de perfeição. Como, tradicionalmente, o
ouro era considerado o metal mais nobre, ele representava esta perfeição. Assim, a
transmutação dos metais inferiores em ouro representa o desejo do alquimista de auxiliar a
natureza em sua obra, levando-a a um estado de maior perfeição. A alquimia vem se
desenvolvendo nos tempos modernos. Portanto, a alquimia é uma arte filosófica, que busca ver
o universo de uma outra forma, encontrando nele seu aspecto espiritual e superior.

        História
            Alguns opinam que a palavra “alquimia” vem da expressão árabe “al Khen” (‫ الكيمياء‬ou
‫ الخيمي اء‬de raiz grega, “alkimya”), que significa “o país negro”, nome dado ao Egito na
antiguidade, e que é uma referência ao hermetismo, com o qual a alquimia tem relação. Outros
acham que está relacionado com o vocábulo grego “chyma”, que se relaciona com a fundição
de metais.
            Podemos dividir a história da alquimia em dois movimentos independentes: a Alquimia
chinesa e a Alquimia Ocidental, esta última desenvolvendo-se ao longo do tempo no Egito (em
especial Alexandria), Mesopotâmia, Grécia, Roma, Índia, Mundo Islâmico, e Europa.
            A alquimia chinesa estaria associada ao Taoísmo e parece ter evoluído quase ao
mesmo tempo que em Alexandria ou na Grécia. O seu principal objetivo era fabricar o elixir da
longa vida, que segundo eles, estava relacionado com fabricação do ouro, não havendo a
pedra filosofal e o homunculus, que trata-se de conceitos puramente ocidentais.
            Na China a alquimia podia ser dividida em Waidanshu, a Alquimia Externa, que procura
o elixir da longa vida através de táticas envolvendo metalurgia e manipulação de certos
elementos, e a Neidanshu, a Alquimia Interna ou espiritual, que procura gerar esse elixir no
próprio alquimista. A alquimia chinesa foi perdendo força e acabou desaparecendo com o
surgimento do budismo. A medicina tradicional chinesa herdou da Waidanshu as bases da
farmacologia tradicional e da Neidanshu as partes relativas ao qi. Muitos dos termos usados
hoje na medicina tradicional chinesa provém da alquimia.
            A filosofia védica também considera que há um vínculo entre a imortalidade e o ouro.
Esta ideia provavelmente foi adquirida dos gregos, quando Alexandre, o Grande invadiu a Índia
no ano325 a.C., e teria procurado a fonte da juventude. Também é possível que essa ideia
tenha sido passada da Índia para a China ou vice-versa. O Hinduísmo a primeira religião da
Índia, tem outras idéias de imortalidade, diferentes do elixir da longa vida.
            No Egito Antigo a alquimia era considerada obra do deus Thoth, também conhecido por
Hermes Trismegistus, por isto o termo hermetismo esta associado à alquimia. Na cidade de
Alexandria, no Egito, a alquimia recebeu influência das filosofias gregas de Aristóteles e do
neoplatonismo.
            Foi graças às campanhas de Alexandre, o Grande que a alquimia se disseminou em
todo o oriente. E foram os muçulmanos que a levaram novamente para a Europa, em razão da
conquista Islâmica da Península Ibérica, particularmente para Al-Andaluz ao redor do ano de
950. Assim, este florescimento da alquimia na península Ibérica durante a Idade Média está
relacionado a presença muçulmana na Europa neste período. Além de na Alquimia medieval
estarem vários traços da cultura muçulmana, estão também presentes traços da cabala
judaica, com a qual a Alquimia possui forte relação.
            Durante a Idade Média muitos alquimistas foram julgados pela Inquisição, e
condenados à fogueira por alegado pacto com o diabo. Por isto, até os dias de hoje o enxofre,
material usado pelos alquimistas, é associado ao demônio. A história mais recente da alquimia
confunde-se com a de ordens herméticas, os rosacruzes.

       A Pedra Filosofal
            Os alquimistas tentavam produzir em laboratório a pedra filosofal (ou medicina
universal) a partir de matéria-prima mais grosseira. Com esta pedra seria possível obter a
transmutação dos metais e o Elixir da Imortalidade, que é capaz de prolongar a vida
indefinidamente. O trabalho relacionado com a pedra filosofal era chamado por eles de “A
Grande Obra”.
            Alguns consideram que o trabalho de laboratório dos alquimistas medievais com os
“metais” era, na verdade, uma metáfora para a verdadeira natureza espiritual da alquimia.
Assim, a transformação dos metais em ouro pode ser interpretada como uma transformação de
si próprio, de um estado inferior para um estado espiritual superior. Outros consideram que as
operações alquímicas e a transmutação do operador ocorrem em paralelo; existem, ainda,
outras opiniões.
            A pedra filosofal poderia não só efetuar a transmutação, mas também elaborar o Elixir
da Longa Vida, uma panaceia universal, que prolongaria a vida indefinidamente. Isto demonstra
as preocupações dos alquimistas com a saúde e a medicina. Vários alquimistas são
considerados precursores da moderna medicina, e entre eles destaca-se Paracelso.
            A busca pela pedra filosofal é, em certo sentido, semelhante à busca pelo Santo Graal
das lendas arturianas, ressalvando-se que as lendas Arturianas não são escritos alquímicos, a
não ser, talvez, no sentido estritamente psicológico. Em seu romance “Parsifal”, escrito entre os
anos de 1210 e 1220, Wolfram von Eschenbach associa o Santo Graal não a um cálice, mas a
uma pedra que teria sido enviada dos céus por seres celestiais e teria poderes inimagináveis.
Também na cultura islâmica desempenha papel importante uma pedra, chamada Hajar el
Aswad, que é guardada dentro de uma construção chamada de Kaaba, considerada sagrada,
tornou-se em objeto de culto em Meca.
 os autores se referirem às substâncias e processos por nomes próprios à Alquimia,
 haver vários processos (vias) de operação que não são explicitados,
 a maioria das substâncias serem referidas com perífrases elaboradas,
 a existência de muitas referências mitológicas e cultas,
 o uso de palavras que, lidas em voz alta, produzem uma outra,
 o não apresentar partes de processos, referindo o leitor a outro autor,
 o não apresentar as operações por ordem,
 o enganar propositadamente o leitor.
              Transmutação de metais inferiores em ouro. Objectivo secundário dos alquimistas
            A própria palavra “hermético” sugere a dificuldade dos textos dos autores alquímicos.
Esta tem por causas
            Em alguns casos (e.g. Mutus Liber, O Livro Mudo) a exposição é feita apenas, ou
predominantemente, por gravuras alegóricas. Escrito dessa maneira, até um livro de culinária
seria impenetrável em seu conteúdo. As finalidades deste obscurecimento eram proteger-se de
perseguições e não deixar os processos cair na via pública.
            Qualificações habituais dos autores são o ser “caridoso”, se expõe os seus temas
corre(c)tamente, ou “invejoso” (cioso do seu conhecimento) se engana o leitor. Um autor pode
ser caridoso num trecho e invejoso noutro.

       O Processo Alquímico
            O processo alquímico é o principal trabalho dos alquimistas (frequentemente chamado
de “A Grande Obra”). Trata-se da manipulação dos metais, e da fabricação da pedra filosofal.
As matérias-primas do processo alquímico são, entre outros, o orvalho, o sal, o mercúrio e o
enxofre. De um modo geral, o processo alquímico é descrito de forma velada usando-se uma
complicada simbologia que inclui símbolos astrológicos, animais e figuras enigmáticas.
            O orvalho é utilizado para umedecer ou banhar a matéria-prima. O sal é o dissolvente
universal. Os outros dois elementos, mercúrio e enxofre são as principais matérias-primas da
alquimia. O enxofre é o princípio fixo, ativo, masculino, que representa as propriedades de
combustão e corrosão dos metais. O mercúrio é o princípio volátil, passivo, feminino, inerte.
Ambos, combinados, formam o que os alquimistas descrevem como o “coito do Rei e da
Rainha”.
            O sal, também conhecido por arsénico, é o meio de ligação entre o mercúrio e o
enxofre, muitas vezes associado à energia vital, que une corpo e alma.
            A linguagem dos textos alquímicos com frequência faz uso de imagens sexuais. E não
é muito incomum que a ligação de elementos seja comparada a um “coito”. Normalmente este
casamento é associado à morte, e é representado, com frequência, ocorrendo dentro de um
sarcófago.
            Enquanto a união de ambos os elementos é representada por um “casamento” ou
“coito”, o combate entre o enxofre e o mercúrio, entre o fixo e o volátil, entre o masculino e o
feminino é comumente representado pela luta entre o dragão alado e o dragão áptero.
            Também é muito frequente o uso de símbolos da astrologia na linguagem alquímica.
Associam-se os planetas da astrologia com os elementos da seguinte forma:
 Sol com o ouro
 A Lua com a prata
 Mercúrio com mercúrio
 Vênus com o cobre
 Marte com o ferro
 Júpiter com estanho
 Saturno com chumbo
            Os alquimistas acreditavam que o mundo material é composto por matéria-prima sob
várias formas, as primeiras dessas formas eram os quatro elementos (água, fogo, terra e ar),
divididos em duas qualidades: Húmido (que trabalhava prinipalmente com o orvalho) ou Seco,
Frio ou Quente. As qualidades dos elementos e suas eminentes proporções determinavam a
forma de um objeto, por isso, os alquimistas acreditavam ser possível a transmutação:
transformar uma forma ou matéria em outra alterando as proporções dos elementos através
dos processos de destilação, combustão, aquecimento e evaporação.
            Exemplo de um processo alquímico.
            Os alquimistas também associavam animais com os elementos, por exemplo,
normalmente, o unicórnio ou o veado é usado para representar o elemento terra, o peixe para
representar a água, pássaros para o ar, e a salamandra o fogo. Também haviam símbolos para
outras substâncias, por exemplo, o sal é normalmente representado por um leão verde. O
corvo simboliza a fase de putrefação do processo alquímico, que assume uma cor negra.
Enquanto que um tonel de vinho representa a fermentação, fase muito freqüentemente citada
pelos alquimistas no processo alquímico.
            Segundo os alquimistas a matéria passaria por quatro estágios principais, que por
vezes, também ter significado espiritual:
 Nigredo: ou Operação Negra, é o estágio em que a matéria é dissolvida e putrefacta
(associada ao calor e ao fogo);
 Albedo: ou Operação Branca, é o estágio em que a substância é purificada (associada à
ablução com Aquae Vitae, à luz da lua, feminina e à prata);
 Citrinitas: ou Operação Amarela, é o estágio em que se opera a transmutação dos metais,
da prata em ouro, ou da luz da lua, passiva, em luz solar, activa;
 Rubedo: ou Operação Vermelha, é o estágio final, em que se produz a Pedra Filosofal – o
culminar da obra ou do casamento alquímico.
            Os processos apresentam perigo real de explosão (algumas composições resultam em
reações violentas, que se aproximam da pólvora), queimaduras (temperatura próximas
dos1000 °Ce quase sempre acima dos100 °C, ácidos e bases fortes), envenenamento (gases)
e toxicidade por metais (Mercúrio, Antimónio, Chumbo). Os perigos psicológicos são também
reais, em consequência de trabalho excessivo, concentração prolongada, frustração repetida,
falta de repouso, por vezes isolamento, estímulos à imaginação, etc.

        O Homunculus
            Talvez uma das mais interessantes idéias dos alquimistas seja a criação de vida
humana a partir de materiais inanimados. Não se pode duvidar da influência que a tradição
judaica teve neste aspecto, pois na cabala existe a possibilidade de dar vida a um ser artificial,
o Golem.
            O conceito do homúnculo (do latim, homunculus, pequeno homem) parece ter sido
usado pela primeira vez pelo alquimista Paracelsus para designar uma criatura que tinha cerca
de12 polegadasde altura e que, segundo ele, poderia ser criada por meio de sémen humano
posto em uma retorta hermeticamente fechada e aquecida em esterco de cavalo durante 40
dias. Então, segundo ele, se formaria o embrião. Outro Alquimista famoso que tentou criar
homúnculus foi Johanned Konrad Dippel, que utilizava técnicas bizarras como fecundar ovos
de galinha com sêmen humano e tapar o orifício com sangue de menstruação.
            É possível que o homúnculo seja quer uma alegoria, quer uma interpretação demasiado
literal das imagens alegóricas alquímicas respeitantes à criação, pela Arte, de novas entidades
minerais, sejam elas objectivos finais ou intermédios. Essas imagens comportam, muitas
vezes, a representação de um ser emblemático, humano, animal ou quimérico, numa retorta.

     Ligado aos nossos dias


            A alquimia medieval acabou fundando, com os estudos sobre os metais, as bases da
química moderna. Diversas novas substâncias foram descobertas pelos alquimistas, como o
arsênico. Eles também deixaram como legado alguns procedimentos que usamos até hoje,
como o famoso banho-maria, devido a alquimista Maria, a Judia, considerada fundadora da
Alquimia na Antiguidade; a ela atribui-se também a descoberta do ácido clorídrico. Ironia do
destino, o desejo dos alquimistas de transmutar os metais tornou-se realidade nos nossos dias
com a fissão e fusão nuclear.
 Alberto Magno, conseguiu preparar a potassa caustica. Foi o primeiro a descrever a
composição química do cinabre, do alvaiade e do mínio.
 Raimundo Lúlio preparou o bicarbonato de potássio.
 Paracelso identificou o zinco; pioneiro na utilização medicinal dos compostos químicos
 Giambattista della Porta preparou o óxido de estanho
 Basile Valentin descobriu os ácidos sulfúrico e clorídrico
            A psicologia moderna também incorporou muito da simbologia da alquimia. Carl Jung
reexaminou a simbologia alquímica procurando mostrar o significado oculto destes símbolos e
sua importância como um caminho espiritual. Mas com certeza a maior influência da alquimia
foi nas chamadas ciências ocultas. Não há ramo do ocultismo ocidental que não tenha recebido
alguma ideia da alquimia, e que não a referencie.
            No entanto, os alquimistas tradicionais, “metálicos”, continuam a existir e agora
apresentam os seus trabalhos na Web, em sites, forums e blogs, incluindo fotografias das
substâncias necessárias ou que vão obtendo, ou dos seus equipamentos, bem como os seus
próprios comentários à obra de outros autores, clássicos e contemporâneos.
            Acima de tudo, a alquimia deixou uma mensagem poderosa de busca pela perfeição.
Em um mundo tomado pelo culto ao dinheiro a à aparência exterior, em que pouco o homem
busca a si próprio e ao seu íntimo, as vozes dos antigos alquimistas aparecem como um
chamado para que o homem reencontre seu lado espiritual e superior; ou a que, na mais
simples das análises, tenha um qualquer objectivo na vida, ainda que longínquo, através do
viver uma aventura que se pode cumprir numa divisão esquecida da casa
            Um aspecto interessante de sua teoria da matéria era que nada é criado e nada é
destruído, mas tudo se transforma dependendo da relação uns com os outros dos quatro
elementos básicos constituintes. Esta idéia de conservação da matéria só voltou a ser afirmada
por Lavoisier cerca de dois mil e duzentos anos mais tarde com o aparecimento da química.
            Os elementos podem ser transformados um no outro. Se a Terra é por demais irrigada,
dissolve-se se transformando em líquido (Água). A Água endurecida e condensada transforma-
se em Terra. Quando a água é evaporada por aquecimento, transforma-se em Ar. Se a água é
queimada, transforma-se em Fogo. O Fogo quando se apaga vira Terra, e assim vai seguindo,
nada perdendo e sim se transformando.
            Platão atribuiu três qualidades a cada Elemento. Ao Fogo; fluidez, claridade,
mobilidade. A Terra; escuridão, densidade e imobilidade. O ar recebe do Fogo fluidez e
mobilidade, da Terra escuridão. A água recebe da Terra escuridão e densidade e do Fogo,
mobilidade.
            Hermes dizia que o Fogo é ilimitado e invisível. Interpenetra todas as coisas, espalha-
se pelo Céu e é reluzente nos infernos. Encontra-se nas pedras, extraídos por um golpe com
metal, na Terra quando ao for escavada solta fumaça, na Água aquecendo as fontes, no mar
que esquenta ao ser agitado pelos ventos, no ar que queimamos. Todos os animais e criaturas
vivem devido ao calor.
            Na Terra estão contidas as sementes, as virtudes germinativas de todas as coisas e,
portanto a Terra é animal, vegetal e mineral. Fertilizada pelos outros elementos e pelo Céu, a
Terra faz nascer dela mesma a abundância e todas as coisas, encerra grandes segredos.
            À Água, continua Platão, é uma virtude germinal de todas as coisas, sem ela nenhuma
erva ou planta pode brotar. Especialmente os animais, cujo sêmen é de origem aquosa.
            O Ar é um Espírito Vital que permeia todos os seres, dando vida e substância a todas
as coisas. Recebe dentro de si a influência de corpos celestes, recebe a essência de todas as
coisas naturais e artificiais, fornece matéria para diferentes sonhos e adivinhações.
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5 ELEMENTOS – 4 ESTAÇÕES
            O mundo real era considerado como o resultado de uma situação em que nenhuma das
forças era vencedora.Os quatro elementos, sempre presentes em qualquer corpo, apareciam
combinados parcialmente podendo então representar as situações naturais que ocorrem na
natureza, como rios, vulcões e demais objetos.Por exemplo, considerava que o osso era
composto de duas partes de terra, duas de água e quatro de fogo.
             Um aspecto interessante de sua teoria da matéria era que nada é criado e nada é
destruido mas tudo se transforma dependendo da relação uns com os outros dos quatro
elementos básicos constituintes.Esta idéia de conservação da matéria só voltou a ser afirmada
por Lavoisier cerca de dois mil e duzentos anos mais tarde com o aparecimento da química.
             O filósofo e fisiolologista Empedocles (490a.C.-430 a.C) considerava que a matéria era
conbsituida por esses quatro elementos e podiam ser submetidas ao amor, para uní-los e a
discordia, para separá-los.
             O alquimista Frances, Francis Barret colocava que os quatro elementos, formam a
base original de todas as coisas, compondo o corpo não por aglutinação, mas por
transformação e união.
             Os elementos podem ser transformados um no outro. Se a Terra é por demais irrigada,
dissolve-se transformando-se em líquido ( Água ) . A Água endurecida e condensada
transforma-se em Terra. Quando a àgua é evaporada por aquecimento, transforma-se em Ar.
Se a àgua é queimada, transforma-se em Fôgo. O Fogo quando se apaga vira Terra, e assim
vai seguindo, nada perdendo e sim se transformando.
             Platão atribuiu tres qualidades a cada Elemento. Ao Fogo; fluidez, claridade,
mobilidade. À Terra; escuridão, densidade e imobilidade. O ar recebe do Fogo fluidez e
mobilidade, da Terra escuridão. A àgua recebe da Terra escuridão e densidade e do Fogo,
mobilidade.
             Hermes dizia que o Fogo é ilimitado e invisível. Interpenetra todas as coisas, espalha-
se pelo Céu e é reluzente nos infernos. Encontra-se nas pedras, extraídos por um golpe com
metal, na Terra quando ao ser escavada solta fumaça, na Água aquecendo as fontes, no mar
que esquenta ao ser agitado pelos ventos, no ar que queimamos. Todos os animais e criaturas
vivem devido ao calor.
             Na Terra estão contidas as sementes, as virtudes germinativas de todas as coisas e,
portanto a Terra é animal, vegetal e mineral. Fertilizada pelos outros elementos e pelo Céu, a
Terra faz nascer dela mesma a abundância e todas as coisas, encerra grandes segredos.
             À Água, continua Platão, é uma virtude germinal de todas as coisas, sem ela nenhuma
erva ou planta pode brotar. Especialmente os animais, cujo sêmem é de origem aquosa.
             O Ar é um Espírito Vital que permeia todos os seres, dando vida e substância a todas
as coisas. Recebe dentro de sí a influência de corpos celestes, recebe a essência de todas as
coisas naturais e artificiais, fornece matéria para diferentes sonhos e adivinhações.
             Na Astrologia, os elementos simbolizam uma função psíquica. Fogo, percepção, que
significa perceber o que ocorre ao seu lado sem necessidade de raciocínio; Terra, sensação,
sentir o que acontece na vida e como suportar esses acontecimentos; Ar, pensamento,
comunicar e analisar seus pensamentos; Água, sentimento, como lidar com os sentimentos e
emoções.
             Os doze signos do zodíaco são divididos em quatro temperamentos:
·        Signos de Fogo : ardentes, românticos, espontâneos, auto-suficientes
·        Signos de Terra : práticos, conservadores, sensuais, prudentes e realistas
·        Signos de Ar : comunicadores, idealistas, sem preconceitos
·        Signos de Água : emocionais, intuitívos, sensíveis, profundos.
             Tanto na astrologia como na medicina chineza são considerados 5 Elementos Básicos
da Natureza. Entre eles existem uma relação de geração e dominação, onde se encaixam
todas as manifestações do Universo.
             A teoria dos 5 Elementos considera o Universo formado pelo movimento e
transformação dos 5 Princípios representdos por : Madeira – Fogo – Terra – Metal – Água.
             Segundo a Lei de Geração:
·        A Madeira por sua combustão gera o Fogo. Portanto a Madeira é mãe do Fogo.
·        Quando o Fogo cessa as cinzas são incorporadas a Terra. Portanto o Fogo é a mãe da
Terra.
·        Dentro da terra achamos os metais. Portanto a Terra é mãe do Metal.
·        É dos Metais e das rochas que brotam as fontes de Água. Portanto o Metal é mãe da
Água.
·        A Água dá vida aos vegetais gerando a Madeira. Portanto a Água é Mãe da Madeira.
·        Outro relacionamento é o da inibição, restrição e controle. A Lei da Dominação:
·        A Madeira, através das raízes e vegetais, inibe a Terra.
·        A Terra represa e absorve a Água.
·        A Água apaga o Fogo.
·        O Fogo derrete o Metal.
·        O Metal corta a Madeira.
             Os 5 Elementos chineses se correspondem com pontos cardeais, orgãos e vísceras,
sentimentos, sabores, cores, alimentos, clima, enfim todas as manifestações do Universo. É um
dos principais princípios do Tao, um completo sistema filosófico/metafísico chinês, inspirado
por Lao Tsé, que entrevê e descreve O Caminho para alcançar seu próprio fim. O Tao foi
escrito 600 anos a.C. É o xamanismo chinês.
             Leia um dos trechos do Livro de Ouro da Medicina Chineza”Ney Ching” :
             O princípio Yin e Yang – os elementos masculino ef feminino da Natureza – é o
princípio básico de todo o Universo. É o princípio de tudo quanto existe na Criação. Efetua a
transformação para a paternidade; é a raiz e a fonte da vida e da morte, e também se encontra
nos tempos dos deuses.
             A Natureza tem quatro estações e cinco elementos. A fim de proporcionarem uma
longa vida, as 4 estações e os 5 elementos acumulam o poder da criação existente no frio
(água), no calor (fogo), na secura excessiva(metal), na umidade(terra) e no vento(madeira).
             A doutrina dos 5 elementos tem uma importância igual à do Yin/Yang. Entre eles existe
uma relação de geração e dominação, onde se encaixam todas as manifestações do Universo.
A teoria dos 5 elementos considera o Universo, formado pelo movimento e transformação dos
mesmos.
             Respondendo diretamente sua pergunta com relação a “Ação” dos 5 elementos :
             Madeira : Movimento Fogo : Expansão Terra : Distribuição Metal : Interiorização Água :
Concentração
             Segundo a Cronobiologia Chineza,o elemento Madeira (primavera) possui a
capacidade de pôr em movimento, de dar nascimento. O elemento Fogo (verão) significa o
movimento de expansão. Ele tem a tendência de espalhar o que recebeu da Madeira. O papel
da Terra (veranico) se situa em dois níveis. De uma parte ela tem um lugar central e serve
como intermediária entre duas mutações, então ela distribui. Sua ação culmina entre o fim do
verão e o começo do outono (chamado de veranico). O Metal (outono), corresponde a idéia de
recolhimento (interiorização) ou interação. Sai da parte mais Yang(verão) para se dirigir para a
parte mais Yin (inverno). O Metal contém a idéia de ajuntar, coletar. O Elemnto Água (Inverno),
corresponde ao máximo de Yin, na concentração, da qual vai renascer Yang que se dirige para
a Madeira.
            A Doutrina dos 5 Elementos estuda os movimentos cíclicos do mundo.
            As forças elementais buscam expressar-se de 3 formas no ciclo de atividade.
1. O Caminho de Criação e Iniciação
2. O Caminho de Preservação ou Consolidação
3. O Caminho de Transição ou Mudança
            O primeiro estágio do ciclo de atividade é a iniciação. Eles pegam coisas para
aplicarem energia. ( Fogo) O segundo estágio é para assegurar que o início está indo de forma
segura e permanente, tem que ter um bom início para ser consolidado. A estabilidade da Terra
é aplicada.
            A ação do Fogo na sólida Terra, produz gases ( Ar ) que através da condensação,
torna-se Água. Então a mistura desses dois estágios iniciais produzem mudança.
            O terceiro estágio, então, é Mudança, ou a transição de uma condição para a outra..
Agua, portanto, acompanha o ar neste ciclo de geração.
            A sequência dos Elementos neste ciclo de geração com a roda é o seguinte : Fogo,
Terra, Ar e Água, e a sequencia dos tres caminhos de expressão é Criando – Consolidando e
Mudando. Cada elemento busca, portanto, expressão em cada um dos tres caminhos, através
de uma sequência de geração em sincronia com os 12 segmentos de tempo da Terra na Roda
Medicinal, e também são as 12 expressões de personalidade.
            O Fogo busca expressão por meio das idéias, por iniciar novas idéias, consolidando e
aceitando idéias, e por fazer mudanças nas idéias e encontrar refresco nas circunstâncias.
            O Ar busca expressão por meio da comunicação, por colocar numa forma aquilo que já
está sendo comunicado e por mudar os métodos de comunicação.
            A Água busca expressão por meio dos ideais, por formular e estabelece-los ou por
modifica-los para ajustá-los aos tempos.
            A Terra busca expressão por meio do trabalho, e nos tres caminhos de atividade pelo
trabalho de iniciação, por completar um trabalho, ou por mudar a forma de trabalho.
http://www.xamanismo.com.br/Universo/SubUniverso1193136728
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OS NÚMEROS
            Você já usou muitas vezes os números, mas será que já parou para pensar sobre:
Para descobrir sobre a origem dos números, precisamos mergulhar um pouco da história
humana e entender os motivos religiosos desses criadores. Na verdade, desconhecemos
qualquer outro motivo que tenha gerado os números.
             Os historiadores são auxiliados por diversas descobertas, como o estudo das ruínas de
antigas civilizações, estudos de fósseis, o estudo da linguagem escrita e a avaliação do
comportamento de diversos grupos étnicos desde o princípio dos tempos.
             Olhando ao redor, observamos a grande presença dos números.
             Quanto mais voltarmos na história, veremos que menor é a presença dos números.
             O Início do processo de contagem
            Os homens primitivos não tinham necessidade de contar, pois o que necessitavam para
a sua sobrevivência era retirado da própria natureza. A necessidade de contar começou com o
desenvolvimento das atividades humanas, quando o homem foi deixando de ser pescador e
coletor de alimentos para fixar-se no solo.
            O homem começou a plantar, produzir alimentos, construir casas, proteções,
fortificações e domesticar animais, usando os mesmos para obter a lã e o leite, tornando-se
criador de animais domésticos, o que trouxe profundas modificações na vida humana.
            As primeiras formas de agricultura de que se tem notícia, foram criadas há cerca de dez
mil anos na região que hoje é denominada Oriente Médio.
            A agricultura passou então a exigir o conhecimento do tempo, das estações do ano e
das fases da Lua e assim começaram a surgir as primeiras formas de calendário.
            No pastoreio, o pastor usava várias formas para controlar o seu rebanho. Pela manhã,
ele soltava os seus carneiros e analisava ao final da tarde, se algum tinha sido roubado, fugido,
se perdido do rebanho ou se havia sido acrescentado um novo carneiro ao rebanho. Assim eles
tinham a correspondência um a um, onde cada carneiro correspondia a uma pedrinha que era
armazenada em um saco.
            No caso das pedrinhas, cada animal que saía para o pasto de manhã correspondia a
uma pedra que era guardada em um saco de couro. No final do dia, quando os animais
voltavam do pasto, era feita a correspondência inversa, onde, para cada animal que retornava,
era retirada uma pedra do saco. Se no final do dia sobrasse alguma pedra, é porque faltava
algum dos animais e se algum fosse acrescentado ao rebanho, era só acrescentar mais uma
pedra. A palavra que usamos hoje, cálculo, é derivada da palavra latina calculus, que significa
pedrinha.
            A correspondência unidade a unidade não era feita somente com pedras, mas eram
usados também nós em cordas, marcas nas paredes, talhes em ossos, desenhos nas cavernas
e outros tipos de marcação.
            Os talhes nas barras de madeira, que eram usados para marcar quantidades,
continuaram a ser usados até o século XVIII na Inglaterra. A palavra talhe significa corte. Hoje
em dia, usamos ainda a correspondência unidade a unidade.

Representação numérica
            Com o passar do tempo, as quantidades foram representadas por expressões, gestos,
palavras e símbolos, sendo que cada povo tinha a sua maneira de representação.
            A faculdade humana natural de reconhecimento imediato de quantidades se resume a,
no máximo, quatro elementos. Este senso numérico que é a faculdade que permite reconhecer
que alguma coisa mudou em uma pequena coleção quando, sem seu conhecimento direto, um
objeto foi tirado ou adicionado, à coleção.
            O senso numérico não pode ser confundido com contagem, que é um atributo
exclusivamente humano que necessita de um processo mental.
            “Distingüimos, sem erro e numa rápida vista um, dois, três e mesmo quatro elementos.
mas aí para nosso poder de identificação dos números.” História Universal dos Algarismos”,
Georges Ifrah.
            Temos também, alguns animais, ditos irracionais, como os rouxinóis e os corvos, que
possuem este senso numérico onde reconhecem quantidades concretas que vão de um até
três ou quatro unidades. Existe um exemplo célebre sobre um corvo que tinha capacidade de
reconhecer quantidades.
            Curiosidade: Um fazendeiro estava disposto a matar um corvo que fez seu ninho na
torre de observação de sua mansão. Por diversas vezes, tentou surpreender o pássaro, mas
em vão: à aproximação do homem, o corvo saía do ninho. De uma árvore distante, ele
esperava atentamente até que o homem saísse da torre e só então voltava ao ninho. Um dia, o
fazendeiro tentou um ardil: dois homens entraram na torre, um ficou dentro e o outro saiu e se
afastou. Mas o pássaro não foi enganado: manteve-se afastado até que o outro homem saísse
da torre. A experiência foi repetida nos dias subsequentes com dois, três e quatro homens,
ainda sem sucesso. Finalmente, foram utilizados cinco homens como antes, todos entraram na
torre e um permaneceu lá dentro enquanto os outros quatro saíam e se afastavam. Desta vez o
corvo perdeu a conta. Incapaz de distinguir entre quatro e cinco, voltou imediatamente ao
ninho.

Alguns símbolos antigos


            No começo da história da escrita de algumas civilizações como a egípcia, a babilônica e
outras, os primeiros nove números inteiros eram anotados pela repetição de traços verticais:
            I II III IIII IIIII IIIIII IIIIIII IIIIIIII IIIIIIIII
            1 2 3 4 5 6 7 8 9
            Depois este método foi mudado, devido à dificuldade de se contar mais do que quatro
termos:
            I II III IIII IIII
            I IIII
            II IIII
            III IIII
            IIII IIII
            IIII
            I
            1 2 3 4 5 6 7 8 9
            Um dos sistemas de numeração mais antigos que se tem notícia é o egípcio. É um
sistema de numeração de base dez e era composto pelos seguintes símbolos numéricos:
            Outro sistema de numeração muito importante foi o da Babilônia, criado a
aproximadamente 4 mil anos.
            Algumas das primeiras formas de contagem foram utilizadas com as partes do corpo
humano, sendo que em algumas aldeias os indivíduos chegavam a contar até o número 33.

O ábaco
            O ábaco, em sua forma geral, é uma moldura retangular com fileiras de arame, cada
fileira representando uma classe decimal diferente, nas quais correm pequenas bolas
            No princípio, os sistemas de numeração não facilitavam os cálculos, logo, um dos
instrumentos utilizados para facilitar os cálculos foi o ábaco muito usado por diversas
civilizações orientais e ocidentais. No Japão, o ábaco é chamado de soroban e na China de
suánpan, que significa bandeja de calcular.

O Sistema de numeração Indo-Arábico


            Nosso sistema de numeração surgiu na Ásia, há muitos séculos no Vale do rio Indo,
onde hoje é o Paquistão.
            O primeiro número inventado foi o 1 e ele significava o homem e sua unicidade, o
segundo número 2, significava a mulher da família, a dualidade e o número 3 (três) significava
muitos, multidão. A curiosidade sobre os nomes do 3, não deve ter ocorrido por acaso.
            Inglês Francês Latim Grego Italiano Espanhol
            three trois tres treis tre tres
            Sueco Alemão Russo Polonês Hindu Português
            tre drei tri trzy tri três

Notas históricas sobre a atual notação posicional


            Foi no Norte da Índia, por volta do século V da era cristã, que nasceu o mais antigo
sistema de notação próximo do atual, o que é comprovado por vários documentos, além de ser
citado por árabes (a quem esta descoberta foi atribuída por muitos anos).
            Antes de produzir tal sistema, os habitantes da Índia setentrional usaram por muito
tempo uma numeração rudimentar que aparece em muitas inscrições do século III antes de
Cristo.
            Esta numeração tinha uma característica do sistema moderno. Seus nove primeiros
algarismos eram sinais independentes:
            1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9
            O que significava que um número como o 5 não era entendido como 5 unidades mas
como um símbolo independente.
            Por muito tempo, estes algarismos foram denominados algarismos arábicos, de uma
forma errada.
            Ainda existia nesta época a dificuldade posicional e os hindus passaram a usar a
notação por extenso para os números, pois não podiam exprimir grandes números por
algarismos.
            Sem saber, estavam criando a notação posicional e também o zero.
            Cada algarismo tinha um nome:
            1 2 3 4 5 6 7 8 9
            eka dvi tri catur pañca sat sapta asta nava
            Quando foi criada pelos hindús a base 10, cada dezena, cada centena e cada milhar,
recebeu um nome individual:
            10            = dasa
            100           = sata
            1.000         = sahasra
            10.000        = ayuta
            100.000       = laksa
            1.000.000     = prayuta
            10.000.000    = koti
            100.000.000   = vyarbuda
            1.000.000.000 = padma
            Ao invés de fazer como hoje, de acordo com as potências decrescentes de 10, os
hindus escreviam os números em ordem crescente das potências de 10 por volta do século IV
depois do nascimento de Jesus Cristo. Eles começavam pelas unidades, depois pelas
dezenas, pelas centenas e assim por diante. O número 3.709 ficava:
            9 700 3000
            nove sete centos três mil
            nava sapta sata tri sahasra
            Poderiamos escrever o número 12.345 como:
            pañca caturdasa trisata dvisahasra ayuta
            pois, 12.345 = 5 + 40 + 300 + 2.000 + 10.000, logo:
            5      = pañca
            40     = catur dasa
            300    = tri sata
            2.000  = dvi sahasra
            10.000 = ayuta
            pañca caturdasa trisata dvisahasra ayuta
            Esta já era uma forma especial.
            Em virtude da grande repetição que ocorria com as potências de 10, por volta do século
V depois do nascimento de Jesus Cristo, os matemáticos e astrônomos hindus resolveram
abreviar a notação retirando os múltiplos de 10 que apareciam nos números grandes, assim o
número 12.345 que era escrito como:
             pañca caturdasa trisata dvisahasra ayuta
             passou a ser escrito apenas:
            54321 = pañca catur tri dvi dasa
            12345 = 5 + 4×10 + 3×100 + 2×1000 + 1×10000
            E esta se transformou em uma notação falada e escrita posicional excelente para a
época, mas começaram a acontecer alguns problemas como escrever os números 321 e 301.
            321 = 1 + 2 x 10 + 3 x 100
            321 = dasa dvi tri
            301 = 1 + 3 x 100
            301 = dasa tri
            É lógico que este último número não poderia ser o 31, pois:
            31 = 1 + 3 x 10
            31 = dasa tri
            No número 301 faltava algo para representar as dezenas.
            Para construir este material, usamos algumas partes do excelente livro: “Os números: A
história de uma grande invenção”, Georges Ifrah, Editora Globo, 3a.edição, 1985, com a
permissão da Editora.
             Notas históricas sobre a criação do zero
            Tendo em vista o problema na construção dos números como 31 e 301, os hindus
criaram um símbolo para representar algo vazio (ausência de tudo) que foi denominado sunya
(a letra s tem um acento agudo e a letra u tem um traço horizontal sobre ela).
             Dessa forma foi resolvido o problema da ausência de um algarismo para representar
as dezenas no número 301 e assim passaram a escrever:
            301 = 1 + ? x 10 + 3 x 100
            301 = dasa sunya tri
            Os hindus tinham acabado de descobrir o zero.
            Porém, estas notações só serviam para as palavras e não para os números, mas
reunindo essas idéias apareceram juntos o zero bem como o atual sistema de notação
posicional.
            Um dos primeiros locais onde aparece a notação posicional é um tratado de cosmologia
denominado: Lokavibhaga, publicado na data de 25 de agosto de 458 do calendário juliano, por
um movimento religioso hindú para enaltecer as suas próprias qualidades científicas e
religiosas. Neste texto, aparece o número 14.236.713 escrito claramente:
            triny ekam sapta sat trini dve catvary ekakam
            três um sete seis três dois quatro um
            Escrever tais números na ordem invertida, fornece:
            um quatro dois três seis sete um três
            1 4 2 3 6 7 1 3
            Números como 123.000 eram escritos como:
            sunya sunya sunya tri dvi dasa
            que significa:
            zero zero zero três dois um
            que escrito na ordem invertida fornece:
            um dois três zero zero zero
            No texto existe a palavra hindú sthanakramad que significa “por ordem de posição”.
            Observamos que tal notação posicional já era então conhecida no quinto século de
nossa era por uma grande quantidade de cientistas e matemáticos.
            Para escrever este material, usamos alguns tópicos do excelente livro: “Os números: A
história de uma grande invenção”, Georges Ifrah, Editora Globo, 3a.edição, 1985.

Notação Posicional
            O sistema de numeração posicional indiano surgiu por volta do século V. Este princípio
de numeração posicional já aparecia nos sistemas dos egípcios e chineses.
            No sistema de numeração indiana não posicional que aparece no século I não existia a
necessidade do número zero.
            Notação (ou valor) posicional é quando representamos um número no sistema de
numeração decimal, sendo que cada algarismo tem um determinado valor, de acordo com a
posição relativa que ele ocupa na representação do numeral.
            Mudando a posição de um algarismo, estaremos alterando o valor do número. Por
exemplo, tomemos o número 12. Mudando as posições dos algarismos teremos 21.
            12 = 1 × 10 + 2
            21 = 2 × 10 + 1
            O zero foi o último número a ser inventado e o seu uso matemático parece ter sido
criado pelos babilônios. Os documentos mais antigos conhecidos onde aparece o número zero,
não são anteriores ao século III antes de Cristo. Nesta época, os números continham no
máximo três algarismos.
            Um dos grandes problemas do homem começou a ser a representação de grandes
quantidades. A solução para isto foi instituir uma base para os sistemas de numeração. Os
numerais indo-arábicos e a maioria dos outros sistemas de numeração usam a base dez, isto
porque o princípio da contagem se deu em correspondência com os dedos das mãos de um
indivíduo normal.
            Na base dez, cada dez unidades é representada por uma dezena, que é formada pelo
número um e o número zero: 10.
            A base dez já aparecia no sistema de numeração chinês.
            Os sumérios e os babilônios usavam a base sessenta.
            Alguma vez você questionou sobre a razão pela qual há 360 graus em um círculo? Uma
resposta razoável é que 360=6×60 e 60 é um dos menores números com grande quantidade
de divisores, como por exemplo:
            D(60) = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 12, 15, 20, 30, 60}
            Os indianos reuniram as diferentes características do princípio posicional e da base dez
em um único sistema numérico. Este sistema decimal posicional foi assimilado e difundido
pelos árabes e por isso, passou a ser conhecido como sistema indo-arábico.
            Nosso sistema de numeração retrata o ábaco. Em cada posição que um número se
encontra seu valor é diferente.

O Sistema Romano de Numeração


            O sistema de numeração Romano é um sistema decimal, ou seja, sua base é dez. Este
sistema é utilizado até hoje em representações de séculos, capítulos de livros, mostradores de
relógios antigos, nomes de reis e papas e outros tipos de representações oficiaisem
documentos. Estaseram as primeiras formas da grafia dos algarismos romanos.
            Tal sistema não permite que sejam feitos cálculos, não se destinavam a fazer
operações aritméticas mas apenas representar quantidades. Com o passar do tempo, os
símbolos utilizados pelos romanos eram sete letras, cada uma com um valor numérico:
            Letra I V X L C D M
            Valor 1 5 10 50 100 500 1000
            Leitura Um Cinco Dez Cinquenta Cem Quinhentos Mil
            Estas letras obedeciam aos três princípios:
           Todo símbolo numérico que possui valor menor do que o que está à sua esquerda, deve
ser somado ao maior.
            VI = 5 + 1 = 6
            XII = 10 + 1 + 1 = 12
            CLIII = 100 + 50 + 3 = 153
            Todo símbolo numérico que possui valor menor ao que está à sua direita, deve ser
subtraído do maior.
            IX = 10 – 1 = 9
            XL = 50 – 10 = 40
            VD = 500 – 5 = 495
            Todo símbolo numérico com um traço horizontal sobre ele representa milhar e o
símbolo numérico que apresenta dois traços sobre ele representa milhão.

Conclusão
            Os números são símbolos que a principio vieram para organizar, comparar e somente
com a criação do comercio foi utilizado como forma de calculo. Os números são precursores
das letras e da fala
             Vejamos o número um ele é como uma simples reta, designando assim uma unidade,
podemos observar também que os números tem uma forte relação com as figuras geométricas.
             É assim também que se simboliza o número dois que é composto de duas retas,
formando um ângulo agudo, Na seqüência temos o número três que contem três retas que
fechadas formam um triângulo, o quatro também segue esta rotina, que só será quebrada do
número cinco em diante que é onde se fortificam e se mistificam os símbolos, são umas séries
de elementos “gramas” (pentagrama, hexagrama, etc.).
             Porém o número mais curioso é aquele que é neutro e não contém valor algum. Será
mesmo ele assim?
             O número zero é o número que é inicio e fim. Ele é fim quando acabam os números
negativos e inicio quando começam os positivos.
             O número zero é simbolizado por um circulo, e o circulo é assim, não tem principio e
nem fim
             É como a figura de Oroboros, que veremos a seguir, ou do próprio infinito, onde muitos
acreditam serem dois infinitos, ou até mesmo, dois lados do infinito interligados, um que seria o
mundo existencial e outro que seria o espiritual, e que assim em nossa jornada caminhamos
por estes dois mundos.
             Todo circulo é em si infinito, mesmo havendo ponto de partida e chegada, explica-se,
tome como ponto de partida o local onde você reside, viagem em linha reta pelo mundo, cruze
o globo e retorne pelo outro lado. Sentiu o infinito? Pois é, ele nunca acaba, mesmo chegando
ao ponto onde partiu, daria-se assim outro inicio, outra jornada.
             São assim também as coisas do mundo elas tem um fim, mas não definitivo, porque
todo fim, na verdade é um recomeço. E é esse o recado, o enigma que nos passa o número
zero, a figura do círculo, oroboros, infinito ou seja lá qual outro nome ele receber.
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/numeros/numeros.htm
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SOLSTÍSIO E EQUINÓCIO
As estações do ano existem devido à inclinação do eixo terrestre (de aproximadamente 23027′)
em relação ao plano da órbita da Terra ao redor do Sol, e ao movimento de translação da Terra
ao redor do Sol.
Observe a figura abaixo:

Órbita da Terra ao redor do Sol:


Percebemos na figura acima que ao percorrer sua órbita ao redor do Sol a Terra é iluminada
pelos raios solares de maneiras diferentes conforme sua posição.
Observamos que nos dias 23 de setembro e 21 de março, ambos os hemisférios terrestres são
igualmente iluminados. Porém nos dias 22 de dezembro e 22 de junho, os hemisférios sul e
norte diferem quanto a iluminação.
Em 22 de dezembro, devido à inclinação do eixo terrestre o hemisfério sul recebe mais luz
solar, marcando assim o início do verão neste hemisfério, conseqüentemente o início do
inverno no hemisfério norte.
Em 22 de junho a Terra se encontra em posição inversa, isto é, o hemisfério norte é que está
mais voltado para o Sol, de maneira que recebe mais luz, marcando assim o início do verão
neste hemisfério e início do inverno no hemisfério sul.
Em 21 de março e 23 de setembro a Terra se encontra em posições tais que ambos os
hemisférios são igualmente iluminados, marcando assim o início das ‘meias estações’, outono
e primavera.
Chama-se de solstício às posições em que a Terra se encontra em 22 de dezembro e 22 de
junho. Por exemplo, dizemos que dia 22 de dezembro é solstício de verão no hemisfério sul e
solstício de inverno no hemisfério norte.
Em astronomia, solstício é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na
esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. O
dia e hora exatos variam de um ano para outro. Quando ocorre no verão significa que a
duração do dia é a mais longa do ano. Analogamente, quando ocorre no inverno, significa que
a duração da noite é a mais longa do ano.
Chama-se equinócio às posições em que a Terra se encontra em 23 de setembro e 21 de
março. Por exemplo, dizemos que dia 23 de setembro é equinócio de primavera no hemisfério
sul e equinócio de outono no hemisfério norte.
Devido à órbita elíptica da Terra, as datas nas quais ocorrem os solstícios não dividem o ano
em um número igual de dias. Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol
(periélio) viaja mais velozmente do que quando está mais longe (afélio).
Os trópicos de Câncer e Capricórnio são definidos em função dos solstícios. No solstício de
verão no hemisfério sul, os raios solares incidem perpendicularmente à Terra na linha do
Trópico de Capricórnio. No solstício de inverno do hemisfério sul, ocorre a mesma coisa no
Trópico de Câncer.
Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com
comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal da religião
cristã. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa
a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas pagãs das mitologias
persa e indu referenciavam as divindidades de Mitra como um símbolo do “Sol Vencedor”,
marcada pelo solstício de inverno. A cultura do império romano incorporou a comemoração
dessa divindade através do Sol Invictus. Com o fortalecimento da religião cristã, a data em que
se comemorava as festas pagãs do “Sol Vencedor” passaram referenciar o Natal através da
comemoração do nascimento de Jesus Cristo, sem vínculos diretos com as antigas festas
pagãs.

Solstícios de Inverno
Solstício de inverno é um fenômeno astronômico usado para marcar o inicio do inverno. Ocorre
normalmente entorno do dia 22 de dezembro no hemisfério norte, e 21 de junho no hemisfério
sul.
Esta data também era de grande importância para diversas culturas antigas, que de um modo
geral à associavam simbolicamente às aspectos como o nascimento ou renascimento.
A palavra solstício vem do latin sol (sol), e sistere (que não se move).
O solstício de inverno ocorre quando o sol atinge a maior distancia angular em relação ao plano
que passa pela linha do equador. Embora sua data não seja a mesma em todos os anos, pode-
se dizer que no hemisfério sul ocorre entorno do dia 21 de junho, e no hemisfério norte, entorno
do dia 22 de dezembro.
Esse momento não é fixo no calendário gregoriano em função do ano tropical da terra não ser
um múltiplo exato de dias.

Importância cultural e religiosa


Esta data tinha grande importância para diversas culturas antigas que geralmente realizavam
celebrações e festivais ligados às suas religiões.
Chineses: no calendário chinês, o solstício de Inverno chama-se dong zhi (chegada do Inverno)
e é considerado uma data de importância extrema, visto ser aí festejada a passagem de ano.
Europa pré-cristã: os povos da Europa pré-cristã, chamados pelos católicos de pagãos, tinham
grande ligação com esta data. Segundo alguns, monumentos como Stonehenge eram
construídos de forma a estarem orientados para o por do sol do solstício de inverno e nascer
do sol no solstício de verão.
Roma antiga: entre os romanos os festivais eram muito populares. O período marcava a
Saturnália, em homenagem ao deus Saturno. O deus persa Mitra, também cultuado por muitos
romanos, teria nascido durante o solstício. Divindades ligadas ao Sol em geral eram celebradas
no solstício também. Com a introdução do cristianismo no Império Romano houve, por parte da
Igreja Católica, uma tentativa de cristianizar os festivais “pagãos”. Há indícios de que a data de
25 de dezembro foi escolhida para representar o nascimento de Cristo já no século IV. Não há
qualquer evidência bíblica de que Jesus teria nascido durante o inverno, mas o período do
solstício, visto como o renascimento do Sol, carrega forte representatividade. Além disso,
conseguiu aproveitar a popularidade das festividades da época.
Neopaganismo: hoje esta data é revivida na celebração do Sabbat Neopagão Yule. Que revive
algumas antigas tradições religiosas dos povos europeus pré-cristãos.
Iluminação da Terra pelo Sol durante o solstício do hemisfério norte

Iluminação da Terra pelo Sol durante o solstício do hemisfério sul.

Equinócio
Em astronomia, equinócio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, em sua órbita
aparente (como vista da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre
projetada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto onde a eclíptica cruza o equador
celeste.
A palavra equinócio vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa “noites iguais”,
ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. Ao medir a duração do dia, considera-
se que o nascer do Sol (alvorada ou dilúculo) é o instante em que metade do círculo solar está
acima do horizonte e o pôr do Sol (crepúsculo ou ocaso) o instante em que o círculo solar
encontra-se metade abaixo do horizonte. Com esta definição, o dia e a noite durante os
equinócios têm igualmente 12 horas de duração.
Os equinócios ocorrem nos meses de março e setembro e definem as mudanças de estação.
No hemisfério norte a primavera inicia em março e o outono em setembro. No hemisfério sul é
o contrário, a primavera inicia em setembro e o outono em março.
As datas dos equinócios variam de um ano para outro devido aos anos tropicais (o período
entre dois equinócios de março) não terem exatamente 365 dias, fazendo com que a hora
precisa do equinócio varie ao longo de um período de dezoito horas, que não encaixa
necessariamente no mesmo dia. O ano trópico é um pouco menor que 365 dias e 6 horas.
Assim, num ano comum, tendo 365 dias e portanto mais curto, a hora do equinócio é cerca de
seis horas mais tarde que no ano anterior. Ao longo de cada sequência de três anos comuns,
as datas tendem a adiantar-se um pouco menos de seis horas a cada ano. Entre um ano
comum e o ano bissexto seguinte há um aparente atraso devido à intercalação do dia 29 de
fevereiro.
Também se verifica que a cada ciclo de quatro anos os equinócios tendem a atrasar-se. Isto
implica, que ao longo do mesmo século, as datas dos equinócios tendem a ocorrer cada vez
mais cedo. Assim, no século XXI só houve dois anos em que o equinócio de março aconteceu
no dia 21 (2003 e 2007); nos demais, o equinócio tem ocorrido em 20 de março. Prevê-se que,
por volta do ano 2040, passe a haver anos em que o equinócio aconteça no dia 19. Esta
tendência só irá desfazer-se no fim do século, quando houver uma sequência de sete anos
comuns consecutivos (2097 a 2103), em vez dos habituais três.
Devido à órbita da Terra, as datas em que ocorrem os equinócios não dividem o ano em um
número igual de dias. Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio)
viaja mais velozmente do que quanto está mais longe (afélio).

Referências Culturais
Em várias culturas nórdicas ancestrais, o equinócio da primavera era festejado com
comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com a Páscoa da
religião cristã.

As Estações
A Primavera é a estação do ano que se segue ao Inverno e precede o Verão. É tipicamente
associada ao reflorescimento da flora e da fauna terrestres. A Primavera do hemisfério norte é
chamada de “Primavera boreal”, e a do hemisfério sul é chamada de “Primavera austral”. A
“Primavera boreal” tem início, no Hemisfério Norte, a 20 de Março e termina a 21 de Junho. A
“Primavera austral” tem início, no Hemisfério Sul, a 23 de Setembro e termina a 21 de
Dezembro.
Do ponto de vista da Astronomia, a primavera do hemisfério sul inicia-se no equinócio de
Setembro e termina no solstício de Dezembro, no caso do hemisfério norte inicia-se no
equinócio de Março e termina no solstício de Junho.
Como se constata, no dia do equinócio o dia e a noite têm a mesma duração. A cada dia que
passa, o dia aumenta e a noite vai encurtando um pouco, aumentando, assim, a insolação do
hemisfério respectivo.
Estas divisões das estações por equinócios e solstícios poderão ser fonte de equívocos, mas
deve-se levar em conta a influência dos oceanos na temperatura média das estações. Na
Primavera do hemisfério sul, os oceanos meridionais ainda estão frios e vão aos poucos
aquecendo, fazendo a Primavera ter temperaturas amenas ao longo da estação.
O Verão é uma das quatro estações do ano. Neste período, as temperaturas permanecem
elevadas e os dias são longos. Geralmente, o verão é também o período do ano reservado às
férias. O Verão do hemisfério norte é chamado de “Verão boreal”, e o do hemisfério sul é
chamado de “Verão austral”. O “Verão boreal” tem início com o solstício de Verão do
Hemisfério Norte, que acontece cerca de 21 de Junho, e finda com o equinócio de Outono
nesse mesmo hemisfério, por volta de 23 de Setembro. O “Verão austral” tem início com o
solstício de Verão do Hemisfério Sul, que acontece cerca de 21 de Dezembro, e finda com o
equinócio de Outono, por volta de 20 de Março nesse mesmo hemisfério.
Nos tempos primitivos, era comum dividir o ano em cinco estações, sendo o verão dividido em
duas partes: o verão propriamente dito, de tempo quente e chuvoso (geralmente começava no
fim da primavera), e o estio, de tempo quente e seco — palavra da qual deriva o termo
“estiagem”. Atualmente, usa-se a palavra “estio” como sinônimo raro para verão.
O Outono é a estação do ano que sucede ao Verão e antecede o Inverno. É caracterizado por
queda na temperatura , (excepto nas regiões próximas ao equador) e pelo amarelar das folhas
das árvores, que indica a passagem de estações. O Outono do hemisfério norte é chamado de
“Outono boreal”, e o do hemisfério sul é chamado de “Outono austral”. O “Outono boreal” tem
início, no Hemisfério Norte, a 21 de Setembro e termina a 21 de Dezembro. O “Outono austral”
tem início, no Hemisfério Sul, a 20 de Março e termina a 20 de Junho.
Inverno é uma das quatro estações do ano nas zonas temperadas. O inverno do hemisfério
norte é chamado de “inverno boreal”, e o do hemisfério sul é chamado de “inverno austral”. O
“inverno boreal” tem início com o solstício de inverno no hemisfério norte, que ocorre por volta
de 21 de dezembro, e termina com o equinócio de primavera, que acontece perto de 21 de
março nesse mesmo hemisfério. O “inverno austral” tem início com o solstício de inverno no
hemisfério sul, que ocorre por volta de 21 de junho, e termina com o equinócio de primavera,
que acontece perto de 23 de Setembro nesse mesmo hemisfério.
Engloba parte dos meses de Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março no hemisfério norte, e
Junho, Julho, Agosto e Setembro no hemisfério sul.
Acontece porque os raios solares incidem praticamente perpendicularmente no hemisfério onde
acontece o verão e consequentemente, tem uma incidência tangencial no hemisfério oposto.
http://penta.ufrgs.br/edu/telelab/mundo_mat/malice3/solst.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio_de_Inverno
http://pt.wikipedia.org/wiki/Equin%C3%B3cio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Primavera
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ver%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Outono
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inverno
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OUROBOROS
Ouroboros (ou oroboro ou ainda uróboro) é um símbolo representado por uma serpente, ou um
dragão, que morde a própria cauda. É um símbolo para a eternidade. Está relacionado com a
alquimia, que é por vezes representado como dois animais míticos, mordendo rabo um ao
outro.. É possível que o símbolo matemático de infinito tenha tido sua origem a partir desta
imagem.
Segundo o Dictionnaire des symboles o ouroboros simboliza o ciclo da evolução voltando-se
sobre si mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, auto fecundação e,
em consequência, eterno retorno.
Albert Pike, em seu livro, Morals and Dogma [p. 496], explica: “A serpente, enrolada em um
ovo, era um símbolo comum para os egípcios, os druidas e os indianos. É uma referência à
criação do universo”.
A forma circular do símbolo permite ainda a interpretação de que a serpente figura o mundo
infernal, enquanto o mundo celeste é simbolizado pelo círculo.
Noutra interpretação, menos maniqueísta, a serpente rompe uma evolução linear, ao morder a
cauda, marcando uma mudança, pelo que parece emergir num outro nível de existência,
simbolizado pelo círculo.
Para alguns autores, a imagem da serpente mordendo a cauda, fechando-se sobre o próprio
ciclo, evoca a roda da existência. A roda da existência é um símbolo solar, na maior parte das
tradições. Ao contrário do círculo, a roda tem certa valência de imperfeição, reportando-se ao
mundo do futuro, da criação contínua, da contingência, do perecível.
O ouroboros costuma ser representado pelo círculo. O que parece indicar, além do perpétuo
retorno, a espiral da evolução, a dança sagrada de morte e reconstrução.
Pode-se referir que o ouroboros, ou símbolos semelhantes, constam de obras alquímicas, nas
quais significa “alimenta este fogo com fogo, até que se extinga e obterás a coisa mais estável
que penetras todas as coisas, e um verme devorou o outro, e emerge esta imagem”. Isto, após
uma fase em que pela separação se divide o um em dois, que contém em si mesmo o três e o
quatro, “… é um fogo que consome tudo, que abre e fecha todas as coisas”.
Registre-se ainda, na tentativa de avançar pistas para a raiz etimológica da palavra
“ouroboros”, que em copta “ouro” significa “rei” e em hebraico “ob” significa “serpente”.
Se o segundo símbolo constante da nossa imagem for uma alcachofra, diga-se que esta é tida
por alguns o análogo vegetal da fénix, pois após ser submetida ao calor a sua flor perde o
colorido e fica totalmente branca, posto o que renasce.
Geralmente, nos livros antigos, o símbolo vem acompanhado da expressão “Hen to pan” (o um,
o todo). Remete-se assim, mais uma vez, ao tema da ressurreição, que pode simbolizar o
“novo” nascimento do iniciado.
Em relação a certos ensinamentos do budismo tibetano (como dzogchen e mahamudra), pode-
se esboçar uma maneira específica para vivenciar (em estado meditativo) este ato de “morder
a própria cauda”. Por exemplo, ao perceber-se num estado mental atípico (além das formas
habituais) procurar olhar a si mesmo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouroboros
             O Ouroboros é a representação gráfica de uma serpente ou um dragão, em forma
circular, engolindo a própria cauda. Este símbolo é encontrado na antiga literatura esotérica
(alguma vezes, associado à frase Hen to pan – O Todo ou O um) e em diversas tradições
ocultistas e escolas iniciáticas em forma de amuleto.
A origem etimológica do termo Ouroboros está, supostamente, na linguagem copta e no idioma
hebreu, na qual ouro, em copta, significa Rei, e ob em hebreu, significa serpente. Mas, precisar
sua origem e significado primitivo, torna-se uma tarefa praticamente impossível. Mesmo que de
certa forma estejam interligados mas, paralelamente, trazem interpretações distintas.
Os primeiros registros deste arquétipo foram encontrados entre os egípcios, chineses e povos
do norte europeu (associado a serpente folclórica Jörmungandr) há mais de 3000 anos. Na
civilização egípcia, é uma representação da ressurreição da divindade egípcia Rá, sob a forma
do Sol. Também é encontrado entre os fenícios e gregos.

Símbolos & Signos


Entre tantos símbolos relacionados, o Ouroboros é um dos que apresenta maior hipótese de
significados. Isto porque há outras representações iconográficas contidas e associadas ao
próprio Ouroboros.
A serpente, que nos textos canônicos está associada às aspectos maléficos, como no livro
Gênesis 3:13, (Perguntou o Senhor Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a
mulher: A Serpente enganou-me, e eu comi.), na maior parte das culturas pré-cristãs, é um
símbolo de sabedoria. Partindo do princípio que o Ouroboros é um símbolo pré-cristão, pode-se
supor que este conceito de sabedoria é predominante.
Mas, pode-se também interpretar que o ato de engolir a si mesma, é uma interrupção do ciclo
humano em uma busca evolutiva do espírito noutros planos. Por outro lado, pode significar a
auto-destruição através do ato de consumir a própria carne e até mesmo a auto-fecundação.
Ainda, o fato de encontrar-se na forma circular é um arquétipo representativo de movimentos
ininterruptos e pode representar também o Universo. Além da interpretação de que a serpente
atua nas esferas inferiores (Inferno), enquanto o círculo representa o Reino Divino. Em outras
situações, o animal tem duas cores distintas. Neste caso, provavelmente, uma referência a Yin
e Yang, ou pólos masculino e feminino, dia e noite, bem e mal, e outros paradoxos da natureza.
Sob uma perspectiva alquímica, o Ouroboros é representado na figura de dois animais míticos
engolindo um a cauda do outro; não sendo, neste caso, necessariamente, uma serpente.
Segundo o Uractes Chymisches Werk (Leipzig – 1760), “alimenta este fogo com fogo, até que
se extinga e obterás a coisa mais estável que penetras todas as coisas, e um verme devorou o
outro, e emerge esta imagem”. Esta descrição alquímica é uma alusão ao processo de
separação do material em dois elementos distintos.
Porém, de uma forma mais ampla, o Ouroboros é uma representação dos ciclos
reencarnatórios da alma humana. Ainda, segundo o Dictionnaire des Symboles, simboliza o
“ciclo da evolução fechado sobre si mesmo. O símbolo contém as idéias de movimento,
continuidade, autofecundação e, em conseqüência, o eterno retorno”. Na obra Magic Symbols
de Frederick Goodman é citado “serpente… [seja] o símbolo da sabedoria dos verdadeiros
filósofos” e “O Tempo, do qual apenas a sabedoria brota”.
Atualmente, o Ouroboros é comumente encontrado em amuletos esotéricos, na simbologia
maçônica e na teosofia. Porém, também está presente no selo dos Estados Unidos da
América, posicionado acima da águia bicéfala. Ainda, é muito comum encontrá-lo em
monumentos funerários, fazendo alusão, mais uma vez, aos ciclos da vida.
http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/simbolos/ouroboros.htm
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ZODÍACOS
Os principais elementos o Fogo, a Terra, o Ar e a Água, e cada um de nós sintoniza em maior
ou menor grau com algumas dessas ondas vibratórias.
Cada elemento age em três modalidades vibratórias: cardinal, fixa e mutável. A combinação
entre os 4 elementos e as 3 modalidades produz os 12 padrões de energia chamados signos
do zodíaco.
O Fogo representa o entusiasmo e a Fé; a Terra sintoniza-se com o mundo material; o Ar
corresponde à expressão da mente e a Água reproduz as respostas sentimentais. A Água e a
Terra vivem para o interior, o Fogo e o Ar extravasam as suas energias.
Vejamos, quais os signos de cada elemento e as suas características:
-Carneiro, Leão e Sagitário – Elemento: Fogo.
-Touro, Virgem e Capricórnio – Elemento: Terra.
-Gêmeos, Balança e Aquário – Elemento: Ar.
-Caranguejo, Escorpião e Peixes. Elemento: Água
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Introdução à Astrologia
O fato de os signos astrológicos estarem associados a certas constelações astronômicas gerou
grande confusão entre os astrólogos e não-astrólogos. Basicamente, o nosso zodíaco e os
signos são não mais do que uma escala circular de 360 graus. Cada uma das doze secções
deste círculo tem determinadas características, baseadas em qualidades associadas com os
elementos.
A tradição vê o universo constituído pelos elementos fogo, ar, água e terra. Quando aplicamos
este sistema às personalidades, os elementos representam certos traços básicos e dão um
certo “temperamento”. Isto varia de acordo com a ênfase dos elementos no horóscopo.
Qualquer posicionamento dos planetas ou pontos pessoais num signo constituem uma ênfase.
Os quatro elementos podem ser vistos como os quatro princípios básicos de vida. Isto pode ser
aplicado a todo o gênero de coisas segundo os princípios da similaridade e analogia. C.G. Jung
abriu a porta para um moderno entendimento destas categorias, desenvolvendo uma tipologia,
em que cada um dos elementos corresponde a quatro funções básicas da psique. A ênfase ou
não-ênfase dos elementos no horóscopo individual, revela aspectos fundamentais da
personalidade.
               -Fogo: As pessoas com uma ênfase forte do elemento de fogo são espontâneas e
impulsivas e usam as suas energias com todo o entusiasmo. A sua resposta emocional é
rápida e têm uma imaginação muito viva. Signos de Fogo: Carneiro, Leão e Sagitário

               -Ar: As pessoas de ar são rápidas e animadas. Usam as suas energias de formas


muito variadas. Têm tendência para intelectualizar os seus sentimentos e expectativas. Signos
de Ar: Balança, Aquário, Gêmeos
               -Água: As pessoas com uma forte ênfase do elemento água são sentimentais e muito
sensíveis. As suas capacidades emocionais e imaginativas são profundas e ricas. Signos de
Água: Caranguejo, Escorpião, Peixes

               -Terra: As pessoas de terra reagem silenciosa e lentamente. Elas empenham-se com


“endurance”. Emocionalmente elas são fortemente enraizadas e lentas na mudança. Signos de
Terra: Capricórnio, Touro, Virgem
               Fontes tradicionais ocidentais também consideram um quinto elemento a “quinta
essência”. Esta descreve simplesmente a alma ou o ser espiritual de uma pessoa. Fica
separado dos outros quatro elementos e não é descrito no horóscopo. Esta é a razão por que é
frequentemente desprezado. Leva-nos para além da doutrina dos quatro elementos e da sua
aplicação no campo da astrologia. Refere-se à liberdade do homem e alerta-nos para o grande
mistério da eternidade.

Estados Elementares ou Qualidades


               Cada um dos quatro elementos encontra-se em três estados ou qualidades,
respectivamente chamados de cardeal, fixo e mutável ou estado comum. Podemos considerar
as propriedades físicas da água como analogia: nela também, os elementos químicos se
encontram em vários estados. A água, por exemplo, é líquida no seu estado normal, real. Visto
astrologicamente, este seria o estado cardeal. Quando congelada fica em forma sólida,
astrologicamente este corresponde ao estado fixo. Quando aquecida, transforma-se em vapor
de água – comparável ao estado mutável em astrologia. No horóscopo individual, o
posicionamento dos planetas em signos cardeal, fixo ou mutável também mostram os traços
básicos da personalidade.
               Cardeal
               As pessoas com ênfase em signos cardeal têm uma forte propensão para a liderança
e para moldar as coisas. Têm forte espírito de iniciativa e agem de acordo com os seus
objetivos e metas. Signos Cardeal: Carneiro, Balança, Caranguejo, Capricórnio
Fixo
                As pessoas com ênfase em signos fixos têm um desejo de construir no que já existe
e de organizá-lo de forma mais eficiente. Eles tendem a preservar o “status quo” e agem em
resposta às circunstâncias existentes. Signos Fixos: Leão, Aquário, Escorpião, Touro

                Mutável
                As pessoas com ênfase nos signos mutáveis ou comuns tendem a procurar mudança
e renovação. Elas podem facilmente trocar uma coisa por outra e alinhar as suas ações de
acordo com a mudança sem hesitações Signos mutáveis: Sagitário, Gêmeos, Peixes, Virgem

ASTROLOGIA
            A astrologia é, antes de qualquer coisa, um instrumento de compreensão do homem no
seu tempo e espaço de vida. Por milênios, o homem vem atribuindo, compreendendo
significados através dos ciclos planetários.
SOL — LUA — MERCÚRIO — VÊNUS — MARTE
JÚPITER — SATURNO — URANO — NETUNO — PLUTÃO
            Não há como dizer que se acredita ou não na astrologia, pois a questão da crença não
se aplica, assim como não cabe dizer que se crê ou não em um martelo, mas apenas nos
utilizamos dele.
            “A vida ficaria sem emoção se soubéssemos o que aconteceria…”
            Esta afirmação não deixa de ter a sua lógica. Contudo, o estudo da astrologia não
preconiza o conhecimento daquilo que irá acontecer. Esta arte-ciência oferece uma visão das
possibilidades, tendências de comportamento. A astrologia é um trabalho de
autoconhecimento, uma filosofia de vida, antes de ser um processo divinatório. É um meio de
alcançar serenidade em meio ao caos da existência quotidiana, através do estudo dos
potenciais de cada um.
            O planejamento (prognóstico) que ela pode oferecer, por exemplo, baseia-se na
otimização do uso dos talentos e capacidades latentes do ser humano, não em fatores externos
à própria psique.

Esta escrito nas estrelas


            Qual é o seu signo? Com certeza você sabe a resposta, mas alguma vez você já parou
para pensar por que é desse signo? Quem foi que definiu que alguém que nasce em
determinada data é de um signo com características tão diferentes de quem nasce seis meses
depois?
            Tudo isso tem uma explicação; é uma história que começou lá longe, há mais de 4.000
anos. O homem começou atribuindo significados ao ciclo dos dias e das noites, e daí derivam
todas as idéias e conceitos contidos no Sol e na Lua, constituindo estes uma polaridade básica:
Sol representa o masculino, o dia, a consciência, a atividade, o dar, o criador, o emissor, a
identidade, a irradiação, entre outros. Lua representa o feminino, à noite, a inconsciência, a
passividade, o receber, o nutridor, o receptor, a imagem, o reflexo, etc.
            Os responsáveis principais e primeiros por essa ciência foram os povos egípcios e
gregos, que gostavam de passar as noites admirando o céu. Com o tempo, eles perceberam
que as estrelas, muitas vezes, aparecem juntas em grandes grupos.
            Observando esses grupos, aprenderam a identificá-los e acabaram dando nome a cada
um. É o que nós chamamos, hoje, de constelações. As constelações mais importantes para a
Astrologia são justamente as de:
            Assim nasceu a Astrologia…
            Mas eles também prestavam atenção ao Sol e à Lua e notaram que o Sol não nasce
sempre no mesmo lugar. Durante um período, ele nasce mais à esquerda e, à medida que os
meses passam, vai caminhando para a direita. Nós também podemos ver isso.
            Com todos esses dados, os antigos acabaram concluindo que esse movimento do Sol
(eles pensavam que o qual se movia era o Sol e, hoje, já sabemos que é a Terra) fazia com
que ele, a cada período de aproximadamente trinta dias, encobrisse uma dessas doze
principais constelações.
            Também perceberam que as pessoas nascidas durante o período em que o Sol estava
encobrindo a constelação de Aquário, por exemplo, tinham algumas características em comum,
diferentes daquelas que nascem durante a época em que o Sol encobre uma outra constelação
qualquer.
            O zodíaco pode ser entendido como a trajetória aparente do Sol no céu. O cinturão
zodiacal é simbólico, cada signo ocupando 30º do círculo.
            Março é o mês da entrada do Sol em Áries, é também o signo o começo, das
germinações, o que traz o florescimento e a renovação da vida. Em março comemoramos o
ano novo astrológico, quando o Sol atinge 0º de Áries, ponto de cruzamento da eclíptica com o
equador celeste, momento em que o dia e a noite tem idêntica duração. Marte, o planeta
regente de Áries, reverenciado pelos romanos como um deus guerreiro, empresta seu nome ao
mês.
            Porém, nossa personalidade não é tão simples para que baste nos dividir em doze
grupos diferentes, somente de acordo com a data em que nascemos. Procurando explicar
melhor a diversidade e a complexidade dos nossos traços individuais, os estudiosos notaram
que não só a data de nascimento tinha importância, mas a hora também.
            E, assim como a data tem relação com o movimento do Sol durante o ano, a hora está
relacionada com a movimentação do Sol durante o dia, ou seja, a posição que ele ocupa em
relação ao horizonte no momento do nascimento.
            A essa nova descoberta deram o nome de Ascendente. Mas para que ele serve?
            É simples: a data de nascimento indica as características das pessoas, e o ascendente,
o comportamento delas. Quer dizer, o seu signo é o que você é mesmo, o que sente dentro do
seu coração e da sua alma.
            Já o ascendente é como você se mostra para o mundo. Para poder conduzir melhor a
própria vida, é preciso conseguir harmonizar o seu signo e o seu ascendente.
            Você já teve ter passado pela estranha experiência de ouvir alguém dizer que você é
assim e no entanto, você pode jurar de pés juntos que é assado.
            Isso acontece por causa do choque entre o signo e o ascendente. Esse tipo de coisa é
muito comum quando a pessoa tem um ascendente com características muito diferentes das
do seu signo.
            Muitas vezes, são pessoas conflitantes, mas também existem aquelas que conseguem
tirar proveito disso se saindo muito bem em qualquer situação.
            Já aquelas que têm signo e ascendente parecidos, ou mesmo iguais, têm menos
conflitos internos. No entanto, podem acabar se tornando muito radicais e só admitirem uma
maneira de ver a vida, a própria.

DPT – Discrição do Próprio Tema


            Imagine um círculo cortado em quatro pedaços iguais, a linha horizontal que divide o
círculo em duas metades, nós chamamos de eixo do espaço ou linha do livre arbítrio, ela
proporciona duas partes, a superior que representa o diurno, o consciente, o extrovertido, a
vida exterior, e a parte inferior que representa o noturno, o inconsciente, o introvertido, a vida
interior.
            Agora, uma linha vertical que divide o círculo em outras duas metades, chamamos de
eixo do tempo ou linha do destino, ela proporciona também duas partes, à direita, o lado
ocidental representa o alocêntrico, aquele que escuta pouco, e a parte da esquerda, o lado
oriental representa o egocêntrico, aquele que sabe o que quer, que é determinado e que fala
mais.

            Uma vez determinado o Ascendente (Asc.), criou-se também o Descendente (Desc.), o


MC e o FC, todos juntos formam os pontos que determinam ângulos de 90º, são os ângulos
cardinais ou cardeais, quadraturas que tencionam, dimensionam, colocam, definem o ego,
representa o “crucifixo”, ou a imagem do homem na cruz, a do Cristo, é o simbolismo do
homem assumindo uma totalidade sua individual diante, para e com uma totalidade maior na
vida.
            Esses ângulos determinam a cruz da vida que o homem carrega por 12 estações
(signos), até o “calvário”, onde sua vida se consuma, se realiza (morrer e renascer). É o básico
da existência, é a interseção entre tempo e espaço, onde o ser se define em correspondência
com um dado momento, o seu nascimento.
            A astrologia não usa a lógica que é dual, binária, mas a analogia como raciocínio, o
qual percebe funções interagindo em uma dinâmica ternária, como simbolismo chinês da vida
de um homem representado por um cocheiro conduzindo uma carruagem atrelada a um cavalo,
onde o cocheiro representa a mente, o intelecto; a carruagem o material, o físico e o cavalo as
emoções, os desejos.
            O eixo Ascendente – Descendente determina a divisão do espaço em dia e noite. O
Ascendente é o “eu”, o Descendente é o “tu” ou o “outro”. O movimento do eu em busca do tu,
do outro, pode se dar pelo caminho que passa pelo MC ou pelo FC.
            O eixo MC – FC determina o tempo, o passado (FC) e o futuro (MC). O FC (Fundo do
Céu) está associado à família, a hereditariedade, aos condicionamentos, aos hábitos. O MC
(Meio do Céu) está associado ao status, a imagem social, ao trabalho no mundo.
            Os quatro pontos cardinais, determinam as casas terrestres angulares: Ascendente –
casa I, Descendente – casa VII, MC – casa X e FC – casa IV.
            Quando o eu busca o tu, pode fazei-lo conquistando uma posição social, ou buscando
afinidades com a sua própria formação no seio da família.

            Nas casas de água, ou seja, no triângulo de água:


            Quando o passado (casa IV) busca o futuro (casa X) passando pelo tu (casa VII), há
uma morte (separar-se do passado), uma transformação, uma iniciação, pois é necessário
passar pela (casa VIII). Quando o passado (casa IV) busca o futuro (casa X) passando pelo eu
(casa I), há um reconhecimento da própria essência, do projeto de vida e conseqüentemente,
uma iluminação, um resgate do que jazia oculto no inconsciente, um maior conhecimento de si
mesmo, pois é necessário passar pela (casa XII).
sicU � x� 膊 , é a interseção entre tempo e espaço, onde o ser se define em correspondência
com um dado momento, o seu nascimento.
            A astrologia não usa a lógica que é dual, binária, mas a analogia como raciocínio, o
qual percebe funções interagindo em uma dinâmica ternária, como simbolismo chinês da vida
de um homem representado por um cocheiro conduzindo uma carruagem atrelada a um cavalo,
onde o cocheiro representa a mente, o intelecto; a carruagem o material, o físico e o cavalo as
emoções, os desejos.
            O eixo Ascendente – Descendente determina a divisão do espaço em dia e noite. O
Ascendente é o “eu”, o Descendente é o “tu” ou o “outro”. O movimento do eu em busca do tu,
do outro, pode se dar pelo caminho que passa pelo MC ou pelo FC.
            O eixo MC – FC determina o tempo, o passado (FC) e o futuro (MC). O FC (Fundo do
Céu) está associado à família, a hereditariedade, aos condicionamentos, aos hábitos. O MC
(Meio do Céu) está associado ao status, a imagem social, ao trabalho no mundo.
            Os quatro pontos cardinais, determinam as casas terrestres angulares: Ascendente –
casa I, Descendente – casa VII, MC – casa X e FC – casa IV.
            Quando o eu busca o tu, pode fazei-lo conquistando uma posição social, ou buscando
afinidades com a sua própria formação no seio da família.

            Nas casas de terra, ou seja no trígono de terra:


            Quando o futuro (casa X) se realiza passando pelo eu (casa I), o que se obtém é o
senso de valor que se atribui às coisas e a si mesmo, nesse caminho se adquire auto-estima,
que é a capacidade que se tem de estimar, avaliar quanto se vale, pois foi necessário passar
pela (casa II).
            Quando o futuro (casa X) se realiza passando pelo filtro do tu (casa VII), o que se
obtém é trabalho, disciplina, método, pois foi necessário passar pela (casa VI).
            O signo onde está o Sol significa que a consciência está sintonizada e portanto, é um
canal aberto de passagem de uma dada natureza de energia representado pelo signo.
            Não há bons ou maus signos, assim como não há bons ou maus aspectos e ainda
mapas bons ou maus. Nascemos em perfeita harmonia e sintonia com a natureza, de um dado
momento no tempo e espaço. Somos como uma célula que nasce com uma determinada
função dentro de um tecido orgânico.
            Nossos sofrimentos e frustrações não são devidos ao nosso mapa, mas a nossa pouca
ou nenhuma compreensão do que somos e a de que iremos ser e de como podemos realizar
nosso ser em plenitude.
            O horóscopo não diz em que nível uma pessoa está, o tema mostra potencialidades,
mas só por ele não podemos saber como e em que nível alguém está atualizando estas
potencialidades. Qualquer pessoa é sempre mais importante que seu horóscopo.
            Horóscopos semelhantes poderão indicar uma essencialidade comum, mas não uma
mesma realidade. Um exemplo disto é sem dúvida os temas de Chaplin e Hitler.

Princípio da Energia
            As duas manifestações cinéticas, calor e frio (são ambos ativos), e as duas
manifestações estáticas, umidade e secura, são as expressões materiais das formas cósmicas,
ou os quatro princípios da energia. Estas manifestações são os componentes dos elementos,
em combinações variáveis.
            Qualidades primitivas dos elementos:
            Quente – Verão, época da colheita, adolescente, energia, entusiasmo, paixão, euforia,
cores fortes e brilhantes, alegria, vibração, temperamento mais expansivo, fase energética,
exalta, expande, dinamiza, exterioriza, é violento, é aonde a água evapora.
            Frio – Inverno, introspecção, retração, lutar pela sobrevivência, isolamento, sem
comunicação, temperamento mais realista, distanciamento, tristeza, melancolia, morte, as
cores cinza e preta, tudo que confere idéia de fim, o último movimento, a rigidez, o pessimismo,
concentra, interioriza, cristaliza, condensa, contrai, retém. Enquanto que o seco e o úmido são
ambos passivos.
            Úmido – Primavera, sociabilidade, fertilidade, renascimento, água + calor: vida, pré
disposição, temperatura mais quente, entra em contato com o próximo, temperamento pessoal
mais sensível, emotivo, sonhador, intuitivo, época do plantio, criança, começo, misturar,
movimento de transição, uni, associa, liga, é flexível, adaptável, vitalizante.
            Seco – Outono, mais objetivo, maturidade ou meia idade, irritação, ser áspero, não ser
simpático, pessoa objetiva, direta, se prepara para algo mais pesado adiante, movimento de
transição, isola, absorve, estabiliza, realiza, particulariza, é elástico e individualista, não se
associa.
            O ar se compõe de: calor e umidade. A terra se compõe dos fatores: frio e seco. O fogo
resulta da combinação dos princípios: quente e seco. A água é a combinação dos princípios:
úmido e frio.
Os Quatro Elementos
A astrologia é baseada nos quatro elementos do universo: Ar, Terra, Fogo e Água, cada qual
representando um aspecto da natureza humana.

“O estímulo da vida é o equilíbrio dos quatro elementos…”


            AR – “O pensamento tanto pode te defender, como pode te matar…”
       O ar representa o mundo do pensamento, do intelecto, da razão e simboliza o mundo das
idéias e das palavras. Do lado positivo é extremamente simpático, totalmente adaptável e
social e tem muito “jogo de cintura”, agora, do lado negativo não é prático e não tem
direcionamento. Astrologicamente, o ar é também um elemento positivo e masculino, do tipo
sanguíneo, expansivo, quente e úmido, cuja função é estimular as trocas com o meio ambiente,
a comunicação e a expressão. Os signos de ar são os mais sociáveis e tem a habilidade para
se afastar da experiência mais concreta, o que lhes dá a visão de perspectiva sobre o mundo e
as pessoas. São por isso ótimos companheiros e amigos. Necessitam partilhar as experiências
da vida e são ávidos por todo estímulo intelectual ou cultural, adaptando-se rapidamente as
novas situações. A nível pessoal raramente demonstram seus sentimentos mais íntimos, são
vistos como pessoas frias ou indiferentes, que racionalizam seus sentimentos e não gostam de
excessos emocionais. Precisam entender e questionar tudo, esquivam-se de formas de
pensamentos toscas, ou primitivas. Na vida social e profissional, os tipos aéreos são atraídos
por atividades na área da comunicação, pois são versáteis, curiosos e originais. Sua grande
identificação é com a informação rápida. Essas características lhe possibilitam uma eterna
jovialidade. Dentre todos os elementos, o ar é o mais civilizado, curiosamente são os únicos
cujos símbolos gráficos não são representados por animais e sim por figuras humanas, ou
objetos criados pela mão humana. O elemento ar é a ponte entre a matéria e o espírito. E este
elemento confere aos signos de Gêmeos, Libra e Aquário: idéias, fala, comunicação,
capacidade intelectual, inteligência, entender os conceitos abstratos. O excesso de ar confere
ao nativo muitas idéias, comunicação estimulada, mas pouca ação. Relaxe mais seu lado
racional e estimule mais as energias interiores. A falta de ar implica em: faculdades mentais e
sensoriais prejudiciais, e as emoções prevalecendo. Confere solidão, falta de liberdade, sempre
quer ficar sozinho e não conversa muito. Pode provocar falta de ar e bronquite. Representação:
O ar, silfos, fúrias, furacões, o assopro, as espadas, a primavera, a cor amarela. Casas
zodiacais: III, VII e XI. Plano de Vida: Mental, intelecto.
            TERRA
            A terra representa o mundo material e objetivo, com temperamento frio e seco e com
característica coesiva. É comum aos indivíduos deste elemento um contato estreito com os
sentidos físicos e com a realidade material. Seu universo precisa de direção e utilidade, pois
tem um forte senso de dever. A natureza construtiva dos signos de terra, é direcionada para a
praticidade: ocupam-se com tudo aquilo que é tangível, pragmático e sólido. Seu enfoque
básico é a funcionalidade das coisas. Gostam de física e matemática. Norteado pelas
sensações, deixa as considerações teóricas e intuições para segundo plano. Esta atitude
acaba por restringi-los, pois lhes dá uma visão estreita, presa ao mundo das formas, o que
anula qualquer outra maneira de compreensão da realidade. Por serem cautelosos tudo o que
empreendem é minuciosamente calculado e organizado. São dignos de confiança, amantes da
ordem e precisão. O tipo terra sente-se a vontade com o seu corpo, sabendo expressar sem
dificuldades seus desejos físicos. O difícil para estes signos é manter separados os
sentimentos dos processos corporais, perdendo muito da sua intimidade psíquica. Esta é uma
característica que só existe nestes signos, isto é, a inclusão do corpo em quase toda a
experiência psíquica.
           Sua medida de valor baseia-se no grau de rendimentos que se traduz materialmente,
seja sobre a forma de posses ou da consideração geral. Com isso tornam-se muitas vezes
escravo de uma rotina maçante, tendo medo de perder os pés do chão. Este elemento confere
aos signos de Touro, Virgem e Capricórnio: persistência, durabilidade, paciência, realismo,
praticidade, materialização, dinheiro, o poupar e a realização. O excesso de terra em um tema
provoca materialismo, preguiça, rotina, rigidez, frieza, irritação, solidão, ambição; e o excesso
de ordem atrapalham um pouco a sensibilidade e a criatividade. Se solte mais e desperte seus
sentimentos profundos. Representação: A Terra, o inverno, a cor marrom. Casas zodiacais: II,
VI e X. Plano de Vida: Ação, densidade, eu faço, eu realizo, eu somatizo.
             FOGO
          O fogo representa a luz da inteligência, da intuição, da espiritualidade, é energia
radiante, fonte de calor, luz e expansão. Num plano positivista o elemento fogo confere ao
nativo gosto por esportes, maior direcionamento, também tem “jogo de cintura”, é magnético,
alegre, cheio de energia; e num nível negativista ele pode ser antipático, sofrer de solidão e
possuir uma ambição desregrada. É também um elemento do tipo quente e seco. Exatamente
como sua expressão na natureza, os indivíduos que tem ênfase nesse elemento são
exuberantes, ardentes, apaixonados, brilhantes e esquentados. Sua energia vital flui
espontaneamente, surgindo de uma forma dinâmica, criativa e voluntariosa. Esta auto-
expressão de caráter é fundamental para as pessoas de fogo. Para estes indivíduos, a vida é
um infinito mar de possibilidades a explorar sem fronteiras e sem limites. Na vontade e na
conseqüente afirmação da vida, estes signos tendem a seguir em frente, libertados de cada
momento do passado, seja ele qual for. Capaz de inspirar, conduzir e apoiar os outros, é aí que
se encontra todo o seu carisma. Possuem uma fé inabalável na generosidade do destino,
jogando com a vida, dinheiro e emoções muitas vezes de uma forma irrefletida, sem avaliar as
conseqüências dos seus atos. Tem o hábito de exagerar em seu comportamento, dramatizando
situações mesmo quando sozinhos, e que precisam deste colorido e das suas fantasias para se
sentirem vivos. Se por ventura entram em contato com a monotonia da vida, são capazes de
entrar em pânico. No seu lado sombrio, o fogo é por demais auto-centrado, tornando-se
insensível à condição do outro, o orgulho e a vaidade dificultam em muito o reconhecimento
dos seus erros e frustrações. Sofrem com febres altas, doenças agudas e enfarte. Esse
elemento confere aos signos de Áries (luta), Leão (brilho) e Sagitário (filosofia): criatividade,
brilho, vontade, energia, inspiração, iluminação interior, entusiasmo, impulsividade, atitudes
menos pensadas, respeito, praticidade, ambição, inteligência, intelectualidade e ação.  O
excesso de fogo confere ao nativo capacidade de conseguir atingir tudo o que está à sua volta,
mostra também uma pessoa muito afetiva, mas para poder tomar uma decisão, precisa se
acalmar e colocar as idéias em ordem; procure ter mais tranqüilidade.
           A falta de fogo implica em carência de brilho e um desequilíbrio da identidade.
Representação: O fogo, as salamandras, o verão, a cor vermelha. Casas zodiacais: I, V e IX. É
o triângulo da Vida. Plano de Vida: Espiritual, intuição.
             ÁGUA
           A água representa o sentimento e o mundo das emoções, é fluente e tem temperamento
linfático, e é do tipo frio e úmido. Num plano positivo a água confere intuição, profundidade,
simpatia, adaptação, emotividade, sociabilidade, romantismo e num plano negativo timidez,
introspecção e um exagero emocional. No conhecimento astrológico a água representa
também a vida instintiva, íntima e subjetiva. Pessoas cujos mapas tem ênfase nesse elemento
falam a língua do coração e por isso são muitas vezes irracionais, permeáveis e mesmo
imprevisíveis. Suas atitudes frequentemente infantis, são como crianças que esperam do
mundo respostas sentimentais de aprovação e afeto. Os signos de água são os mais
enigmáticos do zodíaco. Receptivos, envolvem-se profundamente nos relacionamentos
pessoais, pois sabem “mergulhar” na intimidade do outro. Sua noção da realidade dependem
daquilo que podem sentir, o que os tornam aptos a grandes decepções amorosas. Em nome da
paixão e da entrega, os tipos de água absorvem tanto o parceiro que terminam por paralisá-lo,
sendo notadamente o elemento que desconhece os limites na relação amorosa. De
temperamento sensível e intuitivo, possuem uma imaginação criativa e deliciam-se com suas
próprias fantasias. Na vida social são afáveis e cordiais e não tem receio de expor suas
fraquezas. Tornam-se cativantes porque, mais que ninguém, os signos de água captam as
necessidades dos outros, sem fazer julgamentos ou discriminações. Este elemento confere aos
signos de Câncer, Escorpião e Peixes: intuição, sentimentos, sensibilidade, emoção,
mediunidade. Todos os sinos de água são signos cármicos. O excesso de água provoca
sentimentos que fluem desordenadamente, a pessoa é muito emotiva, tem muita sensibilidade
e sensações; tente equilibrar-se em suas energias interiores e em seus conflitos emocionais. A
ausência de água carece da capacidade de sentir profunda e intuitivamente, carece de
sensibilidade, as emoções são controladas, não demonstram seu estado de
espírito. Representação: A água, o outono, a cor azul. Casas zodiacais: IV, VIII e XII. É o
triângulo do Destino. Plano de Vida: Desejo, psique, emoção, sentimento. Quantidade de
elementos em uma carta natal
OBS.: As analises aqui descritas não são uma verdade irrefutável, visto que cada pessoa traça
seu destino e ainda sofre “n” influências, cito algumas: sociedade, família, profissão. O que
pode levar a ter tendências de outros elementos, dado o convívio e simpatização pelo grupo.
Não devemos deixar nos levar e acreditar como veracidade o místico! Ele pode até ser objeto
de estudo. Devemos nos focar no que nos ensina o “Pai Eterno” dentro daquilo que ele nos
deixou, nosso legado mais rico: A natureza. Para que possamos viver em a harmonia sem
agredir ao “sistema de coisas” e nem mesmo aos nossos semelhantes. De forma que
possamos atingir e subir níveis de evolução!
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O INFINITO

Introdução
A ideia de infinito tem motivado, ao longo dos séculos, filósofos, teólogos, poetas e
matemáticos. Dado que todos eles se exprimem através do finito, para tratar o infinito precisam
de o traduzir em termos finitos. O termo “transmutação” serve aqui apenas para caracterizar
esta aparente negação do infinito, ou seja, a sua transformação em finito, realizada com o
intuito de o conhecer e trabalhar. A transmutação tem de facto dois sentidos, pois também
ocorrem transmutações do finito em infinito. Será posto em evidência que foi precisamente
assim que o infinito matemático surgiu – como resultado do aprofundamento de questões de
natureza finita.
A transmutação do infinito adquire várias formas, de acordo com os diferentes pontos de vista
considerados – o filosófico, o teológico, o físico ou o matemático. Serão aqui tratadas
essencialmente as formas matemáticas, embora se faça referência a outros tipos de
transmutação.
O tratamento matemático do infinito será abordado com recurso a um mínimo de fórmulas ou
de equações. Como diz Guillen em “Pontes para o infinito”1, uma confusão acerca da
matemática consiste na suposição de que ela só pode ser convenientemente expressa em
termos de símbolos. Para apoiar esta afirmação, Guillen cita um episódio da vida de Riemann
(1826-1866), um dos mais importantes matemáticos do séc. XIX. Quando da sua admissão
como académico na agora famosa Universidade de Gotingen, Riemann apresentou um
trabalho sobre um tópico altamente técnico – os fundamentos da geometria – sem nele incluir
uma única equação.
Ora o infinito matemático é precisamente uma daquelas questões em que as ideias e a
imaginação são o mais importante, tal como é patente na obra de Cantor (1845-1918), o
matemático que mais contribuiu para esclarecer a questão do infinito.
Para abordar a questão do infinito matemático será usada uma cronologia histórica.
Começaremos com o período Grego, essencial no surgir do infinito matemático e filosófico.
Também será referida a Idade Média, embora o que estivesse em causa, durante esse período,
não fossem propriamente as questões matemáticas. No entanto, as especulações medievais
são consideradas extremamente estimulantes no desenvolvimento matemático do período que
se segue, o Renascimento. Foi durante esse período que nasceu o Cálculo Infinitesimal,
principal instrumento matemático do tratamento do infinito. Serão apresentados, de forma
sumária, alguns dos resultados e das técnicas obtidos pelos matemáticos dessa época.
Finalmente far-se-á referência a algumas questões do infinito matemático na actualidade e
também a abordagens não matemáticas do infinito.

O símbolo de infinito
John Wallis introduziu o símbolo de infinito na literatura matemática.

O símbolo de infinito   é por vezes chamado de lemniscata, do latim lemniscus. John Wallis
é creditado pela introdução do símbolo em 1655 no seu De sectionibus conicis. Uma conjectura
sobre o porquê ter escolhido este símbolo é ele derivadar de um numeral romano para 1000
que, por sua vez foi derivado do numeral etrusco para 1000, que se assemelhava a CIƆ e era
por vezes usado para significar “muitos”. Outra conjectura é que ele deriva da letra grega ω –
Omega – a última letra do alfabeto grego. Também, antes de máquinas de composição serem
inventadas, ∞ era facilmente impresso em tipografia usando o algarismo 8 deitado sobre o seu
lado.
O símbolo de infinito está disponível no padrão HTML como ∞ e em LaTeX como \infty. Em
Unicode, é o caractere de código U+221E (∞), ou 8734 em notação decimal.
A curva matemática que gera o símbolo    é a lemniscata.

Na teoria dos conjuntos, o infinito é representado pela letra hebraica aleph  .

Os Gregos e o Infinito
Os historiadores da matemática costumam referir o horror dos Gregos ao infinito. Seria
interessante conhecer profundamente as causas de tal sentimento, que parece contradizer a
sua capacidade matemática, até mesmo para tratar… o infinito. De facto os Gregos são, na
matemática, os primeiros a tomar consciência da questão e, apesar de terem negado o infinito,
deram-lhe um tratamento que deixou sementes.
O infinito aparece pela primeira vez na história do pensamento quando os filósofos gregos
tentam exprimir por um número a medida da diagonal do quadrado de lado 1. À representação
geométrica finita corresponde um número que não acaba, um número infinito. “Poderemos, em
consequência, dizer que o problema da diagonal do quadrado nos traz o infinito para ao pé da
porta”2. Temos então uma transmutação de um segmento finito num número infinito .
Os matemáticos gregos sabiam bem demonstrar, usando diversas técnicas, que esse número
não podia ser expresso de forma finita3. Se tal fosse possível, haveria uma fracção ou, como
se diz, um número racional, igual a v2 (raiz quadrada de 2). Os Gregos demonstraram também
que essa fracção não existe.
Esses números que se exprimem por um número infinito de algarismos – que actualmente
chamamos números irracionais – não existiam na matemática grega. Para os Gregos era
impensável essa transmutação – o ter que usar um número infinito de algarismos para exprimir
um segmento de recta tão bem definido como a diagonal de um quadrado. A medida de tal
segmento exprimimo-lo hoje de forma finita usando o símbolo v2. Foi também uma
transmutação, desta vez do infinito em finito, permitida pela álgebra, que encontrou símbolos
para traduzir uma parte dos números infinitos.
Existem muitos outros exemplos de segmentos de linhas rectas e curvas cuja medida escapava
às possibilidades da matemática grega. Tais segmentos eram chamados incomensuráveis e a
sua medida era considerada uma “grandeza” e não um número. Entre mais célebres encontra-
se a circunferência de diâmetro 1 cujo perímetro vale pi, na notação actual. Aqui usamos uma
letra para exprimir esta grandeza, também ela contendo um número infinito de algarismos. Já
não é possível usar o símbolo “raiz” para definir a medida da circunferência de forma finita. O
número pi é irracional mas de natureza diferente do atrás referido v2. Como se diz na
matemática actual, é um irracional transcendente. Para tratar estes números e em particular a
medida do perímetro da circunferência, foram utilizadas várias técnicas de transmutação do
infinito em finito que iremos referir mais adiante.
Embora os Gregos não considerassem os incomensuráveis como números, tentaram dar-lhes
um estatuto de existência que equivale, de facto, a admiti-los como números. A teoria das
proporções de Eudoxo foi o instrumento que permitiu definir os irracionais, recorrendo ao finito.
A exposição dessa teoria, que figura no livro V dos Elementos de Euclides, sai do âmbito desta
comunicação5, mas a sua ideia básica pode ser facilmente compreendida com auxílio do
sistema decimal actualmente usado para escrever um número. Por exemplo, para definir o
perímetro da circunferência de diâmetro 1 que sabemos medir pi, podemos dizer que esse
valor é menor que 3,15 e maior que 3,14, ou seja, podemos escrever uma dupla desigualdade

Se estes valores não forem satisfatórios podemos melhorá-los, escrevendo que

Dizemos que esta aproximação é melhor que a anterior.


Sendo pi um número que contém um número infinito de algarismos, fica definido de forma finita
à custa desta “artimanha”.
Este processo é a base do método da exaustão (descrito mais adiante) que permitirá aos
Gregos resolver problemas do cálculo de áreas e volumes, problemas que serão retomados
mais tarde pelos matemáticos renascentistas. O método da exaustão, embora servisse
perfeitamente as necessidades de ordem prática, pois permitia encontrar valores aproximados
das grandezas incomensuráveis, deixava em aberto o problema da natureza dessas mesmas
grandezas. Esse problema só foi completamente resolvido no século XIX.
Os incomensuráveis não são as únicas marcas de infinito na Grécia Antiga. O infinito surge na
filosofia grega também de outra forma – através do problema da divisibilidade do espaço e do
tempo. Esta questão, expressa através dos paradoxos de Zenão, divide atomistas e
continuistas. Dois paradoxos ilustram a impossibilidade da existência de uma matéria divisível
até ao infinito – os paradoxos de Aquiles e o da dicotomia. A impossibilidade do movimento se
o espaço e o tempo serem compostos de partes indivisíveis é posta em evidência no paradoxo
da flecha. Em qualquer dos casos, seja na hipótese continuista, seja na hipótese atomista,
chega-se a um impasse.
Esses paradoxos são conhecidos através dos textos de Aristóteles, que os enuncia antes de os
criticar. Mas a crítica de Aristóteles recorre a argumentos do senso comum, não é uma crítica
do ponto de vista da matemática. No entanto o pensamento de Aristóteles alimentou as
especulações medievais acerca do contínuo e do infinito. Ele distinguia duas espécies de
infinito – o actual e o potencial e negava a existência do primeiro. O infinito potencial, para
Aristóteles, não apresenta nenhuma realidade física, é apenas uma construção do espírito
necessário à resolução de certos problemas. O infinito potencial era admitido apenas no caso
de grandezas contínuas infinitamente pequenas e de números infinitamente grandes.
O tratamento que Aristóteles fez do problema foi qualitativo e metafísico. Mas, de facto, só
usando instrumentos matemáticos – as séries e o cálculo infinitesimal – seria possível analisá-
lo. Esses instrumentos permitiram não só resolver os paradoxos de Zenão como traduzir os
números irracionais de forma finita, usando símbolos. Podemos dizer que são os mais eficazes
instrumentos matemáticos de transmutação do infinito em finito. Eles integram uma extensa
área da matemática chamada actualmente Análise Infinitesimal que será referida mais adiante.

Arquimede e o método da exaustão


A determinação de áreas de figuras planas fazia-se, na matemática grega, por comparação
com áreas conhecidas, como por exemplo a área do quadrado. Quadratura era o nome que se
dava a essa determinação. Medir uma figura geométrica, para os geómetras gregos, não era
encontrar um número, mas sim uma figura conhecida com o mesmo comprimento, área ou
volume da primeira. Nessa perspectiva, calcular a medida de uma área era um falso problema.
O que interessava aos Gregos, no quadro das suas matemáticas, era determinar a relação
entre duas áreas. A quadratura do círculo insere-se nessa preocupação. Este problema ficou
famoso porque a sua solução, que não existe, obcecou não só os Gregos como também
matemáticos de todos os tempos, profissionais e amadores. Só em 1882, quando Ferdinand
von Lindemann (1852-1939) demonstrou que pi é um número transcendente, ficou provado que
a quadratura do círculo é impossível.
Arquimedes (287-212 AC), em vez de procurar fazer a quadratura do círculo por construção
com régua e compasso, tentou medir a sua área e encontrou uma solução aproximada. O seu
resultado é equivalente a determinar um valor, também aproximado, de ?. O método por ele
usado, método da exaustão, inventado por Eudoxo (408-355 AC), permite encontrar
aproximações sucessivas de uma dada área, por comparação com áreas conhecidas.
Na Quadratura da parábola, Arquimedes calcula a área do segmento parabólico. Ele inscreve
sucessivos triângulos no segmento de parábola, calcula a área desses triângulos e vai obtendo
valores cada vez mais próximos do pretendido, somando as áreas dos sucessivos triângulos.
Assim demonstra que a área do segmento de parábola é igual a 4/3 da área do triângulo com a
mesma base e com a mesma altura do segmento. No entanto Arquimedes não prolonga as
somas até ao infinito. Ele deduz o seu valor demonstrando que não pode ser nem maior, nem
menor que esses 4/3.
Para calcular a área do círculo, Arquimedes considera polígonos inscritos de número de lados
6, 12,…96. Faz o mesmo com polígonos circunscritos e consegue assim mostrar que a área do
círculo está entre dois valores determinados, ou seja, é menor que a dos polígonos
circunscritos e maior que a dos polígonos inscritos.
O resultado de Arquimedes, descrito na matemática actual equivale a considerar que

O método da exaustão é o fundamento de um dos processos essenciais do cálculo


infinitesimal. No entanto, enquanto que no cálculo se soma um número infinito de parcelas (no
caso do círculo teríamos um polígono com um número infinito de lados), Arquimedes nunca
considerou que as somas tivessem uma infinidade de termos. Para poder definir a soma de
uma série infinita irá ser necessário desenvolver o conceito de número real que os gregos não
possuíam. Não é pois correcto falar do método de Arquimedes como dum processo geométrico
de passagem ao limite. A noção de limite pressupõe a consideração do infinito que esteve
sempre excluído da matemática grega, mesmo em Arquimedes. Mas no entanto o seu trabalho
foi, provavelmente, o mais forte incentivo para o desenvolvimento posterior das ideias de limite
e de infinito. De facto, os trabalhos de Arquimedes constituem a principal fonte de inspiração
para a geometria do séc. XVII que desempenhou um papel importante no desenvolvimento do
cálculo infinitesimal.
Apesar da grande originalidade dos trabalhos de Arquimedes, ele não teve discípulos directos
na Grécia. Mas os matemáticos árabes interessaram-se pelo método da exaustão desde o séc.
IX. Os irmãos Bana Musa usam-no pela primeira vez na literatura islâmica. O seu discipulo
Thabit ibn Qurra (836-901) traduz “A esfera e o cilindro” de Arquimedes e na sua obra “Livro
sobre a medida da secção cónica” mostra dominar perfeitamente o método.

Especulações medievais sobre o contínuo e o infinito


Durante toda a baixa idade média, o principal autor estudado nas universidades era Aristóteles.
Muitos foram os que discutiram ou modificaram as concepções de Aristóteles, referência
primordial para filósofos, teólogos e sábios: Epicuro, Proclus, Ibn Qurra, Avicenne, etc..
Problemas como o infinito, o infinitesimal, a continuidade, eram o centro das discussões dos
filósofos escolásticos. Estas questões eram estudadas à luz da filosofia peripatética e não em
termos de pensamento matemático, mas as especulações que desenvolveram alimentaram o
interesse por concepções que, mais tarde, se tornaram parte integrante da matemática..
Na matemática árabe, Ibn Qurra manipula o infinito como se tratasse de um outro número. Ele
aceita que há infinitos maiores que outros, comparando, por exemplo o número de pares com o
de inteiros. Já no Ocidente, durante a Idade Média, a questão do infinito era debatida no plano
teológico. O infinito é tido como um atributo de Deus e representa a distância que separa o
divino do humano. Mas tal como para os números infinitos, também para Deus havia
representações finitas, as imagens. Estas podem ser consideradas como transmutações do
infinito.
As discussões medievais em torno do contínuo, dos indivisíveis e do infinito, desenvolviam-se a
partir da teoria atomista. Um dos melhores exemplos do pensamento escolástico sobre estas
questões é o de Thomas Bradwardine (1290-1349). Em Geometria especulativa e no Tratado
do contínuo Bradwardine discute a natureza do contínuo, opondo-se a todas as formas de
atomismo e afirmando que as grandezas contínuas são compostas por um número infinito de
contínuos do mesmo tipo. O infinitesimal tinha, para este filósofo, tal como para Aristóteles,
apenas existência potencial.
Richard Swisneshead (~1350),mais vulgarmente conhecido por Calculator, estuda a natureza
do infinito e as suas considerações têm alguma pertinência do ponto de vista matemático. Ele
considera que não é possível estabelecer uma razão entre quantidades finitas e infinitas nem
transpôr, para o tratamento do infinito, argumentos válidos para quantidades finitas. Cerca de
duzentos anos mais tarde Galileu (1584-1642) vê mais claramente a diferença essencial entre
as regras utilizadas no tratamento do finito e do infinito, estabelecendo correspondência entre
agregados infinitos, em vez de razões entre quantidades finitas e infinitas – uma mudança que
conduz à formulação final do cálculo, no séc. XIX.
Do ponto de vista da matemática, enquanto que a aritmética e a álgebra despertaram interesse
de alguns medievais, já o mesmo não aconteceu com outras questões trabalhadas pelos
árabes e anteriormente pelos gregos. Uma delas é precisamente o método da exaustão e a sua
aplicação ao cálculo de áreas. O Ocidente medieval ignora quase totalmente esses trabalhos
de Arquimedes, assim como os dos árabes no mesmo domínio que, pode dizer-se, marcam o
nascimento do cálculo infinitesimal. No entanto, as especulações escolásticas sobre o infinito, o
infinitamente pequeno e a natureza do contínuo, reavivam o interesse pelo problema do infinito
e preparam a entrada em cena das considerações infinitesimais, no séc. XVII. É importante
referir que, na Idade Média, as discussões sobre a incomensurabilidade não eram orientadas
no sentido da construção de conceitos matemáticos. As especulações medievais centravam-se
sobretudo na questão metafísica da existência dos indivisíveis, e processavam-se em torno da
distinção aristotélica entre infinito actual e potencial, desencadeada pelos paradoxos de Zenão.
Apesar disso, desempenharam um papel de certo relevo no eclodir das concepções
infinitesimais.

O Infinito no renascimento
O método da exaustão é um percursor dos métodos infinitesimais desenvolvidos durante o
Renascimento sob o impulso da necessidade de resolução dos problemas do movimento, da
mecânica celeste e do cálculo de áreas e volumes. O que faltou aos gregos, para além de um
formalismo adequado, foi o serem capazes de conceber o “prolongamento ao infinito” do
processo de exaustão, como foi feito no Renascimento. Mas podemos dizer que a origem
cálculo infinitesimal, elaborado desde o Renascimento até aos nossos dias, está nas
concepções intuitivas que os gregos tinham da noção de contínuo, de infinito matemático e de
limite.
Em 1586 o engenheiro flamengo Stevin (1546-1620) utiliza o método de Arquimedes para
determinar os centros de gravidade de figuras planas. Mas enquanto que Arquimedes
considerava sempre um número finito de termos, Stevin toma um número infinito, no sentido de
Aristóteles, ou seja, o de infinito potencial.
Kepler (1571-1630) utiliza também o método da exaustão, considerando somas infinitas que
calcula à custa de métodos intuitivos. Muitos outros matemáticos do Renascimento calculam
áreas e volumes utilizando processos semelhantes ao método da exaustão, decompondo as
suas figuras em infinitesimais ou em indivisíveis, como também eram chamados. Entre os mais
famosos encontram-se Cavalieri (1598-1647), Torricelli (1608-1647), Roberval (1602-1675) e
Gregoire de Saint-Vincent (1584-1667) que deu ao método de Eudoxo o nome de “método da
exaustão”.
Para Cavalieri uma linha é um conjunto infinito de pontos, uma superfície um conjunto infinito
de linhas e um volume um conjunto infinito de planos. No entanto, para calcular uma área, em
vez de somar esse número infinito de linhas, ele compara a superfície com outra que tenha o
mesmo número de linhas.
Gregoire de Saint Vincent preenche exaustivamente uma linha curva, não de pontos mas de
segmentos de recta e refere explicitamente a soma de um número infinito de grandezas. Estas
considerações vão originar o cálculo integral, em que se decompõe uma figura num número
infinito de elementos e se soma efectivamente esse número infinito.
Durante o século XVII, a álgebra desenvolvida pelos árabes e pelos matemáticos do
Renascimento assim como os cálculos com infinitesimais, geram uma confiança ilimitada nas
possibilidades do simbolismo. Desaparecem os interditos relativos à manipulação do infinito,
sobretudo após Newton (1642-1737) e Leibniz (1646-1716). Os cálculos feitos com polinómios,
como por exemplo a fórmula do binómio de Newton, são generalizados às somas infinitas.
Estes resultados são justificados “segundo o princípio de generalidade da álgebra”.
As somas infinitas eram de facto calculadas o que permitiu resolver o paradoxo da dicotomia. O
cálculo da soma dos segmentos (1/2+1/4+1/8+…) até ao infinito dava um resultado finito. Essa
soma infinta, chamada série, é a melhor evidência de transmutação de infinito (número infinito
de termos) em finito (valor finito). A manipulação de somas infinitas tornou-se de uso corrente
na matemática. As séries tornam-se um instrumento de expressão finita dos números
irracionais algébricos e transcendentes. De facto, o símbolo E (sigma) usado para representar
uma soma, permite traduzir, de forma finita, números para os quais não havia qualquer
representação, a não ser a representação geométrica ou uma letra, como por exemplo o
número pi:

Apesar de todas as inovações introduzidas pelo cálculo infinitesimal, Leibniz só concebia o


infinito ou o infinitesimal como quantidades auxiliares facilitando o cálculo, cujo resultado se
exprimia sempre em termos de quantidades finitas. Um infinitésimo era uma quantidade que
tão depressa era nula, quando comparada com uma grandeza finita, como era grande, quando
comparada com um infinitésimo de ordem superior. O infinitamente grande era uma quantidade
que nunca atingia o infinito.
“O cálculo infinitesimal é útil quando se trata de aplicar a matemática à descrição dos
fenómenos de física, no entanto não serve para definir a natureza das coisas”, afirmava
Leibniz. É uma nova versão das posições de Aristóteles, apoiada agora pelas novas técnicas
matemáticas.
O Renascimento é uma época de explosão criativa, onde os problemas dos fundamentos são
postos de lado e a preocupação dos gregos com o rigor é mesmo considerada excessiva. No
entanto, apesar da enorme capacidade de manipulação do infinito, havia falhas na
interpretação do formalismo utilizado. A natureza dos infinitesimais não estava definida e
alguns autores, entre os quais Berkeley (1685-1753) não aceitavam a sua existência, apesar do
cálculo conduzir a resultados certos. A imprecisão existente na interpretação do significado do
cálculo infinitesimal provocou as críticas não só de Berkeley mas também de Nieuwentijt (1654-
1718). “As críticas de Berkeley e Nieuwentijt tinham a sua justificação, mas eram inteiramente
negativas. Eram incapazes de fornecer uma fundamentação rigorosa do cálculo, mas
inspiraram trabalhos construtivos posteriores”7. A fundamentação rigorosa do cálculo só viria a
ser elaborada dois séculos depois.
Nos séculos XVIII e XIX os matemáticos, para além de desenvolverem os métodos do cálculo
infinitesimal, vão tentar fundamentar rigorosamente esses métodos. Sai fora do âmbito deste
trabalho a explicação dos resultados obtidos, nessa direcção, por Euler (1707-1783),
d’Alembert (1717-1783), Lagrange (1736-1813) e muitos outros matemáticos. Os esforços de
todos eles conduziram a uma formalização rigorosa do cálculo baseada no conceito de limite e
que foi elaborada durante o século XIX por Cauchy (1789-1857), Bolzano (1781-1845) e
Weierstrass (1815-1897). O conceito de limite permitiu dar ao infinito um novo tratamento
matemático.

Uma definição de infinito matemático


A história moderna do infinito matemático começa com Bolzano (1781-1841). Este matemático,
que ao mesmo tempo era físico, filósofo e teólogo escreveu, em Paradoxos do Infinito, uma
defesa do infinito actual. Ele apoiou-se na ideia de que esses paradoxos, que desde Zenão
atravessaram os séculos, não resistem a uma análise consequente. Ele pretendia situar o
verdadeiro infinito no campo da matemática e foi o primeiro a tentar construir um conceito
puramente matemático e um cálculo do infinito actual. Para Bolzano não era necessário
enumerar todos os elementos de um conjunto para conceber a sua existência. Bastava
caracterizar o conjunto pelas suas propriedades. Do ponto de vista de cálculo, bastava
considerar que o infinito era maior do que qualquer grandeza dada, para que se tornasse
operativo. Bolzano não refutava o axioma de Arquimedes nem o pressuposto de que o todo é
maior que as partes, apenas considerava que as regras eram diferentes para os conjuntos
infinitos. No entanto, Bolzano não foi capaz de definir uma aritmética do infinito, como fez
Cantor, mais tarde.
A história matemática do infinito atinge o seu verdadeiro apogeu com Cantor. Como diz
Bertrand Russel8(1872-1970), “embora muita gente, desde os Gregos, tenha falado do infinito
com grande à vontade, nunca ninguém pensou em perguntar, o que é o infinito?”. Mas
“Dedekind e Cantor formularam esta questão e, o que é mais extraordinário, deram a resposta.
Eles encontraram, por assim dizer, uma definição precisa de um número infinito ou de uma
colecção infinita de objectos”.
Os primeiros estudos sistemáticos de conjuntos infinitos são devidos a Dedekind (1831-1916) e
a Cantor. Dedekind estabelece uma bijecção entre dois conjuntos infinitos, uma noção capital
para a teoria dos conjuntos. Essa bijecção equivale a dizer que determinados conjuntos
infinitos têm o mesmo número de elementos. Por exemplo existem tantos números pares como
inteiros positivos.
Esta maneira de definir um conjunto infinito como um conjunto em bijecção com uma das suas
partes é interessante sob dois pontos de vista: para já não se trata agora de um infinito
potencial mas sim do próprio infinito, tratado na sua totalidade. Estamos em presença do
infinito actual e não do infinito potencial. Por outro lado o infinito não é mais a negação do finito.
Pelo contrário, o finito é que é a negação do infinito. Um conjunto finito é aquele que não está
em bijecção com nenhuma das suas partes. Podemos resumir estas ideias dizendo que face
aos paradoxos do infinito, negando um dos pilares da matemática grega (o todo é maior que as
partes), os matemáticos, seguindo Dedekind, resolveram agarrar no problema ao contrário.
Existem todos tão grandes como algumas das suas partes. Definamos então um conjunto
infinito como aquele que é tão grande como algumas das suas partes. Isto é apenas uma
habilidade genial ou antes um acto fundador de uma matemática pertinente?
As contribuições de Cantor para a teoria dos conjuntos são ainda mais originais que as de
Dedekind. A obstinação de Cantor relativamente ao infinito leva-o a formular conceitos que irão
revolucionar o pensamento matemático. Um desses conceitos foi o de transfinito. “Existe,
depois do finito, um transfinito, ou seja, uma escala ilimitada de modos determinados, que por
natureza são infinitos, e que no entanto podem ser definidos de maneira precisa, tal como o
finito, por números determinados, bem definidos e distintos uns dos outros.”
Para caracterizar o “tamanho” de um conjunto infinito, Cantor introduz a noção de equipotência
entre conjuntos infinitos. Dois conjuntos infinitos têm o mesmo tamanho, se são equipotentes

ou têm o mesmo Cardinal. Os números naturais têm Cardinal 


Sabemos que os subconjuntos infinitos de N têm o mesmo cardinal, pois existe uma bijecção
entre esses conjuntos, ou seja,

Ao possuir um símbolo próprio para representar o infinito, estamos a criar uma aritmética que
situa para além dos números finitos, uma aritmética transfinita.
Segundo Cantor, os inteiros, qualquer subconjunto dos inteiros ou naturais têm a potência dos
naturais. Em 1874 Cantor provou que também os irracionais algébricos têm o mesmo cardinal
dos naturais. Pelo contrário, os reais e, em consequência, os irracionais e os transcendentes
não são equipotentes a N.. Diz-se que R (conjunto dos números reais) tem a potência do
contínuo. O seu Cardinal é c.
Um conjunto com a mesma cardinalidade de N.. diz-se que é numerável, ou que tem a potência
do contínuo. Sabemos que também Z é numerável, mas que já R é tal que

card R >

Então existem pelo menos dois infinitos, um ligado ao conjunto N.e outro ao R. Será que
existem outros? E será que o cardinal do contínuo segue-se ao de N, ou seja c=N1?
Responder pela afirmativa constitui a hipótese do contínuo, que Cantor formulou pela primeira
vez em 1878 e que tentou em vão demonstrar até ao fim da vida. Hilbert inscreveu essa
conjectura à cabeça da sua famosa lista de problemas em aberto proposta ao Congresso
International de Matemática de 1900. Foi demonstrado, pelos resultados dos trabalhos de
Godel (1938) e por Paul Cohen (1963) que a hipótese do contínuo é indecidível, ou seja, que
não pode ser nem demonstrada nem refutada, usando apenas os axiomas habituais da teoria
dos conjuntos.
Os trabalhos de Cantor reacenderam a polémica sobre o infinito no seio da comunidade
matemática. Um dos promotores do debate foi Kronecker, que tentou impedir a publicação dos
primeiros artigos de Cantor, onde ele demonstrava que o conjunto dos reais não é numerável e
que o conjunto dos pontos de um quadrado é equivalente ao conjunto de pontos do seu lado.
Mas Cantor foi apoiado por Dedekind e, mais tarde, por Hilbert. Outros matemáticos, para além
de Kronecker, recusam o infinito actual e aceitam apenas o potencial. Eles são Henri Poincaré,
Brouwer e Hermann Weil. Estes dois últimos consideram que apenas os números inteiros são
objecto de uma intuição indiscutível, dados como sucessão não limitada e não como conjunto
bem definido. A demonstração da indecidibilidade pôs fim às controvérsias, permitindo a
legitimidade de opções contraditórias.
Cantor, por seu lado, não reconhecia a existência dos infinitamente pequenos e foi preciso
esperar pela Análise não standard, formulada por Robinson (1918-1974) em 1966, para os ver
reconhecidos como entidades bem definidas e assim justificar os cálculos que os físicos faziam
com os infinitésimos. Pode dizer-se que a análise non-standard representa a aritmetização do
infinitamente pequeno, tal como a teoria de Cantor representa a aritmetização do infinitamente
grande. Tanto uma como outra foi usada na prática muito antes de possuírem um estatuto de
rigor. Com a análise non-standard mais uma vez o infinito origina inovação. Joseph Dauben9
refere-se-lhe como causa de revolução contemporânea na matemática, semelhante a outras
revoluções que, no passado, transformaram profundamente a natureza da disciplina.
Muitos autores consideram que na matemática não tem sentido considerar o conceito de
revolução10, enquanto que para outros há exemplos que demonstram o contrário. Seja qual for
a posição que se tome, não há dúvida que a questão do infinito originou controvérsia e
reviravolta, mesmo depois dos matemáticos terem aprendido a manipulá–lo com os
instrumentos criados pelo cálculo infinitesimal.
O infinito, surgido na ciência e filosofia gregas, foi trabalhado do ponto de vista matemático ao
longo dos séculos, o que originou grandes inovações. Mas esse tratamento não esgotou a
questão que tem outras formas de abordagem às quais serão feitas breves referências.

O Infinito físico
A matemática apoderou-se do conceito de infinito dando-lhe um sentido não só operativo mas
também filosófico. As noções de muito, pouco, grande e pequeno estão de tal forma
associadas à quantificação e, portanto, à matemática, que parece natural ser esta a deter o
monopólio do infinito, pelo menos nas ciências ditas exactas. Mas, de facto, não é bem assim.
Arquimedes é talvez o primeiro a dar ao infinito o sentido que ele tem para os físicos. Tentando
combater o pensamento de Aristóteles e a sua negação do infinito actual, Arquimedes
considera que é possível escrever um número maior que o número de grãos de areia
necessários para encher o Universo. Ele estima esse número em 1051, um número infinito.
Aquilo que Arquimedes fez, e que é falso do ponto de vista matemático, é o que os físicos
fazem todos os dias na sua actividade diária. De facto, os físicos consideram que certos
valores são infinitos, quando comparados com outros. Assim, a velocidade da luz é tida como
infinita em certos cálculos, assim como a massa da terra ou a do sol. Tudo se resume a
comparar ordem de grandezas sendo essa verdade física apenas operativa, ou seja, limita-se a
ser usada num contexto bem determinado, sem consequência sobre a natureza dos objectos.
Nessa perspectiva, pode dizer-se que, na física, o infinito é apenas algo muito grande, ou muito
rápido, ou muito pesado. Nesse sentido o infinito físico tem pouco a ver com o infinito
matemático apesar dessa comparação de ordens de grandeza ser de natureza matemática.
Uma questão que pode ter alguma pertinência, no que diz respeito à relação entre o infinito
matemático e o infinito físico é levantada por Hans Hahn11, ao tratar o problema do espaço. “O
espaço do nosso mundo físico tem extensão finita ou infinita?”, ou seja, qual dos modelos de
espaço é mais adequado para descrever a realidade, já que na matemática se podem
considerar os dois – o modelo do espaço infinito da geometria euclidiana ou o espaço finito da
geometria Riemaniana?
A mesma questão se poderia colocar para o tempo ou para a matéria. De certo modo,
podemos dizer que na física actual essas questões não têm sentido. A correspondência entre
os objectos matemáticos e a realidade física não pode ser debatida a priori, antes de saber
como é que eles vão ser utilizados para descrever a realidade. A matemática apenas fornece
modelos de comportamento e não é de forma alguma contraditório considerar que o espaço é
finito, em certas descrições, enquanto que noutras é tomado como infinito. Os objectos
matemáticos e também o infinito matemático são construídos independentemente da realidade
material, mesmo que, frequentemente, pareçam traduzir essa realidade. O facto de, na
matemática, existir uma noção aperfeiçoada de infinito não implica, necessariamente, que isso
corresponda a algo de existente. Considerar que assim é seria transpor para as relações entre
a física e matemática o argumento de Descartes que apresentava como prova da existência de
Deus o facto de existir em nós a ideia de infinito.
A idéia de infinito em outras áreas do pensamento surge, tal como na física, associado ao
muito grande, ao muito longo, ou ao muito intenso. Quando se trata de descrever sentimentos,
razões ou saberes “infinitos” é adequado usar exactamente os mesmos termos que na física.
Quando dizemos que dois sentimentos de dor ou prazer são incomparáveis, estamos a falar de
diferentes ordens de grandeza, o que significa que um deles pode ser tomado como infinito em
relação ao outro. As ideias e a linguagem da física são mais adequadas do que a da
matemática para descrever os infinitos acessíveis ao senso comum. De facto, a compreensão
do infinito matemático obriga a conhecimentos técnicos, apesar de ter como ponto de partida
ideias simples. Tanto a formulação da ideia da continuidade do espaço, como a aritmética
transfinita e a análise non-standard são matérias dificilmente acessíveis a um não matemático.
Estudar o infinito matemático implica adquirir conhecimentos extensos e profundos sobre
variadíssimos temas que por vezes parecem estar bem longe do aliciante tema inicial – o
infinito.

O Infinito no Universo
“Será que o infinito real existe no universo físico? Existem infinitas estrelas? O universo tem
volume infinito? O espaço cresce para sempre?”
A questão de algo ser infinito é logicamente separada da de não ter fronteiras. Por exemplo, a
superfície bidimensional da Terra é finita, embora não tenha fronteiras. Se algo se mover em
uma linha reta paralela ao solo, vai retornar ao ponto exato da partida. O universo, pelo menos
a princípio, poderia operar de forma similar: se um corpo se mover sempre na mesma direção e
por tempo suficiente, talvez passe exatamente pelo ponto de onde saiu.
“O conceito matemático de infinito tem alguma relação com o conceito religioso de Deus?”
Esta questão foi feita tanto por Cantor, com o seu conceito de infinito absoluto, no qual ele
iguala infinito e Deus, como também por Kurt Gödel com sua “prova ontológica” da existência
de uma entidade, que Gödel relacionou com Deus.

Lemniscata
Porque a lemniscata representa o sentido da eternidade, infinito, contínuo, evoluindo, a criação
do universo. Tudo está intimamente ligado.
Uma tira de Mobius é uma tira de papel que é torcida e unida nas extremidades, formando uma
“interminável” superfície bidimensional.
No coração da civilização, ou pelo menos a civilização como a definida pela cultura da Europa
Ocidental, encontra-se a matemática. E no coração da matemática reside o conceito de infinito,
denotada pelo símbolo lemniscata. Embora lemniscata tanto como símbolo e como conceito de
infinito vir até nós desde o início da civilização humana, a sua introdução no uso científico
moderno só remonta à época medieval.
O termo lemniscata se refere à forma em si, e o matemático suíço Jacob Bernoulli (1654-1705)
chamou a primeira forma de lemniscus (fita em latim), em um artigo na Acta Eruditorum em
1694.
As origens da lemniscata pode ser atribuída a diversas fontes:
– o algarismo 8 deitado de lado, fechada em si mesma e fisicamente representando o infinito;
– o sinal etrusco CD, significando 1000, que evoluiu para a letra romana M;
– um omega minúsculo, a última letra do alfabeto grego, ou
– uma representação da tira Mobius, uma superfície plana, sempre dobrando em si mesma.
O símbolo matemático de infinito é chamado lemniscata.
O sinal de infinito foi concebido em 1655 pelo matemático John Wallis e chamado de lemniscus
(do latim, fita) pelo matemático Bernoulli cerca de quarenta anos depois. A lemniscata foi
modelada segundo um dispositivo conhecido como tira Mobius (chamada após o século XIX de
Mobius matemático). Uma tira de Mobius é uma tira de papel que é torcido e unido nas
extremidades, formando uma “interminável” superfície bidimensional.
Nota – O aspecto religioso do símbolo do infinito é anterior a sua origem matemática. Símbolos
semelhantes foram encontrados em gravuras rupestres tibetanas, e os ouroboros, ou
cobrainfinita, é frequentemente representado nesta forma. No tarot, representa o equilíbrio de
forças e está freqüentemente associado com o cartão mágico. Estas são as forças da
dualidade, claro / escuro, yin / yang, bem / mal, todos em constante fluxo e equilíbrio.
Lemniscata é atualmente considerado como um caso especial do estudo da oval por Cassini
em 1680 (Jean Dominique Cassini 1625-1712), mas são Jackob Bernoulli (1655-1705) e
Johann Bernoulli (1667-1748) que, independentemente, descobriram e deram a luz, quando
eles tentaram resolver um problema colocado por Leibniz (Gottfried Wilhelm Leibniz 1646-
1716) criador, junto com Newton () do cálculo infinitesimal, que desafiou a comunidade
científica de sua época do ano para encontrar a equação da isócrono paracêntrico. A solução
encontrada foi a Lemniscata que, em honra dos irmãos Bernoulli, passou a ser conhecida como
Lemniscata de Bernoulli.
Na Lemniscata, quando viemos de um vetor inicial de comprimento 1, a área delimitada dentro
do quadrante formado pelo eixo X = eixo real e Y = imaginário, é exatamente um quarto (0,25
unidades da área).
Atualmente, e desde que John Wallis (1616-1703) usou pela primeira vez como símbolo em
sua obra “Arithmetica Infinitorum” e provavelmente por séculos dos séculos adiante, a
Lemniscata de Bernoulli é o símbolo do infinito (o famoso oito deitado), pelo que se pode
“simbolicamente” se dizer que a solução numérica do germe angular, a função de i é colocado
no símbolo do infinito.
http://www.triplov.com/coloquio_4/iserra.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Infinito

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CABALA

Introdução
Cabala no Cristianismo e na Sociedade não Judaica
O termo “Cabala” não veio a ser usado até meados do século XI, e naquele tempo referia-se à
escola de pensamento (Judaica) relacionada ao misticismo esotérico.
Desde esses tempos, trabalhos Cabalísticos ganharam uma audiência maior fora da
comunidade Judaica. Assim versões Cristãs da Cabala começaram a desenvolver-se.
No início do século XVIII, a Cabala passou a ter um amplo uso por filósofos herméticos, neo-
pagãos e outros novos grupos religiosos. Hoje esta palavra pode ser usada para descrever
muitas escolas Judaicas, Cristãs ou neo-pagãs de misticismo esotérico. Leve-se em conta que
cada grupo destes tem diferentes conjuntos de livros que eles mantêm como parte de sua
tradição e rejeitam as interpretações de cada um dos outros grupos.
            <i

Principais Textos Judeus


            O primeiro livro na Cabala a ser escrito, existente ainda hoje, é o Sefer Yetzirah(“Livro
da criação”). Os primeiros comentários sobre este pequeno livro foram escritos durante o
século X, e o texto em si é citado desde o século VI. Sua origem histórica não é clara. Como
muitos textos místicos Judeus, o Sefer Yetzirah foi escrito de uma maneira que pode parecer
insignificante para aqueles que o lêem sem um conhecimento maior sobre o Tanakh(Bíblia
Judaica) e o Midrash.
            Outra obra muito importante dentro do misticismo judeu é o Bahir(“iluminação”),
também conhecido como “O Midrash do Rabino Nehuniah ben haKana”. Com
aproximadamente 12.000 palavras. Publicado pela primeira vez em 1176 em Provença, muitos
judeus ortodoxos acreditam que o autor foi o Rabino Nehuniah ben haKana, um sábio
Talmúdico do século I. Historiadores mostraram que o livro aparentemente foi escrito não muito
antes de ter sido publicado.
            O trabalho mais importante do misticismo judeu é o Zohar (‫זהר‬ “Esplendor”). Trata-se
de um comentário esotérico e místico sobre o Torah, escrito em aramaico.
            A tradição ortodoxa judaica afirma que foi escrito pelo Rabino Shimon ben Yohai
durante o século II. No século XII, um judeu espanhol chamado Moshe de Leon declarou ter
descoberto o texto do Zohar, o texto foi então publicado e distribuído por todo o mundo judeu.
Célebre historiador e estudante da Cabala, Gershom Scholem mostrou que o próprio de Leon
era o autor do Zohar. Entre suas provas, uma era que o texto usava a gramática e estruturas
frasais da língua espanhola do século XII, e que o autor não tinha um conhecimento exato de
Israel. O Zohar contém e elabora sobre muito do material encontrado no Sefer Yetzirah e no
Sefer Bahir, e sem dúvida é a obra cabalística por excelência.
            <i

Ensinamentos Cabalísticos Sobre a Alma Humana


            O Zohar propõe que a alma humana possui três elementos, o nefesh, ru’ach, e
neshamah. O nefesh é encontrado em todos os humanos e entra no corpo físico durante o
nascimento. É a fonte da natureza física e psicológica do indivíduo. As próximas duas partes da
alma não são implantadas durante o nascimento, mas são criadas lentamente com o passar do
tempo; Seu desenvolvimento depende das ações e crenças do indivíduo. É dito que elas só
existem por completo em pessoas espiritualmente despertas. Uma forma comum de explicar as
três partes da alma é como mostrada a seguir:
 Nefesh – A parte inferior, ou animal, da alma. Está associada aos instintos e desejos
corporais.
 Ruach – A alma mediana, o Espírito. Ela contém as virtudes morais e a habilidade de
distinguir o bem e o mal.
 Neshamah – A alma superior, ou super-alma. Essa separa o homem de todas as outras
formas de vida. Está relacionada ao intelecto, e permite ao homem aproveitar e se
beneficiar da pós-vida. Essa parte da alma é fornecida tanto para judeus quanto para não-
judeus no nascimento. Ela permite ao indivíduo ter alguma consciência da existência e
presença de Deus.
            A Raaya Meheimna, uma adição posterior ao Zohar por um autor desconhecido,
sugere que haja mais duas partes da alma, a hayyah e a yehidah. Gershom Scholem escreve
que essas “eram consideradas como representantes dos níveis mais elevados de percepção
intuitiva, e estar ao alcance somente de alguns poucos escolhidos”.
 Hayyah: A parte da alma que permite ao homem a percepção da divina força.
 Yehidah: O mais alto nível da alma, pelo qual o homem pode atingir a união máxima com
Deus
            Tanto trabalhos Rabínicos como Kabalísticos sugerem que haja também alguns outros
estados não permanentes para a alma que as pessoas podem desenvolver em certas
situações. Essas outras almas ou outros estados da alma não tem nenhuma relação com o
pós-vida.
 Ruach HaKodesh – Um estado da alma que possibilita a profecia. Desde o fim da era da
profecia clássica, ninguém mais recebeu a alma da profecia.
 Neshamah Yeseira – A alma suplementar que o Judeu demonstra durante o Shabbat. Ela
permite um maior prazer espiritual do dia. Ela existe somente quando se observa o
Shabbat e pode ser ganha ou perdida dependendo na observação do Shabbat da pessoa.
 Neshoma Kedosha – Cedida aos Judeus quando alcançam a maioridade (13 anos para
meninos, 12 para meninas), e está relacionada com o estudo e seguimento dos
mandamentos da Torah; pode ser ganha ou perdida dependendo do estudo e prática da
Torah pela pessoa.
            <i

Fases da alma
– Fase da Infinidade Sagrada do Pensamento, não existindo espaço, tempo e movimento
– Corpo Físico e Espiritual Primitivo (Nefesh), trabalhar o “desejo de receber” em “desejo de
dar” prazer ao Criador.
 Obtem-se extensivamente o “desejo de receber” do Sistema dos 4 mundos impuros da
a)      Emanação (atziluth);
b)      Criação (briah);
c)      Formação (yetzirah);
d)     Ação (assiah)
Deve-se dominar estas impurezas durante o período de 13 anos
  Inicia-se a partir dos 13 anos, período onde deve encontrar a parte mais escondida da
alma (nefesh)
Inicio de entrada no Sistema dos Mundos Sagrados, expandir o “desejo de receber” espiritual
(provérbios 13:12)
Cinco níveis da alma, duração de 100 anos cada. Completado quando o homem recebe todos
os cinco aspectos do espírito primitivo:
Espírito Primitivo – Nefesh;
Espírito – Ruah;
Alma – Neshamah;
Vida – Hayyah;
Individualidade – Yehidah
o  Torna-se capaz de servir e receber as cinco partes da alma, os quais devem ser
encontradas no “desejo de receber”
o Após eliminaão total do “desejo de receber” transformado em “receber na forma de
dar”
Aspectos Espirituais
Inanimado;
Vegetativo;
Animal;
Humano
 Cinco Mundos (+ mundo atual também com 4 aspectos e 5 sephirot):
Adam Kadmon – Homem Primordial;
Atziluth – Emanação;
Briah – Criação;
Yetzirah – Formação;
Asyah – Ação ou Realização
– Fase da ressureição dos mortos, quando a correção completa também alcançara os corpos
físicos.
125 – níveis da alma = cinco mundos com cinco partzufim, com cinco sephiroth cada
As ações pertencem ao corpo e os pensamentos pertencem a alma
70 Desejos fundamentais (sefirot)
1-Fonte, direita, más inclinações (casca, “klipah)
2-Fonte, esquerda, contraria ao intelecto (klipat eisau”)
Cabala = “lekabbel” = receber os ensinamentos sobre o método de adquirir luz
            Aspectos Espirituais
            As pessoas espiritualmente inanimadas tem a falta de qualquer desejo individual.
Somente os desejos do Criador os guiam, e, devido a sua natureza, devem seguir essa direção
meticulosa e inconscinte, de acordo com o programa neles implantado pelo criador. Nesse
estado espiritual os indivíduos não podem perceber nada além de si mesmos. Como
conseqüência, também não podem fazer nada pelos outros, somente trabalhar para seu próprio
benefício.
           As pessoas que pertencem ao nível vegetativo do desejo aparece um certo grau de
independência espiritual do Criador, que é quem determina o programa. As pessoas deste
grupo não são capazes de aspirar esforços individuais divergentes das normas do coletivo, da
sociedade e de sua formação. Esta tem como propósito preservar e obedecer todas as normas
e leis de seu ambiente vegetativo, que compreende um grupo de pessoas similares, que
pertencem ao nosso nível vegetativo de desenvolvimento
            Pessoas do grupo “animalista, tem os desejos desenvolvidos a tal ponto que encontram
satisfação na capacidade de se mover e de pensar independentemente de outros, com o fim de
satisfazer seus desejos. Pessoas do nível humano-falante, são pessoas totalmente
independentes da sociedade na escolha de sues desejos . Podem compadecer-se de qualquer
outro ser e, portanto, podem se preocupar com os outros. Podem ajuda-los em sua busca pela
melhora de si mesmos, identificando-se com seu sofrimento. As pessoas desse nivel,
diferentemente dos animais, podem perceber o passado e o futuro e, portanto, podem agir
guiadas pelo reconhecimento de urn propósito central. Todos os mundos e as eta pas
atribuidas a eles podem ser vistos como uma sequencia de telas que nos eocultada (a luz do
Criador). Ao adquirirmos a forca espiritual para superar nossas proprias naturezas, cada uma
de suas forcas, cada uma das telas, consecutivamente desaparece, como se dissolvesse.
            Aquilo que é recebido. Aquilo que não pode ser conhecido apenas através da ciência
ou da busca intelectual. Um conhecimento interior que tem sido passado de sábio para aluno
desde o despertar dos tempos. Uma disciplina que desperta a consciência sobre a essência
das coisas.
            Entramos neste mundo e nossos sentidos encontram sua crosta externa. Tocamos a
terra com nossos pés, a água e o vento atingem nossa pele, recuamos perante o calor do fogo.
Escutamos os sons e ritmos. Vemos formas e cores. Logo começamos a medir, a pesar e a
descrever com precisão. Como cientistas, registramos o comportamento dos compostos
químicos, das plantas, animais e seres humanos. Nós os gravamos em video-tape,
observamos sob o microscópio, criamos modelos matemáticos, enchemos um
supercomputador com dados a seu respeito. De nossas observações, aprendemos a domar
nosso ambiente com invenções e engenhocas, e então nos damos um tapinha nas costas e
dizemos: “Isso mesmo, conseguimos.”
            Mas nós mesmos, nossa consciência, que está examinando este mundo, residimos em
uma camada mais profunda. Eis por que não podemos deixar de perguntar: “E sobre a coisa
em si mesma? Aquilo que está lá antes que a medíssemos? O que é matéria, energia, tempo,
espaço – e como vieram a ser?
            Para explicar nosso mundo sem examinar esta profundeza interior é tão superficial
quanto explicar o trabalho de um computador descrevendo as imagens vistas no monitor. Se
virmos uma bola movendo-se para cima e para baixo na tela, diríamos que está ricocheteando
contra o fundo da tela? Os dispositivos na sua barra de rolagem exercem alguma força sobre a
página dentro da tela? A barra do menu tem realmente os menus ocultos atrás dela?
            O autor de um software de uso facilitado seguiu regras consistentes para que você
possa trabalhar confortavelmente dentro dele. Se for um jogo de alguma complexidade, ele
precisou determinar e seguir um grande conjunto de regras. Mas uma descrição destas regras
não é uma explicação válida de como isso funciona. Para isso, precisamos ler seu código,
examinar o equipamento, e, mais importante – examinar a descrição de seu conceito original.
Precisamos vê-lo da maneira que o autor o vê, como evolui passo a passo de um conceito em
sua mente através do código que ele escreve, até os pontinhos fosforescentes minúsculos na
tela.
            O código por trás da realidade, o conceito que instila vida às equações e as torna reais.
Homens e mulheres sacrificaram seu alimento, seu conforto, viajaram grandes distâncias e
pagaram com sua própria vida para chegar a conhecer estas coisas. Não há uma só cultura
neste mundo que não tenha seus ensinamentos para descrevê-las. Nos ensinamentos
judaicos, elas são descritas na Cabalá.
            Segundo a tradição, as verdades da Cabalá foram conhecidas por Adam (Adão). Aquilo
que sua mente apreendeu, nenhuma outra mente pode conceber. Mesmo assim ele foi capaz
de transmitir um vislumbre de seu conhecimento a algumas das grandes almas que dele
descenderam, como Hanoch e Metushelach. Foram eles os grandes mestres que ensinaram
Nôach (Noé), que por sua vez ensinou seus próprios alunos, incluindo Avraham (Abraão).
Avraham estudou na academia do filho de Nôach, Shem, e enviou seu filho Yitschac para lá
estudar, depois dele. Yitschac por sua vez mandou seu filho Yaacov estudar com Shem e com
o bisneto de Shem, Ever.
            Adam, Nôach, Avraham – estes foram pais de toda a humanidade. Eis por que você
encontrará alusões às verdades que eles ensinaram seja onde for que tenha chegado a cultura
humana.
            Mesmo assim, a fonte essencial para a Cabalá não é Adam ou Nôach ou mesmo
Avraham. É o evento no Monte Sinai, onde a essência primordial do cosmos foi desnudada
para que uma nação inteira a contemplasse. Foi uma experiência que deixou uma marca
indelével sobre a psique judaica, moldando por completo nossas idéias e nosso
comportamento desde então.
            No Sinai, a sabedoria interior tornou-se não mais uma questão de intuição ou revelação
particular. Era então um fato que havia penetrado em nosso mundo e se tornado parte da
história e da experiência dos mortais comuns.
            Eis por que a Cabalá não pode ser chamada de filosofia. Uma filosofia é o produto de
mentes humanas, algo com que qualquer outra mente humana pode jogar, espremê-la ou
esticá-la segundo os ditames de seu próprio intelecto e intuição. Mas Cabalá significa: “que é
recebida”. Recebida não apenas de um professor, mas do Sinai. Assim que o aluno tenha
dominado o caminho deste conhecimento recebido, ele ou ela pode encontrar maneiras de
expandi-lo ainda mais, como uma árvore se ramifica a partir de seu tronco. Mas será sempre
um crescimento orgânico, jamais tocando a vida e a forma essenciais daquele conhecimento.
Os ramos, galhos e folhas irão apenas onde deveriam para aquela árvore em particular – um
bordo jamais se tornará um carvalho, e jamais um aluno revelará um segredo que não
estivesse oculto nas palavras de seu mestre.
            Passagens Bíblicas
            “DEPOIS destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não
temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão. Gen 15:1 “
            “Casa de Arão, confia no SENHOR; ele é o seu auxílio e o seu escudo. Sl 115:10”
            “Bem-aventurado tu, ó Israel! Quem é como tu? Um povo salvo pelo SENHOR, o
escudo do teu socorro, e a espada da tua majestade; por isso os teus inimigos te serão
sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas. Dt 33:29”
            “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na
sinceridade, Pv 2:7”
            “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Pv 30:5”
            <i

As diferentes influências no símbolo


            Existem intérpretes que argumentam que o lírio branco que é composto por seis pétalas
num estilo parecido com a Estrela de Davi. De fato, esta é a flor que é identificada com o povo
de Israel no livro bíblico de Cântico dos Cânticos.
            Há pensadores que viram no conceito de “Estrela de Davi” e nos dois triângulos que a
compõe uma ligação ou conexão com o elemento macho (o triângulo com a ponta voltada para
cima, constituindo o símbolo masculino) com o elemento fêmea (o triângulo voltado para baixo,
constituindo a forma de um receptáculo). Há os que viram neste símbolo a relação entre o
elemento celestial que aspirado para a terra seu poder (o triângulo com a ponta para baixo),
contra o elemento terrestre que aspira para o céu sua influência (o triângulo que aponta para
cima). Outros pensadores argumentaram que a Estrela de Davi constituída por seis pontas
representaria o domínio celestial sobre os quatro ventos, sobre o que está em cima e sobre o
que está em baixo na terra.
            De acordo com a Cabala (livro de mística judaica), a Estrela de Davi insinua a
representação das sete emanações divinas (sefirot) inferiores. Cada triângulo dos seis
triângulos que formam os lados da estrela representariam uma emanação e o centro dos
triângulos maiores sobrepostos da Estrela de Davi representariam a emanação denominada
Malchut. O filósofo Franz Rosenzweig deu uma outra interpretação muito peculiar à Estrela de
Davi, quando afirmou que um dos triângulos constituintes do símbolo seria a representação da
base de focos que caracterizam o pensamento do mundo – Deus, o homem e o mundo.
Obviamente, havia filósofos que não criam na existência de Deus, de um mundo físico ou de
uma humanidade separada do mundo real, mas ainda estes focos constituíam, na sua opinião,
a base da filosofia de sua geração. O outro triângulo representaria, na sua cogitação, a posição
do Judaísmo nestes assuntos. Num nível bem básico, o Judaísmo se ocuparia na reflexão
sobre as relações que existem entre estes fatores, no tocante os três fundamentos principais
do Judaísmo, na opinião de Rosenzweig: a Criação (a relação entre Deus e o mundo), a
revelação (a relação entre Deus e o homem) e a redenção (a relação entre o homem e o
mundo). Os Cristianismo utilizam o símbolo como sinal de respeito à Israel, sendo esse o lugar
onde eles acreditam que Jesus voltará.

USOS DO SÍMBOLO
        Os nazistas contribuíram na identificação dos judeus com a Estrela de Davi. Durante a
Alemanha nazista, os judeus que estavam aprisionados em campos de concentração possuiam
a “estrela dos judeus” costurada em sua camisa. Dentro da estrela de Davi, ficava escrita a
palavra “Jude”, que em alemão significa “Judeu”. O símbolo era usado para facilitar a
identificação dos Judeus.
             Estrela de Davi amarela usada pelos nazistas
            Depois do estabelecimento do Estado de Israel, quando não foi aceita a proposta de
Herzl no tocante de uma bandeira com sete estrelas e outra idéia de uma com sete Escudos de
Davi, o Conselho do Estado Provisório aceitou a decisão do comitê de uma outra proposta de
um símbolo e de uma bandeira, confirmados em 28 de outubro de 1948. E assim mudou a
estrela de Davi de um simples símbolo judaico ornamental para o nível de símbolo supremo do
recém estabelecido Estado judeu, sendo parte central da bandeira da nação, tendo por cima e
por baixo dela duas faixas azul-celestes. Porém, os cidadãos árabes do novo Estado
argumentaram que não se identificavam com uma bandeira que era composta unicamente por
símbolos judaicos – a Estrela de Davi e uma representação, por meio das duas faixas azuis, do
xale de orações judaico (chamado em hebraico de Talit). Os participantes do grupo Naturê
Karta também pararam de usar a Estrela de Davi depois deste evento, argumentando que este
era um símbolo que representava um Estado sionista.
            Semelhante como são representadas organizações como a Cruz Vermelha e a
Crescente Vermelha, usando símbolos de destaque de suas nações, a organização israelita de
ajuda humanitária e médica, denominada Escudo de Davi Vermelho (ou Maguen David
Vermelho), é representada – como o próprio nome já diz – por uma estrela de Davi vermelha
como símbolo oficial. Esta organização de pronto-socorro médico, porém, não alcançou ainda
um reconhecimento oficial internacional como as suas correspondentes nos países cristãos ou
muçulmanos.
            Michel Costa – “A faixa dourada, o selo de Salomão e o Escudo de Davi”, Sifriat Poalim,
1990 – 1990 ,‫ ספריית פועלים‬,‫ חותם שלמה ומגן דוד‬,‫ חתך הזהב‬,‫מיכאל קוסטא‬.
            De um modo primitivo, por hexagrama, podemos compreender como a reunião de seis
letras ou caracteres; já que a palavra tem origem no grego e significa seis linhas ou seis
caracteres (hex = seis; gramma = linha). Portanto, uma seqüência de seis sinais gráficos (letras
ou figuras geométricas, por exemplo) pode ser considerada um hexagrama. Assim, na filosofia
oriental denominada I Ching, o hexagrama possui uma representação linear.
            Porém, dentro da maioria das escolas esotéricas ocidentais, o hexagrama usualmente
assume a forma de uma estrela de seis pontas e é conhecido também por Estrela de Davi, Selo
de Salomão, entre outros. É esta versão que carrega inúmeros significados ao longo da história
e figura tanto como símbolo maior do Estado de Israel como na simbologia alquimica. Mesmo
havendo distinções interpretativas entre o hexagrama com as linhas entre-laçadas e o
hexagrama com os triângulos sobrepostos, as definições confundem-se e ampliam ainda mais
as hipóteses das origens, significados e aplicações.
            Origens
            A maioria das teorias que pretende encontrar a origem específica do hexagrama está
relacionada ao judaísmo. Uma delas, sem embasamento histórico confiável, faz alusão ao
nome do Rei Davi. Segundo a tradição judaica, o nome Davi era escrito com apenas três letras
no alfabeto hebraico: dalet, vav e dalet. A primeira e última letra (dalet), possui uma forma
semelhante ao triângulo. Se uma delas for invertida verticalmente e sobreposta à outra, forma-
se o hexagrama. Mais uma hipótese é de que o hexagrama seja uma versão estilizada do lírio
branco, flor de seis pétalas que é identificada como o povo de Israel no livro bíblico Cântico dos
Cânticos.
            Outra origem refere-se ao escudo do Rei Davi, que possuía forma triangular e nele
estava gravado o Grande Nome Divino de 72 Letras, juntamente com as letras hebraicas m, k,
b e y (letras da palavra Macabi). Entretanto, neste caso, não há uma linha nítida que associe o
símbolo ao Escudo de Davi (Marguen Davi), sendo que a expressão Marguen Davi passou a
ser utilizada referindo-se ao hexagrama, apenas a partir do século XIV. Ainda, pode-se supor
que o símbolo tenha surgido na época de Bar Kochba (132-135 d.C.) quando os judeus
combatiam os romanos, passaram a utilizar escudos mais resistentes, nos quais foram
gravados dois triângulos entre-laçados.
            Segundo o padrão dos manuscritos, a Estrela deve ser escrita/desenhada com
escrituras, nomes sagrados, podendo conter no seu interior o Salmo 67 (Salmo da Menorah),
que age como Talismã de grande Poder.
            Ainda no Talmud (Gittin 68a) esta escrito que o rei Salomão possuía um anel no qual
estava gravado o “Nome Divino de 72 Letras“ e que este anel o protegia contra as forças
negativas. Porém, mais uma vez não é dada nenhuma descrição adicional. Muitas vezes o
pentagrama – a estrela de 5 pontas – chamado de “Selo de Salomão”, termo usado tanto no
Islã como em algumas comunidades judaicas, era usado no lugar do Maguen David. A estrela
de cinco pontas também era considerada um símbolo de proteção Divina, mas no meio judaico
seu uso acabou sendo abandonado.
            Mas é no texto cabalístico Sefer ha-Guevul, de autoria de um neto de Nachmânides, do
início do século XIV, que podemos encontrar o mais antigo testemunho do uso do termo em
relação à estrela de seis pontas. O hexagrama aparece duas vezes nesse texto, sendo
chamado em ambas de Maguen David.
            Ela é conhecida como um símbolo alquímico, que denota harmonia entre os elementos
antagônicos (Água e Fogo). Representando o casamento entre a Rainha e o Rei, com o
surgimento do Filho (ponto central), que também representa a unidade, a kavaná. Na Cabala,
acabou sendo conhecida como Escudo do filho de David, o Messias.
            David representa a manifestação desta força, por isto ele é a representação de
Malchuth, do Reino.
            A estrela nada mais é do que um sistema de perfeição, onde um lado, um patriarca
busca o seu equilíbrio, através de um outro, da relação. Ex: Abraão e Isaak, onde Abraão
passa pelo seu teste (sacrifício), para aprender sobre o caráter negativo, sobre a justiça, rigor e
limites que passa a fazer parte da sua vida, já que era excessivamente misericordioso. É a
necessidade de se estabelecer a relação do positivo (+) com o negativo(-), Compaixão-
Crueldade.
            A vida nos pede o tempo todo a busca do equilíbrio da força e forma, energias
contrarias criadas pela arvore do conhecimento do bem e do mal. Somente com a arvore da
vida restabelecemos o equilíbrio, a plenitude.
            Jacó é a síntese, traz a ordem cósmica. É a coluna do meio, vence a dualidade. É o
resultado do sistema de 2 forças, onde se pode conseguir o equilíbrio e harmonia, ele amplia a
capacidade do homem de pensar (Consciente), ele é o centro, a cabeça, o controle, aquele que
faz a vontade de D’us , sabe seu objetivo, confia no coração.

Origens da Cabala
            A Qabalah é geralmente considerada uma doutrina mística da religião judaica. Na
realidade, ela é mais do que isso: seu pensamento, extremamente rico, não se enquadra num
sistema filosófico ou religioso, não tem nada de dogmático.
            De acordo com a tradição judaica, historicamente a Qabalah teria surgido da seguinte
forma: “Moisés recebeu (Kibel:deste termo deriva kabalah ou Qabalah) a Tora (o Ensinamento,
a Lei) sobre o Monte Sinai; ele transmitiu (ou-messara) a Josué, que por sua vez a remeteu aos
profetas e estes últimos a transmitiram aos membros da Grande Sinagoga.
            A Qabalah, entretanto, segundo os estudiosos, entre estes Alexandre Safran (La
Cabale – Ed. Payothéque), ultrapassa, em antiguidade, teria sido revelada a principio, ao
Patriarca Abraão. Mas deve também remontar aos tempos pré-históricos.
            Dentro deste PLANO SUPERIOR estão os incontáveis PLANOS SECUNDARIOS de
toda a Criação, cada qual entrelaçado e inter-relacionado num todo orgânico.
            Uma dessas Leis é a LEI DO KARMA, ou Lei de Causa e Efeito. Assim diz o Caibalion
“Toda Causa tem seu Efeito; todo Efeito tem sua Causa; todas as coisas acontecem de acordo
com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; existem muitos
planos de causalidade, mas nada escapa à Lei” * Toda a ação física, ou ação mental
(pensamento), retorna ao seu ponto de origem, como um bumerangue. A evolução prossegue
sempre sob esta lei, e a experiência física é apenas uma pequena parte dela.
            Para entendermos este principio de evolução , esta Lei que rege todo o Mundo visível e
invisível, é que devemos estudar o que os judeus chamam de ‘Cabala” ou a “ARVORE DA
VIDA” ou KABALAH (QABALAH).
            Na tradição alquimica ocidental usamos um glifo, (que nada mais é que um conjunto de
símbolos) representativos desta Árvore, e seu estudo prático, a meditação em seus símbolos.
            Muitos destes símbolos usados são Arquétipos, isto é, “conjuntos de símbolos” que
foram definidos pelo psicólogo alemão Gustav Jung, como sendo a fonte que a nossa mente
utiliza para chegar a uma definição, e que é comum a todo o gênero humano. Estes arquétipos
são atemporais, e remontam à mais antiga memória da humanidade.
            Antes de transpor esta porção do mundo invisível, deve ser conhecido e dominado cada
aspecto. Deve-se submeter à sua vontade todos os elementos de uma esfera (Sephira) que lhe
obedecerão de maneira INEQUIVOCÁVEL, porque no MUNDO REAL, os símbolos são
representações arbitrárias de uma experiência ordinária, mas no MUNDO ESPIRITUAL, estes
símbolos assumem uma existência real, uma realidade tangível, e por isso são da maior
importância.
            A palavra QABALAH (KABALAH ou CABALA) vem do hebraico QBL, CABAL que
significa (segundo alguns) “receber”. Assim a Qabalah seria “Aquilo que foi recebido”.
            Dizem que os Rabinos a receberam dos Anjos, dizem que Moisés a recebeu de Deus,
mas sua semelhança com o ZEND AVEST de ZOROASTRO indica que os Judeus podem ter
recebido seus princípios da mesma fonte que inspirou ZOROASTRO. OTZ CHIIM, ou a
ÁRVORE DA VIDA, é na verdade a Arvore do Bem e do Mal, a Arvore do Conhecimento, citada
no Antigo Testamento. Ela é conhecida também como Escada de Jacó.

A Árvore da Vida
            Na Cabala, muitos dos seus símbolos são arquetípicos, durante inúmeros anos,  o que
significa que têm sentido profundo para os homens de todas as raças e credos. Eles encarnam
experiências humanas fundamentais como “masculinidade”, “feminilidade”, “maternidade”, etc.
            Centenas de estudiosos dc Cabala foram criados e instruídos no seu uso prático,
começam a viver, agir e a pensar dentro deste sistema. Trabalhamos com ele todos os dias,
meditando sobre ele e interpretando a vida do ponto de vista da sua estrutura. Isso traz ordem
à vida interior; os sonhos e o “psiquismo” aparecerão em função do simbolismo da Árvore e, ao
alcançarmos o estágio adequado de preparação.
            Para que a Cabala se torne parte da nossa vida, seu uso deve ser completamente
automático, se quisermos alcançar o seu pleno proveito. Por isso, é uma excelente idéia tomar
notas e traçar diagramas em todas as oportunidade. Desse modo, o sistema se torna parte do
nosso mundo interior.
            A maioria dos estudiosos modernos não está muito interessada em pesquisa
acadêmica por si mesma; quer algo que possa ser utilizado hoje. A Qabalah é um sistema vivo
e se desenvolve com o uso, evoluindo, como devem evoluir todos sistemas de conhecimento
destinados a sobreviver.

Os Triângulos na Árvore
            Otz Chiim, a Árvore da Vida, é, na verdade, a Árvore do Conhecimento do Bem e do
Mal.
            Ela é composta de dez círculos ou esferas chamadas Sefirats, que significa
“emanações”. A forma singular de sephiroth é sefirat. Estas Sefirats são dispostas em três
triângulos ficando o décimo círculo isolado embaixo, conforme é mostrado pela figura de
abertura desta página.
            Os triângulos são ligados entre si por vinte e duas linhas ou caminhos. Observando a
figura central da ilustração desta página, você poderá perceber. Os círculos representam
estágios no desenvolvimento das coisas – em especial a evolução do universo e da alma. Os
círculos são numerados de 1 a 10 de acordo com a linha em ziguezague chamada raio, que às
vezes é ligada ao diagrama da Árvore.
            Se você quiser perguntar porque as esferas da Árvore não podem simplesmente ser
dispostas em linha como uma série de contas, a razão é que a Árvore representa um conjunto
de relações, não apenas uma sequência de eventos.

Os Pilares
            As dez esferas da Árvore podem ser consideradas como três linhas verticais ou pilares.
Tal disposição apresenta os tres grandes princípios complementares de atividade, passividade
e equilíbrio. Os pilares laterais representam sempre os complementares, enquanto o do meio
retrata o estado de equilíbrio entre eles.
            O simbolismo do pilar, como todas as relações na Árvore, pode ser aplicado igualmente
à humanidade ou ao universo. A significação das forças complementares da Árvore se tornará
clara à medida em que aprofunda o seu estudo. É apresentado um círculo pontilhado entre os
círculos um e seis; ele representa uma “sephirah invisível”, chamada Daath.
            Para localizar melhor os círculos, comece numerando do alto e no centro, como circulo
1. O circulo da direita é o 2, da esquerda 3, próximo à direita 4, esquerda 5, centro 6, direita 7,
esquerda 8, centro 9, centro 10. Na tradição cabalística, os pilares muitas vezes eram
chamados de SEVERIDADE (Ativo), Compaixão (passivo) e Mansidão (equilíbrio).

As Letras Hebraicas
            Dizem que um professor de hebraico numa universidade inglesa iniciou sua preleção
com as palavras:- Senhoras e Senhores, esta é a língua que Deus falava. Talvez isto estivesse
sendo um pouco exclusivista, mas tinha boa razão para isso. Uma considerável parte das
sagradas escrituras da cultura ocidental foi indiscutivelmente escrita nessa língua antiga.
            Há vinte e duas letras do alfabeto hebraico. São todas consoantes. Os sons vogais, ou
pontos, foram acrescentados posteriormente. Diz a lenda que, durante a Criação, Deus fez
desfilar diante de si as vinte e duas letras e “viu que eram boas”. Recebida a aprovação divina,
as letras foram consideradas sagradas, cada uma representando uma idéia e um som.
            A forma atual das letras é semelhante aos objetos que originalmente se supunha que
representassem. Desse modo, Shin, a vigésima primeira letra, representa o dente da serpente,
enquanto Kaph, a décima primeira, uma palmeira. A esta altura você deve estar se
perguntando se precisará aprender o hebraico antes de compreender a Árvore e utilizá-la.
            A resposta é um simples NÃO. A Árvore é um sistema universal de relações. Pode ser
expressa em qualquer língua e época.
            Porque estamos fazendo digressões sobre o hebraico?
            Antes de tudo porque as idéias cabalísticas foram originalmente expressas em hebraico
e muitas obras subseqüentes, como os elementos da “Aurora Dourada”, basearam grande
parte de suas teorias e práticas nas letras e seus significados.
            Em segundo, porque centenas de estudiosos, meditando e trabalhando sobre elas,
tornaram o hebraico uma espécie de centro do inconsciente desta tradição.
            Há vinte e duas letras, todas consoantes. O hebraico não tem nenhum sinal para os
números, de modo que se dá a cada letra um valor numérico.
            Os antigos rabinos usavam essa característica, desenvolvendo uma forma de
numerologia chamada gematria. Se os valores das letras isoladas que compõem uma palavra
são totalizados, a soma obtida pode ser comparada aos resultados ajustados a outras palavras.
Todas as palavras com um total comum são consideradas como tendo uma afinidade especial.
            Os cabalistas dividem as letras em três grupos: letras-mãe, letras duplas e letras
simples. Há três letras-mãe, sete duplas e doze simples.

A Árvore e suas Forças


            A Qabalah é chamada de Árvore da Vida porque é representada por Dez Esferas
interligadas, cada qual representando um Princípio-Regente. Essas esferas-princípios são
chamadas de Sefirats.
            A Árvore da Vida é um diagrama que representa todas as forças e fatores atuantes no
universo e na humanidade. Não existe nenhuma característica, influência ou energia que não
seja suscetível de representação na Árvore. O começo, o fim e os caminhos intermediários,
todos são representados. Pode-se assim ver o passado, o presente o o futuro nas Dez sefirats
e nos vinte e dois caminhos que as ligam.
            Somos, naturalmente, construtores de formas. Todo o nosso passado foi consumido
numa luta corpo a corpo com a forma, pois mesmo os reinos etéricos do plano mental são
túrgidos e restritivos para o espírito. Não é de surpreender, portanto, que a personalidade – ela
própria uma complexa forma mental e emocional – veja forças abstratas em símbolos
concretos.
            Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança e fazemos o mesmo com o nosso
universo interior – nossa percepção das forças abstratas é personalizada ou formalizada de
acordo com o nível da nossa compreensão do momento. Os Titãs, os deuses olímpicos e os
deuses com cabeça de animais do Egito são formas feitas pelo homem.
            Os arcanjos, os anjos, serafins e querubins, os elementais e as fadas do folclore são
personificados em formas aladas, anões, rodas ardentes, pilares de fogo, etc. segundo a
profundidade da nossa percepção e os limites do nosso suprimento de imagens mentais. Os
símbolos personalizados são palavras neste extenso vocabulário. Com as palavras de que nos
servimos na vida diária, eles representam realidades; só há ameaça de perigo quando elas são
tomadadas erroneamente pelas realidades que representam.
            A alquimia jamais pode ser restringida a uma série de fórmulas rígidas. A experiência
humana é individual e alguns aspectos dela podem ser singulares. Tampouco duas pessoas
reagem do mesmo modo a uma experiência. Há, por conseguinte, pouco valor em adquirir um
livro sobre a Cabala com uma série de poderes facilmente acessíveis e utilizá-lo como um
substituto da experiência pessoal. O livro só pode servir para apontar o caminho.
            Seja como for, tudo depende do uso que você fizer da Árvore como símbolo
fundamental.

O que são as 10 sefirats?


            As Sefirats são bastante complexas, contém muitos elementos e para explicá-las em
detalhes seriam necessários muitos volumes de uma enciclopédia, por isso vamos nos limitar a
uma explicação básica.
            A palavra Sefirat tem dois significados: um é contar, o outro é limite ou fronteira. De
acordo com a Cabala, existem 10 dimensões para a nossa realidade, que são as 10 Sefirats.
As Sefirats funcionam como canais através dos quais a Luz do Mundo Infinito chega até nós,
animando o nosso universo inteiro, incluindo nossas almas.
            Cada Sefirat, como um filtro, reduz sucessivamente a emanação da Luz, diminuindo
gradativamente seu brilho para um nível quase imperceptível em nosso mundo físico dos cinco
sentidos. Por cada Sefirat que passa, a Luz se manifesta de forma diferente, mas sem nunca
mudar sua essência. É como se colocássemos um filtro colorido na luz do sol; nós a veremos
azul, vermelha ou verde, mas a Luz não muda nunca, o que muda é o recipiente.
            Elas também são conhecidas como atributos divinos, já que cada uma delas está
relacionada a um atributo ou qualidade de Deus. Cada uma delas também se relaciona a uma
parte do nosso corpo.
            Esses 10 níveis ou Sefirats são: Kether, Chokmah, Bimah, Chesed, Geburah, Tipheret,
Netzach, Hod, Yesod e Malkuth. As Sefirats Chesed, Geburah, Tipheret, Netzach, Hod e Yesod
estão compactadas em uma dimensão chamada Zeir Anpin como um todo unificado. Toda a
Luz que recebemos em nosso mundo físico de Malkuth é derivada de Zeir Anpin.
            Curiosamente, os cientistas do final do século 20 revelaram uma estranha visão do
nosso universo com o advento da Teoria da Supercorda, que é uma tentativa de unificar a
teoria da relatividade de Einstein com a mecânica quântica. De acordo com a teoria, todas as
partículas subatômicas são na verdade diferentes ressonâncias de minúsculas supercordas
vibrantes, muito parecidas com as diferentes notas musicais que podem emanar de uma única
corda de violão. A Teoria das Supercordas sustenta ainda que nosso universo deve conter 10
dimensões de modo que possa se conciliar com a teoria da relatividade de Einstein,
considerando a força da gravidade.
            Graças à evolução da ciência e da tecnologia, os cientistas atuais e os antigos
Cabalistas concordam que a realidade existe em 10 dimensões e que 6 dimensões estão
firmemente compactadas.
Conheça cada uma das Sefirats, mais detalhadamente
            KETHER
            A Sefirat de Kether foi a primeira, o primeiro recipiente que apareceu logo após a
restrição e está ligada ao Mundo de Adam Kadmon – Homem Primordial. Kether faz parte das
três Sefirats superiores (as outras duas são Chokmah e Bimah), que estão além da nossa
realidade física e são o estado potencial. Nós nos relacionamos com as sete inferiores, que são
o estado da manifestação.
            Kether ou Coroa, se situa no topo da coluna central, logo abaixo do Mundo Infinito. A
coroa normalmente está na cabeça do rei, mas não pertence ao corpo do rei, pertence ao
reino. Para cada ação existe um pensamento que a precede. Kether, a coroa, é a semente das
manifestações que vão  acontecer no mundo físico. É o potencial da manifestação.
            Kether é a inteligência ardente que canaliza a Força da Luz da Criação para as demais
Sefirats. Funciona como um super computador que contém o inventário total do que cada um
de nós é, alguma vez foi ou será. Como tal, não só é a gênese de nossas vidas neste reino da
Terra, mas de todo pensamento, idéia ou inspiração que teremos enquanto estivermos nessa
nossa jornada.
            A reencarnação, na qual a alma humana volta várias vezes a este reino físico até que
suas imperfeições sejam corrigidas, é uma doutrina central da Cabala. Este processo de
correção é chamado Tikun e já foi explicado em mensagem anterior. Outros ensinamentos
espirituais se referem ao processo de Tikun como Karma. Esse processo, no qual uma alma é
canalizada através das Dez Sefirats para nascer no mundo físico de Malkuth, começa em
Kether, e nenhuma alma parte de lá sem a bagagem que acumulou em existências prévias. A
luz de Kether tem um longo caminho a percorrer antes de nos alcançar. Está tão longe do reino
físico no qual vivemos como o primeiro pensamento de um arquiteto está distante do edifício
que aquele pensamento se tornará em última instância. Kether é a fonte de tudo, mas somente
em potencial indiferenciado. As outras Sefirats são necessárias para se transformar aquele
potencial em algo que podemos perceber como realidade, e a primeira a receber o poder que
flui para fora de Kether é a Sefirat de Chokmah.
            CHOKMAH E BIMAH
            Chokmah, no topo da coluna direita é Sabedoria. Mantém-se como a figura do pai
universal. É o primeiro recipiente a conter toda a Sabedoria do universo e contém a totalidade
da Luz. É o pensamento intuitivo em sua forma mais pura, o “estalo”, a criatividade, o
inconsciente, toda atividade ligada ao lado direito do cérebro. Em outras palavras, Chokmah
pode ser comparada a um tolo que carrega uma enciclopédia nas costas.
            A possessão da enciclopédia não torna o homem mais inteligente. A Sabedoria,
encapsulada em si mesma, passiva, não tem nenhum valor em qualquer plano de existência.
Para ser manifestada, a Sabedoria de Chokmah precisa de uma conexão com a energia de
Bimah.
            Bimah, Entendimento, é a figura da mãe universal e situa-se no topo da coluna
esquerda. É uma usina geradora de energia cósmica, desde aquela que motiva o empenho
humano até aquela que mantém as galáxias em movimento. É o raciocínio e a lógica que
definem e dão forma ao “estalo” que vem de Chokmah, transformando-o em pensamento,
proporcionando o desenvolvimento mental de uma idéia. É o lado esquerdo do cérebro, o
consciente, os processos mentais. Bimah interioriza o conteúdo de forma que a informação se
torna conhecimento e parte da pessoa.
            Quando o pensamento precisa ser manifestado em ação, Chokmah e Bimah se
encontram, combinam suas energias e transformam informação bruta em conhecimento. É
interessante notar que a ciência, exatamente como a Cabala, atribui a criatividade e a intuição
ao lado direito do cérebro e a lógica e a racionalização com o lado esquerdo do cérebro.
            CHESED
            Chesed – Misericórdia, se situa na coluna direita, logo abaixo de Chokmah. É também a
primeira das Sete Sefirats inferiores, com as quais nos relacionamos. Mas as Sefirats são
inteligências muito elevadas, então como nos conectar com elas? Precisamos de instrumentos,
canais para fazer essa conexão. Da mesma forma que sabemos que existe eletricidade na
tomada, mas precisamos de instrumentos – cabos ou aparelhos – entre nós e a eletricidade
para que ela possa se revelar. O canal para Chesed é o patriarca Abrahão, pois ele foi o canal
que manifestou a inteligência de Chesed, misericórdia e gentileza, no mundo. Quando
queremos nos conectar com essa energia, devemos meditar em Abrahão.
            De acordo com a Guematria, a numerologia Cabalística, as letras hebraicas que
formam a palavra Chesed somam 72, relacionando-a com o poder dos 72 nomes. Essa relação
nos ensina que, para que possamos ativar o poder dos 72 nomes, devemos ter misericórdia,
gentileza pelo nosso próximo.
            A expressão física da esfera de Chesed é a água. Chesed representa o total Desejo de
Compartilhar. É o doar incondicionalmente, o estender a mão (por isso em nosso corpo se
relaciona com o braço direito), é o fluxo de energia que se expande abundante e
incontrolavelmente, por isso é considerada a mais expansiva das Sefirats.
            Chesed sem equilíbrio é o extremista-liberal que lamenta mais pelo criminoso do que
pela vítima; é o homem pobre que ganha na loteria e dá cada centavo de sua nova fortuna para
caridade e deixa a própria família pobre. Desenfreada, Chesed doa até quase machucar.
Felizmente, tem uma contraparte de equilíbrio, a Sefirat de Geburah.
            GEBURAH
            Geburah é conhecida como Julgamento, ou ainda Força, Grandeza ou Poder. Situa-se
na coluna esquerda, logo abaixo de Bimah. O canal para Geburah é o patriarca Yiztchak
(Isaac), filho de Abraham, e no nosso corpo essa Sefirat se relaciona com o braço esquerdo.
Enquanto Chesed doa incondicionalmente, Geburah é a avarenta. Onde Chesed se expande,
Geburah se contrai. Onde Chesed diz, “Compartilhe”, Geburah diz “e o que eu ganho com
isso?” Onde Chesed celebra o heroísmo, Geburah é um disciplinador com o medo olhando por
sobre seu ombro. É pura contração, restrição, é a força que permite o controle e o domínio
sobre os impulsos.
            Geburah, sem rédeas, sem o equilíbrio de Chesed, se torna a tirania de um estado
policial, podendo levar a autocontenção e se transformar em uma fonte de energia para
sentimentos de ódio e medo. Mas assim como a Sabedoria de Chokmah não pode se
manifestar sem a energia de Bimah, a semente indiferenciada em Chesed nunca poderia se
tornar a árvore diferenciada sem a mão forte de Geburah.
            Geburah canaliza energia espiritual para superar obstáculos e atingir objetivos
específicos, e é a força essencial para realizarmos nossa principal missão nesta vida:
transformar a nossa natureza.
            TIPHERET
            Tipheret representa Beleza. Está relacionada com a Coluna Central e o Mundo da
Formação Localiza-se abaixo e entre as Sefirats de Chesed e Geburah. Junto com Chesed e
Geburah, forma a tríade superior do Maguen David. O canal para Tipheret é Yaakov e no corpo
humano, está relacionada ao tronco.
            Tipheret é Beleza porque uma coisa bela, seja um pôr-do-sol, uma flor, um poema ou a
mente humana, tem que combinar sabedoria [Chokmah], entendimento [Bimah] e o brilho da
Luz para existir como tal. Tipheret também se refere à beleza porque é o ponto de equilíbrio
entre as colunas direita e esquerda, gerando a harmonia, sem a qual beleza nenhuma poderia
existir. Também representa a verdade, que vem com esse equilíbrio.
            Tipheret nos ensina quando compartilhar e como fazê-lo com equilíbrio, e quando
receber ou julgar com amor. Representa aquele equilíbrio entre julgamento e misericórdia que
permite a um pai disciplinar seu filho pelo amor em vez de fazê-lo pela raiva reativa.
            NETZACH
            Netzach – Vitória ou Eternidade – situa-se na coluna direita, logo abaixo de Chesed. É
um armazém de energia positiva de Chesed, que irradia o Desejo de Compartilhar e se torna o
canal dessa energia na medida em que começa a abordar o mundo físico no qual vivemos.
            É Vitória no sentido de vencer as próprias limitações e Eternidade no sentido de
expressar os pensamentos eternamente. É a primeira Sefirat onde há reciprocidade, sendo
responsável pela necessidade que o homem tem de se relacionar com o outro. É análoga ao
esperma que, em união com o óvulo, irá criar, em última instância, um ser humano individual.
Netzach também representa os processos involuntários e o lado direito do cérebro, onde o
processo criativo acontece. Em resumo, Netzach é o artista, o poeta, o músico, o sonhador e o
princípio fertilizador masculino.
            No corpo, está relacionada à perna direita e o canal para energia de Netzach é Moisés,
porque trouxe a eternidade, a vida eterna, ao universo.
            HOD
            Hod representa Glória ou Esplendor. Localiza-se na coluna esquerda, abaixo de
Geburah, e no corpo humano corresponde à perna esquerda. O canal para nos conectar com a
energia de Hod é Aarão, ou Aharon HaCohen.
            Análoga ao óvulo na concepção humana, essa Sefirat inicia a materialização do que
aconteceu somente em potencial em Chesed/Netzach, assim como uma mulher dá à luz o que
foi concebido em conjunção com o princípio fertilizador masculino.
            Hod permite que a energia repassada de Netzach seja apropriada e aceitável para
quem a recebe, sendo responsável por criar um espaço interno para que se possa identificar
com o outro e, conseqüentemente, aceitar o outro. Assim como dissemos anteriormente que
Netzach é o artista, Hod é o cientista, o lógico, o craque da matemática e o contador.
            Sua qualidade espiritual enfatiza a humildade e o reconhecimento. Hod também
controla os processos voluntários e atividades do lado esquerdo do cérebro, canalizando a
praticidade de Geburah na psique humana.
            YESOD
            Yesod, ou Fundamento, situa-se como um grande reservatório abaixo das oito Sefirats
das quais falamos anteriormente. Todas as Sefirats acima emanam sua inteligência e seus
atributos para o vasto vasilhame de Yesod, onde são misturados, equilibrados e preparados
para transferência em um esplendor tão radiante, que nenhum mortal poderia sobreviver em
sua presença.
            O canal para nos conectar com Yesod é Joseph, e no corpo humano essa Sefirat está
relacionada aos órgãos sexuais. Metaforicamente falando, Yesod é como uma betoneira,
aquele caminhão de cimento, que junta água, areia e todos os componentes em sua forma
bruta, os mistura e verte uma mistura úmida que, finalmente, endurecerá e se solidificará como
cimento, que é o nosso universo físico, conhecido como Malkuth.
            ZEIR ANPIN
            Antes de falar sobre a Sefirat de Malkuth, achamos importante explicar o que é Zeir
Anpin, que se refere a algumas das Sefirats anteriormente mencionadas.
            Os antigos Cabalistas explicam que das dez dimensões existentes, seis dimensões em
particular (Chesed, Geburah, Tiphereth, Netzach, Hod e Yesod) estão firmemente envolvidas,
uma dentro da outra, compactadas em uma dimensão conhecida como Zeir Anpin ou Mundo
Superior. Toda a Luz que recebemos em nosso mundo físico vem de Zeir Anpin. Esta é a
dimensão que tocamos quando o telefone toca e já sabemos quem é, mesmo antes de atender.
Quando uma mãe desperta repentinamente no meio da noite, suando e com o coração
acelerado no mesmo momento em que seu filho escapa de um grave acidente, ela estabeleceu
contato com este Mundo Superior.
            Quando um cientista grita “Eureka”, esse flash de inspiração se originou deste Mundo
Superior. Quando você está deitado em uma bela praia, livre de tensões e com aquela gostosa
sensação de serenidade, essas emoções emanam desta dimensão. Sempre que você sentiu
prazer, felicidade, tranqüilidade, paz interior, e o tipo de confiança de que você poderia
conquistar qualquer coisa, você estava tocando Zeir Anpin. A conexão com esta dimensão é a
chave secreta para obter controle e realização genuínos na vida.
            Mas isso não é fácil de fazer, e para isso os antigos mestres Cabalistas nos deram as
ferramentas e os métodos para alcançarmos essas dimensões superiores além de nossas
vidas cotidianas, de forma a fazer com que elas causem um profundo impacto em nossas
vidas. Essa é a diferença entre a ciência e a Cabala, pois a Cabala explica por que as leis da
natureza existem e também como elas se relacionam e se aplicam à nossa vida pessoal e
espiritual, nos
ajudando a buscar a realização e a satisfação das necessidades de nossas almas.
            MALKUTH
            A última das Sefirats é Malkuth, o Reino. Ela contém o mundo da fisicalidade e o nível
de revelação. É a única das Sefirats onde a matéria física parece existir. É aqui que a mistura
“despejada” por Yesod endurece como pedra, adquire estrutura e assume forma física. Em
nosso corpo está relacionada aos pés e o canal para Malkuth é o Rei David.
            Está também relacionada ao mundo da manifestação, da ação, e tem a ver com nossa
existência física; comer, trabalhar, dançar, etc. É nesta dimensão que as divergências na
atitude humana significam a diferença entre as vidas individuais. É em Malkuth que ocorre o
maior “Desejo de Receber”, porque essa dimensão nosso universo é a que está mais distante
da fonte de Luz. Por isso, este nosso reino é onde existe maior sentimento de “falta”. A Cabala
explica ainda que, cada um dos dez níveis das Sefirats também contém mais dez níveis, os
quais contém mais dez, e assim por diante, infinitamente, como fractais. Essa estrutura atua
como um prisma que refrata a Luz em várias freqüências, gerando a diversidade que compõe o
espectro inteiro da criação. Toda criatura neste planeta também está imbuída dessa mesma
estrutura, e tudo o que existe em nosso mundo físico, se origina no reino não-físico das
Sefirats.
            Esses Mundos Superiores são os portais através dos quais a energia espiritual flui para
nossa dimensão, e podemos alcança-los através de orações, transformação espiritual e
meditação.
Texto baseado nos escritos do Rabino Berg
            Uma curiosidade nem sempre observada é que nessa divisão esquemática da Árvore
da Vida, pelo traçado das linhas, se formaram 3 grupos de Sefirats: A coluna do CENTRO liga
Kether, Tipheret, Yesod e Malkuth, princípios onde estão ambas as polaridades, a masculina e
a feminina, juntas.
            Na coluna da ESQUERDA estão ligadas Bimah, Geburah, e Hod, que regem o Princípio
Feminino.
            Na coluna da DIREITA estão ligadas Chokmah, Chesed e Netzach, regentes do
Princípio Masculino.

O que é alma-raíz?
            Sabemos que Adão é a raiz original de todas almas que existem. A Bíblia explica que
depois da “expulsão” do Paraíso”, Eva deu à luz um filho Caim e depois Abel. De acordo com a
Qabalah, Caim é o lado esquerdo de Adão e Abel o lado direito. Caim e Abel são almas-raíz de
todas as almas que apareceram depois no mundo . De acordo com esse conceito, podemos
dividir os seres humanos em dois tipos: Almas com a Alma-raiz de Caim e Almas com Alma-
raiz
de Abel.
            Em Caim predomina o poder, o impulso de matar, que significa o desejo de conquistar,
de guerrear. É a força do lado esquerdo. Temos também o elemento fogo. As pessoas com
alma-raiz de Caim têm grande entusiasmo, têm esse desejo de conquistar, de dominar.
Gostam de brincar com facas, com fogo e têm gosto por armas. Não se abalam com a visão de
sangue, gostam de comer carne com sangue.
            O lado negativo de Caim é o desejo de derramar sangue, matar, destruir. O lado bom, o
positivo é usar essa mesma determinação para o bem, como por exemplo os médicos, que
usam bisturis e objetos cortantes para salvar, revelar vida. Uma pessoa com a alma-raíz de
Caim pode, por exemplo, ser um assassino durante várias vidas, mas a alma vai reencarnando,
vai se corrigindo, evoluindo, até vir a ser um grande cirurgião.
            Neste estágio ela seria então uma alma-raíz de Caim, mas com o seu lado positivo
predominante. Um exemplo de uma pessoa com o lado positivo de Caim foi Rabi Akiva, um
famoso cabalista que guerreou contra o domínio romano. Cada pessoa que se sente ligada à
alma-raíz de Caim, está ligada também à alma de Rabi Akiva.
            Em Abel temos o elemento Água, a boca e o poder de comunicação. Abel, em Hebraico
Hevel, significa vapor, o ar que sai de nossa boca; a força da vida, o ar que respiramos e
também o poder da palavra, com a qual podemos construir ou destruir.
            O lado negativo de Abel é usar a palavra para destruir, maldizer, a má língua. As
pessoas com alma-raíz de Abel teriam sua maior expressão através da palavra, como por
exemplo, um psiquiatra. Em geral são pessoas que desmaiam quando vêem sangue, gostam
de água e ar e ficam bastante incomodadas em lugares fechados, algumas chegando mesmo a
ter claustrofobia. Isso se explica pelo fato de que, na realidade, Caim enterrou Abel vivo e a
pessoa que tem alma-raíz de Abel, pode ter essa memória inconsciente.
            Um exemplo de uma alma-raíz de Abel com o lado negativo predominante que
encontramos na Bíblia é Balaam, que usou o poder da palavra para maldizer Moisés. Por outro
lado, um exemplo do de alma-raiz de Abel com o lado positivo é o próprio Moisés, que usou o
poder da palavra para revelar os segredos da Torá, trouxe os 10 Mandamentos e mudou a
consciência do mundo.
            Caim matou Abel, mas tanto Caim como Abel têm o lado bom e o lado mau, só que
cada um tem características predominantes. Tanto em uma alma-raíz como em outra, temos o
livre-arbítrio para determinar se o lado bom ou o lado mau irá predominar em nossa vida. O
mais importante de tudo é entender que suas existências não foram físicas, há milhões de
anos. Foram e são existências espirituais e que existem ainda hoje, já que no Mundo da
Criação não existe tempo. Caim e Abel são duas forças do mundo espiritual hoje, são dois tipos
de consciência que existem hoje no mundo.

Alfabeto Sagrado – Hebraico


            A Qabalah compõe-se de diversos livros, sendo o mais expressivo dele o ZOHAR, obra
atribuída ao rabino Simeon Ben Yochai, que viveu no século II. Zohar significa “Livro do
Esplendor”. Para um estudo profundo e exato da Cabala é necessário que isso seja feito em
hebraico. O hebraico se constitui de 22 letras, consideradas alfabeto sagrado.
            No hebraico as letras também são números, o que significa que o estudo da Cabala
também requer estudos de alta matemática.
            No idioma hebraico há três letras-mães, que são Aleph, Mem e Schin. Há sete letras
duplas, que são Beth, Ghimel, Daleth, Chaph, Phe, Resch e Thau. E há doze letras simples ou
elementares , que são He, Vo, Zain, Cheath, Teth, Iod, Lamed, Nun, Samech, Ayin, Tsade e
Cuph.
            O ponto de partida de toda cabala é o alfabeto. O alfabeto dos hebreus é composto de
vinte e duas letras; entretanto, essas letras não são colocadas ao acaso, uma após a outra.
Cada uma delas corresponde a um número, de acordo com a sua classificação, a um hieróglifo
segundo a sua forma, a um símbolo segundo a sua relação com as outras letras. Todas as
letras derivam de uma delas, o iod, como será explicado.
O iod as gerou da seguinte maneira:
a) Três letras mães:
A – (Aleph)
M – (Mem)
S – (Schin)
b) Sete letras duplas (duplas porque exprimem dois sons, um forte e positivo, e outro fraco e
negativo):
B – (Beth)
G – (Ghimel)
D – (Daleth)
Ch – (Chaph)
Ph – ( Phe)
R – ( Resch)
T – (Thau)
c) E doze letras simples, formadas pelas demais letras. Cada letra hebraica representa três
coisas:
1 – Uma letra, isto é, um hieróglifo ;
2 – Um número, o da ordenação da letra ;
3 – Uma idéia. Combinar as letras hebraicas é combinar números e idéias
            Cada letra, sendo uma potência, está ligada mais ou menos intimamente com as forças
criadores do Universo. Essas forças evoluem nos três mundos: físico, astral e psíquico; cada
letra é o ponto de partida e de chegada de uma série de relações.
            Combinar palavras hebraicas é, então, agir sobre o próprio Universo, daí o uso de
nomes hebraicos.
            Conhecido o alfabeto hebraico em geral, é preciso estudar o significado e as relações
de cada uma das 22 letras do alfabeto. Os antigos rabinos, os filósofos e os cabalistas
explicam, segundo seu sistema, a ordem, a harmonia e as influências dos céus sobre o mundo,
pelas 22 letras hebraicas que compreende o alfabeto místico dos hebreus.
            Este alfabeto designa:
            1 – Do Aleph ao Iod, o Mundo Invisível, isto é, o Mundo Angélico (inteligências
soberanas que
recebem as influências da primeira luz eterna, atribuída ao Pai de quem tudo emana) ;
            2 – Da letra Chaph à letra Tsade, diferentes ordens de anjos que habitam o mundo
visível, isto é, o mundo astrológico atribuído a Deus, o Filho, que significa a sabedoria divina
que criou essa infinidade de astros, que circulam na imensidão do espaço, onde cada um está
sob a salvaguarda de uma inteligência especialmente encarregada pelo Criador de os
conservar e de os manter em suas órbitas, a fim de que nenhum astro possa perturbar a ordem
e a harmonia que Ele estabeleceu ;
            3 – A partir da letra Tsade à última, letra Thau (ou Tav), designa-se o mundo elementar
atribuídos pelos filósofos ao Espírito Santo. É o soberano dos Seres, quem dá a alma e a vida
a todas as criaturas.

Os Números
            Dentre todas as coisas feitas pela Natureza, no início dos tempos, são formadas na
proporção dos números. Este era o padrão principal na mente do Criador. Decorre daí o
número dos elementos, a sequência das épocas, o movimento dos astros e a revolução dos
céus. O estado de todas as coisas subsiste pela união dos números; os números, portanto,
contém virtudes grandiosas e sublimes.
            Observando tantas virtudes ocultas nas coisas naturais, manifestas nos processos da
Natureza, não é de admirar que as virtudes dos números sejam muito maiores e mais ocultas,
além de serem mais prodigiosas e eficientes. Os números são mais formais, mais perfeitos e
existem naturalmente nos seres celestes, não se misturando com substâncias diferentes.
Finalmente, os números mesclam-se de maneira mais simples e acima de tudo com as idéias
na mente de Deus, de onde recebem suas eficientíssimas virtudes.
            Pitágoras diz que “o número é aquilo que faz todas as coisas subsistirem e distribui
uma virtude para cada número”…
            Proclo diz que “o número sempre tem uma existência na voz, outra na proporção entre
as vozes, outra na alma e na razão, e outra ainda nas coisas divinas”…
            Temístio, Boécio e Averróis (o babilônio), assim como Platão, sublimam tanto os
números que chegam a pensar que ninguém pode ser um verdadeiro filósofo sem o
conhecimento deles. Os números indicam um caminho para descobrir e compreender todas as
coisas possíveis de serem conhecidas; dão acesso à premonição natural. Era pelo emprego
dos números formais que o abade Joaquim realizava suas profecias. Todos os filósofos
eminentes, especialmente Jerônimo, Agostinho, Orígenes, Ambrósio, Gregório de Nazianzo,
Atanásio, Basílio, Hilário, Rubanas, Beda e muitos outros, ensinam unanimamente que os
números possuem virtude e eficácia prodigiosas, tanto para o bem quanto para o mal. Estes
são os mistérios supremos de Deus e da Natureza. Aquele que sabe unir os números vocais e
naturais com os divinos, ordenando-os na mesma harmonia, conseguirá operar e conhecer
coisas prodigiosas.
            Há grandes mistérios nos números porque, não fosse assim, João não teria dito no
Apocalipse: “Aquele que tem o conhecimento que calcule o número do nome da besta, que é o
número do homem”. E esta é a maneira de calcular mais famosa entre os hebreus e os
cabalistas.
            A UNIDADE
            Para os iniciados da cabalah, Deus é a unidade absoluta. A unidade da inteligência
humana, demonstra a unidade de Deus. As matemáticas não poderiam demonstrar a fatalidade
cega, uma vez que são a expressão da exatidão que é o caráter da mais suprema razão.
            Na cabala, a unidade é, o princípio, a síntese dos números, é a idéia de Deus e do
homem, é a aliança da razão e da fé. A fé não pode ser oposta à razão, é exigida pelo amor, é
idêntica à esperança. Amar, acreditar e esperar, e esse triplo ímpeto da alma é chamado
virtude, porque é preciso coragem para realizá-la.
            O dogma verdadeiramente mediador, pois é metade científico, metade hipotético,
metade razão e metade poesia.
            O BINÁRIO
            É o número feminino, o yin. Diz a parábola celeste: “A mulher está antes dos homens,
porque é mãe e tudo lhe é perdoado de antemão porque dá a luz com dor”
            O TERNÁRIO
            É o número da Criação.
            O QUATERNÁRIO
            É o número da força. É o ternário completado por seu produto, o homem. E quando o
homem compreender sua essência quaternária, em união com a criação, terá a liberdade. O
anjo da liberdade nasceu antes da aurora do primeiro dia antes mesmo de despertar a
inteligência, e Deus o denomina estrela da manhã.
            O QUINÁRIO
            È o número religioso. A fé não é a credulidade estúpida da ignorância maravilhada. A fé
é a consciência e a confiança do amor. A fé não consiste na confirmação deste com aquele
símbolo, mas na aspiração verdadeira e constante às verdades veladas por todos os
simbolismos. Os perseguidores da Roma decaída também chamavam os primeiros cristãos de
ateus porque não adoravam os ídolos de Calígula ou de Nero.
            A fé é um sentimento comum a toda humanidade. O homem que se isola de todo amor
humano ao dizer: Eu servirei a Deus, este se engana. Pois diz o apóstolo João: “Se ele não
ama ao próximo que vê, como amará a Deus que não vê?
            O SENÁRIO
            É o número da iniciação pela prova. É o número do equilíbrio. É o código da ciência do
bem e do mal.
            O SETENÁRIO
            É o grande número bíblico. É a chave da história de Moisés e o símbolo de toda a
religião. O Cristo é o dever real que protesta contra o direito imaginário. É a emancipação do
espírito que quebra as algemas da carne. É a devoção revoltada contra o egoísmo.
            O OCTONÁRIO
            É o número da reação e da justiça equilibrante. Toda ação produz uma reação. É a lei
universal. O cristianismo produz o anticristianismo. O anticristo é a sombra , o contraste e a
prova de Cristo.
            Os protestantes disseram: o anticristo é o Papa. O Papa respondeu: Todo herege é
anticristo. O anticristo é o espírito oposto ao Cristo. Quem é então o anticristo?
            “É a usurpação do direito, o orgulho da dominação e o despotismo do pensamento. É o
egoísmo pretensamente religioso de alguns protestantes da mesma maneira que a ignorância
crédula e imperiosa dos maus católicos. É o que divide o homem ao invés de os unir, o desejo
ímpio de se apropriar da verdade e dela excluir os outros, que condena e amaldiçoa ao invés
de salvar e abençoar. É o fanatismo odioso que desencoraja a boa vontade”.
            O NÚMERO NOVE
            Os profetas são solitários pois o seu destino é, na maioria, nunca serem ouvidos. Vêem
muito mais do que os outros.
            O Salvador disse à samaritana: “Mulher, em verdade vos digo que virá o tempo em que
os homens não adorarão mais a Deus, nem em Jerusalém, nem sobre esta montanha, pois
Deus é espírito, e seus verdadeiros adoradores devem servi-lo em espírito e em verdade.
            O NÚMERO DEZ
            O número absoluto da qabalah. A chave dos sefirotes, substância una que é céu e
terra, conforma seus graus de polarização, sutil ou fixa. Hermes Trimegisto chama de grande
Telesma. Quando produz o esplendor, ela demonstra-se luz. É essa substância que Deus cria
antes de todas as coisas, quando diz: “Fiat Lux” (Faça-se a luz)
            É simultaneamente substância e movimento, fluido e vibração perpétua. A força que a
põe em movimento denomina-se magnetismo. No infinito, é a luz etérea (ou força
eletromagnética). Nos astros é a luz astral; nos seres é o fluido magnético; no homem, forma o
corpo astral ou mediador plástico. A vontade dos seres inteligentes age diretamente sobre essa
luz e, por meio dela, sobre toda natureza submetida às modificações da inteligência. Essa luz é
o espelho comum de todas as formas e pensamentos; guarda as imagens de tudo que foi,
os reflexos dos mundos passados, e por analogia, os esboços dos mundos futuros. Conhecida
por Hermes e Pitágoras, Sinésio e Platão, escola da Alexandria, Mesmer etc.
            É essa substância primeira que se designa na narrativa hierática do Gênesis, quando o
verbo dos Eloim faz a luz ordenando-lhe que seja. Eloim diz: “Que seja a luz, e a luz foi”. Essa
luz, cujo nome hebreu é rut, or, é o ouro fluido e vivo da filosofia hermética. Seu princípio
positivo é o enxofre; o negativo, o mercúrio e seu equilíbrio é denominado seu sal.
            Mesmer informa que nosso corpo astral ou mediador plástico é um imã que atrai ou
repele a luz astral astral sob a pressão da vontade. É um corpo luminoso que reproduz com a
maior facilidade as formas correspondentes às idéias. Até sob o exercício da vontade. Nossos
corpos fluidicos atraem-se ou repelem-se uns aos outros, segundo leis consoantes à
elasticidade. É o que produz simpatias a as antipatias instintivas.
            O NÚMERO ONZE
       É o número da força; da luta e do martírio. Todo homem que morre por uma idéia é um
mártir, pois nele, as aspirações do espírito triunfaram sobre os temores da carne. Todo homem
que morre na guerra é um mártir pois morre pelos outros.
           Os que morrem pelo direito são tão bons em seus sacrifícios quanto às vítimas do dever
e, nas lutas da revolução, os mártires caem dos dois lados. Sendo o direito a raiz do dever,
nosso dever é defender nossos direitos. O crime é o exagero de um direito. O assassínio e o
roubo são negações da sociedade; é o despotismo isolado de um indivíduo que usurpa o
governo e a sociedade e faz guerra por sua conta e risco.
            Quem não for irrepreensível é cúmplice do todo mal, e quem não for absolutamente
perverso pode participar de todo bem.
            O NÚMERO DOZE
            É o número cíclico; do símbolo universal.
            O NÚMERO TREZE
            É o número da morte e do renascimento, da propriedade, da herança, sociedade,
família, guerras e tratados.
            As sociedades têm por base a troca do direito, do dever e da fé mútua. O direito é a
propriedade; a troca, a necessidade; a boa fé, o dever.
            O NÚMERO CATORZE
            É o número da fusão, da associação e da unidade universal.
            O NÚMERO QUINZE
            É o número do antagonismo. O cristianismo agora divide-se em Igrejas civilizadoras ou
bárbaras; progressistas ou estacionárias; ativas ou passivas ; as que condenam e as que se
submetem.
            O NÚMERO DESESSEIS
            É o número do templo.
            O NÚMERO DESESSETE
            É o número da estrela, da inteligência e do amor.
            O NÚMERO DEZOITO
            É o do dogma religioso, que é todo poesia e todo mistério.
            Jesus, que foi o último e o mais sublime dos arcanos, a última palavra de todas as
iniciações, sabia que não seria compreendido a princípio e disse: “Não suportaríeis agora toda
a luz da minha doutrina; mas, quando se manifestar o Espírito da Verdade, ele vos ensinará
todas as coisas e explicará o sentido do que eu vos disse.”
            O NÚMERO DEZENOVE
            É o número da luz. É a existência de Deus provada pela própria idéia de Deus.
            A afirmação do ateísmo é o dogma da noite eterna; a afirmação de Deus é o dogma da
luz.
            OS NÚMEROS VINTE, VINTE E UM E VINTE DOIS
            Embora o alfabeto sagrado tenha 22 letras; as dezenove primeiras são a chave da
teologia oculta. As outras são as chaves da natureza.

O que é reativo e proativo?


            A Qabalah se utiliza bastante dos termos comportamento proativo e comportamento
reativo. Proativo e reativo são duas palavras codificadas para definir a natureza da Luz e a do
Receptor. A Luz é proativa, a força que causa o processo de criação; nós, como receptores,
temos uma natureza reativa.
            Para que possamos adquirir similaridade de forma com a Luz e nos ligarmos a ela,
temos que trabalhar para transformar nossa natureza reativa em proativa. De uma forma muito
simples, podemos explicar que Ser Proativo é personificar e carregar os seguintes atributos:
Ser a causa; compartilhar, estar no controle das coisas; ser o criador de novas situações.
Enquanto podemos afirmar que Ser Reativo é a soma dos seguintes aspectos: Ser o efeito;
receber; estar sob o controle das coisas.

Como identificar o comportamento reativo em um nível prático e pessoal?


            O comportamento reativo está fundamentado sobre o Desejo de Receber Para Si
mesmo. Ganância , egoísmo , ego . Ele pode ser definido como qualquer tipo de reação a uma
situação externa . Esse comportamento pode incluir raiva, ciúme, inveja, excesso de confiança,
baixa autoestima, etc.
            É o comportamento reativo que nos motiva a tomar Prozac quando nos sentimos
deprimidos, Lexotan quando sentimos ansiedade, álcool quando perdemos a auto-confiança .
Todos esses sintomas são apenas falta de Luz. Se o Prozac faz você se sentir melhor, então o
Prozac é a causa e você é justamente o efeito. O alívio e a sensação de bem estar serão
temporários e em pouco tempo iremos cair novamente nas emoções negativas.
            Toda vez que assumimos um comportamento que está sendo motivado pelo nosso ego,
não estamos compartilhando. Toda vez que reagimos a quaisquer estímulos, motivados por um
fator externo, estamos sendo mero efeito e não a causa. Toda vez que deixamos forças
externas influenciarem nossos sentimentos perdemos o controle.
            Enquanto estivermos vivendo nossas vidas sem nenhum crescimento pessoal ou
mudança interna de nossa natureza ,não estaremos criando novos níveis espirituais de
existência para nós mesmos. Cada vez que uma reação seja provocada, devemos retomar a
restrição original, pisar nos freios de nossas reações. Cada vez que fizermos isso estaremos
nos movendo para mais próximos de nossa origem, estaremos promovendo a transformação
de caráter com o propósito de adquirir Luz, realização e satisfação duradouras.

A Métrica da Cabala
          A Multiplicidade dos Partzufim, Sefirot e Mundos
            Por que existe uma multiplicidade de Partzufim, Sefirot e interações variáveis, tão
abundantes nos livros de Cabala?
            Realmente, se tomarmos o corpo de um animal pequeno, cujo único fim é sustentar a si
próprio, de modo que possa viver neste mundo, reproduzir-se e cuidar de sua espécie,
encontraremos uma complexidade muito maior que um milhão de fibras e tendões, conforme
descobriram os fisiologistas e anatomistas; e ainda há muito mais para se descobrir. Por
conseqüência, podemos imaginar a grande variedade de estruturas que precisam estar
conectadas, a fim de revelar este sublime fim.
             Duas Vias: De Cima para Baixo e de Baixo para Cima
            A sabedoria da Cabala é geralmente dividida em duas vias idênticas e paralelas, como
duas gotas de água. A única diferença entre elas é que a primeira desce de cima até este
mundo, e a segunda começa e se move de baixo para cima, exatamente através do mesmo
caminho e combinações imprimidos em sua raiz, quando eles começaram a sua descida de
cima para baixo.
            A primeira via é denominada “a ordem de descida dos mundos, dos Partzufim e das
Sefirot”, com todos os seus eventos, quer sejam duradouros ou transitórios. A última via é
denominada “Percepções ou graus de profecia e o Espírito Santo”, e a pessoa que a alcança é
obrigada a seguir os mesmos caminhos e a ascender a cada grau e detalhe, etapa por etapa,
exatamente de acordo com as mesmas regras que foram impressas nelas durante a sua
emanação de cima para baixo.
            A revelação da Divindade não surge imediatamente, mas sim gradualmente e após
certo tempo, dependendo da pureza daquele que a busca, até que todos os níveis sejam
revelados de cima para baixo, um após o outro e um acima do outro, segundo uma ordem,
como degraus de uma escada.
             A Realidade da Sabedoria da Cabala
            Coisas reais podem ser encontradas até mesmo na realidade física, dispostas diante de
nossos olhos, embora não tenhamos a percepção ou a imagem de sua essência. Um exemplo
disso é a eletricidade e o magnetismo, chamados “fluidos”.
            No entanto, quem poderia dizer que estes nomes não são reais, quando conhecemos
bem e de forma satisfatória as suas ações? Não poderíamos ser mais indiferentes ao fato de
não concebermos a essência do próprio objeto, como no caso da eletricidade.
            Este nome é tão real e próximo a nós, como se fosse percebido totalmente por nossos
sentidos. Até mesmo as crianças estão familiarizadas com a palavra “eletricidade”, como estão
familiarizadas com as palavras pão, açúcar, etc.
            Mas se quisermos aprofundar um pouco o assunto, eu lhes diria que assim como não
percebemos o Criador, é impossível alcançarmos a essência de qualquer uma de Suas
criaturas, até mesmo dos objetos reais que percebemos com nossas mãos.
            Nós só conhecemos os nossos amigos e parentes neste mundo físico através do
“conhecimento de suas acções”. Estas ações nascem e resultam da interação de nossos
sentidos com os sentidos deles. Elas nos satisfazem totalmente, apesar de não percebermos
sua essência.
            Além disso, não percebemos nossa própria essência. Tudo que sabemos sobre ela
nada mais é que uma seqüência de ações que emanam de nossa essência.
            Agora podemos facilmente entender que todos os nomes e denominações que
aparecem nos livros Cabalísticos são realmente verdadeiros e efetivos, embora não saibamos
nada sobre o assunto. Isso porque aqueles que se utilizam deles estão totalmente satisfeitos
com a percepção que têm da totalidade suprema, ou seja, uma simples percepção das ações,
resultado da interação da Luz superior com aqueles que as percebe.
            E isso é mais que suficiente, como diz a lei: “Tudo aquilo que é medido e sai de Sua
Providência a fim de se realizar na natureza da criação, é suficiente”. Da mesma forma que
uma pessoa não exige um sexto dedo em sua mão, pois os cinco já são suficientes.

Descendo e Subindo a Escada


               A Escada de Cinco Degraus
            O ciclo da realidade espiritual é como uma escada. A Luz Espiritual está no topo da
escada.  É o ponto de partida, o zero, ou a Raiz na linguagem Cabalística.
            O ponto de partida é a Fase Zero, mas aqui nos referimos a ele como o início do
círculo. Muitas vezes, os Cabalistas utilizam nomes diferentes para o mesmo estado espiritual,
para enfatizar uma função diferente da mesma entidade ou grau espiritual.
            A Luz desce em quatro níveis: 1, 2, 3, 4. Como o ciclo começa na raiz ou zero, a
escada da Cabala tem cinco estágios e quatro níveis.
            Uma barreira no final da Fase 4 interrompe a Luz espiritual, com exceção de uma
fração da Luz que se desenvolve até o nosso universo.
            Observe a analogia com os cinco níveis do desejo humano.
            A Cabala é um sistema onde os ciclos num aspecto da existência, correspondem a
ciclos no outro. Os cinco níveis do desejo em nosso mundo correspondem aos cinco ciclos na
realidade espiritual dos Mundos Superiores.
            Como você verá ao longo deste texto, o número 5 reaparece na Cabala de diferentes
maneiras, descrevendo aspectos diferentes de uma jornada Cabalística completa para a
realização espiritual.
            A fração da Luz que atravessa a barreira continuou a evoluir, e a Terra foi formada. O
planeta esfriou e a vida vegetal surgiu, seguida dos animais e, finalmente, dos seres humanos,
que atingiram o último grau de evolução — o desejo da espiritualidade.
            Assim, o Criador “desceu” a escada até a Terra, e a Cabala nos ajuda a seguir o
mesmo caminho “subindo” a escada até o Criador, a qual o Criador tomou para “descer” até
nós.

As Cinco Fases ou Cinco Sefirot


            Como o Criador começou tudo com o ato de doar, esse é o fundamento para o
relacionamento com o Criador, assinalado pelas cinco fases do desenvolvimento espiritual.
            O ponto de partida para você e eu implica no ato de receber. O Criador dá, e nós
recebemos. Assim, a Fase Zero no ciclo da espiritualidade é o Criador, o desejo de dar, e a
Fase 1 é o desejo de receber com satisfação. Mas o Criador deu aos seres humanos mais do
que um mero desejo de desfrutar.  Ele nos deu o desejo de nos tornarmos como Ele, porque o
que poderia ser melhor do ser como Ele?
            Porque ser como o Criador é ainda melhor do que apenas receber.
            A Fase 2 é querer dar, e neste caso, isso significa quer devolver ao Criador.
            Na fase 3, nós (seres humanos) compreendemos que o único meio de dar ao Criador é
fazer aquilo que Ele quer, porque não podemos dar nada mais a Ele. Porque Ele quer que
recebamos, e é isso que fazemos na Fase 3. Mas veja a diferença: isso não é como o
recebimento da Fase 1.
            Aqui, na Fase 3, recebemos porque Ele quer dar, e não porque queremos receber. A
nossa intenção mudou de “recebermos para nós mesmos” para “recebermos para o Criador”.
Na Cabala, isso é considerado como o ato de dar.
            A Fase 3 poderia ter sido o fim do processo se não fosse por essa pequena questão
chamada “o terceiro estágio”. Já havíamos dito previamente que o nosso objetivo não se limita
a nos unirmos ao Criador, mas sim nos tornarmos como Ele.  Isso só poderá acontecer quando
possuirmos Seus pensamentos, quando soubermos e realmente participarmos do Pensamento
da Criação.
            Por isso, a Fase 4 introduz um novo estímulo: o desejo de compreender o verdadeiro
Pensamento da Criação.  Aqui você quer compreender para que serve o ato de dar, o que
torna prazeroso, por quê ele cria tudo, e que sabedoria ele concede.
            As quatro fases e sua raiz têm um segundo nome.
            A Fase Zero é também chamada Keter, a Fase 1 – Hochma, a Fase 2 – Bina, a Fase 3
– Zeir Anpin (ZA), e a Fase 4 – Malchut.
            Estes novos nomes são chamados Sefirot (Safiras), porque brilham como safiras.
            Toda a questão das Sefirot pode soar confusa, mas não se lembrarmos que elas
representam desejos. Keter é o desejo do Criador de dar Luz (prazer); Hochma é a nossa
recepção do prazer; Bina representa o nosso desejo de dar ao Criador; ZA é o nosso desejo de
receber com o propósito de dar ao Criador; e Malchut é o nosso puro desejo de receber, a
verdadeira raiz das criaturas – nós.

A Tela (e o Exemplo Improvável)


            Entretanto, o Criador não infundiu em nós o desejo de ser como Ele.
            Na fase 4, você decide que receberá apenas se compreender por quê o Criador quer
dar — até que você compreenda o que há nela para Ele.
            Por exemplo, imagine que você se ofereça para levar seus filhos ao shopping center,
para comprar o que eles quiserem.
            Concessão improvável.
            Agora, imagine que eles lhe dizem: “Por que você está sugerindo isso? O que lhe
interessa isso? Se não compreendemos por qual motivo você está nos dando, não estamos
interessados nos presentes”.
            Ainda mais improvável.
            Esta condição de não receber para si mesmo é chamada Tzimtzum (restrição). É a
primeira coisa que fazemos para nos tornarmos não egoístas, e o mecanismo que permite o
Tzimtzum é chamado de Masach (tela).
            Ao adquirirmos a Masach começamos a calcular se podemos, e quanto podemos,
receber se focarmos no prazer de nossos pais, ao invés do nosso próprio. Quando adquirirmos
esta capacidade, considera-se que temos um Partzuf (face) completo.
            5×5×5
            As cinco fases do desenvolvimento espiritual correspondem aos cinco mundos
espirituais, e cada mundo espiritual inclui cinco Partzufim (faces). Para continuar a metáfora da
escada, os mundos começam no topo da escada, próximo do Criador, e continuam descendo.
Os mundos, de cima para baixo, são: Adão Kadmon, Atzilut, Beria, Yetzira, e Assiya.
            O mundo mais próximo da Luz e do Criador, Adão Kadmon, é também o mais espiritual.
Os outros mundos vão decrescendo, tornando-se mais “materiais” e menos “espirituais” à
medida que descem. A nossa tarefa é atingir o nível mais elevado em nosso avanço em
direção ao Criador.
            É importante tentar compreender os cinco mundos, porque o próprio esforço lhe atrai
para mais perto deles, assim como nos sentimos naturalmente próximos de uma pessoa que
quer ser como nós. Além disso, mesmo que não os compreenda ao estudar, você os
compreenderá quando subir a escada espiritual, porque descobrirá que esses mundos já
existem dentro de você. Eles fazem parte de sua composição espiritual, assim como fazem
parte da composição da criação.
            Há 125 degraus na escada espiritual que nos levam através destes cinco mundos. Por
que o número 125? Porque existem 5 mundos, 5 Partzufim em cada mundo, e 5 Sefirot (Keter–
Malchut) em cada Partzuf.
            Por isso, 5×5×5 igual a 125. (Você deve ter notado que os Cabalistas tem alguma coisa
com os números).
            Note que o nosso mundo não conta como nível espiritual.  Os níveis começam Acima
do nosso mundo e sobem.  Assiya é o mundo espiritual mais próximo do nosso e o ponto de
partida da realização espiritual.
            O avanço de um nível para o outro ocorre apenas quando a pessoa vivencia a maior
quantidade possível do desejo no nível atual, com a intenção pura de dar ao Criador. Um nível
mais elevado se caracteriza por um desejo maior de prazer e uma intenção maior de dar este
prazer ao Criador.
            O menor elemento na espiritualidade é chamado Sefira, porque ele brilha como uma
safira. Nós já dissemos que existem cinco Sefirot básicas: Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin, e
Malchut. No entanto, Zeir Anpin (ZA) possui seis Sefirot internas: CHessed, Gevura, Tifferet,
Netzah, Hod, e Yesod. Assim, se falarmos cinco Sefirot—Keter, Hochma, Bina, ZA, e Malchut
—, ou 10 Sefirot—Keter, Hochma, Bina, Hesed, Gevura, Tifferet, Netzah, Hod, Yesod, e
Malchut—, estaremos nos referindo à mesma estrutura básica das 10 Sefirot.
            Cada cinco Sefirot constituem um Partzuf (face), e cinco Partzufim constituem um Olam
(mundo). Interessantemente, a palavra Olam vem da palavra hebraica Ha’alama, que significa
“ocultamento”.
            Quanto mais elevado o Olam, menor o Ha’alama (ocultamento) (do Criador). Assim,
quando você atingir os Mundos Superiores, você também saberá onde está, olhando à sua
volta e comparando com o “guia turístico”— os livros Cabalísticos.
            Um dos mecanismos desta progressão e deste desenvolvimento é o conceito de
Tzimtzum (restrição), que já mencionamos anteriormente. Funciona assim: se você tem um
desejo pelo objeto A, mas um desejo muito mais forte pelo objeto B, então o seu desejo pelo
objeto A é “Tzimtzumado” (restringido). Por exemplo, digamos que você está muito cansado e
quer dormir. Você se enfia e se aconchega debaixo de um cobertor quente. De repente, alguém
bate à sua porta, grita que há um incêndio, e que é melhor você correr para salvar a sua vida.
Naturalmente, o seu desejo de se salvar é mais forte que o seu desejo de dormir. Naquele
momento a fadiga desaparece como se nunca tivesse existido. Na verdade, ela existe, e você a
sentirá de novo quando o perigo passar, mas o desejo de viver a restringe e a encobre
totalmente
            Dois elementos constituem um nível espiritual: um desejo por algo e a intenção de usá-
lo para o Criador. Voltando ao nosso tema, para passar do nível x para o nível x+1, precisamos
desejar o nível x+1 mais do que o nível x atual.
            No Estudo das Dez Sefirot, o Baal HaSulam afirma que embora Malchut, a Sefira que
representa o nosso futuro, quisesse muito receber a Luz do Criador, ela não podia. Malchut não
sabia como receber a Luz com a intenção de dar (lembre o exemplo anterior do shopping
center). Sem a intenção de dar, ela se tornaria diferente do Criador e, portanto, separada Dele.
            Como ela não quis se separar do Criador, ela restringiu seu desejo de receber, de
forma que pudesse ficar perto do Criador. É por isso a primeira coisa que você deve aprender
ao adentrar o mundo espiritual é como restringir seus desejos egoístas.
            Se você não consegue fazer isso, as portas para a espiritualidade permanecem
fechadas, o que nos leva à Barreira.

O Quinto Nível e a Barreira


            O único propósito de tudo o que acontece no nosso mundo é fazê-lo atravessar a
barreira entre o nosso mundo e o mundo espiritual. Assim que atravessá-la, você começará a
avançar na espiritualidade.
            De onde vem essa barreira? Você recordará que o contato com o Criador só pode
existir se você, como Ele, tiver a intenção de dar. Como Ele criou você sem a intenção de dar,
você está afastado Dele.
            Esta separação é chamada de barreira porque separa você do contato direto com Ele.
A boa notícia é que você pode atravessar a barreira e encontrar o Criador “frente a frente”
simplesmente desejando a intenção de dar.
            A Cabala tem muitas divisões: Sefirot, mundos, e níveis de vitalidade. Tanto a vida
espiritual como a corporal é dividida em cinco níveis de vitalidade:
1. Imóvel (inanimado)
2. Vegetal
3. Animal (vivo)
4. Falante (humano)
5. Espiritual (ponto no coração)
        Todo ser tem os cinco níveis, mas o nível predominante determina sua categoria. Os
animais, por exemplo, possuem algumas características que são tipicamente humanas, tais
como a capacidade de se programar para o futuro, mas essa não é sua principal característica.
            O ser humano também tem características animais, mas ainda somos basicamente
diferentes dos animais. O que faz com que as pessoas se tornem seres humanos no sentido
espiritual é sua capacidade de experimentar um estado humano único: o desejo de ser
espiritual (como o Criador), o ponto do coração.
            Este é o estágio mais elevado, onde você pode atravessar a barreira para o reino
espiritual. Atingir este estágio envolve outros fatores além dos quatro primeiros níveis de
vitalidade, que são baseados em fatores biológicos.
            Os níveis 1–4 evoluem por intermédio das pressões da natureza, que impulsionam a
evolução de modo inconsciente. Mas a evolução para o quinto nível é voluntária e consciente,
feita fora de nossa própria livre escolha. O desejo por ele é o primeiro passo para atravessar a
barreira. É o desejo de perguntar “para que serve a vida”, o desejo sobre o qual a própria
Cabala é baseada.

Tudo Que Vai Volta


            A vida nos mostra que não podemos sobreviver sem um número suficiente de pessoas
à nossa volta para servir e ajudar a prover nossas necessidades. As pessoas são seres sociais,
e a sociedade é como uma máquina onde cada indivíduo é como uma roda, ligada a outras
rodas. Uma única roda não pode avançar sozinha. No entanto, ela une o movimento de todas
as outras rodas e contribui para que a máquina cumpra a sua finalidade.
            Se a roda quebra, o problema não é da roda, mas sim de toda a máquina, porque a
roda quebrada impede a máquina de se mover. Acontece que não somos avaliados pelo que
ou quem somos, mas sim pelo tipo de serviço que prestamos à sociedade. Uma pessoa “má” é
apenas má à medida que ele ou ela prejudica o público, e não porque ele ou ela não atingiu o
nível de algum valor abstrato de bondade.
            Bons e maus atributos ou ações são bons ou maus conforme beneficiam ou não o
público. Se uma parte do grupo não contribui com a sua parte, esses indivíduos não apenas
prejudicam o coletivo, mas também são prejudicados. É por isso que uma sociedade
pessimista prejudica o indivíduo. Da mesma forma, uma sociedade boa beneficia o indivíduo.
            As pessoas são parte do todo, e o todo não vale mais do que a soma das pessoas. Na
Cabala, o coletivo e o individual são como uma mesma coisa. Uma das idéias principais para
entender a Cabala é que as pessoas perceberão que o seu próprio benefício e o benefício do
coletivo são os mesmos. À medida que as pessoas entenderem isso, o mundo estará mais
próximo de sua plena correção.
            Na Cabala, o grupo coletivo e o indivíduo são tratados igualmente. O que é bom para o
grupo é bom para o indivíduo e vice-versa. Assim, uma sociedade negativa prejudica o
indivíduo e uma sociedade positiva o beneficia.
            A Cabala explica que as nossas experiências são pessoais, mas elas são descritas em
termos gerais que se aplicam a todo e qualquer indivíduo. Por exemplo, todos nós
concordamos que o sangue é vermelho quando olhamos para ele, mas cada experiência é
diferente.
            Algumas pessoas desmaiam diante do sangue, algumas dizem “Legal!”, e há quem diga
“Ugh!”.
            Em Resumo. No ciclo espiritual, as nossas almas começaram sendo como o Criador.
Então elas desceram a escada, e agora precisamos subir e nos tornarmos de novo como Ele.
Atravessar a barreira para o reino espiritual só acontece através de um desejo de ser como o
Criador.
            A Cabala destina 6.000 anos para que todas as almas alcancem a correção, os quais
podem ser vivenciados como uma jornada alegre e excitante ou como um suplício.
Se quisermos atingir a espiritualidade, temos de escolher um ambiente espiritualmente
favorável, composto por amigos, livros, e todos os tipos de meios de comunicação.
            Tudo o resto é determinado pelas Reshimot, exceto a escolha do ambiente.
Michael Laitman
 http://www.kabbalah.info/brazilkab/essencia_da_cabala.htm
http://www.misteriosantigos.com/qabalah.htm
http://www.conscienciacosmica.com.br/ciencia-cabala-cristianismo.htm
http://www.primeboulevard.com.br/blog/
http://www.construtoresdavirtude.com.br/pag_estrela.htm
http://www.spectrumgothic.com.br/alquimia/simbolos/hexagrama.htm
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CAIBALION (HERMETISMO)

Introdução
            O Caibalion (Kybalion) é um livro esotérico sobre os Princípios Herméticos, foi
publicado pela primeira vez em 1908 em inglês. O livro foi escrito por três indivíduos auto-
intitulados Os Três Iniciados, e segundo eles contêm a essência dos ensinamentos de Hermes
Trismegisto tal como ensinado nas escolas herméticas do Antigo Egito e da Grécia
            Existem especulações de que a obra foi criada por William Walker Atkinson.
            O título Caibalion se refere a uma palavra hebraica que significa “Tradição ou preceito
manifestado por um ente de cima” e compartilha a mesma raiz da palavra Qabala. Muitas das
ideias apresentadas neste livro anteciparam conceitos relativamente modernos da Lei da
Atração e do Movimento do Novo Pensamento

Os sete princípios
 O Princípio de Mentalismo: O Todo é Mente, O Universo é Mental. A criação divina se dá
mentalmente e fazemos todos parte d’uma mente universal.
 O Princípio de Correspondência: O que está em cima é o que está embaixo, e o que está
embaixo é como o que está em cima. Existe relação entre a mente universal e nossa
própria mente humana.
 O Princípio de Vibração: Nada está parado, tudo se movimenta, tudo vibra.
 O Princípio de Polaridade: Tudo é Duplo; tudo tem Polos; tudo tem seu Oposto; o Igual e
o Desigual são a mesma coisa; os Opostos são idênticos em Natureza, mas diferentes em
Graus; extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os Paradoxos
podem ser reconciliados.
 O Princípio de Ritmo: Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés; tudo sobe e desce,
tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a
medida do movimento à esquerda, o ritmo é a compensação.
 O Princípio de Causa e Efeito: Toda Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa;
tudo acontece de acordo com a Lei; O acaso é simplesmente o nome dado a uma Lei
desconhecida; há muitos Planos de Causalidade, porém nada escapa à Lei.
 O Princípio de Gênero: O Gênero está em tudo; tudo tem seu princípio masculino e o seu
princípio feminino; o Gênero se manifesta em todos os planos da existência

Escritos herméticos
            Os escritos herméticos são uma coleção de 18 obras Gregas, e as principais são o
Corpus Hermeticum e a Tábua de Esmeralda, as quais são tradicionalmente atribuídas a
Hermes Trismegisto (“Hermes três vezes grande”).
            Estes escritos contêm os aspectos teórico e filosófico do Hermetismo em seu aspecto
teosófico. O bizantino é marcado por uma outra coleção de obras herméticas, que também são
relacionadas ao Hermes Trismegisto, e contêm uma tradição hermética popular a qual é
composta essencialmente por escritos relacionados a astrologia e alquimia.
            O hermetismo consiste, de forma sincrética, no estudo e prática da evolução e
expansão da consciência humana até à Consciência divina, penetrando assim nos mais
profundos mistérios da Criação, o que ficou conhecido como iniciação, iluminação ou senda no
Oriente.

Hermes Trismegisto
            A divindade de Hermes Trismegisto provêm da introdução do deus Toth na religião
grega. Toth é um deus egípcio o qual simboliza a lógica organizada do universo. Ele é
relacionado aos ciclos lunares a qual em suas fases expressa a harmonia do universo. E
também como deus do verbo e da sabedoria foi naturalmente identificado com Hermes. Como
o deus da sabedoria o Toth foi atribuído como escritor de uma série de textos sagrados
egipcíos os quais descrevem os segredos do universo. Os textos Herméticos antigos podem
ser considerados também retentores de ensinamento e de uma base de iniciação a antiga
religião egípcia.
            Como todos os deuses egípcios o Toth inicialmente era adorado localmente, mas
depois a adoração a ele espalhou-se por todo o Egito. Uma das localidades de adoração ao
Toth era na Grande Hermópolis. Com o estabelecimento da dinastia ptolomaica naquela região
Gregos imigraram também para a cidade sagrada de Toth. Desta imigração de gregos advém a
identificação de Hermes com Toth.

Evolução durante os anos


            Como a origem dos conhecimentos herméticos datam de alguns milhares de anos, é
natural que durante tão longo tempo hajam ocorrido grandes transformações, tanto no que diz
respeito aspectos organizacionais quando no contexto dos próprios ensinos. Disto resultou um
grande número organizações no passado assim como no presente intituladas de “Ordem
Hermética”. Os conhecimentos e a estruturação de algumas são oriundas das Escolas de
Mistérios do Antigo Egito. Naturalmente o termo “Ordem” só apareceu depois da decadência do
Egito, quando grupos de estudiosos deram nomes às organizações que transmitiam o
conhecimento deixados por Thoth.
            Sempre existiram muitas organizações que se intitularam de Sociedade, ou de Ordem
Hermética, e também na atualidade. Muitas trazem ensinamentos autênticos, embora algumas
atribuam o nome “hermética” a conceitos de grupos ou meras fantasias.
Ordens herméticas que ficaram consagradas ao longo dos séculos foram a Ordem dos
Cavaleiros Templários, a Maçonaria e a Ordem Rosacruz. A Ordem Hermética da Aurora
Dourada é uma ordem nova comparada com as anteriores, ela surgiu na década de 1880.

Princípio do Mentalismo – “O Todo é Mente; o Universo é mental.”


            O universo funciona como um grande pensamento divino. É a mente de um Ser
Superior que ‘pensa’ e assim é tudo que existe. É o todo. Toda a criação principiou como uma
ideia da mente divina que continuaria a viver, a mover-se e a ter seu ser na divina consciência.
            A matéria é como os neurônios de uma grande mente, um universo consciente e que
‘pensa’. Todo o conhecimento flui e reflui de nossa mente, já que estamos ligados a uma mente
divina que contém todo o conhecimento.
            A verdade contida neste princípio é que “Tudo é Mente”. Significa “o Todo”, que é a
Realidade substancial que se oculta em todas as manifestações e aparências que conhecemos
sob o nome de Universo Material, Fenômenos da Vida, Matéria, Energia, tudo o que tem
aparência aos nossos sentidos materiais.
            Quando se descobre a verdade que O Todo é Espírito, é incognoscível e indefinível em
si mesmo, mas pode ser considerado como uma Mente Vivente Infinita e Universal. O mundo
fenomenal ou universo é simplesmente uma Criação Mental do Todo, sujeita às Leis das
Coisas criadas, e que o universo, como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua
existência na mente do Todo, em cuja Mente, vivemos, nos movemos e temos a nossa
existência.
            Poderíamos dizer que a nossa existência se baseia nas forças do universo para que
nossas potencialidades sejam ativadas. É pela natureza Mental do Universo que se explica
todos os fenômenos mentais e psíquicos, habilitando as pessoas a acessar as Leis do Universo
Mental para aplicá-las na própria felicidade e evolução. O Eu é pura energia ligada ao
mentalismo universal, e quanto mais se busca a verdadeira natureza, o próprio Eu, mais se
aproxima do campo da potencialidade pura, mais entendemos que somos parte da Inteligência
Universal.
            O estudante que trilha os primeiros passos destes estudos, como o contato pela
primeira vez com os conhecimentos desta instrução, por exemplo, ainda não sabe aplicar
inteligentemente a grande Lei Mental, apesar de empregá-la de maneira casual. No grau de
Aspirante que nosso ponto de referência interior é o espírito, o Eu, não o ego. Devemos,
portanto, aprender a ignorar a busca da aprovação dos outros, querer controlar as coisas, ter
necessidade do poder externo, da posse das coisas, para depois ir a busca da sintonia de
nossa verdadeira essência com a realidade universal.
            Com a Chave-Mestra em seu poder, o estudante poderá abrir as diversas portas do
templo psíquico, mental e espiritual do conhecimento e entrar por elas livre e inteligentemente.
Podem-se acessar três importantes portais: o da persistência, o da coragem e o da humildade;
com a Chave-Mestra nas mãos o universo se abrirá ao espírito buscador. A Bíblia se reporta a
essas passagens com as referências: “Procurais e encontrareis”; “Bateis e sereis atendidos”;
“Pedis e recebereis”. Tudo poderá ser realizado pelo poder da Lei Mental; a verdadeira
natureza da Força, da Energia e da Matéria; tudo está subordinado ao domínio da Mente.     
            “A Chave-Mestra” é o conhecimento que aciona a abertura das portas do Caminho do
Domínio sobre as coisas. “Aquele que compreende a verdade da Natureza Mental do Universo
está bem avançado no Caminho do Domínio”, uma citação dos antigos hermetistas. É com a
Chave-Mestra que se consegue o Domínio, o “Caminho do Domínio”; sem a Chave, o
estudante baterá em vão nas diversas portas do Templo; com a Chave – Mestra, a
potencialidade pura se torna possível ser acessada para o total Domínio, para a comunhão da
essência divina do humano com a realidade universal.
            Como tudo na vida, desde nossa primeira educação na infância, os passos são longos
e cada um ao seu tempo; o descortinamento ocorre para todos os buscadores, sem exceção; o
preparo do nosso mental, o desabrochar do nosso Eu é muito particularizado para cada
criatura; é como a floração das diferentes espécies, cada uma ao seu tempo, e com
florescência própria, com sua particular e individualizada beleza e perfume.  A vida é alquimia
pura, mudanças, transformações e evolução constante, sempre o esforço premiado pela
transmutação. Os estudos, as meditações, a dedicação acelera o preparo; a experiência de
vida, a experiência cronológica na vida traz ensinamentos da escola da vida que acelera
nossas habilidades de acesso às ferramentas de contato com o etéreo, com nosso divino; além
disso, temos a dimensão da eternidade da vida da alma que é eterna aprendiz. Sempre é
tempo de começar, ou de continuar, a jornada do esclarecimento, da luz, da transmutação.
Nossa divindade se encontra em estado de graça sempre que a descobrimos, ou a
redescobrimos. É tão intenso e arrebatador esse poder que se encontra grande prazer em se
ligar às pessoas hermetistas e elas a você. É o poder do vínculo originado do amor verdadeiro,
do reconhecimento do divino, da essência divina em nós. É o reconhecimento que não estamos
sós, que estamos em Deus, e todos somos deuses e deusas, essências da mesma essência.
            Se desejamos desfrutar os benefícios da potencialidade pura, se queremos fazer pleno
uso da criatividade, que é inerente à consciência pura, ao Mentalismo, à Consciência Cósmica,
precisamos ter acesso a ela. A Mente, tão bem como os metais e os elementos, pode ser
transmutada de estado em estado, de grau em grau, de condição em condição, de pólo em
pólo, de vibração em vibração. A verdadeira transmutação hermética é uma “Arte Mental”. Essa
transmutação hermética significa dizer que o aprendizado da prática do silêncio, da meditação
e do conhecimento de grau em grau todos os ensinamentos, nos torna detentores de saberes,
de valores, de poderes que devem ser utilizados usualmente na vida diária.
            E praticar todo o tempo os valores herméticos apreendidos significa assumir o
compromisso de atuar na vida com o viés da espiritualidade, da divindade humana, e isso é
perene transmutação; é necessário nessa conduta, reservar sempre um tempo do dia para o
contato mais profundo com o simplesmente ser, com a própria espiritualidade, pela meditação
e pelo silencio; é permitir que o ser espiritual e mágico interno atue nas vinte e quatro horas do
dia; é dar espaço para a verdadeira essência atuar, mais sábia que o Ego.
            Transmutação é um termo usualmente empregado para a antiga arte da transmutação
dos metais, particularmente dos antes denominados metais impuros em ouro. A palavra
transmutar significa mudar de uma natureza, forma ou substância, em outra; significa
transformar. Da mesma forma, “Transmutação Mental” significa a arte de transformar e de
mudar os estados, as formas e as condições mentais em outras. Portanto a Transmutação
Mental é a Arte da Química Mental, ou uma forma de psicologia mística.
            Isso acontece porque “O Todo é Mente; o Universo é Mental”, significando que a
Realidade Objetiva do Universo é Mente; e o mesmo Universo é Mental, isto é, existente na
Mente do Todo. Se o Universo é Mental na sua natureza, a Transmutação Mental pode ser
considerada como a arte de “Mudar as Condições do Universo”, nas divisões de Matéria, Força
e Mente.
            Se Tudo é Mental, então a arte que ensina a transmutar as condições mentais pode
tornar o Mestre diretor das condições materiais tão bem como das condições chamadas
ordinariamente mentais. De fato, o alquimista necessita estar adiantado na Alquimia Mental
para obter o grau necessário de poder a fim de dominar as grosseiras condições físicas e os
elementos da Natureza. Que tais homens tenham existido e existam ainda hoje, é matéria da
maior certeza para todos os ocultistas adiantados de todas as escolas. Que existem Mestres e
que eles têm estes poderes, os melhores instrutores asseguram-no a seus discípulos, tendo
experiências que os justificam nestas opiniões e declarações. Estes Mestres não exibem em
público os seus poderes, mas procuram o afastamento do tumulto dos homens, com o fim de
abrir melhor o seu caminho na Senda do Conhecimento. Mencionamos aqui a sua existência
simplesmente com o fim de chamar a atenção para o fato de que o seu poder é inteiramente
Mental, e de que eles operam conforme as linhas da mais elevada transmutação mental, e em
conformidade com o Principio Hermético de Mentalismo – “O Universo é Mental”.
            Os discípulos do hermetismo de fato operam e interferem no mundo mental e no
material, pois tudo o que chamamos fenômenos psíquicos, influencia mental, ciência mental, ou
fenômenos de pensamento, se realizam pela mesma linha geral, porque nisto está mais um
princípio oculto do que é a matéria cujo nome é dado ao fenômeno. O discípulo que é
praticante da transmutação mental opera no plano mental, transmutando as condições mentais,
os estados em outros, de acordo com diversas fórmulas ora mais, ora menos eficazes. Os
diversos tratamentos, as afirmações e negações das escolas da ciência mental são antes
fórmulas, frequentemente muito imperfeitas e não científicas, da Arte Hermética. A maioria dos
praticantes modernos são ignorantes a respeito dessa arte, em comparação com os antigos
Mestres, pois eles carecem do conhecimento fundamental sobre que é baseada a operação de
sua prática. Ações espiritualistas de conquistas em diferentes necessidades, nas diversas
denominações religiosas conhecidas, são resultados de ações ora mais ora menos eficazes do
poder do mentalismo. Não somente os próprios estados mentais podem ser mudados ou
transmutados pelos métodos herméticos, mas também os estados mentais dos outros o
podem, e são mesmo constantemente transmutados, quase sempre inconscientemente, mas
por vezes conscientemente por uma pessoa que conheça as leis e os princípios nos casos em
que a pessoa influenciada não esteja informada dos princípios e da proteção própria. E, ainda
mais, como sabem os discípulos e praticantes da ciência mental, toda condição material que
dependa das mentes dos outros pode ser mudada ou transmutada de acordo com o desejo, a
vontade e os tratamentos reais da pessoa que deseja mudar as condições da vida.
            Entendemos então que nessas intervenções na Natureza, lidamos com forças
invisíveis, mas reais energias que atuam na matéria. Do que é feito esse material, de onde vem
e para onde se direciona?
            Debaixo e dentro de todas as aparências ou manifestações exteriores, sempre houve
uma Realidade Substancial. Esta é a Lei. O homem, considerando o Universo, de que é
simplesmente uma partícula, observa que tudo se transforma em matéria, em forças e em
estados mentais. Ele conhece que nada é real, mas que pelo contrário, tudo é móvel e
condicional. Nada está parado; tudo nasce, cresce e morre; no momento que algo chega a seu
auge, logo começa a declinar; a Lei do Ritmo está em constante ação; não há realidade,
qualidade duradoura, fixidez ou substancialidade em qualquer coisa que seja; nada é
permanente, tudo se transforma. O homem que observa as Leis do Universo vê que todas as
coisas evoluem de outras coisas, e resolvem-se em outras; vê uma constante ação e reação,
um fluxo e refluxo, uma criação e destruição, o nascimento, crescimento e a morte. O homem
hermetista realizará todas essas coisas mutáveis mediante os conhecimentos que vai
adquirindo do Todo, que serão, contudo, aparências ou manifestações exteriores da mesma
Força Oculta, da mesma realidade substancial. O Todo pode ser chamado de divindade (sob
vários títulos), eterna e infinita energia, diferentemente de acordo com os diferentes dogmas
criados pela humanidade.
            O Hermetismo considera O Todo incognoscível, mas os estudos não se centram no
desvendar e sim no conhecer, no vivenciar, no interagir. O hermetismo considera todas as
teorias, conjecturas e especulações dos teólogos e metafísicos a respeito da natureza íntima
do Todo como esforços infantis das mentes finitas para compreender o segredo do Infinito.
Considera-se que tais esforços sempre se desviaram da verdadeira natureza do seu fim. Uma
pessoa que prossegue em tais investigações vai, de circuito em circuito no labirinto do
pensamento prejudicar seu são raciocínio, a sua ação e a sua conduta, até ficar totalmente
inutilizada para o trabalho da vida. É como o esquilo, que furiosamente corre dentro de
redondeza da sua gaiola, caminhando sempre sem nunca chegar a parte alguma, e parando
somente quando se assusta: é enfim um prisioneiro.
            Devemos atuar, aprender a interagir, trazer do não manifesto ao manifesto as criações,
mas não nos preocuparmos com explicações dos atributos do Todo, porque na verdade nunca
saberemos, porque são presunçosos os que atribuem ao Todo a personalidade, as qualidades
e propriedades como atributos e características deles mesmos, e querem que o Todo tenha
emoções, sensações e outras características humanas como desejo de lisonjas, de louvores,
desejos de oferendas e adorações, e todos os outros atributos que sobrevivem desde a
infância da espécie humana.
            A religião para nós é a realização institucional da existência do Todo, e sua relação
para com ele, ao passo que a teologia representa o esforço do homem em atribuir-lhe
personalidade, qualidades e características, as teorias a respeito dos seus negócios, planos,
desejos e vontades, e as apropriações de tudo isso para o ofício de “mediadores” entre o Todo
e o povo. A religião tem seu princípio na Realidade; a teologia se constitui no mais incerto
apoio para a mente ou a alma do homem. Esse é o ponto de vista do hermetismo. Existem,
entretanto, verdades conexas do Todo que a mente humana detectou e as aceita, mormente
quando concordam com testemunhos de Iluminados dos Planos Superiores.
            As verdades – Primeira: O Todo é tudo o que é real. Nada pode existir fora do Todo,
porque do contrário o Todo não seria mais o Todo; Segunda: O Todo é infinito, porque não há
quem defina, restrinja e limite o Todo. É infinito no tempo ou eterno; existiu sempre sem cessar;
porque nada há que o pudesse criar, e se ele não tivesse existido, não poderia existir agora;
existirá perpetuamente, porque não há quem o destrua, e ele não pode deixar de existir, porque
aquilo que é alguma coisa não pode ficar sendo nada. É infinito no espaço; está em toda a
parte porque não há lugar fora do Todo; é contínuo no Espaço sem cessação, separação ou
interrupção, porque nada há que separe, dívida ou interrompa a sua continuidade, e nada há
para encher lacunas. É infinito ou Absoluto em poder; porque não há nada para limitá-lo,
restringi-lo, ou acondicioná-lo; não está sujeito a nenhum outro poder, porque não há outro
poder; Terceira: O Todo é imutável, ou não está sujeito a ser mudado na sua natureza real,
nada há que possa operar mudanças nele, nada há em que possa ser mudado nem nada que
tenha sido mudado. Não pode ser aumentado nem diminuído, nem fica maior ou menor, seja
qual for o motivo. Ele sempre foi e sempre será tal como é agora: O Todo. Nada houve, nada
há e nada haverá em que ele possa ser mudado.
            Absolutamente, não! A Matéria não pode manifestar a Vida ou a Mente, e como elas
são manifestadas no Universo, porque nada é superior à sua própria origem, nada se manifesta
como efeito que não esteja na causa, nada evolui como conseqüente que não tenha involuido
como antecedente. Quando a ciência moderna nos diz que não há realmente outra coisa senão
matéria, devemos saber que aquilo que ela chama matéria é simplesmente uma energia ou
força interrompida, isto é, uma energia ou força com poucos graus de vibração. A ciência
materialista já abandonou a teoria da matéria e agora se apoia sobre a base da energia.
            O Todo Não é Energia ou Força, como é empregado esses termos pela ciência comum,
porque essas são coisas cegas e mecânicas, privadas de Vida e de Mente. A Vida ou a Mente
não pode evoluir da Energia ou Força cega, pela razão dada acima, que “Nada é superior à sua
própria origem; nada evolui que não tenha involuido; nada se manifesta como efeito que não
tenha a sua causa”. Assim O Todo não pode ser simplesmente Energia ou Força, porque se
assim fosse não teriam existência a Vida e a Mente, e sabemos que elas existem, porque nós
temos Vida, e empregamos a Mente para considerar esta questão, assim como os que
pretendem que a Energia ou Força seja Tudo.
            Hoje aprendemos que o superior no universo à Matéria e Energia, são a Vida e a
Mente, em todos os seus diversos graus de desenvolvimento. O Todo é a Mente Vivente, muito
acima do que nós mortais conhecemos como Vida e Mente; a Infinita Mente é muito superior à
Vida e à Mente finitas. O Todo é a Infinita Mente Vivente que o Iluminado denomina Espírito!
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Princípio da Correspondência – “O que está em cima é como o que está


embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima””
            A perspectiva muda de acordo com o referencial. A perspectiva da Terra normalmente
nos impede de enxergar outros domínios acima e abaixo de nós. A nossa atenção está tão
concentrada no microcosmo que não nos percebemos o imenso macrocosmo à nossa volta.
            O princípio de correspondência diz-nos que o que é verdadeiro no macrocosmo é
também verdadeiro no microcosmo e vice-versa.
            O Princípio de Correspondência contém a verdade que existe uma correspondência
entre as leis e os fenômenos dos diversos planos da existência. O antigo axioma hermético diz
as palavras: “O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o
que está em cima”. A compreensão desse princípio dá meios de explicar muitos paradoxos e
segredos da Natureza. Por meio desse saber, pode-se estudar e chegar a compreender muitas
coisas fora de alcance, em planos existenciais distantes, porque se tem acesso a eles por meio
da correspondência.
            As vidas no planeta são as interações de todos os elementos que estruturam o
universo, as vidas nada mais são do que interações harmoniosas de todos os elementos e de
todas as forças que estruturam o campo da existência. De acordo com os antigos hermetistas,
o uso constante do Princípio da Correspondência rasga aos poucos o véu de Ísis e um
vislumbre da face da deusa pode ser percebido. É o mesmo que os princípios da geometria
habilitam o homem, enquanto em seu observatório, a medir sóis longíguos, assim também o
conhecimento do Princípio da Correspondência habilita o homem a raciocinar inteligentemente
do conhecido ao desconhecido.
            O Segundo Grande Princípio Hermético explica a verdade que há uma harmonia, uma
correlação e correspondência entre os diferentes planos de Manifestação, Vida e Existência.
Esta afirmação é uma verdade porque tudo o que está incluído no Universo emana da mesma
fonte; as mesmas leis, princípios e características se aplicam a cada unidade, ou combinação
de unidades de atividade, assim como cada qual manifesta seus fenômenos no seu próprio
plano.
            Temos diferentes planos no Universo, cada qual com seus fenômenos. O Universo é
dividido em três grandes classes de fenômenos, conhecidas como os Três Grandes Planos que
são O Grande Plano Físico, O Grande Plano Mental e O Grande Plano Espiritual. Estas
divisões são na verdade graus ascendentes da grande escada da Vida, o ponto mais baixo da
qual é a Matéria não diferenciada, e o ponto mais elevado o Espírito; mas esses planos se
interpenetram, portanto não é possível, na prática, exata separação dessas realidades. Esses
Três Grandes Planos são considerados como três grandes grupos de graus de Manifestação
Vital.
             “Plano” não é lugar tendo dimensões, nem uma dimensão ordinária do espaço, mas é
um estado ou uma condição, um grau de dimensão em escala sujeita a medida.  Pode parecer
paradoxal, mas examinemos melhor o assunto. Uma “dimensão” é uma medição, por exemplo,
de espaço, em linha reta em relação ao comprimento. As dimensões do espaço são
comprimento, largura, altura, também a espessura e a circunferência. Mas há outra dimensão,
a das coisas criadas e não manifestadas na Matéria densa, há muito conhecida dos ocultistas,
também hoje dos cientistas, apesar destes não a denominarem com o termo “dimensão”; e esta
nova dimensão, que futuramente será mais investigada como Quarta Dimensão, é a marca
usada na determinação dos Graus ou Planos. Que hoje a ciência já investiga isso através de
experimentos com partículas subatômicas. Mas como essa Quarta Dimensão, que não é um
lugar no espaço e sim um estado, uma condição, pode estar sujeito a medidas.
            De fato, vários experimentos científicos hoje estudam o assunto. Esta Quarta Dimensão
pode ser chamada a “Dimensão da Vibração”. Como disse, esse é um fato bem conhecido para
a moderna ciência, mas também para os hermetistas que há milênios estabeleceram essa
verdade no seu Terceiro Princípio hermético, que estudaremos depois, onde se enuncia que
“tudo se move, tudo vibra, nada está parado”. Os diferentes coeficientes, direções e maneiras
ou formas de movimento dessas vibrações estabelecem graus numa escala, que pode ser
medida, e estabelecem os graus da Quarta Dimensão, graus esses que os ocultistas chamam
de “Planos”. O grau mais elevado de vibração constitui o plano mais elevado, onde se acham
as mais elevadas manifestações da Vida. Assim, apesar de um Plano não ser um lugar, nem
ainda um estado ou uma condição, ele possui as qualidades de ambos.
            Deve-se lembrar que as divisões dos fenômenos do Universo que são empregadas
pelos hermetistas visam facilitar o pensamento e o estudo dos vários graus e formas da
atividade e da vida universal. O átomo de matéria, a unidade de força, a mente do homem e a
existência do Arcanjo são graus de uma escala, e fundamentalmente a mesma coisa, a
diferença sendo simplesmente uma questão de grau e coeficiente de vibração; tudo é criação
do Todo, e só têm sua existência na Infinita Mente do Todo. Os hermetistas subdividem cada
um dos Três Grandes Planos em Sete Planos menores, e cada um destes são também
subdivididos em sete subplanos, penetrando uns nos outros, e novamente, adotados para
conveniência do estudo.
            Vamos então estudar com atenção as subdivisões do Grande Plano Físico.
            O Grande Plano Físico, com seus Sete Planos menores, é a divisão dos fenômenos do
Universo que inclui todos os que são relativos às coisas, forças e manifestações físicas ou
mentais. Inclui todas as formas de que chamamos Matéria, Energia ou Força. A filosofia
hermética não reconhece a Matéria como uma “coisa em si”, ou como tendo uma existência
separada constante na Mente do Todo. Os ensinamentos explicam que a Matéria é antes uma
forma da Energia, num coeficiente inferior de vibrações de certa espécie. Assim, o hermetismo
classifica a Matéria como a extremidade inferior da Energia dando-lhe três dos Sete Planos
menores do Grande Plano Físico. Temos assim, os três Planos da Matéria (A, B, C), o Plano da
Substancia Etérea, e os três Planos da Energia (A, B, C), nessa seqüência.
            O Plano da Matéria (A) compreende as formas da Matéria em suas formas de sólidos,
líquidos e gasosos como geralmente reconhecem os livros de física.  O Plano da Matéria (B)
compreende as formas mais elevadas e mais sutis da Matéria, cuja existência a ciência
moderna já reconhece, que são os fenômenos da Matéria Radiante (radioatividade, laser,
ressonância magnética, etc.), contidos na subdivisão inferior deste Plano menor: subdivisão de
(B). O Plano da Matéria (C) compreende as formas da Matéria mais sutil e tênue, cuja
existência não é suspeitada pelos cientistas. O Plano da Substancia Etérea compreende o que
a ciência chama “O Éter”, uma substancia de extrema tenuidade e elasticidade, que penetra
todo o Espaço do Universo, e age como mediador para a transmissão de ondas de energia,
como a luz, o calor, a eletricidade, etc. Esta substancia etérea forma um elo entre a Matéria e a
Energia, e participa da natureza de ambas. Também este plano tem sete subdivisões, como
todos os Planos menores anteriores, e os três da Energia. Imediatamente acima desse Plano
está o Plano da Energia (A) que compreende as formas de Energia conhecidas da ciência,
sendo os sete subplanos o Calor, a Luz, o Magnetismo, a Eletricidade, a Gravitação, Afinidade
Química e Radioatividade. O Plano da Energia (B) tem sete subdivisões de energias e são as
“Forças Mais Sutis da Natureza”, presentes nas manifestações de certos fenômenos mentais.
O Plano de Energia (C), também com sete subplanos, tem Energias tão elevadas que têm
muitos caracteres da Vida, Energias mais afeitas ao uso dos entes do Plano Espiritual. Tais
Energias são distantes do homem comum, e são tidas como expressão da Força Divina.
            Subdivisões do Grande Plano Mental.
            O segundo Grande Plano, O Grande Plano Mental, compreende as formas de
pensamentos viventes, alguns deles normalmente reconhecidas, outros somente pelos
ocultistas. Esse Grande Plano tem a seguinte subdivisão, na seqüência: o Plano da Mente
Mineral, o Plano da Mente Elemental (A), o Plano da Mente Vegetal, o Plano da Mente
Elemental (B), o Plano da Mente Animal, o Plano da Mente Elemental (C) e o Plano da Mente
Hominal. O Plano da Mente Mineral compreende os estados ou as condições das unidades,
entidades ou grupos e combinações que animam as formas conhecidas como minerais. Essas
entidades não podem ser confundidas com as moléculas, os átomos, que são simplesmente os
corpos ou as formas materiais destas entidades, assim como o corpo de um homem é a sua
forma material e não ele mesmo. Essas entidades podem ser chamadas de espíritos, seres
viventes em um grau inferior de desenvolvimento, vida e mente, exatamente um pouco maior
que as unidades de Energia Vivente que compreendem elevadas subdivisões do Plano Físico.
Como ocultistas atribuímos então possessão de mente, espírito e vida ao Reino Mineral. As
moléculas, átomos estruturam minerais que têm seus amores e ódios, suas semelhanças e
dessemelhanças, atrações e repulsões, afinidades e desafinidades, sendo então que o desejo,
a vontade, as emoções e todos os sentimentos dos minerais apenas diferem em grau dos que
têm os homens. O próximo Plano, O Plano da Mente Elemental (A), compreende o estado ou
condição e desenvolvimento mental e vital de seres invisíveis aos sentidos do homem comum,
mas muito presentes na vida do Universo, e muito conhecidos dos hermetistas. Seu grau de
inteligência está entre a das entidades minerais e das vegetais, havendo sete subdivisões. Aqui
se enquadram os Seres Elementais.
            Os cinco Planos Menores do Grande Plano Mental.
            O terceiro Plano na seqüência, O Plano da Mente Vegetal, em suas sete subdivisões,
compreende os estados ou as condições das entidades contidas no Reino Vegetal, os
fenômenos vitais e mentais que as pessoas de inteligência média já podem bem compreender.
Aliás, muito hoje se pública sobre o assunto “Mente e Vida das Plantas”. As plantas têm vida,
mente e espírito, tanto quanto os animais e o homem. Temos então, nas suas sete subdivisões,
desde o ser vegetal unicelular até os pluricelulares, e dentre estes, dos menos aos mais
evoluídos. O Plano Elemental (B), nas sete subdivisões, compreende os estados de uma forma
mais elevada das entidades elementais, invisíveis ao homem comum, cuja mente e vida
situam-se na escala entre o Plano da Mente Vegetal e o Plano da Mente Animal, participando
da natureza de ambos. O Plano da Mente Animal, com sete divisões, compreende os estados
de entidades, entes ou espíritos que animam as formas de vidas animais, dos menos aos mais
evoluídos, muitos familiares ao homem. O Plano de Mente Elemental (C), nas sete subdivisões
também, compreende entidades ou seres invisíveis, como o são todas as formas elementais,
conhecidos aqui como animais de poder em certos rituais, participam da natureza da vida
animal e da humana em certo grau e em certas combinações. As formas mais elevadas são
meio-humanas em inteligência. Esses seres são muito conhecidos dos ocultistas e das
religiões xamânicas, nas suas diferentes expressões. Por fim, o último dos subplanos do
Grande Plano Mental é o Plano da Mente Humana, nas suas sete subdivisões, que
compreende as manifestações da vida e da mentalidade que são comuns ao Homem, nos seus
vários graus e divisões. O homem médio ocupa a quarta subdivisão desse Plano, e somente o
mais evoluído cruzou as fronteiras da quinta subdivisão. A espécie humana gastou milhões de
anos para alcançar esta posição, e serão necessários muitos anos mais para que ela passe à
sexta e à sétima subdivisão e vá além. Contudo há alguns espíritos avançados da nossa
espécie que ultrapassaram as massas e que passaram a sexta e a sétima etapa, e alguns
poucos estão acima delas. O homem da sexta subdivisão é denominado “Super-Homem”, e o
da sétima “O Homem de Cima”. Os planos elementais que estudamos têm a mesma relação
com os planos da Mentalidade e da Vida Mineral, Vegetal, Animal e Hominal, como as claves
pretas do teclado do piano têm para com as claves brancas; as claves brancas produzem
música, mas há certas escalas, melodias e harmonias em que as claves pretas são essenciais;
são elos da condição do espírito; são entidades que podem atingir diversos planos, agindo no
processo da evolução da vida.
            O último grande plano, O Grande Plano Espiritual.
            Sobre O Grande Plano Espiritual poderemos falar somente nos termos mais gerais
porque como poderemos explicar estes estados mais elevados do Ente, da Vida e da Mente
para nós mesmos que somos inábeis para compreender e entender essas mais elevadas
expressões de Vida. Como pode ser a luz descrita por um homem nascido cego, ou a harmonia
a um nascido surdo? A nomenclatura que a humanidade tem usado para os Seres desse
Grande Plano, e que o hermetismo adota, tem apenas o propósito de classificar e nomear
essas expressões de Vida para o estudo. Tudo que podemos dizer é que os sete planos
menores do Grande Plano Espiritual, e cada plano menor com suas sete subdivisões,
compreendem os Entes que possuem a Vida, a Mente e a Forma acima da do homem atual,
como a deste está acima do verme terrestre, do mineral ou de certas formas da Energia. A Vida
destes Seres é tão transcendental para nós que ainda não podemos pensar nos detalhes, e
nossos processos mentais são para Eles como muito próximos da matéria. A matéria de que
são compostos são dos planos mais elevados da Matéria, e muitos estão constituídos por um
estado de pura Energia. Nos sete planos menores do Grande Plano Espiritual existem Entes
que chamamos de Anjos, Arcanjos e Semideuses. No primeiro plano menor vivem as grandes
almas que denominamos Adeptos, Mestres Ascensos, e os Seres Interplanetários. Acima deles
fica a Grande Hierarquia das Hostes Angélicas, inconcebíveis ao entendimento do homem;
acima destas ficam os que podem ser chamados de Os Deuses, tão elevados na escala da
existência estão que suas inteligências e poderes são semelhantes aos atribuídos pela espécie
humana às suas concepções da divindade. Estes Seres, como também os das Hostes
Angélicas, tomam interesse nos negócios do Universo, promovendo proteção e exercendo
poderosa influencia no processo da Evolução e do Progresso Cósmico. Há ocasionais
intervenções Deles na assistência nos negócios humanos, o que criou as muitas lendas,
crenças, religiões e tradições do passado ao presente. Essas Entidades impõem ao mundo os
seus conhecimentos e poderes conforme a Lei do Todo. Estamos tratando das Entidades do
terceiro subplano do Grande Plano Espiritual, e mesmo com os grandes ocultistas, os mais
iluminados como o Mestre Hermes, e com todas as tradições dos estudos místicos da
humanidade, não passamos além dessas noções; notícias dos outros subplanos mais elevados
ainda não foram canalizadas, somente suas existências!
            É importante saber que mesmo esses mais elevados Entes deste plano, existem
simplesmente como criações do Todo, e são sujeitos aos Processos Cósmicos e às Leis
Universais. Eles são ainda Mortais. Podemos chamá-los deuses comparados conosco, mas
ainda são os Irmãos mais Velhos da existência, as Almas mais avançadas que ultrapassaram
os seus irmãos, e que renunciaram ao êxtase da Absorção pelo Todo com o fim de ajudar o
Universo, e a humanidade, cada qual em sua escala de vibração, para a jornada de subir o
Caminho, buscar a Evolução. Mas eles pertencem ao Universo e estão sujeitos às suas
condições, são mortais, e os seus planos estão abaixo do Espírito Absoluto. Os fenômenos
espirituais são tão superiores aos Planos Mentais, fora de nossa compreensão, que uma
tentativa de explicá-los resultaria em confusão de idéias, falsas idéias certamente; somos
cegos e surdos à essa realidade.
            Esses fenômenos são tão superiores que somente aqueles cujas mentes foram há
muito adestradas nas linhas da filosofia hermética, e que transportam consigo conhecimentos
adquiridos, podem compreender o significado dos ensinamentos sobre o Plano Espiritual. A
procura de nossos templos, e a de outros templos hermetistas para a busca desses
ensinamentos, demonstra uma aptidão que se encontra nas pessoas que estão em meio a
essa jornada, como certamente é o caso dos aqui presentes, e que persistirem na caminhada.
Muitos destes preceitos são considerados secretos por nós, hermetistas, são sagrados,
importantes, mas perigosos para a disseminação ao público em geral. É porque o
reconhecimento da palavra Espírito, e o contato com esse poder, é semelhante ao Poder
Vivente, à Força Animada (que anima), à Essência Oculta, à Essência da Vida. Não se deve
confundir essa força com os termos usuais de religioso, eclesiástico, etéreo, santo, etc. Aos
ocultistas o Espírito tem o sentido do “Princípio Animado”, idéia de poder, energia vivente, força
mística. E nós ocultistas sabemos que o que é conhecido como Poder Espiritual pode ser
empregado tanto para o mau como para o bom fim, em concordância ao Princípio da
Polaridade, que estudaremos mais adiante, fato bem conhecido de muitas religiões, nas suas
concepções de diabo, Lúcifer, Anjos caídos, etc. Por isso, nossos experimentos e mais
profundos estudos destes Planos se conservarão na Câmara Secreta do Templo, para os que
de nós lá adentrarmos no futuro como sacerdotes e sacerdotisas. Podemos afirmar que aquele
que atingiu os poderes espirituais superiores possíveis ao humano, e empregou-os mal, tem
um terrível destino, e a vibração do pêndulo do Ritmo inevitavelmente lançá-lo-á no extremo
mais baixo da existência material, de cujo ponto terá de refazer sua jornada pelas muitas voltas
do Caminho, mas sempre com a tortura de ter consigo uma ligeira memória das alturas de que
caiu por causa das más ações. A lenda da queda dos Anjos tem uma base nos fatos atuais
como bem sabem os mais avançados ocultistas. Os esforços para poderes egoístas no Plano
Espiritual inevitavelmente traz ao espírito egoísta a perda da sua balança espiritual, e a queda
do mesmo modo que foi elevado. Mas ainda assim, a tal alma é dada a oportunidade da volta.
O Princípio da Correspondência “O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está
embaixo é como o que está em cima”, permeia todos os Três Grandes Planos, o Físico, o
Mental e o Espiritual, porque há uma correspondência harmoniosa e correlação entre os
diversos planos.
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Princípio da Vibração – “Nada está parado, tudo se move, tudo vibra”


           No universo todo movimento é vibratório. O todo se manifesta por esse princípio. Todas
as coisas se movimentam e vibram com seu próprio regime de vibração. Nada está em
repouso. Das galáxias às partículas sub-atômicas, tudo é movimento.
            Todos os objetos materiais são feitos de átomos e a enorme variedade de estruturas
moleculares não é rígida ou imóvel, mas oscila de acordo com as temperaturas e com
harmonia. A matéria não é passiva ou inerte, como nos pode parecer a nível material, mas
cheia de movimento, ou seja, tudo é energia e está em constante movimento.
            O Princípio de Vibração compreende a verdade que o movimento é manifestado em
tudo no Universo, que nada está parado, que tudo se move, vibra e circula. Este princípio
hermético foi reconhecido por muito dos maiores filósofos gregos que o introduziram em seus
sistemas. Mas, depois, por muitos séculos, foram perdidos pelos pensadores que estavam fora
das fileiras herméticas. Mas no século IX, a ciência física descobriu novamente a verdade e as
descobertas científicas do século XX acrescentaram as provas de exatidão e verdade da
secular doutrina hermética.
            Significa que tudo em todo lugar está em constante vibração!
        Os ensinamentos herméticos dizem que não somente tudo está em movimento e vibração
constante, mas também que as diferenças entre as diversas manifestações do poder universal
são devidas inteiramente à variação da escala e do modo das vibrações.  No plano físico, um
objeto que se move rapidamente (como uma roda gigante) parece estar parado. O Espírito
vibra também mais intensamente ainda, ou seja, está numa extremidade do pólo das vibrações,
enquanto a matéria na outra, numa manifestação mais densa; entre esses dois pólos estão
milhões de escalas e modos de vibração.
            Matéria e Energia são então manifestações diferentes de vibração, e a ciência moderna
prova que o que chamamos Matéria e Energia são simplesmente modos de movimento
vibratório, inclusive hoje muitos dos mais adiantados cientistas estão concordando com os
hermetistas que sustentam que os fenômenos da Mente são modos semelhantes de vibração e
movimento. A ciência ensina que toda a matéria manifesta, em alguns graus, as vibrações
procedentes da temperatura ou calor. Seja um objeto quente ou frio, ambos sendo
simplesmente graus da mesma coisa, ele manifesta certas vibrações quentes, e neste sentido
está em movimento e vibração. Logo, todas as partículas da matéria estão em movimento
circular, desde os corpúsculos até os sóis. Os planetas giram ao redor dos sóis, e muitos deles
giram sobre seus eixos. Os sóis movem-se ao redor dos grandes pontos centrais, e crê-se que
estes se movem ao redor de maiores pontos, e assim por diante, até o infinito. As moléculas de
que as espécies particulares da matéria são compostas se acham num estado de constante
vibração e movimento umas ao redor das outras. As moléculas são compostas por átomos,
que, semelhantemente, se acham em estado de constante movimento e vibração. Os átomos
são compostos de corpúsculos, elétrons, nêutrons, prótons e sub-partículas menores ainda,
que estão em estado de movimento rápido, girando sempre, manifestando uma intensa
vibração. Assim, todas as formas de matéria manifestam a vibração, de acordo com o princípio
da Vibração.
            A ciência ensina que a luz, o calor, o magnetismo e a eletricidade são simplesmente
formas de movimentos vibratórios provavelmente emanados do éter. A ciência não explica a
natureza dos fenômenos conhecidos como “coesão”, que é o princípio de atração molecular,
nem a “afinidade química”, que é o princípio da atração atômica, nem a “gravitação”, o maior
mistério dentre todos, que é o princípio da atração pela qual uma partícula ou massa de
matéria é atraída por outra. Apesar dessas formas de energia não serem entendidas, é aceito
amplamente que são manifestações da mesma forma da energia vibratória, fato que os
hermetistas descobriram e dizem há milênios.
            O Éter é considerado pela ciência, muito embora com a compreensão limitada de sua
natureza, uma realidade sempre considerada pelos hermetistas como uma manifestação
elevada da matéria, uma matéria em um grau elevado de vibração denominada de “substancia
etérea”. O hermetismo considera que a “substancia etérea” é de extrema tenuidade e
elasticidade, que penetra o espaço universal servindo como meio de transmissão das ondas da
energia vibratória como o calor, a luz, a eletricidade, o magnetismo, e todas outras. A
substancia etérea é um elo de união entre as formas da energia vibratória conhecida como
matéria, de um lado, e a energia ou força do outro.
            Uma exemplificação concreta, que pode parecer parte hipotética apenas pela limitação
técnica na sua execução quando fora de laboratórios sofisticados, seria um peão girando a
princípio numa pequena escala de ligeireza. Suponhamos que o objeto se move lentamente.
Esse pião pode ser visto facilmente, mas nenhum som do seu movimento estimula nossa
audição. Aumentando-se gradualmente a velocidade, o movimento muito rápido faz soar um
ruído de uma nota baixa, muito sutil. Aumentando-se mais o movimento, uma nota superior é
melhor ouvida, e a cada incremento de velocidade, notas mais agudas, cada vez mais audíveis
são emitidas, uma após a outra, e todas as notas da escala musical aparecem, subindo cada
vez mais conforme é aumentado o movimento, mudando-se de escala para escala, as
diferentes notas musicais. Finalmente quando o movimento passou certa escala, uma
freqüência acima de 8000 hz, a nota final perceptível aos ouvidos humanos é alcançada, um
som agudo soa morrendo ao longe, e segue-se o silencio. Nenhum som do objeto girante é
mais ouvido, o grau de movimento sendo tão elevado que o ouvido humano não pode registrar
as vibrações sonoras. Então começa a percepção dos graus ascendentes do calor e depois de
algum tempo o olho percebe um vislumbre do objeto que se torna uma escuridão de cor
avermelhada. Como continua a aumentar o grau de vibração, o vermelho fica mais claro, passa
ao alaranjado que passa ao amarelo. Depois se seguem sucessivamente o verde, o azul, o anil
e finalmente o violeta, conforme for aumentando o grau de ligeireza. Então a cor violeta
desaparece, e todas as cores desaparecem à vista humana, mas existem raios invisíveis sendo
emanados do objeto, como raios X, eletricidade e magnetismo, enquanto se transforma a
constituição da matéria do objeto. A partir de certo ponto as moléculas do objeto se
desintegram e giram por si mesmas nos elementos constituintes, os átomos. Esses átomos são
acelerados ao ponto de serem separados nos pequenos corpúsculos de que são formados, até
quando esses desaparecem e temos a substância etérea.
            Pode-se dizer que toda a energia do espírito esteja numa escala superior à da
substancia etérea, mas na verdade a ciência não continua para diante da substancia etérea,
mas os hermetistas ensinam que as vibrações chegando cada vez mais alto, a manifestação
poderia atingir os diversos graus mentais na direção do Espírito; então poder-se-ia reentrar
finalmente no Todo, que é o Espírito Absoluto.
            Nos graus em que o objeto expele vibrações, radiações de som, luz, calor, dentre
outras, ele objeto não está transformado nessas formas de energia, mas simplesmente alcança
um grau de vibração em que estas formas de energia são livradas das influencias restritivas
das suas moléculas, seus átomos e corpúsculos. Estas formas de energia, apesar de muito
mais elevadas na escala do que a matéria, estão aprisionadas e limitadas nas combinações
materiais, restringidas e limitadas nas criações destas formas, de modo que estas são as mais
verdadeiras de todas as criações, ficando a força criadora envolvida na sua criação.
            Os ensinamentos herméticos vão muito além dos da ciência moderna. Eles ensinam
que toda a manifestação do pensamento, emoção, raciocínio, vontade, desejo, qualquer
condição ou estado, são acompanhados por vibrações, uma porção das quais é expelida e
tende a afetar a mente de outras pessoas por indução. Este é o princípio que produz os
fenômenos de telepatia, influencia mental e outras formas da ação e do poder da mente.
            Nossos pensamentos e nossas emoções são vibrações que podem agir na prática nas
nossas vidas; todos os pensamentos, todas as emoções ou estados mentais têm o seu grau e
modo de vibração. Por um esforço da vontade da pessoa, ou de outras pessoas, estes estados
mentais podem ser reproduzidos, do mesmo modo que um tom musical pode ser reproduzido
por meio da vibração de um instrumento, como a cor pode ser reproduzida também. Pelo
conhecimento do Princípio da Vibração, aplicado aos fenômenos mentais, pode-se polarizar a
sua mente no grau que quiser, adquirindo um perfeito domínio sobre os seus estados mentais,
como pode afetar as mentes dos outros, produzindo estados desejados. Pode-se produzir no
plano mental o que a ciência pode produzir no plano físico.
           A responsabilidade é enorme para quem tem acesso a esses conhecimentos; o domínio
desses conhecimentos não é para todos, mas para aqueles que o farão sem egoísmo, para a
evolução e para o bem; são necessárias qualificações, a começar pela determinação e
paciência; muito estudo e muito amor. O Princípio da Vibração compreende os admiráveis
fenômenos do poder manifestado pelos Mestres que aparentemente são capazes de interferir
nas Leis da Natureza, mas que em realidade simplesmente usam uma lei contra outra, um
princípio contra outro, obtendo resultados com as mudanças de vibrações dos objetos materiais
ou transformando formas de energia, alcançando o que é comumente denominado Milagre.
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Princípio da Polaridade – “Tudo é duplo; tudo tem dois pólos”


Tudo é duplo, tudo tem dois Pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma
coisa. O semelhante e o dessemelhante são uma só coisa; os opostos são idênticos em
natureza, mas diferentes em grau. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-
verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados.
A polaridade revela a dualidade, os opostos representando a chave de poder no sistema
hermético. Mais do que isso, os opostos são apenas extremos da mesma coisa. Tudo se torna
idêntico em natureza. O Pólo positivo + e o negativo – da corrente elétrica são uma mera
convenção.
O claro e o escuro também são manifestações da luz. A escala musical do som, o duro versus
o flexível, o doce versus o salgado. Amor e o ódio são simplesmente manifestações de uma
mesma coisa, diferentes graus de um sentimento.
O Princípio de Polaridade contém a verdade que todas as coisas manifestadas têm dois lados,
dois aspectos, dois Pólos opostos, com muitos graus de diferença entre os dois extremos.
Significa que uma determinada coisa pode ser boa e ruim ao mesmo tempo, simplificadamente.
Os ensinamentos herméticos dizem que as coisas que se parecem diametralmente opostas
trata-se apenas questão de graus. Ensinam que os pares de opostos podem ser reconciliados,
e que a reconciliação universal dos opostos é efetuada pelo conhecimento deste Princípio de
Polaridade. Espírito e Matéria são dois Pólos da mesma coisa, sendo os planos intermediários
graus de vibração. O Todo e o Muito são a mesma coisa, sendo a diferença questão de grau de
manifestação mental. Passando-se ao plano físico, calor e frio são idênticos em natureza,
residindo a diferença em questão de graus. O termômetro marca diversos graus de
temperatura, chamando-se o ponto mais baixo frio e o mais elevado calor. Entre esses dois
Pólos estão muitos graus de calor ou frio. Não há lugar no termômetro em que cessa o calor e
começa o frio, sendo isso questão de vibrações mais e menos elevadas; os termos são
relativos. Assim como o Oriente e o Ocidente; viajando ao redor do mundo e na direção do
Oriente, chegamos a um ponto do Ocidente, ao ponto de partida, não há limites determinados.
A luz e a obscuridade são Pólos da mesma coisa com muitos graus entre elas. A escala
musical é a mesma coisa: vibrando uma nota, correndo-se ascendentemente na escala musical
chegamos a uma mesma nota em outra escala, voltamos ao ponto, mas que não é o mesmo.
A escala das cores também está sujeita a esse princípio, pois que as mais elevadas e as mais
baixas vibrações são diferenças entre o violeta superior e o vermelho inferior. O grande e o
pequeno são relativos, como o ruído e o silencio, o duro e o flexível, o positivo e o negativo. O
bem e o mal não são absolutos; chamamos uma extremidade da escala bem e a outra mal.
Uma coisa é pior que a coisa mais elevada na escala, mas esta coisa pior, por sua vez, é
melhor que a coisa imediatamente inferior a ela, nessa seqüência, o mais e o menos sendo
regulado pela posição na escala.
No Plano Mental o amor e o ódio são geralmente considerados como sendo coisas
diametralmente opostas entre si, inteiramente diferentes, irreconciliáveis. Aplicando-se o
Princípio de Polaridade, concluímos que não há amor absoluto ou ódio absoluto, como não são
distintos um do outro. Ambos são termos aplicados aos dois pólos da mesma coisa.
Começando em um ponto da escala, encontramos mais amor ou menos ódio e conforme
migremos nessa escala, o contrário se sucede. Há graus de amor e de ódio, e há um ponto
médio em que o semelhante e o dessemelhante tornam-se tão insignificantes que é difícil fazer
distinção. A coragem e o medo seguem a mesma regra. Os pares de opostos existem em toda
parte, onde se encontrar uma coisa será encontrado seu oposto: os dois pólos. É este fato que
habilita o hermetista a transmutar um estado mental em outro, conforme as linhas da
polarização.
As coisas pertencentes a diferentes classes não podem ser transmutadas em outra, mas as
coisas da mesma classe podem, isto é, podem ter sua polaridade mudada. Assim o amor não
pode ser oeste ou leste, vermelho ou violeta, mas pode tornar-se em ódio, e do mesmo modo,
o ódio pode ser transformado em amor pela mudança da polaridade. A coragem pode ser
mudada em medo e vice-versa. As coisas frias podem ficar quentes e assim por diante, a
transmutação sendo sempre entre coisas da mesma natureza, mas de graus diferentes. O
medo não pode ser mudado em amor, nem a coragem em ódio. Os estados mentais pertencem
a inúmeras classes, cada classe tem dois pólos opostos, entre os quais a transmutação é
possível. O estudante reconhecerá facilmente que nos planos mentais, bem como nos
fenômeno do plano físico, os dois pólos podem ser classificados como positivo e negativo
respectivamente; assim amor é positivo para o ódio, a coragem para o medo, a atividade para a
indolência.
Os fenômenos da influência mental nos mostram que o Princípio de Polaridade pode estender-
se até o fenômeno da influência de uma mente sobre a outra. Quando se compreende que a
indução mental é possível, isto é, que estes estados mentais são produzidos pela indução de
outros, então se pode ver imediatamente como certo grau de vibração, ou a polarização de
certo estado mental, pode ser comunicado a outra pessoa, e assim se muda a sua polaridade
nesta classe de estados mentais. É conforme este princípio que os resultados de muitos
tratamentos mentais são obtidos. As mudanças mentais são de conformidade com a linha de
polarização, a mudança sendo de grau e não de espécie. O conhecimento da existência deste
grande princípio hermético habilitará o estudante a compreender melhor os seus próprios
estados mentais e ao das outras pessoas. Compreenderá que estes estados mentais são
questão de graus, e assim elevando ou abaixando a vibração, mudar seus pólos mentais sem
ser seu servo ou escravo. Por este conhecimento poderá auxiliar inteligentemente as pessoas,
mudando a polaridade quando desejar, pelo método adequado.
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Princípio do Ritmo – “Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo
sobe e desce, o ritmo é a compensação”
             Pode se dizer que o princípio é manifestado pela criação e pela destruição. É o ritmo
da ascensão e da queda, da conversão energia cinética para potencial e da potencial para
cinética. Os opostos se movem em círculos.
         É a expansão até chegar ao ponto máximo, e depois que atingir sua maior força, se torna
massa inerte, recomeçando novamente um novo ciclo, dessa vez no sentido inverso. A lei do
ritmo assegura que cada ciclo busque sua complementação. Tudo ocorre para que seja
mantido o equilibrio.
            O Princípio de Ritmo contém a verdade que em tudo se manifesta o movimento
proporcional, o movimento de um lugar para outro, um fluxo e refluxo, um movimento para
diante e para trás, um movimento semelhante ao do pêndulo, uma maré baixa e uma maré alta
entre os dois polos que se manifestam nos planos físico, mental e espiritual. O Princípio de
Ritmo está em relação com o Princípio de Polaridade. O ritmo se manifesta entre os dois polos
do Princípio de Polaridade, o que não significa que o pêndulo do ritmo vibra nos polos
extremos, porque isto raramente ocorre; é difícil estabelecer o extremo polar oposto, mas a
vibração vai primeiro para o lado de um polo e depois para ao outro, sempre havendo uma
ação e uma reação, uma marcha e uma retirada, uma alta e uma baixa, manifestadas em todos
os tons e fenômenos do universo. Os sóis, os mundos, os homens, os animais, as plantas, os
minerais, as forças, a energia, a mente, a matéria e o Espírito manifestam este princípio. Ele se
manifesta na criação e destruição dos mundos, na elevação e queda das nações, na vida
histórica de todas as coisas e finalmente nos estados mentais do homem.
           O ritmo está presente na criação e destruição do Universo. Começando com as
manifestações do Espírito ou do Todo, pode-se dizer que existem Efusão e Infusão, Expiração
e Inspiração, como dizem os Brâmanes. Os Universos são criados, chegam ao ponto mais
baixo de materialidade e logo começam a sua vibração para cima. Os sóis nascem à
existência, e sendo atingida a sua maior força, o processo de retrocesso começa, e depois de
tempos eles se tornam inertes massas de matéria, desintegram, e novo impulso põe em
movimento as energias interiores na atividade e começa um novo ciclo de vida. Assim é com
todos os mundos: nascem, vivem e morrem: sempre é um renascer. Assim é com todas as
coisas, todas as formas, que vibram da ação para a reação, do nascimento para à morte, da
atividade para a inatividade, e para novo ciclo. Assim é com todos os viventes, nascem,
crescem e morrem, e depois tornam a nascer. Assim é com todos os grandes movimentos, as
filosofias, os credos, os costumes, os governos, as nações e todas as coisas: nascer, crescer,
amadurecer, decair, morrer e renascer. A vibração do pêndulo está sempre em evidência.
        A noite segue o dia, e o dia segue a noite; o pêndulo vibra do outono ao inverno, e depois
volta para trás. Os corpúsculos atômicos, os átomos, as moléculas e todas as massas de
matéria vibram ao redor do círculo da sua natureza. Não há coisa alguma de absoluta inércia
ou cessão de movimento, e todo movimento participa do Ritmo. O princípio é de aplicação
universal, pode ser aplicado a qualquer questão ou fenômeno de qualquer dos diversos planos
da vida. Pode ser aplicado a todas as atividades humanas. Sempre existe a vibração rítmica de
um polo a outro. O pêndulo universal sempre está em movimento, as marés da vida sobem e
descem de acordo com a lei. O Princípio de Ritmo acha-se bem entendido pela ciência
moderna e é considerado uma lei universal aplicada às coisas materiais. Os alquimistas levam
esse princípio muito além, já há milênios, e sabem que as manifestações e influências se
estendem às atividades mentais do homem, e que isto se explica pela contínua sucessão de
condições, estados, emoções e outras incômodas e embaraçosas mudanças que observamos
em nós mesmos, em nossa vida. São também resultado de decisões tomadas, que apesar de
terem gerado transtornos, geraram aprendizado. Mas os alquimistas, estudando as operações
deste princípio, aprenderam a escapar da sua atividade pela transmutação; ficaram mais
conscientes.
            Os mestres alquimistas há muito tempo descobriram que, conquanto o Princípio de
Ritmo seja invariável, e sempre esteja em evidencia nos fenômenos mentais, ainda existem
dois planos de sua manifestação tanto quanto os fenômenos mentais estão incluídos.
Descobriram que existem dois planos gerais de Consciência, o Inferior e o Superior. O
conhecimento deste fato habilita-os a subir ao plano superior e assim escapar da vibração do
pêndulo rítmico que se manifesta no plano inferior. Melhor explicando, a vibração do pêndulo
se realiza no Plano Inconsciente, e a Consciência não é afetada. A isto eles chamam a Lei da
Neutralização. Essa operação consiste na elevação do Eu (Alma) acima das vibrações do
Plano Inconsciente da atividade mental, de modo que a vibração negativa do pêndulo não é
manifestada na consciência, e por esta razão eles não são afetados. É semelhante à elevação
acima da de uma coisa, deixando-a passar debaixo de nós. Os mestres alquimistas, ou os
estudantes adiantados, polarizando-se no polo desejado, e por um processo semelhante à
recusa de participar da vibração que desce, ou, se preferir, à negação da sua influência sobre
eles, sustêm-se firmes na sua posição polarizada, e deixam o pêndulo mental vibrar para trás
no plano inconsciente. Todas as pessoas que atingiram todos os graus do domínio próprio
realizam isto de forma inconsciente, recusando-se deixar as condições e estados mentais
negativos dominá-las; aplicam a Lei de Neutralização.
            O alquimista dominando estudos adiantados, leva esse controle a um grau muito
elevado de progresso, e pelo uso da sua vontade atinge um grau de equilíbrio e firmeza mental
quase impossível de ser criado pelos que deixam mover-se à direita e à esquerda pelo pêndulo
mental das condições e emoções. A importância disto pode ser apreciada por qualquer
pensador que compreende que a maioria das pessoas são criaturas de condições, emoções e
sensações, e que só manifestam um domínio próprio muito insignificantemente. Se quisermos
nos deter e examinar um momento, veremos como muitos movimentos de ritmo nos afetam na
vida, como um período de entusiasmo foi seguido por uma sensação de depressão. Do mesmo
modo como períodos de coragem foram seguidos por medo. E assim sempre acontece com a
grande maioria das pessoas: sensações aparecem e desaparecem alternadamente, sem que
se suspeite a causa ou a razão desse fenômeno mental. A compreensão das operações deste
Princípio dará à pessoa a chave para o domínio desses movimentos rítmicos de emoções,
habilitando-a a conhecer-se e a evitar ser levada pelos fluxos e refluxos. A vontade é superior à
manifestação deste princípio, todavia o próprio princípio não pode ser destruído. Podemos
escapar dos seus efeitos, porém, apesar disso, o princípio está em operação. O pêndulo
sempre se move, porém, podemos escapar de sermos levados por ele.
        A Lei da Compensação, muito importante, significa o mesmo que contrabalançar, que é o
sentido que os alquimistas empregam ao termo. É a esta Lei de Compensação que se refere o
Caibalion, quando diz: “A medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda;
o ritmo é a compensação”. A Lei de Compensação é que o movimento numa direção determina
o movimento na direção oposta, ou para o polo oposto; um balança e contrabalança o outro. No
plano físico vemos muitos exemplos dessa lei; o pêndulo do relógio move-se em certa distância
à direita, e depois numa igual distancia à esquerda. O pêndulo com brevidade move-se numa
direção, e com a mesma brevidade na outra; um movimento extenso à direita representa
invariavelmente um movimento extenso à esquerda; um objeto atirado para cima a certa altura,
tem igual distancia para atravessar na volta. A força com que um projétil é arremessado uma
distância para cima é reproduzida quando o projétil volta à Terra. Os estados mentais do
homem estão sim sujeitos a essa lei. O homem que goza sutilmente está sujeito a sofrimentos
sutis. A capacidade de sofrimento ou gozo é contrabalançada em cada pessoa. A lei de
compensação está aí em operação, contudo os alquimista ensinam que antes que alguém
possa gozar certo grau de prazer, deverá ter movido proporcionalmente para o outro polo da
sensação; dizem, contudo, que experimentando certo grau de prazer não se segue que se
deverá pagar por isto com um grau correspondente de sofrimento; pelo contrário, o prazer é o
movimento rítmico concordando com a lei de compensação, para um grau de sofrimento
precedentemente experimentado na vida presente ou numa encarnação anterior. Isto traz nova
luz sobre o problema do sofrimento. Os alquimistas consideram a cadeia das vidas como
contínua, de modo que o movimento rítmico se expressa nesse todo.
            A Lei da Compensação tem importância vital em nossas vidas, e explica porque
pagamos muitas vezes o preço de coisas que possuímos ou carecemos. As coisas que se
ganham são sempre pagas pelas coisas que se perdem.
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Princípio de Gênero – “O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios


Masculino e Feminino, o gênero se manifesta em todos os planos da
criação”
             Os princípios de atração e repulsão não existem por si só, mas somente um
dependendo do outro. Tudo tem um componente masculino e um feminino independente do
gênero físico. Nada é 100% masculino ou feminino, mas sim um balanceamento desses
gêneros.
             Existe uma energia receptiva feminina e uma energia projetiva masculina, a que os
chineses chamavam de yin yang. Nenhum dos dois pólos é capaz de criar sem o outro. É a
manifestação do desejo materno com o desejo paterno.
             O sétimo princípio dos ensinamentos herméticos é o Princípio de Gênero, que contém
a verdade que há gênero manifestado em tudo, que o Princípio Masculino e o Feminino estão
sempre presentes e em ação em todas as fases dos fenômenos e em todos os planos da vida.
Gênero no sentido hermético e sexo no sentido biológico não significam a mesma coisa.
Gênero é palavra derivada da raiz latina que significa gerar, procriar, produzir. Uma
consideração momentânea mostra que a palavra tem um significado mais extenso e mais geral
que o termo sexo, que se refere às distinções físicas entre as coisas viventes machos e
fêmeas. O sexo é simplesmente uma manifestação de gênero em certo plano do Grande Plano
Físico: o plano da vida orgânica. O Princípio de Gênero é criar, produzir, gerar, e suas
manifestações são presentes em todos os planos do Universo. Este Princípio está presente nos
corpúsculos da matéria, prótons, nêutrons, elétrons e todas subpartículas atômicas, estruturas
que giram uns ao redor dos outros e vibram num elevado grau de intensidade. O átomo, por
exemplo, é um grupamento de partículas negativas ao redor de um núcleo positivo, uma
provada influência dos corpúsculos negativos sobre os positivos fazendo com que formem
combinações diversas e assim cria e gera diferentes átomos, em concordância com os antigos
preceitos herméticos que sempre identificaram o Princípio Masculino com o Pólo Positivo, e o
Feminino com o Pólo Negativo.
             Os termos Positivo e Negativo têm tido um conceito errôneo quando são associados a
coisas boas, do bem, e coisas más, do mal, respectivamente. Na verdade são pólos de mesma
intensidade, e importância, mas distintos e complementares. O chamado pólo negativo da
bateria é realmente onde se manifesta a geração ou produção de energia; nada há de ruim ao
redor dele. Costuma-se denominá-lo de Catódio em lugar de negativo. Desse pólo, o Catódio,
procede a imensidade de elétrons ou corpúsculos com carga elétrica negativa, geradores de
corrente elétrica; dele saem os raios que revolucionaram as mais novas concepções científicas
em equipamentos que se aperfeiçoam todo momento. O pólo catódico é a mãe de todos os
fenômenos que têm tornados obsoletos os velhos livros, mas não inúteis. Esse pólo é o
Princípio Materno dos fenômenos elétricos e das formas mais sutis da matéria.  Por isso
devemos evitar o termo negativo e mudarmos para Feminino em todas as considerações
herméticas.
             Os elétrons são corpúsculos com energia feminina, corpúsculos que ativamente
procuram união com corpúsculos masculinos, sendo incitados a isso pelo impulso natural de
criar novas formas de matéria e energia. Esta ação forma a base das atividades do mundo
químico. As partículas femininas vibram rapidamente sob as influências da energia masculina
resultando no nascimento de um novo átomo, novas moléculas. Essa construção é devido à
união de corpúsculos femininos e masculinos, mas quando a união é formada, o átomo torna-
se uma coisa separada, tendo certas propriedades, mas não manifestando a propriedade da
eletricidade independente das partículas formadoras. O processo de destacamento ou
separação dos elétrons femininos é chamado de ionização. Esses corpúsculos são os mais
ativos trabalhadores da natureza. Provenientes de suas combinações, suas uniões, se
manifestam os fenômenos da luz, do calor, da eletricidade, do magnetismo, da atração,
repulsão, afinidade química e outros fenômenos mais. Tudo isso procede da ação do princípio
de Gênero no Plano da Energia.
             O Princípio Masculino parece ser a de dirigir certa energia inerente para o Princípio
Feminino e assim pôr em atividade o processo criativo. Mas o Princípio Feminino é sempre o
único que faz a ativa obra criadora, e isto é assim em todos os planos. Cada princípio é incapaz
da energia operativa sem o outro.
             Podemos afirmar que os dois princípios estão até mesmo nos minerais. Experimentos
científicos hoje demonstram um comportamento referido como curioso, para os cientistas mas
não para os alquimistas, na formação dos cristais onde foi descoberto algo que corresponde a
um comportamento sexual dentro dos minerais. É uma confirmação do milenar Princípio de
Gênero do hermetismo. Esse princípio está em ação e manifestação constante no campo da
matéria inorgânica e no campo da Energia ou Força. A eletricidade é considerada alguma coisa
em que todas as outras formas de energia parecem se dissolver. Há a teoria elétrica do
universo, onde tudo está embebido em eletricidade, fonte de manifestação do Gênero. A
atração e repulsão dos átomos, a Lei da Gravitação, onde estranha atração há pela qual todas
as partículas e corpos de matéria no universo tendem umas para as outras, tudo é
manifestação do Princípio de Gênero, que opera na direção de atração da energia masculina
para a feminina e vice-versa.
             Falaremos um pouco sobre o Gênero Mental. Os estudantes de psicologia que
seguiram o modo moderno de pensar a respeito dos fenômenos mentais ficaram surpresos
pela existência da dupla idéia mental que se tem manifestado tão fortemente desde a metade
do século XIX, donde veio grande número de teorias a respeito da natureza da constituição das
duas mentes no ser humano. Thompson J. Hudson em 1893 estabeleceu a teoria das “mentes
objetiva e subjetiva”, presentes em cada pessoa, segundo o autor.  Outras teorias sobre
“mentes consciente e subconsciente”, “mentes voluntária e involuntária”, “mentes passiva e
ativa”, etc., na verdade abordam o princípio oculto da dualidade da mente.
             O hermetismo já abordava esse assunto, o estudante de filosofia hermética analisa
essas teorias “novas” com distanciamento porque seus estudos mostram que o conhecimento
da ciência hermética já em tempos imemoráveis, há milênios, pregava esses ensinamentos.
Fica distante das paixões de escolas que defendem tenazmente suas próprias teorias que
clamam ter descoberto a verdade. O estudante volta para trás nas páginas da história oculta e,
nos primeiros elementos dos preceitos ocultos, encontra referências à antiga doutrina
hermética do Princípio de Gênero no Plano Mental: a manifestação do Gênero Mental. A antiga
filosofia já tinha conhecimento dos fenômenos da mente dual. A idéia de Gênero Mental pode
ser explicada em poucas palavras aos estudantes de hermetismo que estão familiarizados com
as modernas teorias há pouco abordadas. O Princípio Masculino da mente corresponde à
chamada Mente Objetiva, Mente Consciente, Mente Voluntária, Mente Ativa; o Princípio
Feminino da Mente corresponde à chamada Mente subjetiva, Mente Subconsciente, Mente
Involuntária, Mente Passiva. Certamente que os preceitos herméticos não concordam com as
diversas teorias modernas sobre a natureza das duas faces da mente; vamos agora considerar
os preceitos herméticos sobre o Gênero mental.
             Os instrutores herméticos dão as suas instruções a respeito deste assunto fazendo os
seus estudantes examinarem a relação da sua consciência a respeito do seu Ego. Os
estudantes aprendem a pôr a sua atenção no Ego que habita em cada um de nós. Cada
estudante aprende a ver que sua consciência lhe dá uma primeira relação da existência do seu
Ego: a relação é “Eu sou”. A princípio isto parece ser a última palavra da consciência, mas um
exame mais profundo descobre que este “Eu sou” pode ser separado ou dividido em duas
partes distintas, dois aspectos, os quais, apesar de agirem em uníssono e em conjunto, podem
ser separados na consciência.
             Apesar de parecer existir um só Ego, um exame cuidadoso e profundo mostra que
existe um Ego e um Eu. Estes gêmeos mentais diferem em características e natureza, e um
exame das suas naturezas e dos fenômenos de que procedem dará muita luz sobre muitos
problemas da influência mental. Vamos começar com uma consideração sobre o Eu, que é
usualmente tomado pelo Ego, até que se investigue os acessos da consciência. Um homem
pensa do seu Ego como sendo compostos de certos estados, modos, hábitos, características,
etc. Tudo o que faz sobressair a sua personalidade, ou o seu conhecimento de si e dos outros.
O homem conhece que estas emoções e sensações mudam, nascem e morrem e que estão
sujeitas aos Princípios de Ritmo e Polaridade que as levam de um extremo a outro. Pensa
também que o Eu é formado de certos conhecimentos reunidos na mente, formando parte dele
mesmo.
             O Ego dos homens consiste da sua consciência corpórea e dos seus apetites físicos.
Essa consciência sendo presa à sua natureza corpórea, faz com que muitos seres
praticamente vivam nela. Muitos homens ainda consideram o seu vestuário como parte do seu
Eu, e atualmente parece considerá-lo como parte de si mesmos. Muitos dos que estão presos à
idéia do vestuário pessoal afirmam fortemente que a consciência do seu corpo é o seu Eu, o
que na verdade é o seu Ego; não podem ter idéia de uma consciência independente do corpo.
Sua mente parece-lhes ser praticamente coisa pertencente ao seu corpo. Conforme o homem
sobe na escala de consciência, ele se torna capaz de distinguir o seu Eu da idéia do corpo e de
pensar que este é uma coisa pertencente à sua parte mental. Assim poderá identificar
inteiramente o Eu com os estados mentais, as emoções, que ele sente existir dentro de si; é
capaz de considerar esses estados internos como idênticos a ele mesmo, em vez de serem
simplesmente coisas produzidas por uma parte da sua mentalidade: sendo suas, estando nele,
mas não sendo ele mesmo; compreende que pode mudar estes estados mentais de emoções
por esforço da vontade e que pode do mesmo modo produzir uma emoção ou um estado de
uma natureza exatamente oposta, e, contudo, continua a existir o mesmo Eu.
             Sendo assim, o estudante de alquimia é capaz de pôr essas sensações no não-Eu, no
Ego, coleção de curiosidades e embaraços como uma posse de valor. Isto requer muita
concentração mental e poderes de análise mental da parte do estudante, porém, mesmo assim
a tarefa só é possível aos estudantes avançados. Depois que o processo de pôr à parte for
executado, o estudante poderá estar em posse de uma consciência que pode ser considerada
em seus dois aspectos: do Eu e do Ego. O Eu será considerado como coisa mental em que os
pensamentos, as idéias, as emoções, as sensações, e outras condições mentais são
produzidas. Pode ser considerado como a matriz mental, como o disseram os antigos, capaz
de fazer a geração mental. Manifesta-se também na consciência do feminino, com poderes
latentes de criação e geração das progênies mentais de todas as espécies e reinos. Sente-se
que as suas forças de energia criativa são enormes, contudo, parece ser consciente que ele
recebe muitas formas de energias do seu Ego companheiro, ou de outro Ego, quando é capaz
de dar existência às criações mentais. Esta consciência traz consigo a realização de uma
enorme capacidade para operação mental e habilidade criativa, porém o estudante logo
descobre que isto não é tudo o que percebe dentro da sua consciência interior; percebe que
existe uma Coisa Mental que é capaz de querer que o Eu Feminino acione na direção de certa
linha criativa, e que também é capaz de sustentar e provar a criação mental.
             Esta parte sentida dentro não tem habilitações para gerar e criar ativamente, dentro
das operações mentais, mas tem o sentimento de consciência de uma facilidade para projetar
uma energia do Eu Feminino ao Ego Masculino – um processo de desejo que a criação mental
comece e continue. Compreende também que o Eu Feminino é capaz de sustentar e abrigar as
operações da criação mental do Ego Masculino. Na mente de cada pessoa existem esses dois
aspectos. O Eu representa o princípio feminino de gênero e o Ego representa o masculino. O
Eu representa o aspecto da Existência, o Ego o aspecto de Estado. Ambos são semelhantes,
porém muito diferentes em um princípio – O Princípio de Correspondência. A tendência do
Princípio Feminino é sempre receber impressões, ao passo que a tendência do Princípio
Masculino é sempre dá-las ou exprimi-las. O Princípio Feminino tem um campo de operação
mais variado que o Principio Masculino. O Princípio Feminino dirige a obra da geração de
novos pensamentos, conceitos, idéias, incluindo a obra da imaginação. O Princípio Masculino
se contem na obra da Vontade, nas suas várias fases. As pessoas que prestam uma contínua
atenção a um assunto empregam ativamente ambos os princípios mentais: o feminino na obra
da ativa geração mental, e a vontade masculina na estimulação e fortificação da porção criativa
da mente. A maioria das pessoas emprega pouco o seu Princípio Masculino, e contentam-se
em viver de acordo com os pensamentos e as idéias insinuadas no Ego pelo Eu de outras
mentes.
             Os estudantes de fenômenos psíquicos estão cientes dos admiráveis fenômenos
classificados sob o título de telepatia, transmissão de pensamentos, influencia mental,
sugestão, hipnotismo, dentre outras. Muitos procuraram uma explicação destas várias fases de
fenômenos nas teorias de diversos instrutores da mente. Há claramente manifestação de duas
fases distintas da atividade mental, mas de acordo com os preceitos herméticos a respeito das
vibrações e do gênero mental, compreende-se a chave para a explicação real e antiga da
mente. Nos fenômenos de telepatia, vê-se como a energia vibratória do princípio masculino é
projetada para o principio masculino de outra pessoa, e este toma o pensamento-semente e o
desenvolve até a madureza. Pela mesma forma operam a sugestão e hipnotismo. O princípio
masculino da pessoa dando as sugestões, dirige uma exalação de energia vibratória ou força-
vontade também para o principio feminino da outra pessoa, e esta última aceitando-a recebe-a
em si mesma e age e pensa de conformidade com ela. Uma idéia assim recolhida na mente de
uma pessoa cresce e se desenvolve, e com o tempo é considerada como a melhor produção
mental do indivíduo, porquanto em realidade, é como o ovo do cuco colocado no ninho de outra
espécie, quando aquele destrói a produção presente e se põe no ninho. O normal é que os
princípios masculino e feminino na mente de uma pessoa se coordenem harmoniosamente em
conjunção com os princípios de outra pessoa, mas infelizmente, o principio masculino nas
pessoas médias é muito lento em agir, a aplicação da força-vontade é muito vagarosa, e a
consequência é que essas pessoas são quase inteiramente dirigidas pelas mentes e os
desejos das outras pessoas, permitindo que façam as suas idéias e os seus desejos. Quão
poucas ações ou pensamentos originais são realizados pelas pessoas médias? A maioria das
pessoas simples são sombras e ecos de outras que têm vontades ou mentes mais fortes.
             Isto acontece porque a pessoa média vive mais na consciência do seu Ego do que na
do Eu. Está polarizada seu Princípio Feminino da mente, e o Principio Masculino, em que se
acha a vontade, é obrigado a ficar inativo e sem emprego. O homem e a mulher fortes
manifestam invariavelmente o Principio Masculino da vontade e a sua força materialmente
depende desse fato. Em vez de viver das impressões dadas às suas mentes pelos outros,
dominam a sua própria mente por sua vontade, obtendo a espécie desejada de imagens
mentais, e ainda mais, dominam do mesmo modo as mentes dos outros. As pessoas fortes
implantam os seus pensamentos-sementes nas mentes das massas do povo, fazendo
prevalecer seus desejos e suas vontades sobre as pessoas. Isto se dá porque as massas do
povo são como que criaturas-carneiros, não dando origem a uma idéia própria e não
empregando as suas próprias forças de atividade mental.
             A manifestação do gênero mental pode ser observada ao nosso redor todos os dias da
vida. As pessoas magnéticas são as que podem empregar o princípio masculino com o fim de
imprimir as suas idéias nos outros. O ator que faz o povo chorar ou rir como quer, o faz
empregando este princípio. E assim o é sucessivamente o orador, o político, o pregador, o
escritor, ou qualquer que tenha a atenção do público. A influência particular exercida por
algumas pessoas sobre outras é devida à manifestação do gênero mental, na direção da linha
vibratória masculina. Neste princípio acha-se oculto o segredo do magnetismo pessoal, da
influência pessoal, da fascinação, assim como o hipnotismo.
             Qualquer que seja o costume de fazer detalhes a respeito das muitas formas de
fenômenos psíquicos e da ciência mental, colocamos providencialmente na mão do estudante
do hermetismo as idéias pelas quais pode instruir-se muito a respeito de cada fase do assunto
que o interessar. Com o auxílio do Caibalion pode-se fazer uma livraria oculta, a velha Luz do
Egito, iluminando as páginas e os assuntos obscuros. Este é o fim destes estudos, sem a
pretensão de expor uma nova filosofia, mas sim fornecer traços de grandes preceitos do mundo
antigo, do antigo Egito, que poderá esclarecer as doutrinas de outros, que servirá de Grande
Reconciliador das diferentes teorias e doutrinas do presente.
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Princípio de Causa e Efeito – “Toda causa tem seu efeito; todo efeito tem
sua causa; todas as coisas acontecem de acordo com a Lei; o acaso é
simplesmente um nome dado a uma lei não reconhecida; há muitos
planos de casualidade, mas nada escapa à Lei”
             Nada acontece por acaso, pois não existe o acaso, já que acaso é simplesmente um
termo dado a um fenômeno existente e do qual não conhecemos a origem, ou seja, não
reconhecemos nele a Lei à qual se aplica.
             Esse princípio é um dos mais polêmicos, pois também implica o fato de sermos
responsáveis por todos os nossos atos. No entanto, esse princípio é aceito por todas as
filosofias de pensamento, desde a antiguidade. Também é conhecido como karma.
             Da Energia Latente no Ser Humano
             Ser Humano (Ser) é Energia. Essa Energia é força de maior intensidade, de menor
intensidade e de zero intensidade.
 O Ser ativo, participativo, solidário, ético, optativo e decisivo é um Ser de Energia de
intensidade alta, grande, maior.
 Um Ser inativo, egoísta, passivo, corruptor, inoptativo e indeciso é um Ser de Energia de
intensidade baixa, rasa, sofrível.
 Um Ser doente, em fase terminal, é um Ser de intensidade de Energia igual a zero.
 Um Ser que faz o mal, vive para o mal, pratica o mal, venera o mal, participa para o mal,
tem o pensamento voltado para o mal, ludibria a vontade alheia em proveito próprio, tem
uma Energia de intensidade sofrível.
 Um Ser que é benevolente, que pratica boas ações, que venera o bem, faz o bem sem
olhar a quem, ajuda ao próximo, tem o pensamento voltado para a prática do bem, é
altruísta, provoca a paz entre os homens, tem uma Energia de intensidade maior.
 Um esquema para melhor entender esse homem de Energia sofrível: A Elipse é aberta
em ordenadas e abscissas negativas.
 Um esquema para melhor entender esse homem de Energia maior: A Elipse é fechada
em ordenadas e abscissas positivas.
 Um esquema para melhor entender esse homem de Energia zero: A Elipse tem abscissas
e ordenadas iguais
             O Princípio de Causa e Efeito está oculto em todas as idéias científicas, antigas e
modernas, e foi anunciado há milênios pelos hermetistas, e que apesar de oculto, nada existe
sem sua influência, nada é por puro acaso no universo. Nada há fora do Todo, e se dentro,
segue suas leis, seus ordenamentos, pois o Todo é a própria lei. Não há lugar no universo para
uma coisa fora e independente da Lei. Acaso é o que não conseguimos compreender, e é
empregado como a queda de pedras num jogo de azar, fato considerado simplesmente casual,
o que se analisado analiticamente pela razão, veremos que também não é verdade, nada é por
acaso na caída de dados num jogo, por exemplo.
             Muita confusão houve nas mentes de pessoas que consideraram este Princípio porque
não eram capazes de explicar como uma coisa poderia causar outra, isto é, ser criadora da
segunda coisa. Na verdade, como matéria, nenhuma coisa pode causar ou criar outra, mas o
que sucede é que a causa e o efeito são distribuídos como eventualidades. Uma eventualidade
é aquilo que acontece ou advém como resultado ou como conseqüência de diversos eventos
precedentes. Nenhum evento cria outro evento, mas é um elo precedente na grande cadeia
ordenada de eventos procedentes da energia criativa do Todo. Há uma continuidade entre os
acontecimentos precedentes, conseqüentes e subseqüentes. Há uma relação entre tudo o que
veio antes e tudo o que vem agora. Uma pedra é deslocada de um lugar montanhoso e quebra
o teto de uma casa lá embaixo no vale. A princípio consideramos isto como um acontecimento
casual, mas quando examinamos o assunto encontramos uma grande cadeia de causas. Em
primeiro lugar está a chuva que amoleceu a terra que suportava a pedra e que a deixou cair;
em segundo lugar atrás desta está a influência do sol e de outras chuvas que gradualmente
desintegraram o pedaço de rocha de um pedaço maior; são consideradas aqui as causas da
formação da montanha, a civilização que construiu casas no vale, desmatamento da encosta, e
assim até o infinito. Dessa forma poderíamos procurar as causas através da causa das chuvas,
da existência do teto da casa, da casa, enfim, logo nos envolveríamos em uma rede de
acontecimentos, causas e efeitos, de cujas malhas intrincadas não nos poderíamos
desembaraçar.
             Do mesmo modo que temos dois pais, quatro avós, oito bisavós, dezesseis trisavôs, e
assim por diante até que em dezenas de gerações calcula-se o número remontarem a muitos
milhares, assim é com o número de causas que se ocultam sob o mais trivial acontecimento ou
fenômeno, como somos a conseqüência da somatória de todas essas mentes, de todas as
diferentes bagagens genéticas, e de todas as decisões de cada ser, e de nós mesmos, no
devido período de existência, no devido momento.
             Este princípio explica que os desacertos das coisas presentes vieram de pequenos
eventos ou causas que as antecederam. Na verdade explica que tudo advém de causas
passadas, mas que não há essa relação de grande e pequeno como está sendo posto. Uma
Fuligem no ar que pode incomodar nossos olhos, no passado estava formando parte de um
tronco maciço de árvore, que foi transformado em carvão e depois passou por nossos olhos e
daí seguirá para outras aventuras. Uma cadeia de acontecimentos, causas e efeitos, trouxe-o à
sua condição presente, fuligem, e a última é simplesmente uma cadeia dos acontecimentos
que poderão produzir outros eventos centenas de anos depois deste momento. Uma série de
acontecimentos procedentes de delgado pedaço de fuligem fez grafite para escrever textos que
produzem pensamentos às mentes de diferentes pessoas, que por sua vez afetarão outras
pessoas e assim por diante conforme a habilidade do homem para raciocinar. Isso mostra a
relatividade e a associação das coisas, e que o fato anterior não é obrigatoriamente grande ou
pequeno em relação ao fato conseqüente: “não há coisa grande, não há coisa pequena na
mente que causa tudo”.
             Se certo moço não tivesse encontrado certa moça, no obscuro período da Idade da
Pedra, vocês, que agora estão lendo estas linhas, não existiriam; talvez se um casal não se
encontrasse, os que escreveram estas linhas também não existiriam. O ato de quem escreveu
estas linhas e o ato de lê-las, como o fazemos, poderá não só afetar as respectivas vidas
nossas e as de quem escreveu, mas também poderá ter uma influência direta ou indireta sobre
outras pessoas que agora vivem e que viverão nas idades futuras. Toda idéia que pensamos,
todo ato que fazemos tem o seu resultado direto ou indireto que se adapta à grande cadeia de
Causa e Efeito.
             As coisas são como estão porque houve escolhas no passado que determinaram o
hoje, e poderiam ser diferentes se diferentes escolhas tivessem sido feitas. Não vamos agora
entrar em considerações sobre Livre-Arbítrio versus Determinismo, pois o Hermetismo
considera que nenhum desses dois lados é inteiramente verdadeiro; o que se passa é que
ambos os lados são parcialmente verdadeiros, pois o Princípio de Polaridade mostra que
ambos são parte e pólos opostos da Verdade. Os Preceitos são que o homem pode ser livre e
ao mesmo tempo limitado pela necessidade, dependendo isto do significado da Verdade que
se aborda. O hermetismo conceitua que “a criação que está mais distante do Centro é a mais
limitada, e quanto mais próxima se chega do Centro, tanto mais Livre é”. Ser alquimista faz
grande diferença para as futuras escolhas e para compreender melhor o que já é determinado.
A maioria das pessoas são mais ou menos escravas da hereditariedade, dos que as rodeiam, e
manifestam muito pouca Liberdade. São guiados pelas opiniões, pelos costumes e pelas idéias
do mundo exterior; também pelas suas emoções, sensações e condições. Muitos não
manifestam domínio algum. Muitas dessas pessoas se dizem livres para agir e fazer o que lhes
seja conveniente e o que lhes de prazer, não se ligando a nenhum conhecimento da verdade
como aqui buscamos, mas deveriam explicar melhor o seu “quero” e o como lhes é
conveniente aquilo que fazem. Que as faz querer fazer uma coisa de preferência à outra? Que
lhes faz conveniente fazer isto e não aquilo? Não existe por que para o seu desejo e prazer?
Os hermetistas podem mudar estes prazeres e vontades em outros no lado oposto do pólo
mental; é capaz de querer por querer, sem querer por causa das condições, emoções,
sensações ou sugestões do meio, sem tendência ou desejo. A maioria das pessoas são
arrastadas como a pedra que cai obediente ao meio, às influencias exteriores e às condições e
desejos internos, não falando dos desejos e das vontades de outros mais fortes que delas, da
hereditariedade, da sugestão, tudo o que as levam sem resistência, sem exercício da vontade.
Movidas como peões no jogo de xadrez da vida, elas tomam parte neste e são abandonadas
depois que o jogo terminou. Mas os alquimistas, conhecendo a regra do jogo, elevam-se acima
do plano material, e colocando-se em relação com as mais elevadas forças da natureza,
dominam as suas próprias condições, os caracteres, as qualidades e a polaridade, assim como
o meio em que vivem; deste modo tornam-se motores em vez de peões: Causas em vez de
Efeitos.
            Os alquimistas não escapam da Casualidade dos planos mais elevados, mas estão
preparados para concordarem com as Leis superiores e assim dominam as circunstancias no
plano inferior. Elx’es formam parte consciente da Lei, sem serem simples instrumentos.
Enquanto servem nos planos superiores, governam no plano material. Se em todos os cantos a
Lei do Todo sempre está em ação, nada há que seja obra do acaso, nada; tanto nos planos
superiores como nos inferiores, a Lei está sempre em ação. Não há coisa do acaso. Podemos
ver esclarecidos pelo conhecimento que tudo é governado pela Lei Universal, e o infinito
número de leis é simplesmente uma manifestação da única Grande Lei, a Lei que é o Todo.
Contudo, que nem mesmo um pardal fica descuidado da Mente do Todo, assim como os
cabelos da nossa cabeça são contados, como é referido na Bíblia Cristã, nada há fora da Lei;
nada do que acontece é contrário a ela, contudo, não devemos cometer erros de supor que por
causa disso o Homem é simplesmente um cego autômato. Os Preceitos Herméticos ensinam
que o Homem pode usar a Lei contra as leis menores, e que a vontade superior prevalece
contra a inferior até que por fim procure refúgio na própria Lei, e olhe com desprezo as leis
inferiores.

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