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TESTE MÓDULO 2 – ANO 1

[RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 1]

ESCOLA______________________________________________________ DATA ___/ ___/ 20__

NOME_______________________________________________________ N.O____ TURMA_____

GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Parte A

Luís Vaz de Camões, Rimas

Leia o poema.

A fermosura desta fresca serra

A fermosura desta fresca serra,


e a sombra dos verdes castanheiros,
o manso caminhar destes ribeiros,
donde toda a tristeza se desterra;

5 o rouco som do mar, a estranha terra,


o esconder do sol pelos outeiros,
o recolher dos gados derradeiros,
das nuvens pelo ar a branda guerra;

enfim, tudo o que a rara natureza


10 com tanta variedade nos ofrece,
me está (senão te vejo) magoando.

Sem ti, tudo m’ enoja e m’ avorrece;


sem ti, perpetuamente estou passando
nas mores alegrias, mor tristeza.
Luís de Camões, Rimas (texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão),
Almedina, Coimbra, 1994, p. 184.

1. Demonstre a visão harmoniosa da Natureza, fundamentando a sua resposta com citações


textuais pertinentes.

2. Caracterize o estado de espírito do sujeito poético, considerando a anáfora e o paradoxo


presentes no último terceto.

3. Divida o texto em partes lógicas, justificando a sua opção.

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TESTE MÓDULO 2 – ANO 1
[RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 1]
Parte B

Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira

4. Classifique as afirmações seguintes como verdadeiras ou falsas.


a) O primeiro quadro da Farsa de Inês Pereira apresenta a protagonista alegre, bailando
com as suas amigas no adro da Igreja.
b) Vinda da missa, a Mãe encontra Inês em casa a bordar com muita dedicação, feliz por
ajudar nas tarefas domésticas.
c) Lianor Vaz visita Inês para lhe apresentar um pretendente de nome Pero Marques, que
é rejeitado pela jovem após um único encontro.
d) A ambição de Inês Pereira é casar com um jovem bem-parecido, bem falante, cortês e
discreto, ainda que pobre.
e) Após rejeitar Pero Marques, Inês encomendou a dois judeus casamenteiros a tarefa de
lhe encontrarem um pretendente com as características desejadas.
f) Apesar de todos os esforços, os judeus não conseguiram encontrar o pretendente
idealizado, mas apresentaram Brás da Mata a Inês.
g) Inês casou com Brás da Mata que, em vez de a tratar de forma cordial e delicada,
a prendeu em casa, guardada por um criado, enquanto foi combater no Norte de África.
h) A liberdade da jovem chegou com a morte do Escudeiro, comunicada a Inês através de
uma carta escrita pelo irmão daquele.

Parte C

Fernão Lopes, Crónica de D. João I

5. Recordando o estudo da Crónica de D. João I, escreva um texto expositivo, com 130 a 150
palavras, onde demonstre a importância do povo na defesa da soberania do reino. O seu
texto deve obedecer aos tópicos apresentados e à estrutura tripartida que se segue:
 Introdução – importância de Fernão Lopes para o conhecimento da sociedade
portuguesa de finais do século XIV;
 Desenvolvimento – demonstração da importância de alguns agentes, sobretudo do
povo, na defesa nacional;
 Conclusão – confirmação de que o povo estava imbuído de um sentimento patriótico.

Nota: leia e reveja o texto, de modo a evitar repetições, erros ortográficos, de pontuação, de acentuação e de
sintaxe.

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[RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 1]

GRUPO II

Leia o texto.

Porque sofremos por amor

Porque será que nos filmes, nos livros, na música, nas revistas, nas telenovelas… o Amor é
sempre “um algo” quase inatingível, ou dificilmente atingível, desencadeador de sofrimento e
de dor, transmitindo-nos, invariavelmente, a ideia de que para se ter Amor ou vivermos um
grande Amor temos de alguma forma de nos sacrificar, de sofrer, de “carregar um monte ou
5 uma montanha em cima das costas”?
É preciso as pessoas pensarem que o Amor é sofrimento, porque, no dia em que
deixarem de acreditar nessa “mentira”, fizerem uma “arrumação às suas crenças”, analisarem
as suas expectativas, perceberem a razão das suas idealizações e tentarem compreender qual
o fundamento do referido “dogma” de que para ser amado é preciso sofrer, as audiências
10 cairão, os escritores de romances ficarão no desemprego, a imprensa cor-de-rosa
desaparecerá e os filmes românticos passarão à história.
O Amor talvez seja mesmo a única “realidade” que sobra ao cimo deste planeta que não
é “comprável” ou “trocável”, porque, quando o é, deixa de ser Amor e passa a ser “desamor”
ou outra coisa qualquer. Muito menos é “adquirido” através do sofrimento.
15 A ideia de que para ter o Amor de alguém tem de se sentir dor é perversa e muito pouco
dignificante. Se alguém lhe pedir que se sacrifique para ter o seu Amor, fuja enquanto é
tempo. Esse alguém não gosta de si, e muito menos lhe quer ou faz bem.
É o concentrar de todos os nossos esforços, energia, força, recursos nos outros, em nome
do Amor, o alimentar de “relações caóticas” como se fossem uma “droga” e precisássemos de
20 a consumir diariamente, esquecendo-nos de nós, que provoca essa dor, que mais não é do
que a dor da perda de nós mesmos.
É a incessante necessidade de que o outro nos faça feliz que leva à dor do desespero que
pode fazer doer muito mais do que se decidirmos ir à procura da nossa própria felicidade.
É a idealização do outro e a incessante busca de características nossas no outro que faz
25 mal.
E enquanto continuarmos a pensar assim, e principalmente a viver de ilusões e
idealizações do outro e das relações, tentando mudar quem não quer mudar, a viver e,
especialmente, a sentir os outros, as relações e o Amor através do “filtro do sofrimento”,
vamos continuar a escolher sofrer e a “sofrer por Amor”.

Margarida Vieitez, in Visão (edição online de junho de 2016,


consultado em agosto de 2019, texto com supressões).

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Para os itens 1 a 7, selecione a opção que completa cada afirmação.

1. No primeiro parágrafo do texto


(A) a autora afirma que o Amor é algo inatingível caso não passe pelo sacrifício.
(B) o Amor é perspetivado como um sentimento doloroso, mas recompensador.
(C) afirma-se que é totalmente impossível experienciar um grande Amor.
(D) questiona-se a noção de Amor transmitida por diversos meios ou formas de arte.

2. Para a autora do artigo,


(A) O Amor não deve ser questionável nem vendável ou sofrido.
(B) devemos buscar no outro semelhanças com nós mesmos.
(C) aquele que amamos é a base da nossa felicidade.
(D) a ideia de Amor dos filmes românticos é a correta.

3. O recurso expressivo presente em “nos filmes, nos livros, na música, nas revistas, nas
telenovelas” (l. 1) é a
(A) metáfora.
(B) anáfora.
(C) enumeração.
(D) comparação.

4. O vocábulo “perversa” (l. 15), no contexto em que se encontra, significa


(A) degradada.
(B) perigosa.
(C) imoral.
(D) depravada.

5. O segmento “porque, quando o é, deixa de ser Amor” (l. 13) engloba


(A) duas orações subordinadas adverbiais temporais.
(B) uma oração subordinada adverbial causal e uma oração subordinada adverbial
consecutiva.
(C) uma oração subordinada adverbial causal e uma oração subordinada adverbial
temporal.
(D) uma oração subordinada adverbial causal.

6. O segmento sublinhado na expressão “a incessante busca de características nossas” (l. 24)


desempenha a função sintática
(A) complemento do nome.
(B) complemento direto.
(C) complemento indireto.
(D) complemento do adjetivo.

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TESTE MÓDULO 2 – ANO 1
[RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 1]

7. O pronome pessoal “lhe” usado em “Se alguém lhe pedir que se sacrifique para ter o seu
Amor” (l. 16) desempenha a função sintática de
(A) sujeito.
(B) complemento indireto.
(C) complemento direto.
(D) vocativo.

8. Classifique a oração “como se fossem uma ‘droga’” (l. 19).

9. Indique a classe e a subclasse das palavras sublinhadas em “Se alguém lhe pedir que se
sacrifique” (l. 16).

10. Indique o referente do pronome “a” presente em “precisássemos de a consumir


diariamente” (ll. 19-20).

COTAÇÕES

Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3.
I–A
20 20 20 60
4. a 4. b 4. c 4. d 4. e 4. f 4. g 4. h
I–B 40
5 5 5 5 5 5 5 5
5.
I–C 30
30
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
II 70
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
TOTAL 200

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PROPOSTA DE CORREÇÃO

GRUPO I

Parte A
1. Nas duas quadras, o “eu” lírico descreve a Natureza de forma bela e harmoniosa. A seleção
vocabular, onde predominam os nomes e os adjetivos, deixa-nos perceber a frescura, a suavidade e a
serenidade proporcionadas pelos diferentes elementos. Assim, a serra é bela, transmitindo um
frescor, conforme verso 1, capaz de apaziguar através da sua “sombra”; os cursos de água
transmitem uma sensação de paz e calma (“manso caminhar”; “rouco som do mar”). Por fim, refira-
se que mesmo o céu transmite tranquilidade (“das nuvens pelo ar a branda guerra”), o que leva o
“eu” lírico a concluir que a Natureza oferece variedade e é rara.

2. O estado de espírito do “eu” lírico revela-se nos tercetos, onde este expõe a sua dor e o seu
sofrimento, que contrastam com a “variedade” da Natureza, assumindo-se aborrecido e triste,
uma vez que “não vê” a sua amada. Afirma mesmo (e reforça), através da anáfora “sem ti”, que a
ausência da amada é a razão da sua angústia, concluindo que, paradoxalmente, apesar de todas as
alegrias que a Natureza possa proporcionar, ele está a viver a maior tristeza.

3. O texto poderá ser dividido em duas partes lógicas. Na primeira parte, formada pelas duas
quadras, o “eu” lírico faz a descrição de uma Natureza aprazível, bela e serena capaz de alegrar
qualquer um. Contudo, na segunda parte, composta pelos tercetos, o sujeito poético revela o seu
estado de espírito de sofrimento (“magoando”), que se opõe à beleza da Natureza, em virtude da
ausência da amada. Em suma, toda a beleza da Natureza de nada vale sem a presença da amada.

Parte B

4. a) – F; b) – F; c) – V; d) – V; e) – V; f) – F; g) – V; h) – V

Parte C

5. Fernão Lopes, através da sua perspicácia narrativa, retratou na Crónica de D. João I a sociedade
portuguesa dos finais do século XIV e os diversos agentes.
Deixou-nos um testemunho inegável da situação política e social daquela época. Devido à sua
narrativa, descortinamos o modo de viver e de estar das principais figuras nacionais, desde o
futuro rei D. João I ao povo. Este, num momento de crise, sentindo que a soberania portuguesa
estava em causa, uniu-se de forma coesa e solidária e agiu em prol da fação que lhes dava
garantias da manutenção da independência: revoltou-se contra D. Leonor Teles, colocando-se
ao lado do Mestre de Avis, que supunha em perigo.
O povo agiu como uma verdadeira personagem, mostrando uma consciência coletiva: participou
na vida e na defesa do reino quando acorreu ao paço para salvar o Mestre e durante o cerco de
Lisboa, defendendo de forma fervorosa a cidade.

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[RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 1]

GRUPO II
1. D
2. A
3. C
4. B
5. C
6. A
7. B
8. Oração subordinada adverbial comparativa.
9. “Se” – conjunção subordinativa condicional; “lhe” – pronome pessoal; “que” – conjunção
subordinativa completiva.
10. “uma ‘droga’”

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