Você está na página 1de 69

Do Básico ao Avançado,

Aqui Quem Avança é Você!

FINANÇAS PÚBLICAS / ECONOMIA

225-5252
Tv. Dom Pedro, nº 810, Sala 214, Umarizal, em frente à Praça Brasil (altos dos Correios).
www.cursoavancado.cjb.net
POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

FINANÇAS PÚBLICAS E ECONOMIA

ASSUNTO PAG.
FINANÇAS PÚBLICAS:
1- Os princípios teóricos de tributação. 01
2- Impostos, tarifas, contribuições fiscais e parafiscais: definições. 02
3- Tipos de impostos. Progressivos, Regressivos, Proporcionais. Diretos e Indiretos. 03
4. Impactos sobre o consumidor e a indústria de cada tipo de imposto. 03
5- Carga Fiscal. Progressiva. Regressiva. Neutra. Carga Fiscal Ótima. 04
6- Efeitos da ausência ou do excesso de cobrança de impostos. A curva reversa. O efeito de curto, médio
e longo prazos da inflação e do crescimento econômico sobre a distribuição da carga fiscal. 04
7- Lei de Responsabilidade Fiscal; Ajuste Fiscal; Contas Públicas – Déficit Público; Resultado nominal e
operacional; Necessidades de financiamento do setor público. 04
8-PROVAS DA ESAF DE FINANÇAS PÚBLICAS 28
ECONOMIA
1- Introdução à Macroeconomia. Conceitos Macroeconômicos Básicos. Identidades Macroeconômicas
fundamentais. Formas de mensuração do Produto e da Renda Nacional. O produto nominal x o produto
real. Números índices. O Sistema de contas nacionais. Contas nacionais no Brasil. Noções sobre o
balanço de pagamentos. As contas do sistema financeiro e o multiplicador bancário. 33
2- Macroeconomia keynesiana. Hipóteses básicas da macroeconomia keynesiana. As funções consumo e
poupança. Determinação da renda de equilíbrio. O multiplicador keynesiano. Os determinantes do
investimento. 45
3. O modelo IS-LM. O Equilíbrio no Mercado de Bens. A demanda por Moeda e o Equilíbrio no Mercado
Monetário. O equilíbrio no modelo IS/LM. Políticas econômicas no Modelo IS/LM. Expectativas no modelo
IS/LM. 48
4- Modelo de oferta e demanda agregada, inflação e desemprego. A função demanda agregada. As
funções de oferta agregada de curto e longo prazo. Efeitos da política monetária e fiscal no curto e longo
prazo. Choques de oferta. Inflação e Emprego. Determinação do Nível de Preços. Introdução às Teorias
da Inflação. A curva de Phillips. A Rigidez dos reajustes de preços e salários. A Teoria da Inflação
Inercial e a análise da Experiência Brasileira Recente no combate à inflação. 50
5- Macroeconomia aberta. Estrutura do balanço de pagamentos. Regimes Cambiais. Crises Cambiais. O
Modelo IS/LM numa economia aberta. Política monetária e fiscal numa economia aberta. Política Cambial
no Plano Real. 54
6- Crescimento de longo prazo: O modelo de Solow. O papel da poupança, do crescimento populacional
e das inovações tecnológicas sobre o crescimento. "A regra de ouro". 56
7- A economia intertemporal. O consumo e o investimento num modelo de escolha intertemporal. A
restrição orçamentária intertemporal das famílias. A restrição orçamentária intertemporal do governo e a
equivalência ricardiana. A restrição orçamentária intertemporal de uma nação e o endividamento
externo. 57
8-PROVAS DA ESAF DE ECONOMIA 59

I
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

1-FINANÇAS PÚBLICAS: OS PRINCÍPIOS TEÓRICOS financiado tanto por fontes de recursos do Tesouro,
DE TRIBUTAÇÃO derivadas de impostos, taxas, etc como por fontes de
recursos diretamente arrecadados, originados, por
A ESAF tem repetidamente cobrado em suas provas o exemplo, da venda de um serviço.
tema “Financiamento dos Gastos Públicos“ ou “Princípios
Teóricos da Tributação”. Posso afirmar aos candidatos que Algumas fontes de recurso são compostas por vários
a fonte principal para este assunto têm sido, há muitos tributos, como acontece com a fonte 100 – Recursos
anos, o livro de Alfredo Filellini, intitulado Economia do Ordinários, que agrega diversos impostos como o Imposto
Setor Público, da Editora Atlas, um livro fácil e simples de de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos
entender. Mas também há outro livro mais recente, de Industrializados (IPI). Outras fontes são compostas por
Fábio Giambiagi, intitulado Finanças Públicas, que tem apenas uma receita, ou mesmo, como vimos, por recursos
sido cobrado nas provas. diretamente arrecadados pelo órgão.

Os conteúdos dos livros têm sido cobrados tanto em O Manual Técnico do Orçamento (MTO-02) da Secretaria
Finanças Públicas como em outras disciplinas de de Orçamento Federal contém uma tabela, já
concursos públicos, como Administração Financeira e demonstrada, indicando as fontes de recurso que
Orçamentária - AFO ou Economia do Setor Público, nas financiam os gastos públicos (que não é necessário
provas para Analista de Finanças e Controle do Ministério decorar para a prova!!!).
da Fazenda, Gestor e Analista de Planejamento e
Orçamento do MPO. TRIBUTAÇÃO E EQÜIDADE

O que ocorre é que as três disciplinas são semelhantes em Desde a Idade Média, os reis exigiam de seus cidadãos
conteúdo e abordam basicamente os mesmos tópicos determinados valores em troca da simples proteção ou da
relacionados à teoria das finanças públicas, como os extensão de algumas prerrogativas da Corte. Daí se
tributos, a dívida pública ou o federalismo fiscal. originou o conceito do jus imperis estatal, da
compulsoriedade no pagamento de tributos, sem nada
O FINANCIAMENTO DOS GASTOS PÚBLICOS efetivamente em troca, ou apenas a mera prestação de
algum serviço.
O fluxo de arrecadação de receitas do Governo Federal
praticamente determina o processo de liberação dos Muito se discute na doutrina até hoje sobre quais seriam
recursos junto aos órgãos, realizado pela Secretaria do os princípios que deveriam alicerçar a tributação ou a
Tesouro Nacional (STN). Como toda empresa responsável cobrança de tributos. Discute-se, até mesmo, em dias
pela gestão de recursos, o Governo Federal também atuais, sobre quais os métodos mais eficientes ao Estado
administra e gere seus recursos, liberando verbas para que este efetivamente arrecade mais, sem sacrificar
orçamentárias mediante a arrecadação de receitas. Hoje, a população com onerosas cargas tributárias, que
o fluxo de liberação de recursos do Governo Federal é comprometam a produção ou o PIB e, consequentemente,
fixado pela STN via Decreto, no que denominamos de a própria arrecadação de tributos.
Decreto de Programação Financeira
Alguns princípios são aplicáveis na cobrança de tributos.
Todo início de ano, a STN publica o decreto, impondo Outros, entretanto, carecem de uma razão mais lógica ou
tetos (limites) mensais aos órgãos, e contingenciando o coerente que permita sua aplicação efetiva. Os estudiosos
Orçamento, com base na expectativa de arrecadação. A convergem, entretanto, para um ponto em comum: a
este processo, denominamos de programação financeira eqüidade no tratamento tributário.
de desembolso.
A eqüidade impõe o que poderia chamar de justeza
Para que o Governo efetivamente cumpra os programas tributária ou tributação com a máxima justiça entre os
consignados no Orçamento, é fundamental a busca por cidadãos. Neste sentido, haveria igualdade de tratamento
novas receitas e uma melhoria contínua no processo de tributário para aqueles que se encontrassem em
arrecadação. Todo o esforço de arrecadação provém de condições iguais (eqüidade horizontal) e desigualdade de
órgãos arrecadadores como a Secretaria da Receita tratamento tributário para aqueles considerados em
Federal (SRF), do Instituto Nacional de Seguridade Social situação de desigualdade (eqüidade vertical). Ou seja, aos
(INSS) e dos próprios órgãos executores (Ministérios, iguais, tratamento igual, com alíquotas ou faixas de
Secretarias, etc) mediante o recebimento de tributos e tributação iguais. Aos desiguais, tratamento desigual,
recursos próprios. com alíquotas diferenciadas, na mesma medida de suas
diferenças.
A Secretaria de Orçamento Federal (SOF), responsável
pela elaboração do Orçamento Público, previamente NEUTRALIDADE e EQUIDADE
classifica todas as receitas públicas, em fontes de recurso.
As fontes de recurso são agrupamentos de determinadas Neutralidade: a implantação de tributos não deve
receitas como as derivadas de impostos, taxas, distorcer o sistema de preços relativos, pois este é o
contribuições, etc e/ou originadas por empréstimos orientador da alocação dos recursos produtivos. Contudo,
externos, tarifas, etc., que são utilizadas para financiar os um tributo poderia ser instituído para corrigir uma
gastos públicos. distorção existente, ou seja, ele seria PARCIALMENTE
neutro;
Cada projeto ou atividade do Orçamento pode conter uma
fonte única ou mais de uma fonte de recurso financiando Equidade: Deve haver equidade horizontal e vertical
o programa. Um programa do Orçamento pode ser Horizontal: quando se dá tratamento igual para iguais;

www.cursoavancado.cjb.net 1
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

Vertical: quando se dá tratamento desigual para desiguais extrafiscalidade, ou seja, o objetivo não é arrecadar, mas
Os CRITÉRIOS DE OPERACIONALIZAÇÃO da Equidade sim, coibir uma atividade ou regular o próprio mercado.
são: Exemplo disto é o imposto de importação, não destinada
Critério do Benefício: em que há uma proporcionalidade propriamente à arrecadar, mas sim, coibir a entrada de
entre o tributo cobrado e o benefício ao tributado. Difícil produtos estrangeiros com preços mais baratos que os
na prática, dada a própria natureza dos bens públicos nacionais, reduzindo as chances da produção própria e
(indivisíveis), exceto para taxas e em alguns impostos consequentemente a oferta de empregos no país.
específicos (energia, transportes); Tributos com características parafiscais (atuam
paralelamente aos fiscais)
Critério da Capacidade de Contribuição: a “igualdade de Empréstimo Compulsório – É exigido a partir de
sacrifício” existiria no caso da progressividade tributária, investimento relevante efetuado pela União (princípio da
considerando-se o fato de a Renda possuir também anterioridade da lei) ou por motivo de guerra externa ou
utilidade marginal decrescente. iminência de guerra, ou, ainda, por calamidade pública.

No caso de guerra ou calamidade pública, o empréstimo


2-IMPOSTOS, TARIFAS, CONTRIBUIÇÕES FISCAIS E compulsório não fica sujeito ao princípio da anterioridade,
PARAFISCAIS: DEFINIÇÕES. ou seja, da antecedência que deve haver entre a
publicação da lei e a cobrança efetiva do tributo. A
Tributos com características fiscais competência para a instituição do empréstimo
compulsório é exclusiva da União e é necessário Lei
Imposto – É um tributo independente de qualquer Complementar (maioria absoluta de parlamentares) para
atividade estatal específica relativa ao contribuinte ou instituição do tributo
independente da contraprestação de um serviço. Decorre
do jus imperis estatal, de exigir-se compulsoriamente um Contribuição – As contribuições previstas na Constituição
tributo com a finalidade de financiar os gastos do Federal podem ser sociais, de interesse de categorias
Orçamento. A competência, segundo a CF/88 é privativa profissionais ou econômicas, de intervenção no domínio
da União, Estados, DF e Municípios, ou seja, cada ente econômico ou da seguridade social, sendo que estas
detém uma competência própria de impostos já definidos últimas necessitam de 90 dias de prazo entre a lei que as
e elencados na Constituição. Por exemplo, aos Estados, instituiu e a sua efetiva cobrança. A competência para
compete o ICMS, à União, o IPI, aos Municípios, o ISS, instituição de contribuições é exclusiva da União.
etc. Cada ente possui um conjunto de impostos
específicos já previamente determinados. Não pode o Aqui cabe um comentário sobre a situação jurídica das
Estado instituir ou cobrar imposto de competência da tarifas ou preços públicos. As tarifas são valores cobrados
União, ou do Município, por isso dizemos que a por um bem ou serviço prestado, mas não compulsório
competência é privativa para cada ente, ou seja, só o ente como a taxa, que é um tributo exigido do contribuinte,
determinado na CF pode cobrar o imposto que lhe é independentemente da utilização do serviço, bastando a
atribuído. potencialidade de uso para a cobrança. As tarifas são
preços públicos cobrados por algum serviço efetivamente
Taxa – É um tributo cobrado tendo em vista a prestação prestado ou consumido, como o que se consome em
de serviços públicos específicos e divisíveis, efetivamente energia elétrica ou no uso do sistema telefônico. As tarifas
prestados ou potencialmente colocados à disposição do envolvem um contrato entre o fornecedor (concessionário
contribuinte, ou, ainda, pelo simples exercício do poder de do serviço público) e um consumidor (usuário) do serviço.
polícia. Os serviços tem que ser específicos e divisíveis, ou
seja, tem que estar claramente definidos na lei e poderem O usuário paga o que consome, nada além disto.
ser medidos no consumo por cada usuário efetivo ou Geralmente as tarifas de serviços vem discriminadas para
potencial. Não podem ser serviços genéricos nem nós de alguma forma, como em nossas eternas contas
indivisíveis, como a cobrança da taxa de iluminação telefônicas, que mostram os diferentes períodos de
pública, por exemplo, repetidamente argüida como consumo e o valor cobrado. As tarifas não são tributos!!!
inconstitucional pelos cidadãos, pela sua não divisibilidade
entre os contribuintes beneficiados. O poder de polícia Não tem caráter compulsório, nem podem ser exigidas ao
vem definido no CTN e corresponde a uma série de livre arbítrio. Ou seja, paga quem quer o serviço! Cuidado
atividades de fiscalização, não se aplicando apenas à com esta proposição!
polícia federal ou fardada, mas a todas as formas de
repressão de atividades nocivas ao interesse público, Outra classificação dos tributos:
como a própria vigilância sanitária, por exemplo. A
competência de instituir taxas é comum da União, Tributos Diretos - aplicados ao contribuinte diretamente,
Estados, DF, Municípios, ou seja, tanto a União, como sobre a renda e a riqueza sem transferências tributárias.
Estados, DF ou Municípios, podem instituir taxas com o Ex. IPTU, IPVA, IR, IOF.
mesmo nome em suas esferas (nunca sobre a mesma
base de cálculo dos impostos). Tributos Indiretos – são aqueles cobrados sobre a
produção, sobre o consumo, sobre vendas ou circulação
Contribuição de melhoria – É um tributo cobrado somente de bens e mercadorias e repassados para o consumidor.
nos acréscimos de valor de imóveis, decorrente de alguma Quem arca é o consumidor final, não o produtor ou
obra pública. A competência é comum entre a União, vendedor, que repassa o imposto. Ex. IPI, ICMS, ISS.
Estados, DF e Municípios.

Alguns tributos apresentam característica de


2 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

3-TIPOS DE IMPOSTOS: PROGRESSIVOS, classes de renda mais altas da população. Sobre o


REGRESSIVOS, PROPORCIONAIS, DIRETOS E princípio da regressividade, quanto maior a renda, menor
INDIRETOS. seria o percentual da alíquota. Já o princípio da
neutralidade ou proporcionalidade implica dizer em
O princípio do benefício é o princípio que teoriza que cada tributos proporcionais aos ganhos, ou seja, alíquotas
contribuinte pagaria um valor correspondente ao seu iguais e únicas em qualquer faixa. resultariam em maiores
próprio benefício pelo bem ou serviço gerado pelo Estado, valores arrecadados, conforme a situação individual de
conforme a proporção que faria uso. renda de cada um.
Sob este princípio, os impostos seriam vistos apenas
como preços pagos por serviços públicos utilizados. Se Os modernos sistemas fiscais consagram a
usasse o serviço, pagaria. Do contrário, estaria isento. progressividade na tributação. A incidência progressiva
leva a coletividade ao mínimo sacrifício agregado. O rico
O valor total do gasto seria financiado com recursos de deve pagar proporcionalmente mais e o pobre
todos os contribuintes beneficiados. Se determinado gasto proporcionalmente menos.
não influenciasse a vida do cidadão, ele não precisaria Este princípio também baseia-se na hipótese de que a
pagar. Os impostos não precisam ser equivalentes aos renda é sujeita a lei de utilidade marginal decrescente, ou
benefícios totais recebidos pelos cidadãos, mas seja, quanto maior os acréscimos de renda dados ao
proporcionais a estes. Ou seja, não se deve cobrar, consumidor, menor será a utilidade daquela renda.
segundo a ótica, o custo total de uma ponte ou obra, em
valores idênticos para cada cidadão, mas na medida Exemplificando, se um consumidor ganha o suficiente
proporcional ao uso do bem por cada um deles. apenas para se manter, a utilidade que dará a sua renda
será maior do que aquele que ganha muito, cuja renda
Os impostos deveriam ser distribuídos de acordo com os permite até mesmo uma aplicação financeira. Para o
benefícios marginais recebidos, ou seja, de acordo com a menos favorecido, a renda é essencial para a
potencialidade para uso do bem ou obra, neste caso. sobrevivência e ele tentará maximizar o consumo, devido
Ainda que defensável do ponto de vista lógico, não a sua restrição orçamentária e ao grau de utilidade que dá
existem meios práticos que permitam operacionalizar o a sua renda.
princípio do benefício. É um princípio de difícil aplicação
na prática, devido ao princípio da exclusão, pois há
pessoas que se beneficiam do bem ou serviço, mesmo 4-IMPACTOS SOBRE O CONSUMIDOR E A
não pagando nada em tributos. INDÚSTRIA DE CADA TIPO DE IMPOSTO

Dando um exemplo trivial, se fosse construída uma ponte, Tipos de impostos: progressivos, regressivos,
não se poderia assegurar quantos atravessariam a ponte proporcionais, diretos e indiretos:
ou seriam beneficiados com a sua construção. Não se Progressivo: carga superior para quem ganha ou detém
poderia impedir, também, que alguém que não tivesse mais;
contribuído, atravessasse a ponte, pois tal prática revelar- Regressivo: o inverso (em termos percentuais do valor
se-ia inconstitucional. tomado como base, em ambos os casos)

Além do mais, o princípio, se aplicado, estaria em rota de Neutro (Proporcionais): carga (percentual ou alíquota)
colisão com outros dois princípios mais amplos aplicados igual para todas as faixas de renda;
às finanças públicas, como o princípio da distribuição de
riquezas ou da alocação de recursos, que arrazoam pelo Diretos: o sujeito passivo reúne em si as obrigações de
privilégio na distribuição do Orçamento às pessoas com direito e de fato perante o sujeito ativo;
piores condições de renda ou menor capacidade de Indiretos: o sujeito passivo de direito é um e o de fato é
pagamento. outro. O primeiro é o que carreia o numerário ao erário
público e possui as demais obrigações acessórias
Segundo o princípio mais comum na teoria das (registros contábeis).
finanças públicas, o princípio da capacidade econômica, as
pessoas devem contribuir segundo a sua capacidade real Impactos de cada tipo de tributo:
de pagamento, ou seja, quem recebe mais ou detém Também chamados de INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. quanto
maior patrimônio, paga mais. Caso contrário, paga a este aspecto, devem ser distintos 3 fatores:
menos. Impacto inicial: que recai sobre o responsável legal pelo
recolhimento e obrigações acessórias (impacto legal);
A preferência moderna é pela aplicação do princípio da
capacidade de pagamento, pois ele representa uma maior Transferência: que é o repasse do ônus via alteração de
justiça tributária, num sentido mais aproximado de preços. Pode ser “para a frente” (sobre o consumo) e
eqüidade de tratamento entre iguais e desiguais. A renda “para trás” (sobre o mercado de insumos);
é preferencialmente o indicador da capacidade econômica, Impacto Final: que é a incidência EFETIVA, que recairá
mas o patrimônio também pode servir para se aplicar o sobre os agentes econômicos que tiverem suas rendas
princípio. reduzidas em função do tributo (o que depende da
elasticidade do bem: quando maior for a elasticidade da
NEUTRALIDADE, REGRESSIVIDADE E demanda sobre a da oferta, menor será o impacto final
PROGRESSIVIDADE sobre o comprador – e vice-versa). Ressalte-se que os
DIRETOS, em princípio não são objeto de transferência.
Sobre o princípio da progressividade, as maiores alíquotas
seriam aplicadas às camadas mais favorecidas ou em CASO ESPECIAL: Indústria com custos decrescentes (Pmg

www.cursoavancado.cjb.net 3
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

cresc.) = logo, o Cmg<Cme: haverá transferência do redução da taxa de impostos sobre a renda nos EUA no
imposto maior do que 100% (vide gráfico) início da década dos 80 (governo Reagan). Julgava-se,
5-CARGA FISCAL: PROGRESSIVA, REGRESSIVA, então, que o aumento da renda, resultante do maior
NEUTRA: incentivo para trabalhar, compensaria (ou mais) o valor
não arrecadado por causa da taxa menor.
Carga fiscal progressiva: Mas não foi isso o que ocorreu. A arrecadação de fato
diminuiu e o déficit público aumentou.
Ocorre quando a relação Fato Gerador/Renda é crescente O erro estava não na Curva de Laffer e suas premissas,
perante uma alíquota constante; regressiva, quando mas em achar-se que a economia norte-americana estava
aquela relação é decrescente; neutra quando a citada funcionando à direita da alíquota ótima antes da redução
relação é constante. da taxa.

Carga fiscal ótima: O EFEITO DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS DA


INFLAÇÃO E DO CRESCIMENTO ECONÔMICO SOBRE
Ocorre quando propicia um equilíbrio orçamentário, A DISTRIBUIÇÃO DA CARGA FISCAL;
concomitantemente com a manutenção constante dos
níveis de poupança e investimento no setor privado. da Inflação: Leva os indivíduos a mudarem para
patamares superiores de carga tributária, portanto,
ceteris paribus, provoca REGRESSIVIDADE TRIBUTÁRIA.
6-EFEITOS DA AUSÊNCIA OU DO EXCESSO DE Isso exige uma correção dos limites mínimo/máximo das
COBRANÇA DE IMPOSTOS. A CURVA REVERSA. O faixas. do Crescimento: por um lado, o crescimento
EFEITO DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS DA econômico leva à elevação da Receita Tributária; por
INFLAÇÃO E DO CRESCIMENTO ECONÔMICO SOBRE outro, se o crescimento da Renda for CONCENTRADO,
A DISTRIBUIÇÃO DA CARGA FISCAL aumenta a progressividade – e vice-versa. De todo modo,
a carga tributária real (efetiva) tende a descolar-se da
EFEITOS DA AUSÊNCIA OU DO EXCESSO DE carga nominal em processos de crescimento econômico.
COBRANÇA;
EFEITO TANZI:
A ausência de cobrança tende a minimizar os gastos
sociais, deixando a economia de mercado tratar desiguais Quando o orçamento público é deficitário, o nível geral de
de modo igual; o excesso, contudo, produz a sonegação, preços sofre pressões altistas (inflação). Se existir um
a má alocação dos fatores produtivos e o desestímulo à hiato temporal entre o fato gerador do imposto e seu
poupança, ao investimento e ao trabalho. efetivo recolhimento ao erário público, haverá
naturalmente uma corrosão de seu valor real, p que
REAÇÃO DA PESSOA FÍSICA E JURÍDICA A CARGAS contribuirá para elevar ainda mais o déficit público. Isso
FISCAIS ELEVADAS foi observado, por exemplo, na Bolívia, por Olivera e
Tanzi. Para driblar esse efeito, alguns governos
Quando um Governo decide aumentar sua receita de estabelecem os tributos em uma moeda de conta que
tributos, as autoridades podem modificar a ALÍQUOTA acompanha a inflação (exemplos: UFIR; UFM) ou então
mas não podem controlar a RECEITA RESULTANTE. Se o estabelecem indexadores (tipo a taxa over-selic).
imposto distorce a opção da pessoa física entre trabalho e
lazer, o nível de receita poderá até mesmo ser inferior à
que vigia antes da majoração tributária (mas não 7. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL; AJUSTE
necessariamente). Igualmente para as empresas, uma FISCAL; CONTAS PÚBLICAS – DÉFICIT PÚBLICO;
elevação tributária poderá causar danos às mesmas e, RESULTADO NOMINAL E OPERACIONAL;
consequentemente, reduzir a receita tributária. Tudo isso NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR
sem falarmos da possibilidade sempre presente da PÚBLICO.
SONEGAÇÃO FISCAL, que costuma ocorrer quando o
contribuinte julga exorbitante o tributo. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Lei Complementar – regula o art. 163 da CF.


A CURVA REVERSA (DE LAFFER)
Normas de finanças públicas voltadas para a
Arthur Laffer é o autor da Curva Reversa, que ilustra o responsabilidade na gestão fiscal
fenômeno acima descrito, instrumento esse bastante
popular entre uma corrente de economistas norte- Abrange União, Estados e Municípios, seus Poderes e suas
americanos (os “reaganomics”) ou economistas adeptos entidades da Administração indireta, excluídas as
da “supply side” (“economia do lado da oferta”). A idéia é empresas que não dependem do Tesouro do ente ao qual
a de que a Receita Tributária é progressiva somente até se vinculam.
um dado nível de alíquota, a partir da qual, qualquer
aumento desta produzirá sonegação e/ou redução das
atividades que formam a base tributária, reduzindo-se, PRINCÍPIOS / OBJETIVOS
por conseguinte, a receita pública.
Ação planejada e transparente
VERACIDADE E FALÁCIA DA CURVA DE LAFFER: Prevenção de riscos e correção de desvios capazes de
afetar o equilíbrio das contas públicas
Esse argumento foi parcialmente responsável pela grande
4 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

Cumprimento de metas de resultados entre receitas e a) 2,5% para o Legislativo, incluído o TCU;
despesas b) 6% para o Judiciário;
c) 40,9% para o Executivo, destacando-se 3% para as
Obediência a limites e condições (renúncia de receita, despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os
geração de despesas com pessoal, da seguridade social e incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da
outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de EC no 19, repartidos de forma proporcional à média das
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de despesas relativas a cada um destes dispositivos, em
garantia e inscrição em Restos a Pagar). percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três
exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da
Combater o déficit limitando as despesas de pessoal, publicação desta Lei Complementar;
dificultando a geração de novas despesas, impondo
ajustes de compensação para a renúncia de receitas e d) 0,6% para o Ministério Público da União;
exigindo mais condições para repasses entre governos e
destes para instituições privadas. II - na esfera estadual:
a) 3% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do
Reduzir o nível da dívida pública induzindo a obtenção de Estado;
superávits primários, restringindo o processo de b) 6% para o Judiciário;
endividamento, nele incluído o dos Restos a Pagar, c) 49% para o Executivo;
requerendo limites máximos, de observância contínua, d) 2% para o Ministério Público dos Estados;
para a dívida consolidada.
III - na esfera municipal:
DESPESAS COM PESSOAL a) 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do
Município, quando houver;
Despesa total com pessoal: somatório dos gastos do ente b) 54% para o Executivo.
da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas,
relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera - limites
empregos, civis, militares e de membros de Poder, com repartidos de forma proporcional à média das despesas
quaisquer espécies remuneratórias, tais como com pessoal, em percentual da receita corrente líquida,
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, verificadas nos 3 exercícios financeiros imediatamente
proventos da aposentadoria, reformas e pensões, anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e
vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às despesa com pessoal e não atenda:
entidades de previdência. I - as exigências da LRF e disposto na CF;
II - o limite legal aplicado às despesas com pessoal
Despesa total - soma da do mês com as dos 11 meses inativo.
anteriores, pelo regime de competência.
Não pode exceder os percentuais da receita corrente Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte
líquida: aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias
anteriores ao final do mandato do titular do respectivo
I - União: 50% ; Poder ou órgão.
II - Estados: 60% ;
III - Municípios: 60% Verificação do cumprimento - realizada ao final de cada
quadrimestre.
Despesas não computadas:
Despesa total com pessoal > 95% do limite – Vedações:
Indenização por demissão de servidores ou empregados; I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou
Incentivos à demissão voluntária; adequação de remuneração a qualquer título, salvo os
Aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da derivados de sentença judicial ou de determinação legal
Constituição; ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do

Decisão judicial de período anterior ao da apuração art. 37 da Constituição;


Pessoal, do DF, Amapá e Roraima, de recursos
transferidos pela União. II - criação de cargo, emprego ou função;
Inativos, mesmo por intermédio de fundo específico com III - alteração de estrutura de carreira que implique
recursos de contribuições dos segurados; da compensação aumento de despesa;
financeira e receitas diretamente arrecadadas por fundo IV - provimento de cargo público, admissão ou
vinculado, inclusive o produto da alienação de bens, contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a
direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro. reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de
servidores das áreas de educação, saúde e segurança;
Despesas com sentenças judiciais - incluídas no limite. V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto
Contratos de terceirização (substituição de servidores e no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as
empregados públicos) - Outras Despesas de Pessoal. situações previstas na LDO.

Limites: Despesa total com pessoal > limite - o excedente terá de


ser eliminado nos 2 quadrimestres seguintes, sendo pelo
I - na esfera federal: menos um 1/3 no primeiro. O objetivo poderá ser

www.cursoavancado.cjb.net 5
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto ultrapassar o respectivo limite ao final de um
pela redução dos valores a eles atribuídos. quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término
É facultada a redução temporária da jornada de trabalho dos 3 subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo
com adequação dos vencimentos à nova carga horária. menos 25% no primeiro.
Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e Enquanto perdurar o excesso:
enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá: I – proibição de operação de crédito interna ou externa,
I - receber transferências voluntárias; inclusive por antecipação de receita, ressalvado o
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; refinanciamento do principal atualizado da dívida
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as mobiliária;
destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as II - obterá resultado primário necessário à recondução da
que visem à redução das despesas com pessoal. dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas,
limitação de empenho, na forma do art. 9o.
LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA E DAS OPERAÇÕES DE Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e
CRÉDITO enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também
impedido de receber transferências voluntárias da União
Dívida pública consolidada ou fundada: montante total, ou do Estado.
apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do
ente da Federação, assumidas em virtude de leis, Operações de Crédito
contratos, convênios ou tratados e da realização de
operações de crédito, para amortização em prazo superior O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-
a doze meses; o em parecer demonstrando a relação custo-benefício, o
interesse econômico e social da operação e o atendimento
Dívida pública mobiliária: dívida pública representada por das seguintes condições:
títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central
do Brasil, Estados e Municípios; I - existência de prévia e expressa autorização para a
Operação de crédito: compromisso financeiro assumido contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite adicionais ou lei específica;
de título, aquisição financiada de bens, recebimento II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos
antecipado de valores provenientes da venda a termo de recursos provenientes da operação, exceto no caso de
bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações por antecipação de receita;
operações assemelhadas, inclusive com o uso de III - observância dos limites e condições fixados pelo
derivativos financeiros; Senado Federal;
IV - autorização específica do Senado Federal, quando se
Concessão de garantia: compromisso de adimplência de tratar de operação de crédito externo;
obrigação financeira ou contratual assumida por ente da V - (REGRA OURO) – vedação da realização de operações
Federação ou entidade a ele vinculada; de crédito que excedam as despesas de capital, salvo as
Refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais
para pagamento do principal acrescido da atualização com finalidade precisa, aprovada pelo Legislativo por
monetária. maioria absoluta;
Dívida pública consolidada da União – inclui títulos de VI - observância das demais restrições estabelecidas na
responsabilidade do Bacen. Lei.

Dívida pública consolidada – inclui as operações de crédito Vedações


de prazo inferior a 12 meses cujas receitas tenham
constado do orçamento. Operação de crédito entre ente da Federação, diretamente
Refinanciamento do principal da dívida mobiliária - não ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou
excederá, ao término do exercício, o montante do final do empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas
exercício anterior, somado ao das operações de crédito entidades da administração indireta, ainda que sob a
autorizadas no orçamento para este efeito e efetivamente forma de novação, refinanciamento ou postergação de
realizadas, acrescido de atualização monetária. dívida contraída anteriormente.

LIMITES DA DÍVIDA Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as


operações entre instituição financeira estatal e outro ente
Fixados em percentual da receita corrente líquida para da Federação, inclusive suas entidades da administração
cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os indireta, que não se destinem a:
entes da Federação que a integrem, constituindo, para
cada um deles, limites máximos. I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria
Apuração do montante da dívida consolidada - efetuada instituição concedente.
ao final de cada quadrimestre. Operações de Crédito por Antecipação de Receita
PR - envio ao Senado Federal ou Congresso Nacional, de Orçamentária
proposta de manutenção ou alteração dos limites e
condições previstos. A operação de crédito por antecipação de receita destina-
se a atender insuficiência de caixa durante o exercício
Precatórios judiciais não pagos no orçamento - integram a financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art.
dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites. 32 e mais as seguintes:
Se a dívida consolidada de um ente da Federação
6 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

I - realizar-se-á somente a partir do 10º dia do início do a) receitas, por categoria econômica e fonte,
exercício; especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para
II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no
incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano; exercício e a previsão a realizar;
III - não será autorizada se forem cobrados outros b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza
encargos que não a taxa de juros da operação, da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o
obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e
financeira, ou à que vier a esta substituir; no exercício;
IV - estará proibida: c) despesas, por função e subfunção.
a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza Os valores referentes ao refinanciamento da dívida
não integralmente resgatada; mobiliária constarão destacadamente nas receitas de
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador operações de crédito e nas despesas com amortização da
ou Prefeito Municipal. dívida.

RESTOS A PAGAR Outros demonstrativos do Relatório:

É vedado ao titular de Poder ou órgão nos últimos 2 I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a
despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro previsão de seu desempenho até o final do exercício;
dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o
seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa inciso IV do art. 50;
para este efeito. III - resultados nominal e primário;
IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;
Na determinação da disponibilidade de caixa serão V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão os
considerados os encargos e despesas compromissadas a valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante
pagar até o final do exercício. a pagar.

TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL

Instrumentos - ampla divulgação, inclusive em meios Publicado até 30 dias do encerramento do período com
eletrônicos de acesso público: amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.
Planos orçamentos e LDO
Prestações de contas e parecer prévio O relatório conterá:
Relatório Resumido da Execução Orçamentária
Relatório de Gestão Fiscal e as versões simplificadas I - comparativo com os limites de que trata esta Lei
desses documentos. Complementar, dos seguintes montantes:
Incentivo à participação popular e realização de a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos
audiências públicas, durante os processos de elaboração e e pensionistas;
de discussão dos planos, LDO e orçamentos. b) dívidas consolidada e mobiliária;
c) concessão de garantias;
Contas do PR - disponíveis, durante o exercício, no d) operações de crédito, inclusive por antecipação de
Legislativo e no órgão técnico de elaboração, para receita;
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
sociedade.
II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a
Prestação de contas da União - demonstrativos do adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;
Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de III - demonstrativos, no último quadrimestre:
fomento, incluído o BNDEs, e, no caso das agências a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e
financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de um de dezembro;
suas atividades no exercício. b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:

A Administração Pública manterá sistema de custos que 1) liquidadas;


permita a avaliação e o acompanhamento da gestão 2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem
orçamentária, financeira e patrimonial. a uma das condições do inciso II do art. 41;
3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do
Relatório Resumido da Execução Orçamentária saldo da disponibilidade de caixa;
4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e
Publicação - até 30 dias após cada bimestre cujos empenhos foram cancelados;
c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b
I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria do inciso IV do art. 38.
econômica, as: Prestações de Contas
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a
realizar, bem como a previsão atualizada; Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a das contas, julgadas ou tomadas.
dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;
II - demonstrativos da execução das: Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo
sobre as contas no prazo de 60 dias do recebimento, se

www.cursoavancado.cjb.net 7
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais (NFSP). A linha referida é aquela linha imaginária do total
ou nas leis orgânicas municipais. quando subtraimos um valor de outro. Mede-se o déficit
acima desta linha ou abaixo, pelas necessidades de
No caso de Municípios que não sejam capitais e que financiamento de um país
tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de
180 dias. Pelo primeiro critério (acima da linha) pode-se calcular:
Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto Déficit Nominal = é a diferença entre as receitas totais
existirem contas de Poder, ou órgão pendentes de parecer arrecadadas e os gastos totais do governo.
prévio.
Os créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem Déficit Primário = são apenas os gastos não financeiros
como as demais medidas para incremento das receitas deduzidos das receitas não financeiras, ou seja, é a
tributárias e de contribuições. arrecadação de impostos do governo retirando-se apenas
Fiscalização da Gestão Fiscal os gastos correntes e o investimento governamental, sem
subtrair-se as despesas e receitas financeiras. Exclui do
O Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais déficit nominal os juros pagos e as amortizações da
de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder dívida, que são despesas financeiras, entre outras.
e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das Déficit Operacional = é o Déficit primário + pagamento de
normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se juros reais. Esta medida exclui do cálculo o pagamento
refere a: dos juros nominais da dívida, além dos efeitos da correção
monetária.
I - atingimento das metas estabelecidas na LDO;
II - limites e condições para realização de operações de O déficit nominal é usado por todos como o indicador
crédito e inscrição em Restos a Pagar; fiscal por excelência. O BC deixou de divulgar
III - medidas adotadas para o retorno da despesa total mensalmente o resultado do déficit operacional.
com pessoal ao respectivo limite
IV - providências tomadas, para recondução dos No setor público, há uma certa restrição orçamentária.
montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos Para manter em equilíbrio o Orçamento, os gastos devem
respectivos limites; ser iguais à arrecadação. Caso isto não ocorra, estará
V - destinação de recursos obtidos com a alienação de gerando-se um superávit ou déficit no orçamento.
ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as
desta Lei Complementar; No caso de superávit, o governo acumula poupança e
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos pode emprestar recursos para o setor privado. No
legislativos municipais, quando houver. segundo caso, com o governo gastando mais do que
Tribunais de Contas - alertarão quando constatarem: arrecada, gera uma necessidade de financiamento junto
I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas ao setor privado e/ou Banco Central.
no inciso II do art. 4o e no art. 9o;
II - que o montante da despesa total com pessoal Pelo critério "abaixo da linha", os principais conceitos são:
ultrapassou 90% do limite;
III - que os montantes das dívidas consolidada e Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) : É a soma das
mobiliária, das operações de crédito e da concessão de dívidas interna e externa do setor público (governo
garantia se encontram acima de 90%dos limites; federal, Estados e municípios e empresas estatais) junto
IV - que os gastos com inativos e pensionistas se ao setor privado, com a inclusão da base monetária e a
encontram acima do limite definido em lei; exclusão dos ativos do setor público, tais como reservas
V - fatos que comprometam os custos ou os resultados internacionais, créditos com o setor privado e os valores
dos programas ou indícios de irregularidades na gestão das privatizações.
orçamentária.
Ajuste patrimonial: é a diferença entre passivos do
Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os governo, contraídos no passado e posteriormente
cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada reconhecidos (“esqueletos"), e os resultados da
Poder e órgão. privatização.

CONTAS PÚBLICAS – DÉFICIT PÚBLICO; Dívida Fiscal Líquida (DFL) : É a diferença entre a DLSP e
RESULTADOS; NFSP o ajuste patrimonial.

O déficit público em um país pode ser financiado ou pela Necessidades de Financiamento do Setor Público: é o
venda de títulos públicos ao setor privado, com a mesmo conceito de déficit nominal apurado pelo critério
transferência de poupança privada ao setor público, ou "acima da linha". Refere- se a variação da DFL entre dois
pela venda de títulos públicos ao Banco Central, que períodos de tempo.
representa um endividamento do setor público, com Necessidades de Financiamento do Setor Público no
rolagem de dívidas e pagamentos de juros. conceito operacional: Exclui das necessIdades de
fInancIamento nominais a correção monetária (efeito
Existem dois critérios de cálculo para o déficit público. O inflacionário) sobre a DFL. É o mesmo conceito "acima da
primeiro é chamado "acima da linha", no qual são linha" do déficit operacional.
diminuídas as receitas totais das despesas. O segundo
critério é denominado de "abaixo da linha", que calcula o Necessidades de Financiamento do Setor Público no
déficit com base na variação da dívida pública, ou seja, conceito primário: Exclui das necessidades de
pelas necessidades de financiamento do setor público financiamento nominais, o pagamento de juros nominais
8 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

que incide sobre a DFL. Equivale ao defícit primário


apurado pelo critério "acima da linha".

O problema do cálculo das necessidades de financiamento


é que não se tem certeza absoluta dos valores de receita
e despesa de todo o governo. De qualquer forma, a
diferença negativa entre receita e despesa sempre será
financiada por endividamento. As autoridades, mesmo
não tendo certeza das receitas e despesas de estados e
municípios bem como das empresas estatais,
acompanham a evolução dos passivos junto sistema
financeiro público e privado.

Assim, pela variação do endividamento (ou conceito


abaixo da linha), pode-se ter certeza de quanto foi
necessário para cobrir o déficit do governo. No Brasil, as
NFSP são medidas pelo conceito abaixo da linha, ou seja,
a partir das alterações no valor do endividamento público
é que se sabe se a diferença entre receitas e despesas
aumentou ou diminuiu.

No Brasil, as necessidades de financiamentos são


apuradas pelo conceito de caixa, exceto pelas despesas de
juros, apuradas pelo com conceito de competência
contábil. Entretanto há dificuldades de se obter valores
precisos nas contas públicas.

O Brasil utiliza o conceito de DLSP nas estatísticas


oficiais, computando a variação da dívida fiscal e da base
monetária para chegar ao déficit público. Muitas dívidas
de caráter não-fiscal foram reconhecidas recentemente e
contribuíram para o aumento do déficit brasileiro, como
esqueletos que ainda não haviam sido registrados. As
dívidas de estados e municípios também contribuiram
para a elevação do déficit público no passar dos anos.
Entretanto, o maior problema da dívida pública brasileira
sempre foi o prazo de maturação, sendo que a maior
parte dos títulos era emitido com prazo de 1 a 2 anos.

A dívida pública pode ser definida como a dívida


no período anterior mais os juros nominais menos o
superávit primário do exercício e a receita de
senhoriagem. Senhoriagem é o poder de compra
resultante do fluxo de emissão de base monetária.

Na evolução da relação dívida/pública PIB deve-se


ter em conta o tamanho do resultado operacional e não
do resultado nominal do Governo, que se perde em
ambientes de alta inflação.

www.cursoavancado.cjb.net 9
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE indiretamente, a ente da Federação;


2000. (Estabelece normas de finanças públicas
III - empresa estatal dependente: empresa
voltadas para a responsabilidade na gestão controlada que receba do ente controlador recursos
fiscal e dá outras providências). financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou
de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último
caso, aqueles provenientes de aumento de participação
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o acionária;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Complementar: IV - receita corrente líquida: somatório das receitas
tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais,
CAPÍTULO I agropecuárias, de serviços, transferências correntes e
outras receitas também correntes, deduzidos:
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
a) na União, os valores transferidos aos Estados e
Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de Municípios por determinação constitucional ou legal, e as
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no
gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;
Constituição.
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios
§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a por determinação constitucional;
ação planejada e transparente, em que se previnem riscos
e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das c) na União, nos Estados e nos Municípios, a
contas públicas, mediante o cumprimento de metas de contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema
resultados entre receitas e despesas e a obediência a de previdência e assistência social e as receitas
limites e condições no que tange a renúncia de receita, provenientes da compensação financeira citada no § 9o do
geração de despesas com pessoal, da seguridade social e art. 201 da Constituição.
outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de § 1o Serão computados no cálculo da receita
garantia e inscrição em Restos a Pagar. corrente líquida os valores pagos e recebidos em
decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de
§ 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. das Disposições Constitucionais Transitórias.

§ 3o Nas referências: § 2o Não serão considerados na receita corrente


líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Roraima os recursos recebidos da União para atendimento
Municípios, estão compreendidos: das despesas de que trata o inciso V do § 1o do art. 19.

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste § 3o A receita corrente líquida será apurada
abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o somando-se as receitas arrecadadas no mês em
Ministério Público; referência e nos onze anteriores, excluídas as
duplicidades.
b) as respectivas administrações diretas, fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes; CAPÍTULO II

II - a Estados entende-se considerado o Distrito DO PLANEJAMENTO


Federal;
Seção I
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal
de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, Do Plano Plurianual
quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e
Tribunal de Contas do Município. Art. 3o (VETADO)

Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, Seção II


entende-se como:
Da Lei de Diretrizes Orçamentárias
I - ente da Federação: a União, cada Estado, o
Distrito Federal e cada Município;
Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o
disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:
II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do
capital social com direito a voto pertença, direta ou
I - disporá também sobre:

10 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

a) equilíbrio entre receitas e despesas; § 4o A mensagem que encaminhar o projeto da


União apresentará, em anexo específico, os objetivos das
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os
efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II parâmetros e as projeções para seus principais agregados
deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31; e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício
subseqüente.
c) (VETADO)
Seção III
d) (VETADO)
Da Lei Orçamentária Anual
e) normas relativas ao controle de custos e à
avaliação dos resultados dos programas financiados com Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual,
recursos dos orçamentos; elaborado de forma compatível com o plano plurianual,
com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas
desta Lei Complementar:
f) demais condições e exigências para transferências
de recursos a entidades públicas e privadas;
I - conterá, em anexo, demonstrativo da
compatibilidade da programação dos orçamentos com os
II - (VETADO)
objetivos e metas constantes do documento de que trata
o § 1o do art. 4o;
III - (VETADO)
II - será acompanhado do documento a que se
§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das
orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão medidas de compensação a renúncias de receita e ao
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;
constantes, relativas a receitas, despesas, resultados
nominal e primário e montante da dívida pública, para o
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de
exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
utilização e montante, definido com base na receita
corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes
§ 2o O Anexo conterá, ainda: orçamentárias, destinada ao:

I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao a) (VETADO)


ano anterior;
b) atendimento de passivos contingentes e outros
II - demonstrativo das metas anuais, instruído com riscos e eventos fiscais imprevistos.
memória e metodologia de cálculo que justifiquem os
resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas
§ 1o Todas as despesas relativas à dívida pública,
nos três exercícios anteriores, e evidenciando a
mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão,
consistência delas com as premissas e os objetivos da
constarão da lei orçamentária anual.
política econômica nacional;

§ 2o O refinanciamento da dívida pública constará


III - evolução do patrimônio líquido, também nos
separadamente na lei orçamentária e nas de crédito
últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação
adicional.
dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

§ 3o A atualização monetária do principal da dívida


IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do
índice de preços previsto na lei de diretrizes
a) dos regimes geral de previdência social e próprio orçamentárias, ou em legislação específica.
dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao
Trabalhador;
§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito
com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.
b) dos demais fundos públicos e programas estatais
de natureza atuarial;
§ 5o A lei orçamentária não consignará dotação para
investimento com duração superior a um exercício
V - demonstrativo da estimativa e compensação da financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou
renúncia de receita e da margem de expansão das em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no
despesas obrigatórias de caráter continuado. § 1o do art. 167 da Constituição.

§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo § 6o Integrarão as despesas da União, e serão


de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos incluídas na lei orçamentária, as do Banco Central do
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio
públicas, informando as providências a serem tomadas, administrativo, inclusive os destinados a benefícios e
caso se concretizem.

www.cursoavancado.cjb.net 11
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

assistência aos servidores, e a investimentos. dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes


orçamentárias.
§ 7o (VETADO)
§ 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o
o
Art. 6 (VETADO) Ministério Público não promoverem a limitação no prazo
estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a
limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados
Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil,
pela lei de diretrizes orçamentárias.
apurado após a constituição ou reversão de reservas,
constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido
até o décimo dia útil subseqüente à aprovação dos § 4o Até o final dos meses de maio, setembro e
balanços semestrais. fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o
cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em
audiência pública na comissão referida no § 1o do art. 166
§ 1o O resultado negativo constituirá obrigação do
da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas
Tesouro para com o Banco Central do Brasil e será
estaduais e municipais.
consignado em dotação específica no orçamento.

§ 5o No prazo de noventa dias após o encerramento


§ 2o O impacto e o custo fiscal das operações
de cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentará,
realizadas pelo Banco Central do Brasil serão
em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes
demonstrados trimestralmente, nos termos em que
do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União.
objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e
cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas
§ 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do operações e os resultados demonstrados nos balanços.
Brasil conterão notas explicativas sobre os custos da
remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional e
Art. 10. A execução orçamentária e financeira
da manutenção das reservas cambiais e a rentabilidade de
identificará os beneficiários de pagamento de sentenças
sua carteira de títulos, destacando os de emissão da
judiciais, por meio de sistema de contabilidade e
União.
administração financeira, para fins de observância da
ordem cronológica determinada no art. 100 da
Seção IV Constituição.

Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das CAPÍTULO III


Metas
DA RECEITA PÚBLICA
Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos
orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de
Seção I
diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea
c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução Da Previsão e da Arrecadação
mensal de desembolso.
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
a finalidade específica serão utilizados exclusivamente efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em constitucional do ente da Federação.
exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Parágrafo único. É vedada a realização de
Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a transferências voluntárias para o ente que não observe o
realização da receita poderá não comportar o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Art. 12. As previsões de receita observarão as
Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, alterações na legislação, da variação do índice de preços,
limitação de empenho e movimentação financeira, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator
segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua
orçamentárias. evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois
seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de
§ 1o No caso de restabelecimento da receita cálculo e premissas utilizadas.
prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações
cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder
proporcional às reduções efetivadas. Legislativo só será admitida se comprovado erro ou
omissão de ordem técnica ou legal.
§ 2o Não serão objeto de limitação as despesas que
constituam obrigações constitucionais e legais do ente, § 2o O montante previsto para as receitas de
inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da operações de crédito não poderá ser superior ao das

12 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

despesas de capital constantes do projeto de lei II - ao cancelamento de débito cujo montante seja
orçamentária. inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

§ 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à


disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no
mínimo trinta dias antes do prazo final para CAPÍTULO IV
encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os
estudos e as estimativas das receitas para o exercício
DA DESPESA PÚBLICA
subseqüente, inclusive da corrente líquida, e as
respectivas memórias de cálculo.
Seção I
o
Art. 13. No prazo previsto no art. 8 , as receitas
previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em Da Geração da Despesa
metas bimestrais de arrecadação, com a especificação,
em separado, quando cabível, das medidas de combate à Art. 15. Serão consideradas não autorizadas,
evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de
ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da despesa ou assunção de obrigação que não atendam o
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de disposto nos arts. 16 e 17.
cobrança administrativa.
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de
Seção II ação governamental que acarrete aumento da despesa
será acompanhado de:
Da Renúncia de Receita
I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou exercício em que deva entrar em vigor e nos dois
benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia subseqüentes;
de receita deverá estar acompanhada de estimativa do
impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva II - declaração do ordenador da despesa de que o
iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao aumento tem adequação orçamentária e financeira com a
disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano
uma das seguintes condições: plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia § 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-
foi considerada na estimativa de receita da lei se:
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará
as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio I - adequada com a lei orçamentária anual, a
da lei de diretrizes orçamentárias; despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que
esteja abrangida por crédito genérico, de forma que
II - estar acompanhada de medidas de somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas
compensação, no período mencionado no caput, por meio e a realizar, previstas no programa de trabalho, não
do aumento de receita, proveniente da elevação de sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou exercício;
criação de tributo ou contribuição.
II - compatível com o plano plurianual e a lei de
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com
subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos
caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas
base de cálculo que implique redução discriminada de disposições.
tributos ou contribuições, e outros benefícios que
correspondam a tratamento diferenciado. § 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput
será acompanhada das premissas e metodologia de
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do cálculo utilizadas.
incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo
decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa
entrará em vigor quando implementadas as medidas considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei
referidas no mencionado inciso. de diretrizes orçamentárias.

§ 3o O disposto neste artigo não se aplica: § 4o As normas do caput constituem condição prévia
para:
I - às alterações das alíquotas dos impostos
previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de
Constituição, na forma do seu § 1o; bens ou execução de obras;

www.cursoavancado.cjb.net 13
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

II - desapropriação de imóveis urbanos a que se inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos,


refere o § 3o do art. 182 da Constituição. cargos, funções ou empregos, civis, militares e de
membros de Poder, com quaisquer espécies
remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas
e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria,
reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações,
Subseção I
horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza,
bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo
Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado ente às entidades de previdência.

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter § 1o Os valores dos contratos de terceirização de


continuado a despesa corrente derivada de lei, medida mão-de-obra que se referem à substituição de servidores
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para e empregados públicos serão contabilizados como "Outras
o ente a obrigação legal de sua execução por um período Despesas de Pessoal".
superior a dois exercícios.
§ 2o A despesa total com pessoal será apurada
§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa somando-se a realizada no mês em referência com as dos
de que trata o caput deverão ser instruídos com a onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de
estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a competência.
origem dos recursos para seu custeio.
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art.
§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em
acompanhado de comprovação de que a despesa criada cada período de apuração e em cada ente da Federação,
ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais não poderá exceder os percentuais da receita corrente
previstas no anexo referido no § 1o do art. 4o, devendo líquida, a seguir discriminados:
seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser
compensados pelo aumento permanente de receita ou
I - União: 50% (cinqüenta por cento);
pela redução permanente de despesa.

II - Estados: 60% (sessenta por cento);


§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento
permanente de receita o proveniente da elevação de
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
criação de tributo ou contribuição.
§ 1o Na verificação do atendimento dos limites
o o
§ 4 A comprovação referida no § 2 , apresentada definidos neste artigo, não serão computadas as
pelo proponente, conterá as premissas e metodologia de despesas:
cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de
compatibilidade da despesa com as demais normas do I - de indenização por demissão de servidores ou
plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias. empregados;

§ 5o A despesa de que trata este artigo não será II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
executada antes da implementação das medidas referidas
no § 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II
aumentar. do § 6o do art. 57 da Constituição;

§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas IV - decorrentes de decisão judicial e da


destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de competência de período anterior ao da apuração a que se
remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 refere o § 2o do art. 18;
da Constituição.
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados
§ 7o Considera-se aumento de despesa a do Amapá e Roraima, custeadas com recursos
prorrogação daquela criada por prazo determinado. transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do
art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda
Seção II Constitucional no 19;

Das Despesas com Pessoal VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo
específico, custeadas por recursos provenientes:
Subseção I
a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
Definições e Limites
b) da compensação financeira de que trata o § 9o do
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, art. 201 da Constituição;
entende-se como despesa total com pessoal: o somatório
dos gastos do ente da Federação com os ativos, os
14 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

c) das demais receitas diretamente arrecadadas por § 2o Para efeito deste artigo entende-se como
fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da órgão:
alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu
superávit financeiro. I - o Ministério Público;

§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as II- no Poder Legislativo:


despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais
serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de
referido no art. 20.
Contas da União;

Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19


b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais
não poderá exceder os seguintes percentuais:
de Contas;

I - na esfera federal:
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o
Tribunal de Contas do Distrito Federal;
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento)
para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;
d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal
de Contas do Município, quando houver;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
III - no Poder Judiciário:
c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por
cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por
a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da
cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que
Constituição;
dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e
o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de
forma proporcional à média das despesas relativas a cada b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando
um destes dispositivos, em percentual da receita corrente houver.
líquida, verificadas nos três exercícios financeiros
imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei § 3o Os limites para as despesas com pessoal do
Complementar; Poder Judiciário, a cargo da União por força do inciso XIII
do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério aplicação da regra do § 1o.
Público da União;
§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas
II - na esfera estadual: dos Municípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c
do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e
reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento).
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o
Tribunal de Contas do Estado;
§ 5o Para os fins previstos no art. 168 da
Constituição, a entrega dos recursos financeiros
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e
órgão será a resultante da aplicação dos percentuais
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de
Executivo; diretrizes orçamentárias.

d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos § 6o (VETADO)


Estados;
Subseção II
III - na esfera municipal:
Do Controle da Despesa Total com Pessoal
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o
Tribunal de Contas do Município, quando houver;
Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque
aumento da despesa com pessoal e não atenda:
b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o
Executivo.
I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei
Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no
§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada § 1o do art. 169 da Constituição;
esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos de
forma proporcional à média das despesas com pessoal,
II - o limite legal de comprometimento aplicado às
em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos
despesas com pessoal inativo.
três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da
publicação desta Lei Complementar.
Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de
que resulte aumento da despesa com pessoal expedido
www.cursoavancado.cjb.net 15
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.
titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites


estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de
cada quadrimestre.
Seção III
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal
exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são
Das Despesas com a Seguridade Social
vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver
incorrido no excesso:
Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à
seguridade social poderá ser criado, majorado ou
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou
estendido sem a indicação da fonte de custeio total, nos
adequação de remuneração a qualquer título, salvo os
termos do § 5o do art. 195 da Constituição, atendidas
derivados de sentença judicial ou de determinação legal
ainda as exigências do art. 17.
ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do
art. 37 da Constituição;
§ 1o É dispensada da compensação referida no art.
17 o aumento de despesa decorrente de:
II - criação de cargo, emprego ou função;

I - concessão de benefício a quem satisfaça as


III - alteração de estrutura de carreira que implique
condições de habilitação prevista na legislação pertinente;
aumento de despesa;

II - expansão quantitativa do atendimento e dos


IV - provimento de cargo público, admissão ou
serviços prestados;
contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a
reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de
servidores das áreas de educação, saúde e segurança; III - reajustamento de valor do benefício ou serviço,
a fim de preservar o seu valor real.
V - contratação de hora extra, salvo no caso do
disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e § 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou
as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias. serviço de saúde, previdência e assistência social,
inclusive os destinados aos servidores públicos e militares,
ativos e inativos, e aos pensionistas.
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou
órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos
no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no CAPÍTULO V
art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos
dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências
previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 da Constituição. Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar,
entende-se por transferência voluntária a entrega de
§ 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 da recursos correntes ou de capital a outro ente da
Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência
extinção de cargos e funções quanto pela redução dos financeira, que não decorra de determinação
valores a eles atribuídos. constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de
Saúde.
§ 2o É facultada a redução temporária da jornada de
trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga § 1o São exigências para a realização de
horária. transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de
diretrizes orçamentárias:
§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido,
e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá: I - existência de dotação específica;

I - receber transferências voluntárias; II - (VETADO)

II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; III - observância do disposto no inciso X do art. 167
da Constituição;
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as
destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
que visem à redução das despesas com pessoal.
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de
§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente
se a despesa total com pessoal exceder o limite no transferidor, bem como quanto à prestação de contas de
primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos recursos anteriormente dele recebidos;
16 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

b) cumprimento dos limites constitucionais relativos constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro
à educação e à saúde; Nacional, na forma da lei.

c) observância dos limites das dívidas consolidada e § 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central
mobiliária, de operações de crédito, inclusive por do Brasil de conceder às instituições financeiras operações
antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a
de despesa total com pessoal; trezentos e sessenta dias.

d) previsão orçamentária de contrapartida. CAPÍTULO VII

§ 2o É vedada a utilização de recursos transferidos DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO


em finalidade diversa da pactuada.
Seção I
§ 3o Para fins da aplicação das sanções de
suspensão de transferências voluntárias constantes desta Definições Básicas
Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações
de educação, saúde e assistência social.
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são
adotadas as seguintes definições:
CAPÍTULO VI
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante
DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras
SETOR PRIVADO do ente da Federação, assumidas em virtude de leis,
contratos, convênios ou tratados e da realização de
Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou operações de crédito, para amortização em prazo superior
indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou a doze meses;
déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei
específica, atender às condições estabelecidas na lei de II - dívida pública mobiliária: dívida pública
diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou representada por títulos emitidos pela União, inclusive os
em seus créditos adicionais. do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

§ 1o O disposto no caput aplica-se a toda a III - operação de crédito: compromisso financeiro


administração indireta, inclusive fundações públicas e assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,
empresas estatais, exceto, no exercício de suas emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens,
atribuições precípuas, as instituições financeiras e o Banco recebimento antecipado de valores provenientes da venda
Central do Brasil. a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e
outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de
§ 2o Compreende-se incluída a concessão de derivativos financeiros;
empréstimos, financiamentos e refinanciamentos,
inclusive as respectivas prorrogações e a composição de IV - concessão de garantia: compromisso de
dívidas, a concessão de subvenções e a participação em adimplência de obrigação financeira ou contratual
constituição ou aumento de capital. assumida por ente da Federação ou entidade a ele
vinculada;
Art. 27. Na concessão de crédito por ente da
Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de
seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros, títulos para pagamento do principal acrescido da
comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos atualização monetária.
definidos em lei ou ao custo de captação.
§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção,
Parágrafo único. Dependem de autorização em lei o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da
específica as prorrogações e composições de dívidas Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências
decorrentes de operações de crédito, bem como a dos arts. 15 e 16.
concessão de empréstimos ou financiamentos em
desacordo com o caput, sendo o subsídio correspondente
§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da
consignado na lei orçamentária.
União a relativa à emissão de títulos de responsabilidade
do Banco Central do Brasil.
Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão
ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de
§ 3o Também integram a dívida pública consolidada
crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro
as operações de crédito de prazo inferior a doze meses
Nacional, ainda que mediante a concessão de
cujas receitas tenham constado do orçamento.
empréstimos de recuperação ou financiamentos para
mudança de controle acionário.
§ 4o O refinanciamento do principal da dívida
mobiliária não excederá, ao término de cada exercício
§ 1o A prevenção de insolvência e outros riscos
financeiro, o montante do final do exercício anterior,
ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos,
www.cursoavancado.cjb.net 17
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

somado ao das operações de crédito autorizadas no II do caput.


orçamento para este efeito e efetivamente realizadas,
acrescido de atualização monetária. § 6o Sempre que alterados os fundamentos das
propostas de que trata este artigo, em razão de
Seção II instabilidade econômica ou alterações nas políticas
monetária ou cambial, o Presidente da República poderá
Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional
Crédito solicitação de revisão dos limites.

Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação § 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a
desta Lei Complementar, o Presidente da República execução do orçamento em que houverem sido incluídos
submeterá ao: integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos
limites.
I - Senado Federal: proposta de limites globais para
o montante da dívida consolidada da União, Estados e Seção III
Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art.
52 da Constituição, bem como de limites e condições Da Recondução da Dívida aos Limites
relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da
II - Congresso Nacional: projeto de lei que Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um
estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término
federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da dos três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo
Constituição, acompanhado da demonstração de sua menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.
adequação aos limites fixados para a dívida consolidada
da União, atendido o disposto no inciso I do § 1o deste § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele
artigo. houver incorrido:

§ 1o As propostas referidas nos incisos I e II do I - estará proibido de realizar operação de crédito


caput e suas alterações conterão: interna ou externa, inclusive por antecipação de receita,
ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da
I - demonstração de que os limites e condições dívida mobiliária;
guardam coerência com as normas estabelecidas nesta Lei
Complementar e com os objetivos da política fiscal; II - obterá resultado primário necessário à
recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras
II - estimativas do impacto da aplicação dos limites medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o.
a cada uma das três esferas de governo;
§ 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao
III - razões de eventual proposição de limites limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará
diferenciados por esfera de governo; também impedido de receber transferências voluntárias
da União ou do Estado.
IV - metodologia de apuração dos resultados
primário e nominal. § 3o As restrições do § 1o aplicam-se imediatamente
se o montante da dívida exceder o limite no primeiro
§ 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II do quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do
caput também poderão ser apresentadas em termos de Poder Executivo.
dívida líquida, evidenciando a forma e a metodologia de
sua apuração. § 4o O Ministério da Fazenda divulgará,
mensalmente, a relação dos entes que tenham
§ 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do ultrapassado os limites das dívidas consolidada e
caput serão fixados em percentual da receita corrente mobiliária.
líquida para cada esfera de governo e aplicados
igualmente a todos os entes da Federação que a § 5o As normas deste artigo serão observadas nos
integrem, constituindo, para cada um deles, limites casos de descumprimento dos limites da dívida mobiliária
máximos. e das operações de crédito internas e externas.

§ 4o Para fins de verificação do atendimento do Seção IV


limite, a apuração do montante da dívida consolidada será
efetuada ao final de cada quadrimestre. Das Operações de Crédito

§ 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da Subseção I


República enviará ao Senado Federal ou ao Congresso
Nacional, conforme o caso, proposta de manutenção ou
Da Contratação
alteração dos limites e condições previstos nos incisos I e
18 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas
cumprimento dos limites e condições relativos à realização consolidada e mobiliária, operações de crédito e
de operações de crédito de cada ente da Federação, concessão de garantias.
inclusive das empresas por eles controladas, direta ou
indiretamente. § 5o Os contratos de operação de crédito externo
não conterão cláusula que importe na compensação
§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito automática de débitos e créditos.
fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e
jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o Art. 33. A instituição financeira que contratar
interesse econômico e social da operação e o atendimento operação de crédito com ente da Federação, exceto
das seguintes condições: quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá
exigir comprovação de que a operação atende às
I - existência de prévia e expressa autorização para condições e limites estabelecidos.
a contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos
adicionais ou lei específica; § 1o A operação realizada com infração do disposto
nesta Lei Complementar será considerada nula,
II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a
dos recursos provenientes da operação, exceto no caso de devolução do principal, vedados o pagamento de juros e
operações por antecipação de receita; demais encargos financeiros.

III - observância dos limites e condições fixados pelo § 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de
Senado Federal; ingresso dos recursos, será consignada reserva específica
na lei orçamentária para o exercício seguinte.
IV - autorização específica do Senado Federal,
quando se tratar de operação de crédito externo; § 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a
amortização, ou constituída a reserva, aplicam-se as
V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 sanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23.
da Constituição;
§ 4o Também se constituirá reserva, no montante
VI - observância das demais restrições estabelecidas equivalente ao excesso, se não atendido o disposto no
nesta Lei Complementar. inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as
disposições do § 3o do art. 32.
§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária
federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de Subseção II
créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado
que atenda às suas especificidades. Das Vedações

§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos
considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação
recursos de operações de crédito nele ingressados e o das desta Lei Complementar.
despesas de capital executadas, observado o seguinte:
Art. 35. É vedada a realização de operação de
I - não serão computadas nas despesas de capital as crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por
realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamento a intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa
contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da
tendo por base tributo de competência do ente da administração indireta, ainda que sob a forma de
Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do novação, refinanciamento ou postergação de dívida
ônus deste; contraída anteriormente.

II - se o empréstimo ou financiamento a que se § 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o


refere o inciso I for concedido por instituição financeira caput as operações entre instituição financeira estatal e
controlada pelo ente da Federação, o valor da operação outro ente da Federação, inclusive suas entidades da
será deduzido das despesas de capital; administração indireta, que não se destinem a:

III - (VETADO) I - financiar, direta ou indiretamente, despesas


correntes;
§ 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do
Senado Federal e do Banco Central do Brasil, o Ministério II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria
da Fazenda efetuará o registro eletrônico centralizado e instituição concedente.
atualizado das dívidas públicas interna e externa,
garantido o acesso público às informações, que incluirão: § 2o O disposto no caput não impede Estados e
Municípios de comprar títulos da dívida da União como
I - encargos e condições de contratação;

www.cursoavancado.cjb.net 19
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

aplicação de suas disponibilidades. b) no último ano de mandato do Presidente,


Governador ou Prefeito Municipal.
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma
instituição financeira estatal e o ente da Federação que a § 1o As operações de que trata este artigo não serão
controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. computadas para efeito do que dispõe o inciso III do art.
167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe definido no inciso II do caput.
instituição financeira controlada de adquirir, no mercado,
títulos da dívida pública para atender investimento de § 2o As operações de crédito por antecipação de
seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União receita realizadas por Estados ou Municípios serão
para aplicação de recursos próprios. efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição
financeira vencedora em processo competitivo eletrônico
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e promovido pelo Banco Central do Brasil.
estão vedados:
§ 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de
I - captação de recursos a título de antecipação de acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto e,
receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções
não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do cabíveis à instituição credora.
art. 150 da Constituição;
Subseção IV
II - recebimento antecipado de valores de empresa
em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, Das Operações com o Banco Central do Brasil
a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros
e dividendos, na forma da legislação; Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o
Banco Central do Brasil está sujeito às vedações
III - assunção direta de compromisso, confissão de constantes do art. 35 e mais às seguintes:
dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens,
mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou I - compra de título da dívida, na data de sua
aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a colocação no mercado, ressalvado o disposto no § 2o
empresas estatais dependentes; deste artigo;

IV - assunção de obrigação, sem autorização II - permuta, ainda que temporária, por intermédio
orçamentária, com fornecedores para pagamento a de instituição financeira ou não, de título da dívida de
posteriori de bens e serviços. ente da Federação por título da dívida pública federal,
bem como a operação de compra e venda, a termo,
Subseção III daquele título, cujo efeito final seja semelhante à
permuta;
Das Operações de Crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária III - concessão de garantia.

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de § 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao
receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série
o exercício financeiro e cumprirá as exigências Especial, existente na carteira das instituições financeiras,
mencionadas no art. 32 e mais as seguintes: que pode ser refinanciado mediante novas operações de
venda a termo.
I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do
início do exercício; § 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar
diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar a
II - deverá ser liquidada, com juros e outros dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua
encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada carteira.
ano;
§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser
III - não será autorizada se forem cobrados outros realizada à taxa média e condições alcançadas no dia, em
encargos que não a taxa de juros da operação, leilão público.
obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica
financeira, ou à que vier a esta substituir; § 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da
dívida pública federal existentes na carteira do Banco
IV - estará proibida: Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão,
salvo para reduzir a dívida mobiliária.
a) enquanto existir operação anterior da mesma
natureza não integralmente resgatada; Seção V

Da Garantia e da Contragarantia
20 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito
operações de crédito internas ou externas, observados o à exportação.
disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da
União, também os limites e as condições estabelecidos § 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em
pelo Senado Federal. razão de garantia prestada, a União e os Estados poderão
condicionar as transferências constitucionais ao
§ 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento ressarcimento daquele pagamento.
de contragarantia, em valor igual ou superior ao da
garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que § 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido
a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao honrada pela União ou por Estado, em decorrência de
garantidor e às entidades por este controladas, observado garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso
o seguinte: o acesso a novos créditos ou financiamentos até a total
liquidação da mencionada dívida.
I - não será exigida contragarantia de órgãos e
entidades do próprio ente; Seção VI

II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Dos Restos a Pagar


Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá
consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente
Art. 41. (VETADO)
arrecadadas e provenientes de transferências
constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor
para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão
da dívida vencida. referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu
mandato, contrair obrigação de despesa que não possa
ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha
§ 2o No caso de operação de crédito junto a
parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que
organismo financeiro internacional, ou a instituição federal
haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
de crédito e fomento para o repasse de recursos externos,
a União só prestará garantia a ente que atenda, além do
disposto no § 1o, as exigências legais para o recebimento Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade
de transferências voluntárias. de caixa serão considerados os encargos e despesas
compromissadas a pagar até o final do exercício.
§ 3o (VETADO)
CAPÍTULO VIII
o
§ 4 (VETADO)
DA GESTÃO PATRIMONIAL
o
§ 5 É nula a garantia concedida acima dos limites
fixados pelo Senado Federal. Seção I

§ 6o É vedado às entidades da administração Das Disponibilidades de Caixa


indireta, inclusive suas empresas controladas e
subsidiárias, conceder garantia, ainda que com recursos Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da
de fundos. Federação serão depositadas conforme estabelece o § 3o
do art. 164 da Constituição.
§ 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de
garantia por: § 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de
previdência social, geral e próprio dos servidores públicos,
I - empresa controlada a subsidiária ou controlada ainda que vinculadas a fundos específicos a que se
sua, nem à prestação de contragarantia nas mesmas referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão
condições; depositadas em conta separada das demais
disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições
de mercado, com observância dos limites e condições de
II - instituição financeira a empresa nacional, nos
proteção e prudência financeira.
termos da lei.

§ 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de


§ 8o Excetua-se do disposto neste artigo a garantia
que trata o § 1o em:
prestada:

I - títulos da dívida pública estadual e municipal,


I - por instituições financeiras estatais, que se
bem como em ações e outros papéis relativos às
submeterão às normas aplicáveis às instituições
empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;
financeiras privadas, de acordo com a legislação
pertinente;
II - empréstimos, de qualquer natureza, aos
segurados e ao Poder Público, inclusive a suas empresas
II - pela União, na forma de lei federal, a empresas
de natureza financeira por ela controladas, direta e

www.cursoavancado.cjb.net 21
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

controladas. Seção I

Seção II Da Transparência da Gestão Fiscal

Da Preservação do Patrimônio Público Art. 48. São instrumentos de transparência da


gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação,
Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os
derivada da alienação de bens e direitos que integram o planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as
patrimônio público para o financiamento de despesa prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o
corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o
previdência social, geral e próprio dos servidores públicos. Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
desses documentos.
Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a
lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão Parágrafo único. A transparência será assegurada
novos projetos após adequadamente atendidos os em também mediante incentivo à participação popular e
andamento e contempladas as despesas de conservação realização de audiências públicas, durante os processos de
do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes
de diretrizes orçamentárias. orçamentárias e orçamentos.

Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder
encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no
projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico
informações necessárias ao cumprimento do disposto responsável pela sua elaboração, para consulta e
neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação. apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

Art. 46. É nulo de pleno direito ato de Parágrafo único. A prestação de contas da União
desapropriação de imóvel urbano expedido sem o conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das
atendimento do disposto no § 3o do art. 182 da agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco
Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
indenização. especificando os empréstimos e financiamentos
concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e
da seguridade social e, no caso das agências financeiras,
Seção III
avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas
atividades no exercício.
Das Empresas Controladas pelo Setor Público
Seção II
Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato
de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de
Da Escrituração e Consolidação das Contas
desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia
gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do
disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da Constituição. Art. 50. Além de obedecer às demais normas de
contabilidade pública, a escrituração das contas públicas
observará as seguintes:
Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em
seus balanços trimestrais nota explicativa em que
informará: I - a disponibilidade de caixa constará de registro
próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão,
fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e
I - fornecimento de bens e serviços ao controlador,
escriturados de forma individualizada;
com respectivos preços e condições, comparando-os com
os praticados no mercado;
II - a despesa e a assunção de compromisso serão
registradas segundo o regime de competência, apurando-
II - recursos recebidos do controlador, a qualquer
se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos
título, especificando valor, fonte e destinação;
financeiros pelo regime de caixa;

III - venda de bens, prestação de serviços ou


III - as demonstrações contábeis compreenderão,
concessão de empréstimos e financiamentos com preços,
isolada e conjuntamente, as transações e operações de
taxas, prazos ou condições diferentes dos vigentes no
cada órgão, fundo ou entidade da administração direta,
mercado.
autárquica e fundacional, inclusive empresa estatal
dependente;
CAPÍTULO IX
IV - as receitas e despesas previdenciárias serão
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO apresentadas em demonstrativos financeiros e
orçamentários específicos;

22 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a) receitas, por categoria econômica e fonte,


a Pagar e as demais formas de financiamento ou assunção especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para
de compromissos junto a terceiros, deverão ser o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no
escrituradas de modo a evidenciar o montante e a exercício e a previsão a realizar;
variação da dívida pública no período, detalhando, pelo
menos, a natureza e o tipo de credor; b) despesas, por categoria econômica e grupo de
natureza da despesa, discriminando dotação inicial,
VI - a demonstração das variações patrimoniais dará dotação para o exercício, despesas empenhada e
destaque à origem e ao destino dos recursos provenientes liquidada, no bimestre e no exercício;
da alienação de ativos.
c) despesas, por função e subfunção.
§ 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-
se-ão as operações intragovernamentais. § 1o Os valores referentes ao refinanciamento da
dívida mobiliária constarão destacadamente nas receitas
§ 2o A edição de normas gerais para consolidação de operações de crédito e nas despesas com amortização
das contas públicas caberá ao órgão central de da dívida.
contabilidade da União, enquanto não implantado o
conselho de que trata o art. 67. § 2o O descumprimento do prazo previsto neste
artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2o do art.
§ 3o A Administração Pública manterá sistema de 51.
custos que permita a avaliação e o acompanhamento da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial. Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido
demonstrativos relativos a:
Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até
o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por esfera I - apuração da receita corrente líquida, na forma
de governo, das contas dos entes da Federação relativas definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como
ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por a previsão de seu desempenho até o final do exercício;
meio eletrônico de acesso público.
II - receitas e despesas previdenciárias a que se
§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas refere o inciso IV do art. 50;
contas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos:
III - resultados nominal e primário;
I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do
respectivo Estado, até trinta de abril;
IV - despesas com juros, na forma do inciso II do
art. 4o;
II - Estados, até trinta e um de maio.
V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão
§ 2o O descumprimento dos prazos previstos neste referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos
artigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que realizados e o montante a pagar.
o ente da Federação receba transferências voluntárias e
contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao
§ 1o O relatório referente ao último bimestre do
refinanciamento do principal atualizado da dívida
exercício será acompanhado também de demonstrativos:
mobiliária.

I - do atendimento do disposto no inciso III do art.


Seção III
167 da Constituição, conforme o § 3o do art. 32;

Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária


II - das projeções atuariais dos regimes de
previdência social, geral e próprio dos servidores públicos;
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art.
165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o
III - da variação patrimonial, evidenciando a
Ministério Público, será publicado até trinta dias após o
alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela
encerramento de cada bimestre e composto de:
decorrentes.

I - balanço orçamentário, que especificará, por


§ 2o Quando for o caso, serão apresentadas
categoria econômica, as:
justificativas:

a) receitas por fonte, informando as realizadas e a


I - da limitação de empenho;
realizar, bem como a previsão atualizada;

II - da frustração de receitas, especificando as


b) despesas por grupo de natureza, discriminando a
medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal,
dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;
adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e

II - demonstrativos da execução das:


www.cursoavancado.cjb.net 23
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

cobrança. atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41;

Seção IV 3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o


limite do saldo da disponibilidade de caixa;
Do Relatório de Gestão Fiscal
4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa
Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido e cujos empenhos foram cancelados;
pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20
Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo: c) do cumprimento do disposto no inciso II e na
alínea b do inciso IV do art. 38.
I - Chefe do Poder Executivo;
§ 1o O relatório dos titulares dos órgãos
II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora mencionados nos incisos II, III e IV do art. 54 conterá
ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos apenas as informações relativas à alínea a do inciso I, e
internos dos órgãos do Poder Legislativo; os documentos referidos nos incisos II e III.

III - Presidente de Tribunal e demais membros de § 2o O relatório será publicado até trinta dias após o
Conselho de Administração ou órgão decisório encerramento do período a que corresponder, com amplo
equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.
Poder Judiciário;
§ 3o O descumprimento do prazo a que se refere o §
IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos 2 sujeita o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51.
o

Estados.
§ 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54
Parágrafo único. O relatório também será assinado deverão ser elaborados de forma padronizada, segundo
pelas autoridades responsáveis pela administração modelos que poderão ser atualizados pelo conselho de
financeira e pelo controle interno, bem como por outras que trata o art. 67.
definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão referido
no art. 20. Seção V

Art. 55. O relatório conterá: Das Prestações de Contas

I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder
Complementar, dos seguintes montantes: Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos
Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e
a) despesa total com pessoal, distinguindo a com Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no
inativos e pensionistas; art. 20, as quais receberão parecer prévio,
separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.
b) dívidas consolidada e mobiliária;
§ 1o As contas do Poder Judiciário serão
apresentadas no âmbito:
c) concessão de garantias;

I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal


d) operações de crédito, inclusive por antecipação
Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos
de receita;
respectivos tribunais;

e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;


II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de
Justiça, consolidando as dos demais tribunais.
II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a
adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;
§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de
Contas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela
III - demonstrativos, no último quadrimestre: comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166
da Constituição ou equivalente das Casas Legislativas
a) do montante das disponibilidades de caixa em estaduais e municipais.
trinta e um de dezembro;
§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da
b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas: apreciação das contas, julgadas ou tomadas.

1) liquidadas; Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer


prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta
2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido
nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas
municipais.
24 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e V - fatos que comprometam os custos ou os
que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo resultados dos programas ou indícios de irregularidades
será de cento e oitenta dias. na gestão orçamentária.

§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em § 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar
recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de
referido no art. 20, pendentes de parecer prévio. cada Poder e órgão referido no art. 20.

Art. 58. A prestação de contas evidenciará o § 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará o


desempenho da arrecadação em relação à previsão, cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.
destacando as providências adotadas no âmbito da
fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações CAPÍTULO X
de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e
judicial, bem como as demais medidas para incremento
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
das receitas tributárias e de contribuições.

Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar


Seção VI
limites inferiores àqueles previstos nesta Lei
Complementar para as dívidas consolidada e mobiliária,
Da Fiscalização da Gestão Fiscal operações de crédito e concessão de garantias.

Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que
auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle devidamente escriturados em sistema centralizado de
interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em caução
o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com para garantia de empréstimos, ou em outras transações
ênfase no que se refere a: previstas em lei, pelo seu valor econômico, conforme
definido pelo Ministério da Fazenda.
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de
diretrizes orçamentárias; Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio
de despesas de competência de outros entes da
II - limites e condições para realização de operações Federação se houver:
de crédito e inscrição em Restos a Pagar;
I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e
III - medidas adotadas para o retorno da despesa na lei orçamentária anual;
total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos
arts. 22 e 23; II - convênio, acordo, ajuste ou congênere,
conforme sua legislação.
IV - providências tomadas, conforme o disposto no
art. 31, para recondução dos montantes das dívidas Art. 63. É facultado aos Municípios com população
consolidada e mobiliária aos respectivos limites; inferior a cinqüenta mil habitantes optar por:

V - destinação de recursos obtidos com a alienação I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30


de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e ao final do semestre;
as desta Lei Complementar;
II - divulgar semestralmente:
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos
legislativos municipais, quando houver.
a) (VETADO)
o
§ 1 Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou
b) o Relatório de Gestão Fiscal;
órgãos referidos no art. 20 quando constatarem:

c) os demonstrativos de que trata o art. 53;


I - a possibilidade de ocorrência das situações
previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o;
III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano
plurianual, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos
II - que o montante da despesa total com pessoal
Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias e o anexo de que
ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;
trata o inciso I do art. 5o a partir do quinto exercício
seguinte ao da publicação desta Lei Complementar.
III - que os montantes das dívidas consolidada e
mobiliária, das operações de crédito e da concessão de
§ 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos
garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento)
deverá ser realizada em até trinta dias após o
dos respectivos limites;
encerramento do semestre.

IV - que os gastos com inativos e pensionistas se


§ 2o Se ultrapassados os limites relativos à despesa
encontram acima do limite definido em lei;
www.cursoavancado.cjb.net 25
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

total com pessoal ou à dívida consolidada, enquanto Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma
perdurar esta situação, o Município ficará sujeito aos permanente, da política e da operacionalidade da gestão
mesmos prazos de verificação e de retorno ao limite fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal,
definidos para os demais entes. constituído por representantes de todos os Poderes e
esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades
Art. 64. A União prestará assistência técnica e técnicas representativas da sociedade, visando a:
cooperação financeira aos Municípios para a modernização
das respectivas administrações tributária, financeira, I - harmonização e coordenação entre os entes da
patrimonial e previdenciária, com vistas ao cumprimento Federação;
das normas desta Lei Complementar.
II - disseminação de práticas que resultem em maior
§ 1o A assistência técnica consistirá no treinamento eficiência na alocação e execução do gasto público, na
e desenvolvimento de recursos humanos e na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e
transferência de tecnologia, bem como no apoio à na transparência da gestão fiscal;
divulgação dos instrumentos de que trata o art. 48 em
meio eletrônico de amplo acesso público. III - adoção de normas de consolidação das contas
públicas, padronização das prestações de contas e dos
§ 2o A cooperação financeira compreenderá a relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata
doação de bens e valores, o financiamento por intermédio esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples
das instituições financeiras federais e o repasse de para os pequenos Municípios, bem como outros,
recursos oriundos de operações externas. necessários ao controle social;

Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.


reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União,
ou pelas Assembléias Legislativas, na hipótese dos § 1o O conselho a que se refere o caput instituirá
Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação: formas de premiação e reconhecimento público aos
titulares de Poder que alcançarem resultados meritórios
I - serão suspensas a contagem dos prazos e as em suas políticas de desenvolvimento social, conjugados
disposições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70; com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas
desta Lei Complementar.
II - serão dispensados o atingimento dos resultados
fiscais e a limitação de empenho prevista no art. 9o. § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de
funcionamento do conselho.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no
caso de estado de defesa ou de sítio, decretado na forma Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é
da Constituição. criado o Fundo do Regime Geral de Previdência Social,
vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência
Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e Social, com a finalidade de prover recursos para o
70 serão duplicados no caso de crescimento real baixo ou pagamento dos benefícios do regime geral da previdência
negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional social.
ou estadual por período igual ou superior a quatro
trimestres. § 1o O Fundo será constituído de:

§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do
variação real acumulada do Produto Interno Bruto inferior Instituto Nacional do Seguro Social não utilizados na
a 1% (um por cento), no período correspondente aos operacionalização deste;
quatro últimos trimestres.
II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam
§ 2o A taxa de variação será aquela apurada pela adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados por força
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou de lei;
outro órgão que vier a substituí-la, adotada a mesma
metodologia para apuração dos PIB nacional, estadual e III - receita das contribuições sociais para a
regional. seguridade social, previstas na alínea a do inciso I e no
inciso II do art. 195 da Constituição;
§ 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser
adotadas as medidas previstas no art. 22. IV - produto da liquidação de bens e ativos de
pessoa física ou jurídica em débito com a Previdência
§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças Social;
drásticas na condução das políticas monetária e cambial,
reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido no V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;
caput do art. 31 poderá ser ampliado em até quatro
quadrimestres.
VI - recursos provenientes do orçamento da União.

26 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

§ 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do


Seguro Social, na forma da lei.

Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a


instituir regime próprio de previdência social para seus
servidores conferir-lhe-á caráter contributivo e o
organizará com base em normas de contabilidade e
atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial.

Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja


despesa total com pessoal no exercício anterior ao da
publicação desta Lei Complementar estiver acima dos
limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá enquadrar-
se no respectivo limite em até dois exercícios, eliminando
o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50%
a.a. (cinqüenta por cento ao ano), mediante a adoção,
entre outras, das medidas previstas nos arts. 22 e 23.

Parágrafo único. A inobservância do disposto no


caput, no prazo fixado, sujeita o ente às sanções previstas
no § 3o do art. 23.

Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37


da Constituição, até o término do terceiro exercício
financeiro seguinte à entrada em vigor desta Lei
Complementar, a despesa total com pessoal dos Poderes
e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em
percentual da receita corrente líquida, a despesa
verificada no exercício imediatamente anterior, acrescida
de até 10% (dez por cento), se esta for inferior ao limite
definido na forma do art. 20.

Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos


Poderes e órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder,
em percentual da receita corrente líquida, a do exercício
anterior à entrada em vigor desta Lei Complementar, até
o término do terceiro exercício seguinte.

Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei


Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei no
1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no 201, de
27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de
1992; e demais normas da legislação pertinente.

Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na


data da sua publicação.

Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31


de maio de 1999.

Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da Independência e


112o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Pedro Malan

Martus Tavares

Este texto não substitui o publicada no D.O. de 5.5.2000

www.cursoavancado.cjb.net 27
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

8-PROVAS DA ESAF DE FINANÇAS PÚBLICAS manifesta sob a forma de conflito nas relações
intergovernamentais. Escolha a opção incorreta
Controladoria-Geral da União – AFC/CGU relacionada à globalização, regionalismo e federação.
2003/2004
a) Em um novo pacto federativo, a autonomia deverá
FINANÇAS PÚBLICAS estar mais associada à flexibilidade no uso e à
estabilidade dos recursos financeiros do que a liberdade
01- A necessidade de atuação econômica do setor público para tributar.
prende-se à constatação de que o sistema de preços não b) A harmonização da política tributária não afeta a
consegue cumprir adequadamente algumas tarefas ou autonomia dos entes federados, centrada na repartição
funções. Assim, é correto afirmar que das competências impositivas e no mecanismo de
repartição de receitas constitucionalmente definidos.
a) a função distributiva do governo está associada ao c) O período 1988-1998 sofreu influência de uma instável
fornecimento de bens e serviços não oferecidos conjuntura econômica que afetou fortemente o campo
eficientemente pelo sistema de mercado. fiscal e acabou por reverter parte significativa dos
b) a função alocativa do governo está relacionada com a avanços alcançados no rumo da descentralização.
intervenção do Estado na economia para alterar o d) A manutenção do federalismo requer a existência de
comportamento dos níveis de preços e emprego. instituições independentes em cada um dos níveis de
c) o governo funciona como agente redistribuidor de governo.
renda através da tributação, retirando recursos dos e) Quando as desigualdades regionais são grandes, o
segmentos mais ricos da sociedade e transferindoos para equilíbrio entre repartição de competências e a autonomia
os segmentos menos favorecidos. federativa depende de um eficiente sistema de
d) a função estabilizadora do governo está relacionada ao transferências compensatórias.
fato de que o sistema de preços não leva a uma justa
distribuição de renda. 05- A justificativa para o que foi denominado ciclo político
e) a distribuição pessoal de renda pode ser implementada invertido baseou-se no argumento da existência de
por meio de uma estrutura tarifária regressiva. restrições políticas ou sociais à adoção de medidas fiscais
impopulares. A promoção do desenvolvimento e o esforço
02- É de conhecimento geral que, por várias razões no sentido de minimizar os conflitos sociais formam,
históricas, o Estado assumiu em vários países de naturalmente, parte do ideário de qualquer governo. O
industrialização tardia ou subdesenvolvidos uma função que caracteriza as políticas populistas, de acordo com
central na promoção do desenvolvimento econômico, seus críticos, seria a combinação de quatro fatores.
inclusive no Brasil. Identifique a opção falsa. Identifique o fator que não é pertinente.

a) No Brasil, o Estado, para viabilizar o processo de a) O ativismo governamental.


industrialização, assumiu a incumbência de desenvolver o b) O redistributivismo a qualquer custo.
setor de bens intermediários e gerar a infra-estrutura. c) A afirmação das conseqüências positivas decorrentes
b) As empresas estatais, no período do II Plano Nacional de elevados déficits fiscais.
de Desenvolvimento (II PND), conforme determinação d) A tentativa de promover o crescimento econômico,
governamental, só podiam ter acesso ao crédito interno. independentemente das condições de contexto.
c) O Estado brasileiro atuou no desenvolvimento do setor e) A ausência da percepção da existência de restrições
siderúrgico, da exploração de petróleo, do setor macroeconômicas.
petroquímico, entre outros.
d) Além do grande esforço na tentativa de 06- Com base na Teoria das Finanças Públicas, assinale
redirecionamento da poupança interna para os projetos do a única opção falsa.
II PND, houve uma grande participação de empréstimos
externos no financiamento dos programas de a) Um bem público puro é caracterizado por ter seu
investimentos. consumo não rival e não excludente.
e) Observou-se, ao longo do processo de desenvolvimento b) Bens privados são aqueles cujo consumo é tanto rival
nacional brasileiro, a constituição de um estavam ao quanto excludente e são providos eficientemente em
alcance do setor privado propriamente dito. mercados competitivos.
c) A exclusão permite que o produtor do bem privado
03- Se a dívida pública de um país era de 25% do PIB no possa ser pago sempre que um consumidor fizer uso do
ano t e passou a ser 32,0% do PIB no ano (t+5), mesmo.
determine qual foi o crescimento real anual médio dessa d) Um exemplo de bem público puro é segurança
dívida, entre esses dois anos, considerando que o PIB nacional.
teve um aumento real de 2,3% ao ano. e) Há rivalidade no consumo de um bem se o consumidor
desse bem por parte de uma pessoa aumenta a
a) 7,5 % ao ano disponibilidade do mesmo para as outras.
b) 10,5 % ao ano
c) 15,0 % ao ano 07- Para atingir os objetivos de política econômica, o
d) 7,3 % ao ano governo dispõe de um conjunto de instrumentos. Entre
e) 8,7 % ao ano eles estão a política fiscal, monetária e cambial.

04- Nos últimos anos, tem-se assistido a freqüentes Assinale a opção incorreta.
manifestações sobre a necessidade de um novo pacto
federativo, que elimine a tensão que volta e meia se
28 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

a) A política cambial corresponde a ações do governo que b) Quanto ao poder de tributar, a receita é dividida
atingem diretamente as transações internacionais do país. conforme a discriminação constitucional das rendas, em
b) A política fiscal pode ser dividida em política tributária federal, estadual e municipal.
e política de gastos públicos. c) Quanto à coercitividade, as receitas podem ser
c) Para controlar as condições de crédito, o governo utiliza divididas em originárias e derivadas.
a política monetária. d) Quanto à regularidade, as receitas podem ser
d) Quando o governo aumenta seus gastos, diz-se que a desdobradas em ordinárias e extraordinárias.
política monetária é expansionista e, caso contrário, é e) Na classificação quanto à natureza, diz-se que as
contracionista. receitas tributárias e as receitas de contribuições são
e) Por meio da política cambial, o governo pode atuar no exemplos de receitas correntes.
mercado de divisas de vários países.
12- O Plano Plurianual de 2000-2003 do governo
08- Os modelos macroeconômicos procuram analisar o brasileiro, que recebeu o nome de Avança Brasil, continha
comportamento dos gastos públicos durante o tempo. Os mudanças de grande repercussão no sistema de
modelos que tentam associar o crescimento dos gastos planejamento e orçamento do Governo Federal. Segundo
públicos com os estágios de crescimento do país foram o conteúdo desse plano, identifique a única opção que não
desenvolvidos por é pertinente.

a) Peacock , Wiseman e Wagner. a) Os Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento


b) Adolpho Wagner. balizaram a organização espacial das ações e a seleção de
c) Peacock, Wiseman e Herber. empreendimentos estruturantes que aportam ao Plano
d) Musgrave, Rostow e Herber. Plurianual a dimensão de um projeto de desenvolvimento
e) Musgrave, Rostow e Kay. nacional.
b) O desenvolvimento sustentável contava com a grande
09- De acordo com a teoria da tributação, aponte a única capacidade de geração de poupança interna e com a força
opção incorreta. do mercado de capitais para o financiamento de longo
prazo, necessário para viabilizar os novos investimentos
a) Os impostos específicos são aqueles cujo valor do em infraestrutura e ampliar o número de empresas
imposto é fixo em termos monetários. instaladas no País.
b) Os impostos ad-valorem são aqueles em que se tem c) Diante das restrições fiscais, os recursos foram
uma alíquota de imposto e o valor arrecadado depende da alocados para setores essenciais à retomada do
base sobre a qual incide. crescimento e para as demandas sociais mais críticas.
c) Os impostos específicos são pró-cíclicos. d) Os investimentos necessários ao desenvolvimento não
d) O sistema tributário deve poder conter o processo de seriam somente tarefa do setor público. A parceria entre
crescimento desajustado, atuando, muitas vezes, de governo, iniciativa privada e a sociedade organizada seria
forma contracíclica. indispensável para alcançar os objetivos econômicos e
e) Um sistema tributário é progressivo quando a sociais.
participação dos impostos na renda dos agentes diminui e) Para crescer de forma consistente, o país precisaria
conforme a renda aumenta. consolidar a estabilidade econômica e essa estabilidade só
estaria garantida com um efetivo ajuste fiscal.
10- Pesquisando as experiências na área orçamentária
podem-se encontrar diversos processos de elaboração de 13- Com relação à despesa pública, identifique a que
orçamento nos quais a presença de maior ou menor grau natureza de categoria de programação orçamentária
de ação planejada provoca grandes contrastes. Assinale a corresponde o pagamento de sentenças judiciais.
definição que identifica o orçamento de desempenho.
a) atividades
a) Processo orçamentário que se apóia na necessidade de b) projetos
justificativa de todos os programas cada vez que se inicia c) programas
um novo ciclo. d) planejamento prévio
b) Processo orçamentário em que é explicitado apenas o e) operações especiais
objeto de gasto.
c) Processo orçamentário que representa duas dimensões 14- Com relação à análise custo-benefício de projetos e
do orçamento: objeto de gasto e um programa de programas governamentais, identifique a opção incorreta.
trabalho, contendo as ações desenvolvidas.
d) Orçamento elaborado por meio de ajustes marginais a) O valor econômico dos benefícios tangíveis de um
nos seus itens de receita e despesa. projeto em um mercado de competição perfeita é avaliado
e) Processo orçamentário que se apóia no critério de pelos preços de mercado e os benefícios precisam ser
alocação de recursos por meio do estabelecimento de um ajustados adequadamente.
quantitativo financeiro fixo. b) Se os benefícios excedem os custos, o projeto pode
conduzir a uma mais eficiente alocação de recursos.
11- A receita da administração pública pode ser c) A análise de custo-benefício não é um substituto para o
classificada quanto à natureza, ao poder de tributar, à processo político, uma vez que é um método de escolha
coercitividade, quanto à afetação patrimonial e quanto à para projetos alternativos, depois que o valor dos
regularidade. Marque a opção falsa. benefícios é determinado.
d) Na identificação e mensuração de custos e benefícios, a
a) Quanto à afetação patrimonial, as receitas são questão mais importante refere-se ao tratamento das
classificadas em orçamentárias e extra-orçamentárias. externalidades.

www.cursoavancado.cjb.net 29
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

e) Benefícios reais de um projeto são aqueles derivados (PIN).


de seus usuários finais.
13- Com base na imposição de um imposto, assinale a
15- O processo de privatização no Brasil pode ser dividido única opção falsa.
em três fases: a que ocorreu ao longo dos anos 80, a que a) Quando um imposto é aplicado num mercado, há dois
foi de 1990 a 1995 e a que se iniciou em 1995. Com preços de interesse: o que o demandante paga e o que o
relação ao processo de privatização no Brasil, aponte a ofertante recebe.
única opção falsa. b) O imposto sobre a quantidade é uma taxa cobrada por
cada unidade vendida ou comprada do bem.
a) A primeira fase correspondeu a um processo de “re- c) O imposto sobre o valor é uma taxa expressa em
privatização”, cujo principal objetivo foi o saneamento unidades percentuais.
financeiro da carteira do Banco Nacional de d) A parte de um imposto que é repassada aos
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). consumidores independe das inclinações relativas das
b) A segunda fase privilegiou a venda de empresas dos curvas de oferta e demanda.
setores industriais, como a siderurgia, petroquímica e e) A produção perdida é o custo social do imposto.
fertilizantes.
c) A terceira fase caracterizou-se, principalmente, 14- A forma como são estruturados os sistemas
pela privatização dos setores públicos, com destaque para tributários determina o impacto dos impostos tanto sobre
os setores de energia elétrica e telecomunicações. o nível de renda como sobre a organização econômica.
d) A terceira fase apresentou como ponto importante o Quanto ao aspecto de afetar a distribuição de renda, não
lançamento do Plano Nacional de Desestatização (PND). se pode afirmar que:
e) A partir de 1990, o processo de privatização esteve
inserido em uma estratégia geral de governo, que a) os impostos indiretos aumentam a desigualdade na
contemplava a promoção das chamadas “reformas de distribuição do produto nacional.
mercado”. b) a implantação de um sistema tributário em que todos
pagam 7% de sua renda como imposto caracteriza um
sistema proporcional.
AFRF - 2003 c) os impostos diretos, tais como o ICMS e o IPI, que não
incidem sobre a renda, mas sobre o preço das
11- A tributação é um instrumento pelo qual a sociedade mercadorias, são impostos regressivos.
tenta obter recursos coletivamente para satisfazer às d) com impostos regressivos, os segmentos sociais de
necessidades da sociedade. De acordo com a teoria da menor poder aquisitivo são os mais onerados.
tributação, aponte a opção falsa. e) a estrutura tributária, baseada em impostos
progressivos, onera proporcionalmente mais os
a) O mecanismo da tributação, associado às políticas segmentos da sociedade de maior poder aquisitivo.
orçamentárias, intervém diretamente na alocação dos
recursos, na distribuição de recursos na sociedade e pode 15- Suponha uma alíquota tributária de 50%, incidente
reduzir as desigualdades na riqueza e na renda. sobre um produto que agrega valor a matériasprimas,
b) O sistema tributário é o principal instrumento de sem o uso de outros produtos que tenham passado
política fiscal do governo. previamente por algum processo de transformação. O
c) Por princípio, o sistema de tributação deve ser o mais valor por unidade do produto é de R$ 100,00. O preço do
justo possível. produto quando o imposto é calculado “por dentro” será:
d) Os tributos devem ser escolhidos de forma a maximizar
sua interferência no sistema de mercado, a fim de não a) R$ 125,00
torná-lo mais ineficiente. b) R$ 175,00
e) A análise da aplicação da tributação baseia-se no c) R$ 150,00
princípio do benefício e no princípio da habilidade de d) R$ 155,00
pagamento. e) R$ 200,00

12- As contribuições sociais, de intervenção no domínio 16- Sob o ponto de vista da distribuição da incidência
econômico e de interesse das categorias profissionais ou tributária, indique a opção errada.
econômicas, obedecem a algumas exigências e princípios
constitucionais. Aponte qual contribuição tem como fato a) Um imposto sobre os vendedores desloca a curva de
gerador o faturamento operacional das empresas privadas oferta para cima, em montante maior ao do imposto.
com ou sem fins lucrativos e a utilização do trabalho b) Quando um bem é tributado, compradores e
assalariado ou de quaisquer outros que caracterizem a vendedores partilham o ônus do imposto.
relação de trabalho. c) A única diferença entre tributar o consumidor e tributar
o vendedor está em quem envia o dinheiro para o
a) Contribuição para o Financiamento da Seguridade governo.
Social (COFINS). d) A incidência tributária depende das elasticidades-preço
b) Contribuição para o Programa de Integração Social da oferta e da demanda.
(PIS). e) O ônus do imposto tende a recair sobre o lado do
c) Contribuição Social s/ o Lucro Líquido da Pessoa mercado que for menos elástico.
Jurídica (CSLL).
d) Contribuição Provisória s/ a Movimentação Financeira 17- A curva de Demanda Agregada-Inflação (DAI) mostra,
(CPMF). para cada taxa de inflação, o nível do produto de
e) Contribuição para o Programa de Integração Nacional equilíbrio determinado pela análise de renda-demanda.
30 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

Um exemplo básico de fator que desloca a curva DAI é a c) A Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária
política fiscal. Assinale a opção incorreta no que diz Anual deverão conter um demonstrativo da estimativa e
respeito aos fatores que diminuem a demanda agregada a das medidas de compensação da renúncia de receita.
cada taxa de inflação, deslocando a curva DAI para a d) Cada nível de governo deverá demonstrar que a
esquerda. renúncia de receita foi considerada na Lei Orçamentária
a) Aumento das aquisições do governo. Anual e que não afetará as metas previstas na Lei de
b) Aumento dos impostos. Diretrizes Orçamentárias.
c) Diminuição da riqueza. e) No prazo previsto, as receitas previstas serão
d) Aumento do pessimismo de empresas ou famílias. desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais
e) Aumento da taxa de juros a cada taxa de inflação. de arrecadação.

18- Aponte a única opção incorreta no que diz respeito


a impostos, déficit público e seus impactos. AFRF/2002.2

a) As despesas do governo e os impostos afetam o 11- Uma forma de avaliar a eqüidade de um sistema
mercado de capitais. tributário é chamada de princípio de capacidade de
b) Aumentos nos impostos reduzem a renda disponível. pagamento. Segundo o princípio de eqüidade vertical, diz-
c) O déficit público reduz a poupança nacional, se que o sistema tributário é regressivo quando:
provocando alta das taxas de juros reais.
d) Quando o governo gasta mais do que arrecada, precisa a) os contribuintes com altas rendas pagam proporção
obter empréstimos para financiar seu déficit. menor de sua renda, mesmo que a quantia paga seja
e) O déficit público provoca um aumento do investimento maior.
privado. b) os contribuintes com a mesma capacidade de
pagamento arcam com o mesmo ônus fiscal.
19- O forte ajuste fiscal realizado na economia brasileira c) os contribuintes com capacidade de pagamento
no fim da década de 90, notadamente no ano de 1999, similares pagam a mesma quantia.
ano de grande austeridade fiscal, resultou em diversos d) os contribuintes pagam tributos de acordo com o
benefícios nas contas públicas. Sob a ótica do ajuste montante de benefícios que eles recebem.
fiscal, aponte qual opção é incorreta. e) o percentual do imposto a ser pago aumenta quando
aumenta o nível de renda.
a) Para uma mesma taxa de juros, após a desvalorização
de 1999, o superávit primário requerido para estabilizar a 12- Compete à União, exclusivamente, com exceção do
relação dívida/ PIB aumentou. disposto no Parágrafo Único do Art.149 da Constituição
b) Apesar da virtual estagnação do PIB em 1999 e do Federal, instituir contribuições sociais, de domínio
aumento da ordem de 4% do número de indivíduos que econômico e de interesse das categorias profissionais ou
recebiam benefícios do INSS, a relação despesa com econômicas. Segundo a classificação das receitas públicas
benefícios/PIB diminuiu ligeiramente nesse ano. brasileiras, indique a opção que é classificada como uma
c) O critério de desempenho para avaliar a política fiscal, receita de contribuição do governo.
no contexto do acordo do FMI de 1999, foi o valor da
Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) no a) Contribuição para o Instituto de Colonização e Reforma
conceito nominal. Agrária.
d) Permissão em 1999, para as empresas acertarem as b) Contribuição Social para o Salário Educação.
suas dívidas com o fisco, sem pagamento de multas, c) Contribuição para o Serviço Nacional de Aprendizagem
permitiu uma cobrança de atrasados equivalente a Industrial.
aproximadamente 0,5% do PIB. d) Contribuição para o Serviço Social da Indústria.
e) A diminuição da taxa SELIC nominal de 45% para 19% e) Contribuição para o Programa de Integração Nacional e
entre o auge da crise econômica, no início de 1999 e o para o Programa de Redistribuição de Terras e de
final do mesmo ano, se deu pela redução do risco-Brasil. Estímulo à Agroindústria do Norte e Nordeste.

20- Constituem requisitos essenciais da responsabilidade 13- Identifique a única opção incorreta no que tange aos
na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva tipos de impostos.
arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da federação. Deste modo, na Lei a) Tributos diretos são aqueles cujo ônus de pagamento
de Responsabilidade Fiscal, foram definidos recai sobre o próprio contribuinte.
procedimentos e normas a serem observados pelo poder b) Os impostos indiretos costumam ser proporcionais ou
público. Com base na referida Lei, identifique a opção seletivos, de acordo com a essencialidade do produto ou
incorreta com relação à receita. serviço em que incidem.
c) Os impostos diretos costumam ser progressivos,
a) O Poder Legislativo somente poderá efetuar a incidindo de forma graduada, de acordo com a capacidade
reestimativa de receita se ficar comprovado erro ou econômica do contribuinte.
omissão de ordem técnica e legal. d) Os impostos indiretos, por não serem transferíveis a
b) Se o montante previsto para as receitas de operação terceiros, permitem que a carga tributária seja distribuída
de crédito ultrapassarem o das despesas correntes de forma eqüitativa.
constantes do projeto de lei orçamentária, o Poder e) A diferenciação entre tributos diretos e indiretos é
Legislativo poderá efetuar a reestimativa de receita. importante para a análise da eqüidade.

14- Ao discutir eficiência e eqüidade de um imposto sobre

www.cursoavancado.cjb.net 31
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

a renda, podem ser distinguidos dois conceitos de c) Os custos dos impostos são, até certo ponto,
alíquota: alíquota média e alíquota marginal. Neste inevitáveis, porque os impostos são necessários para
contexto, assinale o único conceito correto de alíquota arcar com os gastos governamentais.
marginal. d) O efeito deslocamento diz que as famílias terão menos
lazer quando ficarem mais pobres, em decorrência do
a) É a alíquota mais útil quando se tenta aferir o sacrifício aumento de imposto sobre a renda.
feito pelo contribuinte, porque mede a parcela de renda e) Impostos sobre a pessoa jurídica afetam decisões de
paga em impostos pelo mesmo. investimento.
b) É a alíquota que determina o peso morto de um
imposto sobre a renda. 18- Com relação aos impactos de um déficit orçamentário
c) É a alíquota menos útil quando se deseja avaliar as do governo na economia, aponte a única opção falsa.
distorções causadas pelo sistema tributário.
d) É a alíquota que mede o quanto o sistema tributário a) O déficit orçamentário do governo reduz a poupança
encoraja o trabalho árduo. nacional.
e) É a alíquota obtida pela divisão do imposto total pago e b) O déficit orçamentário do governo representa poupança
a renda total. pública negativa.
c) Os déficits orçamentários do governo não afetam o
15- Modelos simples de oferta e demanda podem ser mercado de câmbio.
utilizados para analisar uma ampla variedade de políticas d) Os déficits orçamentários do governo expulsam o
governamentais. Com base no impacto de um imposto, investimento interno.
aponte a única opção falsa. e) Os déficits orçamentários do governo aumentam as
taxas de juros.
a) O impacto de um imposto depende das elasticidades da 19- Identifique a única opção errada relativa à Lei
oferta e da demanda. Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, conhecida
b) Se a demanda for muito inelástica em relação à oferta, como Lei de Responsabilidade Fiscal.
a carga fiscal recairá principalmente sobre os
compradores. a) O governante deve demonstrar que a renúncia de
c) Se a curva da oferta for horizontal, nenhuma parcela receita será compensada somente por alteração de
do imposto será repassada aos consumidores. alíquotas dos impostos e contribuições.
d) Se a demanda for muito elástica em relação à oferta, a b) O governante deverá demonstrar que a renúncia de
carga fiscal incidirá principalmente sobre os vendedores. receita foi considerada na Lei Orçamentária Anual.
e) O ônus de um imposto é a perda líquida do excedente c) O governante de qualquer esfera de governo poderá
dos consumidores e produtores resultante da aplicação do instituir, prever e efetivamente arrecadar todos os
imposto. tributos de sua competência institucional.
d) O governante de cada esfera de governo deverá
16- Com base na evolução da carga tributária no Brasil, explorar adequadamente sua base tributária e ter
nos últimos 30 anos, aponte a única opção incorreta. capacidade de estimar sua receita.
e) Para o governante que não prever, arrecadar e cobrar
a) Ao longo dos anos 70 e 80, a carga tributária brasileira tributos que sejam de sua competência, serão suspensas
oscilou entre 23% e 26% do PIB. as transferências voluntárias.
b) A menor arrecadação verificada em alguns anos pode
ser atribuída ao chamado “efeito Tanzi”, que corresponde 20- Ao longo do período 1995/1998, o Governo Federal
à queda de arrecadação real do governo, observada em Brasileiro foi aperfeiçoando os seus mecanismos de
períodos de aceleração inflacionária. controle sobre os déficits dos governos estaduais. Entre as
c) Em 1990, ocorreu significativo aumento da carga mudanças, assinale a única opção não pertinente.
tributária, provocado pelo Plano Collor, chegando a atingir
quase 30% do PIB. a) O fim do uso dos bancos estaduais para o
d) Houve forte escalada tributária após a implantação do financiamento dos tesouros estaduais, seja por via da
Plano Real, passando a carga tributária a representar mais privatização ou da sua transformação em banco de
de 30% do PIB no final da década de 90. fomento, com regras rígidas de funcionamento.
e) A elevação da carga tributária ocorrida nos anos 90 b) O aumento da utilização de empresas estatais
deveu-se, basicamente, ao aumento da carga dos tributos estaduais para o financiamento permanente dos tesouros
incidentes sobre o patrimônio e a renda. estaduais.
c) O maior controle das antecipações de receitas
17- Distorcendo opções entre trabalho e lazer, ou entre orçamentárias, amplamente utilizadas até 1995 como
consumo e investimento, os impostos criam custos para a forma de os tesouros estaduais se financiarem junto ao
economia. Com relação às perdas provocadas pelos sistema bancário.
impostos, identifique a única opção incorreta. d) A inibição do instrumento dos denominados
“precatórios”.
a) Como resultado dos impostos sobre certos bens e e) A renegociação das dívidas mobiliárias estaduais.
atividades, as pessoas trabalham muito pouco, ou
poupam muito pouco, ou compram muito pouco as
mercadorias muito tributadas e muito mais as que são
pouco tributadas.
b) Ações decorrentes das distorções causadas pelos
impostos sobre os preços relativos fazem com que o bem-
estar econômico diminua.
32 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

1-INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA. CONCEITOS PIB x PNB


MACROECONÔMICOS BÁSICOS. IDENTIDADES O produto interno bruto é a somatória de todos os bens e
MACROECONÔMICAS FUNDAMENTAIS. FORMAS DE serviços FINAIS produzidos internamente em uma
MENSURAÇÃO DO PRODUTO E DA RENDA economia em dado período de tempo.
NACIONAL. O PRODUTO NOMINAL X O PRODUTO
REAL. NÚMEROS ÍNDICES. O SISTEMA DE CONTAS Já o PNB-Produto Nacional Bruto é similar, mas para se
NACIONAIS. CONTAS NACIONAIS NO BRASIL. chegar ao mesmo, deduzem-se do PIB as remessas de
NOÇÕES SOBRE O BALANÇO DE PAGAMENTOS. AS pagamentos de fatores produtivos de não-residentes e,
CONTAS DO SISTEMA FINANCEIRO E O adicionam-se os ingressos de remunerações de fatores
MULTIPLICADOR BANCÁRIO. produtivos de residentes no país.
O PIL cf é idêntico em valor à Renda Interna. O PNL cf, à
CONCEITOS MACROECONÔMICOS BÁSICOS: Renda Nacional.

Identidades macroeconômicas fundamentais:


Valor Bruto da Produção (VBP): é a somatória dos valores PRODUTO NOMINAL X PRODUTO REAL
de tudo o que foi produzido em uma economia em dado
período. O produto real ou a preços constantes é o valor do
produto de um ano a preços de um ano-base, de modo a
Produto: é a soma dos valores dos bens e serviços FINAIS eliminar-se a variação causada unicamente pela inflação.
produzidos por uma economia em dado período.
Valor Adicionado ou Agregado: É a contribuição que cada No Brasil, o IBGE primeiramente calcula a variação física
unidade produtiva acrescenta sobre o input para repassar do produto de um ano para outro, a partir de vários
o bem ou serviço para a frente. levantamentos estatísticos.

1. PRODUTO PELA ÓTICA DO VALOR AGREGADO: Uma vez obtido o crescimento físico entre dois anos,
calcula o DEFLATOR IMPÍCITO DO PIB, que é uma medida
O somatório das contribuições adicionais de todas as de inflação do valor agregado. Assim:
unidades produtivas é o Valor Agregado (ou Adicionado) DI = PQ / Q = P
da economia e é um dos meios de se aferir o valor do
Produto, pois se confunde com este. Assim: Produto = VAI A seguir, utiliza-se esse deflator para retirar a inflação do
+ VAII + VAIII (soma dos VA’s dos 3 Setores Produtivos ano II/I e, assim, obtem-se o produto do ano II a preços
da economia) do ano anterior I.
Esse valor é o do "produto real".
2. PRODUTO PELA ÓTICA DA RENDA
NÚMEROS ÍNDICES:
Renda: é o total das remunerações pagas aos
proprietários dos fatores produtivos em cada etapa de Um número-índice é uma ferramenta estatística usada
produção. para medir variações relativas em agregados de preços ou
de quantidades em períodos definidos.
Renda = Salários + Juros + Lucros + Aluguéis + Royalties
+ Lucros Os índices mais conhecidos são: Laspeyres; Paasche;
Adicionando-se a Depreciação, passamos do PIL a custo Geométrico. Para o onteresse da Economia, são mais
de fatores para o PIB a custo de fatores; usados os índices de preços.

Mais os Impostos Indiretos e Menos os Subsídios (ou seja, LASPEYRES: no qual o numerador é a soma dos preços
mais os impostos indiretos LÍQUIDOS) = PIB a preços de correntes ponderados pelas quantidades de um período-
mercado. base, e o denominador é a soma dos preços do período-
base ponderados da mesma forma:
Qual a diferença entre PIB e PNB (para qualquer modo de I.L. = å Pn. Qo
apresentação) ? å Po. Qo
PNB = PIB + RLE (em que RLE = RRE – REE)
PAASCHE, por sua vez, usa como ponderação não as
Se dividirmos pela População, teremos esses agregados quantidades do período-base, mas sim as do próprio
“per capita”. período analisado:

Assim, PIB / Pop = PIB per capita.


I.P. = å Pn. Qn
å Po. Qn
3. PRODUTO PELA ÓTICA DE: DISPÊNDIO
(DEMANDA) AGREGADO(A):
Finalmente, FISCHER, também conhecido como índice
É o total de despesas efetuadas pelos agentes econômicos geométrico ou “ideal”: tem por finalidade eliminar o viés
em dado período, a saber: DA = Consumo das famílias + para cima do índice de Laspeyres e o viés para baixo do
Investimento das Empresas + Gastos Públicos Líquidos + índice de Paasche, calculando a média geométrica do
Demanda Externa Líquida (Exportações – Importações). produtos dos mesmos.
Este é outro método de se achar o valor do produto, visto
que o item Investimentos inclui as Variações de Estoques. I.F. = √IL.IP

www.cursoavancado.cjb.net 33
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS – CONTAS As TRUs vinculam-se às CEIs por apresentar os resultados
NACIONAIS DO BRASIL agregados de Oferta e Demanda total e renda por setores
de atividades. Nelas as unidades produtivas são
O novo Sistema de Contas Nacionais do Brasil está classificadas segundo as atividades permitindo visualizar
centrado nas CONTAS ECONÔMICAS INTEGRADAS (CEIs); as trocas entre os setores. As
e nas TABELAS DE RECURSOS E USOS (TRUs). As CEIs TRUs são a base de construção das matrizes de insumo-
são formadas por um conjunto de contas de operações e produto.
também de contas de ativos e passivos dos setores
institucionais e do Resto do Mundo. Elas são divididas em:

As TRUs apresentam os agregados macros de Produto, Tabela de Recursos de Bens e Serviços, que apresenta a
Renda e Despesas, por setores de atividades. oferta total da economia (produção e importação);

As CEIs constituem a estrutura central do Sistema. Elas Tabela de Usos de Bens e Serviços, com o consumo
são construídas em torno de uma seqüência de contas de intermediário e a demanda final (Exportação, Consumo
fluxos inter-relacionadas com as contas de patrimônio. As Final e FBK) totalizando a Demanda da economia;
primeiras descrevem como as atividades ocorrem num Componentes do Valor Adicionado por setor.
dado período. As de patrimônio, registram os valores de
ativos e passivos detidos pelos diversos setores no início e Há, finalmente, a CONTA DE OPERAÇÃO DE BENS E
no fim de um período. A ligação entre elas é dada pelo SERVIÇOS (classificada no Sistema como Conta 0),
saldo de uma conta que é transportado para a conta apresentada separada das CEIs. Ela é a base de todo o
seguinte. O novo Sistema usa os conceitos de Usos x Sistema, retratando a atividade de produção por
Recursos; e Ativos x Passivos, ao invés de débito e categorias de demanda final. Os recursos e usos se
crédito. equilibram, não havendo saldo contábil. Trata-se, pois de
uma conta de síntese.
As CEIs estão estruturadas em três subconjuntos de
contas: Contas Correntes, Contas de Acumulação; e
Contas de Patrimônio.

BRASIL: ECONOMIA NACIONAL – CONTA DE BENS E SERVIÇOS – 1999 – R$ 1.000

RECURSOS OPERAÇÕES USOS


1.680.344 Produção
112.501 Importação de bens e serviços
104.163 Impostos sobre produtos
7.859 Imposto de Importação
96.304 Demais impostos sobre os
produtos
Consumo intermediário 823.649
Consumo final 775.098
Formação bruta de capital fixo 181.813
Variação de estoques 14.639
Exportação de bens e serviços 101.809
1.897.008 TOTAL 1.897.008

34 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Quadro 1 - Economia Nacional - Contas de produção, renda e capital - 1999

(1 000 000 R$)

Usos Operações e saldos Recursos

Conta 1 - Conta de produção

Produção 1 680 344


823 649 Consumo intermediário
Impostos sobre produtos 104 163
Imposto de importação 7 859
Demais impostos sobre produtos 96 304
960 858 Produto interno bruto

Conta 2 - Conta da renda

2.1 - Conta de distribuição primária da renda

2.1.1 - Conta de geração da renda

Produto interno bruto 960 858


360 096 Remuneração dos empregados
359 793 Residentes
303 Não-residentes
157 273 Impostos sobre a produção e de importação
(-) 3 106 Subsídios à produção ( - )
446 596 Excedente operacional bruto inclusive rendimento de autônomos
49 003 Rendimento de autônomos (rendimento misto)
397 593 Excedente operacional bruto

2.1.2 - Conta de alocação da renda

Excedente operacional bruto inclusive rendimento de autônomos 446 596


Rendimento de autônomos (rendimento misto) 49 003
Excedente operacional bruto 397 593
Remuneração dos empregados 360 347
Residentes 359 793
Não-residentes 554
Impostos sobre a produção e de importação 157 273
Subsídios à produção ( - ) (-) 3 106
41 873 Rendas de propriedade enviadas e recebidas do resto do mundo 6 799
926 035 Renda nacional bruta

2.2 - Conta de distribuição secundária da renda

Renda nacional bruta 926 035


2 241 Outras transferências correntes enviadas e recebidas do resto do mundo 4 468
928 261 Renda disponível bruta (1)

2.3 - Conta de uso da renda

Renda disponível bruta (1) 928 261


775 098 Consumo final
153 163 Poupança bruta (1)

Conta 3 - Conta de acumulação

3.1 - Conta de capital

Poupança bruta (1) 153 163


181 813 Formação bruta de capital fixo
14 639 Variação de estoque
25 Transferências de capital 48
(-) 43 266 Capacidade ( + ) ou Necessidade ( - ) de Financiamento
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Contas Nacionais.

35
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Quadro 2 - Economia Nacional - Conta do resto do mundo (conta das transações externas) - 1999

(1 000 000 R$)

Usos Operações e saldos Recursos

Conta 1 - Conta externa de bens e serviços

101 809 Exportação de bens e serviços


101 250 Exportação de bens e serviços com emissão de câmbio
559 Exportação de bens e serviços sem emissão de câmbio
Importação de bens e serviços 112 501
Importação de bens e serviços com emissão de câmbio 108 438
Importação de bens e serviços sem emissão de câmbio 4 064
10 692 Saldo externo de bens e serviços

Conta 2 - Conta externa de distribuição primária da renda e transferências correntes

Saldo externo de bens e serviços 10 692


554 Remuneração dos empregados 303
6 799 Rendas de propriedade 41 873
4 064 Juros 31 585
2 735 Dividendos 10 062
Lucros de investimento direto estrangeiro, reinvestido 226
4 468 Outras transferências correntes 2 241
0 Prêmios líquidos de seguros não-vida 251
251 Indenizações de seguros não-vida 0
4 217 Transferências correntes diversas 1 990
43 289 Saldo externo corrente

Conta 3 - Conta externa de acumulação

Saldo externo corrente 43 289


48 Transferências de capital enviadas e recebidas do resto do mundo 25
Variações do patrimônio líquido resultantes de poupança e de transferências de capital 43 266
43 266 Capacidade ( + ) ou Necessidade ( - ) líquida de financiamento
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Contas Nacionais.

Quadro 4 - Componentes do PIB pela ótica da despesa - variação real anual - 1994-1999

(Em %)

Componentes do Produto Interno Bruto 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Produto interno bruto 5,85 4,22 2,66 3,27 0,22 0,79

Consumo final 5,87 7,01 3,13 2,90 0,13 (-) 0,25

Consumo das famílias 7,50 8,71 3,70 3,13 (-) 0,52 (-) 1,02

Consumo da administração pública 0,33 1,34 1,38 2,11 2,38 2,31

Formação bruta de capital 13,03 8,09 2,83 8,28 (-) 0,60 (-) 6,41

Formação bruta de capital fixo 14,25 7,29 1,20 9,33 (-) 0,69 (-) 7,65

Exportação de bens e serviços 4,01 (-) 2,03 0,64 11,15 6,57 12,04

Importação de bens e serviços(-) 20,35 30,68 5,39 17,83 2,55 (-) 14,79

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Contas Nacionais.

36
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
TABELAS DE RECURSOS E USOS – TRU

As tabelas de recursos e usos oferecem informações detalhadas por atividade e produtos. Trata-se, na verdade, de uma
desagregação da Conta de Produção, ou seja, é possível não só o cálculo do Valor Adicionado (PIB) a preços básicos e a
custo de fator por atividade econômica, mas também, por exemplo, a análise da composição dos insumos de cada atividade.
Da mesma forma, é possível desagregar o PIB a preços de mercado pela ótica da despesa em seus componentes (Consumo
Final das Famílias e das Administrações Públicas, Formação Bruta de Capital Fixo, Variação de Estoques, e Exportações
menos Importações) e em termos de sua composição por grupo de Bens e Serviços.

Tabela de recursos e
usos - 1998

1 - Tabela de
recursos de
bens e
serviços
Valores
correntes em
1 000 R$
Oferta de bens e Produção das atividades Importaç
serviços ão
Ser Tot Imp Imp
viço al orta orta
s - -
Ofer Mar Mar Imp Ofer Agr Extr Tra indu Con Co Tra Co Inst Alu Ad Out Du Tot da ção ção
ta gem gem osto ta ope ativ nsfo stri stru mér nsp mu ituiç guéi mini ros mm al sem de
tota s to- - a r- ais ção cio orte ni- ões s stra y da
l -
a de de tal cuá min maç de caç fina ção serv fina ativi eco emi ben
preç a ria eral ão utili civil ões ncei públ iços ncei dad no ssã s e
o de pre- dad ras ica ro e mia o
e
con com tran ço de serv
sum érci spor bási públ câm iços
idor o te co ica bio

Agropecu 9 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
ária 123 860 496 807 108 104 821 563 105 856
508 525 893 890 343 101 909 073 486 371
422 114 761 743
Extração 20 2 17 27 13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 14 3
mineral 397 114 046 430 806 355 084 970 082 723
470 513 042 876 039 544 776 675 364
Transform 65 10 72 7 0 0 20 4 0 0 4 0 67
ação 739 293 035 346 591 865 134 490 861 398 366 801 238 524 307
539 049 787 148 864 619 696 283 651 263 687 973 556 879
336 352 186 473
Serviços
industriais de
utilidade pú-
blica 46 0 0 4 42 0 11 1 39 0 0 0 0 0 0 0 0 0 41 1
(S.I.U.P.) 176 026 149 525 628 372 012 137
772 972 800 981 209 715 085
Construçã 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
o civil 138 442 138 138 138
689 637 246 246 246
566 929 929 929
Comércio 10 (-) 0 85 3 19 0 22 84 0 0 0 0 25 0 85
64375 185 725 440 615 699 040 669 622 411 152 573
541268 653 975 343 784 543 432
087
Transport 42 0 (-) 1 55 0 0 0 0 0 52 0 0 0 25 0 0 52 2
e 698 14 801 475 156 724 549 906 569
379 578 195 906 631 201 381 525
722
Comunica 28 0 0 2 25 0 0 0 0 0 0 0 25 0 0 0 0 0 25
ções 208 421 787 672 672 114
615 089 526 726 726 800
Instituiçõ 81 0 0 3 77 0 0 0 0 0 0 0 0 77 0 0 0 0 77
es 226 637 588 369 369 218
financeira 314 957 357 640 640 717
s
Aluguéis 0 0 3 0 45 1 2 0 1 0 0 7
132 766 132 421 255 506 470 351 128 193 270 132 232
807 803 925 768 759 476 701 667 817 796
453 687 620 455

37
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Administr 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ação 159 159 159 159
pública 931 931 931 931
515 515 515 515
Outros 0 0 5 0 0 59 0 6 1 58 0 0 7 0 12
serviços 185 072 180 970 257 112 310 768 398 153 168 324
908 314 836 107 106 845 427 314 511 608
450 136 305 528
Operações
com o
exterior sem
e-
missão 2 (-)
de câmbio 726 2
664 726
664
## 0 0 ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## 0 ## 2 ##
Total ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## 726 ##
## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## 664 ##
# # # # # # # # # # # # # # # # #

Fonte: IBGE, Diretoria


de Pesquisas,
Departamento de
Contas Nacionais.

2 - Tabela de
usos de bens
e serviços

Consumo intermediário das atividades Demanda final


Ofer Mar Mar Ofer Ser Tot Exp Exp Con For
ta gem gem ta viço al orta orta sum maç
tota to- s - - o ão
l
a de de Imp tal Agr Extr Tra indu Con Co Tra Co Inst Alu Ad Out Du Tot da ção ção da Con brut Vari De
preç osto a ope ativ nsfo stri stru mér nsp mu ituiç guéi mini ros mm al sem de ad sum a de açã ma
o de s pre- - a r- ais ção cio orte ni- ões s stra y da mini o o nda
- s-
con com tran ço cuá min maç de civil caç fina ção serv fina atiiv eco emi ben traç das capi de final
sum érci spor bási ria eral ão utili ões ncei públ iços ncei idad no ssã s e ão tal esto
idor o te co dad ras ica ro e mia o pú- que
e
públ de serv blic fam fixo
ica câm iços a ílias
bio

Agropecu 18 13 58 14 0 0 0 0 0 0 1 2 0 81 3 0 32 2 3 42
ária 123 836 925 258 502 829 227 180 092 922 774 537 328
508 006 901 775 049 158 632 918 784 930 264
422
Extração 20 14 59 0 0 0 0 0 0 0 0 16 4 0 0 0
(-) 4
mineral 397 427 879 027 752 628 023 612 238 373
470 923 707 481 905 768 309 607 702
Transform 20 3 2 44 24 17 1 1 13 36 0 53 0 48 8
ação 739 542 245 211 151 962 989 980 796 745 306 688 103 378 338 250 287 971 361
539 167 964 021 201 636 723 341 072 740 897 549 924 534 368 407 355 931 005
336 045 259 423 077
Serviços
industriais de
utilidade pú-
blica 46 8 12 1 3 1 0 29 0 0 16 0 0 16
(S.I.U.P.) 176 459 562 464 796 165 577 250 168 419 202 096 820 984 192 192
772 688 478 633 669 593 002 955 799 259 669 158 511 414 358 358
Construçã 3 5 0 3 0 12 0 0 0 0
o civil 138 652 113 914 133 265 293 324 126 992 961 501 631 126 126
689 664 743 947 283 026 800 857 450 305 796 523 058 058
566 043 043
Comércio 10 7 0 1 0 0 0 0 0 0 10 0 0 0 0
643 156 260 318 153 651 595 135 507 507
541 928 198 025 262 363 903 679 862 862
Transport 42 1 6 97 4 6 4 1 0 22 0 19 0 0 20
e 698 256 369 409 381 186 344 398 377 880 873 290 618 234 503 960 463
379 417 981 420 851 366 295 577 173 571 860 765 289 325 614
Comunica 28 44 4 2 1 66 1 2 0 14 0 13 0 0 14
ções 208 509 159 511 105 364 724 995 236 615 905 330 042 195 180 832 012
615 098 909 160 394 034 173 473 441 234 545 875 253 487 740

38
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Instituiçõ 81 6 2 1 7 1 1 41 63 48 0 17 0 0 17
es 226 642 724 105 599 540 509 248 323 226 218 137 007 682 965 148 212 260
financeira 314 029 281 803 140 820 285 884 977 231 037 860 198 205 750 416 564
s
Aluguéis 18 2 4 1 54 1 0 11 12 0 0 0
132 269 120 044 315 210 847 471 298 375 719 028 985 771 740 121 121
807 231 256 434 892 884 883 196 646 395 393 198 023 036
453 515 255
Administr 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 0
ação 159 159 997 159
pública 931 920 931
515 518 515
Outros 1 1 12 1 2 11 2 1 11 23 7 0 78 4 0 2 0
serviços 185 715 610 234 199 999 937 913 546 687 134 101 351 431 566 100 082 107
908 588 056 649 951 450 753 474 368 195 121 264 430 299 409 828 408 477
450 334 151
Operações
com o
exterior sem
e-
missão 0 (-)
de câmbio 354 354
595 595
## ## 8 ## ## ## ## ## 4 ## 4 ## ## ## ## ## ## ## ## ## ##
Total ## ## 059 ## ## ## ## ## 874 ## 980 ## ## ## ## 354 ## ## ## ## ## ##
## ## 583 ## ## ## ## ## 319 ## 671 ## ## ## ## 595 ## ## ## ## ## ##
# # # # # # # # # # # # # # # # # #
Componentes do valor adicionado
Valor 93 67 5 22 82 58 23 21 52 (-)
adicionad 176 891 220 163 156 790 432 926 223 771 123 124 101 41 806 899
o bruto ( 497 999 218 729 181 883 063 398 438 431 720 879 577 682 637 814
PIB ) 581 949 526 173 205 635 132
Remunera 9 1 49 9 8 25 13 4 27 1 53 0
ções 164 643 094 871 945 550 167 638 006 559 123 884 328 328
939 299 762 860 997 444 406 358 725 006 683 536 210 210
184 516 516
Salários 8 1 38 6 7 21 10 3 21 1 77 44 0
055 129 634 692 448 047 532 509 024 350 988 213 241 241 TABELA DE
281 376 273 624 218 892 986 565 686 339 867 887 627 627 RECURSOS E
994 994 USOS
Contribuições 1 10 3 1 4 2 1 5 8 9 0 49 49
sociais efetivas 109 513 460 179 497 502 634 128 982 208 664 670 553 553
658 923 489 236 779 552 420 793 039 667 954 649 159 159
1 9 1 1 4 2 4 8 9 0 44 44 I - Tabela de
Previdênci 104 266 483 760 485 473 426 746 815 208 501 584 856 856 recursos de
a oficial 124 494 300 309 766 153 960 524 175 667 309 696 477 477 bens e
/FGTS serviços
5 1 12 29 1 0 85 0 4 4 Ofer Pro Imp
Previdênci 534 247 977 418 013 399 207 382 166 163 953 696 696 ta duç orta
a privada 429 189 927 460 269 864 645 682 682 ão ção
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 37 0 0 37 37 A2
Contribuiç 029 029 029 A A1
ões 363 363 363 = +
sociais
imputada
s
Excedente operacional
bruto inclu-
sive rendimento de 59 3 11 70 29 10 15 23 0 42 (-) II - Tabela de usos
autônomos 655 182 100 070 068 672 278 831 057 121 545 41 445 445 de bens e serviços
406 283 467 698 421 692 488 776 044 446 934 682 594 594
040 740 205 317 317
3 0 4 16 5 0 2 0 16 0 49 49 Ofer Con De
Rendimen 331 100 105 448 056 846 285 449 995 620 620 ta sum ma
to de 619 570 931 270 853 113 830 313 962 461 461 o nda
autônomo
s
Excedente 59 3 97 11 65 13 4 15 20 0 25 (-) inte final
operacional 323 081 361 070 620 615 432 831 771 120 549 41 395 395 rme
bruto (EOB) 787 713 109 698 151 839 375 776 214 997 972 682 973 973 diár
427 205 856 856 io
Impostos B2
líquidos A B1
de = +
subsídios
so-

39
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
bre a 93 (-) 14 1 3 3 2 1 5 0 32
produção 176 928 394 167 213 776 208 480 753 707 715 196 146 832 126
e a 497 346 636 779 623 465 927 504 304 662 203 342 703 802 009
importaçã 299
o
93 93 Compone
Impostos 176 176 ntes do
líquidos 497 497 valor
sobre
produtos
Outros 2 14 1 3 31 2 1 5 0 36 36 adicionad
impostos sobre 627 394 655 295 951 636
782 802 707 715 196 146 287 287 o
a produção 636 981 653 349 029
864 788 662 203 342 703 837 837
Outros (-) 0 (-) (-) (-) (-)
(-) (-) 0 0 0 0 0 (-) (-) C
subsídios 930 488 82 174 427
1 49 3 3
à 973 202 030 884 102
302 484 455 455
produção 360 035 035
Valor da 13 39 54 26 77 0 1 1
produção 111 279 495 629 138 113 510 097 721 128 172 154 525 525
995 801 040 318 268 306 203 757 116 701 939 235 726 726
175 446 969 499 620 540 879 323 323
Pessoal 13 7 3 8 2 5 17 0 59 59
ocupado 758 222 400 217 632 789 454 162 765 274 132 067 877 877
000 600 600 000 600 900 600 800 100 000 500 600 300 300

40
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado

41
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
NOÇÕES SOBRE BALANÇO DE PAGAMENTOS

Balanço de Pagamentos é o registro contábil de todas as transações efetuadas em dado período entre agentes econômicos
internos (públicos e privados) e o Resto do Mundo. São variáveis fluxo, isto é, “zeram” ao final de cada período.

Os dados do balanço de pagamentos são publicados em milhões de dólares norte-americanos, em valores correntes, sem
ajustamento sazonal. Compreendem o país como um todo e estão compilados de acordo com os critérios estabelecidos na 5ª
edição do Manual de Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional – BPM-5.

As seguintes informações são publicadas mensalmente:

transações correntes: exportações, importações e saldo da balança comercial; receita, despesa e saldo de serviços e rendas;
receita, despesa e saldo de serviços totais e os relacionados a transportes, viagens internacionais, seguros, financeiros,
computação e informação, royalties e licenças, aluguel de equipamentos, governamentais e outros serviços; receita, despesa
e saldo de rendas, incluindo salários e ordenados, renda de investimento direto (lucros e dividendos e juros de empréstimos
intercompanhia), renda de investimento em carteira (lucros e dividendos e juros de títulos de dívida) e renda de outros
investimentos (incluem juros de empréstimos, financiamentos, depósitos e outros ativos e passivos); saldo de transferências
correntes; e saldo de transações unilaterais correntes;
conta de capital: saldo da conta capital (inclui as transferências de patrimônio e compra e venda de ativos não
produzidos/não-financeiros);

conta financeira: total da conta financeira;

receita, despesa e saldo de investimentos diretos; retorno, saída e saldo de investimentos diretos brasileiros no exterior
(retorno, saída e saldo de participação no capital e amortização, desembolso e saldo de empréstimos intercompanhia);
ingresso, saída e saldo de investimentos diretos estrangeiros no país; ingressos de investimentos diretos estrangeiros no
país destinados a participação no capital na forma de moeda (autônomos e privatizações), conversões (autônomos e
privatizações) e mercadorias; retornos de participação no capital; desembolso, amortização e saldo de empréstimos
intercompanhia

receita, despesa e saldo de investimentos brasileiros em carteira, receita, despesa e saldo de investimento brasileiros em
ações - com destaque para o programa BDR – Brazilian Depositary Receipts – e receita, despesa e saldo de títulos de renda
fixa (bônus, notes, commercial papers), com destaque para as aplicações em bônus relativos à formação de colaterais
(plano Brady); receita, despesa e saldo de investimento estrangeiro em carteira negociados no país e negociados no
exterior; receita, despesa e saldo investimentos estrangeiros em ações; receita, despesa e saldo de investimentos
estrangeiros em títulos de renda fixa (bônus, notes e commercial paper), com destaque para a troca de bônus; receita,
despesa e saldo de investimentos estrangeiros em títulos de curto prazo

total de operações com derivativos, ativos e passivos;

total de outros investimentos (inclui os créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, outros ativos e passivos e
operações de regularização); total de outros investimentos brasileiros, classificados em: empréstimos – receita, despesa e
saldo de empréstimos de longo prazo, saldo de empréstimos a curto prazo, moeda e depósitos separados por bancos e
demais setores (destaque para a movimentação das garantias colaterais – plano Brady) e outros ativos, com receita,
despesa e saldo de ativos de longo prazo e ativos de curto prazo pela movimentação líquida; total de outros investimentos
estrangeiros, compreendendo desembolso, amortização e saldo de crédito comercial de longo prazo e o líquido de crédito
comercial a curto prazo, desembolso, amortização e saldo de empréstimo de longo prazo da Autoridade Monetária –
destaque para as operações de regularização (FMI e demais instituições) – desembolsos, amortizações e saldo dos
empréstimos a longo prazo dos demais setores, discriminados pelos credores externos (organismos internacionais, agências
governamentais, créditos de compradores e empréstimos diretos); moeda e depósitos pelas variações líquidas e os saldos de
outros passivos de longo e curto prazos;

erros e omissões;

variação dos haveres da Autoridade Monetária (= Saldo do Balanço de Pagamentos)

A balança comercial é compilada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) com base nos registros
alfandegários no SISCOMEX. Os dados de serviços e rendas, transferências correntes, conta capital e financeira são
compilados com base nas operações de câmbio realizadas nas instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio,
considerando, também, as transações em moeda nacional realizadas entre residentes e não residentes. Essas operações são
compulsoriamente registradas no Sistema de Informações Banco Central (SISBACEN-CÂMBIO). Adicionalmente, são
consideradas informações provenientes de pesquisas em empresas privadas, relatórios de órgãos governamentais e dos
balancetes de instituições financeiras.

42
www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
DÉFICIT/SUPERÁVIT E AJUSTE DO BALANÇO DE Base Monetária: compõe-se do papel-moeda emitido e
PAGAMENTOS mais as reservas bancárias em depósito no BACEN. A base
monetária é o passivo monetário do BACEN. É composta
também, desde 94, pelos saldos do BBC (Bônus do Banco
Num sistema de taxas de câmbio flutuantes (ou flexíveis Central) e LBC (Letras do Banco Central), e todos os
ou livres), o BP ajustar-se-á automaticamente. Se houver títulos de emissão do Tesouro, criando o conceito de Base
superávit, o excesso de divisas depreciará a moeda Monetária Ampliada.
estrangeira (tornando-a mais barata), o que conduzirá à
elevação das nossas importações e queda nas nossas Reservas Bancárias: são compostas por:
exportações, anulando-se o superávit – e vice-versa.
a) papel-moeda guardado nas caixas e nos cofres dos
Nesse sentido, a política monetária torna-se livre, já que o bancos comerciais, e, são mantidos para compensar os
Banco Central não tem compromisso com a taxa cambial. eventuais excessos de pagamentos sobre recebimentos
em papel-moeda pelos bancos.
Mas a política fiscal, nesse sistema, perde sua eficácia. b) Depósitos compulsórios: são exigidos por lei ou
regulamentação das Autoridades Monetárias (CMN e
Já num sistema de taxas cambiais fixas, tornar-se-á BACEN) e recolhidos ao BACEN como uma proporção dos
necessário um ajuste via política fiscal, pois este sistema depósitos à vista e a prazo. O depósito compulsório regula
engessa a política monetária. Se houver superávit, o o multiplicador bancário ( quanto maior a taxa de
Governo corta suas despesas e/ou aumenta seus tributos; recolhimento, menor o multiplicador), imobilizando uma
e vice-versa. Outra alternativa seria simplesmente a parte maior ou menor dos depósitos bancários e os
desvalorização, pelo Banco Central, da moeda doméstica. recursos de terceiros que nelas circulem, restringindo ou
alimentando o processo de expansão dos meios de
AS CONTAS DO SISTEMA FINANCEIRO E O pagamento, sendo, portanto, um poderoso instrumento de
MULTIPLICADOR BANCÁRIO política monetária.

Existem quatro séries distintas de Meios de Pagamento, e


que recentemente, três destas, tiveram seu conceito SELIC – SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E
alterado pelo BACEN, que são : M1, M2, M3 e M4. CUSTÓDIA:
Os novos conceitos de meios de pagamento ampliado
representam mudança de critério de ordenamento de seus Desenvolvido pelo BACEN e pela ANDIMA (ASSOCIAÇÃO
componentes, que deixaram de seguir o grau de liquidez NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DO MERCADO ABERTO),
passando a definir os agregados por seus sistemas operando com títulos do Tesouro e do Bacen. São feitos
emissores. negócios pelo sistema, que são acertados diretamente
Meios de Pagamento pelo conceito tradicional de liquidez entre os operadores das instituições financeiras
imediata: credenciadas a operar no mercado, que repassam as
informações, via terminal, ao SELIC, para que ocorram as
M1 : Papel Moeda em poder do público (Moeda Manual) + transferências do dinheiro e dos títulos envolvidos. As
Depósitos à Vista nos Bancos Comerciais. instituições que operam à conta do Banco Central são
denominadas de “dealers”. As operações podem adquirir e
MEIOS DE PAGAMENTO AMPLIADOS (OU, “QUASE- vender títulos todos os dias criando uma taxa chamada de
MOEDA”): “overnight”. Por ter liquidação prevista para o ato da
negociação, a taxa é chamada também de D0.
M2 : é o M1, mais as demais emissões de alta liquidez
realizadas primariamente no mercado interno por CETIP-CENTRAL DE CUSTÓDIA E DE LIQUIDAÇÃO
instituições depositárias. Sucintamente: M2 = M1 + FINANCEIRA DE TÍTULOS PRIVADOS
Depósitos em Cadernetas de Poupança + Títulos emitidos
por instituições financeiras (CDBs; RDBs; LCs; LHs; LIs; Similar ao acima, só que abrigando apenas papéis
etc) privados, como CDBs, debêntures, CDI, etc. Algumas
vezes o sistema pode operar com títulos públicos que
M3 : é o M2 mais captações internas por intermédio dos estejam em carteiras de instituições privadas. Essas
fundos de renda fixa e das carteiras de títulos públicos operações processam-se por transferências bancárias de
registrados no SELIC e que dão lastro às posições líquidas fundos e somente após suas quitações o sistema
de financiamentos de operações compromissadas; providencia a transferência de custódia. Sua taxa é
conhecida como D1, pois toda compra de títulos somente
M4 : é o M3 mais os títulos públicos em poder do setor terá sua liquidação financeira efetuada no dia seguinte,
não-financeiro. mas, por ser liquidada mediante cheques administrativos
de bancos é ainda denominada de taxa ADM
ALGUNS CONCEITOS: (administrativa).

Papel-moeda em poder do público (PMPP): corresponde Fatores condicionantes da Base Monetária


ao papel-moeda emitido menos o papel-moeda depositado
no BACEN, menos a caixa em moeda corrente dos bancos São estes os fatores que alteram, em uma ou outra
comerciais. direção, a Base Monetária:
Papel-moeda emitido: corresponde ao total da moeda
legal existente, autorizada pelo Governo ou BACEN. Depósitos do Tesouro Nacional;
Operações com títulos públicos federais;
Operações do setor externo;
www.cursoavancado.cjb.net 43
Finanças Públicas – Curso Avançado
Assistência Financeira de Liquidez; Instrumentos de Política Monetária:
Aplicações da Reserva Monetária;
Depósitos de Instituições Financeiras e de Fundos. A Autoridade Monetária dispõe de instrumentos que lhe
Segue-se que, operações do BACEN que afetem as possibilitam atuar sobre a liquidez do sistema, elevando-o
variáveis acima, impactam positivamente ou (ação de “irrigação” da economia) ou reduzindo-o
negativamente a Base Monetária. Assim, p.ex., se o BC (“enxugamento” da liquidez). São eles, classicamente, 3
adquirir haveres no mercado ou mesmo do Governo (três):
(títulos, ouro, divisas) estará ampliando a BM; se vender,
a estará reduzindo. Ressalte-se que, se a taxa cambial Taxa da reserva (depósito ou recolhimento) compulsória
subir (moeda interna desvalorizar-se/depreciar-se (ou legal): se esta for elevada, o sistema bancário, além
relativamente às moedas estrangeiras), também haverá de recolher um diferencial para ajuste de sua posição no
expansão da Base Monetária - e vice-versa. BACEN, passará a dispor de menor parcela sobre o
incremento dos depósitos - e, assim, verá refreado o seu
BALANÇO DOS BANCOS COMERCIAIS poder de criar moeda escritural, visto que, na margem,
emprestará menos do que antes; e, vice-versa;
ATIVO PASSIVO
Caixa e Dep. Nas Aut. Depósitos do Público (= Taxa do redesconto (assistência) de liquidez: se esta for
Monetárias (= R) D) elevada, o sistema bancário passará a emprestar com
Crédito Interno (= Cib) mais cautela, reduzindo, dessarte, o risco da necessidade
de recorrer ao redesconto de liquidez, com efeito, similar
BALANÇO DA AUTORIDADE MONETÁRIA ao acima relatado; e, vice-versa;
ATIVO PASSIVO
Reservas Internacionais (= F) Base Monetária (= B) Operações no Mercado Aberto (Open market): se o BACEN
Crédito Interno (= CIc) efetuar aquisições líquidas de haveres financeiros, estará
ampliando a liquidez; e, vice-versa.

BALANÇO CONSOLIDADO No Brasil, o BACEN em algumas vezes recorreu a um


outro instrumento, menos usado, de contenção da
ATIVO PASSIVO
liquidez, que é o contingenciamento do crédito
Reservas Internacionais (= F) PMPP ( C = B – R)
(estabelecimento de limites quantitativos à expansão
Crédito Interno (CIb + CIc) Depósitos (=D)
deste pelos bancos).
OFERTA DE MOEDA = F + CI OFERTA DE MOEDA = C +
D
Efeitos das variações na liquidez sobre as taxas de juros
RELAÇÕES IMPORTANTES: A moeda, tal como qualquer outra mercadoria
B = C + R ; em que B é a Base Monetária transacionada (demandada e ofertada) no mercado, tem
um preço, que é o custo de se obtê-la ou o ganho por
BALANÇO DO BANCO CENTRAL EM EQUILÍBRIO: cedê-la: a taxa de juros. Assim, quando há um aumento
B = F + CIC em sua oferta, com demanda constante; ou, um aumento
em sua oferta que venha a suplantar um eventual
BALANÇO DOS BANCOS COMERCIAIS EM EQUILÍBRIO: aumento em sua demanda, o excesso dessa mercadoria
D = R + CIb deprimirá seu preço - a taxa de juros cairá; e, vice-versa.
Daí que o Banco Central, ao utilizar-se dos instrumentos
Multiplicador Bancário dos Meios de Pagamento de política monetária citados, provocará oscilações, para
(M1 / D): cima ou para baixo, da taxa de juros.
m = 1 / 1 - (1-c).(1-r).

em que "c" é a relação comportamental do público


chamada de preferência pela liquidez, ou seja, o
percentual dos seus ativos monetários que os indivíduos
preferem reter em moeda manual (MM/DV);
"r" é o percentual das reservas bancárias (voluntárias
mais legais).

Assim, um depósito efetuado em um banco, no valor de


200 milhões; "c" é 25% e "r" é 10%, então:
No exemplo dado, teríamos:
m = 1/ 1 - (0,75).(0,90)= 3,077 x 200 = 615,38; que
seria o aumento em M1.

Multiplicador da Base Monetária (M1 / B):


ΔM1 = ΔB ( c + 1)/c + r
Exemplo: se “c” é 25% e r = 10%; e ΔB = 200 milhões,
então:
ΔM1 = ((0,25 + 1) /( 0,25 + 0,1)) x 200 = 720 milhões.

44 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
2-MACROECONOMIA KEYNESIANA. HIPÓTESES (inversamente) e da Eficiência Marginal do Capital (Taxa
BÁSICAS DA MACROECONOMIA KEYNESIANA. AS Interna de Retorno, em linguagem moderna), ou seja, o
FUNÇÕES CONSUMO E POUPANÇA. DETERMINAÇÃO Investimento cresce se a EMC for maior do que a taxa de
DA RENDA DE EQUILÍBRIO. O MULTIPLICADOR juros.
KEYNESIANO. OS DETERMINANTES DO
INVESTIMENTO.
MULTIPLICADOR SIMPLES DO INVESTIMENTO
MACROECONOMIA KEYNESIANA
É uma constante que relaciona a VARIAÇÃO NA RENDA
Hipóteses básicas: NACIONAL (dY) causada pela variação no Investimento
Economia fechada e sem governo;
Consumo e Poupança sendo funções do nível da Renda (dI). Assim:
Absoluta dos indivíduos;
O Investimento é tratado inicialmente como variável dY = dY/dI (dI), sendo o multiplicador do Investimento =
dada. dY/dI, que é dado pela seguinte relação: 1 / 1 – PMgC ;
ou, o que dá no mesmo, o inverso da PGgS: 1/PMgS
TEORIA DO CONSUMO
O multiplicador só causará efeitos efetivos na Renda real
O problema é: Keynes formulou sua “função-consumo” de se houver capacidade ociosa na economia. Se esta já
maneira apriorística, isto é, não procurando comprovação estiver à plena capacidade, seu efeito será meramente
empírica., com: Propensão marginal a consumir positiva, NOMINAL (isto é, monetário ou inflacionário).
porém inferior à unidade e também DECRESCENTE; além
disso, propensão média a consumir maior do que a Além disso, o multiplicador NÃO possui efeito “de uma vez
propensão marginal a consumir, podendo inicialmente ser para sempre”, isto é, ele esgota seu mecanismo ao final
maior do que a unidade, mas também decrescendo. de um período. Para que haja variação CONTINUADA na
Assim: C = f (Y), com PMeC = C/Y e PMgC = dC/dY, Renda teria que haver nova variação no Investimento.
sendo a primeira positiva para qualquer valor da Renda;
e, a segunda, positiva mas inferior à unidade. OS DETERMINANTES DO INVESTIMENTO
Complementares à “Função-Poupança”: S = f(Y), em que
PMeS = S/Y e PMgS = dS/dY, a primeira sendo positiva ou I = f (EMC; r)
negativa e complementar à PMeC; e a segunda sempre
positiva e inferior à unidade (com PMgC + PMgS = 1). Em que "r" é a taxa de juros do mercado de capitais;
OBSERVAÇÃO: GRÁFICOS EM SALA EMC é a Eficiência Marginal do Capital, ou seja, a taxa que
iguala o total dos retornos líquidos esperados do
Modelo de Demanda Agregada de inspiração investimento ao valor do capital investido.
keynesiana:
Ao contrário da estabilidade da variável Consumo, Keynes
Caracteriza-se por um conjunto de equações com o julgava que as crises econômicas eram causadas
objetivo de se determinar o nível de equilíbrio do mercado exatamente pela instabilidade do Investimento, a qual,
de bens e serviços, ou seja, aquele nível em que não há por seu turno, resultava dos humores do empresariado
impactos recessivos nem inflacionários sobre o nível das em suas projeções quanto ao futuro (“ espírito animal”)
atividades de uma economia, conseguido se, “ex-ante”,
um conjunto de variáveis denominadas de “injeções”, em
seu somatório vier a igualar-se com o outro conjunto de
variáveis denominadas de “vazamentos” ou “filtrações” SETOR GOVERNO E POLÍTICA FISCAL
(leakages).
Com a introdução do Setor Público no modelo keynesiano,
Assim, a equação de equilíbrio seria (para economia teremos:
fechada e sem governo):
Y=C+I+G
Y=C+I C = cYd (Yd=Renda Disponível; “c” é a PMgC)
Em que: Yd = Y – T + Tr
Y = Renda Nacional; T = Ta + tY (Ta são os Tributos autônomos e tY os
C = Consumo das famílias;
I = Investimento induzidos, com “t” sendo a PMgT)

Atribuindo-se os devidos valores às variáveis, obtém-se o Tr são as Transferências do Governo (tipo Pensões e
nível de equilíbrio do lado real da economia, visto que a Aposentadorias)
Renda Nacional terá como contrapartida a Demanda
Agregada. A Renda de Equilíbrio será:

Esse equilíbrio se dá no nível da Renda em que a Y = c(Y – T + Tr) + I + G; ou: Y = cY – cT + cTr + I + G;


Poupança “ex-ante” foi igual ao Investimento “ex-ante”.
S=Y ou: Y = cY – c(Ta + tY) + cTr + I + G; donde, finalmente:
Para Keynes, o Investimento é menos estável do que o
Consumo, sendo dependente da taxa de juros

www.cursoavancado.cjb.net 45
Finanças Públicas – Curso Avançado
Y = cY – cTa + ctY + cTr + I + G (que é o nível de Este é um exemplo de um argumento mais geral
equilíbrio). apresentado por James Tobin: deveria haver uma relação
firme entre o mercado de ações e o investimento. Ao
decidir se iriam investir, argumentava, as empresas não
Haverá equilíbrio na economia se: I + G + Tr = S + T (ou precisariam recorrer a cálculos complexos como os que
seja: as injeções = vazamentos) vimos no texto. Com efeito, o preço das ações diz às em-
MULTIPLICADORES: presas qual o valor que o mercado atribui a cada unidade
de capital já instalada. A empresa tem então um
se houverem apenas tributos do tipo autônomos, ou seja, problema simples: comparar o preço de aquisição de uma
com alíquota “t” = 0: unidade adicional de capital com o preço que o mercado
dY = ( dY/dTa)dTa multiplicador dos tributos está disposto o pagar por ela. Se o valor atribuído pelo
dY = ( dY/dG)dG multiplicador do Gasto Público mercado de ações superar o preço de aquisição, a empre-
sa deveria adquirir a máquina; caso contrário não deveria
Daí que se: dG = dT teremos o multiplicador unitário (ou, fazê-lo.
de Haavelmo; ou, do orçamento equilibrado), isto é, se o
Gasto crescer no mesmo valor do Tributo, o nível da Tobin construiu então uma variável correspondente ao
Renda crescerá NESSE MESMO VALOR; valor de uma unidade de capital já instalada em relação a
seu preço de aquisição e observou como suas variações se
Similarmente, se dTa = dT, a Renda não sofrerá variação aproximavam daquelas do investimento. Ele utilizou a
(dY = 0); letra “q” para denominar a variável e esta se tornou co-
mas, se ocorrerem os dois tipos de tributos: autônomos E nhecida como q de Tobin. Sua construção segue os
os induzidos, o resultado será ligeiramente diferente: a seguintes passos:
Renda ainda cresce se dG = dT, mas proporcionalmente
menos, pois haverá um vazamento para pagar o imposto (1) Pegue o valor total das empresas dos EUA,
de renda. Exercício em sala. segundo a avaliação dos mercados financeiros. Isto é,
calcule a soma de seus valores de mercado (o preço da
COM ECONOMIA ABERTA: ação multiplicado pelo número de ações). Calcule também
ACRESCENTAM-SE AINDA DOIS NOVOS o valor total de títulos em circulação (as empresas se
MULTIPLICADORES: financiam não apenas por meio de ações mas também de
títulos). Some o valor de ações e títulos.
O das Exportações : 1 / denominador comum
I das Importações autônomas: 1 / denominador comum 2) Divida este valor total pelo valor do estoque de
se todas as Importações forem autônomas; Se ocorrerem capital das empresas dos EUA a custo de reposição (o
também Importações induzidas (endógenas), acrescenta- preço que as empresas pagariam para substituir suas
se no denominador a Propensão Marginal a Importar ( máquinas, instalações e assim por diante).
“m”); A razão entre ambos nos proporciona o valor de uma
unidade de capital instalado em relação a seu preço
COM INVESTIMENTOS ENDÓGENOS OU INDUZIDOS corrente de aquisição. Essa razão o q de Tobin.
PELA RENDA: Intuitivamente percebemos que quanto mais elevado for q
maior será o valor do capital em relação a seu preço
O denominador dos multiplicadores será acrescentado da corrente, e, portanto, maior terá que ser o investimento.
Propensão Marginal a Investir: (“-i”). (No exemplo do início deste quadro, o q de Tobin é igual a
2, a empresa deveria, definitivamente investir.)
SUPERMULTIPLICADOR:
Qual a firmeza da relação entre o q de Tobin e o
Considerando todas as variáveis possíveis: investimento? A resposta é dada pela Figura 1, que
mostra as duas variáveis, ano a ano, de 1947 a 1990, nos
ΔY = Ca + Ia + G +cTa + cTG + X – Ma EUA.
((1-c)+ct+m-i))
No eixo vertical esquerdo está a taxa de variação da razão
entre investimento e capital. No eixo da direita está
NOVAS TEORIAS: INVESTIMENTO E MERCADO DE medida a taxa de variação do q de Tobin. Esta variável
AÇÕES (JAMES TOBIN). está defasada de um ano. Em 1987, por exemplo, a figura
mostra a taxa de variação da razão entre investimento e
Imagine uma empresa que possua 100 maquinas e 100 capital de 1987 e o taxa de variação do q de Tobin do ano
ações em circulação — uma ação por máquina. Imagine de 1986— isto é um ano antes. O motivo desta
que o preço da ação seja de US$2 e o da máquina seja de apresentação é que a relação mais firme dos dados é
apenas US$1. Obviamente a empresa deveria investir — aquela entre o investimento deste ano e o q de Tobin do
comprar uma nova máquina e financiar a compra por ano passado. Dito de outra forma, variações no taxa de
meio da emissão de uma ação. Cada máquina custa para investimento estão associadas mais estreitamente a
a empresa US$1, mas os participantes do mercado de variações do mercado de ações no ano anterior do que no
ações estão dispostos a pagar US$2 por ação ano corrente; isto pode ser a conseqüência de que as
correspondente a essa máquina uma vez instalada na empresas levam tempo para tomar decisões de
empresa. investimento, construir novas fábricas e assim por diante.

46 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
A mensagem da figura é clara: há uma relação firme
entre o q de Tobin e o investimento. Isto provavelmente
não seja porque as empresas seguem cegamente os sinais
do mercado de ações, mas porque as decisões de
investimento e os preços nos mercados de ações
dependem dos mesmos fatores — lucros futuros
esperados e taxas de juro frituras esperadas.

FIGURA 1

q de Tobin versus coeficiente investimento/capital.


Taxas anuais de variação, 1947-1990.

No eixo das Ordenadas:

TAXA DE VARIAÇÃO DA RAZÃO ENTRE INVESTIMENTO


E CAPITAL

ANOS

www.cursoavancado.cjb.net 47
Finanças Públicas – Curso Avançado
3–O MODELO IS-LM. O EQUILÍBRIO NO MERCADO Le (demanda especulativa) positiva, se R/r - R/r' for maior
DE BENS. A DEMANDA POR MOEDA E O EQUILÍBRIO do que R
NO MERCADO MONETÁRIO. O EQUILÍBRIO NO ou: r' > r / 1 - r
MODELO IS/LM. POLÍTICAS ECONÔMICAS NO Assim, por exemplo, se r = 6% haverá Le se r > 6,38%
MODELO IS/LM. EXPECTATIVAS NO MODELO
IS/LM. Ainda conforme Keynes, haveria um piso na taxa de juros
(uns 2% aa, arriscava). Neste ponto, só se poderia
esperar uma SUBIDA na taxa de juros, pelo que,
O LADO MONETÁRIO: possivelmente todos entesourariam moeda.
Tratando a Oferta de Moeda com dada, segue-se que o
Antes de ingressarmos no modelo Hicks-Hansen (IS-LM), equilíbrio no mercado monetário será:
também conhecido como “a Síntese Neoclássico- Lt + Lp + Le = Ms
Keynesiana”, é necessário entendermos como os Gráfico em sala.
economistas clássicos viam a questão monetária.

Valia a chamada Teoria Quantitativa da Moeda, a qual O MODELO IS-LM (Gráficos em sala
postulava que as variáveis NOMINAIS não afetavam as do
lado real da economia, ligando-se apenas à outras
variáveis puramente nominais. Guardava-se moeda
apenas para transações, visto que a mesma seria um
ativo estéril.

A base desse pensamento é a chamada Equação de


Trocas:

MV = Py
Lado real: o equilíbrio ocorre se as injeções equivalerem
Em que “M” são os Meios de Pagamento circulantes; “V” é aos vazamentos da Renda, ou seja:
a velocidade de circulação da Renda; “P” é o nível médio
dos preços; e “y” é o Produto físico (real). I+G+X = S+T+M

Da equação acima, deduz-se facilmente (em sala) que há O lado real será determinado pela curva IS.
uma relação direta entre as variações nos Meios de
Pagamento e nos Preços. O Lado monetário ou nominal: pela curva LM.

Mais ainda: em uma primeira versão clássica, os Meios de A curva IS é o lugar geométrico que mostra as "n"
Pagamento deveriam variar na mesma proporção da taxa alternativas de combinações entre a taxa de juros e o
do Produto real. Se mais, haveria inflação; se menos, nível da Renda, compatíveis todas com situações de
deflação (veremos adiante, nas Teorias de Inflação). equilíbrio no lado real da economia;

Contudo, na Revolução Keynesiana, a Demanda ou A curva LM é o lugar geométrico que mostra as "n"
(Preferência) por Liquidez (Moeda) possui três alternativas de combinações entre a taxa de juros e o
componentes: nível da Renda, compatíveis todas com situações de
Transacional = função da Renda equilíbrio no lado nominal (monetário) da economia.
Precaucional = idem
Especulativo (não existe para os clássicos, pois não A curva IS é descendente e sua inclinação depende da
haveria razão para entesouramento perante taxas de elasticidade do Investimento em relação à taxa de juros.
juros positivas no mercado de capitais). Será menos inclinada se essa elasticidade for alta - e vice-
versa;
Porém Keynes argumenta que:
R = ganho anual de um título (exemplo: uma debênture A LM é, basicamente, ascendente, embora na formulação
perpétua); mais antiga tenha dois trechos diferentes: na armadilha
r = taxa de juros anuais da liquidez é infinitamente elástica; à taxas de juros
Preço do título: P = R / r excepcionalmente elevadas pode tornar-se totalmente
inelástica.
Se o indivíduo julgar que no período seguinte r' deverá ser
maior do que hoje (r), então poderia deixar para comprar
o título depois - mas perderia R do atual período. POLÍTICA ECONÔMICA NO MODELO IS-LM
POLÍTICA MONETÁRIA
Com um pouco de matemática, pode-se inferir que sua
perda pelo adiamento, devido à baixa de cotação (preço) Curvas IS LM
do título, será: Muito inelástica Ineficaz ou Pouco Eficaz
R/r - R/r'
Pouco inelástica Eficaz Ineficaz ou Pouco
Se essa perda for maior do que R do período atual, será
melhor entesourar, ou seja,

48 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
POLÍTICA FISCAL
Se as expectativas quanto ao nível da Renda esperada e
Curvas IS LM quanto à taxa de juros não se alterarem, então a IS se
Muito inclinada Eficaz Ineficaz ou Pouco deslocará para a esquerda e o nível da renda cairá;
Pouco inclinada Ineficaz ou Pouco Eficaz
No MÉDIO PRAZO: a redução anterior levará à queda nos
Os GRÁFICOS EM SALA mostram os resultados juros, seguindo-se um aumento no Investimento.
acima. Teremos então dois movimentos: o corte nos Gastos
reduz a Renda e o dos juros a eleva. Possivelmente o
resultado disso será a estabilização da Renda no médio
prazo;

No LONGO PRAZO: os efeitos do aumento do


Investimento (multiplicadores) redundarão em incremento
na capitalização e, daí, aumento no nível da Renda.

EXPECTATIVAS NO MODELO IS-LM Voltando ao PRESENTE:

1. Expectativas e IS O anúncio do corte dos Gastos Públicos terá três efeitos:


Deslocamento da IS p/ a esquerda;
Quando se incorporam as expectativas dos agentes Deslocamento da IS p/ a direita pelas perspectivas;
econômicos acerca do período posterior, temos o Deslocamento da IS para a direita pela queda nos juros.
seguinte: Resultado líquido: Se a expectativa for de que o corte nos
A curva IS continua descendente, porém é mais íngreme Gastos se aprofundará nos períodos seguintes, a Renda
do que antes, Dessa maneira, a taxa de juros corrente poderá crescer mesmo no curto prazo.
possui um efeito ainda menor sobre ela;
As variações em G (Gasto Público) e/ou em T (Tributação) Assim, medidas vistas pelo mercado como redutoras em
deslocam a IS em proporção maior do que o normal, se distorções vigentes, podem melhorar as expectativas e
são esperadas que no futuro persistam. fazer crescer a Renda. Exemplo: uma reforma
previdenciária que antecipe melhoria das contas públicas
Em outras palavras: a política fiscal é mais eficaz com as e, por isso, queda futura nos juros, poderá fazer crescer a
expectativas e a monetária menos eficaz. Renda.

Expectativas e LM UM APÊNDICE: AS EXPECTATIVAS RACIONAIS

A incorporação das expectativas NÃO altera a LM, O principal postulado da escola dos Novos Clássicos (a
visto que as decisões sobre reter moeda para transações chamada escola das Expectativas Racionais) é o de que as
e para especulação são função apenas dos níveis de variáveis reais são insensíveis, no longo e no curto prazo,
Renda e de Taxa de Juros correntes. tanto à política fiscal quanto à monetária.

3. Política Monetária e Expectativas As expectativas racionais são formadas com base em


todas as informações relevantes disponíveis sobre a
A taxa de juros REAL é a taxa de juros nominal menos variável. Os indivíduos compreendem como cada variável
a inflação esperada. observada afetará outra.

Se há uma expansão monetária, a taxa nominal de juros Exemplo: Uma política monetária expansiva apregoada.
cairá. Mas o efeito dela sobre a taxa de juros REAL Os indivíduos sabem que isso irá elevar os preços e,
dependerá: conseqüentemente, deprimir o salário real. Portanto, os
se o mercado revisar suas expectativas sobre a taxa de trabalhadores ofertarão menos horas de trabalho
juros nominal ESPERADA; (coerentes com a função oferta de emprego diretamente
se o mercado revisar suas expectativas sobre a taxa de dependente do nível de salário real), trazendo como
inflação corrente e a futura. decorrência a curva de Oferta Agregada para trás -
anulando o deslocamento da demanda agregada pela
Se a taxa inflacionária (atual e prevista) é nula, então a expansão monetária.
taxa de juros nominal é igual à taxa real. Neste caso a
expansão monetária deslocará a LM para baixo, Se a expansão monetária for efetuada sem aviso, durante
produzindo pequeno impacto sobre a IS. Porém se a um curto lapso de tempo poderá surtir algum efeito, mas
expectativa foi de maior baixa na taxa de juros no futuro logo será percebida e perderá o mesmo.
e subida na Renda, a IS se deslocará e o efeito sobre a O mesmo ocorreria com qualquer alteração da política
Renda será maior. fiscal.

4. Política Fiscal e Expectativas Daí que os Novos Clássicos são inteiramente adeptos do
livre-mercado, pela absoluta ineficácia que atribuem às
Aqui, imagine-se que o Governo anuncia que vai reduzir o políticas econômicas, as quais, segundo eles, apenas
déficit público mediante corte nos Gastos presentes E trariam distúrbios inúteis à economia.
FUTUROS. O que poderá ocorrer ?

www.cursoavancado.cjb.net 49
Finanças Públicas – Curso Avançado
4-MODELO DE OFERTA E DEMANDA AGREGADA, No longo prazo:
INFLAÇÃO E DESEMPREGO. A FUNÇÃO DEMANDA
AGREGADA. AS FUNÇÕES DE OFERTA AGREGADA DE O nível de preços aumenta porque os salários nominais
CURTO E LONGO PRAZO. EFEITOS DA POLÍTICA subiram com o aumento do emprego. Aquele aumento
MONETÁRIA E FISCAL NO CURTO E LONGO PRAZO. reduzirá o estoque real de moeda (M/P) e com isso a taxa
CHOQUES DE OFERTA. INFLAÇÃO E EMPREGO. de juros aumentará retornando o Produto ao nível natural.
DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE PREÇOS. Apenas W e P ficaram mais elevados (variáveis nominais,
INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DA INFLAÇÃO. A CURVA não as reais).
DE PHILLIPS. A RIGIDEZ DOS REAJUSTES DE
PREÇOS E SALÁRIOS. A TEORIA DA INFLAÇÃO Obs.: Para os Novos Clássicos já no curto prazo a política
INERCIAL E A ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA monetária seria ineficaz, pois os agentes econômicos
BRASILEIRA RECENTE NO COMBATE À INFLAÇÃO. antecipam que a expansão trará aumento nos preços e
por isso a oferta de emprego não aumentará.
4.1 A função Demanda Agregada
Obs.: gráficos em sala Efeitos da Política Fiscal:

Esta função apresenta o nível de produto demandado para Expansão dos Gastos Públicos e/ou Redução de Tributos:
cada nível de preço. É construída pelos pontos resultantes
das interseções da IS com a LM, visto que: No curto prazo:
M / P = L (Y; r)
Sobe a demanda agregada e, portanto, o Produto. A taxa
Quando P aumenta, então isso desloca a oferta monetária de juros também sobe, inibindo o Investimento. Há um
(M/P) para a esquerda (porque esta se reduz em valor), o fenômeno chamado crowding out, mas com alguma
que eleva a taxa de juros, deprimindo a Demanda elasticidade do Investimento em relação à taxa de juros,
Agregada. mesmo baixa (porém maior do que zero) o impacto
líquido é positivo.
A curva da Demanda Agregada desloca-se quando variam
os fatores que alteram a IS ou a LM. Exemplos: Ms (com O ajuste, no longo prazo, passa pelo aumento dos preços
P constante); ou, ainda: G; T; X; M. reduzindo a estoque real de moeda e por maior aumento
dos juros reduzindo ainda mais as intenções de investir,
As funções de oferta agregada de curto e longo prazo retornando o sistema ao equilíbrio inicial.

No curto prazo: CHOQUES DE OFERTA

A função Oferta Agregada é ascendente (o Produto cresce Causados por avanço tecnológico ou por aumento no
a Preços mais elevados) porque para se produzir mais se preço de insumos externos. A OA sobe ou desce.
precisa de mais mão-de-obra e esta só será mais ofertada Exemplo: o aumento do preço do petróleo causa, tanto no
a salários mais altos, o que levará os preços também para curto quanto no longo prazo, a queda do Produto. No
cima. Os trabalhadores padecem de ilusão monetária, por curto prazo, faz com que os preços subam, o que leva à
isto não visualizam que o salário nominal mais elevado redução do estoque real de moeda e à contração da
trará um preço esperado (futuro) mais alto, trazendo o demanda e do produto. No longo prazo, o salário real
salário real ao seu nível anterior. pago pelas empresas aumenta a taxa natural de
desemprego, o que, por sua vez, diminuirá o nível natural
No longo prazo: do produto. Sobre isto, veja-se o tópico a seguir:

A função OA (Oferta Agregada) deslocar-se-á quando


relaxamos a condição ceteris paribus. Assim: ESTAGFLAÇÃO:
As empresas produzem no ponto em que P = CMg
Portanto, todo fator que aumentar o custo marginal para O preço de um insumo importado aumenta; sua
cada nível de produto, elevará a OA. importação cai, inclusive porque (X-M) reduz-se. Isso leva
Ex.: uma mudança na expectativa dos trabalhadores à queda em Y e conseqüentemente em Dn (demanda por
quanto ao nível futuro de P. trabalho).
Extrapolando para os demais fatores, qualquer aumento Mas, como o salário nominal é rígido, manter-se-á no
autônomo nos preços de qualquer um deles aumenta o nível original, deixando reduzida a demanda por trabalho
CMg para cada nível de Produto e desloca a OA para a e com ela a menor produção (estagnação) com maiores
esquerda (ex.: preços dos insumos) preços (inflação) = estagflação.

INFLAÇÃO E DESEMPREGO:
Efeitos da política monetária e fiscal no curto e no longo
prazo: Determinação do nível de Preços

Política Monetária: Podemos definir as funções da Demanda Agregada e da


Oferta Agregada, de maneira mais completa:
No curto prazo: Demanda Agregada:
Expansão monetária; juros menores; investimento maior;
demanda agregada maior; maior nível de Oferta.: Yt = Y (M/Pt ; G; T-) para economias fechadas;

50 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
Ou seja: a DA é função crescente do estoque real de Para os Novos Keynesianos e similares (também
moeda e dos gastos públicos; e função decrescente dos chamados de Fiscalistas), a Moeda é “passiva” ou
tributos. endógena, normalmente sendo emitida em decorrência da
monetização do déficit público.
Oferta Agregada:
Inflação de Custos:
Pt = Pe (1 + m) f (1 – Y/L; z)
Ou seja: a OA é função crescente dos preços esperados, Ocorre:
da margem de lucro ou mark up (m); do nível de
emprego (1 – Y/L); e das condições institucionais que por pressões AUTÔNOMAS de custos (aumento do grau de
afetam os contratos salariais (ex.: salário-desemprego). mark up dos empresários);
Equilíbrio geral e determinação dos preços: por pressões salariais: se um aumento salarial REAL
ultrapassar a taxa de crescimento da produtividade física;
Ocorre na interseção das duas funções. por pressões nos preços dos insumos importados (ex.:
Imagine que o Produto de equilíbrio encontra-se ACIMA (à petróleo).
direita) do Produto “natural” (que corresponde ao nível de
produção que iguala o desemprego existente à sua “taxa Inflação estrutural:
natural”, que veremos adiante).
Ocorre por pressões de custos PERSISTENTES devidas a
Neste caso, o nível de Preços também será maior do que vícios (distorções) na formação das economias periféricas,
o nível de Preços Esperados. Assim, os fixadores de em especial:
salários revisam suas expectativas de preços para cima e
a curva de AO se desloca para cima (esquerda): o Produto a inelasticidade da oferta de alimentos devido ao
se reduz e o nível de Preços aumenta, até que, no médio latifúndio e à produção voltada para fora;
prazo, o Produto de equilíbrio se iguala ao nível do rigidez das importações concomitantemente com o baixo
produto dito “natural”. Na situação inversa teríamos os dinamismo das exportações, de bens primários,
mesmos efeitos e deslocamentos. ocasionando déficits externos e com estes a
desvalorização cambial;
INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DE INFLAÇÃO: limitada capacidade do Estado em arrecadar versus
maiores necessidades de gastar.
Inflação de Demanda:
Inflação inercial:
“Pura”, quando a Demanda Agregada supera a Oferta de
Pleno Emprego. Ocorre pelo conflito redistributivo entre os agentes
“Estrangulada”, quando a Demanda Agregada se eleva econômicos, o que os leva a procurar sempre indexar
mas a Oferta ainda pode responder, pois há capacidade seus preços pela inflação anterior a fim de manter sua
ociosa no sistema. participação relativa na Renda: trabalhadores-salários;
empresários-preços; governo-impostos; exportadores-
Óticas diferentes: taxa cambial. Quando há um novo choque, de oferta ou
de demanda, a inflação sobe de patamar e passará a ser
Para os Neoquantitativistas ou Monetaristas, o excesso de por inércia empurrada para a frente nessa nova taxa.
demanda ocorre quando há indisciplina monetária do
Banco Central, que expande a moeda além da conta. INFLAÇÃO E DESEMPREGO: A CURVA DE PHILLIPS:

Nesta ótica, a Moeda é dita “Ativa”. A versão original é de 1958, quando ªW.Phillips publicou
seu artigo mostrando o ajustamento que fez a partir de
Na versão tradicional da Teoria Quantitativa da Moeda: dados da economia britânica cobrindo cerca de um século
dP/P = (((1 + dM) / (1 + dy)) – 1 ) 100 (1861/1913) relacionando as variações na taxa de
desemprego e na dos salários nominais.
O que implica que a expansão monetária deveria ser igual
à do Produto físico para se obter inflação nula. Posteriormente as novas versões substituíram a taxa
salarial nominal pela taxa de inflação, considerando a
A chamada “reconstrução de Friedman” à TQM, temos sua correlação forte entre estas duas variáveis. Estava criado
“regra de ouro”: o famoso trade-off entre inflação versus desemprego
M/P (1/N) = k (Yp/n)d .
M/P (1/N) é a Oferta real de Moeda per capita; "k” é a Uma outra versão, de origem Monetarista, é chamada de
velocidade de circulação da Renda; “Yp” é a Renda “versão aceleracionista” da Curva de Phillips. Nesta, as
permanente na ótica friedmanniana; e “d” é a elasticidade expectativas de inflação se formam a partir da inflação
demanda de moeda em relação à Renda real permanente passada. Se um aumento na oferta monetária produzir
per capita. uma taxa de inflação efetiva maior do que a projetada,
haverá uma subida eufórica do Produto e do nível de
Assim, nessa visão a demanda real de moeda per capita é emprego. Mas, no longo prazo, o sistema retorna ao
função da Renda real permanente per capita. equilíbrio, como visto anteriormente, às custas de queda
Para Friedman a Moeda é um bem de luxo, pois sua nestas duas variáveis.
elasticidade renda-demanda nos EUA é de 1,8.

www.cursoavancado.cjb.net 51
Finanças Públicas – Curso Avançado
É importante assinalar que a Curva apresenta uma faixa Lei de Okun:
totalmente inelástica que mantém um valor positivo no
eixo das abscissas, correspondente à: Preocupada com o hiato entre o Produto real e o Produto
potencial (este, o de pleno emprego).
Taxa Natural de Desemprego (TND): Ainda relativamente à questão do desemprego, por outro
lado existe a Lei de Okun, preocupada com o hiato entre o
Essa é a “taxa de desemprego de pleno emprego” ou Produto real e o Produto potencial (este, o de pleno
“taxa estrutural de desemprego”, obtida quando o emprego).
mercado está em equilíbrio. Nos EUA considerava-se
como período base referencial a metade da década dos 50 Segundo os cálculos de Okun para a economia norte-
(4% da PEA). Na verdade essa taxa é obtida como uma americana, essa relação estaria conforme:
média ponderada das taxas naturais de desemprego dos Du = -0,4ppc (y – 2,5%);
subgrupos da força de trabalho. Assim, a dos sendo Du = taxa de desemprego; “y” é a taxa de
adolescentes será maior; para os homens de primeira crescimento do produto; e 2,5% a taxa tendencial do
idade, mais baixa e assim por diante. Produto.

Formulação analítica: Assim, a taxa de desemprego declina quando o


crescimento do produto estiver acima da taxa tendencial
0 = (m + z) - au de 2,5%.
em que “m” é a margem (mark up); “u” é a taxa de Especificamente: para cada ponto percentual de
desemprego; e a o coeficiente de sensibilidade nível de crescimento do Produto ACIMA da taxa tendencial, que for
salários/taxa de desemprego., isto é, de quanto baixam mantida por um ano, a taxa de desemprego cairá 0,4
os salários, em média, quando aumenta a taxa de pontos percentuais. Supondo que o crescimento seja de
desemprego. 5% (com mais os 2,5% da taxa tendencial = 7,5%) o
desemprego será reduzido em 1%.
Da equação acima:
HISTERESE:
u=m+z
a A persistência histórica de alto nível de desemprego
durante muito tempo (década dos 70 após o choque do
Ou seja: quanto maior o mark up, ou quanto maiores os petróleo) levou a que, cessadas as políticas deflacionárias
efeitos institucionais sobre a determinação dos salários que o causaram, quando a inflação finalmente voltou ao
(como os benefícios-desemprego), mais alta será a taxa nível habitual a taxa estrutural de desemprego (natural)
natural. não mais retornou ao nível histórico anterior à crise,
subindo de patamar. Isso possivelmente ocorreu devido a
Assim, essa taxa sofre variações a partir de fatores que os contingentes de desempregados adicionais já
institucionais: haviam mudado de hábitos – tornando-se autônomos ou
legislação anti-trust que baixe o grau de mark-up (a TND engrossando as atividades informais.
se reduz);
aumento dos benefícios-desemprego (a TND aumenta); A RIGIDEZ DOS REAJUSTES DE PREÇOS E
SALÁRIOS:
Há outros fatores: modificações na composição etária
e de gênero da população, por exemplo, fazendo variar o Nas economias modernas, muitos preços e salários são
coeficiente a. fixados em termos nominais por algum tempo e NÃO
COSTUMAM SER REAJUSTADOS QUANDO HÁ MUDANÇA
Relacionada a isso se encontra a conhecida: DE POLÍTICA ECONÔMICA.

NAIRU (nonaccelerating inflation rate of unemployment): Assim, uma política monetária contracionista levaria a um
Ou seja, a taxa de inflação que não aumenta o aumento no desemprego, não nos salários, pois estes já
desemprego, que seria a taxa de equilíbrio do nível de embutiriam uma inflação antecipada nos acordos salariais,
preços compatível com a TND. Uma taxa menor de que não poderia ser reduzida de maneira instantânea.
inflação só seria obtida às custas do aumento da taxa de
desemprego. Além disso, os contratos salariais das diversas categorias
são escalonados no tempo. Por isso, alguns já estão em
Formulação: vigor há muito tempo e outros ainda no início, por isso,
não há como muda-los igualmente.
Da equação acima, da Curva de Phillips: Outro argumento reside nos “salário-eficiência”. Para
p1 - pt-1 = - a(u1 – un) manter a fidelidade e a produtividade, uma vez que
A variação da inflação depende da diferença entre a taxa investiu em qualificação dos empregados, a empresa
de desemprego corrente e a natural. Quando a primeira embute um plus em seus salários. Por isso, uma retração
for maior do que a segunda, a inflação cai – e vice-versa. monetária não consegue com eficiência fazer com que
elas reduzam os salários, pois temem os perigos dessa
medida.
Ainda relativamente à questão do desemprego, por outro
lado existe a: Finalmente, muitas empresas mantêm os preços durante
algum tempo mesmo com mudanças na política

52 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
monetária, para não terem de arcar com os “custos do Metas modestas de estabilização da inflação e redução
menu (cardápio), que representa os gastos com as gradual do déficit público;
mudanças de suas listas de preços e avisos a clientes e Suspensos por dois meses os reajustes de tarifas e
fornecedores. salários de servidores públicos;
Congelamento dos saldos de empréstimos bancários para
A TEORIA DA INFLAÇÃO INERCIAL E A segurar a criação de moeda.
EXPERIÊNCIA BRASILEIRA RECENTE NO COMBATE À
INFLAÇÃO Janeiro/89: Plano Verão (de novo, Bresser Pereira):

FEV. 1986 – Gov. Sarney (Nova República): Plano Congelamento temporário de preços e salários;
Cruzado: Taxas de juros elevadas.
Ao final do ano o país mergulhava na hiperinflação. Não
Congelamento de salários, preços, taxa de câmbio e mais existiam praticamente “contas correntes” (DVBC,
demais valores (proibida a indexação, substituída a ORTN componente principal do M1), mas sim “contas
pela OTN de valor mensal constante); remuneradas”, indexadas diariamente.

Valores contratuais (salários, aluguéis, etc) corrigidos por 1990: Plano Collor (Plano Brasil Novo):
uma “tablita” para um valor médio do ano;
Instituição do “gatilho” salarial (quando a inflação Retenção de cerca de 80% dos ativos financeiros para
chegasse a 205); conter a demanda e forçar a baixa dos preços.
“Torneirinhas” abertas cada vez mais fizeram a moeda
Troca da moeda (cruzeiro pelo cruzado na razão 1000/1). retornar antes do prazo e a inflação retornou.
A inflação de 230% em 1985 caiu para 58% em 1986.
1991: Plano Collor II (Marcílio Marques Moreira):
Mas a taxa cambial valorizada e o aumento da Renda
(pelo fim do imposto inflacionário), fizeram explodir o Elevadas taxas reais de juros
déficit externo trazendo a moratória em 1987; Renegociação da dívida externa;
Algumas mudanças no sistema financeiro.
Quebrara-se a inércia, mas não as causas estruturais da
inflação: por isso o ágio surgiu e aos poucos as tabelas 1994: Plano Real (André Lara Rezende e Pérsio Arida –
foram abandonadas. Plano LARIDA):

Jul/set.1986: Cruzadinho: Âncora fiscal: criação do Fundo Social de Emergência


(análogo ao atual DRU);
Tímido pacote fiscal para conter a demanda
Empréstimos compulsórios sobre combustíveis e Âncora monetária: metas de expansão monetária; forte
automóveis; aumento dos depósitos compulsórios;
Expurgo no índice de preços para procrastinar o gatilho.
Âncora cambial: real (nova moeda) engessado ao dólar +
Nov/86 a jun/87: Cruzado II: abertura ao comércio externo, forçando pelas importações
baratas a redução das margens de lucro internas e a
Pacote fiscal: reajuste das tarifas de serviços públicos e busca de maior produtividade. Enquanto o Índice de
aumento de impostos (sobre automóveis, bebidas e Preços no Atacado variou em 47,23% entre julho de 1994
cigarros); e dezembro de 1998 (período em que nossa taxa de
Voltou a indexação cambial (minidesvalorizações do câmbio foi engessada pelo BC no chamado “sistema de
cruzado) e nos títulos públicos; bandas”), a correção no valor do dólar (taxa de câmbio
Moratória em fev/97 para forçar uma renegociação da real/dólar) no mesmo período foi de apenas 23,5%. Isso
dívida e ganhar a simpatia popular. significa que os exportadores tiveram uma perda real, no
período, em torno (na média) de 19,2%.
Jul/87: Plano Bresser:
Elevadas taxas de juros para inibir a demanda e fechar as
Choque deflacionário com a supressão do gatilho e busca contas externas, além de formar gigantescas reservas
da redução do déficit público; para manter as “bandas cambiais”;
Salários congelados por 3 meses com a introdução da URP
– reajustes com perdas reais para níveis salariais Quebra da inércia pelo realinhamento dos preços relativos
maiores; entre março e junho/94 com a introdução da URV, uma
Congelamento de 3 meses, mas precedido de vários moeda de conta que se atualizava a cada dia.
reajustes no início;
A inflação caiu de 26% em junho para 3% em julho; Resultados:
Mais perda de poder aquisitivo, pois no cálculo inicial para
a URP um mês foi “esquecido”; Inflação: contida;
Inflação voltou a subir para 14% em dezembro com o
descongelamento. Saldo externo: piorou muito (Balança Comercial negativa
entre 1995 e 1999);
Jan/dez.1988: Política do “Feijão-com-arroz” (Maílson da Orçamento Público: déficits crescentes aumentando a
Nóbrega): dívida interna.

www.cursoavancado.cjb.net 53
Finanças Públicas – Curso Avançado
5-MACROECONOMIA ABERTA. ESTRUTURA DO redução nas importações, eliminando-se o déficit. O
BALANÇO DE PAGAMENTOS. REGIMES CAMBIAIS. resultado final será o retorno ao equilíbrio embora com
CRISES CAMBIAIS. O MODELO IS/LM NUMA taxa cambial agora mais elevada.
ECONOMIA ABERTA. POLÍTICA MONETÁRIA E Graficamente: a curva BP se desloca até alcançar a
FISCAL NUMA ECONOMIA ABERTA. POLÍTICA intercessão da IS com a LM.
CAMBIAL NO PLANO REAL. Com câmbio fixo:

Se houver déficit externo, o Governo terá que vender suas


MODELO MUNDELL-FLEMING: reservas em divisas para manter a paridade cambial fixa.
Ao faze-lo, retirará moeda doméstica de circulação,
Alia às conhecidas curvas IS e LM também a Curva BP, elevando-se com isso as taxa de juros, com reflexos
que representa o negativos sobre o Produto (Renda). Destarte, cairão as
lugar geométrico dos pontos de equilíbrio do Balanço de importações e aumentarão as entradas de divisas,
Pagamentos (SBP = 0) compatíveis com pares de restabelecendo-se o equilíbrio.
alternativas entre taxas de juros e nível de Renda. Graficamente, a curva LM se desloca até a intercessão
(Ver gráficos em sala) com a IS e a BP o ajuste é em “r” e em “Y”.

ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS POLÍTICA MONETÁRIA E POLÍTICA FISCAL NUMA


ECONOMIA ABERTA
Já visto na Unidade I
O grau de eficácia das políticas anticíclicas fiscal e
REGIMES CAMBIAIS monetária dependerá do regime cambial da economia.
Assim:
Fixo: com o Banco Central comprometendo-se a manter
fixa uma paridade entre a moeda doméstica e uma moeda Câmbio Fixo:
conversível ou ouro;
Imagine-se que o BC pretende executar uma política
Flutuante: na qual o BC deixa ao mercado (oferta e monetária expansiva (expansão da base monetária): ao
demanda de divisas) a tarefa de estabelecer o nível da fazê-lo, acabará provocando uma baixa na taxa de juros
taxa cambial. interna. Tal queda provocará a evasão de divisas,
ocasionando como conseqüência a apreciação da moeda
Flutuação suja (dirty flotation): é um sistema de taxa doméstica. Isto, por sua vez, reduzirá as exportações e
flutuante, mas monitorado pelo BC, que procura mantê-la aumentará as importações, provocando um movimento
dentro de determinada amplitude a fim de evitar contracionista na Renda. Desse modo, com Câmbio Fixo,
oscilações bruscas, para tanto, ofertando ou demandando o BC perde a liberdade de fazer política monetária.
a divisa escassa ou abundante.
Em contrapartida, se o Governo, alternativamente, optar
PARIDADE DO PODER DE COMPRA: por uma política fiscal expansiva (déficit orçamentário não
monetizado), ao vender seus títulos de dívida em troca de
Devida a Gustav Cassel, estipula que, quando dois países moeda doméstica, acabará por provocar uma elevação na
apresentam inflações diferentes, a prática da taxa de juros, a qual, por seu turno, atrairá capitais
ARBITRAGEM (compra de bens ou moedas onde o preço externos. Este ingresso levaria a uma valorização da
for baixo para venda onde o preço for mais elevado) moeda nacional, mas como o BC, nesse regime, tem que
contribui para levar à equalização do poder de compra das zelar pela paridade, comprará as divisas excedentes,
diversas moedas dentro da paridade cambial. injetando a sua moeda na economia. Esta injeção reduzirá
os juros, o que fará estancar os referidos ingressos e, ao
Usualmente, com câmbio fixo, cabe ao BC atualizar a taxa mesmo tempo, impelirá o Investimento Interno, com
de câmbio obedecendo ao diferencial das inflações interna reflexos positivos sobre o nível das atividades.
x externa, a fim de que se mantenha o poder de compra
dos exportadores e dos importadores: Conclui-se que, neste tipo de regime cambial, a política
fiscal é eficaz, mas não a política monetária.
TC1 = TCo x IPint / IPext
Câmbio Flutuante:
Ou seja: a taxa de câmbio do período 1 deveria ser a do
período zero corrigida pelo diferencial do índice de preços Um objetivo expansionista às custas de um déficit público
interno/externo. não monetizado, ou seja, apenas com o aumento do
endividamento do Governo, elevará os juros. Com isso, o
AJUSTE EXTERNO DE ACORDO COM O REGIME capital estrangeiro será atraído para esta economia,
CAMBIAL causando a apreciação da moeda doméstica. Resultado:
cairão as exportações e aumentarão as importações ... e
Com câmbio flutuante: lá se vai pelo ralo a intenção expansionista do Governo.

O próprio mercado se encarrega de realiza-lo: se há Outrossim, se o BC quiser expandir as atividades pela


déficit externo, haverá uma saída líquida de divisas, o que expansão monetária, os juros cairão; o capital estrangeiro
resultará na depreciação da moeda doméstica. Tal fugirá; em consequ6encia haverá uma depreciação
depreciação levará ao aumento das exportações e à

54 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
cambial; as exportações tenderão a aumentar e as Perante essa especulação, os investidores retiram seus
importações a cair; o objetivo expansionista logrará êxito. capitais do país; este passa a comprar moeda nacional
vendendo de suas reservas para sustentar o câmbio. Com
Conclui-se que, neste tipo de regime cambial, a política essa atitude, as reservas se evaporam. É claro que o BC
monetária é eficaz, mas não a política fiscal. reagirá aumentando os juros, mas isso não pode ocorrer
MUDANÇA NA TAXA CAMBIAL SEMPRE RESOLVE ? por muito tempo e nem com elevados percentuais para
deter a fuga e, enfim, o BC é obrigado a capitular e
Em princípio, se a moeda doméstica se desvaloriza desvaloriza a moeda – além de socorrer-se de créditos
(deprecia) é evidente que os produtos nacionais ficarão externos institucionais.
mais baratos (=aumento das exportações) e os produtos
do exterior mais caros (=redução nas importações). VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS REGIMES
Contudo, há duas qualificações sobre isto: CAMBIAIS
CURVA J Câmbio flutuante:

É uma curva que descreve a deterioração inicial da Vantagem: ajuste automático do BP;
balança comercial causada por uma desvalorização, Desvantagens: reduz a eficiência do planejamento das
seguida por uma melhoria no saldo da mesma. empresas;
Por que / Porque o preço das importações aumenta, mas, Sujeita à economia a enormes flutuações,
em um período inicial, a Quantidade importada não cai inclusive dos juros e, portanto, das atividades;
logo, pois já há amarramentos contratuais e/ou não há
alternativas imediatas de substituição para certos Câmbio fixo:
produtos, com o que, DT = PQ tende a aumentar. Após os
devidos ajustes, finalmente os efeitos se farão sentir. O Vantagem: facilita o planejamento empresarial;
mesmo quanto às exportações: ficam mais baratas, mas Desvantagem: sujeita a economia a recessões e imobiliza
não se consegue desde logo tomar mercado dos outros. a política monetária, além de exigir grandes reservas para
Num período inicial, as receitas caem, mas depois chegam segurar a paridade.
finalmente os reflexos positivos.
POLÍTICA CAMBIAL NO PLANO REAL: OS DÉFICITS
CONDIÇÃO MARSHALL-LERNER-ROBINSON GÊMEOS

A desvalorização faz os preços dos produtos exportados O Plano Real teve uma de suas principais âncoras no trato
mais baratos e os dos importados mais caros. Mas, externo: uma combinação de enorme abertura comercial
imagine-se uma economia em que a Balanço Comercial (a alíquota efetiva real média na aduana caiu de 34% na
está equilibrada no momento zero, quando tal fato ocorre. segunda metade dos anos 80 para apenas 7% no final do
governo FHC) com um engessamento do câmbio,
Se esse país exportasse um bem de elasticidade-preço da tornando o real apreciado – tudo para aumentar a
demanda igual a zero ou pelo menos menor do que a competitividade e segurar os preços internos.
unidade, isso significa que a receita com as exportações
irá CAIR. O déficit daí resultante nas Transações Correntes foi
coberto com o ingresso de capitais via elevação nas taxas
Igualmente, com as importações: imagine-se que se de juros internas (e, conseqüentemente, no “cupom
tratam de bens de baixíssima elasticidade cambial”), além de privatizações para atrair investimento
(insubstituíveis). As importações pouco ou nada cairiam. direto, basicamente nos segmentos de bens non-
tradeables, que não geram depois fluxos de ingressos,
A Condição M-L-R, a partir de um modelo matemático mas tão somente de saídas de dividendos.
demonstra que, uma desvalorização cambial só irá
apresentar um resultado líquido positivo sobre a Balança Essa elevação dos juros, só fez aumentar o déficit público
Comercial, se “a soma das elasticidades-preço das e anular os esforços de superavits primários, fazendo a
demandas pelos produtos exportados + importados nessa dívida interna crescer exponencialmente;
economia for maior do que a unidade (em valor
absoluto)”. Por seu turno, as entradas de divisas tinham que ser
esterilizadas (isto é, trocadas por dívida externa para
CRISES CAMBIAIS evitar uma explosão de demanda).

Usualmente ocorrem apenas quando uma economia Assim:


apresenta regime de câmbio fixo.
Imagine-se que os especuladores esperam para breve que O déficit interno aumenta as taxas de juros;
vá ocorrer uma desvalorização cambial nesse país. Ou Isto provoca o ingresso de capitais;
porque a moeda local está sobrevalorizada (inflação não Com isso a taxa de câmbio se aprecia;
transferida à taxa cambial); ou porque a economia precisa O que provoca saldos comerciais negativos;
reduzir sua taxa de juros, mas isso só será possível com Para cobri-los, sobem-se os juros,
uma flexibilização do câmbio, o que irá provocar ....etc...etc.!
desvalorização ante a iminência da referida queda nos
juros.

www.cursoavancado.cjb.net 55
Finanças Públicas – Curso Avançado
6-CRESCIMENTO DE LONGO PRAZO: O MODELO DE PROGRESSO TECNOLÓGICO
SOLOW. O PAPEL DA POUPANÇA, DO CRESCIMENTO
POPULACIONAL E DAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS Aumenta a eficiência do trabalho à uma taxa constante
SOBRE O CRESCIMENTO. "A REGRA DE OURO". "g" (resídual de Sollow)

O produto aumenta como se a força de trabalho crescesse


O modelo de Sollow: o papel da poupança, do crescimento à essa taxa, que é "incorporadora de trabalho"
populacional e das inovações tecnológicas; a regra de O salário real nos EUA tem aumentado à uma taxa
ouro próxima de "g".

O modelo demonstra como interagem: o estoque de COROLÁRIOS:


capital por trabalhador, a poupança, o crescimento
populacional e o progresso tecnológico. A taxa de poupança NÃO em efeito sobre a taxa de
crescimento do produto NO LONGO PRAZO, que é igual a
Conceitos: zero. No longo prazo a taxa de crescimento da economia
é zero qualquer que seja o valor da taxa de poupança,
A PmgK é decrescente com o capital, pois a função- pois a economia alcança um estado estacionário,
produção apresenta rendimentos de escala constantes; crescendo à mesma taxa: capital e população =
O Investimento depende da Poupança; depreciação.
O Consumo é o Produto menos o Investimento
A acumulação de Capital (∆k) = i - ∂k (Total do Mas a taxa de poupança determina o NÍVEL de produto
Investimento - Depreciação) per capita no longo prazo, o que diferencia os países;
ou: PmgS (fK) - ∂k
O AUMENTO da taxa de poupança fará com que o
Assim, a acumulação de capital é a poupança descontada crescimento aumente até alcançar um novo estado
da taxa de depreciação. estacionário;

Chega-se assim ao Estado Estacionário, que é aquele em Com progresso tecnológico é possível alcançar-se nível
que I = Depreciação, um estado de equilíbrio estável mais elevado de produto per capita. Também tem sido
marshalliano. Nesse nível, o investimento é o suficiente demonstrado que a acumulação de capital humano têm
para manter estável a capitalização por trabalhador. efeito similar à do capital físico.
Qualquer avanço ou qualquer retrocesso fará a economia
retornar a esse nível.

Se a taxa de poupança se alterar, a economia move-se


para outro Equilíbrio de Estado Estacionário (e aí irá
parar, até novo impulso). Neste novo nível, pode-se
apenas dizer que a economia está mais rica, dada a maior
disponibilidade per capita de produto e do nível de
capitalização por trabalhador.

O NÍVEL DE CONSUMO E A REGRA DE OURO:

Demonstra-se que o Consumo de bens/serviços será


máximo quando:

PmgK = ∂ (se o estoque de capital for maior, então a


PmgK será menor do que a depreciação e o Consumo será
menor. Essa é a regra de ouro do consumo.

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO

O crescimento da Poupança leva a um ponto de equilíbrio


estacionário, mas como garantir um crescimento
continuado? Isso dependerá do crescimento populacional
e do progresso tecnológico.

Introduzindo o crescimento populacional, a nova condição


de maximização do consumo será:
PmgK = ∂ + n (em que "n" é a taxa de crescimento
populacional)
Ou: PmgK - ∂ = n

56 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
7-A ECONOMIA INTERTEMPORAL. O CONSUMO E O As curvas de indiferença mostram as combinações de C1
INVESTIMENTO NUM MODELO DE ESCOLHA e C2 que proporcionam o mesmo nível de satisfação.
INTERTEMPORAL. A RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA Curvas mais altas, maiores níveis de satisfação.
INTERTEMPORAL DAS FAMÍLIAS. A RESTRIÇÃO
ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL DO GOVERNO E Gráficos em sala
A EQUIVALÊNCIA RICARDIANA. A RESTRIÇÃO
ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL DE UMA NAÇÃO
E O ENDIVIDAMENTO EXTERNO.

Consumidores e a restrição intertemporal (Fisher)

A poupança de hoje (S), aplicada (1 + r) é o Consumo de


amanhã;
S = Y1 – C1
C2 = (1+r)S + Y2
(como neste exemplo não há período 3, não haverá nova
poupança).

O consumidor possui uma renda que significa sua


restrição intertemporal.
OTIMIZAÇÃO INTERTEMPORAL DO CONSUMIDOR:
Obs.: Gráficos em sala
Quando com sua restrição intertemporal alcança a mais
alta curva de indiferença. A condição é:
TMS c2/c1 = 1 + r

VARIAÇÃO NA RENDA

Fisher difere de Keynes: o Consumo depende dos recursos


que o consumidor pretende auferir ao longo de sua vida.

VARIAÇÃO NOS JUROS:

Em A o C1 é = Y1, logo, C2 = Y2 (não há S) Há uma rotação da reta de restrição intertemporal:


Em B o C1 = 0; e Y1 = S
Em C, o C2 = 0; Teremos dois efeitos: Efeito-renda: alcance de uma Curva
de Indiferença mais alta; Efeito-substituição: é a mudança
O fator (1+r) é a parcela de -C1 que se abre mão para relativa na escolha C1 x C2

aumentar C2 A DÍVIDA PÚBLICA E A EQUIVALÊNCIA RICARDIANA

Assim: O gasto público não financiado no presente por tributo


presente resultará em um endividamento que será pago
C2 – (1+r) (Y1 – C1) + Y2; ou pelo lançamento de um tributo T (1+r) futuro.

(1+r) C1 + C2 = (1+r) Y1 + Y2 Assim, a Dívida Pública hoje é o equivalente a um


lançamento futuro de imposto. Ou seja, o mesmo que um
e, dividindo ambos por (1+r): imposto presente. Financiar o Governo através da Dívida
deste é o mesmo que pagar um imposto.
C1 + C2/1+r = Y1 + Y2/1+r
Contudo, para o consumidor dá no mesmo, pois seu
O C de ambos os períodos depende das Y dos dois. Consumo é função da Renda de uma vida. Logo, ele não
mudará seus gastos. Essa é a equivalência ricardiana (ou,
Se “r “ fosse igual a zero, então C1 + C2 = Y1 + Y2 Proposição de Ricardo-Barro, devido ao re-estudo desse
assunto em 1970 por Robert barro, um Novo Clássico),
Mas com “r” posiivo, então a Renda futura vale MENOS do que, no limite, pode ser interpretada como uma
que a Renda corrente. declaração de inocuidade da política fiscal, já que nem
déficit e nem dívida pública possuem efeito sobre a
Como o C futuro é pago com os juros da Poupança (S), atividade econômica.
então C2 vale menos do que o presente.
Isto seria verdadeiro se TODOS OS CONSUMIDORES
achassem que uma redução de impostos hoje seria
Preferência do Consumidor: inevitavelmente compensada por novo aumento tributário
DEPOIS – e vice-versa – acarretando aumento ou corte no
consumo presente em relação ao futuro. Embora os

www.cursoavancado.cjb.net 57
Finanças Públicas – Curso Avançado
adiamentos ou antecipações de impostos de fato ocorram,
nem todos os consumidores acham que haverá as futuras
compensações e, por isso, não necessariamente adiarão
ou anteciparão seu consumo em função dessa
expectativa. Por isso, a política fiscal TEM DE FATO
EFEITOS sobre as atividades econômicas.

Analiticamente, teremos:

D = G1 – T1
T2 = (1+r) (G1 – T1) + G2
T2 = (1+r) (G1 – T1) + G2
T1 + (T2 / 1+r) = G1 + (G2 / 1+r)
O valor presente dos gastos públicos é igual ao valor
presente dos tributos.

Se o Governo hoje reduzir Tributo para aumentar a Renda


(Y) dos Consumidores ( C ) no valor de T, terá a
necessidade de, no futuro, aumenta-lo em 1+r = dT, o
que dá ao C o mesmo valor presente, não alterando o
Consumo total que é função da Renda permanente.

RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA INTEMPORAL E DÍVIDA


EXTERNA

Para esta Teoria, chamada de Teoria do Agente


Representativo, não há "déficits gêmeos".
Um déficit público (gasto não coberto por imposto) hoje
será visualizado pelos agentes econômicos como passível
de ser coberto no futuro (o endividamento) por um
imposto adiante. Por isso, supondo expectativas racionais,
os agentes econômicos não aumentarão suas importações
(isso ocorreria se despendessem mais no presente) e por
isso não haverá o déficit nas transações correntes
exigindo o ingresso de capitais estrangeiros. Neste caso, o
gasto público apenas substitui o gasto privado.

58 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
8-PROVAS DA ESAF DE ECONOMIA renda líquida enviada ao exterior = 50;
formação bruta de capital fixo mais variação de estoques
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL - AFRF - = 150;
2003 POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA poupança líquida do setor privado = 50;
depreciação = 5;
ECONOMIA saldo do governo em conta corrente = 35.
Com base nestas informações e considerando as
01-(AFRF/2003)- Considere os seguintes saldos do identidades macroeconômicas de um sistema de contas
balanço de pagamentos para uma determinada economia nacionais, é correto afirmar que as importações de bens e
hipotética, em unidades monetárias: serviços não-fatores é igual a:

saldo da balança comercial: superávit de 100 a) 110


saldo em transações correntes: déficit de 50 b) 30
saldo total do balanço de pagamentos: superávit de 10 c) 80
d) 20
Com base nestas informações e considerando que não e) 200
ocorreram lançamentos na conta "erros e omissões", é
correto afirmar que: 05-(AFRF/2003) Considere uma economia hipotética
aberta e sem governo. Suponha os seguintes dados, em
a) o saldo da conta "transferências unilaterais" foi unidades
necessariamente superavitário. monetárias:
b) independente do saldo da conta "transferências
unilaterais", podemos afirmar com certeza renda líquida enviada ao exterior = 100;
que o saldo da balança de serviços foi superavitário. soma dos salários, juros, lucros e aluguéis = 900;
c) o saldo dos movimentos de capitais autônomos foi importações de bens e serviços não-fatores = 50;
negativo. depreciação = 10;
d) se a conta "transferências unilaterais" foi superavitária, exportação de bens e serviços não-fatores = 100;
podemos afirmar com certeza formação bruta de capital fixo mais variação de estoques
que a balança de serviços apresentou saldo positivo. = 360.
e) se a conta "transferências unilaterais" foi superavitária,
podemos afirmar com certeza Com base nestas informações e considerando as
que a balança de serviços apresentou saldo negativo. identidades macroeconômicas de um sistema de contas
nacionais, é correto afirmar que a renda nacional líquida e
02-(AFRF/2003) Considere o consumo pessoal são, respectivamente,
c: papel-moeda em poder do público/meios de
pagamentos a) 950 e 600.
d: depósitos a vista nos bancos comerciais/meios de b) 900 e 500.
pagamentos c) 900 e 600.
R: encaixe total dos bancos comerciais/depósitos a vista d) 850 e 550.
nos bancos comerciais e) 800 e 500.
m = multiplicador dos meios de pagamentos em relação à
base monetária 06-(AFRF/2003) Considere as seguintes informações
Com base nestas informações, é incorreto afirmar que, para uma economia fechada e com governo:
tudo o mais constante: Y = 1200
C = 100 + 0,7.Y
a) quanto maior d, maior será m I = 200
b) quanto maior c, menor será d onde:
c) quanto menor c, menor será m
d) quanto menor R, maior será m Y = produto agregado;
e) c + d > c, se d for •‚ 0 C = consumo agregado; e
I = investimento agregado.
03-(AFRF/2003) Não fazem parte do ativo do balancete
consolidado dos bancos comerciais Com base nestas informações, pode-se afirmar que,
considerando o modelo keynesiano simplificado, para que
a) os encaixes em moeda corrente. a autoridade econômica consiga um aumento de 10% no
b) os redescontos e demais recursos provenientes produto agregado, os gastos do governo terão que sofrer
do Banco Central. um aumento de:
c) os empréstimos ao setor público.
d) os empréstimos ao setor privado. a) 60%
e) os títulos privados. b) 30%
c) 20%
04-(AFRF/2003) Considere as seguintes informações d) 10%
para uma economia hipotética aberta e sem governo, em e) 8%
unidades monetárias:
07-(AFRF/2003) Com relação ao modelo IS/LM, é
exportações de bens e serviços não-fatores = 100; incorreto afirmar que

www.cursoavancado.cjb.net 59
Finanças Públicas – Curso Avançado
a) quanto maior a taxa de juros, menor é a demanda por dada pela expressão:
moeda.
b) na ausência dos casos clássico e da armadilha da C1 + C2/(1 + r) = Y1 + Y2/(1 + r)
liquidez, uma política fiscal expansionista eleva a taxa de
juros. onde:
c) na ausência dos casos clássico e da armadilha da C1 = consumo no período 1;
liquidez, uma política fiscal expansionista eleva a renda. C2 = consumo no período 2;
d) no caso da armadilha da liquidez, uma política fiscal Y1 = renda no período 1;
expansionista não aumenta o nível de renda. Y2 = renda no período 2; e
e) quanto maior a renda, maior é a demanda por moeda. r = taxa de juros. e

08-(AFRF/2003) Considere: 2. uma curva de indiferença que representa as


M/P = 0,2.Y - 15.r preferências intertemporais do consumidor.
Y = 600 - 1.000.r
YP = 500 Com base nestas informações e supondo que o
P=1 consumidor esteja no equilíbrio E, é correto afirmar que:
onde:
M = oferta nominal de moeda; a) no equilíbrio "E", C1 = Y1 e C2 = Y2.
P = nível geral de preços; b) o consumo no primeiro período é menor do que a
Y = renda real; renda no primeiro período.
YP = renda real de pleno emprego; e c) o modelo sugere a existência de restrições de crédito
r = taxa de juros. no primeiro período.
d) o consumidor é devedor no primeiro período.
Com base nestas informações, pode-se afirmar que o e) alterações nas taxas de juros não provocam alterações
valor da oferta de moeda necessária ao pleno emprego é nos consumos dos períodos 1 e 2.
de:

a) 80,0
b) 98,5 AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL - AFRF -
c) 77,2 2002.2 POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA -
d) 55,1 PROVA 3 2
e) 110,0
ECONOMIA
09-(AFRF/2003) Com relação ao modelo de crescimento
de Solow, é correto afirmar que, no equilíbrio de longo 01-(AFRF/2002.2) Suponha uma economia que só
prazo: produza dois bens
finais (A e B). Considere os dados a seguir:
a) quanto maior for a taxa de depreciação, maior será o
estoque de capital por trabalhador. Bem A Bem B
b) a taxa de crescimento do produto por trabalhador é
igual à taxa de depreciação. quantidade preço quantidade preço
c) quanto maior for a taxa de poupança, maior será o
consumo por trabalhador. Período1 10 5 12 6
d) quanto maior for a taxa de crescimento populacional,
maior será o estoque de capital por trabalhador. Período 2 10 7 10 9
e) quanto maior a taxa de poupança, maior será o
estoque de capital por trabalhador. Com base nestes dados, é incorreto afirmar que:

a) o produto nominal do período 2 foi maior do que o


10-(AFRF/2003) Considere o seguinte gráfico: produto nominal do período 1.
b) o crescimento do produto nominal entre os períodos 1
e 2 for de, aproximadamente, 31%.
c) não houve crescimento do produto real entre os
períodos 1 e 2, considerando o índice de Laspeyres de
preço.
d) a inflação desta economia medida pelo índice de
Laspeyres de preço foi de 30%.
e) não houve crescimento do produto real, entre os
períodos 1 e 2, considerando o índice de Fisher.

02-(AFRF/2002.2) Considere um sistema de contas


nacionais para uma economia aberta sem governo.
Suponha os seguintes dados:

Este gráfico contém:


1. a denominada "restrição orçamentária intertemporal" Importações de bens e serviços não fatores = 100
de um consumidor num modelo de dois períodos,
60 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
Renda líquida enviada ao exterior = 50 b) 45.848
Renda nacional líquida = 1.000 c) 80.414
Depreciação = 5 d) 11.282
Exportações de bens e serviços não fatores = 200 e) 195.401
Consumo pessoal = 500
Variação de estoques = 80 06-(AFRF/2002.2) Com relação aos determinantes do
investimento, é
Com base nessas informações, é correto afirmar que a correto afirmar que:
formação bruta de capital fixo é igual a:
a) as decisões de investir dependem do parâmetro “q de
a) 375 Tobim”. Se q <1, haverá incentivo
b) 275 por parte das empresas em aumentar o estoque de
c) 430 capital.
d) 330 b) o incentivo a investir depende da comparação entre a
e) 150 taxa de depreciação e a taxa de retorno do investimento.
Se a taxa de retorno do investimento excede a taxa de
03-(AFRF/2002.2) Com relação ao balanço de depreciação, então as empresas terão incentivos em
pagamentos, é incorreto aumentar o seu estoque de capital.
afirmar que: c) o incentivo a investir depende apenas do custo do
capital. Nesse sentido, as empresas terão incentivos em
a) as exportações de empresas multinacionais instaladas aumentar o seu estoque de capital enquanto o custo do
no Brasil são computadas na balança comercial do país. capital for negativo.
b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados d) o incentivo a investir depende da comparação entre o
movimentos de capitais autônomos. valor de mercado do capital instalado e o custo de
c) o saldo da conta “transferências unilaterais” faz parte reposição do capital instalado. Nesse sentido, as empresas
do saldo do balanço de pagamentos em transações terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital se
correntes. o custo de reposição do capital instalado for maior do que
d) o saldo total do balanço de pagamentos não é o valor de mercado do capital instalado.
necessariamente nulo. e) o incentivo a investir depende da comparação entre o
e) as chamadas rendas de capital fazem parte do custo do capital e o produto marginal do capital. Se o
denominado balanço de serviços não fatores. produto marginal do capital excede o custo do capital,
então as empresas terão incentivos em aumentar o seu
04-(AFRF/2002.2) No ano de 2000, a conta de produção estoque de capital.
do sistema de contas nacionais no Brasil apresentou os
seguintes dados 07-(AFRF/2002.2) Com relação ao modelo IS/LM, é
incorreto afirmar que:
(em R$ 1.000.000):
Produção: 1.979.057 a) no chamado caso da “armadilha da liquidez”, em que a
Consumo Intermediário: 1.011.751 LM é horizontal, uma elevação dos gastos públicos eleva a
Impostos sobre produto: 119.394 renda sem afetar a taxa de juros.
Imposto sobre importação: 8.430 b) excluídos os casos “clássico” e da “armadilha da
Produto Interno Bruto: 1.086.700 liquidez”, numa economia fechada a elevação dos gastos
públicos eleva a renda.
Com base nestas informações, o item da conta Esta elevação, entretanto, é menor comparada com o
“demais impostos sobre produto” foi de: resultado decorrente do modelo keynesiano simplificado,
em que os investimentos não dependem da taxa de juros.
a) 839.482 c) no chamado caso “clássico”, em que a LM é vertical,
b) 74.949 uma elevação dos gastos públicos só afeta as taxas de
c) 110.964 juros.
d) 128.364 d) se a IS é vertical, a política fiscal não pode ser utilizada
e) 66.519 para elevação da renda.
e) na curva LM, a demanda por moeda depende da taxa
05-(AFRF/2002.2) No ano de 1999, a conta de capital de juros e da renda.
do sistema de contas nacionais no Brasil apresentou os
seguintes dados (em R$ 1.000.000): 08-(AFRF/2002.2) Considere:

Poupança bruta: 149.491 curva de demanda agregada derivada do modelo IS/LM


Formação bruta de capital fixo: 184.087 curva de oferta agregada de longo prazo horizontal
Variação de estoques: 11.314 curva de oferta agregada de curto prazo vertical
Transferências de capital enviada ao resto do mundo: 29
Transferências de capital recebida do resto do mundo: 91 Considere a ocorrência de um choque adverso de oferta
como, por exemplo, uma elevação nos preços
Com base nessas informações, é correto afirmar que a internacionais do petróleo. Supondo que este choque não
necessidade de financiamento foi igual a: desloca a curva de oferta agregada de longo prazo, é
correto afirmar que:
a) 34.566

www.cursoavancado.cjb.net 61
Finanças Públicas – Curso Avançado
a) uma elevação na demanda tenderá a intensificar a a) independentemente do regime cambial, a política
queda no produto que decorre do choque de oferta. fiscal é a única capaz de exercer influência sobre o
b) o choque adverso de oferta aumenta os custos e, produto já que, no modelo, está implícita a hipótese
portanto, os preços. Se não houver alterações na de que a taxa esperada de inflação é zero.
demanda agregada, teremos uma combinação, no curto b) ambos os instrumentos exercem impactos sobre a
prazo, de preços crescentes com redução do produto. No renda, independente do regime cambial adotado, já
longo prazo, com a queda dos preços, a economia que as taxas de câmbio real e nominal são iguais.
retornará ao seu nível de pleno emprego.
c) os impactos de um ou outro instrumento sobre a
c) se não ocorrer deslocamentos na curva de demanda
renda agregada dependem do regime cambial adotado
agregada, o choque de oferta causará deflação.
no modelo.
d) o choque de oferta alterará apenas o produto de pleno
emprego. d) se o regime for de câmbio fixo, tanto a política
e) não ocorrerá alterações nem nos preços nem no nível monetária quanto a política fiscal exercem influência
do produto, tanto no curto quanto no longo prazo, uma sobre a renda agregada, já que as taxas de câmbio
vez que, se o choque de oferta não desloca a curva de nominal e real são iguais.
oferta de longo prazo, também não deslocará a curva de e) independentemente do regime cambial, a política
oferta de curto prazo. monetária é a única capaz de exercer influência sobre
o produto, já que se verifica uma situação de total
09-(AFRF/2002.2) Com relação ao modelo de Solow, é estabilidade no nível de preços internos.
incorreto afirmar que
02- (AFRF/2000)São medidas que tendem a corrigir
a) o estado estacionário que maximiza o consumo é déficits no balanço de pagamentos:
aquele definido pela denominada “regra de ouro”.
b) a taxa de poupança determina a quantidade do estoque a) elevação do nível de atividade econômica, redução
de capital por trabalhador e, portanto, o nível do produto das taxas internas de juros, redução no nível geral de
por trabalhador no estado estacionário. preços internos
c) quanto maior a taxa de poupança, maior o bem-estar b) elevação do nível de atividade econômica, redução
da sociedade. das taxas internas de juros, desvalorização da taxa
d) o estado estacionário pode ser considerado como um nominal de câmbio
equilíbrio de longo prazo. c) redução do nível de atividade econômica, redução
e) somente o progresso tecnológico explica o crescimento das taxas internas de juros, desvalorização da taxa
de longo prazo. nominal de câmbio
d) redução do nível de atividade econômica, redução
10-(AFRF/2002.2) Considere os seguintes dados para o
no nível geral de preços internos, elevação das taxas
modelo de crescimento de Solow:
internas de juros
k = estoque de capital por trabalhador e) elevação do nível de atividade econômica,
ä = taxa de depreciação elevação das taxas internas de juros, elevação no
y = produto por trabalhador nível geral de preços internos
s = taxa de poupança
Sabendo-se que y = (k)0,5 , ä = 0,1 e s = 0,4, os níveis 03-(AFRF/2000) Considere os seguintes dados que
de k e y no estado estacionário serão, respectivamente: refletem as relações de uma economia hipotética
com o resto do mundo, num determinado período de
a) 16 e 4 tempo, em unidades monetárias:
b) 16 e 8
- exportações com pagamento a vista: 100;
c) 4 e 16
- importações com pagamento a vista: 50;
d) 4 e 8
- entrada de investimento direto externo sob a
e) 4 e 12
forma de máquinas e equipamentos: 200;
- pagamento de juros de empréstimos, remessa de
lucros e pagamento de aluguéis: 80; e
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL - AFRF -
- amortização de empréstimos: 50.
2000 POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Pode-se afirmar que
ECONOMIA
a) o saldo da balança comercial é de +50; o saldo da
01-(AFRF/2000) Considere o modelo IS/LM com as balança de serviços é de -130; o saldo em transações
seguintes hipóteses: correntes é de -230; e o saldo total do balanço de
pagamentos é de -80.
i) economia pequena e aberta b) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da
ii) livre mobilidade de capital balança de serviços é de -80; o saldo em transações
iii) taxa de câmbio nominal igual à taxa de câmbio real correntes é de -230; e o saldo total do balanço de
pagamentos é de -80.
Suponha que a autoridade econômica disponha dos
dois tradicionais instrumentos de política econômica: c) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da
política fiscal e política monetária. Pode-se então balança de serviços é de -130; o saldo em transações
afirmar que:
62 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
correntes é de -230; e o saldo total do balanço de Com base nesta equação, pode-se afirmar que
pagamentos é de -80.
d) o saldo da balança comercial é de +50; o saldo da a) a trajetória da inflação dependerá de A e f. Se A >
balança de serviços é de -80; o saldo em transações 0 ou se f > 0, a inflação será crescente; mas se A =
correntes é de -230; e o saldo total do balanço de 0, independente de f, a inflação será estável.
pagamentos é de -80.
b) não é possível, a partir da equação, prever uma
e) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da situação de inflação inercial.
balança de serviços é de -80; o saldo em transações
c) a trajetória da inflação dependerá principalmente
correntes é de +230; e o saldo total do balanço de
de A. Neste sentido, a inflação será estável somente
pagamentos é nulo.
se A = 0.
04-(AFRF/2000) Com relação aos lançamentos no d) a trajetória da inflação, pela equação, será sempre
balanço de pagamentos, pode-se afirmar que crescente, independente dos valores de A e f.
e) a trajetória da inflação dependerá exclusivamente
a) as amortizações de empréstimos fazem parte dos
do termo f. Supondo a ausência de choques
movimentos de capitais autônomos ao passo que o
exógenos, se f > 1, a inflação será explosiva; se f = 1
pagamento de juros de empréstimos fazem parte do
a inflação será inercial; e se f < 1, a inflação será
balanço de serviços.
decrescente.
b) qualquer operação envolvendo donativos deve
necessariamente ter como contrapartida lançamento 07-(AFRF/2000) São consideradas operações ativas do
na conta de importações. Banco Central:
c) qualquer operação de importação deve
necessariamente ter como contrapartida lançamento a) alterações nas reservas internacionais, operações
na conta "haveres a curto prazo no exterior". de redescontos, alterações no Imposto sobre
Operações Financeiras
d) as transferências unilaterais devem ter
necessariamente como contrapartida lançamentos na b) alterações nas reservas internacionais, operações
conta "haveres a curto prazo no exterior". de redescontos, empréstimos ao Tesouro Nacional,
alteração dos impostos nas operações financeiras
e) é possível um lançamento no balanço de
pagamentos se contrapartida de lançamento em outra c) alterações nas reservas internacionais, operações
conta, desde que tal lançamento não seja proveniente de redescontos, empréstimos ao Tesouro Nacional,
de operações de exportação ou de importação. compra de títulos públicos federais
d) alterações nas reservas internacionais, alterações
05-(AFRF/2000) Considere que tenha ocorrido uma na taxa de câmbio, operações de redescontos,
desvalorização nominal da taxa de câmbio de 10% empréstimos ao Tesouro Nacional
num determinado período. Considerando o conceito e) alterações nas reservas internacionais, operações
de taxa de câmbio utilizada no Brasil e o conceito de de redescontos, empréstimos ao Tesouro Nacional,
câmbio real que leva em conta a inflação interna e alterações dos impostos nos mercados de capitais
externa, pode-se afirmar que,
a) se a inflação externa foi de 10% no período e a 08-(AFRF/2000) São fatores que tendem a elevar a
inflação interna foi de 25% no período, houve uma oferta monetária na economia:
desvalorização real da taxa de câmbio. a) elevação das reservas internacionais do país;
b) se a inflação externa foi de 5% e a inflação interna concessão, por parte do Banco Central, de
foi de 20% no período, houve uma valorização real da empréstimos aos bancos comerciais; compra de títulos
taxa de câmbio. públicos pelo Banco Central
c) se tanto a inflação interna quanto a externa foram b) redução das reservas internacionais do país;
de 5% no período, não houve alteração na taxa de concessão, por parte do Banco Central, de
câmbio real. empréstimos aos bancos comerciais; compra de títulos
d) se a inflação externa foi de 20% e a inflação públicos pelo Banco Central
interna foi de 5% no período, houve uma valorização c) redução das reservas internacionais do país;
real da taxa de câmbio. concessão, por parte do Banco Central, de
e) se a inflação externa foi de 15% no período e a empréstimos aos bancos comerciais; venda de títulos
inflação interna foi de 30% no período, houve uma públicos pelo Banco Central
desvalorização real da taxa de câmbio. d) elevação das reservas internacionais do país;
concessão, por parte do Banco Central, de
empréstimos aos bancos comerciais; venda de títulos
06-(AFRF/2000) Considere a seguinte equação: públicos pelo Banco Central
e) elevação das reservas internacionais do país;
pt - fpt-1 = A
recebimento, pelo Banco Central, de empréstimos
onde:
concedidos ao setor privado; venda de títulos públicos
pt = taxa de inflação em t (pt-1 = taxa de inflação
pelo Banco Central
em t -1);
A = choques exógenos; e
f > 0.

www.cursoavancado.cjb.net 63
Finanças Públicas – Curso Avançado
09-(AFRF/2000) Considerando o modelo de oferta e c) tanto da renda quanto da taxa nominal de juros.
demanda agregada; considere ainda que, no longo Assim, quanto maior a renda ou quanto maior a taxa
prazo os preços são flexíveis, mas no curto prazo, de juros, maior será a demanda por moeda
verifica-se rigidez total nos preços. Então, é correto d) exclusivamente da renda real. Assim, quanto
afirmar que: maior for a inflação esperada, maior será a demanda
a) tanto no curto quanto no longo prazo, por moeda
deslocamentos na demanda agregada afastam o e) exclusivamente da taxa esperada de inflação.
produto do seu nível de pleno emprego. A diferença Assim quanto maior for esta taxa, maior será a
está nos efeitos desses deslocamentos sobre a demanda por moeda
inflação.
b) deslocamentos na demanda agregada afetam o
produto agregado tanto no curto quanto no longo 12-(AFRF/2000) Considere as seguintes informações
prazo. A diferença entre os dois casos está apenas no para uma economia hipotética, num determinado
grau de intensidade dos efeitos da demanda sobre o período de tempo, em unidades monetárias:
produto. Consumo autônomo = 100;
c) no longo prazo, deslocamentos na demanda Investimento agregado = 150;
agregada afastam o produto agregado do seu nível de Gastos do governo = 80;
pleno emprego. Tal efeito, entretanto, não ocorre no Exportações = 50;
curto prazo. Importações = 30.
d) deslocamentos na demanda agregada no longo
prazo só afetam o nível de preços; já no curto prazo, Pode-se então afirmar que,
tais deslocamentos só afetam o produto agregado. a) se a propensão marginal a consumir for 0,8, a
e) tanto no curto quanto no longo prazo, o produto renda de equilíbrio será de 1700
agregado encontra-se em seu nível de pleno emprego. b) se a propensão marginal a poupar for 0,2, a renda
Assim, deslocamentos da demanda agregada só de equilíbrio será de 1750
causam efeitos sobre a inflação, cuja intensidade é c) se a propensão marginal a consumir for de 0,6, a
maior no longo prazo. renda de equilíbrio será de 1730
d) se a propensão marginal a poupar for 0,3, a renda
de equilíbrio será de 1700
10-(AFRF/2000) Considerando o modelo IS/LM com os
casos denominados de "clássico" e da "armadilha da e) se a propensão marginal a consumir for 0,7, a
liquidez", podemos afirmar que: renda de equilíbrio será de 1800

a) no "caso clássico", deslocamentos da curva IS só


altera o nível do produto uma vez que a taxa de juros
é fixa.
13-(AFRF/2000) Considere uma economia hipotética
b) o "caso clássico" ocorre quando a demanda por que produza apenas 3 bens finais: arroz, feijão e
moeda é totalmente insensível à taxa de juros; já o carne, cujos preços (em unidades monetárias) e
caso da "armadilha da liquidez" ocorre quando a quantidades (em unidades físicas), para os períodos
demanda por moeda é infinitamente elástica em 1 e 2, encontram-se na tabela a seguir:
relação à taxa de juros.
c) no caso da "armadilha da liquidez", a política fiscal arroz feijão carne
é totalmente inoperante, ocorrendo o oposto no "caso período
preço quant preço quan preço quant
clássico".
. t. .
d) tanto no "caso clássico" quanto no caso da
"armadilha da liquidez", elevações dos gastos públicos 1 2,20 10 3,00 13 8,00 13
causam alterações no produto. A diferença, entre os
dois casos, está apenas na possibilidade ou não de 2 2,30 11 3,50 14 15,00 8
alterações nas taxas de juros.
e) tanto no "caso clássico" quanto no caso da Considerando que a inflação utilizada para o cálculo
"armadilha da liquidez", o nível do produto é dado. A do Produto Real Agregado desta economia foi de
diferença está apenas nos efeitos dos deslocamentos 59,79% entre os dois períodos, podemos afirmar
da curva IS sobre as taxas de juros. que:

11-(AFRF/2000) É correto afirmar que a demanda por


a) o Produto Nominal cresceu 17,76% enquanto o
moeda depende
Produto Real cresceu apenas 2,26%.
a) tanto da renda quanto da taxa nominal de juros. b) o Produto Nominal cresceu 15,15% ao passo que o
Assim, quanto maior a renda ou quanto menor a taxa Produto Real caiu 59,79%.
de juros, maior será a demanda por moeda
c) o Produto Nominal cresceu 12,32% ao passo que
b) exclusivamente da taxa de juros real. Assim, não houve alteração no Produto Real.
quanto maior for a taxa de inflação esperada, maior
d) o Produto Nominal cresceu 15,15% ao passo que o
tenderá ser a demanda por moeda
Produto Real caiu 42,03%.

64 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
e) o Produto Nominal cresceu 17,76% ao passo que o
Produto Real caiu 26,26%.

14-(AFRF/2000) Considere:
Ipr = investimento privado
Ipu = investimento público
Spr = poupança privada
Sg = poupança do governo
Se = poupança externa

Com base nas identidades macroeconômicas


fundamentais, pode-se afirmar que:

a) déficit público = Spr + Ipr + Se


b) Ipr + Ipu = Spr + Sg
c) Ipr + Ipu + Se = Spr + Sg
d) déficit público = Spr - Ipr + Se
e) Ipr = Spr + Se

15-(AFRF/2000) Pode-se dividir as variáveis


macroeconômicas em duas categorias: variáveis
"estoque" e variáveis "fluxo". Assim, podemos
afirmar que
a) a renda agregada e o déficit orçamentário são
variáveis "fluxo" ao passo que o consumo agregado, o
investimento agregado, a dívida pública e a
quantidade de capital na economia são variáveis
"estoque".
b) a renda agregada, o investimento agregado, o
consumo agregado e o déficit orçamentário são
variáveis "estoque" ao passo que a dívida do governo
e a quantidade de capital na economia são variáveis
"fluxo".
c) a renda agregada, o investimento agregado, o
consumo agregado e o déficit orçamentário são
variáveis "fluxo" ao passo que a dívida do governo e a
quantidade de capital na economia são variáveis
"estoque".
d) o investimento agregado, o consumo agregado e a
dívida pública são variáveis "fluxo" ao passo que a
renda agregada, o déficit orçamentário e a quantidade
de capital na economia são variáveis "estoque".
e) a renda agregada, o investimento agregado, o
consumo agregado e a dívida pública são variáveis
"fluxo" ao passo que o déficit orçamentário e a
quantidade de capital na economia são variáveis
"estoque".

www.cursoavancado.cjb.net 65

Você também pode gostar