Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Finanças Públicas e Economia - Apostila Avançado
Finanças Públicas e Economia - Apostila Avançado
225-5252
Tv. Dom Pedro, nº 810, Sala 214, Umarizal, em frente à Praça Brasil (altos dos Correios).
www.cursoavancado.cjb.net
POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
ASSUNTO PAG.
FINANÇAS PÚBLICAS:
1- Os princípios teóricos de tributação. 01
2- Impostos, tarifas, contribuições fiscais e parafiscais: definições. 02
3- Tipos de impostos. Progressivos, Regressivos, Proporcionais. Diretos e Indiretos. 03
4. Impactos sobre o consumidor e a indústria de cada tipo de imposto. 03
5- Carga Fiscal. Progressiva. Regressiva. Neutra. Carga Fiscal Ótima. 04
6- Efeitos da ausência ou do excesso de cobrança de impostos. A curva reversa. O efeito de curto, médio
e longo prazos da inflação e do crescimento econômico sobre a distribuição da carga fiscal. 04
7- Lei de Responsabilidade Fiscal; Ajuste Fiscal; Contas Públicas – Déficit Público; Resultado nominal e
operacional; Necessidades de financiamento do setor público. 04
8-PROVAS DA ESAF DE FINANÇAS PÚBLICAS 28
ECONOMIA
1- Introdução à Macroeconomia. Conceitos Macroeconômicos Básicos. Identidades Macroeconômicas
fundamentais. Formas de mensuração do Produto e da Renda Nacional. O produto nominal x o produto
real. Números índices. O Sistema de contas nacionais. Contas nacionais no Brasil. Noções sobre o
balanço de pagamentos. As contas do sistema financeiro e o multiplicador bancário. 33
2- Macroeconomia keynesiana. Hipóteses básicas da macroeconomia keynesiana. As funções consumo e
poupança. Determinação da renda de equilíbrio. O multiplicador keynesiano. Os determinantes do
investimento. 45
3. O modelo IS-LM. O Equilíbrio no Mercado de Bens. A demanda por Moeda e o Equilíbrio no Mercado
Monetário. O equilíbrio no modelo IS/LM. Políticas econômicas no Modelo IS/LM. Expectativas no modelo
IS/LM. 48
4- Modelo de oferta e demanda agregada, inflação e desemprego. A função demanda agregada. As
funções de oferta agregada de curto e longo prazo. Efeitos da política monetária e fiscal no curto e longo
prazo. Choques de oferta. Inflação e Emprego. Determinação do Nível de Preços. Introdução às Teorias
da Inflação. A curva de Phillips. A Rigidez dos reajustes de preços e salários. A Teoria da Inflação
Inercial e a análise da Experiência Brasileira Recente no combate à inflação. 50
5- Macroeconomia aberta. Estrutura do balanço de pagamentos. Regimes Cambiais. Crises Cambiais. O
Modelo IS/LM numa economia aberta. Política monetária e fiscal numa economia aberta. Política Cambial
no Plano Real. 54
6- Crescimento de longo prazo: O modelo de Solow. O papel da poupança, do crescimento populacional
e das inovações tecnológicas sobre o crescimento. "A regra de ouro". 56
7- A economia intertemporal. O consumo e o investimento num modelo de escolha intertemporal. A
restrição orçamentária intertemporal das famílias. A restrição orçamentária intertemporal do governo e a
equivalência ricardiana. A restrição orçamentária intertemporal de uma nação e o endividamento
externo. 57
8-PROVAS DA ESAF DE ECONOMIA 59
I
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
1-FINANÇAS PÚBLICAS: OS PRINCÍPIOS TEÓRICOS financiado tanto por fontes de recursos do Tesouro,
DE TRIBUTAÇÃO derivadas de impostos, taxas, etc como por fontes de
recursos diretamente arrecadados, originados, por
A ESAF tem repetidamente cobrado em suas provas o exemplo, da venda de um serviço.
tema “Financiamento dos Gastos Públicos“ ou “Princípios
Teóricos da Tributação”. Posso afirmar aos candidatos que Algumas fontes de recurso são compostas por vários
a fonte principal para este assunto têm sido, há muitos tributos, como acontece com a fonte 100 – Recursos
anos, o livro de Alfredo Filellini, intitulado Economia do Ordinários, que agrega diversos impostos como o Imposto
Setor Público, da Editora Atlas, um livro fácil e simples de de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos
entender. Mas também há outro livro mais recente, de Industrializados (IPI). Outras fontes são compostas por
Fábio Giambiagi, intitulado Finanças Públicas, que tem apenas uma receita, ou mesmo, como vimos, por recursos
sido cobrado nas provas. diretamente arrecadados pelo órgão.
Os conteúdos dos livros têm sido cobrados tanto em O Manual Técnico do Orçamento (MTO-02) da Secretaria
Finanças Públicas como em outras disciplinas de de Orçamento Federal contém uma tabela, já
concursos públicos, como Administração Financeira e demonstrada, indicando as fontes de recurso que
Orçamentária - AFO ou Economia do Setor Público, nas financiam os gastos públicos (que não é necessário
provas para Analista de Finanças e Controle do Ministério decorar para a prova!!!).
da Fazenda, Gestor e Analista de Planejamento e
Orçamento do MPO. TRIBUTAÇÃO E EQÜIDADE
O que ocorre é que as três disciplinas são semelhantes em Desde a Idade Média, os reis exigiam de seus cidadãos
conteúdo e abordam basicamente os mesmos tópicos determinados valores em troca da simples proteção ou da
relacionados à teoria das finanças públicas, como os extensão de algumas prerrogativas da Corte. Daí se
tributos, a dívida pública ou o federalismo fiscal. originou o conceito do jus imperis estatal, da
compulsoriedade no pagamento de tributos, sem nada
O FINANCIAMENTO DOS GASTOS PÚBLICOS efetivamente em troca, ou apenas a mera prestação de
algum serviço.
O fluxo de arrecadação de receitas do Governo Federal
praticamente determina o processo de liberação dos Muito se discute na doutrina até hoje sobre quais seriam
recursos junto aos órgãos, realizado pela Secretaria do os princípios que deveriam alicerçar a tributação ou a
Tesouro Nacional (STN). Como toda empresa responsável cobrança de tributos. Discute-se, até mesmo, em dias
pela gestão de recursos, o Governo Federal também atuais, sobre quais os métodos mais eficientes ao Estado
administra e gere seus recursos, liberando verbas para que este efetivamente arrecade mais, sem sacrificar
orçamentárias mediante a arrecadação de receitas. Hoje, a população com onerosas cargas tributárias, que
o fluxo de liberação de recursos do Governo Federal é comprometam a produção ou o PIB e, consequentemente,
fixado pela STN via Decreto, no que denominamos de a própria arrecadação de tributos.
Decreto de Programação Financeira
Alguns princípios são aplicáveis na cobrança de tributos.
Todo início de ano, a STN publica o decreto, impondo Outros, entretanto, carecem de uma razão mais lógica ou
tetos (limites) mensais aos órgãos, e contingenciando o coerente que permita sua aplicação efetiva. Os estudiosos
Orçamento, com base na expectativa de arrecadação. A convergem, entretanto, para um ponto em comum: a
este processo, denominamos de programação financeira eqüidade no tratamento tributário.
de desembolso.
A eqüidade impõe o que poderia chamar de justeza
Para que o Governo efetivamente cumpra os programas tributária ou tributação com a máxima justiça entre os
consignados no Orçamento, é fundamental a busca por cidadãos. Neste sentido, haveria igualdade de tratamento
novas receitas e uma melhoria contínua no processo de tributário para aqueles que se encontrassem em
arrecadação. Todo o esforço de arrecadação provém de condições iguais (eqüidade horizontal) e desigualdade de
órgãos arrecadadores como a Secretaria da Receita tratamento tributário para aqueles considerados em
Federal (SRF), do Instituto Nacional de Seguridade Social situação de desigualdade (eqüidade vertical). Ou seja, aos
(INSS) e dos próprios órgãos executores (Ministérios, iguais, tratamento igual, com alíquotas ou faixas de
Secretarias, etc) mediante o recebimento de tributos e tributação iguais. Aos desiguais, tratamento desigual,
recursos próprios. com alíquotas diferenciadas, na mesma medida de suas
diferenças.
A Secretaria de Orçamento Federal (SOF), responsável
pela elaboração do Orçamento Público, previamente NEUTRALIDADE e EQUIDADE
classifica todas as receitas públicas, em fontes de recurso.
As fontes de recurso são agrupamentos de determinadas Neutralidade: a implantação de tributos não deve
receitas como as derivadas de impostos, taxas, distorcer o sistema de preços relativos, pois este é o
contribuições, etc e/ou originadas por empréstimos orientador da alocação dos recursos produtivos. Contudo,
externos, tarifas, etc., que são utilizadas para financiar os um tributo poderia ser instituído para corrigir uma
gastos públicos. distorção existente, ou seja, ele seria PARCIALMENTE
neutro;
Cada projeto ou atividade do Orçamento pode conter uma
fonte única ou mais de uma fonte de recurso financiando Equidade: Deve haver equidade horizontal e vertical
o programa. Um programa do Orçamento pode ser Horizontal: quando se dá tratamento igual para iguais;
www.cursoavancado.cjb.net 1
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Vertical: quando se dá tratamento desigual para desiguais extrafiscalidade, ou seja, o objetivo não é arrecadar, mas
Os CRITÉRIOS DE OPERACIONALIZAÇÃO da Equidade sim, coibir uma atividade ou regular o próprio mercado.
são: Exemplo disto é o imposto de importação, não destinada
Critério do Benefício: em que há uma proporcionalidade propriamente à arrecadar, mas sim, coibir a entrada de
entre o tributo cobrado e o benefício ao tributado. Difícil produtos estrangeiros com preços mais baratos que os
na prática, dada a própria natureza dos bens públicos nacionais, reduzindo as chances da produção própria e
(indivisíveis), exceto para taxas e em alguns impostos consequentemente a oferta de empregos no país.
específicos (energia, transportes); Tributos com características parafiscais (atuam
paralelamente aos fiscais)
Critério da Capacidade de Contribuição: a “igualdade de Empréstimo Compulsório – É exigido a partir de
sacrifício” existiria no caso da progressividade tributária, investimento relevante efetuado pela União (princípio da
considerando-se o fato de a Renda possuir também anterioridade da lei) ou por motivo de guerra externa ou
utilidade marginal decrescente. iminência de guerra, ou, ainda, por calamidade pública.
Dando um exemplo trivial, se fosse construída uma ponte, Tipos de impostos: progressivos, regressivos,
não se poderia assegurar quantos atravessariam a ponte proporcionais, diretos e indiretos:
ou seriam beneficiados com a sua construção. Não se Progressivo: carga superior para quem ganha ou detém
poderia impedir, também, que alguém que não tivesse mais;
contribuído, atravessasse a ponte, pois tal prática revelar- Regressivo: o inverso (em termos percentuais do valor
se-ia inconstitucional. tomado como base, em ambos os casos)
Além do mais, o princípio, se aplicado, estaria em rota de Neutro (Proporcionais): carga (percentual ou alíquota)
colisão com outros dois princípios mais amplos aplicados igual para todas as faixas de renda;
às finanças públicas, como o princípio da distribuição de
riquezas ou da alocação de recursos, que arrazoam pelo Diretos: o sujeito passivo reúne em si as obrigações de
privilégio na distribuição do Orçamento às pessoas com direito e de fato perante o sujeito ativo;
piores condições de renda ou menor capacidade de Indiretos: o sujeito passivo de direito é um e o de fato é
pagamento. outro. O primeiro é o que carreia o numerário ao erário
público e possui as demais obrigações acessórias
Segundo o princípio mais comum na teoria das (registros contábeis).
finanças públicas, o princípio da capacidade econômica, as
pessoas devem contribuir segundo a sua capacidade real Impactos de cada tipo de tributo:
de pagamento, ou seja, quem recebe mais ou detém Também chamados de INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. quanto
maior patrimônio, paga mais. Caso contrário, paga a este aspecto, devem ser distintos 3 fatores:
menos. Impacto inicial: que recai sobre o responsável legal pelo
recolhimento e obrigações acessórias (impacto legal);
A preferência moderna é pela aplicação do princípio da
capacidade de pagamento, pois ele representa uma maior Transferência: que é o repasse do ônus via alteração de
justiça tributária, num sentido mais aproximado de preços. Pode ser “para a frente” (sobre o consumo) e
eqüidade de tratamento entre iguais e desiguais. A renda “para trás” (sobre o mercado de insumos);
é preferencialmente o indicador da capacidade econômica, Impacto Final: que é a incidência EFETIVA, que recairá
mas o patrimônio também pode servir para se aplicar o sobre os agentes econômicos que tiverem suas rendas
princípio. reduzidas em função do tributo (o que depende da
elasticidade do bem: quando maior for a elasticidade da
NEUTRALIDADE, REGRESSIVIDADE E demanda sobre a da oferta, menor será o impacto final
PROGRESSIVIDADE sobre o comprador – e vice-versa). Ressalte-se que os
DIRETOS, em princípio não são objeto de transferência.
Sobre o princípio da progressividade, as maiores alíquotas
seriam aplicadas às camadas mais favorecidas ou em CASO ESPECIAL: Indústria com custos decrescentes (Pmg
www.cursoavancado.cjb.net 3
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
cresc.) = logo, o Cmg<Cme: haverá transferência do redução da taxa de impostos sobre a renda nos EUA no
imposto maior do que 100% (vide gráfico) início da década dos 80 (governo Reagan). Julgava-se,
5-CARGA FISCAL: PROGRESSIVA, REGRESSIVA, então, que o aumento da renda, resultante do maior
NEUTRA: incentivo para trabalhar, compensaria (ou mais) o valor
não arrecadado por causa da taxa menor.
Carga fiscal progressiva: Mas não foi isso o que ocorreu. A arrecadação de fato
diminuiu e o déficit público aumentou.
Ocorre quando a relação Fato Gerador/Renda é crescente O erro estava não na Curva de Laffer e suas premissas,
perante uma alíquota constante; regressiva, quando mas em achar-se que a economia norte-americana estava
aquela relação é decrescente; neutra quando a citada funcionando à direita da alíquota ótima antes da redução
relação é constante. da taxa.
Cumprimento de metas de resultados entre receitas e a) 2,5% para o Legislativo, incluído o TCU;
despesas b) 6% para o Judiciário;
c) 40,9% para o Executivo, destacando-se 3% para as
Obediência a limites e condições (renúncia de receita, despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os
geração de despesas com pessoal, da seguridade social e incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da
outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de EC no 19, repartidos de forma proporcional à média das
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de despesas relativas a cada um destes dispositivos, em
garantia e inscrição em Restos a Pagar). percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três
exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da
Combater o déficit limitando as despesas de pessoal, publicação desta Lei Complementar;
dificultando a geração de novas despesas, impondo
ajustes de compensação para a renúncia de receitas e d) 0,6% para o Ministério Público da União;
exigindo mais condições para repasses entre governos e
destes para instituições privadas. II - na esfera estadual:
a) 3% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do
Reduzir o nível da dívida pública induzindo a obtenção de Estado;
superávits primários, restringindo o processo de b) 6% para o Judiciário;
endividamento, nele incluído o dos Restos a Pagar, c) 49% para o Executivo;
requerendo limites máximos, de observância contínua, d) 2% para o Ministério Público dos Estados;
para a dívida consolidada.
III - na esfera municipal:
DESPESAS COM PESSOAL a) 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do
Município, quando houver;
Despesa total com pessoal: somatório dos gastos do ente b) 54% para o Executivo.
da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas,
relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera - limites
empregos, civis, militares e de membros de Poder, com repartidos de forma proporcional à média das despesas
quaisquer espécies remuneratórias, tais como com pessoal, em percentual da receita corrente líquida,
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, verificadas nos 3 exercícios financeiros imediatamente
proventos da aposentadoria, reformas e pensões, anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e
vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às despesa com pessoal e não atenda:
entidades de previdência. I - as exigências da LRF e disposto na CF;
II - o limite legal aplicado às despesas com pessoal
Despesa total - soma da do mês com as dos 11 meses inativo.
anteriores, pelo regime de competência.
Não pode exceder os percentuais da receita corrente Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte
líquida: aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias
anteriores ao final do mandato do titular do respectivo
I - União: 50% ; Poder ou órgão.
II - Estados: 60% ;
III - Municípios: 60% Verificação do cumprimento - realizada ao final de cada
quadrimestre.
Despesas não computadas:
Despesa total com pessoal > 95% do limite – Vedações:
Indenização por demissão de servidores ou empregados; I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou
Incentivos à demissão voluntária; adequação de remuneração a qualquer título, salvo os
Aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da derivados de sentença judicial ou de determinação legal
Constituição; ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do
www.cursoavancado.cjb.net 5
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto ultrapassar o respectivo limite ao final de um
pela redução dos valores a eles atribuídos. quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término
É facultada a redução temporária da jornada de trabalho dos 3 subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo
com adequação dos vencimentos à nova carga horária. menos 25% no primeiro.
Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e Enquanto perdurar o excesso:
enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá: I – proibição de operação de crédito interna ou externa,
I - receber transferências voluntárias; inclusive por antecipação de receita, ressalvado o
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; refinanciamento do principal atualizado da dívida
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as mobiliária;
destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as II - obterá resultado primário necessário à recondução da
que visem à redução das despesas com pessoal. dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas,
limitação de empenho, na forma do art. 9o.
LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA E DAS OPERAÇÕES DE Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e
CRÉDITO enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também
impedido de receber transferências voluntárias da União
Dívida pública consolidada ou fundada: montante total, ou do Estado.
apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do
ente da Federação, assumidas em virtude de leis, Operações de Crédito
contratos, convênios ou tratados e da realização de
operações de crédito, para amortização em prazo superior O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-
a doze meses; o em parecer demonstrando a relação custo-benefício, o
interesse econômico e social da operação e o atendimento
Dívida pública mobiliária: dívida pública representada por das seguintes condições:
títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central
do Brasil, Estados e Municípios; I - existência de prévia e expressa autorização para a
Operação de crédito: compromisso financeiro assumido contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite adicionais ou lei específica;
de título, aquisição financiada de bens, recebimento II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos
antecipado de valores provenientes da venda a termo de recursos provenientes da operação, exceto no caso de
bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações por antecipação de receita;
operações assemelhadas, inclusive com o uso de III - observância dos limites e condições fixados pelo
derivativos financeiros; Senado Federal;
IV - autorização específica do Senado Federal, quando se
Concessão de garantia: compromisso de adimplência de tratar de operação de crédito externo;
obrigação financeira ou contratual assumida por ente da V - (REGRA OURO) – vedação da realização de operações
Federação ou entidade a ele vinculada; de crédito que excedam as despesas de capital, salvo as
Refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais
para pagamento do principal acrescido da atualização com finalidade precisa, aprovada pelo Legislativo por
monetária. maioria absoluta;
Dívida pública consolidada da União – inclui títulos de VI - observância das demais restrições estabelecidas na
responsabilidade do Bacen. Lei.
I - realizar-se-á somente a partir do 10º dia do início do a) receitas, por categoria econômica e fonte,
exercício; especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para
II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no
incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano; exercício e a previsão a realizar;
III - não será autorizada se forem cobrados outros b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza
encargos que não a taxa de juros da operação, da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o
obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e
financeira, ou à que vier a esta substituir; no exercício;
IV - estará proibida: c) despesas, por função e subfunção.
a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza Os valores referentes ao refinanciamento da dívida
não integralmente resgatada; mobiliária constarão destacadamente nas receitas de
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador operações de crédito e nas despesas com amortização da
ou Prefeito Municipal. dívida.
É vedado ao titular de Poder ou órgão nos últimos 2 I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a
despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro previsão de seu desempenho até o final do exercício;
dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o
seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa inciso IV do art. 50;
para este efeito. III - resultados nominal e primário;
IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;
Na determinação da disponibilidade de caixa serão V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão os
considerados os encargos e despesas compromissadas a valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante
pagar até o final do exercício. a pagar.
Instrumentos - ampla divulgação, inclusive em meios Publicado até 30 dias do encerramento do período com
eletrônicos de acesso público: amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.
Planos orçamentos e LDO
Prestações de contas e parecer prévio O relatório conterá:
Relatório Resumido da Execução Orçamentária
Relatório de Gestão Fiscal e as versões simplificadas I - comparativo com os limites de que trata esta Lei
desses documentos. Complementar, dos seguintes montantes:
Incentivo à participação popular e realização de a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos
audiências públicas, durante os processos de elaboração e e pensionistas;
de discussão dos planos, LDO e orçamentos. b) dívidas consolidada e mobiliária;
c) concessão de garantias;
Contas do PR - disponíveis, durante o exercício, no d) operações de crédito, inclusive por antecipação de
Legislativo e no órgão técnico de elaboração, para receita;
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
sociedade.
II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a
Prestação de contas da União - demonstrativos do adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;
Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de III - demonstrativos, no último quadrimestre:
fomento, incluído o BNDEs, e, no caso das agências a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e
financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de um de dezembro;
suas atividades no exercício. b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
www.cursoavancado.cjb.net 7
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais (NFSP). A linha referida é aquela linha imaginária do total
ou nas leis orgânicas municipais. quando subtraimos um valor de outro. Mede-se o déficit
acima desta linha ou abaixo, pelas necessidades de
No caso de Municípios que não sejam capitais e que financiamento de um país
tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de
180 dias. Pelo primeiro critério (acima da linha) pode-se calcular:
Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto Déficit Nominal = é a diferença entre as receitas totais
existirem contas de Poder, ou órgão pendentes de parecer arrecadadas e os gastos totais do governo.
prévio.
Os créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem Déficit Primário = são apenas os gastos não financeiros
como as demais medidas para incremento das receitas deduzidos das receitas não financeiras, ou seja, é a
tributárias e de contribuições. arrecadação de impostos do governo retirando-se apenas
Fiscalização da Gestão Fiscal os gastos correntes e o investimento governamental, sem
subtrair-se as despesas e receitas financeiras. Exclui do
O Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais déficit nominal os juros pagos e as amortizações da
de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder dívida, que são despesas financeiras, entre outras.
e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das Déficit Operacional = é o Déficit primário + pagamento de
normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se juros reais. Esta medida exclui do cálculo o pagamento
refere a: dos juros nominais da dívida, além dos efeitos da correção
monetária.
I - atingimento das metas estabelecidas na LDO;
II - limites e condições para realização de operações de O déficit nominal é usado por todos como o indicador
crédito e inscrição em Restos a Pagar; fiscal por excelência. O BC deixou de divulgar
III - medidas adotadas para o retorno da despesa total mensalmente o resultado do déficit operacional.
com pessoal ao respectivo limite
IV - providências tomadas, para recondução dos No setor público, há uma certa restrição orçamentária.
montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos Para manter em equilíbrio o Orçamento, os gastos devem
respectivos limites; ser iguais à arrecadação. Caso isto não ocorra, estará
V - destinação de recursos obtidos com a alienação de gerando-se um superávit ou déficit no orçamento.
ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as
desta Lei Complementar; No caso de superávit, o governo acumula poupança e
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos pode emprestar recursos para o setor privado. No
legislativos municipais, quando houver. segundo caso, com o governo gastando mais do que
Tribunais de Contas - alertarão quando constatarem: arrecada, gera uma necessidade de financiamento junto
I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas ao setor privado e/ou Banco Central.
no inciso II do art. 4o e no art. 9o;
II - que o montante da despesa total com pessoal Pelo critério "abaixo da linha", os principais conceitos são:
ultrapassou 90% do limite;
III - que os montantes das dívidas consolidada e Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) : É a soma das
mobiliária, das operações de crédito e da concessão de dívidas interna e externa do setor público (governo
garantia se encontram acima de 90%dos limites; federal, Estados e municípios e empresas estatais) junto
IV - que os gastos com inativos e pensionistas se ao setor privado, com a inclusão da base monetária e a
encontram acima do limite definido em lei; exclusão dos ativos do setor público, tais como reservas
V - fatos que comprometam os custos ou os resultados internacionais, créditos com o setor privado e os valores
dos programas ou indícios de irregularidades na gestão das privatizações.
orçamentária.
Ajuste patrimonial: é a diferença entre passivos do
Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os governo, contraídos no passado e posteriormente
cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada reconhecidos (“esqueletos"), e os resultados da
Poder e órgão. privatização.
CONTAS PÚBLICAS – DÉFICIT PÚBLICO; Dívida Fiscal Líquida (DFL) : É a diferença entre a DLSP e
RESULTADOS; NFSP o ajuste patrimonial.
O déficit público em um país pode ser financiado ou pela Necessidades de Financiamento do Setor Público: é o
venda de títulos públicos ao setor privado, com a mesmo conceito de déficit nominal apurado pelo critério
transferência de poupança privada ao setor público, ou "acima da linha". Refere- se a variação da DFL entre dois
pela venda de títulos públicos ao Banco Central, que períodos de tempo.
representa um endividamento do setor público, com Necessidades de Financiamento do Setor Público no
rolagem de dívidas e pagamentos de juros. conceito operacional: Exclui das necessIdades de
fInancIamento nominais a correção monetária (efeito
Existem dois critérios de cálculo para o déficit público. O inflacionário) sobre a DFL. É o mesmo conceito "acima da
primeiro é chamado "acima da linha", no qual são linha" do déficit operacional.
diminuídas as receitas totais das despesas. O segundo
critério é denominado de "abaixo da linha", que calcula o Necessidades de Financiamento do Setor Público no
déficit com base na variação da dívida pública, ou seja, conceito primário: Exclui das necessidades de
pelas necessidades de financiamento do setor público financiamento nominais, o pagamento de juros nominais
8 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
www.cursoavancado.cjb.net 9
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste § 3o A receita corrente líquida será apurada
abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o somando-se as receitas arrecadadas no mês em
Ministério Público; referência e nos onze anteriores, excluídas as
duplicidades.
b) as respectivas administrações diretas, fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes; CAPÍTULO II
10 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
www.cursoavancado.cjb.net 11
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
12 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
despesas de capital constantes do projeto de lei II - ao cancelamento de débito cujo montante seja
orçamentária. inferior ao dos respectivos custos de cobrança.
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia § 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-
foi considerada na estimativa de receita da lei se:
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará
as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio I - adequada com a lei orçamentária anual, a
da lei de diretrizes orçamentárias; despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que
esteja abrangida por crédito genérico, de forma que
II - estar acompanhada de medidas de somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas
compensação, no período mencionado no caput, por meio e a realizar, previstas no programa de trabalho, não
do aumento de receita, proveniente da elevação de sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou exercício;
criação de tributo ou contribuição.
II - compatível com o plano plurianual e a lei de
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com
subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos
caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas
base de cálculo que implique redução discriminada de disposições.
tributos ou contribuições, e outros benefícios que
correspondam a tratamento diferenciado. § 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput
será acompanhada das premissas e metodologia de
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do cálculo utilizadas.
incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo
decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa
entrará em vigor quando implementadas as medidas considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei
referidas no mencionado inciso. de diretrizes orçamentárias.
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica: § 4o As normas do caput constituem condição prévia
para:
I - às alterações das alíquotas dos impostos
previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de
Constituição, na forma do seu § 1o; bens ou execução de obras;
www.cursoavancado.cjb.net 13
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
§ 5o A despesa de que trata este artigo não será II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
executada antes da implementação das medidas referidas
no § 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II
aumentar. do § 6o do art. 57 da Constituição;
Das Despesas com Pessoal VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo
específico, custeadas por recursos provenientes:
Subseção I
a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
Definições e Limites
b) da compensação financeira de que trata o § 9o do
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, art. 201 da Constituição;
entende-se como despesa total com pessoal: o somatório
dos gastos do ente da Federação com os ativos, os
14 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
c) das demais receitas diretamente arrecadadas por § 2o Para efeito deste artigo entende-se como
fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da órgão:
alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu
superávit financeiro. I - o Ministério Público;
I - na esfera federal:
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o
Tribunal de Contas do Distrito Federal;
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento)
para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;
d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal
de Contas do Município, quando houver;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
III - no Poder Judiciário:
c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por
cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por
a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da
cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que
Constituição;
dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e
o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de
forma proporcional à média das despesas relativas a cada b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando
um destes dispositivos, em percentual da receita corrente houver.
líquida, verificadas nos três exercícios financeiros
imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei § 3o Os limites para as despesas com pessoal do
Complementar; Poder Judiciário, a cargo da União por força do inciso XIII
do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério aplicação da regra do § 1o.
Público da União;
§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas
II - na esfera estadual: dos Municípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c
do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e
reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento).
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o
Tribunal de Contas do Estado;
§ 5o Para os fins previstos no art. 168 da
Constituição, a entrega dos recursos financeiros
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e
órgão será a resultante da aplicação dos percentuais
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de
Executivo; diretrizes orçamentárias.
nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.
titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; III - observância do disposto no inciso X do art. 167
da Constituição;
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as
destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
que visem à redução das despesas com pessoal.
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de
§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente
se a despesa total com pessoal exceder o limite no transferidor, bem como quanto à prestação de contas de
primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos recursos anteriormente dele recebidos;
16 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro
à educação e à saúde; Nacional, na forma da lei.
c) observância dos limites das dívidas consolidada e § 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central
mobiliária, de operações de crédito, inclusive por do Brasil de conceder às instituições financeiras operações
antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a
de despesa total com pessoal; trezentos e sessenta dias.
Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação § 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a
desta Lei Complementar, o Presidente da República execução do orçamento em que houverem sido incluídos
submeterá ao: integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos
limites.
I - Senado Federal: proposta de limites globais para
o montante da dívida consolidada da União, Estados e Seção III
Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art.
52 da Constituição, bem como de limites e condições Da Recondução da Dívida aos Limites
relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da
II - Congresso Nacional: projeto de lei que Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um
estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término
federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da dos três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo
Constituição, acompanhado da demonstração de sua menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.
adequação aos limites fixados para a dívida consolidada
da União, atendido o disposto no inciso I do § 1o deste § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele
artigo. houver incorrido:
Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas
cumprimento dos limites e condições relativos à realização consolidada e mobiliária, operações de crédito e
de operações de crédito de cada ente da Federação, concessão de garantias.
inclusive das empresas por eles controladas, direta ou
indiretamente. § 5o Os contratos de operação de crédito externo
não conterão cláusula que importe na compensação
§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito automática de débitos e créditos.
fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e
jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o Art. 33. A instituição financeira que contratar
interesse econômico e social da operação e o atendimento operação de crédito com ente da Federação, exceto
das seguintes condições: quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá
exigir comprovação de que a operação atende às
I - existência de prévia e expressa autorização para condições e limites estabelecidos.
a contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos
adicionais ou lei específica; § 1o A operação realizada com infração do disposto
nesta Lei Complementar será considerada nula,
II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a
dos recursos provenientes da operação, exceto no caso de devolução do principal, vedados o pagamento de juros e
operações por antecipação de receita; demais encargos financeiros.
III - observância dos limites e condições fixados pelo § 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de
Senado Federal; ingresso dos recursos, será consignada reserva específica
na lei orçamentária para o exercício seguinte.
IV - autorização específica do Senado Federal,
quando se tratar de operação de crédito externo; § 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a
amortização, ou constituída a reserva, aplicam-se as
V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 sanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23.
da Constituição;
§ 4o Também se constituirá reserva, no montante
VI - observância das demais restrições estabelecidas equivalente ao excesso, se não atendido o disposto no
nesta Lei Complementar. inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as
disposições do § 3o do art. 32.
§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária
federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de Subseção II
créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado
que atenda às suas especificidades. Das Vedações
§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos
considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação
recursos de operações de crédito nele ingressados e o das desta Lei Complementar.
despesas de capital executadas, observado o seguinte:
Art. 35. É vedada a realização de operação de
I - não serão computadas nas despesas de capital as crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por
realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamento a intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa
contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da
tendo por base tributo de competência do ente da administração indireta, ainda que sob a forma de
Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do novação, refinanciamento ou postergação de dívida
ônus deste; contraída anteriormente.
www.cursoavancado.cjb.net 19
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
IV - assunção de obrigação, sem autorização II - permuta, ainda que temporária, por intermédio
orçamentária, com fornecedores para pagamento a de instituição financeira ou não, de título da dívida de
posteriori de bens e serviços. ente da Federação por título da dívida pública federal,
bem como a operação de compra e venda, a termo,
Subseção III daquele título, cujo efeito final seja semelhante à
permuta;
Das Operações de Crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária III - concessão de garantia.
Art. 38. A operação de crédito por antecipação de § 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao
receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série
o exercício financeiro e cumprirá as exigências Especial, existente na carteira das instituições financeiras,
mencionadas no art. 32 e mais as seguintes: que pode ser refinanciado mediante novas operações de
venda a termo.
I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do
início do exercício; § 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar
diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar a
II - deverá ser liquidada, com juros e outros dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua
encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada carteira.
ano;
§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser
III - não será autorizada se forem cobrados outros realizada à taxa média e condições alcançadas no dia, em
encargos que não a taxa de juros da operação, leilão público.
obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica
financeira, ou à que vier a esta substituir; § 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da
dívida pública federal existentes na carteira do Banco
IV - estará proibida: Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão,
salvo para reduzir a dívida mobiliária.
a) enquanto existir operação anterior da mesma
natureza não integralmente resgatada; Seção V
Da Garantia e da Contragarantia
20 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito
operações de crédito internas ou externas, observados o à exportação.
disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da
União, também os limites e as condições estabelecidos § 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em
pelo Senado Federal. razão de garantia prestada, a União e os Estados poderão
condicionar as transferências constitucionais ao
§ 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento ressarcimento daquele pagamento.
de contragarantia, em valor igual ou superior ao da
garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que § 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido
a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao honrada pela União ou por Estado, em decorrência de
garantidor e às entidades por este controladas, observado garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso
o seguinte: o acesso a novos créditos ou financiamentos até a total
liquidação da mencionada dívida.
I - não será exigida contragarantia de órgãos e
entidades do próprio ente; Seção VI
www.cursoavancado.cjb.net 21
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
controladas. Seção I
Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder
encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no
projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico
informações necessárias ao cumprimento do disposto responsável pela sua elaboração, para consulta e
neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação. apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Art. 46. É nulo de pleno direito ato de Parágrafo único. A prestação de contas da União
desapropriação de imóvel urbano expedido sem o conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das
atendimento do disposto no § 3o do art. 182 da agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco
Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
indenização. especificando os empréstimos e financiamentos
concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e
da seguridade social e, no caso das agências financeiras,
Seção III
avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas
atividades no exercício.
Das Empresas Controladas pelo Setor Público
Seção II
Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato
de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de
Da Escrituração e Consolidação das Contas
desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia
gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do
disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da Constituição. Art. 50. Além de obedecer às demais normas de
contabilidade pública, a escrituração das contas públicas
observará as seguintes:
Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em
seus balanços trimestrais nota explicativa em que
informará: I - a disponibilidade de caixa constará de registro
próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão,
fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e
I - fornecimento de bens e serviços ao controlador,
escriturados de forma individualizada;
com respectivos preços e condições, comparando-os com
os praticados no mercado;
II - a despesa e a assunção de compromisso serão
registradas segundo o regime de competência, apurando-
II - recursos recebidos do controlador, a qualquer
se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos
título, especificando valor, fonte e destinação;
financeiros pelo regime de caixa;
22 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
III - Presidente de Tribunal e demais membros de § 2o O relatório será publicado até trinta dias após o
Conselho de Administração ou órgão decisório encerramento do período a que corresponder, com amplo
equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.
Poder Judiciário;
§ 3o O descumprimento do prazo a que se refere o §
IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos 2 sujeita o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51.
o
Estados.
§ 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54
Parágrafo único. O relatório também será assinado deverão ser elaborados de forma padronizada, segundo
pelas autoridades responsáveis pela administração modelos que poderão ser atualizados pelo conselho de
financeira e pelo controle interno, bem como por outras que trata o art. 67.
definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão referido
no art. 20. Seção V
I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder
Complementar, dos seguintes montantes: Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos
Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e
a) despesa total com pessoal, distinguindo a com Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no
inativos e pensionistas; art. 20, as quais receberão parecer prévio,
separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.
b) dívidas consolidada e mobiliária;
§ 1o As contas do Poder Judiciário serão
apresentadas no âmbito:
c) concessão de garantias;
§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e V - fatos que comprometam os custos ou os
que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo resultados dos programas ou indícios de irregularidades
será de cento e oitenta dias. na gestão orçamentária.
§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em § 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar
recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de
referido no art. 20, pendentes de parecer prévio. cada Poder e órgão referido no art. 20.
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que
auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle devidamente escriturados em sistema centralizado de
interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em caução
o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com para garantia de empréstimos, ou em outras transações
ênfase no que se refere a: previstas em lei, pelo seu valor econômico, conforme
definido pelo Ministério da Fazenda.
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de
diretrizes orçamentárias; Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio
de despesas de competência de outros entes da
II - limites e condições para realização de operações Federação se houver:
de crédito e inscrição em Restos a Pagar;
I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e
III - medidas adotadas para o retorno da despesa na lei orçamentária anual;
total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos
arts. 22 e 23; II - convênio, acordo, ajuste ou congênere,
conforme sua legislação.
IV - providências tomadas, conforme o disposto no
art. 31, para recondução dos montantes das dívidas Art. 63. É facultado aos Municípios com população
consolidada e mobiliária aos respectivos limites; inferior a cinqüenta mil habitantes optar por:
total com pessoal ou à dívida consolidada, enquanto Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma
perdurar esta situação, o Município ficará sujeito aos permanente, da política e da operacionalidade da gestão
mesmos prazos de verificação e de retorno ao limite fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal,
definidos para os demais entes. constituído por representantes de todos os Poderes e
esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades
Art. 64. A União prestará assistência técnica e técnicas representativas da sociedade, visando a:
cooperação financeira aos Municípios para a modernização
das respectivas administrações tributária, financeira, I - harmonização e coordenação entre os entes da
patrimonial e previdenciária, com vistas ao cumprimento Federação;
das normas desta Lei Complementar.
II - disseminação de práticas que resultem em maior
§ 1o A assistência técnica consistirá no treinamento eficiência na alocação e execução do gasto público, na
e desenvolvimento de recursos humanos e na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e
transferência de tecnologia, bem como no apoio à na transparência da gestão fiscal;
divulgação dos instrumentos de que trata o art. 48 em
meio eletrônico de amplo acesso público. III - adoção de normas de consolidação das contas
públicas, padronização das prestações de contas e dos
§ 2o A cooperação financeira compreenderá a relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata
doação de bens e valores, o financiamento por intermédio esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples
das instituições financeiras federais e o repasse de para os pequenos Municípios, bem como outros,
recursos oriundos de operações externas. necessários ao controle social;
§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do
variação real acumulada do Produto Interno Bruto inferior Instituto Nacional do Seguro Social não utilizados na
a 1% (um por cento), no período correspondente aos operacionalização deste;
quatro últimos trimestres.
II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam
§ 2o A taxa de variação será aquela apurada pela adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados por força
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou de lei;
outro órgão que vier a substituí-la, adotada a mesma
metodologia para apuração dos PIB nacional, estadual e III - receita das contribuições sociais para a
regional. seguridade social, previstas na alínea a do inciso I e no
inciso II do art. 195 da Constituição;
§ 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser
adotadas as medidas previstas no art. 22. IV - produto da liquidação de bens e ativos de
pessoa física ou jurídica em débito com a Previdência
§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças Social;
drásticas na condução das políticas monetária e cambial,
reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido no V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;
caput do art. 31 poderá ser ampliado em até quatro
quadrimestres.
VI - recursos provenientes do orçamento da União.
26 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Pedro Malan
Martus Tavares
www.cursoavancado.cjb.net 27
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
8-PROVAS DA ESAF DE FINANÇAS PÚBLICAS manifesta sob a forma de conflito nas relações
intergovernamentais. Escolha a opção incorreta
Controladoria-Geral da União – AFC/CGU relacionada à globalização, regionalismo e federação.
2003/2004
a) Em um novo pacto federativo, a autonomia deverá
FINANÇAS PÚBLICAS estar mais associada à flexibilidade no uso e à
estabilidade dos recursos financeiros do que a liberdade
01- A necessidade de atuação econômica do setor público para tributar.
prende-se à constatação de que o sistema de preços não b) A harmonização da política tributária não afeta a
consegue cumprir adequadamente algumas tarefas ou autonomia dos entes federados, centrada na repartição
funções. Assim, é correto afirmar que das competências impositivas e no mecanismo de
repartição de receitas constitucionalmente definidos.
a) a função distributiva do governo está associada ao c) O período 1988-1998 sofreu influência de uma instável
fornecimento de bens e serviços não oferecidos conjuntura econômica que afetou fortemente o campo
eficientemente pelo sistema de mercado. fiscal e acabou por reverter parte significativa dos
b) a função alocativa do governo está relacionada com a avanços alcançados no rumo da descentralização.
intervenção do Estado na economia para alterar o d) A manutenção do federalismo requer a existência de
comportamento dos níveis de preços e emprego. instituições independentes em cada um dos níveis de
c) o governo funciona como agente redistribuidor de governo.
renda através da tributação, retirando recursos dos e) Quando as desigualdades regionais são grandes, o
segmentos mais ricos da sociedade e transferindoos para equilíbrio entre repartição de competências e a autonomia
os segmentos menos favorecidos. federativa depende de um eficiente sistema de
d) a função estabilizadora do governo está relacionada ao transferências compensatórias.
fato de que o sistema de preços não leva a uma justa
distribuição de renda. 05- A justificativa para o que foi denominado ciclo político
e) a distribuição pessoal de renda pode ser implementada invertido baseou-se no argumento da existência de
por meio de uma estrutura tarifária regressiva. restrições políticas ou sociais à adoção de medidas fiscais
impopulares. A promoção do desenvolvimento e o esforço
02- É de conhecimento geral que, por várias razões no sentido de minimizar os conflitos sociais formam,
históricas, o Estado assumiu em vários países de naturalmente, parte do ideário de qualquer governo. O
industrialização tardia ou subdesenvolvidos uma função que caracteriza as políticas populistas, de acordo com
central na promoção do desenvolvimento econômico, seus críticos, seria a combinação de quatro fatores.
inclusive no Brasil. Identifique a opção falsa. Identifique o fator que não é pertinente.
04- Nos últimos anos, tem-se assistido a freqüentes Assinale a opção incorreta.
manifestações sobre a necessidade de um novo pacto
federativo, que elimine a tensão que volta e meia se
28 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
a) A política cambial corresponde a ações do governo que b) Quanto ao poder de tributar, a receita é dividida
atingem diretamente as transações internacionais do país. conforme a discriminação constitucional das rendas, em
b) A política fiscal pode ser dividida em política tributária federal, estadual e municipal.
e política de gastos públicos. c) Quanto à coercitividade, as receitas podem ser
c) Para controlar as condições de crédito, o governo utiliza divididas em originárias e derivadas.
a política monetária. d) Quanto à regularidade, as receitas podem ser
d) Quando o governo aumenta seus gastos, diz-se que a desdobradas em ordinárias e extraordinárias.
política monetária é expansionista e, caso contrário, é e) Na classificação quanto à natureza, diz-se que as
contracionista. receitas tributárias e as receitas de contribuições são
e) Por meio da política cambial, o governo pode atuar no exemplos de receitas correntes.
mercado de divisas de vários países.
12- O Plano Plurianual de 2000-2003 do governo
08- Os modelos macroeconômicos procuram analisar o brasileiro, que recebeu o nome de Avança Brasil, continha
comportamento dos gastos públicos durante o tempo. Os mudanças de grande repercussão no sistema de
modelos que tentam associar o crescimento dos gastos planejamento e orçamento do Governo Federal. Segundo
públicos com os estágios de crescimento do país foram o conteúdo desse plano, identifique a única opção que não
desenvolvidos por é pertinente.
www.cursoavancado.cjb.net 29
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
12- As contribuições sociais, de intervenção no domínio 16- Sob o ponto de vista da distribuição da incidência
econômico e de interesse das categorias profissionais ou tributária, indique a opção errada.
econômicas, obedecem a algumas exigências e princípios
constitucionais. Aponte qual contribuição tem como fato a) Um imposto sobre os vendedores desloca a curva de
gerador o faturamento operacional das empresas privadas oferta para cima, em montante maior ao do imposto.
com ou sem fins lucrativos e a utilização do trabalho b) Quando um bem é tributado, compradores e
assalariado ou de quaisquer outros que caracterizem a vendedores partilham o ônus do imposto.
relação de trabalho. c) A única diferença entre tributar o consumidor e tributar
o vendedor está em quem envia o dinheiro para o
a) Contribuição para o Financiamento da Seguridade governo.
Social (COFINS). d) A incidência tributária depende das elasticidades-preço
b) Contribuição para o Programa de Integração Social da oferta e da demanda.
(PIS). e) O ônus do imposto tende a recair sobre o lado do
c) Contribuição Social s/ o Lucro Líquido da Pessoa mercado que for menos elástico.
Jurídica (CSLL).
d) Contribuição Provisória s/ a Movimentação Financeira 17- A curva de Demanda Agregada-Inflação (DAI) mostra,
(CPMF). para cada taxa de inflação, o nível do produto de
e) Contribuição para o Programa de Integração Nacional equilíbrio determinado pela análise de renda-demanda.
30 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Um exemplo básico de fator que desloca a curva DAI é a c) A Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária
política fiscal. Assinale a opção incorreta no que diz Anual deverão conter um demonstrativo da estimativa e
respeito aos fatores que diminuem a demanda agregada a das medidas de compensação da renúncia de receita.
cada taxa de inflação, deslocando a curva DAI para a d) Cada nível de governo deverá demonstrar que a
esquerda. renúncia de receita foi considerada na Lei Orçamentária
a) Aumento das aquisições do governo. Anual e que não afetará as metas previstas na Lei de
b) Aumento dos impostos. Diretrizes Orçamentárias.
c) Diminuição da riqueza. e) No prazo previsto, as receitas previstas serão
d) Aumento do pessimismo de empresas ou famílias. desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais
e) Aumento da taxa de juros a cada taxa de inflação. de arrecadação.
a) As despesas do governo e os impostos afetam o 11- Uma forma de avaliar a eqüidade de um sistema
mercado de capitais. tributário é chamada de princípio de capacidade de
b) Aumentos nos impostos reduzem a renda disponível. pagamento. Segundo o princípio de eqüidade vertical, diz-
c) O déficit público reduz a poupança nacional, se que o sistema tributário é regressivo quando:
provocando alta das taxas de juros reais.
d) Quando o governo gasta mais do que arrecada, precisa a) os contribuintes com altas rendas pagam proporção
obter empréstimos para financiar seu déficit. menor de sua renda, mesmo que a quantia paga seja
e) O déficit público provoca um aumento do investimento maior.
privado. b) os contribuintes com a mesma capacidade de
pagamento arcam com o mesmo ônus fiscal.
19- O forte ajuste fiscal realizado na economia brasileira c) os contribuintes com capacidade de pagamento
no fim da década de 90, notadamente no ano de 1999, similares pagam a mesma quantia.
ano de grande austeridade fiscal, resultou em diversos d) os contribuintes pagam tributos de acordo com o
benefícios nas contas públicas. Sob a ótica do ajuste montante de benefícios que eles recebem.
fiscal, aponte qual opção é incorreta. e) o percentual do imposto a ser pago aumenta quando
aumenta o nível de renda.
a) Para uma mesma taxa de juros, após a desvalorização
de 1999, o superávit primário requerido para estabilizar a 12- Compete à União, exclusivamente, com exceção do
relação dívida/ PIB aumentou. disposto no Parágrafo Único do Art.149 da Constituição
b) Apesar da virtual estagnação do PIB em 1999 e do Federal, instituir contribuições sociais, de domínio
aumento da ordem de 4% do número de indivíduos que econômico e de interesse das categorias profissionais ou
recebiam benefícios do INSS, a relação despesa com econômicas. Segundo a classificação das receitas públicas
benefícios/PIB diminuiu ligeiramente nesse ano. brasileiras, indique a opção que é classificada como uma
c) O critério de desempenho para avaliar a política fiscal, receita de contribuição do governo.
no contexto do acordo do FMI de 1999, foi o valor da
Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) no a) Contribuição para o Instituto de Colonização e Reforma
conceito nominal. Agrária.
d) Permissão em 1999, para as empresas acertarem as b) Contribuição Social para o Salário Educação.
suas dívidas com o fisco, sem pagamento de multas, c) Contribuição para o Serviço Nacional de Aprendizagem
permitiu uma cobrança de atrasados equivalente a Industrial.
aproximadamente 0,5% do PIB. d) Contribuição para o Serviço Social da Indústria.
e) A diminuição da taxa SELIC nominal de 45% para 19% e) Contribuição para o Programa de Integração Nacional e
entre o auge da crise econômica, no início de 1999 e o para o Programa de Redistribuição de Terras e de
final do mesmo ano, se deu pela redução do risco-Brasil. Estímulo à Agroindústria do Norte e Nordeste.
20- Constituem requisitos essenciais da responsabilidade 13- Identifique a única opção incorreta no que tange aos
na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva tipos de impostos.
arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da federação. Deste modo, na Lei a) Tributos diretos são aqueles cujo ônus de pagamento
de Responsabilidade Fiscal, foram definidos recai sobre o próprio contribuinte.
procedimentos e normas a serem observados pelo poder b) Os impostos indiretos costumam ser proporcionais ou
público. Com base na referida Lei, identifique a opção seletivos, de acordo com a essencialidade do produto ou
incorreta com relação à receita. serviço em que incidem.
c) Os impostos diretos costumam ser progressivos,
a) O Poder Legislativo somente poderá efetuar a incidindo de forma graduada, de acordo com a capacidade
reestimativa de receita se ficar comprovado erro ou econômica do contribuinte.
omissão de ordem técnica e legal. d) Os impostos indiretos, por não serem transferíveis a
b) Se o montante previsto para as receitas de operação terceiros, permitem que a carga tributária seja distribuída
de crédito ultrapassarem o das despesas correntes de forma eqüitativa.
constantes do projeto de lei orçamentária, o Poder e) A diferenciação entre tributos diretos e indiretos é
Legislativo poderá efetuar a reestimativa de receita. importante para a análise da eqüidade.
www.cursoavancado.cjb.net 31
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
a renda, podem ser distinguidos dois conceitos de c) Os custos dos impostos são, até certo ponto,
alíquota: alíquota média e alíquota marginal. Neste inevitáveis, porque os impostos são necessários para
contexto, assinale o único conceito correto de alíquota arcar com os gastos governamentais.
marginal. d) O efeito deslocamento diz que as famílias terão menos
lazer quando ficarem mais pobres, em decorrência do
a) É a alíquota mais útil quando se tenta aferir o sacrifício aumento de imposto sobre a renda.
feito pelo contribuinte, porque mede a parcela de renda e) Impostos sobre a pessoa jurídica afetam decisões de
paga em impostos pelo mesmo. investimento.
b) É a alíquota que determina o peso morto de um
imposto sobre a renda. 18- Com relação aos impactos de um déficit orçamentário
c) É a alíquota menos útil quando se deseja avaliar as do governo na economia, aponte a única opção falsa.
distorções causadas pelo sistema tributário.
d) É a alíquota que mede o quanto o sistema tributário a) O déficit orçamentário do governo reduz a poupança
encoraja o trabalho árduo. nacional.
e) É a alíquota obtida pela divisão do imposto total pago e b) O déficit orçamentário do governo representa poupança
a renda total. pública negativa.
c) Os déficits orçamentários do governo não afetam o
15- Modelos simples de oferta e demanda podem ser mercado de câmbio.
utilizados para analisar uma ampla variedade de políticas d) Os déficits orçamentários do governo expulsam o
governamentais. Com base no impacto de um imposto, investimento interno.
aponte a única opção falsa. e) Os déficits orçamentários do governo aumentam as
taxas de juros.
a) O impacto de um imposto depende das elasticidades da 19- Identifique a única opção errada relativa à Lei
oferta e da demanda. Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, conhecida
b) Se a demanda for muito inelástica em relação à oferta, como Lei de Responsabilidade Fiscal.
a carga fiscal recairá principalmente sobre os
compradores. a) O governante deve demonstrar que a renúncia de
c) Se a curva da oferta for horizontal, nenhuma parcela receita será compensada somente por alteração de
do imposto será repassada aos consumidores. alíquotas dos impostos e contribuições.
d) Se a demanda for muito elástica em relação à oferta, a b) O governante deverá demonstrar que a renúncia de
carga fiscal incidirá principalmente sobre os vendedores. receita foi considerada na Lei Orçamentária Anual.
e) O ônus de um imposto é a perda líquida do excedente c) O governante de qualquer esfera de governo poderá
dos consumidores e produtores resultante da aplicação do instituir, prever e efetivamente arrecadar todos os
imposto. tributos de sua competência institucional.
d) O governante de cada esfera de governo deverá
16- Com base na evolução da carga tributária no Brasil, explorar adequadamente sua base tributária e ter
nos últimos 30 anos, aponte a única opção incorreta. capacidade de estimar sua receita.
e) Para o governante que não prever, arrecadar e cobrar
a) Ao longo dos anos 70 e 80, a carga tributária brasileira tributos que sejam de sua competência, serão suspensas
oscilou entre 23% e 26% do PIB. as transferências voluntárias.
b) A menor arrecadação verificada em alguns anos pode
ser atribuída ao chamado “efeito Tanzi”, que corresponde 20- Ao longo do período 1995/1998, o Governo Federal
à queda de arrecadação real do governo, observada em Brasileiro foi aperfeiçoando os seus mecanismos de
períodos de aceleração inflacionária. controle sobre os déficits dos governos estaduais. Entre as
c) Em 1990, ocorreu significativo aumento da carga mudanças, assinale a única opção não pertinente.
tributária, provocado pelo Plano Collor, chegando a atingir
quase 30% do PIB. a) O fim do uso dos bancos estaduais para o
d) Houve forte escalada tributária após a implantação do financiamento dos tesouros estaduais, seja por via da
Plano Real, passando a carga tributária a representar mais privatização ou da sua transformação em banco de
de 30% do PIB no final da década de 90. fomento, com regras rígidas de funcionamento.
e) A elevação da carga tributária ocorrida nos anos 90 b) O aumento da utilização de empresas estatais
deveu-se, basicamente, ao aumento da carga dos tributos estaduais para o financiamento permanente dos tesouros
incidentes sobre o patrimônio e a renda. estaduais.
c) O maior controle das antecipações de receitas
17- Distorcendo opções entre trabalho e lazer, ou entre orçamentárias, amplamente utilizadas até 1995 como
consumo e investimento, os impostos criam custos para a forma de os tesouros estaduais se financiarem junto ao
economia. Com relação às perdas provocadas pelos sistema bancário.
impostos, identifique a única opção incorreta. d) A inibição do instrumento dos denominados
“precatórios”.
a) Como resultado dos impostos sobre certos bens e e) A renegociação das dívidas mobiliárias estaduais.
atividades, as pessoas trabalham muito pouco, ou
poupam muito pouco, ou compram muito pouco as
mercadorias muito tributadas e muito mais as que são
pouco tributadas.
b) Ações decorrentes das distorções causadas pelos
impostos sobre os preços relativos fazem com que o bem-
estar econômico diminua.
32 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
1. PRODUTO PELA ÓTICA DO VALOR AGREGADO: Uma vez obtido o crescimento físico entre dois anos,
calcula o DEFLATOR IMPÍCITO DO PIB, que é uma medida
O somatório das contribuições adicionais de todas as de inflação do valor agregado. Assim:
unidades produtivas é o Valor Agregado (ou Adicionado) DI = PQ / Q = P
da economia e é um dos meios de se aferir o valor do
Produto, pois se confunde com este. Assim: Produto = VAI A seguir, utiliza-se esse deflator para retirar a inflação do
+ VAII + VAIII (soma dos VA’s dos 3 Setores Produtivos ano II/I e, assim, obtem-se o produto do ano II a preços
da economia) do ano anterior I.
Esse valor é o do "produto real".
2. PRODUTO PELA ÓTICA DA RENDA
NÚMEROS ÍNDICES:
Renda: é o total das remunerações pagas aos
proprietários dos fatores produtivos em cada etapa de Um número-índice é uma ferramenta estatística usada
produção. para medir variações relativas em agregados de preços ou
de quantidades em períodos definidos.
Renda = Salários + Juros + Lucros + Aluguéis + Royalties
+ Lucros Os índices mais conhecidos são: Laspeyres; Paasche;
Adicionando-se a Depreciação, passamos do PIL a custo Geométrico. Para o onteresse da Economia, são mais
de fatores para o PIB a custo de fatores; usados os índices de preços.
Mais os Impostos Indiretos e Menos os Subsídios (ou seja, LASPEYRES: no qual o numerador é a soma dos preços
mais os impostos indiretos LÍQUIDOS) = PIB a preços de correntes ponderados pelas quantidades de um período-
mercado. base, e o denominador é a soma dos preços do período-
base ponderados da mesma forma:
Qual a diferença entre PIB e PNB (para qualquer modo de I.L. = å Pn. Qo
apresentação) ? å Po. Qo
PNB = PIB + RLE (em que RLE = RRE – REE)
PAASCHE, por sua vez, usa como ponderação não as
Se dividirmos pela População, teremos esses agregados quantidades do período-base, mas sim as do próprio
“per capita”. período analisado:
www.cursoavancado.cjb.net 33
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS – CONTAS As TRUs vinculam-se às CEIs por apresentar os resultados
NACIONAIS DO BRASIL agregados de Oferta e Demanda total e renda por setores
de atividades. Nelas as unidades produtivas são
O novo Sistema de Contas Nacionais do Brasil está classificadas segundo as atividades permitindo visualizar
centrado nas CONTAS ECONÔMICAS INTEGRADAS (CEIs); as trocas entre os setores. As
e nas TABELAS DE RECURSOS E USOS (TRUs). As CEIs TRUs são a base de construção das matrizes de insumo-
são formadas por um conjunto de contas de operações e produto.
também de contas de ativos e passivos dos setores
institucionais e do Resto do Mundo. Elas são divididas em:
As TRUs apresentam os agregados macros de Produto, Tabela de Recursos de Bens e Serviços, que apresenta a
Renda e Despesas, por setores de atividades. oferta total da economia (produção e importação);
As CEIs constituem a estrutura central do Sistema. Elas Tabela de Usos de Bens e Serviços, com o consumo
são construídas em torno de uma seqüência de contas de intermediário e a demanda final (Exportação, Consumo
fluxos inter-relacionadas com as contas de patrimônio. As Final e FBK) totalizando a Demanda da economia;
primeiras descrevem como as atividades ocorrem num Componentes do Valor Adicionado por setor.
dado período. As de patrimônio, registram os valores de
ativos e passivos detidos pelos diversos setores no início e Há, finalmente, a CONTA DE OPERAÇÃO DE BENS E
no fim de um período. A ligação entre elas é dada pelo SERVIÇOS (classificada no Sistema como Conta 0),
saldo de uma conta que é transportado para a conta apresentada separada das CEIs. Ela é a base de todo o
seguinte. O novo Sistema usa os conceitos de Usos x Sistema, retratando a atividade de produção por
Recursos; e Ativos x Passivos, ao invés de débito e categorias de demanda final. Os recursos e usos se
crédito. equilibram, não havendo saldo contábil. Trata-se, pois de
uma conta de síntese.
As CEIs estão estruturadas em três subconjuntos de
contas: Contas Correntes, Contas de Acumulação; e
Contas de Patrimônio.
34 www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Quadro 1 - Economia Nacional - Contas de produção, renda e capital - 1999
35
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Quadro 2 - Economia Nacional - Conta do resto do mundo (conta das transações externas) - 1999
Quadro 4 - Componentes do PIB pela ótica da despesa - variação real anual - 1994-1999
(Em %)
Componentes do Produto Interno Bruto 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Consumo das famílias 7,50 8,71 3,70 3,13 (-) 0,52 (-) 1,02
Formação bruta de capital 13,03 8,09 2,83 8,28 (-) 0,60 (-) 6,41
Formação bruta de capital fixo 14,25 7,29 1,20 9,33 (-) 0,69 (-) 7,65
Exportação de bens e serviços 4,01 (-) 2,03 0,64 11,15 6,57 12,04
Importação de bens e serviços(-) 20,35 30,68 5,39 17,83 2,55 (-) 14,79
36
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
TABELAS DE RECURSOS E USOS – TRU
As tabelas de recursos e usos oferecem informações detalhadas por atividade e produtos. Trata-se, na verdade, de uma
desagregação da Conta de Produção, ou seja, é possível não só o cálculo do Valor Adicionado (PIB) a preços básicos e a
custo de fator por atividade econômica, mas também, por exemplo, a análise da composição dos insumos de cada atividade.
Da mesma forma, é possível desagregar o PIB a preços de mercado pela ótica da despesa em seus componentes (Consumo
Final das Famílias e das Administrações Públicas, Formação Bruta de Capital Fixo, Variação de Estoques, e Exportações
menos Importações) e em termos de sua composição por grupo de Bens e Serviços.
Tabela de recursos e
usos - 1998
1 - Tabela de
recursos de
bens e
serviços
Valores
correntes em
1 000 R$
Oferta de bens e Produção das atividades Importaç
serviços ão
Ser Tot Imp Imp
viço al orta orta
s - -
Ofer Mar Mar Imp Ofer Agr Extr Tra indu Con Co Tra Co Inst Alu Ad Out Du Tot da ção ção
ta gem gem osto ta ope ativ nsfo stri stru mér nsp mu ituiç guéi mini ros mm al sem de
tota s to- - a r- ais ção cio orte ni- ões s stra y da
l -
a de de tal cuá min maç de caç fina ção serv fina ativi eco emi ben
preç a ria eral ão utili civil ões ncei públ iços ncei dad no ssã s e
o de pre- dad ras ica ro e mia o
e
con com tran ço de serv
sum érci spor bási públ câm iços
idor o te co ica bio
Agropecu 9 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
ária 123 860 496 807 108 104 821 563 105 856
508 525 893 890 343 101 909 073 486 371
422 114 761 743
Extração 20 2 17 27 13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 14 3
mineral 397 114 046 430 806 355 084 970 082 723
470 513 042 876 039 544 776 675 364
Transform 65 10 72 7 0 0 20 4 0 0 4 0 67
ação 739 293 035 346 591 865 134 490 861 398 366 801 238 524 307
539 049 787 148 864 619 696 283 651 263 687 973 556 879
336 352 186 473
Serviços
industriais de
utilidade pú-
blica 46 0 0 4 42 0 11 1 39 0 0 0 0 0 0 0 0 0 41 1
(S.I.U.P.) 176 026 149 525 628 372 012 137
772 972 800 981 209 715 085
Construçã 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
o civil 138 442 138 138 138
689 637 246 246 246
566 929 929 929
Comércio 10 (-) 0 85 3 19 0 22 84 0 0 0 0 25 0 85
64375 185 725 440 615 699 040 669 622 411 152 573
541268 653 975 343 784 543 432
087
Transport 42 0 (-) 1 55 0 0 0 0 0 52 0 0 0 25 0 0 52 2
e 698 14 801 475 156 724 549 906 569
379 578 195 906 631 201 381 525
722
Comunica 28 0 0 2 25 0 0 0 0 0 0 0 25 0 0 0 0 0 25
ções 208 421 787 672 672 114
615 089 526 726 726 800
Instituiçõ 81 0 0 3 77 0 0 0 0 0 0 0 0 77 0 0 0 0 77
es 226 637 588 369 369 218
financeira 314 957 357 640 640 717
s
Aluguéis 0 0 3 0 45 1 2 0 1 0 0 7
132 766 132 421 255 506 470 351 128 193 270 132 232
807 803 925 768 759 476 701 667 817 796
453 687 620 455
37
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Administr 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ação 159 159 159 159
pública 931 931 931 931
515 515 515 515
Outros 0 0 5 0 0 59 0 6 1 58 0 0 7 0 12
serviços 185 072 180 970 257 112 310 768 398 153 168 324
908 314 836 107 106 845 427 314 511 608
450 136 305 528
Operações
com o
exterior sem
e-
missão 2 (-)
de câmbio 726 2
664 726
664
## 0 0 ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## 0 ## 2 ##
Total ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## 726 ##
## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## 664 ##
# # # # # # # # # # # # # # # # #
2 - Tabela de
usos de bens
e serviços
Agropecu 18 13 58 14 0 0 0 0 0 0 1 2 0 81 3 0 32 2 3 42
ária 123 836 925 258 502 829 227 180 092 922 774 537 328
508 006 901 775 049 158 632 918 784 930 264
422
Extração 20 14 59 0 0 0 0 0 0 0 0 16 4 0 0 0
(-) 4
mineral 397 427 879 027 752 628 023 612 238 373
470 923 707 481 905 768 309 607 702
Transform 20 3 2 44 24 17 1 1 13 36 0 53 0 48 8
ação 739 542 245 211 151 962 989 980 796 745 306 688 103 378 338 250 287 971 361
539 167 964 021 201 636 723 341 072 740 897 549 924 534 368 407 355 931 005
336 045 259 423 077
Serviços
industriais de
utilidade pú-
blica 46 8 12 1 3 1 0 29 0 0 16 0 0 16
(S.I.U.P.) 176 459 562 464 796 165 577 250 168 419 202 096 820 984 192 192
772 688 478 633 669 593 002 955 799 259 669 158 511 414 358 358
Construçã 3 5 0 3 0 12 0 0 0 0
o civil 138 652 113 914 133 265 293 324 126 992 961 501 631 126 126
689 664 743 947 283 026 800 857 450 305 796 523 058 058
566 043 043
Comércio 10 7 0 1 0 0 0 0 0 0 10 0 0 0 0
643 156 260 318 153 651 595 135 507 507
541 928 198 025 262 363 903 679 862 862
Transport 42 1 6 97 4 6 4 1 0 22 0 19 0 0 20
e 698 256 369 409 381 186 344 398 377 880 873 290 618 234 503 960 463
379 417 981 420 851 366 295 577 173 571 860 765 289 325 614
Comunica 28 44 4 2 1 66 1 2 0 14 0 13 0 0 14
ções 208 509 159 511 105 364 724 995 236 615 905 330 042 195 180 832 012
615 098 909 160 394 034 173 473 441 234 545 875 253 487 740
38
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
Instituiçõ 81 6 2 1 7 1 1 41 63 48 0 17 0 0 17
es 226 642 724 105 599 540 509 248 323 226 218 137 007 682 965 148 212 260
financeira 314 029 281 803 140 820 285 884 977 231 037 860 198 205 750 416 564
s
Aluguéis 18 2 4 1 54 1 0 11 12 0 0 0
132 269 120 044 315 210 847 471 298 375 719 028 985 771 740 121 121
807 231 256 434 892 884 883 196 646 395 393 198 023 036
453 515 255
Administr 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 0
ação 159 159 997 159
pública 931 920 931
515 518 515
Outros 1 1 12 1 2 11 2 1 11 23 7 0 78 4 0 2 0
serviços 185 715 610 234 199 999 937 913 546 687 134 101 351 431 566 100 082 107
908 588 056 649 951 450 753 474 368 195 121 264 430 299 409 828 408 477
450 334 151
Operações
com o
exterior sem
e-
missão 0 (-)
de câmbio 354 354
595 595
## ## 8 ## ## ## ## ## 4 ## 4 ## ## ## ## ## ## ## ## ## ##
Total ## ## 059 ## ## ## ## ## 874 ## 980 ## ## ## ## 354 ## ## ## ## ## ##
## ## 583 ## ## ## ## ## 319 ## 671 ## ## ## ## 595 ## ## ## ## ## ##
# # # # # # # # # # # # # # # # # #
Componentes do valor adicionado
Valor 93 67 5 22 82 58 23 21 52 (-)
adicionad 176 891 220 163 156 790 432 926 223 771 123 124 101 41 806 899
o bruto ( 497 999 218 729 181 883 063 398 438 431 720 879 577 682 637 814
PIB ) 581 949 526 173 205 635 132
Remunera 9 1 49 9 8 25 13 4 27 1 53 0
ções 164 643 094 871 945 550 167 638 006 559 123 884 328 328
939 299 762 860 997 444 406 358 725 006 683 536 210 210
184 516 516
Salários 8 1 38 6 7 21 10 3 21 1 77 44 0
055 129 634 692 448 047 532 509 024 350 988 213 241 241 TABELA DE
281 376 273 624 218 892 986 565 686 339 867 887 627 627 RECURSOS E
994 994 USOS
Contribuições 1 10 3 1 4 2 1 5 8 9 0 49 49
sociais efetivas 109 513 460 179 497 502 634 128 982 208 664 670 553 553
658 923 489 236 779 552 420 793 039 667 954 649 159 159
1 9 1 1 4 2 4 8 9 0 44 44 I - Tabela de
Previdênci 104 266 483 760 485 473 426 746 815 208 501 584 856 856 recursos de
a oficial 124 494 300 309 766 153 960 524 175 667 309 696 477 477 bens e
/FGTS serviços
5 1 12 29 1 0 85 0 4 4 Ofer Pro Imp
Previdênci 534 247 977 418 013 399 207 382 166 163 953 696 696 ta duç orta
a privada 429 189 927 460 269 864 645 682 682 ão ção
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 37 0 0 37 37 A2
Contribuiç 029 029 029 A A1
ões 363 363 363 = +
sociais
imputada
s
Excedente operacional
bruto inclu-
sive rendimento de 59 3 11 70 29 10 15 23 0 42 (-) II - Tabela de usos
autônomos 655 182 100 070 068 672 278 831 057 121 545 41 445 445 de bens e serviços
406 283 467 698 421 692 488 776 044 446 934 682 594 594
040 740 205 317 317
3 0 4 16 5 0 2 0 16 0 49 49 Ofer Con De
Rendimen 331 100 105 448 056 846 285 449 995 620 620 ta sum ma
to de 619 570 931 270 853 113 830 313 962 461 461 o nda
autônomo
s
Excedente 59 3 97 11 65 13 4 15 20 0 25 (-) inte final
operacional 323 081 361 070 620 615 432 831 771 120 549 41 395 395 rme
bruto (EOB) 787 713 109 698 151 839 375 776 214 997 972 682 973 973 diár
427 205 856 856 io
Impostos B2
líquidos A B1
de = +
subsídios
so-
39
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
bre a 93 (-) 14 1 3 3 2 1 5 0 32
produção 176 928 394 167 213 776 208 480 753 707 715 196 146 832 126
e a 497 346 636 779 623 465 927 504 304 662 203 342 703 802 009
importaçã 299
o
93 93 Compone
Impostos 176 176 ntes do
líquidos 497 497 valor
sobre
produtos
Outros 2 14 1 3 31 2 1 5 0 36 36 adicionad
impostos sobre 627 394 655 295 951 636
782 802 707 715 196 146 287 287 o
a produção 636 981 653 349 029
864 788 662 203 342 703 837 837
Outros (-) 0 (-) (-) (-) (-)
(-) (-) 0 0 0 0 0 (-) (-) C
subsídios 930 488 82 174 427
1 49 3 3
à 973 202 030 884 102
302 484 455 455
produção 360 035 035
Valor da 13 39 54 26 77 0 1 1
produção 111 279 495 629 138 113 510 097 721 128 172 154 525 525
995 801 040 318 268 306 203 757 116 701 939 235 726 726
175 446 969 499 620 540 879 323 323
Pessoal 13 7 3 8 2 5 17 0 59 59
ocupado 758 222 400 217 632 789 454 162 765 274 132 067 877 877
000 600 600 000 600 900 600 800 100 000 500 600 300 300
40
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
41
www.cursoavancado.cjb.net
Introdução a MACROECONOMIA Curso Avançado
NOÇÕES SOBRE BALANÇO DE PAGAMENTOS
Balanço de Pagamentos é o registro contábil de todas as transações efetuadas em dado período entre agentes econômicos
internos (públicos e privados) e o Resto do Mundo. São variáveis fluxo, isto é, “zeram” ao final de cada período.
Os dados do balanço de pagamentos são publicados em milhões de dólares norte-americanos, em valores correntes, sem
ajustamento sazonal. Compreendem o país como um todo e estão compilados de acordo com os critérios estabelecidos na 5ª
edição do Manual de Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional – BPM-5.
transações correntes: exportações, importações e saldo da balança comercial; receita, despesa e saldo de serviços e rendas;
receita, despesa e saldo de serviços totais e os relacionados a transportes, viagens internacionais, seguros, financeiros,
computação e informação, royalties e licenças, aluguel de equipamentos, governamentais e outros serviços; receita, despesa
e saldo de rendas, incluindo salários e ordenados, renda de investimento direto (lucros e dividendos e juros de empréstimos
intercompanhia), renda de investimento em carteira (lucros e dividendos e juros de títulos de dívida) e renda de outros
investimentos (incluem juros de empréstimos, financiamentos, depósitos e outros ativos e passivos); saldo de transferências
correntes; e saldo de transações unilaterais correntes;
conta de capital: saldo da conta capital (inclui as transferências de patrimônio e compra e venda de ativos não
produzidos/não-financeiros);
receita, despesa e saldo de investimentos diretos; retorno, saída e saldo de investimentos diretos brasileiros no exterior
(retorno, saída e saldo de participação no capital e amortização, desembolso e saldo de empréstimos intercompanhia);
ingresso, saída e saldo de investimentos diretos estrangeiros no país; ingressos de investimentos diretos estrangeiros no
país destinados a participação no capital na forma de moeda (autônomos e privatizações), conversões (autônomos e
privatizações) e mercadorias; retornos de participação no capital; desembolso, amortização e saldo de empréstimos
intercompanhia
receita, despesa e saldo de investimentos brasileiros em carteira, receita, despesa e saldo de investimento brasileiros em
ações - com destaque para o programa BDR – Brazilian Depositary Receipts – e receita, despesa e saldo de títulos de renda
fixa (bônus, notes, commercial papers), com destaque para as aplicações em bônus relativos à formação de colaterais
(plano Brady); receita, despesa e saldo de investimento estrangeiro em carteira negociados no país e negociados no
exterior; receita, despesa e saldo investimentos estrangeiros em ações; receita, despesa e saldo de investimentos
estrangeiros em títulos de renda fixa (bônus, notes e commercial paper), com destaque para a troca de bônus; receita,
despesa e saldo de investimentos estrangeiros em títulos de curto prazo
total de outros investimentos (inclui os créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, outros ativos e passivos e
operações de regularização); total de outros investimentos brasileiros, classificados em: empréstimos – receita, despesa e
saldo de empréstimos de longo prazo, saldo de empréstimos a curto prazo, moeda e depósitos separados por bancos e
demais setores (destaque para a movimentação das garantias colaterais – plano Brady) e outros ativos, com receita,
despesa e saldo de ativos de longo prazo e ativos de curto prazo pela movimentação líquida; total de outros investimentos
estrangeiros, compreendendo desembolso, amortização e saldo de crédito comercial de longo prazo e o líquido de crédito
comercial a curto prazo, desembolso, amortização e saldo de empréstimo de longo prazo da Autoridade Monetária –
destaque para as operações de regularização (FMI e demais instituições) – desembolsos, amortizações e saldo dos
empréstimos a longo prazo dos demais setores, discriminados pelos credores externos (organismos internacionais, agências
governamentais, créditos de compradores e empréstimos diretos); moeda e depósitos pelas variações líquidas e os saldos de
outros passivos de longo e curto prazos;
erros e omissões;
A balança comercial é compilada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) com base nos registros
alfandegários no SISCOMEX. Os dados de serviços e rendas, transferências correntes, conta capital e financeira são
compilados com base nas operações de câmbio realizadas nas instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio,
considerando, também, as transações em moeda nacional realizadas entre residentes e não residentes. Essas operações são
compulsoriamente registradas no Sistema de Informações Banco Central (SISBACEN-CÂMBIO). Adicionalmente, são
consideradas informações provenientes de pesquisas em empresas privadas, relatórios de órgãos governamentais e dos
balancetes de instituições financeiras.
42
www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
DÉFICIT/SUPERÁVIT E AJUSTE DO BALANÇO DE Base Monetária: compõe-se do papel-moeda emitido e
PAGAMENTOS mais as reservas bancárias em depósito no BACEN. A base
monetária é o passivo monetário do BACEN. É composta
também, desde 94, pelos saldos do BBC (Bônus do Banco
Num sistema de taxas de câmbio flutuantes (ou flexíveis Central) e LBC (Letras do Banco Central), e todos os
ou livres), o BP ajustar-se-á automaticamente. Se houver títulos de emissão do Tesouro, criando o conceito de Base
superávit, o excesso de divisas depreciará a moeda Monetária Ampliada.
estrangeira (tornando-a mais barata), o que conduzirá à
elevação das nossas importações e queda nas nossas Reservas Bancárias: são compostas por:
exportações, anulando-se o superávit – e vice-versa.
a) papel-moeda guardado nas caixas e nos cofres dos
Nesse sentido, a política monetária torna-se livre, já que o bancos comerciais, e, são mantidos para compensar os
Banco Central não tem compromisso com a taxa cambial. eventuais excessos de pagamentos sobre recebimentos
em papel-moeda pelos bancos.
Mas a política fiscal, nesse sistema, perde sua eficácia. b) Depósitos compulsórios: são exigidos por lei ou
regulamentação das Autoridades Monetárias (CMN e
Já num sistema de taxas cambiais fixas, tornar-se-á BACEN) e recolhidos ao BACEN como uma proporção dos
necessário um ajuste via política fiscal, pois este sistema depósitos à vista e a prazo. O depósito compulsório regula
engessa a política monetária. Se houver superávit, o o multiplicador bancário ( quanto maior a taxa de
Governo corta suas despesas e/ou aumenta seus tributos; recolhimento, menor o multiplicador), imobilizando uma
e vice-versa. Outra alternativa seria simplesmente a parte maior ou menor dos depósitos bancários e os
desvalorização, pelo Banco Central, da moeda doméstica. recursos de terceiros que nelas circulem, restringindo ou
alimentando o processo de expansão dos meios de
AS CONTAS DO SISTEMA FINANCEIRO E O pagamento, sendo, portanto, um poderoso instrumento de
MULTIPLICADOR BANCÁRIO política monetária.
44 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
2-MACROECONOMIA KEYNESIANA. HIPÓTESES (inversamente) e da Eficiência Marginal do Capital (Taxa
BÁSICAS DA MACROECONOMIA KEYNESIANA. AS Interna de Retorno, em linguagem moderna), ou seja, o
FUNÇÕES CONSUMO E POUPANÇA. DETERMINAÇÃO Investimento cresce se a EMC for maior do que a taxa de
DA RENDA DE EQUILÍBRIO. O MULTIPLICADOR juros.
KEYNESIANO. OS DETERMINANTES DO
INVESTIMENTO.
MULTIPLICADOR SIMPLES DO INVESTIMENTO
MACROECONOMIA KEYNESIANA
É uma constante que relaciona a VARIAÇÃO NA RENDA
Hipóteses básicas: NACIONAL (dY) causada pela variação no Investimento
Economia fechada e sem governo;
Consumo e Poupança sendo funções do nível da Renda (dI). Assim:
Absoluta dos indivíduos;
O Investimento é tratado inicialmente como variável dY = dY/dI (dI), sendo o multiplicador do Investimento =
dada. dY/dI, que é dado pela seguinte relação: 1 / 1 – PMgC ;
ou, o que dá no mesmo, o inverso da PGgS: 1/PMgS
TEORIA DO CONSUMO
O multiplicador só causará efeitos efetivos na Renda real
O problema é: Keynes formulou sua “função-consumo” de se houver capacidade ociosa na economia. Se esta já
maneira apriorística, isto é, não procurando comprovação estiver à plena capacidade, seu efeito será meramente
empírica., com: Propensão marginal a consumir positiva, NOMINAL (isto é, monetário ou inflacionário).
porém inferior à unidade e também DECRESCENTE; além
disso, propensão média a consumir maior do que a Além disso, o multiplicador NÃO possui efeito “de uma vez
propensão marginal a consumir, podendo inicialmente ser para sempre”, isto é, ele esgota seu mecanismo ao final
maior do que a unidade, mas também decrescendo. de um período. Para que haja variação CONTINUADA na
Assim: C = f (Y), com PMeC = C/Y e PMgC = dC/dY, Renda teria que haver nova variação no Investimento.
sendo a primeira positiva para qualquer valor da Renda;
e, a segunda, positiva mas inferior à unidade. OS DETERMINANTES DO INVESTIMENTO
Complementares à “Função-Poupança”: S = f(Y), em que
PMeS = S/Y e PMgS = dS/dY, a primeira sendo positiva ou I = f (EMC; r)
negativa e complementar à PMeC; e a segunda sempre
positiva e inferior à unidade (com PMgC + PMgS = 1). Em que "r" é a taxa de juros do mercado de capitais;
OBSERVAÇÃO: GRÁFICOS EM SALA EMC é a Eficiência Marginal do Capital, ou seja, a taxa que
iguala o total dos retornos líquidos esperados do
Modelo de Demanda Agregada de inspiração investimento ao valor do capital investido.
keynesiana:
Ao contrário da estabilidade da variável Consumo, Keynes
Caracteriza-se por um conjunto de equações com o julgava que as crises econômicas eram causadas
objetivo de se determinar o nível de equilíbrio do mercado exatamente pela instabilidade do Investimento, a qual,
de bens e serviços, ou seja, aquele nível em que não há por seu turno, resultava dos humores do empresariado
impactos recessivos nem inflacionários sobre o nível das em suas projeções quanto ao futuro (“ espírito animal”)
atividades de uma economia, conseguido se, “ex-ante”,
um conjunto de variáveis denominadas de “injeções”, em
seu somatório vier a igualar-se com o outro conjunto de
variáveis denominadas de “vazamentos” ou “filtrações” SETOR GOVERNO E POLÍTICA FISCAL
(leakages).
Com a introdução do Setor Público no modelo keynesiano,
Assim, a equação de equilíbrio seria (para economia teremos:
fechada e sem governo):
Y=C+I+G
Y=C+I C = cYd (Yd=Renda Disponível; “c” é a PMgC)
Em que: Yd = Y – T + Tr
Y = Renda Nacional; T = Ta + tY (Ta são os Tributos autônomos e tY os
C = Consumo das famílias;
I = Investimento induzidos, com “t” sendo a PMgT)
Atribuindo-se os devidos valores às variáveis, obtém-se o Tr são as Transferências do Governo (tipo Pensões e
nível de equilíbrio do lado real da economia, visto que a Aposentadorias)
Renda Nacional terá como contrapartida a Demanda
Agregada. A Renda de Equilíbrio será:
www.cursoavancado.cjb.net 45
Finanças Públicas – Curso Avançado
Y = cY – cTa + ctY + cTr + I + G (que é o nível de Este é um exemplo de um argumento mais geral
equilíbrio). apresentado por James Tobin: deveria haver uma relação
firme entre o mercado de ações e o investimento. Ao
decidir se iriam investir, argumentava, as empresas não
Haverá equilíbrio na economia se: I + G + Tr = S + T (ou precisariam recorrer a cálculos complexos como os que
seja: as injeções = vazamentos) vimos no texto. Com efeito, o preço das ações diz às em-
MULTIPLICADORES: presas qual o valor que o mercado atribui a cada unidade
de capital já instalada. A empresa tem então um
se houverem apenas tributos do tipo autônomos, ou seja, problema simples: comparar o preço de aquisição de uma
com alíquota “t” = 0: unidade adicional de capital com o preço que o mercado
dY = ( dY/dTa)dTa multiplicador dos tributos está disposto o pagar por ela. Se o valor atribuído pelo
dY = ( dY/dG)dG multiplicador do Gasto Público mercado de ações superar o preço de aquisição, a empre-
sa deveria adquirir a máquina; caso contrário não deveria
Daí que se: dG = dT teremos o multiplicador unitário (ou, fazê-lo.
de Haavelmo; ou, do orçamento equilibrado), isto é, se o
Gasto crescer no mesmo valor do Tributo, o nível da Tobin construiu então uma variável correspondente ao
Renda crescerá NESSE MESMO VALOR; valor de uma unidade de capital já instalada em relação a
seu preço de aquisição e observou como suas variações se
Similarmente, se dTa = dT, a Renda não sofrerá variação aproximavam daquelas do investimento. Ele utilizou a
(dY = 0); letra “q” para denominar a variável e esta se tornou co-
mas, se ocorrerem os dois tipos de tributos: autônomos E nhecida como q de Tobin. Sua construção segue os
os induzidos, o resultado será ligeiramente diferente: a seguintes passos:
Renda ainda cresce se dG = dT, mas proporcionalmente
menos, pois haverá um vazamento para pagar o imposto (1) Pegue o valor total das empresas dos EUA,
de renda. Exercício em sala. segundo a avaliação dos mercados financeiros. Isto é,
calcule a soma de seus valores de mercado (o preço da
COM ECONOMIA ABERTA: ação multiplicado pelo número de ações). Calcule também
ACRESCENTAM-SE AINDA DOIS NOVOS o valor total de títulos em circulação (as empresas se
MULTIPLICADORES: financiam não apenas por meio de ações mas também de
títulos). Some o valor de ações e títulos.
O das Exportações : 1 / denominador comum
I das Importações autônomas: 1 / denominador comum 2) Divida este valor total pelo valor do estoque de
se todas as Importações forem autônomas; Se ocorrerem capital das empresas dos EUA a custo de reposição (o
também Importações induzidas (endógenas), acrescenta- preço que as empresas pagariam para substituir suas
se no denominador a Propensão Marginal a Importar ( máquinas, instalações e assim por diante).
“m”); A razão entre ambos nos proporciona o valor de uma
unidade de capital instalado em relação a seu preço
COM INVESTIMENTOS ENDÓGENOS OU INDUZIDOS corrente de aquisição. Essa razão o q de Tobin.
PELA RENDA: Intuitivamente percebemos que quanto mais elevado for q
maior será o valor do capital em relação a seu preço
O denominador dos multiplicadores será acrescentado da corrente, e, portanto, maior terá que ser o investimento.
Propensão Marginal a Investir: (“-i”). (No exemplo do início deste quadro, o q de Tobin é igual a
2, a empresa deveria, definitivamente investir.)
SUPERMULTIPLICADOR:
Qual a firmeza da relação entre o q de Tobin e o
Considerando todas as variáveis possíveis: investimento? A resposta é dada pela Figura 1, que
mostra as duas variáveis, ano a ano, de 1947 a 1990, nos
ΔY = Ca + Ia + G +cTa + cTG + X – Ma EUA.
((1-c)+ct+m-i))
No eixo vertical esquerdo está a taxa de variação da razão
entre investimento e capital. No eixo da direita está
NOVAS TEORIAS: INVESTIMENTO E MERCADO DE medida a taxa de variação do q de Tobin. Esta variável
AÇÕES (JAMES TOBIN). está defasada de um ano. Em 1987, por exemplo, a figura
mostra a taxa de variação da razão entre investimento e
Imagine uma empresa que possua 100 maquinas e 100 capital de 1987 e o taxa de variação do q de Tobin do ano
ações em circulação — uma ação por máquina. Imagine de 1986— isto é um ano antes. O motivo desta
que o preço da ação seja de US$2 e o da máquina seja de apresentação é que a relação mais firme dos dados é
apenas US$1. Obviamente a empresa deveria investir — aquela entre o investimento deste ano e o q de Tobin do
comprar uma nova máquina e financiar a compra por ano passado. Dito de outra forma, variações no taxa de
meio da emissão de uma ação. Cada máquina custa para investimento estão associadas mais estreitamente a
a empresa US$1, mas os participantes do mercado de variações do mercado de ações no ano anterior do que no
ações estão dispostos a pagar US$2 por ação ano corrente; isto pode ser a conseqüência de que as
correspondente a essa máquina uma vez instalada na empresas levam tempo para tomar decisões de
empresa. investimento, construir novas fábricas e assim por diante.
46 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
A mensagem da figura é clara: há uma relação firme
entre o q de Tobin e o investimento. Isto provavelmente
não seja porque as empresas seguem cegamente os sinais
do mercado de ações, mas porque as decisões de
investimento e os preços nos mercados de ações
dependem dos mesmos fatores — lucros futuros
esperados e taxas de juro frituras esperadas.
FIGURA 1
ANOS
www.cursoavancado.cjb.net 47
Finanças Públicas – Curso Avançado
3–O MODELO IS-LM. O EQUILÍBRIO NO MERCADO Le (demanda especulativa) positiva, se R/r - R/r' for maior
DE BENS. A DEMANDA POR MOEDA E O EQUILÍBRIO do que R
NO MERCADO MONETÁRIO. O EQUILÍBRIO NO ou: r' > r / 1 - r
MODELO IS/LM. POLÍTICAS ECONÔMICAS NO Assim, por exemplo, se r = 6% haverá Le se r > 6,38%
MODELO IS/LM. EXPECTATIVAS NO MODELO
IS/LM. Ainda conforme Keynes, haveria um piso na taxa de juros
(uns 2% aa, arriscava). Neste ponto, só se poderia
esperar uma SUBIDA na taxa de juros, pelo que,
O LADO MONETÁRIO: possivelmente todos entesourariam moeda.
Tratando a Oferta de Moeda com dada, segue-se que o
Antes de ingressarmos no modelo Hicks-Hansen (IS-LM), equilíbrio no mercado monetário será:
também conhecido como “a Síntese Neoclássico- Lt + Lp + Le = Ms
Keynesiana”, é necessário entendermos como os Gráfico em sala.
economistas clássicos viam a questão monetária.
Valia a chamada Teoria Quantitativa da Moeda, a qual O MODELO IS-LM (Gráficos em sala
postulava que as variáveis NOMINAIS não afetavam as do
lado real da economia, ligando-se apenas à outras
variáveis puramente nominais. Guardava-se moeda
apenas para transações, visto que a mesma seria um
ativo estéril.
MV = Py
Lado real: o equilíbrio ocorre se as injeções equivalerem
Em que “M” são os Meios de Pagamento circulantes; “V” é aos vazamentos da Renda, ou seja:
a velocidade de circulação da Renda; “P” é o nível médio
dos preços; e “y” é o Produto físico (real). I+G+X = S+T+M
Da equação acima, deduz-se facilmente (em sala) que há O lado real será determinado pela curva IS.
uma relação direta entre as variações nos Meios de
Pagamento e nos Preços. O Lado monetário ou nominal: pela curva LM.
Mais ainda: em uma primeira versão clássica, os Meios de A curva IS é o lugar geométrico que mostra as "n"
Pagamento deveriam variar na mesma proporção da taxa alternativas de combinações entre a taxa de juros e o
do Produto real. Se mais, haveria inflação; se menos, nível da Renda, compatíveis todas com situações de
deflação (veremos adiante, nas Teorias de Inflação). equilíbrio no lado real da economia;
Contudo, na Revolução Keynesiana, a Demanda ou A curva LM é o lugar geométrico que mostra as "n"
(Preferência) por Liquidez (Moeda) possui três alternativas de combinações entre a taxa de juros e o
componentes: nível da Renda, compatíveis todas com situações de
Transacional = função da Renda equilíbrio no lado nominal (monetário) da economia.
Precaucional = idem
Especulativo (não existe para os clássicos, pois não A curva IS é descendente e sua inclinação depende da
haveria razão para entesouramento perante taxas de elasticidade do Investimento em relação à taxa de juros.
juros positivas no mercado de capitais). Será menos inclinada se essa elasticidade for alta - e vice-
versa;
Porém Keynes argumenta que:
R = ganho anual de um título (exemplo: uma debênture A LM é, basicamente, ascendente, embora na formulação
perpétua); mais antiga tenha dois trechos diferentes: na armadilha
r = taxa de juros anuais da liquidez é infinitamente elástica; à taxas de juros
Preço do título: P = R / r excepcionalmente elevadas pode tornar-se totalmente
inelástica.
Se o indivíduo julgar que no período seguinte r' deverá ser
maior do que hoje (r), então poderia deixar para comprar
o título depois - mas perderia R do atual período. POLÍTICA ECONÔMICA NO MODELO IS-LM
POLÍTICA MONETÁRIA
Com um pouco de matemática, pode-se inferir que sua
perda pelo adiamento, devido à baixa de cotação (preço) Curvas IS LM
do título, será: Muito inelástica Ineficaz ou Pouco Eficaz
R/r - R/r'
Pouco inelástica Eficaz Ineficaz ou Pouco
Se essa perda for maior do que R do período atual, será
melhor entesourar, ou seja,
48 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
POLÍTICA FISCAL
Se as expectativas quanto ao nível da Renda esperada e
Curvas IS LM quanto à taxa de juros não se alterarem, então a IS se
Muito inclinada Eficaz Ineficaz ou Pouco deslocará para a esquerda e o nível da renda cairá;
Pouco inclinada Ineficaz ou Pouco Eficaz
No MÉDIO PRAZO: a redução anterior levará à queda nos
Os GRÁFICOS EM SALA mostram os resultados juros, seguindo-se um aumento no Investimento.
acima. Teremos então dois movimentos: o corte nos Gastos
reduz a Renda e o dos juros a eleva. Possivelmente o
resultado disso será a estabilização da Renda no médio
prazo;
A incorporação das expectativas NÃO altera a LM, O principal postulado da escola dos Novos Clássicos (a
visto que as decisões sobre reter moeda para transações chamada escola das Expectativas Racionais) é o de que as
e para especulação são função apenas dos níveis de variáveis reais são insensíveis, no longo e no curto prazo,
Renda e de Taxa de Juros correntes. tanto à política fiscal quanto à monetária.
Se há uma expansão monetária, a taxa nominal de juros Exemplo: Uma política monetária expansiva apregoada.
cairá. Mas o efeito dela sobre a taxa de juros REAL Os indivíduos sabem que isso irá elevar os preços e,
dependerá: conseqüentemente, deprimir o salário real. Portanto, os
se o mercado revisar suas expectativas sobre a taxa de trabalhadores ofertarão menos horas de trabalho
juros nominal ESPERADA; (coerentes com a função oferta de emprego diretamente
se o mercado revisar suas expectativas sobre a taxa de dependente do nível de salário real), trazendo como
inflação corrente e a futura. decorrência a curva de Oferta Agregada para trás -
anulando o deslocamento da demanda agregada pela
Se a taxa inflacionária (atual e prevista) é nula, então a expansão monetária.
taxa de juros nominal é igual à taxa real. Neste caso a
expansão monetária deslocará a LM para baixo, Se a expansão monetária for efetuada sem aviso, durante
produzindo pequeno impacto sobre a IS. Porém se a um curto lapso de tempo poderá surtir algum efeito, mas
expectativa foi de maior baixa na taxa de juros no futuro logo será percebida e perderá o mesmo.
e subida na Renda, a IS se deslocará e o efeito sobre a O mesmo ocorreria com qualquer alteração da política
Renda será maior. fiscal.
4. Política Fiscal e Expectativas Daí que os Novos Clássicos são inteiramente adeptos do
livre-mercado, pela absoluta ineficácia que atribuem às
Aqui, imagine-se que o Governo anuncia que vai reduzir o políticas econômicas, as quais, segundo eles, apenas
déficit público mediante corte nos Gastos presentes E trariam distúrbios inúteis à economia.
FUTUROS. O que poderá ocorrer ?
www.cursoavancado.cjb.net 49
Finanças Públicas – Curso Avançado
4-MODELO DE OFERTA E DEMANDA AGREGADA, No longo prazo:
INFLAÇÃO E DESEMPREGO. A FUNÇÃO DEMANDA
AGREGADA. AS FUNÇÕES DE OFERTA AGREGADA DE O nível de preços aumenta porque os salários nominais
CURTO E LONGO PRAZO. EFEITOS DA POLÍTICA subiram com o aumento do emprego. Aquele aumento
MONETÁRIA E FISCAL NO CURTO E LONGO PRAZO. reduzirá o estoque real de moeda (M/P) e com isso a taxa
CHOQUES DE OFERTA. INFLAÇÃO E EMPREGO. de juros aumentará retornando o Produto ao nível natural.
DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE PREÇOS. Apenas W e P ficaram mais elevados (variáveis nominais,
INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DA INFLAÇÃO. A CURVA não as reais).
DE PHILLIPS. A RIGIDEZ DOS REAJUSTES DE
PREÇOS E SALÁRIOS. A TEORIA DA INFLAÇÃO Obs.: Para os Novos Clássicos já no curto prazo a política
INERCIAL E A ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA monetária seria ineficaz, pois os agentes econômicos
BRASILEIRA RECENTE NO COMBATE À INFLAÇÃO. antecipam que a expansão trará aumento nos preços e
por isso a oferta de emprego não aumentará.
4.1 A função Demanda Agregada
Obs.: gráficos em sala Efeitos da Política Fiscal:
Esta função apresenta o nível de produto demandado para Expansão dos Gastos Públicos e/ou Redução de Tributos:
cada nível de preço. É construída pelos pontos resultantes
das interseções da IS com a LM, visto que: No curto prazo:
M / P = L (Y; r)
Sobe a demanda agregada e, portanto, o Produto. A taxa
Quando P aumenta, então isso desloca a oferta monetária de juros também sobe, inibindo o Investimento. Há um
(M/P) para a esquerda (porque esta se reduz em valor), o fenômeno chamado crowding out, mas com alguma
que eleva a taxa de juros, deprimindo a Demanda elasticidade do Investimento em relação à taxa de juros,
Agregada. mesmo baixa (porém maior do que zero) o impacto
líquido é positivo.
A curva da Demanda Agregada desloca-se quando variam
os fatores que alteram a IS ou a LM. Exemplos: Ms (com O ajuste, no longo prazo, passa pelo aumento dos preços
P constante); ou, ainda: G; T; X; M. reduzindo a estoque real de moeda e por maior aumento
dos juros reduzindo ainda mais as intenções de investir,
As funções de oferta agregada de curto e longo prazo retornando o sistema ao equilíbrio inicial.
A função Oferta Agregada é ascendente (o Produto cresce Causados por avanço tecnológico ou por aumento no
a Preços mais elevados) porque para se produzir mais se preço de insumos externos. A OA sobe ou desce.
precisa de mais mão-de-obra e esta só será mais ofertada Exemplo: o aumento do preço do petróleo causa, tanto no
a salários mais altos, o que levará os preços também para curto quanto no longo prazo, a queda do Produto. No
cima. Os trabalhadores padecem de ilusão monetária, por curto prazo, faz com que os preços subam, o que leva à
isto não visualizam que o salário nominal mais elevado redução do estoque real de moeda e à contração da
trará um preço esperado (futuro) mais alto, trazendo o demanda e do produto. No longo prazo, o salário real
salário real ao seu nível anterior. pago pelas empresas aumenta a taxa natural de
desemprego, o que, por sua vez, diminuirá o nível natural
No longo prazo: do produto. Sobre isto, veja-se o tópico a seguir:
INFLAÇÃO E DESEMPREGO:
Efeitos da política monetária e fiscal no curto e no longo
prazo: Determinação do nível de Preços
50 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
Ou seja: a DA é função crescente do estoque real de Para os Novos Keynesianos e similares (também
moeda e dos gastos públicos; e função decrescente dos chamados de Fiscalistas), a Moeda é “passiva” ou
tributos. endógena, normalmente sendo emitida em decorrência da
monetização do déficit público.
Oferta Agregada:
Inflação de Custos:
Pt = Pe (1 + m) f (1 – Y/L; z)
Ou seja: a OA é função crescente dos preços esperados, Ocorre:
da margem de lucro ou mark up (m); do nível de
emprego (1 – Y/L); e das condições institucionais que por pressões AUTÔNOMAS de custos (aumento do grau de
afetam os contratos salariais (ex.: salário-desemprego). mark up dos empresários);
Equilíbrio geral e determinação dos preços: por pressões salariais: se um aumento salarial REAL
ultrapassar a taxa de crescimento da produtividade física;
Ocorre na interseção das duas funções. por pressões nos preços dos insumos importados (ex.:
Imagine que o Produto de equilíbrio encontra-se ACIMA (à petróleo).
direita) do Produto “natural” (que corresponde ao nível de
produção que iguala o desemprego existente à sua “taxa Inflação estrutural:
natural”, que veremos adiante).
Ocorre por pressões de custos PERSISTENTES devidas a
Neste caso, o nível de Preços também será maior do que vícios (distorções) na formação das economias periféricas,
o nível de Preços Esperados. Assim, os fixadores de em especial:
salários revisam suas expectativas de preços para cima e
a curva de AO se desloca para cima (esquerda): o Produto a inelasticidade da oferta de alimentos devido ao
se reduz e o nível de Preços aumenta, até que, no médio latifúndio e à produção voltada para fora;
prazo, o Produto de equilíbrio se iguala ao nível do rigidez das importações concomitantemente com o baixo
produto dito “natural”. Na situação inversa teríamos os dinamismo das exportações, de bens primários,
mesmos efeitos e deslocamentos. ocasionando déficits externos e com estes a
desvalorização cambial;
INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DE INFLAÇÃO: limitada capacidade do Estado em arrecadar versus
maiores necessidades de gastar.
Inflação de Demanda:
Inflação inercial:
“Pura”, quando a Demanda Agregada supera a Oferta de
Pleno Emprego. Ocorre pelo conflito redistributivo entre os agentes
“Estrangulada”, quando a Demanda Agregada se eleva econômicos, o que os leva a procurar sempre indexar
mas a Oferta ainda pode responder, pois há capacidade seus preços pela inflação anterior a fim de manter sua
ociosa no sistema. participação relativa na Renda: trabalhadores-salários;
empresários-preços; governo-impostos; exportadores-
Óticas diferentes: taxa cambial. Quando há um novo choque, de oferta ou
de demanda, a inflação sobe de patamar e passará a ser
Para os Neoquantitativistas ou Monetaristas, o excesso de por inércia empurrada para a frente nessa nova taxa.
demanda ocorre quando há indisciplina monetária do
Banco Central, que expande a moeda além da conta. INFLAÇÃO E DESEMPREGO: A CURVA DE PHILLIPS:
Nesta ótica, a Moeda é dita “Ativa”. A versão original é de 1958, quando ªW.Phillips publicou
seu artigo mostrando o ajustamento que fez a partir de
Na versão tradicional da Teoria Quantitativa da Moeda: dados da economia britânica cobrindo cerca de um século
dP/P = (((1 + dM) / (1 + dy)) – 1 ) 100 (1861/1913) relacionando as variações na taxa de
desemprego e na dos salários nominais.
O que implica que a expansão monetária deveria ser igual
à do Produto físico para se obter inflação nula. Posteriormente as novas versões substituíram a taxa
salarial nominal pela taxa de inflação, considerando a
A chamada “reconstrução de Friedman” à TQM, temos sua correlação forte entre estas duas variáveis. Estava criado
“regra de ouro”: o famoso trade-off entre inflação versus desemprego
M/P (1/N) = k (Yp/n)d .
M/P (1/N) é a Oferta real de Moeda per capita; "k” é a Uma outra versão, de origem Monetarista, é chamada de
velocidade de circulação da Renda; “Yp” é a Renda “versão aceleracionista” da Curva de Phillips. Nesta, as
permanente na ótica friedmanniana; e “d” é a elasticidade expectativas de inflação se formam a partir da inflação
demanda de moeda em relação à Renda real permanente passada. Se um aumento na oferta monetária produzir
per capita. uma taxa de inflação efetiva maior do que a projetada,
haverá uma subida eufórica do Produto e do nível de
Assim, nessa visão a demanda real de moeda per capita é emprego. Mas, no longo prazo, o sistema retorna ao
função da Renda real permanente per capita. equilíbrio, como visto anteriormente, às custas de queda
Para Friedman a Moeda é um bem de luxo, pois sua nestas duas variáveis.
elasticidade renda-demanda nos EUA é de 1,8.
www.cursoavancado.cjb.net 51
Finanças Públicas – Curso Avançado
É importante assinalar que a Curva apresenta uma faixa Lei de Okun:
totalmente inelástica que mantém um valor positivo no
eixo das abscissas, correspondente à: Preocupada com o hiato entre o Produto real e o Produto
potencial (este, o de pleno emprego).
Taxa Natural de Desemprego (TND): Ainda relativamente à questão do desemprego, por outro
lado existe a Lei de Okun, preocupada com o hiato entre o
Essa é a “taxa de desemprego de pleno emprego” ou Produto real e o Produto potencial (este, o de pleno
“taxa estrutural de desemprego”, obtida quando o emprego).
mercado está em equilíbrio. Nos EUA considerava-se
como período base referencial a metade da década dos 50 Segundo os cálculos de Okun para a economia norte-
(4% da PEA). Na verdade essa taxa é obtida como uma americana, essa relação estaria conforme:
média ponderada das taxas naturais de desemprego dos Du = -0,4ppc (y – 2,5%);
subgrupos da força de trabalho. Assim, a dos sendo Du = taxa de desemprego; “y” é a taxa de
adolescentes será maior; para os homens de primeira crescimento do produto; e 2,5% a taxa tendencial do
idade, mais baixa e assim por diante. Produto.
NAIRU (nonaccelerating inflation rate of unemployment): Assim, uma política monetária contracionista levaria a um
Ou seja, a taxa de inflação que não aumenta o aumento no desemprego, não nos salários, pois estes já
desemprego, que seria a taxa de equilíbrio do nível de embutiriam uma inflação antecipada nos acordos salariais,
preços compatível com a TND. Uma taxa menor de que não poderia ser reduzida de maneira instantânea.
inflação só seria obtida às custas do aumento da taxa de
desemprego. Além disso, os contratos salariais das diversas categorias
são escalonados no tempo. Por isso, alguns já estão em
Formulação: vigor há muito tempo e outros ainda no início, por isso,
não há como muda-los igualmente.
Da equação acima, da Curva de Phillips: Outro argumento reside nos “salário-eficiência”. Para
p1 - pt-1 = - a(u1 – un) manter a fidelidade e a produtividade, uma vez que
A variação da inflação depende da diferença entre a taxa investiu em qualificação dos empregados, a empresa
de desemprego corrente e a natural. Quando a primeira embute um plus em seus salários. Por isso, uma retração
for maior do que a segunda, a inflação cai – e vice-versa. monetária não consegue com eficiência fazer com que
elas reduzam os salários, pois temem os perigos dessa
medida.
Ainda relativamente à questão do desemprego, por outro
lado existe a: Finalmente, muitas empresas mantêm os preços durante
algum tempo mesmo com mudanças na política
52 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
monetária, para não terem de arcar com os “custos do Metas modestas de estabilização da inflação e redução
menu (cardápio), que representa os gastos com as gradual do déficit público;
mudanças de suas listas de preços e avisos a clientes e Suspensos por dois meses os reajustes de tarifas e
fornecedores. salários de servidores públicos;
Congelamento dos saldos de empréstimos bancários para
A TEORIA DA INFLAÇÃO INERCIAL E A segurar a criação de moeda.
EXPERIÊNCIA BRASILEIRA RECENTE NO COMBATE À
INFLAÇÃO Janeiro/89: Plano Verão (de novo, Bresser Pereira):
FEV. 1986 – Gov. Sarney (Nova República): Plano Congelamento temporário de preços e salários;
Cruzado: Taxas de juros elevadas.
Ao final do ano o país mergulhava na hiperinflação. Não
Congelamento de salários, preços, taxa de câmbio e mais existiam praticamente “contas correntes” (DVBC,
demais valores (proibida a indexação, substituída a ORTN componente principal do M1), mas sim “contas
pela OTN de valor mensal constante); remuneradas”, indexadas diariamente.
Valores contratuais (salários, aluguéis, etc) corrigidos por 1990: Plano Collor (Plano Brasil Novo):
uma “tablita” para um valor médio do ano;
Instituição do “gatilho” salarial (quando a inflação Retenção de cerca de 80% dos ativos financeiros para
chegasse a 205); conter a demanda e forçar a baixa dos preços.
“Torneirinhas” abertas cada vez mais fizeram a moeda
Troca da moeda (cruzeiro pelo cruzado na razão 1000/1). retornar antes do prazo e a inflação retornou.
A inflação de 230% em 1985 caiu para 58% em 1986.
1991: Plano Collor II (Marcílio Marques Moreira):
Mas a taxa cambial valorizada e o aumento da Renda
(pelo fim do imposto inflacionário), fizeram explodir o Elevadas taxas reais de juros
déficit externo trazendo a moratória em 1987; Renegociação da dívida externa;
Algumas mudanças no sistema financeiro.
Quebrara-se a inércia, mas não as causas estruturais da
inflação: por isso o ágio surgiu e aos poucos as tabelas 1994: Plano Real (André Lara Rezende e Pérsio Arida –
foram abandonadas. Plano LARIDA):
www.cursoavancado.cjb.net 53
Finanças Públicas – Curso Avançado
5-MACROECONOMIA ABERTA. ESTRUTURA DO redução nas importações, eliminando-se o déficit. O
BALANÇO DE PAGAMENTOS. REGIMES CAMBIAIS. resultado final será o retorno ao equilíbrio embora com
CRISES CAMBIAIS. O MODELO IS/LM NUMA taxa cambial agora mais elevada.
ECONOMIA ABERTA. POLÍTICA MONETÁRIA E Graficamente: a curva BP se desloca até alcançar a
FISCAL NUMA ECONOMIA ABERTA. POLÍTICA intercessão da IS com a LM.
CAMBIAL NO PLANO REAL. Com câmbio fixo:
54 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
cambial; as exportações tenderão a aumentar e as Perante essa especulação, os investidores retiram seus
importações a cair; o objetivo expansionista logrará êxito. capitais do país; este passa a comprar moeda nacional
vendendo de suas reservas para sustentar o câmbio. Com
Conclui-se que, neste tipo de regime cambial, a política essa atitude, as reservas se evaporam. É claro que o BC
monetária é eficaz, mas não a política fiscal. reagirá aumentando os juros, mas isso não pode ocorrer
MUDANÇA NA TAXA CAMBIAL SEMPRE RESOLVE ? por muito tempo e nem com elevados percentuais para
deter a fuga e, enfim, o BC é obrigado a capitular e
Em princípio, se a moeda doméstica se desvaloriza desvaloriza a moeda – além de socorrer-se de créditos
(deprecia) é evidente que os produtos nacionais ficarão externos institucionais.
mais baratos (=aumento das exportações) e os produtos
do exterior mais caros (=redução nas importações). VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS REGIMES
Contudo, há duas qualificações sobre isto: CAMBIAIS
CURVA J Câmbio flutuante:
É uma curva que descreve a deterioração inicial da Vantagem: ajuste automático do BP;
balança comercial causada por uma desvalorização, Desvantagens: reduz a eficiência do planejamento das
seguida por uma melhoria no saldo da mesma. empresas;
Por que / Porque o preço das importações aumenta, mas, Sujeita à economia a enormes flutuações,
em um período inicial, a Quantidade importada não cai inclusive dos juros e, portanto, das atividades;
logo, pois já há amarramentos contratuais e/ou não há
alternativas imediatas de substituição para certos Câmbio fixo:
produtos, com o que, DT = PQ tende a aumentar. Após os
devidos ajustes, finalmente os efeitos se farão sentir. O Vantagem: facilita o planejamento empresarial;
mesmo quanto às exportações: ficam mais baratas, mas Desvantagem: sujeita a economia a recessões e imobiliza
não se consegue desde logo tomar mercado dos outros. a política monetária, além de exigir grandes reservas para
Num período inicial, as receitas caem, mas depois chegam segurar a paridade.
finalmente os reflexos positivos.
POLÍTICA CAMBIAL NO PLANO REAL: OS DÉFICITS
CONDIÇÃO MARSHALL-LERNER-ROBINSON GÊMEOS
A desvalorização faz os preços dos produtos exportados O Plano Real teve uma de suas principais âncoras no trato
mais baratos e os dos importados mais caros. Mas, externo: uma combinação de enorme abertura comercial
imagine-se uma economia em que a Balanço Comercial (a alíquota efetiva real média na aduana caiu de 34% na
está equilibrada no momento zero, quando tal fato ocorre. segunda metade dos anos 80 para apenas 7% no final do
governo FHC) com um engessamento do câmbio,
Se esse país exportasse um bem de elasticidade-preço da tornando o real apreciado – tudo para aumentar a
demanda igual a zero ou pelo menos menor do que a competitividade e segurar os preços internos.
unidade, isso significa que a receita com as exportações
irá CAIR. O déficit daí resultante nas Transações Correntes foi
coberto com o ingresso de capitais via elevação nas taxas
Igualmente, com as importações: imagine-se que se de juros internas (e, conseqüentemente, no “cupom
tratam de bens de baixíssima elasticidade cambial”), além de privatizações para atrair investimento
(insubstituíveis). As importações pouco ou nada cairiam. direto, basicamente nos segmentos de bens non-
tradeables, que não geram depois fluxos de ingressos,
A Condição M-L-R, a partir de um modelo matemático mas tão somente de saídas de dividendos.
demonstra que, uma desvalorização cambial só irá
apresentar um resultado líquido positivo sobre a Balança Essa elevação dos juros, só fez aumentar o déficit público
Comercial, se “a soma das elasticidades-preço das e anular os esforços de superavits primários, fazendo a
demandas pelos produtos exportados + importados nessa dívida interna crescer exponencialmente;
economia for maior do que a unidade (em valor
absoluto)”. Por seu turno, as entradas de divisas tinham que ser
esterilizadas (isto é, trocadas por dívida externa para
CRISES CAMBIAIS evitar uma explosão de demanda).
www.cursoavancado.cjb.net 55
Finanças Públicas – Curso Avançado
6-CRESCIMENTO DE LONGO PRAZO: O MODELO DE PROGRESSO TECNOLÓGICO
SOLOW. O PAPEL DA POUPANÇA, DO CRESCIMENTO
POPULACIONAL E DAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS Aumenta a eficiência do trabalho à uma taxa constante
SOBRE O CRESCIMENTO. "A REGRA DE OURO". "g" (resídual de Sollow)
Chega-se assim ao Estado Estacionário, que é aquele em Com progresso tecnológico é possível alcançar-se nível
que I = Depreciação, um estado de equilíbrio estável mais elevado de produto per capita. Também tem sido
marshalliano. Nesse nível, o investimento é o suficiente demonstrado que a acumulação de capital humano têm
para manter estável a capitalização por trabalhador. efeito similar à do capital físico.
Qualquer avanço ou qualquer retrocesso fará a economia
retornar a esse nível.
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO
56 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
7-A ECONOMIA INTERTEMPORAL. O CONSUMO E O As curvas de indiferença mostram as combinações de C1
INVESTIMENTO NUM MODELO DE ESCOLHA e C2 que proporcionam o mesmo nível de satisfação.
INTERTEMPORAL. A RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA Curvas mais altas, maiores níveis de satisfação.
INTERTEMPORAL DAS FAMÍLIAS. A RESTRIÇÃO
ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL DO GOVERNO E Gráficos em sala
A EQUIVALÊNCIA RICARDIANA. A RESTRIÇÃO
ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL DE UMA NAÇÃO
E O ENDIVIDAMENTO EXTERNO.
VARIAÇÃO NA RENDA
www.cursoavancado.cjb.net 57
Finanças Públicas – Curso Avançado
adiamentos ou antecipações de impostos de fato ocorram,
nem todos os consumidores acham que haverá as futuras
compensações e, por isso, não necessariamente adiarão
ou anteciparão seu consumo em função dessa
expectativa. Por isso, a política fiscal TEM DE FATO
EFEITOS sobre as atividades econômicas.
Analiticamente, teremos:
D = G1 – T1
T2 = (1+r) (G1 – T1) + G2
T2 = (1+r) (G1 – T1) + G2
T1 + (T2 / 1+r) = G1 + (G2 / 1+r)
O valor presente dos gastos públicos é igual ao valor
presente dos tributos.
58 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
8-PROVAS DA ESAF DE ECONOMIA renda líquida enviada ao exterior = 50;
formação bruta de capital fixo mais variação de estoques
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL - AFRF - = 150;
2003 POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA poupança líquida do setor privado = 50;
depreciação = 5;
ECONOMIA saldo do governo em conta corrente = 35.
Com base nestas informações e considerando as
01-(AFRF/2003)- Considere os seguintes saldos do identidades macroeconômicas de um sistema de contas
balanço de pagamentos para uma determinada economia nacionais, é correto afirmar que as importações de bens e
hipotética, em unidades monetárias: serviços não-fatores é igual a:
www.cursoavancado.cjb.net 59
Finanças Públicas – Curso Avançado
a) quanto maior a taxa de juros, menor é a demanda por dada pela expressão:
moeda.
b) na ausência dos casos clássico e da armadilha da C1 + C2/(1 + r) = Y1 + Y2/(1 + r)
liquidez, uma política fiscal expansionista eleva a taxa de
juros. onde:
c) na ausência dos casos clássico e da armadilha da C1 = consumo no período 1;
liquidez, uma política fiscal expansionista eleva a renda. C2 = consumo no período 2;
d) no caso da armadilha da liquidez, uma política fiscal Y1 = renda no período 1;
expansionista não aumenta o nível de renda. Y2 = renda no período 2; e
e) quanto maior a renda, maior é a demanda por moeda. r = taxa de juros. e
a) 80,0
b) 98,5 AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL - AFRF -
c) 77,2 2002.2 POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA -
d) 55,1 PROVA 3 2
e) 110,0
ECONOMIA
09-(AFRF/2003) Com relação ao modelo de crescimento
de Solow, é correto afirmar que, no equilíbrio de longo 01-(AFRF/2002.2) Suponha uma economia que só
prazo: produza dois bens
finais (A e B). Considere os dados a seguir:
a) quanto maior for a taxa de depreciação, maior será o
estoque de capital por trabalhador. Bem A Bem B
b) a taxa de crescimento do produto por trabalhador é
igual à taxa de depreciação. quantidade preço quantidade preço
c) quanto maior for a taxa de poupança, maior será o
consumo por trabalhador. Período1 10 5 12 6
d) quanto maior for a taxa de crescimento populacional,
maior será o estoque de capital por trabalhador. Período 2 10 7 10 9
e) quanto maior a taxa de poupança, maior será o
estoque de capital por trabalhador. Com base nestes dados, é incorreto afirmar que:
www.cursoavancado.cjb.net 61
Finanças Públicas – Curso Avançado
a) uma elevação na demanda tenderá a intensificar a a) independentemente do regime cambial, a política
queda no produto que decorre do choque de oferta. fiscal é a única capaz de exercer influência sobre o
b) o choque adverso de oferta aumenta os custos e, produto já que, no modelo, está implícita a hipótese
portanto, os preços. Se não houver alterações na de que a taxa esperada de inflação é zero.
demanda agregada, teremos uma combinação, no curto b) ambos os instrumentos exercem impactos sobre a
prazo, de preços crescentes com redução do produto. No renda, independente do regime cambial adotado, já
longo prazo, com a queda dos preços, a economia que as taxas de câmbio real e nominal são iguais.
retornará ao seu nível de pleno emprego.
c) os impactos de um ou outro instrumento sobre a
c) se não ocorrer deslocamentos na curva de demanda
renda agregada dependem do regime cambial adotado
agregada, o choque de oferta causará deflação.
no modelo.
d) o choque de oferta alterará apenas o produto de pleno
emprego. d) se o regime for de câmbio fixo, tanto a política
e) não ocorrerá alterações nem nos preços nem no nível monetária quanto a política fiscal exercem influência
do produto, tanto no curto quanto no longo prazo, uma sobre a renda agregada, já que as taxas de câmbio
vez que, se o choque de oferta não desloca a curva de nominal e real são iguais.
oferta de longo prazo, também não deslocará a curva de e) independentemente do regime cambial, a política
oferta de curto prazo. monetária é a única capaz de exercer influência sobre
o produto, já que se verifica uma situação de total
09-(AFRF/2002.2) Com relação ao modelo de Solow, é estabilidade no nível de preços internos.
incorreto afirmar que
02- (AFRF/2000)São medidas que tendem a corrigir
a) o estado estacionário que maximiza o consumo é déficits no balanço de pagamentos:
aquele definido pela denominada “regra de ouro”.
b) a taxa de poupança determina a quantidade do estoque a) elevação do nível de atividade econômica, redução
de capital por trabalhador e, portanto, o nível do produto das taxas internas de juros, redução no nível geral de
por trabalhador no estado estacionário. preços internos
c) quanto maior a taxa de poupança, maior o bem-estar b) elevação do nível de atividade econômica, redução
da sociedade. das taxas internas de juros, desvalorização da taxa
d) o estado estacionário pode ser considerado como um nominal de câmbio
equilíbrio de longo prazo. c) redução do nível de atividade econômica, redução
e) somente o progresso tecnológico explica o crescimento das taxas internas de juros, desvalorização da taxa
de longo prazo. nominal de câmbio
d) redução do nível de atividade econômica, redução
10-(AFRF/2002.2) Considere os seguintes dados para o
no nível geral de preços internos, elevação das taxas
modelo de crescimento de Solow:
internas de juros
k = estoque de capital por trabalhador e) elevação do nível de atividade econômica,
ä = taxa de depreciação elevação das taxas internas de juros, elevação no
y = produto por trabalhador nível geral de preços internos
s = taxa de poupança
Sabendo-se que y = (k)0,5 , ä = 0,1 e s = 0,4, os níveis 03-(AFRF/2000) Considere os seguintes dados que
de k e y no estado estacionário serão, respectivamente: refletem as relações de uma economia hipotética
com o resto do mundo, num determinado período de
a) 16 e 4 tempo, em unidades monetárias:
b) 16 e 8
- exportações com pagamento a vista: 100;
c) 4 e 16
- importações com pagamento a vista: 50;
d) 4 e 8
- entrada de investimento direto externo sob a
e) 4 e 12
forma de máquinas e equipamentos: 200;
- pagamento de juros de empréstimos, remessa de
lucros e pagamento de aluguéis: 80; e
AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL - AFRF -
- amortização de empréstimos: 50.
2000 POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Pode-se afirmar que
ECONOMIA
a) o saldo da balança comercial é de +50; o saldo da
01-(AFRF/2000) Considere o modelo IS/LM com as balança de serviços é de -130; o saldo em transações
seguintes hipóteses: correntes é de -230; e o saldo total do balanço de
pagamentos é de -80.
i) economia pequena e aberta b) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da
ii) livre mobilidade de capital balança de serviços é de -80; o saldo em transações
iii) taxa de câmbio nominal igual à taxa de câmbio real correntes é de -230; e o saldo total do balanço de
pagamentos é de -80.
Suponha que a autoridade econômica disponha dos
dois tradicionais instrumentos de política econômica: c) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da
política fiscal e política monetária. Pode-se então balança de serviços é de -130; o saldo em transações
afirmar que:
62 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
correntes é de -230; e o saldo total do balanço de Com base nesta equação, pode-se afirmar que
pagamentos é de -80.
d) o saldo da balança comercial é de +50; o saldo da a) a trajetória da inflação dependerá de A e f. Se A >
balança de serviços é de -80; o saldo em transações 0 ou se f > 0, a inflação será crescente; mas se A =
correntes é de -230; e o saldo total do balanço de 0, independente de f, a inflação será estável.
pagamentos é de -80.
b) não é possível, a partir da equação, prever uma
e) o saldo da balança comercial é de -150; o saldo da situação de inflação inercial.
balança de serviços é de -80; o saldo em transações
c) a trajetória da inflação dependerá principalmente
correntes é de +230; e o saldo total do balanço de
de A. Neste sentido, a inflação será estável somente
pagamentos é nulo.
se A = 0.
04-(AFRF/2000) Com relação aos lançamentos no d) a trajetória da inflação, pela equação, será sempre
balanço de pagamentos, pode-se afirmar que crescente, independente dos valores de A e f.
e) a trajetória da inflação dependerá exclusivamente
a) as amortizações de empréstimos fazem parte dos
do termo f. Supondo a ausência de choques
movimentos de capitais autônomos ao passo que o
exógenos, se f > 1, a inflação será explosiva; se f = 1
pagamento de juros de empréstimos fazem parte do
a inflação será inercial; e se f < 1, a inflação será
balanço de serviços.
decrescente.
b) qualquer operação envolvendo donativos deve
necessariamente ter como contrapartida lançamento 07-(AFRF/2000) São consideradas operações ativas do
na conta de importações. Banco Central:
c) qualquer operação de importação deve
necessariamente ter como contrapartida lançamento a) alterações nas reservas internacionais, operações
na conta "haveres a curto prazo no exterior". de redescontos, alterações no Imposto sobre
Operações Financeiras
d) as transferências unilaterais devem ter
necessariamente como contrapartida lançamentos na b) alterações nas reservas internacionais, operações
conta "haveres a curto prazo no exterior". de redescontos, empréstimos ao Tesouro Nacional,
alteração dos impostos nas operações financeiras
e) é possível um lançamento no balanço de
pagamentos se contrapartida de lançamento em outra c) alterações nas reservas internacionais, operações
conta, desde que tal lançamento não seja proveniente de redescontos, empréstimos ao Tesouro Nacional,
de operações de exportação ou de importação. compra de títulos públicos federais
d) alterações nas reservas internacionais, alterações
05-(AFRF/2000) Considere que tenha ocorrido uma na taxa de câmbio, operações de redescontos,
desvalorização nominal da taxa de câmbio de 10% empréstimos ao Tesouro Nacional
num determinado período. Considerando o conceito e) alterações nas reservas internacionais, operações
de taxa de câmbio utilizada no Brasil e o conceito de de redescontos, empréstimos ao Tesouro Nacional,
câmbio real que leva em conta a inflação interna e alterações dos impostos nos mercados de capitais
externa, pode-se afirmar que,
a) se a inflação externa foi de 10% no período e a 08-(AFRF/2000) São fatores que tendem a elevar a
inflação interna foi de 25% no período, houve uma oferta monetária na economia:
desvalorização real da taxa de câmbio. a) elevação das reservas internacionais do país;
b) se a inflação externa foi de 5% e a inflação interna concessão, por parte do Banco Central, de
foi de 20% no período, houve uma valorização real da empréstimos aos bancos comerciais; compra de títulos
taxa de câmbio. públicos pelo Banco Central
c) se tanto a inflação interna quanto a externa foram b) redução das reservas internacionais do país;
de 5% no período, não houve alteração na taxa de concessão, por parte do Banco Central, de
câmbio real. empréstimos aos bancos comerciais; compra de títulos
d) se a inflação externa foi de 20% e a inflação públicos pelo Banco Central
interna foi de 5% no período, houve uma valorização c) redução das reservas internacionais do país;
real da taxa de câmbio. concessão, por parte do Banco Central, de
e) se a inflação externa foi de 15% no período e a empréstimos aos bancos comerciais; venda de títulos
inflação interna foi de 30% no período, houve uma públicos pelo Banco Central
desvalorização real da taxa de câmbio. d) elevação das reservas internacionais do país;
concessão, por parte do Banco Central, de
empréstimos aos bancos comerciais; venda de títulos
06-(AFRF/2000) Considere a seguinte equação: públicos pelo Banco Central
e) elevação das reservas internacionais do país;
pt - fpt-1 = A
recebimento, pelo Banco Central, de empréstimos
onde:
concedidos ao setor privado; venda de títulos públicos
pt = taxa de inflação em t (pt-1 = taxa de inflação
pelo Banco Central
em t -1);
A = choques exógenos; e
f > 0.
www.cursoavancado.cjb.net 63
Finanças Públicas – Curso Avançado
09-(AFRF/2000) Considerando o modelo de oferta e c) tanto da renda quanto da taxa nominal de juros.
demanda agregada; considere ainda que, no longo Assim, quanto maior a renda ou quanto maior a taxa
prazo os preços são flexíveis, mas no curto prazo, de juros, maior será a demanda por moeda
verifica-se rigidez total nos preços. Então, é correto d) exclusivamente da renda real. Assim, quanto
afirmar que: maior for a inflação esperada, maior será a demanda
a) tanto no curto quanto no longo prazo, por moeda
deslocamentos na demanda agregada afastam o e) exclusivamente da taxa esperada de inflação.
produto do seu nível de pleno emprego. A diferença Assim quanto maior for esta taxa, maior será a
está nos efeitos desses deslocamentos sobre a demanda por moeda
inflação.
b) deslocamentos na demanda agregada afetam o
produto agregado tanto no curto quanto no longo 12-(AFRF/2000) Considere as seguintes informações
prazo. A diferença entre os dois casos está apenas no para uma economia hipotética, num determinado
grau de intensidade dos efeitos da demanda sobre o período de tempo, em unidades monetárias:
produto. Consumo autônomo = 100;
c) no longo prazo, deslocamentos na demanda Investimento agregado = 150;
agregada afastam o produto agregado do seu nível de Gastos do governo = 80;
pleno emprego. Tal efeito, entretanto, não ocorre no Exportações = 50;
curto prazo. Importações = 30.
d) deslocamentos na demanda agregada no longo
prazo só afetam o nível de preços; já no curto prazo, Pode-se então afirmar que,
tais deslocamentos só afetam o produto agregado. a) se a propensão marginal a consumir for 0,8, a
e) tanto no curto quanto no longo prazo, o produto renda de equilíbrio será de 1700
agregado encontra-se em seu nível de pleno emprego. b) se a propensão marginal a poupar for 0,2, a renda
Assim, deslocamentos da demanda agregada só de equilíbrio será de 1750
causam efeitos sobre a inflação, cuja intensidade é c) se a propensão marginal a consumir for de 0,6, a
maior no longo prazo. renda de equilíbrio será de 1730
d) se a propensão marginal a poupar for 0,3, a renda
de equilíbrio será de 1700
10-(AFRF/2000) Considerando o modelo IS/LM com os
casos denominados de "clássico" e da "armadilha da e) se a propensão marginal a consumir for 0,7, a
liquidez", podemos afirmar que: renda de equilíbrio será de 1800
64 www.cursoavancado.cjb.net
Finanças Públicas – Curso Avançado
e) o Produto Nominal cresceu 17,76% ao passo que o
Produto Real caiu 26,26%.
14-(AFRF/2000) Considere:
Ipr = investimento privado
Ipu = investimento público
Spr = poupança privada
Sg = poupança do governo
Se = poupança externa
www.cursoavancado.cjb.net 65