Segundo o filósofo Marshall McLuhan, os homens criam as ferramentas e as ferramentas

recriam os homens. Concomitante à isso, fica evidente que, em pleno século XXI, o avanço da
globalização e tecnologias, bem como advento da inteligência artificial, surgiram como um
mister facilitador da vida humana. Em contrapartida, o sistema capitalista bem como a lacuna
educacional da sociedade, contribui para que a inteligência artificial seja uma questão
problemática que precisa ser debatida para que as pessoas sejam mais agentes e menos
pacientes na Era Digital.

Em primeira análise, vive-se em uma aldeia global capitalista, a inteligência artificial surge a
partir do interesse de iniciativas privadas para obtenção de lucro. Isso corrobora para que haja
um aumento da robotização na produção industrial, o que dificulta a obtenção de emprego,
uma vez que a mão de obra humana se torna facilmente substituível por robôs, o que leva a
um baixo custo de produção, já que robô não precisa de salário, auxílios ou aposentadorias.
Dessa forma, muitas profissões correm o risco de ficar obsoletas e vulneráveis, visto que a
inteligência artificial tende a beneficiar o lado da elite empresarial.

Em segundo plano, convém destacar que a lacuna educacional, contribui para que a sociedade
tenha um papel passivo diante da Inteligência Artificial. Para o filósofo e educador Paulo
Freire, a educação deve possuir um viés libertador sobre o qual as pessoas são agentes que
operam e transformam o mundo. Para isso, uma base curricular atualizada para o século XXI,
reduziria a facilidade pela qual as pessoas espalham fakes news, devido ao algoritmo utilizado
pela inteligência artificial para manipular e entreter as pessoas no espaço cibernético. Assim,
uma educação arcaica e tecnicista – enraizada nos moldes tradicionais – não é o suficiente
para que a sociedade saiba lidar com as implicações provenientes da Inteligência Artificial.

Fica evidente, portanto, que a Inteligência Artificial é uma questão problemática na sociedade
atual, devendo ser amplamente debatida antes que, de fato, seja implementada. Para isso, é
necessário que o Ministério da Educação, órgão capaz de melhorar a qualidade de ensino do
país, por meio da atualização da base curricular nos ensinos básico e superior, implemente, de
forma abrangente, a disciplina de informática, para todas as faixas etárias, bem como palestras
e workshops nas escolas para toda a comunidade, acerca da Inteligência Artificial e suas
implicações. Só assim, a sociedade poderá se tornar agentes das suas ações.