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ISBN 978-85-60890-11-8
CDD-371.426
Iniciativa Realização
Fundação IOCHPE
Al. Tietê, 618 casa 3, Cep 01417-020, São Paulo, SP
www.formare.org.br
Formare: uma escola para a vida
Paulo Freire
Contabilidade Básica 3
ser humano sobre a face da Terra e, portanto, deve ser reconhecido e
valorizado como a “sabedoria do fazer”.
O conhecimento proveniente de uma atividade como o trabalho, por
exemplo, nem sempre pode ser traduzido em palavras. Em geral, peritos
têm dificuldade em descrever com clareza e precisão sua técnica. É
preciso vê-los trabalhar para “aprender com eles”.
O pensar e o fazer são dois lados de uma mesma moeda, dois pólos de
uma mesma esfera. Possuem características próprias, sem pré-requisitos
ou escala de valores que os coloquem em patamares diferentes.
Teoria e prática são modos de classificar os saberes insuficientes para
explicar a natureza de todo o conhecimento humano. O saber proveniente
do fazer possui uma construção diferente de outras formas que se valem
de conceitos, princípios e teorias, nem sempre está atrelado a um
arcabouço teórico.
Quando se reconhece a técnica como conhecimento, considera-se
também a atividade produtiva como geradora de um saber específico e
valoriza-se a experiência do trabalhador como base para a construção do
conhecimento naquela área. Técnicas são conhecimentos processuais,
uma dimensão de saber cuja natureza se define como seqüência de
operações orientadas para uma finalidade.
O saber é inerente ao fazer, não uma decorrência dele.
Tradicionalmente, os cursos de educação profissional eram rigidamente
organizados em momentos prévios de “teoria” seguidos de momentos de
“prática”. O padrão rígido “explicação (teoria) antes da execução (prática)”
era mantido como algo natural e inquestionável. Profissões que exigem
muito uso das mãos eram vistas como atividades mecânicas, desprovidas
de análise e planejamento.
Autores estão mostrando que o aprender fazendo gera trabalhadores
competentes e a troca de experiências integra comunidades de prática nas
quais o saber “distribuído por todos” eleva o padrão da execução. Por isso,
o esforço para o registro, organização e criação de uma rede de apoio,
uma teia comunicativa de “relato de práticas” é fundamental.
Dessa forma, o uso do paradigma da aprendizagem corporativa faz sentido
e é muito mais produtivo. A idéia da formação profissional no interior do
espaço de trabalho é, portanto, uma proposição muito mais adequada,
inovadora e ousada do que a seqüência que propõe primeiro a teoria na
sala de aula, depois a prática.
Atualmente, as empresas têm investido na educação continuada de seus
funcionários na expectativa de que esse esforço contribua para melhorar
os negócios. A formação de quadros passou a ser, nesses últimos anos,
atividade central nas organizações que buscam o conhecimento para
impulsionar seu desenvolvimento. No entanto, raramente se percebe que
um dos conhecimentos mais importantes é aquele que está sendo
construído pelos seus funcionários no exercício cotidiano de suas funções,
é aquele que está concentrado na própria empresa.
4 Contabilidade Básica
A empresa contrata especialistas, adquire tecnologias, desenvolve práticas
de gestão, inaugura centros de informação, organiza banco de dados,
incentiva inovações. Vai acumulando, aos poucos, conhecimento e
experiências que, se forem apoiadas com recursos pedagógicos, darão
à empresa a condição de excelência como “espaço de ensino e
aprendizagem”.
Criando condições para identificar, registrar, organizar e difundir esse
conhecimento, a organização poderá contribuir para o aprimoramento da
formação profissional.
Convenciona-se que a escola é o lugar onde se ensina e a empresa é
onde se produz bens, produtos e serviços. Deste ponto de vista, o
conhecimento seria construído na escola, e caberia à empresa o
aprimoramento de competências destinadas à produção. Esta é uma visão
acanhada e restritiva de formação profissional que não reconhece e não
explora o potencial educativo de uma organização.
Neste cenário, a Fundação IOCHPE, em parceria com a UTFPR –
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, desenvolve a proposta
pedagógica Formare, que apresenta uma estrutura curricular composta de
conteúdos integrados: um conjunto de disciplinas de formação geral
(Higiene, Saúde e Segurança; Comunicação e Relacionamento;
Fundamentação Numérica; Organização Industrial e Comercial; Informática
e Atividades de Integração) e um conjunto de disciplinas de formação
específica.
O curso Formare pretende ser uma escola que ofereça aos jovens uma
preparação para a vida. Propõe-se desenvolver não só competências
técnicas, mas também habilidades que lhes possibilitem estabelecer
relações harmoniosas e produtivas com todas as pessoas, que os tornem
capazes de construir seus sonhos e metas, além de buscar as condições
para realizá-los no âmbito profissional, social e familiar.
A proposta curricular tem a intenção de fortalecer, além das competências
técnicas, outras habilidades:
Contabilidade Básica 5
Para finalizar, ao integrar o ser, o pensar e o fazer, os cursos Formare
ajudam os jovens a desenvolver competências para um bom desempenho
profissional e, acima de tudo, a dar sentido à sua própria vida. Dessa
forma, esperam contribuir para que eles tenham melhores condições para
assumir uma postura ética, colaborativa e empreendedora em ambientes
instáveis como os de hoje, sujeitos a constantes transformações.
Equipe FORMARE
6 Contabilidade Básica
Sobre o caderno
Você, educador voluntário, sabe que boa parte da performance dos jovens
no mundo do trabalho dependerá das aprendizagens adquiridas no espaço
de formação do Curso em desenvolvimento em sua empresa no âmbito do
Projeto Formare.
Por isso, os conhecimentos a serem construídos foram organizados em
etapas, investindo na transformação dos jovens estudantes em futuros
trabalhadores qualificados para o desempenho profissional.
Antes de esse material estar em suas mãos, houve a definição de uma
proposta pedagógica, que traçou um perfil de trabalhador a formar, depois
o delineamento de um plano de curso, que construiu uma grade curricular,
destacou conteúdos e competências que precisam ser desenvolvidos para
viabilizar o alcance dos objetivos estabelecidos e então foram desenhados
planos de ensino, com vistas a assegurar a eficácia da formação desejada.
À medida que começar a trabalhar com o Caderno, perceberá que todos
os encontros contêm a pressuposição de que você domina o conteúdo e
que está recebendo sugestões quanto ao modo de fazer para tornar suas
aulas atraentes e produtoras de aprendizagens significativas. O Caderno
pretende valorizar seu trabalho voluntário, mas não ignora que o
conhecimento será construído a partir das condições do grupo de jovens e
de sua disposição para ensinar. Embora cada aula apresente um roteiro e
simplifique a sua tarefa, é impossível prescindir de algum planejamento
prévio. É importante que as sugestões não sejam vistas como uma camisa
de força, mas como possibilidade, entre inúmeras outras que você e os
jovens do curso poderão descobrir, de favorecer a prática pedagógica.
O Caderno tem a finalidade de oferecer uma direção em sua caminhada de
orientador da construção dos conhecimentos dos jovens, prevendo
objetivos, conteúdos e procedimentos das aulas que compõem cada
capítulo de estudo. Ele trata também de assuntos aparentemente miúdos,
como a apresentação das tarefas, a duração de cada atividade, os
materiais que você deverá ter à mão ao adotar a atividade sugerida, as
imagens e os textos de apoio que poderá utilizar.
No seu conjunto, propõe um jeito de fazer, mas também poderá apresentar
outras possibilidades e caminhos para dar conta das mesmas questões,
com vistas a encorajá-lo a buscar alternativas melhor adequadas à
natureza da turma.
Como foi pensado a partir do planejamento dos cursos (os objetivos gerais
de formação profissional, as competências a serem desenvolvidas) e dos
planos de ensino disciplinares (a definição do que vai ser ensinado, em
que seqüência e intensidade e os modos de avaliação), o Caderno
pretende auxiliá-lo a realizar um plano de aula coerente com a concepção
do Curso, preocupado em investir na formação de futuros trabalhadores
habilitados ao exercício profissional.
Contabilidade Básica 7
O Caderno considera a divisão em capítulo apresentada no Plano de
Ensino e o tempo de duração da disciplina, bem como a etapa do Curso
em que ela está inserida. Com esta idéia do todo, sugere uma
possibilidade de divisão do tempo, considerando uma aula de 50 minutos.
Também, há avaliações previstas, reunindo capítulos em blocos de
conhecimentos e oferecendo oportunidade de síntese do aprendido. É
preciso não esquecer, no entanto, que a aprendizagem é avaliada durante
o processo, através da observação e do diálogo em sala de aula. A
avaliação formal, prevista nos cadernos, permite a descrição quantitativa
do desempenho dos jovens e também do educador na medida em que o
“erro”, muitas vezes, é indício de falhas anteriores que não podem ser
ignoradas no processo de ensinar e aprender.
Recomendamos que, ao final de cada aula ministrada, você faça um breve
registro reflexivo, anotando o que funcionou e o que precisou ser
reformulado, se todos os conteúdos foram desenvolvidos satisfatoriamente
ou se foi necessário retomar algum, bem como outras sugestões que
possam levar à melhoria da prática de formação profissional e assegurar o
desenvolvimento do trabalho com aprendizagens significativas para os
jovens. Esta também poderá ser uma oportunidade de você rever sua
prática como educador voluntário e, simultaneamente, colaborar para a
permanente qualificação dos Cadernos. É um desafio-convite que lhe
dirigimos, ao mesmo tempo em que o convidamos a ser co-autor da prática
que aí vai sugerida.
Características do Caderno
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_____________________________________________
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Indica a duração prevista para a realização do estudo e das tarefas
de cada passo. É importante que fique claro que esta é uma
sugestão ideal, que abstrai quem é o sujeito ministrante da aula e
quem são os sujeitos que aprendem, a rigor os que mais interessam
nesse processo.
Quando foi definida, só levou em consideração o que era possível no
momento: o conteúdo a ser desenvolvido, tendo em vista o número
de aulas e o plano de ensino da disciplina. No entanto você
juntamente com os jovens que compõem a sua turma têm liberdade
para alterar o que foi sugerido, adaptar as sugestões para o seu
contexto, com as necessidades, interesses, conhecimentos prévios e
talentos especiais do seu grupo.
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______________________________________________
10 Contabilidade Básica
Em síntese, você educador voluntário precisa considerar que há algumas
competências que precisam ser construídas durante o processo de ensino
aprendizagem, tais como:
Como você deve ter concluído, o Caderno é uma espécie de obra aberta,
pois está sempre em condições de absorver sugestões, outros modos de
fazer, articulando os educadores voluntários do Projeto Formare em uma
rede que consolida a tecnologia educativa que o Projeto constitui.
Desejamos que você possa utilizá-lo da melhor forma possível e que tenha
a oportunidade de refletir criticamente sobre ele, registrando sua
colaboração e interagindo com os jovens de seu grupo a fim de
investirmos todos em uma educação mais efetiva e na formação de
profissionais mais competentes e atualizados para os desafios do mundo
contemporâneo.
Contabilidade Básica 11
12 Contabilidade Básica
Introdução
Contabilidade Básica 13
14 Contabilidade Básica
Sumário
1 Conceitos gerais
Primeira Aula
Conceitos gerais................................................................................................... 21
Usuários da contabilidade .................................................................................... 21
Diferença entre as áreas – Contabilidades Financeira, Gerencial e Fiscal.......... 23
Segunda Aula
Técnicas contábeis............................................................................................... 24
Terceira Aula
Técnicas contábeis............................................................................................... 27
Escrituração contábil ............................................................................................ 29
Balancete de verificação ...................................................................................... 29
Balanço Patrimonial.............................................................................................. 31
Quarta Aula
Fluxograma........................................................................................................... 31
Operações de compra e venda de mercadorias .................................................. 33
Apuração do Resultado do Exercício – ARE........................................................ 34
Princípios fundamentais da contabilidade ............................................................ 37
Métodos de valoração do estoque ....................................................................... 38
Quinta Aula
Impostos sobre a receita ...................................................................................... 41
Sexta Aula
Aula prática - Razonetes ...................................................................................... 45
2 Balanço Patrimonial
Primeira Aula
Classificação das contas no Balanço Patrimonial ................................................ 49
Análise financeira de empresas – Finalidade....................................................... 50
Métodos contábeis como base para análise de Demonstrações Financeiras ..... 51
Modelo de Balanço Patrimonial............................................................................ 54
Segunda Aula
Interpretação dos componentes das demonstrações de resultados .................... 58
A função financeira nas organizações (estruturação das informações)............... 59
Terceira Aula
Introdução ao processo de análise financeira ...................................................... 61
Análise financeira ................................................................................................. 65
Contabilidade Básica 15
Análise vertical e análise horizontal ..................................................................... 69
Quarta Aula
Avaliação Prática.................................................................................................. 79
16 Contabilidade Básica
Contribuição de melhoria................................................................................... 108
Empréstimo compulsório ................................................................................... 108
Contribuições parafiscais .................................................................................. 108
Sétima Aula
Quadro resumo dos tributos .............................................................................. 109
Oitava Aula
Competência dos tributos.................................................................................. 110
Nona Aula
Noções básicas dos principais tributos no Brasil .............................................. 114
5 Preenchimentos de Documentos
Primeira Aula
Preenchimento de uma nota fiscal fatura .......................................................... 119
Nota Fiscal Modelo............................................................................................ 121
Segunda Aula
Atividade obrigatória.......................................................................................... 125
Gabarito................................................................................................................. 127
Glossário ............................................................................................................... 131
Referências .......................................................................................................... 133
Anexos ................................................................................................................... 135
Contabilidade Básica 17
18 Contabilidade Básica
1 Conceitos gerais
Este capítulo foi desenvolvido com o intuito de explicar a natureza da ciência contábil
àqueles que não são e não serão contadores, porém deverão ter a devida noção da
importância das informações geradas nos processos contábeis, suas origens e
destinos, bem como o seu significado nas avaliações e tomada de decisões.
Objetivos
Contabilidade Básica 19
20 Contabilidade Básica
Primeira Aula
Nessa aula o educador deve explicar aos jovens quais
são os grupos de pessoas interessadas nas infor-
mações geradas pela contabilidade.
50 min
Conceitos gerais
Como sugestão dê exemplos de que forma a carga de tributos é gerada por um negócio recém-iniciado; como esse
tributo será cobrado pelo governo e como ele retornará em prol da sociedade.
É uma idéia para que você possa gerar um amplo debate e verificar o quanto eles entenderam sobre o assunto.
Usuários da contabilidade
Contabilidade Básica 21
dinheiro e iniciaram o negócio), passando pelo Governo
(municipal, estadual ou federal), todos cobrarão tributos
das formas mais amplas possíveis sobre o resultado
(lucro) que a empresa produzir.
Não se pode esquecer que eventualmente a empresa
precisará de dinheiro para o seu giro (fluxo financeiro) e
recorrerá a bancos, por exemplo. Estes por sua vez
querem ter a certeza de que não correrão riscos de não
receber aquilo que emprestaram. Portanto, também têm
interesse no sucesso da empresa. Finalmente, os
fornecedores ou como se denomina no meio contábil o
chamado capital de terceiros, isto é, pessoas que
fornecerão material, (matéria-prima, por exemplo, para
que a empresa o transforme em produto final e venda-o
para produzir riqueza). Porém não se pode esquecer que
o material ora entregue para quem vendeu (neste caso o
fornecedor) é dinheiro a receber, portanto, o vendedor
também tem interesse que a empresa obtenha sucesso
em suas operações.
Observar a tabela a seguir.
22 Contabilidade Básica
Diferença entre as áreas – Contabilidades
Financeira, Gerencial e Fiscal
Contabilidade Básica 23
http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=contabilbasica
Especializações da contabilidade: http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=especializa
Segunda Aula
Agora que já foram determinadas as pessoas ou seus
grupos de interesses com relação à contabilidade
propriamente dita, deve-se abordar nessa aula a
estrutura que ela determina para suas áreas afins.
30 min
Técnicas contábeis
24 Contabilidade Básica
Estrutura patrimonial
Patrimônio Líquido
(Capital próprio)
Tabela 3
Vide anexo 1.
20 min
Educador, para ilustrar os conceitos até aqui abordados, proponha um exemplo prático, passo a passo, aos
jovens participantes do programa. A proposta é a de ilustrar como ocorrem as mutações patrimoniais na
medida em que o dinheiro é transferido de uma conta para outra. Faça os lançamentos em um quadro e
ilustre a importância de cada lançamento.
Contabilidade Básica 25
Aqui já se têm alguns dados para esclarecer que foi
movimentada toda a estrutura contábil. Neste caso essa
movimentação seria demonstrada da seguinte forma:
Ativo Passivo
Terceira Aula
Nessa aula serão abordadas as técnicas contábeis.
26 Contabilidade Básica
Passo 1 / Aula prática
10 min
Técnicas contábeis
Contabilidade Básica 27
De uma forma mais simples, essa movimentação se dará
por meio de pequenos “Ts” que se denominam
“Razonetes”. Esse esquema permite ao contador desen-
volver aquele conceito já determinado anteriormente de
rastreabilidade, onde se pode checar em tempo real qual
foi a movimentação, de onde o dinheiro veio e para onde
ele foi, bem como apurar em tempo real a situação da
conta no balanço patrimonial da empresa.
28 Contabilidade Básica
Escrituração contábil
Vide anexo 2.
Educador, neste anexo há modelos que podem ser reproduzidos aos jovens.
Balancete de verificação
Contabilidade Básica 29
mais usual é preparar balancetes mensais, para conhe-
cimento e informação dos usuários acerca da posição
econômico-financeira da empresa. Algumas empresas
preferem preparar trimestralmente, e outras, apenas
semestralmente. Em resumo: levantar um balancete é
uma decisão que depende apenas da administração de
uma empresa.
Caixa 20.000
Banco c/ movimento 90.000
Aplicação financeira 60.000
Clientes 40.000
Estoque 15.000
Veículo 50.000
Fornecedores 20.000
Empréstimos 30.000
Salários a pagar 5.000
Capital social 200.000
Receitas de vendas 40.000
Custo da mercadoria vendida 15.000
Despesas c/ salários 5.000
TOTAL 295.000 295.000
Tabela 6
30 Contabilidade Básica
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Quarta Aula
O objetivo dessa aula é apresentar aos jovens parti-
cipantes como se dá o fluxo de informações por meio
da contabilidade.
10 min
Educador, desenvolva um quadro com cada passagem do enunciado. Será interessante que cada jovem
tenha o enunciado em mãos, portanto providencie cópia para eles. Em seguida, faça cada razonete
explicando cada mudança ocorrida com o dinheiro na estrutura patrimonial.
Fluxograma
Contabilidade Básica 31
esquemática de um processo, muitas vezes feita por
meio de gráficos que ilustram de forma descomplicada a
transição de informações entre os elementos que os
compõem. Pode-se entendê-lo, na prática, como a docu-
mentação de passos necessários para a execução de um
processo qualquer.
O Fluxograma Contábil
Data ___/___/___
Conta Debitada: ________________ Valor:
Conta Creditada: ________________ Valor:
Histórico:
Com os registros das transações todos os livros e
relatórios contábeis são gerados. A figura a seguir
apresenta de forma sistematizada o Fluxograma Contábil.
Fig. 1
32 Contabilidade Básica
Operações de compra e venda de
mercadorias
Compra de mercadorias
Exemplo
1 Compra a vista de mercadorias no valor de R$
10.000,00
D - Estoque
C - Caixa R$ 10.000,00
Venda de mercadorias
Exemplos
1 Venda a vista de mercadorias no valor de R$
12.000,00
D - Caixa
C - Receita de Vendas R$ 12.000,00
Contabilidade Básica 33
D - Clientes
C - Receita de Vendas R$ 7.000,00
(A)
D – Caixa
C – Receita de Vendas R$ 10.000,00
(B)
D - Custo da Mercadoria Vendida (CMV)
C – Estoque R$ 6.000,00
34 Contabilidade Básica
Procedimentos para Apuração de Resultado do
Exercício
20 min
Contabilidade Básica 35
Estoques Fornecedores
# 2.500,00 # 5.000,00
3.000,00 # 0
Clientes CVM
# 2.400,00 0
0 0
Lucros Acumulados
(11) 1.000,00
# 1.000,00
36 Contabilidade Básica
Passo 3 / Aula teórica
20 min
Artigo 1º
1º A observância dos Princípios Fundamentais de
Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e
constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras
de Contabilidade (NBC).
2º Na aplicação dos PFC às situações concretas, as
essências das transações devem prevalecer sobre seus
aspectos formais.
Contabilidade Básica 37
Métodos de valoração do estoque
Resultado:
Receita R$ 30.000,00
Custo (R$ 12.000,00)
Lucro R$ 18.000,00
38 Contabilidade Básica
UEPS - O Último a Entrar é o Primeiro a Sair
Resultado:
Receita R$ 30.000,00
Custo (R$ 16.000,00)
Lucro R$ 14.000,00
Contabilidade Básica 39
Comparação dos resultados
Importante
Numa economia inflacionária o UEPS tem uma tendência
a apresentar maior custo e conseqüentemente menor
lucro, resultando em menor imposto a pagar. Em função
disso, a legislação brasileira do Imposto de Renda proíbe
a adoção desse método. No entanto, ele pode ser
utilizado para fins societários, e a diferença de custo
ajustada no LALUR.
Como o PEPS tem uma tendência de apresentar menor
custo e conseqüentemente maior lucro, resultando em
maior imposto a pagar, a grande maioria das empresas
adota o MÉDIO, até mesmo por ser o método mais
simples de ser controlado.
40 Contabilidade Básica
Compras (2 + 3 + 4 )= + nove unidades
Estoque final: - cinco unidades
Quantidade vendida: seis unidades
Quinta Aula
O objetivo dessa aula é apresentar como serão
lançados os impostos mais comuns nas operações
comerciais. Dê ênfase na questão de se apurar a
carga tributária, se a pagar ou a ficar com crédito para
o mês seguinte.
50 min
Contabilidade Básica 41
fato gerador é a receita e não o lucro; os mais comuns
são: ICMS, ISS, PIS, COFINS e o IPI.
Alíquotas
Exemplo
Compra de mercadorias a prazo por R$ 100.000,00 com
ICMS de 18%.
Débito Crédito
1- D - Estoque R$ 82.000,00
D - Impostos a Recuperar R$ 18.000,00
C - Fornecedores R$ 100.000,00
42 Contabilidade Básica
Venda de todo estoque de mercadorias por
R$ 150.000,00 a vista com ICMS de 18%.
Débito Crédito
2- D - Caixa R$ 150.000,00
C - Receita de Vendas R$ 150.000,00
3- D- Impostos sobre Vendas – ICMS R$ 27.000,00
C - Impostos a Pagar R$ 27.000,00
4- D - Custo da Mercadoria
Vendida (CMV) R$ 82.000,00
C - Estoque R$ 82.000,00
Débito Crédito
5- D - Impostos a Pagar R$ 27.000,00
C - Impostos a Recuperar R$ 18.000,00
C - Caixa R$ 9.000,00
Lançamentos em Razonetes (contas T)
Estoques Fornecedores
0 # 100.000,00
0 # 150.000,00
# 141.000,00 # 27.000,00
Contabilidade Básica 43
CVM Impostos a Pagar
# 82.000,00 0
Lucro R$ 41.000,00
Tabela 8
Diferença 50.000,00
Lucro 41.000,00
Tabela 9
Observação
Vide anexo 3.
Educador, neste anexo há textos orientativos de outros impostos e provisões incidentes em operações comerciais.
44 Contabilidade Básica
Sexta Aula
O objetivo nesta aula é desenvolver de forma prática
com os jovens participantes os lançamentos de uma
situação hipotética.
50 min
Cabe ao educador nesse momento propor a formação de grupos de estudo onde os jovens deverão buscar, junto ao
departamento contábil das empresas, modelos de escrituração contábil e desenvolver por meio de painéis a
exposição aos demais colegas do projeto.
Contabilidade Básica 45
46 Contabilidade Básica
2 Balanço Patrimonial
Uma vez que já foi interpretada a constituição das técnicas contábeis, agora serão
conceituados o “como” e o “para quem” a estrutura patrimonial interessa.
Contabilidade Básica 47
48 Contabilidade Básica
Primeira Aula
Agora que já foram determinadas as pessoas ou seus
grupos de interesses no que tange à contabilidade
propriamente dita, será abordada nessa aula a es-
trutura que ela determina para suas áreas afins.
Educador, no anexo 4 você encontrará textos complementares aos assuntos que serão abordados nessa aula.
50 min
Contabilidade Básica 49
Análise financeira de empresas –
Finalidade
Fig. 1 – Procedimentos
50 Contabilidade Básica
Obrigatórios Sociedade Anônima BP
(exigidos pela Lei das (deverão ser publicados) DRE
Sociedades Por Ações)
DLPAc
DOAR
Ltda. (Não precisam ser publicados) BP
DRE
Relatórios DLPAc
Contábeis
Contabilidade Básica 51
patrimônio ou simplesmente Passivo. Dessa forma será
encontrada a situação líquida da empresa ou sim-
plesmente o Patrimônio Líquido, mediante a equação:
Patrimônio Líquido = Bens + Direitos – Obrigações.
Assim, pode-se afirmar que as demonstrações contábeis
isoladamente não proporcionam uma avaliação financeira
da empresa, para tanto é necessária uma série de indi-
cadores que serão tratados mais adiante, e permitem a
elaboração de dados quantitativos que, seguindo normas
e padronizações de mercado, possibilitam elaborar uma
avaliação quanto ao seu grau de risco ou liquidez.
c) Inovação:
1 Desenvolvimento de novos produtos ou
serviços, novas técnicas
52 Contabilidade Básica
d) Variação de expectativas:
1 Inesperadas mutações comerciais, novos
hábitos, decisões governamentais
Estrutura
Conforme exposto no item Balanço Patrimonial, ainda
que não obrigatória a publicação para empresas limi-
tadas, é obrigatória a sua confecção e apuração, cons-
tituindo assim a principal fonte de informações gerada
para o mercado e para as pessoas que nele tenham
interesse.
Dessa forma, cabe ao analista saber interpretá-lo, ou
seja, conhecer a sua essência e finalidade, principal-
mente quanto aos valores lançados, quais os grupos e
subgrupos de contas, suas origens e natureza. Apenas
para revisar, esta é a estrutura legal de um balanço
patrimonial:
Contabilidade Básica 53
ATIVO (bens e direitos) Passivo (obrigações)
Ativo Circulante Passivo Circulante
- Caixa e Bancos - Salários e encargos sociais
- Duplicatas a receber - Impostos e taxas
- Estoques - Fornecedores
Realizável a longo prazo Exigível a longo prazo
- Contas a receber com mais de 360 dias - Contas a pagar em geral com mais
- Direitos realizáveis após o termino do de 360 dias
exercício subseqüente - Financiamentos
- Impostos a recuperar - Debêntures
- Impostos parcelados
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Investimentos - É o total do (ativo) – (passivo) ou
- Aplicações em outras sociedades saldo (lucro ou prejuízo), que serão
distribuídos aos acionistas.
- Outras participações
Capital
Imobilizado
- Capital subscrito
- Máquinas e equipamentos
Reservas de Capital
- Imóveis e terrenos
- Ágio na emissão de ações
- Instalações
- Doações e subvenções
- Veículos
- Correção monetária do capital
- Marcas e patentes
Reservas de lucros
Diferido
- Reserva legal
- Gastos pré-operacionais
- Reservas de lucro a realizar
Total do Ativo Total do Passivo
Tabela 2
54 Contabilidade Básica
Estes são exemplos de ativos não tangíveis que superam
os ativos tangíveis dessas empresas.
Já de uma forma mais didática, o passivo é tratado como
o lado direito do balanço patrimonial e que representa as
dívidas ou obrigações. Assim, deve-se perguntar: Mas e
o patrimônio líquido, é uma divida? De forma indireta
“sim”. Pois se sabe que uma ou várias pessoas físicas
alocaram seus recursos para início das atividades de
uma pessoa jurídica, e que esta sempre será devedora a
eles, ou seja, será uma obrigação que se somará à do
passivo.
Esse conceito está diretamente ligado à Lei das
Sociedades Anônimas, que prevê que todo o lado direito
de um balanço patrimonial é passivo, porém este
enfoque não é muito bem-vindo nos meios contábeis,
uma vez que o termo “passivo” tem uma conotação de
“conjunto de dívidas, encargos e obrigações com
terceiros”, ainda que quase todas as empresas publiquem
os seus balanços utilizando apenas o termo passivo.
...................................................................................................................................
1 Fonte – Abraham Harold Maslow (1908 -1970) – Motivation and Personality
Contabilidade Básica 55
z Necessidades fisiológicas: ar, alimentos, roupas,
moradia e saúde.
z Necessidades de segurança: proteção contra o perigo.
z Necessidades sociais: amizade e participação em
grupos sociais.
z Necessidades de estima: reputação, reconhecimento,
auto-respeito e amor.
z Necessidades de auto-realização: realização do
potencial, utilização do talento individual.
56 Contabilidade Básica
Todos esses conceitos levam a uma única interpretação:
que a informação é essencial e que ela vem da base das
atividades da empresa, ou seja, uma terminologia técnica
gera um sistema e este é abastecido por respostas ou
feedback. Exemplo do ciclo de um sistema:
Contabilidade Básica 57
mais conhecido como rating, em uma escala
porcentual para o provisionamento de devedores
duvidosos, a saber:
Classes de Risco AA A B C D E F G H
Provisionamento 0,0% 0,5% 1,0% 3,0% 10% 30% 50% 70% 100%
Tabela 3 – Classificação de risco
Segunda Aula
O objetivo dessa aula é abordar a interpretação
correta da Demonstração de Resultados do Exercício
(DRE) e seus efeitos.
Educador, no anexo 5 você encontrará textos complementares aos assuntos que serão abordados nessa aula.
50 min
58 Contabilidade Básica
posição de ativos e passivos em um determinado mo-
mento, a Demonstração do Resultado, por sua vez,
apresenta valores relativos a um período.
LUCRO BRUTO
LUCRO OPERACIONAL
(-) Participações
Contabilidade Básica 59
tração financeira, o que facilitará bastante, por meio de
sua descrição, as eventuais tomadas de decisões.
Tomar como exemplo uma indústria que requer investi-
mentos em bens que constituem os meios de produção
pelos quais irá gerar os produtos a serem comer-
cializados. Dessa forma, recai-se na estrutura já obser-
vada no Balanço Patrimonial, onde os produtos se
transformam em estoque, passam para passivo, enfim
não é necessário ser redundante. O principal é entender
por que para a administração financeira esses dados são
na realidade um “fluxo de fundos” que passam pelo
levantamento e alocação de recursos, o que geralmente
produz internamente um “conflito de interesses” entre as
áreas produtiva e comercial (compras X vendas),
cabendo ao gestor financeiro ser o “advogado do diabo”,
pois tem como dever atender a todos, com base nos
relatórios que traduzem a liquidez e a rentabilidade
desejadas pela empresa ou simplesmente pelas metas
fixadas.
Fixação de metas
60 Contabilidade Básica
bilidade de um dos sócios. Nas grandes organizações
geralmente essa tarefa é desempenhada por três
executivos de alto nível, o Vice-Presidente ou Diretor
Financeiro, o Tesoureiro ou Gerente Financeiro e o
Controller, todos com uma única meta fixa: o aumento da
liquidez e da rentabilidade da empresa.
Terceira Aula
O objetivo dessa aula é iniciar o processo de análise
propriamente dita, para que os jovens percebam a sua
relevância, os efeitos e a prática dessa análise.
50 min
Contabilidade Básica 61
z No caso de análise de investimentos: análise para
grandes ou pequenos investimentos. Para investi-
mentos especulativos ou aplicações permanentes
efetivamente.
Educador, no anexo 6 você encontrará textos complementares aos assuntos que serão abordados nessa aula.
62 Contabilidade Básica
20X1 20X2 20X3
Ativo
Valores $ AV % * Valores $ AV % Valores $ AV %
Disponibilidades
Aplicações financeiras
Duplicatas a receber
(-) Prov. devedores duvidosos
Duplicatas a receber líquidas
Estoques
Outros valores a receber
Despesas antecipadas
Ativo Circulante
Partes relacionadas
Outros
Realizável a longo prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Diferido
Ativo Permanente
Ativo não circulante
TOTAL DO ATIVO
Tabela 5 – Planilha para padronização de balanço
Contabilidade Básica 63
Ao se comparar os dois quadros, observa-se que:
z foram criados alguns grupos para facilitar o processo
de análise, são eles: o ativo não circulante, que
compreende o realizável a longo prazo mais o ativo
permanente, este, por sua vez, compreende
investimentos, imobilizado, intangível e diferido; e o
passivo não circulante, que agrupa as dívidas e
obrigações não circulantes.
z outras contas são desmembradas, como o imo-
bilizado, que é desdobrado em duas parcelas, ou
seja, o imobilizado propriamente dito e o intangível.
z outras contas são remanejadas, como no caso de
duplicatas descontadas, que são dispostas no
balanço da empresa como redutoras de duplicatas a
receber no ativo circulante e transferidas para o
passivo circulante.
Já para a demonstração do resultado, foi montado a
tabela que segue, e atende às exigências legais.
64 Contabilidade Básica
Quando se comparam as tabelas que retratam a
demonstração do resultado, nota-se o desdobramento do
custo dos produtos vendidos em duas parcelas, visando à
identificação da parcela relativa às depreciações
incluídas nos custos. Sabe-se que as depreciações são
despesas que não representam saída de dinheiro da
empresa.
Assim, para fins de fluxo de caixa é necessário que o
analista conheça o valor relativo das depreciações.
Quanto ao lucro operacional constante do balanço patri-
monial, a tabela de reclassificação define três estágios:
z Lucro operacional I – É o lucro das operações da
empresa, antes de computar o impacto da estrutura
de capitais, ou seja, o custo do capital de terceiros ou
lucro decorrente de aplicações financeiras. Também
pode ser chamado de Lajir (Lucro operacional antes
dos juros e impostos) ou Ebit (Earnings before interest
and taxes). No próximo capítulo será possível
observar que o Lucro operacional I mais a depre-
ciação é igual ao Ebitda (Earnings before interest,
taxes, depreciation and amortization).
z Lucro operacional II – É o lucro operacional I mais o
impacto das dívidas e das aplicações financeiras.
z Lucro operacional III – É o lucro operacional II mais
o impacto da equivalência patrimonial, ou seja, a
participação porcentual nos lucros ou nos prejuízos
das empresas que sejam avaliadas pelo critério da
equivalência patrimonial.
Análise financeira
Aspecto operacional
Contabilidade Básica 65
organismo vivo e suas forças e fraquezas poderão
invalidar diagnósticos tecnicamente bem elaborados.
Desta feita, ratifica-se o preceito que determina a análise
financeira como uma “arte”, que reúne conhecimentos
teóricos, experiência prática, sensibilidade, argúcia, em-
penho e, sobretudo, bom senso.
A partir deste momento, inicia-se a análise propriamente dita,
partindo de conceitos relacionados ao Ativo Operacional.
Em primeiro lugar, além de conhecer a empresa e o seu
segmento, necessário se faz avaliar alguns aspectos
técnicos que auxiliarão na avaliação. São eles:
z Capacidade de pagamento da empresa mediante a
geração de caixa.
z Capacidade da empresa em remunerar os seus
investidores, gerando lucro em níveis compatíveis
com suas expectativas.
z Nível de endividamento, motivo e qualidade do
endividamento.
z Políticas operacionais e seus impactos na neces-
sidade de capital de giro da empresa.
z Impacto das decisões estratégicas relacionadas a
investimentos e financiamentos.
A amplitude e a profundidade da análise estão direta-
mente relacionadas com o uso do seu produto final, ou
seja, deve gerar um relatório que contenha um parecer
ou então ao menos recomendações.
66 Contabilidade Básica
PASSIVO 20X2 20X3
Duplicatas descontadas 38.443 17.724
Instituições financeiras 69.525 65.833
Outros não cíclicos 25.356 32.072
Fornecedores 56.438 65.833
Salários e encargos sociais 44.750 39.669
Impostos e taxas 32.717 41.357
Passivo Circulante 267.229 262.488
Outros exigíveis a longo prazo 128.180 156.988
Exigível a longo prazo 128.180 156.988
Passivo não circulante 128.180 156.988
Capital social integralizado 386.785 386.785
Reservas 13.668 20.256
Lucros ou prejuízos acumulados 22.084 17.508
Patrimônio Líquido 422.537 424.549
TOTAL DO PASSIVO + PL 817.946 844.025 Tabela 9
Contabilidade Básica 67
Ativo Circulante Cíclico (ACC) 20X2 20X3
Duplicatas a receber líquidas 114.519 101.921
Estoques 71.875 78.343
Outros valores a receber 23.151 42.324
Ativo Circulante Cíclico 209.545 222.588
Passivo Circulante Cíclico (PCC) 20X2 20X3
Fornecedores 56.438 65.833
Salários e encargos sociais 44.750 39.669
Impostos e taxas 32.717 41.357
Passivo Circulante Cíclico 133.905 146.859
Investimento Operacional em Giro 75.640 75.729
Caixa Operacional 5.916 6.093
Tabela 10 – Investimento Operacional
em Giro (IOG) IOG + Caixa Operacional 81.556 81.822
68 Contabilidade Básica
DRE Mil $
Receita Operacional Bruta 1.072.621
( - ) Impostos sobre vendas (253.826)
Receita Operacional Líquida 818.795
(-) CPV ( - depreciações), CMV,CSP (538.767)
( - ) Depreciações (33.570)
Lucro Bruto 246.458
( - ) Despesas Comerciais (92.523)
( - ) Despesas Administrativas (48.308)
( - ) Provisão para devedores duvidosos (4.637)
Lucro Operacional I 103.990
( - ) Despesas financeiras (4.093)
Lucro Operacional II 99.897
(+/-) Equivalência patrimonial 30.295
Lucro Operacional III 130.192
(+/-) Resultado não operacional (307)
Lucro Líquido antes do IR 129.885
( - ) Provisão IR e CS (18.013)
Lucro Líquido 111.872
Tabela 11 – Demonstração do resultado de 20X3 – Cia. “X”
Contabilidade Básica 69
até se sobrepõem. Os diversos métodos de análise
devem ser vistos como uma forma de se analisar uma
empresa para que sejam dimensionados o seu risco e o
seu potencial de retorno, entre outros objetivos.
Deve-se entender que esses métodos são mais um
ferramental à disposição do analista e não um instru-
mental único. Após sua aplicação, cabe ao analista, apro-
fundar-se na busca dos porquês que possam justificar
determinadas alterações, ou seja, o feedback, que
permitirá ao analista levantar as questões e considerar as
respostas de forma coerente e objetiva, no foco de seu
trabalho e do relatório a ser desenvolvido.
Análise vertical
70 Contabilidade Básica
Cia. “X” – Balanço Patrimonial (mil R$)
Contabilidade Básica 71
Considera-se a análise vertical em 20X3, em que a Cia.
“X” demonstra um ativo total na ordem de R$ 844.025,00,
que representa a totalidade dos recursos aplicados na
empresa, ou seja, 100%. As aplicações financeiras no
valor de R$ 14.992,00 correspondem a 1,8% do ativo
total, já no ativo circulante a empresa comprometeu R$
345.595,00, que correspondem a 40,9% do total de
recursos. Dessa forma e por meio de raciocínio análogo
(se há aumento em um conjunto do ativo ou passivo,
haverá redução em outro, se, por exemplo, aumentou o
ativo circulante, deverá demonstrar-se onde reduziu o
ativo permanente) deve-se adotar para as demais contas
do ativo.
Em contrapartida, o passivo mais o patrimônio líquido
representam a origem dos recursos utilizados pela
empresa. Assim, a totalidade das aplicações (ativos) é
igual à totalidade das fontes representadas pelo passivo
(circulante e não circulante) e patrimônio líquido. Na
análise vertical das fontes de recursos verifica-se quanto
cada fonte ou grupo de fontes de recursos representa em
relação ao ativo total.
Deve-se observar que na demonstração do resultado
toma-se como base de cálculo a receita operacional
líquida (representando 100%), conforme ilustrado na
tabela a seguir:
72 Contabilidade Básica
Pode-se utilizar a análise vertical na demonstração do
resultado de três formas:
z Pela representatividade de um item em relação à
receita líquida de vendas do respectivo período. No
exemplo da tabela anterior, o custo dos produtos
vendidos (antes de computar a depreciação) em 20X3
representou 65,8% da receita líquida de vendas.
z Quando se observa o comportamento histórico, ou
seja, ao longo de mais de um exercício, nota-se que o
custo dos produtos vendidos correspondeu a 77,7%
(72,4% + 5,3%), 73,6% (69,2% + 4,4%) e 69,9%
(65,8% + 4,1%) das receitas líquidas de vendas,
respectivamente para 20X1, 20X2 e 20X3. Sem a
análise vertical, isto é, somente com os números
absolutos, seria difícil visualizar a contribuição do
impacto de cada item no resultado da empresa.
z Uma terceira forma de utilização da análise vertical
seria comparar os porcentuais apresentados pela
empresa com dados de outra empresa que seja de
atividade e porte semelhantes, preferencialmente da
mesma região geográfica.
Contabilidade Básica 73
Análise horizontal
74 Contabilidade Básica
Receita operacional líquida 20X2 X 100 =
809.086 X 100 = 113,3
Receita operacional líquida 20X1 714.110
Contabilidade Básica 75
20X1 20X2 20X3
Valores $ AV % Valores $ AV % AH % Valores $ AV % AH %
Receita Operacional Bruta 957.455 134 1.063.948 131,5 1.072.621 131
( - ) Devoluções e
abatimentos
( - ) Impostos sobre vendas (243.345) 34 (254.862) 31,5 (253.826) 31
Receita Operacional Líquida 714.110 100 809.086 100 113,3 818.795 100 114,6
(-) CPV ( - depreciações), (516.956) (72,4) (559.887) (69,2) 108,3 (538.767) (65,8) 104,2
CMV,CSP
( - ) Depreciações (38.082) (5,3) (35.599) (4,4) 93,5 (33.570) (4,1) 88,2
Lucro Bruto 159.072 22,3 213.600 26,4 134,3 246.458 30,1 154,9
( - ) Despesas Comerciais (64.706) (9,1) (83.335) (10,3) 128,8 (92.523) (11,3) 143
( - ) Despesas Administrativas (42.515) (6) (50.972) (6,3) 119,9 (48.308) (5,9) 113,6
( - ) Despesas Depreciações
(nota 1)
( - ) Provisão para devedores (1.147) (0,2) (481) (0,1) 41,9 (1.637) (0,2) 142,7
duvidosos
(+/ -) Outras despesas e
receitas operacionais
Lucro Operacional I 50.704 7,1 78.812 9,7 155 103.990 12,7 205,1
(+ ) Receitas financeiras 31.791 4,5 10.518 1,3 33,1
( - ) Despesas financeiras (4.093) (0,5)
(+/-) Variações monetárias
líquidas
Lucro Operacional II 82.495 11,6 89.330 11 108,3 99.897 12,2 121,1
(+/-) Equivalência patrimonial 2.587 0,4 19.418 2,4 750,6 30.295 3,7 1.171
Lucro Operacional III 85.082 11,9 108.748 13,4 127,8 130.192 15,9 153
(+/-) Resultado (1.058) (0,1) 338 0,1 (307) (0,0) 29
não operacional
Lucro Líquido antes do IR 84.024 11,8 109.086 13,5 129,8 129.885 15,9 154,6
( - ) Provisão IR e CS (11.495) (1,6) (20.227) (2,5) 176 (18.013) (2,2) 156,7
( - ) Participações
Lucro Líquido 72.529 10,2 88.859 11 122,5 111.872 13,7 154
Tabela 16 – Cia. “X” – Análise vertical e horizontal da demonstração do resultado
76 Contabilidade Básica
pequena parcela em relação à receita líquida. A rele-
vância de determinada rubrica será quanto ao impacto
que ela possa ter causado no resultado da empresa em
termos de lucro ou prejuízo.
No exemplo utilizado na demonstração do resultado,
observa-se também que cabem a análise vertical e hori-
zontal; esta última trará uma contribuição importante na
comparação do crescimento (principalmente das vendas)
apresentado pela empresa em face:
z do crescimento do segmento econômico em que a
empresa atua;
z do crescimento dos principais concorrentes;
z da inflação ou da variação da cotação de uma moeda
estrangeira comercialmente mais forte (exemplo: dólar).
Quarta Aula
Nesse momento, como forma de fechamento dos
conteúdos abordados, e preparando os jovens para a
avaliação final, solicite que desenvolvam a análise
horizontal e vertical da empresa simulação a seguir e
tragam-na pronta no próximo encontro.
Contabilidade Básica 77
78 Contabilidade Básica
PROJETO ESCOLA FORMARE
CURSO: .........................................................................................................................
ÁREA DO CONHECIMENTO: Contabilidade Básica
Avaliação Prática
Contabilidade Básica 79
20X4 20X5 20X6
Passivo
Valores $ AV Valores $ AV Valores $ AV
Duplicatas descontadas 43.312 47.602 28.615
Instituições financeiras 136.208 78.310 74.384
Outros não cíclicos 26.701 33.817 39.144
Fornecedores 49.618 64.800 73.280
Salários e encargos sociais 50.380 48.720 46.340
Impostos e taxas 21.304 38.650 47.344
Outros cíclicos
Passivo Circulante 327.523 311.899 309.107
Financiamentos e debêntures
Outros exigíveis a longo prazo 128.889 117.868 149.103
Exigível a longo prazo 128.889 117.868 149.103
Resultados
exercícios futuros
Passivo não circulante 128.889 117.868 149.103
Capital social integralizado 447.700 447.700 447.700
Reservas 12.340 24.640 32.720
Lucros/prejuízos acumulados 26.204 31.812 23.140
Patrimônio Líquido 486.244 504.152 503.560
TOTAL DO PASSIVO + PL 942.656 100 933.919 100 961.770 100
80 Contabilidade Básica
3 Formação e Natureza de Contas
A partir de agora será iniciado o mecanismo da prática em si. A proposta passa a ser
mais dinâmica.
Objetivos
Contabilidade Básica 81
82 Contabilidade Básica
Primeira Aula
Os jovens devem interpretar o desenvolvimento de um
plano de contas para que se familiarizem com o dia-a-
dia da contabilidade.
Educador, no anexo 7 você encontrará textos complementares aos assuntos que serão abordados nessa aula.
50 min
Contabilidade Básica 83
mações. Essas informações podem estar tanto nos
demonstrativos contábeis, principalmente no Balanço
Patrimonial e na Demonstração de Resultado do
Exercício – DRE, como em relatórios específicos para a
administração.
A seguir será apresentado um modelo simplificado de
Plano de Contas do Balanço Patrimonial.
Cada empresa, em função da complexidade de suas
operações, deverá adequar o Plano de Contas de acordo
com as suas necessidades, podendo abrir quantos
subgrupos necessitar. No entanto, deverá ser de simples
aplicação.
Segunda Aula
O objetivo dessa aula é desenvolver um processo de
discussão entre os jovens quanto ao entendimento da
importância do plano de contas para a contabilidade.
50 min
Educador, nesse momento proponha a formação de grupos de estudo, que deverão buscar junto ao departamento
contábil das empresas modelos de planos de contas. Como complemento a esta atividade e de acordo com sua
experiência e vivência profissional crie situações problemas que encorajem os jovens a pesquisar mais sobre a
relevância do tema, ou ainda desenvolver uma monografia contábil (exercício prático), se conveniente for e havendo
tempo hábil para tanto.
Atividades
84 Contabilidade Básica
Terceira Aula
Neste módulo, a preocupação agora é desenvolver
exemplos práticos da relação entre a contabilidade e
finanças, no que se refere ao dia-a-dia de um auxiliar
administrativo que tenha conhecimentos das áreas
contábil e financeira. É necessário desenvolver um
exemplo simples, porém extremamente prático, neste
caso será proposto o desenvolvimento de um controle
financeiro (contas a pagar e a receber) de um
condomínio.
Deve-se também desenvolver as conciliações contábil
e financeira dele, pois se sabe que os moradores
(condôminos) querem ter certeza de que não estão
pagando a mais ou sendo logrados pelo síndico ou
pela administradora do condomínio.
Dessa forma será desenvolvido um “balancete de
simples verificação”, por meio do qual os moradores
poderão ter a certeza de que estão pagando o justo
pelas despesas do referido condomínio.
50 min
Exemplo
Contabilidade Básica 85
caso, é de R$ 627,50, bem como o saldo na poupança,
que no último dia de maio/2006 era de R$ 470,00.
É necessário lembrar que neste caso o conceito de débito
e crédito são abordados na visão financeira, ou seja, um
débito representa uma saída, enquanto um crédito
representa uma entrada de dinheiro.
Histórico – Saídas
86 Contabilidade Básica
incorretos, apenas prazos por serem cumpridos para que
eles se ajustem de forma natural com o saldo
demonstrado no extrato bancário.
Créditos Débitos
Saldo anterior em conta corrente R$ 630,00
Saldo anterior em poupança R$ 350,00
Receita de condomínios no mês R$1.200,00
Receita de fundo de reserva no mês R$ 120,00
Despesas no período (maio/06) R$ 1.352,50
Saldo em c/c (abril/06) R$ 627,50
Saldo em poupança R$ 470,00
Cheques compensados R$ 0,00
Cheques a compensar R$ 150,00
Quarta Aula
O objetivo dessa aula será o de desenvolver uma
atividade prática para fechar o conceito abordado na
aula anterior.
Contabilidade Básica 87
Passo 1 / Aula prática
50 min
Educador
z Para o desenvolvimento do balancete de simples
verificação serão necessários dois encontros;
z Para a apresentação dos painéis serão neces-
sários seis encontros (estimativa para seis grupos
no máximo).
Quinta Aula
O objetivo dessa aula é auxiliar os jovens no
desenvolvimento da atividade prática sugerida na aula
anterior e pontuar as dificuldades e entendimentos
sobre o exposto pelos grupos.
50 min
88 Contabilidade Básica
Sexta Aula
O objetivo desta aula é a apresentação dos painéis
desenvolvido pelos grupos. Abra para discussão entre
os participantes.
50 min
Contabilidade Básica 89
90 Contabilidade Básica
4 Conceitos sobre Tributos
Objetivos
Contabilidade Básica 91
92 Contabilidade Básica
Primeira Aula
O objetivo dessa aula é formar conceitos sobre os
tributos e seus efeitos nas empresas.
50 min
Planejamento tributário
Contabilidade Básica 93
Na atividade privada ou no direito privado pode-se dizer
que “aquilo que não é proibido é permitido”. Diferen-
temente, na atividade pública ou nas relações reguladas
pelo direito público, o limite de ação é determinado pela
própria lei, ou seja, a lei é que determina o que fazer,
onde e de que maneira.
O governo está nas mãos de alguns que dirigem a
Nação, os Estados e os Municípios. Mas tal governo,
eleito ou nomeado, não é dono da coisa pública, que
pertence à sociedade por ele representada. Sua
atribuição é cuidar da coisa pública, é administrar,
visando realizar os fins do Estado, do Poder Público, para
os quais foi criado; entre tais fins está, inegavelmente, o
bem comum.
O elenco de serviços públicos é enorme. Podem-se citar
os serviços de segurança, prestados pelas Forças
Armadas; a distribuição da justiça, do Ministério e
Secretarias de Justiça; os da educação, os de ensino, os
de saúde pública, os de assistência social e outros
tantos, pelas vias próprias. Tais serviços, de acordo com
os recursos disponíveis do poder público, podem ser
melhorados.
Os serviços públicos quer em quantidade quer em
qualidade são feitos na medida do potencial econômico-
financeiro da União, dos Estados e dos Municípios. É
óbvio que quanto maior esse potencial (vale dizer, sua
arrecadação tributária e não tributária), maior será a
capacidade de alocação de recursos e, conseqüen-
temente, maior será a gama de serviços que tais entes
políticos podem prestar em benefício da coletividade.
Direito Tributário
94 Contabilidade Básica
São conceituadas como originárias as receitas prove-
nientes da exploração econômica do patrimônio do
Estado. Esta espécie compreende, pois, as rendas
provenientes dos bens e empresas comerciais e
industriais pertencentes ao Estado, rendas essas que se
conceituam como preço. Decorrem de atividades de
natureza tipicamente privada e caracterizam uma
intervenção do Estado no setor econômico.
As denominadas receitas derivadas são as obtidas pelo
Estado mediante o exercício de sua soberania. O direito
de imposição tributária do Estado decorre do seu poder
de império pelo qual pode fazer “derivar” para seus cofres
uma parcela do patrimônio das pessoas sujeitas à sua
jurisdição e que são chamadas “receitas derivadas” ou
tributos, divididos em impostos, taxas e contribuições.
Em nosso direito positivo as receitas derivadas estão
representadas pelos tributos e pelas penalidades
pecuniárias decorrentes de atos ilícitos. Ao Direito
Tributário, porém, só interessa as receitas derivadas que
correspondam ao conceito de tributo.
Diante disso, pode-se aproximar um pouco mais o
conceito de Direito Tributário:
Direito Tributário é a parte do Direito Financeiro que
estuda as relações jurídicas entre o Estado (fisco) e
os particulares (contribuintes), no que concerne à
instituição, arrecadação, fiscalização e extinção do
tributo.
Segunda Aula
O objetivo dessa aula é expor aos jovens como se dá
o Direito Tributário, quem e como se determinam a
formação dos tributos.
50 min
Contabilidade Básica 95
ou de estudo, pode-se separá-lo, segundo um critério
coerente, em sistema constitucional, sistema constitucional
do trabalho e sistema constitucional tributário.
Para elaboração de uma sistematização, que será
chamada de “sistema constitucional tributário”, toma-se
como referencial o “tributo”, ou seja, destaca-se para
estudo o conjunto de normas constitucionais que tenham
pertinência direta com o tributo e, logicamente, com o
Direito Tributário.
Fala-se em sistema tributário, mas vale dizer sistema
constitucional tributário, porque se não existisse a
Constituição inexistiria até mesmo o mais simples sis-
tema tributário. O Sistema Tributário Nacional é o
conjunto dos tributos existentes no Brasil, tendo em vista
não só as relações e harmonia entre eles, mas também
os efeitos que globalmente possam produzir sobre a vida
econômica e social.
Na idéia de sistema está a de estrutura e organicidade.
Sobre o conceito de sistema, entende-se como “um
conjunto de elementos que passam a adquirir indivi-
dualidade por estarem agrupados em torno de princípios
comuns”.
Conclusão: Sistema tributário é o conjunto de normas
jurídicas que disciplinam o exercício de impor,
fiscalizar e arrecadar todos os tributos do país, pelos
entes políticos e órgãos públicos aos quais a
Constituição atribui competência tributária.
Consiste num sistema rígido, em vista de a Constituição
tratar da matéria tributária de modo exaustivo, por meio
de diversos princípios e mandamentos, não dando
liberdade ao legislador ordinário, que deverá limitar-se a
criar os tributos que lhe competem e obedecer aos
princípios constitucionais e normas gerais comple-
mentares. Idêntico sistema não se encontra nas
Constituições da Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra,
Itália em que à matéria tributária são dispensados apenas
alguns mandamentos, deixando margem ao legislador
ordinário para regulá-la de modo amplo.
Competência x Capacidade
96 Contabilidade Básica
tributos a outro ente qualquer. Caso não exerça a
competência, ninguém a poderá exercer.
A Capacidade tributária bifurca-se em ativa e passiva. A
ativa é aquela atribuída a determinado ente político ou
qualquer entidade, ainda que não política, para exercer
as funções de arrecadar o tributo e, às vezes, também de
fiscalizar, mas nunca de instituir o tributo. Assim temos a
capacidade delegável, isto é, a capacidade pode ser
delegada. É o caso do imposto territorial rural, de compe-
tência da União, mas a capacidade de arrecadá-lo está
outorgada aos municípios. Outros exemplos podem ser
citados, mesmo com entidades privadas encarregadas de
arrecadar tributos, como os bancos, etc. Não se pode
confundir, porém, com competência, que é indelegável. A
capacidade é delegável.
Capacidade passiva refere-se ao contribuinte. A capa-
cidade passiva tributária independe da capacidade civil
das pessoas naturais, bem como de achar-se a pessoa
natural sujeita a medidas que importem privação ou
limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou
profissionais, ou de administração de seus bens ou
negócios ou ainda de estar a pessoa jurídica regular-
mente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional.
Fiscalidade, parafiscalidade e
extrafiscalidade
Contabilidade Básica 97
pagas à OAB, CREA, CRC, etc., FGTS, Funrural, contri-
buição sindical, salário-família, etc.
Por fim, há o imposto de caráter extrafiscal, que tem a
finalidade não de auferir receita para os cofres públicos,
mas de disciplinar comportamento, tendo em vista
alcançar objetivos econômicos ou sociais. São, em outros
termos, incentivos fiscais cujo escopo precípuo é
exatamente desbravar e desenvolver certas regiões
carentes. As entidades encarregadas disso são: Sudene,
Sudam, Sudepe. Não se deve confundir incentivo fiscal
com isenção ou imunidade. Estes são apenas meios de
se conceder incentivo. Importante lembrar também que o
incentivo manifesta-se sob a forma de diminuição ou
supressão da carga tributária (exemplo isenção: IPI sobre
as vendas de óculos/imunidade; ICMS nas exportações
de produtos industrializados) ou sob a forma de exacer-
bação de alíquotas que, neste caso, funciona como um
desestímulo fiscal para induzir o contribuinte a não
assumir condutas tidas como impróprias sob os aspectos
político, econômico ou social (exemplo Imposto de
Importação elevado sobre produtos supérfluos).
Terceira Aula
O objetivo dessa aula será o de determinar como se
dá a legislação tributária e seus efeitos nas organi-
zações (empresas).
50 min
Legislação tributária
98 Contabilidade Básica
Direito em geral. Acrescentando-se o adjetivo “tributária”,
tem-se que a legislação tributária é esse mesmo conjunto
de normas quando elas tratam, no todo ou parte, dos
tributos, bem como das relações jurídicas entre fisco e
contribuintes.
Diz o artigo 96 do CTN: “A expressão ‘legislação
tributária’ compreende as leis, os tratados e as
convenções internacionais, os direitos e as normas
complementares que versem, no todo ou em parte,
sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes”.
Fontes Principais
I - Leis
z Constituição
z Emenda Constitucional
z Lei Complementar
z Resoluções
z Lei Ordinária
z Lei Delegada
z Medidas Provisórias
z Decreto Legislativo
z Tratados e Convenções Internacionais
Fontes Secundárias
z Decreto Executivo
É um ato ou manifestação solene da vontade do Poder
Executivo. O Decreto é inteiramente subordinado à Lei,
não podendo contrariá-la, excedê-la ou restringi-la.
Existem três categorias de decretos:
a) Decreto de Execução
b) Decreto Autônomo ou Independente
c) Decreto de Organização
Contabilidade Básica 99
Atos administrativos normativos
Educador, no anexo 8 você encontrará textos complementares aos assuntos que serão abordados nessa aula.
Quarta Aula
O objetivo dessa aula é definir os principais
“princípios” da Legislação Tributária.
50 min
Princípio da legalidade
Princípio da anterioridade
Princípio da igualdade
Quinta Aula
O objetivo dessa aula é definir o significado da
tributação em si.
50 min
Significado da tributação
Conceitos de tributos
Sexta Aula
O objetivo dessa aula é apresentar aos jovens partici-
pantes as diferenças entre os diversos tipos de tributos
existentes.
50 min
Classificação de tributos
Imposto
Taxa
Empréstimo compulsório
Contribuições parafiscais
Sétima Aula
O objetivo dessa aula é apresentar um quadro
comparativo aos jovens participantes, a fim de fazer o
fechamento do assunto tributo.
50 min
Oitava Aula
O objetivo dessa aula é definir a competência dos
tributos: a quem cabe cobrar, e a quem cabe pagar.
50 min
Impostos
z Importação de produtos estrangeiros (II)
z Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados (IE)
z Renda e proventos de qualquer natureza (IRPJ)
z Produtos Industrializados (IPI)
z Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos ou valores mobiliários (IOC)
z Propriedade Territorial Rural (ITR)
z Grandes fortunas, nos termos de lei complementar
z Extraordinário no caso de Guerra Externa
z Outros impostos pelo exercício da competência residual
Outros tributos
z Taxas
z Contribuições de melhoria
z Transações financeiras (CPMF)
z Empréstimos compulsórios
z Contribuições sociais, de intervenção no domínio eco-
nômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, tais como: Contribuição do FGTS, Con-
tribuição Previdenciária, Contribuição Sindical, etc.
Impostos
z Transmissão Causa Mortis e doação, de quaisquer
bens ou direitos
z ICMS, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior
z Propriedade de veículos automotores (IPVA)
Outros tributos
z Taxas
z Contribuições de melhoria
z Contribuições Sociais (artigo149, § único da CF)
Impostos
z Propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
z Transmissão Inter Vivos, a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis
z Serviços de qualquer natureza, não compreendidos
no artigo155 – II (ISS)
Outros tributos
z Taxas
z Contribuições de melhoria
z Contribuições Sociais (artigo149, § único da CF)
Obrigação tributária
Fato gerador
Sujeito ativo
Contribuinte
Responsável
Educador, no anexo 9 você encontrará textos complementares aos assuntos que serão abordados nessa aula.
Nona Aula
Nessa aula os jovens conhecerão quais são os prin-
cipais tributos no Brasil hoje, pois serão apresentados
as siglas e o tipo de cobrança pertinente a eles.
50 min
Fato gerador
Formas de apuração
z Lucro real
A partir do ano-calendário de 2002, estão obrigadas à
apuração de lucros reais as pessoas jurídicas (Lei
10.637, de 30.12.2002, artigo 46):
{ cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja
superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (até
31/12/2002 o limite era de R$ 24.000.000,00);
{ cujas atividades sejam de instituições financeiras
(bancos comerciais, de investimento);
{ que tiveram lucros, rendimentos ou ganhos de
capital oriundos do exterior;
{ que usufruam benefícios fiscais relativos à
isenção ou redução do imposto;
{ que, no decorrer do ano-calendário, tenham
efetuado o pagamento do imposto mensal pelo
regime de estimativa;
{ que se dediquem à atividade de factoring.
z Lucro presumido
Se a pessoa jurídica não se enquadrar em nenhuma das
situações relacionadas no item anterior poderá optar pela
tributação com base no lucro presumido, devendo esta
opção ser exercida com o pagamento da primeira quota
ou quota única do imposto devido no primeiro trimestre
do ano-calendário. A partir de 1999, esta opção passa a
z Lucro arbitrado
O fisco arbitra o lucro basicamente quando o contribuinte
não mantém escrituração nas formas das leis comerciais
e fiscais, quando houver indícios de fraude ou quando o
contribuinte optar indevidamente pela tributação com
base no lucro presumido.
Períodos de apuração
Educador, no anexo 10 você encontrará textos complementares aos assuntos que serão abordados nessa aula.
Educador, como este será o último capítulo, será proposta uma discussão quanto à
importância do preenchimento dos documentos fiscais, bem como quanto à respon-
sabilidade deles no que diz respeito à sua guarda física.
Objetivos
50 min
Legendas
2. Saída e Entrada
z Saída – Por evento da venda em si.
z Entrada – Quando há repasse de um setor a outro ou há devolução da mercadoria.
3. CNPJ
z CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. Representa o número de cadastro
da junto aos órgãos (federal, estadual e municipal) que é único por empresa.
4. Logotipo
z Espaço para o logotipo, razão social (denominação da empresa), endereço, e-mail,
telefone, etc.
5. Natureza da Operação
z Código numérico ou denominação descritiva da natureza do ato. Exemplos: venda
de mercadoria, prestação de serviços entre outros.
6. CFOP
z Representa a classificação fiscal da operação, seqüência numérica.
8. Inscrição Estadual
z Como o CNPJ, este é o número que identifica a empresa junto ao Estado de
origem (SP / RJ / BA etc.)
9. Nome/Razão Social
z Deve-se inserir neste campo, no ato da transação, o Nome ou Razão Social, pois o
“comprador” pode ser pessoa jurídica (empresa) ou pessoa física (cidadão
comum).
10. CNPJ/CPF
z Inserir o número seqüencial do CNPJ, caso seja empresa, ou CPF (CIC) caso seja
pessoa física.
11. Endereço
z Inserir os dados cadastrais para a validação da nota fiscal (NF) e posterior
cobrança, caso seja operação comercial.
18. Unidade
z Unidade se refere como está sendo vendido o produto, se por quilo, caixa, peças,
saca ou outros.
19. Quantidade
z Neste campo será inserida a quantidade do que está sendo vendido, em números.
22. Alíquotas
z De acordo com a região e Legislação Tributaria, neste campo deve ser inserida a
alíquota (peso porcentual) do tributo que será cobrado do comprador junto ao valor
da mercadoria. Por exemplo, a alíquota (SP) do ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadoria) é 18%, assim deve-se inserir a porcentagem 18%.
50 min
Sexta aula
Veículo Fornecedor
8.000 8.000
Débito Crédito
Ativo Passivo
Banco R$ 10.000,00 Fornecedor R$ 8.000,00
Contribuições correlatas
Trata-se do efeito de contribuições que, por definição, é um tributo cobrado que possa
agregar valor ao patrimônio das pessoas ou das empresas, por exemplo, uma
cobrança da prefeitura sobre o valor imobiliário de um imóvel, ou em caso de um novo
calçamento, a pessoa ou empresa pagará um determinado valor, porém em
contrapartida terá o seu imóvel valorizado, estes são exemplos de contribuição, ou
seja, há uma correlação ao bem, neste caso o imóvel que é parte do ativo permanente
do balanço patrimonial.
Cotejando
Confrontando.
Escopo
Alvo, mira, propósito.
Monopólio
Em economia, monopólio (do grego monos, um + polein, vender) é como se denomina
a situação em que uma empresa detêm o mercado de determinado(s) produto(s) e/ou
serviços, impondo preços aos que comercializam. Uma forma evoluída de monopólio
são os chamados oligopólios.
Oligopólio
Na economia, oligópólio (do grego oligos, poucos + polens, vender) é uma forma
evoluida de monopólio, no qual um grupo de empresas promove o domínio de
determinada oferta de produtos e/ou serviços como " Empresas de Mineração ,
Aluminio, Aço, Montadoras de Veículos, Cimentos, Laboratórios Farmacêuticos,
Aviações, Comunicações e Bancos.
Promanam
Procedem, derivam.
Rastreabilidade
Conceito de rastrear, ou seja, ter acesso a qualquer momento, neste caso, a um
documento que tenha sido lançado na contabilidade, uma nota fiscal, por exemplo,
qual valor, oriundo de quem ou para quem, data, valor, outros.
Sazonalidades
Produtos ou serviços que têm maior demanda em determinada época, por exemplo,
sorvete no verão, ovos de páscoa na Páscoa, panettones no Natal, etc.
www.cosif.com.br
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.gov.br
www.fazenda.gov.br
www.sebrae.com.br
Ativo
Neste será lançado o conjunto de bens e direitos, tangíveis (o que é palpável) e/ou
intangíveis (aqueles que não são palpáveis) de uma empresa, expressos em moeda
corrente do país (ou não se este for o caso de empresas que recebem e remetem
dinheiro ao exterior, neste caso substitui-se o modelo da NBC, pelo FASB ou IASB –
modelos internacionais e que são expressos em outras moedas – por exemplo dólar
americano).
Exemplo de Ativo: dinheiro em caixa ou no banco, contas a receber, mercadorias,
terrenos, máquinas, veículos, prédios e outros.
Passivo
Neste será lançado o conjunto dos deveres e das obrigações de uma empresa,
também expressos em moeda. Portanto, o passivo representa as dívidas, são valores
devidos aos credores. Os credores podem ser terceiros ou proprietários.
Exemplo de passivo: fornecedores, contas a pagar, títulos a pagar, salários e impostos
a pagar e outros.
Patrimônio
Neste, por sua vez, será lançado o conjunto de bens, direitos, deveres e obrigações da
empresa, ou seja, tudo aquilo que uma empresa tem (ativo) e tudo aquilo que deve
(passivo).
Patrimônio Líquido
Por conseqüência do entendimento de patrimônio, podemos resumir que este
representa a diferença entre o valor do ativo e das obrigações com terceiros (passivo
exigível) de uma empresa em determinado momento, ou seja, representa o valor que
os proprietários/acionistas de uma empresa têm aplicado no negócio, é formado pelo
capital social, reservas e lucros/prejuízos acumulados, a saber:
Conceitos de Capital:
O diário é um registro oficial das transações contábeis; deve ser lançado em ordem
cronológica; apresentam o nome das contas a serem debitadas ou creditadas, as
importâncias dos débitos e créditos, e qualquer informação suplementar útil acerca da
transação. O atraso máximo para escrituração é de 180 dias.
O Diário registra os seguintes dados:
z Data da operação.
z Conta a ser debitada
z Conta a ser creditada (representado pela letra “a.”)
z Histórico da operação, com menção das características principais dos documentos
comprobatórios da operação.
z Valor da operação em moeda.
Não é um livro encadernado, pode consistir num jogo de folhas soltas ou num jogo de
fichas perfurado.
O Razão conterá, pelo menos, tantas contas quantas existentes no Balanço e na
Demonstração do Resultado. Geralmente há muito mais contas do que este número
mínimo, dada a necessidade de informações aos dirigentes.
Comumente aparece no Balanço o item singular Duplicatas a Receber ou Clientes,
porém, há óbvias vantagens em manter no Razão uma conta separada para cada
cliente.
Este livro se tornou obrigatório a partir de 1991, através da Lei 8.218 Art. 14 de
29.08.91, e alterada pelo Art. 62 da Lei 8.383/91.
PIS/COFINS
Contas Retificadoras
Nenhuma empresa efetua vendas a prazo sabendo antecipadamente que não irá
receber. No entanto, ao conceder crédito a terceiros, a empresa sempre se arrisca a
arcar com alguma perda em função da inadimplência de seus clientes.
Em função disso, as empresas devem verificar qual a proporção de perdas com não
recebíveis nos últimos anos em relação aos valores a receber. O porcentual
encontrado deve ser aplicado sobre o valor da conta Clientes e o valor encontrado
será lançado na DRE como “Provisão para Perda com não Recebíveis” e no Balanço
como retificadora da conta Clientes com o nome de “Provisão para Devedores
Duvidosos – PDD”.
Exemplo: supondo que nos últimos dois anos a empresa teve uma perda com não
recebíveis em torno de 3% com relação aos valores a receber. Dessa forma, se no
ano atual a empresa tiver registrado em sua conta Clientes $ 100.000 irá aplicar 3%
sobre este valor, obtendo o montante de $ 3.000. Este valor será lançado na DRE
como “Provisão para Perda com não Recebíveis” e no Balanço ficará apresentado da
seguinte forma:
Clientes: 100.000
(-) PDD: (3.000) conta retificadora
A partir de 1996 a legislação fiscal (Art.46 da IN SRF 390 de 30/01/2004) proibiu a
constituição da PDD e, em substituição, as empresas estão autorizadas a baixar da
conta Clientes e registrar diretamente em Despesa os valores efetivamente não
recebidos, obedecendo aos seguintes critérios:
Duplicatas descontadas
Lançamento:
D - Banco c/movimento
C - Duplicata Descontada 12.000
D - Despesa Financeira
C - Banco c/movimento 425
ou
D - Banco c/movimento 11.575
D - Despesa Financeira 425
C - Duplicata Descontada 12.000
Histórico: Desconto de duplicatas no valor de R$ 12.000,00 sendo cobrado juros de R$
425,00, conforme borderô do Banco do Brasil n.º001/97.
Demonstração no Balanço:
Clientes 20.000
(-) Dup. Descontada (12.000)
Quando a empresa aplica recursos em investimentos pode vir a arcar com uma
possível perda, caso o valor de realização desses investimentos sejam inferiores ao
valor da aquisição. Neste caso a empresa pode constituir a Provisão.
Supondo que uma empresa adquiriu 1.000 ações da Cia. X pelo preço de $ 10 cada,
mas, na ocasião do encerramento do balanço, verificou que as ações valiam apenas $
7 cada, portanto deverá constituir a provisão de perda de R$ 3,00 por ação.
Lançamento:
D - Perdas em Investimento (DRE - Resultado Não Operacional)
C - Provisão para perdas em investimento (Ativo - Investimento Permanente) 3.000
Histórico: Constituição de provisão para perda em investimento, referente ao lote de
1.000 ações da Cia X.
Demonstração no Balanço:
Investimento em outras companhias 10.000
(-) Provisão para perdas em investimento (3.000)
Esses porcentuais são aplicados sobre o valor de aquisição do bem e lançado na DRE
como despesa ou custo com depreciação, de acordo com o setor/departamento onde
o bem está sendo utilizado. No balanço é registrado como Conta Retificadora dentro
do Ativo Imobilizado, conforme a seguir:
Lançamento:
D - Despesa ou custo com depreciação - DRE
C - Depreciação acumulada - Ativo Imobilizado
Histórico: Constituição de depreciação acumulada à taxa de 20 %.
Demonstração no Balanço:
Veículos 10.000
Demonstrações contábeis
A partir desse bloco devemos demonstrar aos jovens participantes que o mundo dos
negócios remete-nos à necessidade de compreensão dos objetivos, das atividades e
dos resultados das empresas, assim interpretar os fatores internos e externos e suas
influências nas atividades desenvolvidas pela organização são fundamentais para a
prática da análise das demonstrações desta, bem como a forma assertiva de compa-
rativos macroeconômicos (por exemplo, concorrentes).
Assim, a comunicação de dados entre os quais as demonstrações contábeis permite
gerar as bases históricas da organização, pela qual será possível diagnosticar o de-
sempenho da mesma e reduzir o grau de incerteza. A análise financeira necessita de
um enfoque holístico, que permita conhecer a estratégia da empresa, suas decisões
de investimento e de financiamento e principalmente a natureza de suas operações.
Legislação Fiscal
Faremos uma breve revisão e interpretação de cada uma das contas que compõem as
Demonstrações do Resultado:
Receita Operacional
Vendas Canceladas
Valores transferidos pela empresa para os governos federal (IPI), estadual (ICMS) ou
municipal (ISS), por exemplo.
Corresponde à parte da receita que ficará livre para a empresa cobrir seus custos e
despesas para a geração de lucro.
z O custo dos produtos vendidos (CPV) ocorre mais nas indústrias e pode ser
representado pelo esquema a seguir:
z O custo das mercadorias vendidas (CMV) ocorre mais nas empresas comerciais e
pode ser representado pelo esquema a seguir:
Lucro Bruto
Despesas Operacionais
Despesas Administrativas
São aquelas que não podem ser abrigadas como despesas operacionais,
administrativas ou com vendas.
Conforme o art. 248 da Lei nº. 6.404/76, é obrigatório o uso do método de equivalência
patrimonial para avaliação dos investimentos relevantes em sociedades coligadas ou
cuja administração tenha influência ou participe com 20% ou mais do capital social e
em sociedades controladas. Assim é importante que o analista conheça como foram
gerados os lucros nas coligadas e controladas, que deram origem à equivalência na
investidora.
Lucro Operacional
Estes por sua vez são aqueles valores atinentes às perdas em transações eventuais,
prejuízos na venda de bens do imobilizado ou na alienação de investimentos.
É outra parcela que é calculada com base no lucro da empresa, sendo recolhida ao
governo federal, conforme prevê a Constituição.
Participações
Demonstrações Financeiras
Objetivo
Avaliar os efeitos da variação do poder aquisitivo da moeda sobre os números das
demonstrações financeiras, bem como conceitos relativos a ativos monetários, ativos
não monetários e passivos monetários.
Ativos Monetários
Os ativos monetários são aqueles que estão expostos aos efeitos corrosivos da
inflação, sobre os quais a empresa tem uma perda. Exemplo:
Pelo gráfico acima, pode-se observar que um ativo monetário mantém o seu valor
nominal constante ao longo do tempo, enquanto o seu valor real, isto é, seu poder
aquisitivo decresce com o tempo e em decorrência da inflação. Assim, nossa
interpretação é de que um bem que era adquirido por R$ 100,00 no final de setembro,
no início de dezembro custará R$ 103,00. Houve uma perda de poder aquisitivo de
quase 3%, portanto com os mesmos R$ 100,00 em (1-12-2006) pode-se comprar
97,09% do que comprávamos em (31-9-2006).
Os ativos não monetários são aqueles que estão protegidos contra os efeitos
corrosivos da inflação. Um exemplo prático que se pode citar, é o caso de um imóvel,
imagine que este custou $ 100.000,00 que é o preço ao fornecedor deste. Se
considerarmos uma inflação de 3% para os três meses seguintes, o valor de mercado
do imóvel será de $ 103.000,00, que é diferente do valor nominal de $ 100.000,00.
Desse modo o ativo está protegido contra os efeitos corrosivos da inflação. Exemplo:
Pelo gráfico acima, podemos observar que um ativo não monetário mantém o seu
valor nominal e vai perdendo sua representatividade ao longo do tempo. Assim, nossa
interpretação é de que um bem que era adquirido por $ 100,00 no final de setembro,
no início de dezembro valerá $ 103, 00. Portanto, houve uma correção monetária ao
Passivos Monetários
Os passivos monetários são aqueles que estão expostos aos efeitos corrosivos da
inflação, sobre os quais a empresa tem um ganho. Enquanto os ativos podem e
devem ser mutáveis neste caso, no de inflação, o passivo não deve ser alterado no
seu valor nominal. Assim, por exemplo, no caso de uma perda no ativo devido à
inflação, conforme ilustração de ativos monetários, em uma conta, por exemplo, de
fornecedores, o seu valor no balanço será igual ao valor nominal no tempo. Assim
sendo, quando ocorre, por exemplo, uma perda de 3% no ativo monetário, será obtido
um ganho no passivo monetário, pois o valor agregado a fornecedores aumentou, pois
o seu poder aquisitivo no tempo será maior. Exemplo:
Há uma variação bastante grande neste sentido, uma vez que as empresas de capital
aberto, por exemplo, divulgam suas demonstrações contábeis e muitas até as
disponibilizam pela Internet, outras apenas divulgam para cumprir uma exigência legal.
Não há, infelizmente, uma conscientização da importância desta divulgação, não
apenas para os seus maiores interessados, os acionistas, mas para o mercado como
um todo.
Na maioria dos casos, os pedidos são atendidos de acordo com a necessidade, o que
nos leva a entender que partirá do analista e, de acordo com o tipo de aprofundamento
de sua análise, da exigência da documentação pertinente. Como um exemplo prático,
pode-se citar que os bancos são classificados por agências que determinam os seus
riscos (já citado em momento anterior), sendo que aqueles que atuam no varejo
dispõem normalmente de uma ficha padronizada já com os dados de sua análise,
enquanto os bancos que atuam em grandes negócios tendem a desenvolver análise
com nível de aprofundamento maior.
2 Conferência da documentação
A primeira idéia que temos é de que a contabilidade é organizada. O que leva a crer
que a documentação que chega é clara o bastante, porém é freqüente nos
depararmos com algumas irregularidades:
a) Falta de identificação da empresa nas demonstrações, ou seja, constantes
números, mas não há identificação da empresa.
b) Falta de assinatura do contador nas demonstrações contábeis, ou número do
CRC.
c) Falta de assinatura do responsável pela empresa (da diretoria ou dos sócios-
gerentes) nas demonstrações contábeis.
d) Demonstrações incompletas, faltas do ativo ou passivo, ou mesmo da
demonstração do resultado.
e) Balanços excessivamente sintéticos sem possibilitar o conhecimento das
principais contas.
f) Recebimento de balancetes sem apuração dos estoques e do custo da mercadoria
ou do produto vendido.
g) Total do ativo diferente do total do passivo mais o patrimônio liquido.
h) Mesmo no caso de sociedade anônima. Há casos em que as empresas de capital
aberto (ou fechado) mas com características de S/A, em que estas apresentam as
diferenças dos conjuntos de ativo e passivo. Estas estão obrigadas a fazer este
tipo de demonstração, ao contrário das Ltda.
i) Recebimento de duas versões diferentes das demonstrações contábeis de um
mesmo exercício. Existem empresas que elaboram demonstrações contábeis
diferentes para atender a usuários diferentes e provavelmente, por
1. Ativo
1.1. Ativo Circulante
1.1.1. Disponível
1.1.1.1. Caixa
1.1.1.2. Bancos - Conta Movimento
1.1.1.2.1. Banco A
1.1.1.2.2. Banco B
1.1.2. Aplicações Financeiras
1.1.2.1. Fundos de Investimento
1.1.2.2. CDB
1.1.3. Clientes
1.1.3.1. Duplicatas a Receber de Clientes (ou apenas Clientes)
1.1.3.1.1. Cliente A
1.1.3.1.2. Cliente B
1.1.3.2. (-) Duplicatas Descontadas
1.1.3.3. (-) Provisão para Devedores Duvidosos
1.1.4. Outros - Contas a Receber
1.1.4.1. Empréstimos a Receber
1.1.4.2. Adiantamento a Funcionários
1.1.4.3. Impostos a Recuperar
1.1.5. Estoques
1.1.5.1. Produtos Acabados ou Mercadorias
1.1.5.2. Produtos em Elaboração
1.1.5.3. Matérias-Primas
1.1.5.4. Material de Consumo
1.1.5.5. Material de Escritório
1.1.5.6. (-) Provisão para Perda no Estoque
1.1.6. Despesas Antecipadas
1.1.6.1. Prêmios de Seguro a Apropriar
1.1.6.2. Aluguéis
1.1.6.3. IPVA
1.1.6.4. Assinatura de Jornais e Revistas
1.2. Ativo Realizável a Longo Prazo
1.2.1. Clientes
1.2.2. Contas a Receber
1.2.3. Despesas Antecipadas
1.2.4. Depósitos Judiciais
1.2.5. Empréstimo a Sócio-Acionistas
1.2.6. Empréstimos a Empresas Controladas/Coligadas
1.3. Ativo Permanente
1.3.1. Investimentos
1.3.1.1. Participações em Controladas/Coligadas
1.3.1.2. Participações em Outras Empresas
1.3.1.3. Outros Investimentos
1.3.1.4. (-) Provisão para Perda em Investimento
Fontes Principais
II - Leis
z Constituição – Toda a base do direito tributário se encontra no direito
constitucional. No Brasil a Constituição e suas emendas estabelecem o arcabouço
do ramo das ciências jurídicas. Atualmente a Carta Magna contém um capítulo
dedicado ao sistema tributário, ao qual se subordinam, obrigatoriamente, a legis-
lação tributária e suas normas complementares.
z Emenda Constitucional – A Constituição permite emenda ao texto. Uma vez
aprovada, a emenda é incorporada à Constituição, integrando-a, ficando com o
mesmo valor hierárquico da magna lei que passa a integrar.
z Lei Complementar – Trata-se de uma lei, conforme o seu nome indica,
complementar à Constituição, que completa esse texto. O objetivo é regular os
preceitos constitucionais que não são auto-explicáveis, que não valem concre-
tamente de per si se não forem complementados. A lei complementar destina-se a
regular apenas as normas constitucionais, conforme previsão expressa (requerida
expressamente pela Magna Carta).
z Resoluções – Significa, no sentido comum do termo, qualquer deliberação ou ato
de autoridade. As Resoluções, no plano mais elevado, destinam-se a regular
matéria do Congresso Nacional tanto de caráter político como administrativo.
Importantíssimas as Resoluções do Senado Federal na parte tributária, como por
exemplo a fixação de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interes-
taduais (ICMS) e de exportação. Por resolução do Senado Federal e execução de
lei ou decreto declarado inconstitucionais pelo STF, fica suspensa.
z Lei Ordinária – É a que emana dos órgãos que a Constituição investiu da função
legislativa. O adjetivo ordinário é empregado para distinguir as leis comuns das
demais (Lei Complementar, Lei Delegada). Na prática, costuma-se denominar a
Lei Ordinária simplesmente de lei, sem adjetivação alguma.
z Lei Delegada – Temos a Lei Delegada quando o Congresso Nacional transmite ao
Presidente da República poderes para elaborar leis nos domínios não vedados,
pela Constituição. O ato que habilita o Poder Executivo a baixar Lei Delegada é a
Resolução do Congresso Nacional.
z Medidas Provisórias – É uma inovação, no Brasil, decorrente do art. 62 da CF de
88, dá ao Presidente da República o poder de adotá-las, com força da Lei, em
casos de relevância e urgência, devendo submetê-las ao Congresso Nacional. As
Medidas Provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas
em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua publicação, devendo o Congresso
Nacional disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.
z Decreto Legislativo – É o ato resultante da competência exclusiva do Poder
Legislativo. Não estando sujeito à sanção do Poder Executivo, é uma lei não san-
cionável. Na área tributária pouco interesse há no Decreto Legislativo. Este não
regula e nem regulamenta matéria tributária, exceção feita quando esteja ligado a
tratados internacionais de tributação.
Fontes Secundárias
z Decreto Executivo
É um ato ou manifestação solene da vontade do Poder Executivo. O Decreto é
inteiramente subordinado à Lei, não podendo contrariá-la, excedê-la ou restringi-la.
Existem três categorias de decretos:
a) Decreto de Execução – Tem por objetivo a exata aplicação das normas
constantes da Lei.
b) Decreto Autônomo ou Independente – Quando disciplinam o uso das
faculdades e atribuições conferidas aos órgãos do Poder Executivo.
c) Decreto de Organização – Quando objetivam a organização e o funcionamento
dos órgãos administrativos públicos.
Jurisprudência Administrativa
Convênio Interno
Base de cálculo
É o critério legal que conjugado à alíquota permite apurar a quantidade (em espécie)
do tributo a pagar. A base de cálculo deve ser definida em lei complementar e sua
alteração está sujeita aos princípios da legalidade e da anterioridade.
Exemplo: Cofins – Receita Bruta, ICMS – Valor da mercadoria declarado na nota
fiscal.
Alíquota
Crédito tributário
Conceito
Dessa forma, o crédito tributário consiste no direito que a Fazenda Pública tem de
exigir do contribuinte ou responsável (sujeito passivo) o pagamento do montante do
tributo devido, penalidades e acréscimos. O CTN, art.139, dispõe: “O crédito tributário
decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta”. Em outras palavras, o
crédito tributário representa a formalização do direito creditício do sujeito ativo e da
condição de devedor do sujeito passivo, numa relação jurídico-tributária.
Lançamento tributário
O art. 175, e seus incisos I e II do CTN, dispõem sobre as duas causas de exclusão do
crédito tributário, a saber: a Isenção e a Anistia.
O poder de isentar decorre do poder de tributar. A isenção nada mais é do que a
dispensa do pagamento do tributo. A isenção preexiste ao fato gerador da obrigação
tributária principal. O tributo nasce, na verdade, com o fato gerador, mas, incontinenti,
é excluído, conquanto perdurem todas as obrigações acessórias pertinentes.
Conhecida como anistia fiscal, não dispensa o pagamento do tributo, mas tão-somente
das multas, penalidades pecuniárias. A anistia, segundo o art. 180 do CTN, abrange
exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede,
não se aplicando aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos
atos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados em lei como crimes ou
contravenções e aos atos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com
dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiros em beneficio daquele e,
salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais
pessoas naturais ou jurídicas.
z INCIDÊNCIA – Podemos dizer que quando não falta elemento algum para que se
configure o fato gerador, há incidência. Assim, temos que a incidência é a reunião
de todos os elementos do fato gerador da obrigação tributária. Concretizado o
pressuposto jurídico ou a hipótese legal, surge a relação jurídico-tributária.
Exemplo: circulação de mercadorias (ICMS), prestação de serviço (ISS).
z ISENÇÃO – A isenção nada mais é do que a dispensa do pagamento do tributo.
Ela decorre de Lei e dirige-se pela autoridade administrativa competente. É causa
excludente do tributo porque proíbe que o crédito tributário se constitua. A isenção
não se confunde com a não-incidência, porque ela situa-se dentro do campo da
incidência. Existe o fato gerador e nasce a obrigação tributária, mas, por motivos
de ordem pública, de interesse social, etc, justifica a dispensa do pagamento do
tributo, conquanto perdurem todas as obrigações acessórias pertinentes. Exemplo:
prédios de embaixada e consulados quanto ao IPTU.
z NÃO INCIDÊCIA – Não há incidência porque o acontecimento material não possui
elementos que conjuguem com qualquer dos fatos geradores estipulados na
legislação tributária. A não incidência se coloca pelo lado de fora da área
abrangente de fatos, situações e acontecimentos formadores do fato gerador. Ora,
se para ocorrer o fato gerador impõe-se necessariamente o pressuposto jurídico,
ou seja, a hipótese de incidência abstrata na Lei, conclui-se que sem isso jamais o
fato gerador ocorrerá. Exemplo: circulação de ativo fixo (ICMS).
Base de Cálculo
z LUCRO REAL
(=) Resultado Líquido do período-base – antes do IR
(+) Adições ao Lucro Líquido
a) Alguns encargos de depreciação, CSLL quando apuração mensal,
provisões (exceto para 13º, férias e reserva técnica), multas de infrações
fiscais, algumas doações, despesas com brindes, algumas perdas, entre
outros.
(-) Exclusões do Lucro Líquido
b) Depreciação acelerada incentivada, alguns saldos devedores de correção
monetária, alguns encargos financeiros, entre outros.
(=) Resultado Ajustado
(+) Ganhos de capital e/ou outras receitas
c) Alienação de bens do ativo permanente, rendimentos das operações de
mútuo, ganhos com ouro, receita de aluguel de bens, juros de
impostos/contribuições a serem restituídos e variações monetárias ativas.
(-) Compensação de prejuízos fiscais de exercícios anteriores (até 30% do lucro)
(=) Lucro Real
(x) Alíquota geral
(x) Alíquota adicional (se for o caso)
(=) Imposto de Renda Devido
(-) Incentivos Fiscais
- PAT= Programa de Alimentação do Trabalhador
Cálculo do incentivo: 15% s/ o total das despesas com PAT, ou R$ 0,30
x nº. de refeições do período, dos dois o menor.
Limite de dedução: 4% do imposto devido
- Doações e patrocínios culturais
Limite de dedução: 4% do imposto devido
- Atividades audiovisuais:
Limite de dedução: 3% do imposto devido
- Doações aos Fundos do Direito da Criança e do Adolescente
Limite de dedução: 1% do imposto devido
(-) IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte
(=) IMPOSTO DE RENDA A PAGAR
(=) IR DEVIDO
(=) IR A PAGAR
(=) IR DEVIDO
(-) IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte)
(=) IR A PAGAR
ALÍQUOTAS DO IRPJ
Geral ..........................15% sobre a totalidade da base de cálculo apurada.
Adicional.....................10% sobre parcela lucro que ultrapassar o limite R$
240.000,00/ano ou R$ 60.000,00/trimestre ou
ainda R$ 20.000,00/mês.
Vejamos: R$ -----------------------
(=) RECEITA BRUTA............................................................................. 1.200.000,00
(mercadorias = 1.000.000,00 + serviços = 200.000,00)
(-) mercadorias devolvidas.......................................................................... 50.000,00
Vamos supor que a operação tenha sido idêntica nos três meses, então teríamos:
a) Auferiu receita com venda de mercadorias no valor total de R$ 3.000.000,00.
b) Obteve receita com serviços em geral de R$ 600.000,00.
c) Contabilizou R$ 150.000,00 com mercadorias devolvidas.
d) Obteve rendimentos de aplicações financeiras no valor de R$ 45.000,00.
e) Auferiu lucro na venda de veículos de R$ 15.000,00.
f) Realizou despesas com alimentação do trabalhador no total de R$ 45.000,00
(18.000 refeições).
g) Teve imposto de renda retido na fonte no valor de R$ 6.120,00.
Vejamos: R$ ------------------------
(=) RECEITA BRUTA........................................................................... 3.600.000,00
(mercadorias = 3.000.000,00 + serviços = 600.000,00)
(-) mercadorias devolvidas.................................................................... 150.000,00
(114.000,00 – 6.120,00)
A Contribuição Social sobre o Lucro das pessoas jurídicas foi instituída com a Lei
7.689, de 15 de dezembro de 1988, destinada ao financiamento da seguridade social.
ALÍQUOTAS DA CSLL
Apuração:
z 8% sobre a base de cálculo, para fatos geradores ocorridos de 01.01.1999 a
30.04.1999.
z 12% sobre a base de cálculo, para fatos geradores ocorridos de 01.05.1999 a
31.01.2000.
z 9% sobre a base de cálculo, para fatos geradores ocorridos a partir de 01.02.2000.
* não pode ser deduzido quando for feita opção pelo regime de lucro presumido.
Compete aos municípios instituir Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, não
compreendidos no art. 155, inciso I, alínea b, da CF, definidos em Lei Complementar.
Devido ao imenso número de municípios existentes no Brasil, para garantir um mínimo
de uniformização e coibir a cobrança de alíquotas excessivas, a Constituição Federal
de 1988 dispôs:
§ 4º - Cabe a Lei Complementar:
“ I – Fixar as alíquotas máximas dos impostos previstos nos incisos III e IV;
“ II – Excluir da incidência do imposto previsto no inciso IV exportações de
serviços para o exterior”.
A lista de serviços sujeito ao ISS foi elaborada pela Lei Complementar 56/87.
Entretanto, essa lista é genérica e indicativa, admitindo subclassificações, desde que
sejam espécies do mesmo gênero.
Fato Gerador – É a prestação dos serviços elencados na lista de serviços da Lei
Complementar 56/87.
Base de Cálculo – A base de cálculo do imposto é o preço do serviço, sobre o qual
incidirão as alíquotas fixadas pela legislação municipal tributária.
Base de Cálculo:
o) Na saída do produto de estabelecimentos: o valor da operação
(Preço+frete+acessórias+embalagem).
p) No desembaraço aduaneiro: preço + II + taxas + encargos cambiais.
q) No caso de arrematação: o preço da arrematação.
Nota: Não podem ser deduzidos os descontos, diferenças ou abatimentos,
concedidos a qualquer título.
Alíquota:
Como explicado anteriormente, as alíquotas do IPI são ad valorem, estabelecidas em
tabelas oficiais instituídas por lei (TIPI) e são seletivas em função da essencialidade do
produto.
Apuração:
Nos termos do art.182 do RIPI/98, o IPI deve ser apurado a cada decêndio e recolher
até o 3º dia útil do decêndio subseqüente ao de ocorrência dos fatos geradores.
Exceção feita às microempresas e as empresas de pequeno porte, as quais devem
apurar mensalmente e recolher o tributo até o último dia útil do mês subseqüente ao
de ocorrência dos fatos geradores.
O ICMS é tributo proporcional com alíquota única para todas as mercadorias, podendo
variar apenas e tão-somente em função do tipo de operação de circulação realizada
(interna ou interestadual); é não-cumulativo, abatendo-se do verificado nas operações
posteriores o tributo que foi nas anteriores, realizadas com a mesma mercadoria; é
indireto, repercutindo seus efeitos contra o terceiro adquirente da mercadoria e é
tributo real por excelência, pois em suas incidências não estabelece distinção calcada
nas condições pessoais do contribuinte.
A diferença entre o ICMS e o IPI reside no fato de que este adota alíquota seletiva e
aquele se estabelece através de alíquota uniforme.
Fato Gerador:
O Decreto-Lei 406/68 (art. 1º) estabelece como fato gerador:
“O imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias tem como
fato gerador:
I – a saída de mercadorias de estabelecimento comercial, industrial ou produtor;
II – a entrada em estabelecimento comercial, industrial ou produtor de
mercadoria importada do exterior pelo titular do estabelecimento;
III – o fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em
restaurantes, bares e cafés e estabelecimentos similares.”
Base de Cálculo:
Art.2º - Decreto-Lei 406/68
I – Na saída do produto de estabelecimentos: o valor da operação
(preço+frete+acessórios+embalagem);
A partir da Lei 10.637/2002, foi definida a não cumulatividade do PIS e Cofins. Houve
alterações e ratificações da mesma, através das leis 10.833/2003, 10.865/2004,
10.925/2004 e 11.051/2004.
Para determinação do valor da contribuição aplicar-se-á a alíquota de 1,65% e
poderão ser descontados os créditos calculados em relação a:
cc) bens adquiridos para revenda;
dd) bens e serviços utilizados como insumos na fabricação de produtos
destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis e
lubrificantes;
ee) aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a PJ de origem
nacional;
ff) despesas financeiras incorridas no mês decorrentes de empréstimos e
financiamentos de PJ, exceto de optante pelo SIMPLES;
gg) máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de
produtos destinados à venda, bem como a outros bens incorpados ao
ativos imobilizado (base de cálculo será a amortização e depreciação
mensal);
hh) edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo,
inclusive de mão-de-obra, tenham sido suportadas pelo locatário (base de
cálculo serão a amortização e depreciação mensal);
ii) bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado
faturamento do mês ou de mês anterior, e tributados conforme o disposto
nesta Lei.
Prazo de recolhimento: Até o último dia útil da quinzena do mês subseqüente aos
fatos geradores.