Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
na capital
PAULO CAPPELLI
Antunes/PR Jair e
Flávio: Queiroz nega, mas mantém canal de comunicação aberto com o
clã presidencial
Hoje, um dos principais desejos do ex-assessor é conseguir o apoio tanto
de Flávio quanto do presidente em sua empreitada à Câmara. Quando
lançou sua candidatura, divulgou um vídeo em que exibia intimidade com
a família presidencial. Numa das cenas, ele e o senador Flávio Bolsonaro
fazem sinal de positivo para as câmeras. Em outro momento de
descontração do vídeo, Queiroz e Jair Bolsonaro aparecem juntos de
sunga na praia. Em declaração recente a Crusoé, ele foi direto ao
ponto. Disse que, se contar com o apoio do clã presidencial, vai se
sagrar “o deputado mais votado” do Rio de Janeiro.
Hoje, no entanto, as chances de Queiroz ter os Bolsonaro como cabos
eleitorais à luz do dia são mínimas. Crusoé apurou que a decisão do ex-
policial de se candidatar gerou grande desconforto no Palácio do Planalto.
Afinal, a candidatura do ex-assessor terá o condão de reavivar na
memória do eleitor, no calor da campanha presidencial, temas que o
presidente quer ver esquecidos, como o próprio caso do rachid e os
cheques para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. “Queiroz tem muitos
serviços prestados, mas a eleição presidencial de 2022 será muito mais
difícil que a de 2018. Cada detalhe vai contar muito. E o Queiroz,
querendo ou não, traz desgaste para o presidente. O melhor, para a
família e para o próprio Queiroz, seria ele não ser candidato” , afirma um
antigo aliado de Flávio.
Reprodução Michel
Winter com a deputada Carla Zambelli: próximo de Bolsonaro, ele foi o
cicerone de Queiroz em Brasília
As andanças por Brasília contaram com o auxílio de cicerones alinhados
com o núcleo bolsonarista. Ao desembarcar na cidade no dia 9 de
dezembro – oportunidade em que se reuniu com Graciela Nienov, do PTB
–, Queiroz teve a companhia de Michel Neves Winter. Trata-se de um
autodenominado marqueteiro que organizava movimentos de direita em
Minas Gerais. Winter integrou a equipe de publicitários que trabalhou na
eleição de Romeu Zema, do Partido Novo, ao governo mineiro e ajudou a
estruturar a campanha de Bolsonaro no estado, em 2018, ocasião em que
conheceu Queiroz. Em junho de 2020, quando deixou a UTI depois de
passar 30 dias internado lutando contra a Covid, o marqueteiro recebeu
um vídeo do próprio Bolsonaro parabenizando-o pela
recuperação. “Passou por maus momentos, seu Michel. Eu também já
passei (mostrando a cicatriz da facada que levou durante a campanha de
2018)“, disse o presidente. A presença de Winter na reunião com Graciela
Nienov, no entanto, não repercutiu bem no PTB pela maneira como ele se
apresentou. “Esse Michel Winter chegou com o Queiroz no partido sem
agendar horário, disse que tinha influência e conhecia Deus e o mundo” ,
reclamou um influente petebista que participou das tratativas.
Foi apenas a primeira rusga entre Queiroz e a cúpula do partido. A relação
azedou depois que ele descobriu que o militar aposentado da Marinha
Waldir Ferraz, autointitulado amigo “zero zero” de Bolsonaro, também
negociava seu ingresso na legenda. Queiroz resolveu se candidatar a
deputado ao ver pessoas do círculo próximo do presidente buscando a
sorte nas urnas pelo Rio de Janeiro, justamente sua praia. Entre eles, o
sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro Max Guilherme Machado,
hoje assessor especial da Presidência. O ex-PM, então, articulou o
raciocínio óbvio: se os demais, que eram menos conhecidos que ele e
tinham “patente mais baixa” no círculo íntimo de Bolsonaro, poderiam ser
eleitos, e possivelmente com o apoio do presidente, por que não tentar
trilhar o mesmo caminho? No caso de Max, como foi Queiroz quem o
apresentou à família Bolsonaro e os dois ainda são próximos, não haveria
bola dividida durante a eleição. “Somos amigos. Tem espaço para o Max e
eu nos elegermos”, repete Queiroz. Quanto a Waldir Ferraz, o Jacaré, a
história é outra. O amigo de Bolsonaro é desafeto de Queiroz. Além disso,
há um entendimento por parte do ex-assessor que, no corpo a corpo em
busca dos votos dos cariocas, ambos correriam na mesma raia.
Reprodução Nesta
quinta, Queiroz foi ao MP do Rio buscar pertences que haviam sido
apreendidos
Com o entrevero com o PTB, surgiu um problema extra para Queiroz
resolver – se possível, com a intervenção da família Bolsonaro: ele precisa
achar outro partido disposto a abrigá-lo. O ex-assessor foi aconselhado a
procurar o PSC, do não menos notório Pastor Everaldo, e o PRTB, do vice-
presidente Hamilton Mourão. Antes mesmo da definição sobre a futura
legenda, Queiroz já pensa em como estruturar a campanha. Como era
quem cuidava das agendas eleitorais do 01 e marcava eventos com
lideranças locais espalhadas pelo estado, agora Queiroz planeja usar sua
valiosa agenda de contatos para tentar dar musculatura à própria
candidatura. Ele também pretende fazer dobradinha com o deputado
estadual Rodrigo Amorim, vice de Flávio na chapa à prefeitura do Rio em
2016. Na ocasião, Flávio e Amorim – que ficou conhecido por quebrar uma
placa com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco – receberam
424 mil votos e ficaram em quarto lugar na disputa. Caso realmente veja
frustrado o plano de ter os Bolsonaro como cabos eleitorais, o homem do
rachid vai precisar de ajuda para financiar sua campanha. Em 2018, o
custo médio por voto dos 513 parlamentares eleitos à Câmara foi de 10
reais. Quase metade dos eleitos há quatro anos declarou ao TSE um gasto
de, no mínimo, 1 milhão de reais. Não é pouco. Mas o ex-PM sabe que,
para alguém como Bolsonaro, comanda a máquina federal e é cercado
por empresários dispostos a bajular o poder a fim de ter polpudas
contrapartidas, amealhar um valor como esse depende muitas vezes de
um simples telefonema.
Se do ponto de vista político o futuro de Queiroz ainda é incerto, e, de
certa forma, está atrelado à família Bolsonaro, na seara jurídica a situação
começou a clarear para ele nos últimos tempos. Atualmente, a ação penal
contra Fabrício Queiroz – a mesma que envolve o 01 no caso do rachid –
está parada e só poderá ter andamento caso o Ministério Público do Rio
apresente nova denúncia contra ambos. Isso porque, em novembro, o
ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, o
mesmo por quem Bolsonaro disse ter se encantado “à primeira vista”,
anulou provas que haviam sido utilizadas pelo juiz de primeira instância
Flávio Itabaiana. Nesse escopo estavam, por exemplo, quebras de sigilo
bancário e fiscal de 95 investigados. Noronha acolheu um pedido da
defesa do senador Flávio Bolsonaro e, ao tomar a decisão, argumentou
que o Coaf promoveu indevida intromissão na intimidade e privacidade
do filho do presidente. “O Coaf compartilhou com o MP detalhes das
operações que, associados à forma de condução da investigação,
acabaram por promover, sim, indevida intromissão na intimidade e
privacidade dos correntistas ou depositantes de valores, sem a necessária
autorização judicial que garantisse a razoabilidade e proporcionalidade da
medida”, justificou o ministro.
Reprodução
Graciela, presidente do PTB, ao lado de Bolsonaro: reunião com o ex-PM
na sede nacional da sigla
Nesta quinta-feira, 27, Queiroz e sua mulher foram ao Ministério Público
do Rio reaver objetos que haviam sido apreendidos pela Polícia Federal
durante as investigações. Em meio ao material havia celulares e
notebooks do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, de sua mulher e
filhos. Procurado por Crusoé, o Ministério Público do Rio de Janeiro
afirmou que “o procedimento que diz respeito ao senador Flávio
Bolsonaro tramita sob sigilo decretado pela Justiça, razão pela qual
nenhuma informação pode ser prestada”. Informalmente, fontes do MPRJ
afirmam que as investigações prosseguem e que o Ministério Público
aguarda a coleta de novas informações para decidir se oferece outra
denúncia. Seja como pretendente a uma cadeira de deputado, seja como
investigado, seja como homem-bomba da República, o jogo de Queiroz
nos próximos meses passa, necessariamente, por Brasília.
A sede da Embratur: para os próximos meses, 100 milhões de reais em conta para gastar
O cabidão da Esplanada
Menos transparente e com mais dinheiro para gastar, a Embratur virou um generoso cabide de empregos para
ex-assessores da família Bolsonaro e parentes de autoridades
28.01.22
JENIFFER GULARTE
Reprodução/redes
Reprodução/redes
SÉRGIO PARDELLAS
Nesta sexta-feira, 28, Sergio Moro irá revelar quanto recebeu da Alvarez &
Marsal (leia mais abaixo) durante os dez meses em que trabalhou na
empresa americana, depois de deixar o governo de Jair Bolsonaro. A
intenção do pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos é,
segundo suas próprias palavras, conferir “transparência” e colocar uma
pedra no assunto que ocupou o noticiário nas últimas semanas, por obra
do PT e com o esforço estranhamente diligente de figuras do Tribunal de
Contas da União.
O PT é useiro e vezeiro em fazer muita espuma para alcançar seus fins
politiqueiros. Faz parte da práxis petista, irrefreável sobretudo em ano
eleitoral. Para não perder o hábito, tão logo o procurador junto ao TCU
Lucas Furtado viu frustrada sua tentativa de conseguir acesso à
remuneração paga pela Alvarez & Marsal a Moro, devido a uma cláusula
de confidencialidade que diz que só o ex-juiz poderia decidir sobre sua
divulgação, Lula disseminou a ideia de que a instauração de uma CPI no
Congresso seria a melhor maneira de constranger o adversário na corrida
ao Planalto.
Deputados Paulo
Teixeira: pedido de investigação arquivado pelo MP
Nas redes sociais, Sergio Moro disse que “Lula arregou”, embalando a
hashtag que ficaria entre os assuntos mais comentados do Twitter na
terça-feira, 25. Durante evento que marcou a entrada do Movimento
Brasil Livre, o MBL, na sua pré-campanha, o ex-juiz reforçou a decisão de
abrir seus rendimentos. “Quem não deve não teme, meus rendimentos
são todos lícitos, normais. Eu não queria ceder ao abuso. Eu não vou
apresentar ao TCU, porque está abusando do poder, o processo é ilegal,
mas vou apresentar para todas as pessoas nas minhas redes sociais. Eu
sempre combati a corrupção e sempre atuei com integridade. Como não
tem o que falar do meu trabalho, tem gente que fica fantasiando e
mentindo. Porque o pessoal tem medo, está vendo que o projeto está
crescendo”, disse.
Como na ficha do ex-juiz não há empreiteiros amigos, pedaladas,
pedalinhos ou palestras ao custo de 27 milhões de reais, será mais
complicado para o PT voltar a martelar o assunto depois que ele tornar
públicos os seus rendimentos. A bancada petista tinha ficado de rediscutir
o tema na volta do recesso parlamentar, na próxima semana, mas na
tarde desta quinta-feira, 27, recebeu mais uma ducha de água gelada: o
Ministério Público Federal arquivou um pedido de investigação feito pelo
petista Paulo Teixeira que, antes de colocar em dúvida os salários de
Moro na Alvarez & Marsal, havia questionado na PGR a contratação do ex-
juiz pela empresa. O pedido foi remetido a Augusto Aras, que o
encaminhou para a Procuradoria no Distrito Federal, uma vez que o ex-
juiz não dispõe de foro privilegiado. Ao arquivar o caso, o MPF disse ter
havido “ausência de elementos mínimos que justificassem a continuidade
de atividade persecutória”. Para o procurador Marcus Marcelus Goulart,
as acusações de Teixeira configuravam “mera hipótese”, não
havendo “elementos mínimos para se presumir corrupção na celebração
de um contrato privado após regular desligamento do serviço público”.
Não é de hoje que o PT lança mão do expediente de criar CPIs sem nada
ou coisa nenhuma para investigar, mas para servir de palanque eleitoral e
político para o partido. No início de 2012, a sigla foi artífice da instauração
pelo Congresso da CPI do Cachoeira, destinada a constranger
oposicionistas, a imprensa e integrantes do Judiciário que defendiam,
àquela altura, o ainda incerto julgamento do mensalão – o PT chegou a
confeccionar um manual com o objetivo de instrumentalizar a comissão.
Anos depois, em 2015, para jogar uma cortina de fumaça sobre as
investigações do petrolão, a legenda tentou levar para a CPI da Petrobras
investigações da era tucana, que em nada guardavam relação com o
objeto das apurações.
O botão antiguerra
O que os líderes do mundo ocidental estão fazendo para tentar dissuadir Vladimir Putin do plano de deflagrar
uma guerra na Europa que periga sair do controle
28.01.22
DUDA TEIXEIRA
Reprodução Putin
evita falar sobre a tensão e ninguém sabe o que passa na sua cabeça
Um esforço abrangente tem sido feito para manter canais abertos com
Moscou. Os países que mais têm se acercado de Putin são os da Europa
continental, que seriam mais afetados por uma possível guerra. Na
quarta-feira, 26, conselheiros dos chefes de governo de Ucrânia, França,
Alemanha e Rússia reuniram-se durante oito horas, em Paris. Em seguida,
divulgaram um compromisso de manter o cessar-fogo nas regiões
separaristas do leste da Ucrânia. Uma nova rodada de negociações
poderá ocorrer daqui a duas semanas.
A Alemanha vem agindo por pragmatismo econômico, pois depende
muito do gás russo como fonte de energia. A mudança de governo no
final do ano passado também causou uma alteração na posição oficial de
Berlim. Quando a Rússia invadiu a Península da Crimeia, na Ucrânia, a
chanceler Angela Merkel foi quem liderou a reação dos europeus e impôs
sanções contra a Rússia. O novo chanceler alemão é Olaf Scholz, um
social-democrata mais preocupado com política doméstica e que lidera
uma coalizão heterogênea. Sob seu comando, a Alemanha se recusou a
enviar armas para a Ucrânia e bloqueou um carregamento que partiu da
Estônia. O país apenas se prontificou a enviar 5 mil capacetes ao país.
Uma autoridade local ucraniana brincou nas redes sociais: “O que eles
enviarão a seguir? Travesseiros?”. Nesta semana, o ministro de Relações
Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, criticou a Alemanha por “encorajar”
a agressão russa.
Da Casa Branca, Biden tem adotado medidas para estimular seus aliados
europeus a serem mais rígidos com Putin. Ele fez um acordo com
produtores de petróleo e gás natural de outras regiões para reduzir a
dependência dos europeus do gás russo. No dia 31 de janeiro, o
americano tem um encontro marcado com o emir do Catar, Tamim bin
Hamad Al Thani. Apesar dos esforços, Biden é diariamente alvejado na
televisão americana, especialmente pelo canal Fox News — é acusado de
ser fraco com a Rússia. No Congresso, o presidente está sob pressão
tanto de senadores democratas como republicanos. Ainda que menos da
metade dos americanos esteja prestando atenção ao que acontece na
Ucrânia, Biden não pode se dar ao luxo de não fazer nada. Está com
aprovação em baixa, na casa de 42%, e com eleições legislativas marcadas
para novembro. Putin já o está enfraquecendo, mesmo sem invadir o país
vizinho.
"O STF é uma instituição basilar da nossa democracia e não deve ser atacado, mas isso não significa que seus
ministros não possam ser criticados"
PAULO CAPPELLI
Por que o sr. decidiu se filiar ao PTB e não ao PL, partido escolhido por
Bolsonaro?
Eu sempre fiz críticas ao modus operandi do Centrão. A coisa mais difícil
na política não é não se corromper, porque isso é uma questão de
caráter. A coisa mais difícil na política é manter a coerência, porque a
política, por si, já é um plano de incoerências. Estou indo para o PTB, e
não para o PL, para tentar manter a coerência. Então, como que eu
partiria para o Centrão para uma possível reeleição ou candidatura ao
Senado?
Reprodução/Facebook
Mesmo bolsonarista, o sr. avalia que pode surgir um nome de centro que
tire a vitória de Bolsonaro ou de Lula?
Acho que é muito cedo para que lulistas e bolsonaristas achem que vão
polarizar esse debate até o final. Hoje nós temos quase 14 milhões de
desempregados, quase 20 milhões de pessoas passando necessidade no
país, temos a maior crise sanitária que o mundo já viu. Temos um quadro
que não propicia à população estar olhando para a política. Porém,
entendo que, com o passar do tempo e a proximidade das eleições,
quando a pré-campanha começar, e nos 45 dias da campanha eleitoral,
tudo pode acontecer no país, inclusive o despertar de um movimento fora
dessa polarização. Hoje, pesquisas mostram que o povo quer o nem-nem.
Nem Lula nem Bolsonaro. Mas resta saber se alguém vai conseguir
incorporar esse sentimento. Em 2018, Bolsonaro conseguiu personificar
parte de um clamor da população brasileira. Será preciso ver se a terceira
via vai conseguir personificar essa falta de apoio a Bolsonaro e a Lula.
Mas não estou aqui para falar mais uma vez sobre Moro. Dane-se Moro. O
que realmente importa, para mim, é o fracasso do Brasil em enterrar seu
passado e seguir em frente. Em 1989, fui levado para conhecer o velho
ACM, em seu casarão em Salvador. A visita foi insuportavelmente
aborrecida e apaguei-a da memória, exceto pelo ar-condicionado polar,
que provocou um resfriado em minha mulher, pelos oratórios barrocos
espalhados por todos os aposentos, seguramente adquiridos com
recursos profanos, e pela imagem grotesca de uns meninos engomados
que cumprimentavam obsequiosamente o velho oligarca, entre os quais
ACM Neto, que tinha apenas 11 anos. O Brasil não mudou nada de lá para
cá. Continua naquela mesma página de Gilberto Freyre: lida, relida,
sublinhada e anotada.
No mesmo ano em que fui visitar ACM, Lula disputou pela primeira vez o
Palácio do Planalto. Ronald Reagan havia acabado de encerrar seu
mandato. Os principais governantes do mundo eram Mikhail Gorbatchov,
Helmut Kohl e Deng Xiaoping. Lula foi eleito, reeleito e, depois de ter
passado mais de um ano preso, flagrado no departamento de propinas
das empreiteiras baianas, ainda assombra o país, com os mesmos
parceiros, os mesmos propósitos e os mesmos métodos que o
acompanharam à cadeia.
“Eu gostei de fazer (a música). A gente não tinha esse problema. É justo
que haja, as feministas têm razão, vou sempre dar razão às feministas,
mas elas precisam compreender que, naquela época, não existia, não
passava pela cabeça da gente que isso era uma opressão, que a mulher
não precisa ser tratada assim. Elas têm razão. Eu não vou cantar Com
Açúcar, com Afeto mais e, se a Nara estivesse aqui, ela não cantaria,
certamente.”
Embora tenha dito dias atrás que não teme possíveis atentados, Lula vem
sendo aconselhado por companheiros petistas a fazer uma campanha
com o menor número possível de comícios e deslocamentos. Há um
temor real no PT de que o ex-presidente seja alvo de atos de violência
cometidos por bolsonaristas. Há quem mencione até o risco de algum
tresloucado encarnar uma espécie de “Adélio de sinal trocado”. Esses
mesmos petistas lembram que, em 1998, o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso conseguiu ser reeleito praticamente sem participar de
compromissos públicos durante a campanha.
Adriano
Machado/Crusoé
Lula tem sido aconselhado a evitar exposição pública na campanha
Ex-vice do BB é apontado como
destinatário de propina de US$ 1,8 milhão
28.01.22
Gil Ferreira/CNJ
Dantas: pontos com Lula por atuação contra Moro
Juiz do CNJ usa casa de advogado para
oferecer jantar à nata dos tribunais de
Brasília
28.01.22
Deputados Lira:
pauta sob medida para agradar o PIB e seus aliados
Flávia Arruda balança ainda mais no cargo
28.01.22
Adriano
Machado/Crusoé Flávia
Arruda: Arthur Lira lavou as mãos e ela deve sair em breve
RUYGOIABA
Elogio da heroína
28.01.22
Já ouviram falar de rock and roll? Aquele estilo musical que geralmente
não vai além de três acordes e é muito apreciado por tiozões
bolsominions, aqueles espécimes que participam de motociatas e têm
sérios problemas de disfunção erétil? Então, a história do rock tem uma
coisa chamada de Clube dos 27. Há uma quantidade desproporcional de
grandes nomes do gênero mortos aos 27 anos — isso vem desde o fim
dos anos 60, quando quatro deles (Brian Jones, fundador dos Rolling
Stones, Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison) passaram desta para
melhor em um intervalo de exatos dois anos, todos aos 27. Kurt Cobain,
em 1994, e Amy Winehouse, em 2011, também morreram com essa idade.
(A contrapartida disso é que, normalmente, roqueiros junkies que
conseguem passar dos 27 não morrem mais: Keith Richards e Iggy Pop
estão aí para provar.)
Sei muito bem que é preciso “separar autor e obra” e jamais exigi atestado
de santidade dos artistas que admiro — o que parece ser a norma nesta
nossa época iluminada, a única que pode julgar todas as outras. Ainda
assim, acho que teria sido melhor Clapton ter morrido de overdose de
heroína ali por volta de 1972, risco que ele correu de fato: já com o auge
da carreira para trás, entraria para o Clube dos 27 e seria venerado como
gênio sem mácula até hoje. Seria bom até para os negócios; em vez disso,
ele viveu o bastante para ser exuberantemente imbecil. Vale o mesmo
para Van Morrison, autor de um dos meus discos favoritos, o belo “Astral
Weeks”, hoje burro negacionista empacado.
***
A GOIABICE DA SEMANA
Leco
Viana/TheNews2/Folhapress
Anitta, grande
estudiosa do comportamento humano, durante uma de suas aulas