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VAMPIRISMO PORNOGRÁFICO
1
PRECIADO, Paul B. Pornotopia – Playboy e a invenção da sexualidade multimídia.
Tradução de Maria Paula Gurgel Ribeiro. São Paulo: N-1 Edições, 2020.
The Addiction/O vício (1995), de Abel Ferrara
ERÓTICA eXistenZ
2
AGAMBEN, Giorgio. Meios sem fim: notas sobre a política. Tradução Davi Pessoa
Cerneiro. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2015, p. 61.
verossimilhança sem corpo. Seus papeis o abstêm da presença para que
ele possa fabricar, à distância, jogos de simultaneidades, encontros,
eventos cada vez mais editados e alinhados a uma ampla rede de controle
sobre a vida.
No filme eXistenZ (1999), de David Cronenberg, o jogo continua
somente quando as personagens deixam de medir suas palavras. É a
palavra desmedida que introduz a ação, dá sequência para um
acontecimento. Cada partida ganha consistência em planos
desmembrados da temporalidade cronológica sem, por isso, dissociar-se
da vida. Abre planos – superfícies para deslocamentos aleatórios,
singularidades e objetos aberrantes, biografias escritas em quarta pessoa
do singular.
4
Carvalho, Bruno Berlendis de (org.). Antologia do vampiro literário. São Paulo: Berlendis
& Vertecchia, 2010, p. 506.
5
Kiettler, Friedrich. A verdade do mundo técnico: ensaios sobre a genealogia da atualidade.
Organização Hans Ulrich Gumbrecht; tradução Markus Hediger. Rio de Janeiro: Contraponto,
2017, p. 54.
sociedade terão explodido pelos ares – todas se baseiam inteiramente na
mentira: haverá guerras como ainda não houve sobre a Terra. Somente a
partir de mim haverá grande política na Terra”6.
(continua)
6
Nietzsche, Friedrich. Ecce homo: como alguém se torna o que é. Trad., notas e posfácio
Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 110.