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Ethos, em grego antigo, têm dois significados: 1. costume, uso; 2. 'caráter, disposição, hábito'.
Ou seja, no geral ethos é o conjunto de traços e modos de comportamento. (dicionário
Houiss). Neste contexto, ethos se manifesta como o espaço da formação do hábito, entendido
como disposição permanente para agir de acordo com os imperativos de realização do bem,
tornando-se lugar privilegiado de inscrição da práxis humana.
Para se afirmar a ética de uma organização, não é suficiente a boa intenção dos participantes,
pois pessoas justas não fazem de uma organização, uma organização justa (falácia). Para se
implantar valores éticos, a organização precisará dispor de recursos e dispositivos para afirmar
seus critérios e valores, e da disposição dos participantes para agir de acordo com estes. Ainda
assim, a virtude só existirá se houver a ação efetiva (práxis). Isso significa gerar uma MORAL
CONVENCIONAL (reforçar o círculo entre a ação das pessoas e a constituição de um ethos, que
por sua vez, reforça o comportamento individual).
Conclui-se que a virtude ética tem relação com o caráter, na medida e que, como valor
atualizado em comportamento, exige da pessoa a força de viver conforme os valores que
escolheu. Tem relação com o hábito, na medida em que se exige AÇÃO REPETIDA, para se
configurar como característica da pessoa. Mas também tem relação com a cultura, pois a
virtude “tende a começar dentro de uma tradição ou cultura estabelecida e a prestar atenção
nos atributos específicos que se admiram nessa tradição ou cultura” (SOLOMON). Assim a
virtude depende da natureza da sociedade na qual está arraigada como também no carater
geral em quem desempenha sua função. (Questão do relativismo). Nas empresas, os valores
afirmados como fundamentais para promover o respeito à pessoa humana, quando
transformados em atos no cotidiano, vão formar o ethos a partir do qual se considerará um
ato como sendo virtuoso ou não. Segundo Solomon, nos negócios, as únicas virtudes que não
são relativas (devem existir em toda e qualquer empresa) é a HONRADEZ e a COOPERAÇÃO.
ÉTICA --- já vem dos participantes e está no dia a dia da empresa --- CULTURA DA
EMPRESA --- Promotora da ação virtuosa a partir da repetição habitual dos bons
comportamentos.
O ETHOS se desdobra como espaço da formação do hábito, entendido como disposição permanente para agir de acordo com os imperativos de
[4] (
realização do bem, tornando-se lugar privilegiado de inscrição da práxis humana. Lucas Mello Carvalho Ribeiro, Ariana Lucero, Eduardo Dias Gontijo
(2008). «O ethos homérico, a cultura da vergonha e a cultura da culpa». São Paulo: Psychê, ano XII, nº 22, jan.-jun. 2008. p. 127. Consultado em 29 de
outubro de 2017.)