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ANÁLISE TEXTUAL – Flávio Brito

CHARGE

Charge é uma ilustração humorística que envolve a caricatura de um ou mais personagens, feita com o objetivo de satirizar
algum acontecimento da atualidade.
O termo charge tem origem no francês "charger" que significa "carga". A primeira charge publicada no Brasil foi no ano de
1837 e tinha como título "A Campainha e o Cujo". Foi criada por Manuel José de Araújo Porto-Alegre, que dentre as funções
exercidas na política e ensino, era também pintor e caricaturista.

A Campainha e o Cujo, considerada a primeira charge feita no Brasil.

As charges são muito utilizadas para fazer críticas de natureza política. São normalmente publicadas em jornais ou revistas
e conseguem atingir um vasto público. Para interpretar o significado de uma charge, é necessário estar a par dos acontecimentos
políticos nacionais e internacionais.
Entre os anos de 2005 e 2006, a publicação de 12 charges sobre o profeta Maomé, no jornal dinamarquês Jyllands-Posten,
causou muita polêmica e revolta na comunidade muçulmana. As charges foram designadas por "As faces de Maomé" e algumas
mostravam a caricatura do profeta com uma bomba no turbante.

Características:

Retrata acontecimentos contemporâneos;


Retratação do exagero;
Possui caráter cômico, satírico e irônico;
Considerado um gênero jornalístico;
Pode representar um posicionamento editorial;
Considerada uma narrativa efêmera, pois retrata notícias e assuntos factuais;
Tem como principal tema questões sociais e políticas, seja nacionalmente ou internacionalmente.

CARTUM

Cartum é um gênero jornalístico considerado opinativo ou analítico que critica, satiriza e expõe situações por meio do
grafismo e humor.
Abrange, hoje, praticamente todos os veículos de difusão da informação gráfica: jornais, revistas e a internet.
O termo cartum é uma forma aportuguesada do termo inglês cartoon (cartão) e que tem origem na palavra italiana cartone.
Se utiliza de elementos da história em quadrinhos, como balões, cenas e as onomatopeias.
A aplicação do termo ocorreu pela primeira vez em 1840, pela revista Punch. A publicação divulgou uma série de cartuns
em uma paródia aos frescos do Palácio de Westminster. Os desenhos foram adaptados em sátira aos acontecimentos da política
econômica da época.
Por meio do cartum, o veículo expõe a opinião, e ponto de vista em um desenho que pode, ou não, ser acompanhado de
legenda. Também pode ser considerado uma forma de levar ao público leitor, de maneira diferenciada e rápida, o debate sobre os
mais variados temas da atualidade.

Cartum é um recurso jornalístico, como o do Pasquim, de Ziraldo. Esse tipo de gênero jornalístico empresta das artes
plásticas os elementos necessários para a apresentação ágil da mensagem transmitida pelo interlocutor. O grafismo, se utilizando
do humor, satiriza situações, momentos e pessoas.

Características:

Gênero textual constituído de linguagem não-verbal;


Sátira;
Humor;
Ironia;
Cômico;
Flexibilidade;
Associação da linguagem verbal ao desenho expressivo;
Imagens atemporais;
Entrelaça palavras, imagens e sentido.

Nas artes plásticas, o cartum é considerado uma arte estética gráfica. No jornalismo é umaporte de informação, que como
o editorial, expressa particularidades do veículo difusor. É um gênero textual constituído de linguagem não verbal.
Embora se utilize da estética gráfica, se utiliza da linguística ao recorrer à associação do desenho à escrita. Na imprensa,
também é aplicado um sub-gênero, que é o cartum de situação da atualidade, que se apropria, além da estética gráfica, da filosofia
sócio-política.
No cotidiano jornalístico, o cartum apresenta ao leitor referências de mundo semelhantes ao dele. É embasado em crítica
cultural e ética, expondo os personagens alvo, revelando suas particularidades, singularidades, posições sociais e políticas
TIRINHA

Tira é uma noção que admite diversos significados. Desta vez, importa-nos a sua abordagem enquanto historieta: uma
sucessão de desenhos que, no seu todo, desenvolve um conto. Cómico, por sua vez, é algo que causa riso ou que proporciona
diversão.
Uma tira cómica, por conseguinte, é uma pequena história que visa divertir e entreter o leitor. O conceito costuma referir-se
às bandas desenhadas que aparecem de forma regular nos jornais e nas revistas. Habitualmente, tem personagens fixas, as quais
protagonizam diferentes histórias ao longo das tiras.
Há tiras cómicas que são diárias: isto é, se publicam todos os dias. Outras, em contrapartida, são publicadas uma vez por
semana. Em geral, as tiras diárias são compostas por poucos quadrados, ao passo que as tiras semanais costumam ocupar uma
página inteira.
É provável que o relato comece e acabe na mesma tira cómica. No entanto, em alguns casos, as histórias estendem-se em
várias tiras cómicas, ou pelo menos as tiras sucessivas estão relacionadas entre si.
Ocasionalmente, a tira cómica é desenhada e escrita por uma mesma pessoa, como acontece com a “Mafalda”, a famosa
tira cómica criada pelo Argentino Quino. Noutras bandas desenhadas. Uma pessoa encarrega-se dos desenhos e outra, dos textos.
Hoje em dia, muitas tiras cómicas são publicadas em formato digital e os leitores podem aceder às mesmas através de páginas
web.

EXERCÍCIOS ENEM – QUESTÃO 01

A internet proporcionou o surgimento de novos paradigmas sociais e impulsionou a modificação de outros já estabelecidos nas
esferas da comunicação e da informação. A principal consequência criticada na tirinha sobre esse processo é a

a) criação de memes.
b) ampliação da blogosfera.
c) supremacia das ideias cibernéticas.
d) comercialização de pontos de vista.
e) banalização do comércio eletrônico.

QUESTÃO 02

WATTERSON, B. Disponível em: www.gomics.com. Acesso em: 14 abr. 2015 (adaptado).


Essa tirinha revela que um dos impactos sociais provenientes do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação tem como
consequência o(a)

a) falta de percepção da realidade.


b) crítica da sociedade aos poderes midiáticos.
c) contestação das informações disponibilizadas.
d) questionamento sobre a reputação das grandes mídias.
e) indignação do telespectador com os meios de comunicação.

QUESTÃO 03

BENETT. Gazeta do Povo, 12 fev. 2015.

As tirinhas têm como característica básica a crítica a fatos e comportamentos contemporâneos. Considerando os elementos verbais
e não verbais que compõem essa tirinha, observa-se uma crítica ao(à)

a) isolamento dos jovens, que preferem o contato com a natureza à interação face a face.
b) importância dada às representações virtuais, que substituem as experiências reais.
c) irrelevância dos conteúdos postados na internet, que resulta em uma interpretação superficial da realidade.
d) dedicação dos jovens à navegação na internet em detrimento do tempo livre, que passa sem ser percebido.
e) excesso de informações disponíveis na internet, que induz as pessoas a permanecerem conectadas o maior tempo possível.

QUESTÃO 04

JULLIEN, J. Piauí, n. 102, mar. 2015.

As tecnologias provocam mudanças comportamentais. Em relação ao seu uso exagerado, o texto critica a
a) busca por relacionamentos superficiais.
b) falta de tempo para o descanso.
c) necessidade de manter-se conectado.
d) quantidade excessiva de informações on-line.
e) tendência do internauta a permanecer isolado.

QUESTÃO 05

O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a

a) a opressão das minorias sociais.


b) carência de recursos tecnológicos.
c) falta de liberdade de expressão.
d) defesa da qualificação profissional.
e) reação ao controle do pensamento coletivo.

QUESTÃO 06

Pelas características da linguagem visual e pelas escolhas vocabulares, pode-se entender que o texto possibilita a reflexão sobre
uma problemática contemporânea ao

a) criticar o transporte rodoviário brasileiro, em razão da grande quantidade de caminhões nas estradas
b) ironizar a dificuldade de locomoção no trânsito urbano, devida ao grande fluxo de veículos.
c) expor a questão do movimento como um problema existente desde tempos antigos, conforme frase citada.
d) restringir os problemas de tráfego a veículos particulares, defendendo, como solução, o transporte público.
e) propor a ampliação de vias nas estradas, detalhando o espaço exíguo ocupado pelos veículos nas ruas.
QUESTÃO 07

A conversa entre Mafalda e seus amigos:

a) revela a real dificuldade de entendimento entre posições que pareciam convergir.


b) desvaloriza a diversidade social e cultural e a capacidade de entendimento e respeito entre as pessoas.
c) expressa o predomínio de uma forma de pensar e a possibilidade de entendimento entre posições divergentes.
d) ilustra a possibilidade de entendimento e de respeito entre as pessoas a partir do debate político de ideias.
e) mostra a preponderância do ponto de vista masculino nas discussões políticas para superar divergências.

VESTIBULARES TRADICIONAIS

Leia o texto e responda às questões seguintes:

Pau de Dois Bicos

Um morcego estonteado pousou certa vez no ninho da coruja, e ali ficaria de dentro se a coruja ao regressar não investisse
contra ele.
– Miserável bicho! Pois te atreves a entrar em minha casa, sabendo que odeio a família dos ratos?
– Achas então que sou rato? Não tenho asas e não vôo como tu? Rato, eu? Essa é boa!… A coruja não sabia discutir e, vencida
de tais razões, poupou-lhe a pele.
Dias depois, o finório morcego planta-se no casebre do gato-do-mato. O gato entra, dá com ele e chia de cólera.
– Miserável bicho! Pois te atreves a entrar em minha toca, sabendo que detesto as aves?
– E quem te disse que sou ave? – retruca o cínico – sou muito bom bicho de pêlo, como tu, não vês?
– Mas voas!…
– Vôo de mentira, por fingimento…
– Mas tem asas!
– Asas? Que tolice! O que faz a asa são as penas e quem já viu penas em morcego? Sou animal de pêlo, dos legítimos, e inimigo
das aves como tu. Ave, eu? É boa…
O gato embasbacou, e o morcego conseguiu retirar-se dali são e salvo.
Moral da Estória: O segredo de certos homens está nesta política do morcego. É vermelho? Tome vermelho. É branco? Viva o
branco!
(MONTEIRO LOBATO, José Bento. Fábulas. 45. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. p. 49.)

QUESTÃO 08

O texto Pau de dois bicos é uma fábula,


a) pelo predomínio do discurso direto, com consequente apagamento da figura do narrador.
b) pois o tempo cronológico é marcado pela expressão “certa vez” e pelos verbos no passado.
c) pois apresenta trama pouco definida e trata de problemas cotidianos imediatos, o que lhe confere caráter jornalístico.
d) por utilizar elemento fantástico, como o fato de os animais falarem, para refletir sobre problemas humanos
e) por resgatar a tradição alegórica de representação de seres heroicos que encarnam forças da natureza.

QUESTÃO 09

A charge de Sassá refere-se a um problema que afeta a cidade de Londrina e muitas outras cidades brasileiras: o risco de contrair
doenças transmitidas pelas pombas que vivem na região urbana. O que permite ao morcego, da fábula, e à pomba, da charge,
disfarçarem sua condição é

a) o fato de suplicarem pela vida e pela misericórdia de seus inimigos.


b) a postura corporal, visto que um imita o comportamento do outro
c) o uso de recursos argumentativos presentes na fala.
d) a confiança na consciência ambiental dos interlocutores.
e) a esperteza simbolicamente atribuída a esses animais.

QUESTÃO 10

A hesitação do gato, na fábula, e do caçador, na charge, deve-se

a) à contradição existente entre a fala do morcego e a da pomba e suas características físicas


b) à tentativa frustrada do morcego e da pomba em disfarçarem sua condição apelando para o fingimento e a mentira.
c) ao medo de serem agredidos pelas garras afiadas do morcego e pelo bico semiaberto da pomba.
d) à aversão do gato e do caçador em relação à aparência física dos morcegos.
e) à postura submissa da pomba e do morcego diante dos olhares arregalados do caçador e do gato.

QUESTÃO 11

Com base na charge, considere as afirmativas a seguir.

I. Em quarenta anos, a relação homem-mulher sofreu alterações no que se refere à liderança no seio familiar.
II. A fala “Que notas são estas?” foi mantida no período de quarenta anos, embora o receptor nas duas épocas seja diferente.
III. A imagem representativa dos anos 60 difere da segunda também em função da relação professor-aluno.
IV. A atribuição de responsabilidade sobre o mau desempenho do aluno é diferente se comparadas as duas épocas.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas

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