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Língua Portuguesa
DOENÇAS MENTAIS
GUARULHOS
2021
E.E. Juvenal Ramos Barbosa
Língua Portuguesa
DOENÇAS MENTAIS:
SÍNDROMES, SINTOMAS, CAUSAS E TRATAMENTOS
DOENÇAS MENTAIS:
SÍNDROMES, SINTOMAS, CAUSAS E TRATAMENTOS
___________________________________________
PROFESSOR DIVINO MOURA
Dedicatória
É um mal silencioso, que pode estar presente em qualquer fase da vida de uma
pessoa. Seus reflexos acontecem no âmbito psicológico e podem ter reflexos físicos
dependendo do estágio da doença.
A importância que as discussões sobre esse tema vêm ganhando é positiva para
quebrar tabus e preconceitos. Se antigamente pacientes com transtorno
mental eram facilmente excluídos do convívio social, hoje eles têm mais chances de
serem acolhidos. Além disso, também há mais opções de tratamento disponíveis.
FIGURA 1 - Aqui retratamos uma garota com transtorno alimentar que, ao se ver no espelho ela se
enxerga com peso que não possui......................................................................................................... 9
FIGURA 2 - Aqui claramente é retratado uma pessoa com transtorno alimentar, presa ao
pensamento de não se alimentar com medo de obter peso................................................................. 10
DDT Dicloro-Difenil-Tricloroetano
PCBs Bifenilas Policloradas
AVC Acidente Vascular Cerebral
CAPS Centro de Atenção Psicossocial
DFT Demência Frontotemporal
AWS Síndrome de Alice no País das Maravilhas
TDAH Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade
TOC Transtorno Obsessivo Compulsivo
TCC Terapia Cognitivo-Comportamental
STEPPS Sistemas de treinamento para previsibilidade emocional e de
resolução de problemas
ISRS Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina
PiD Demência de Pick
IPq-HC Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 7
2. ANOREXIA ......................................................................................... 8
2.1 Sintomas, Causas e Prevenção......................................................... 9
2.2 Anorexia Infantil e Tratamento......................................................... 10
2.3 Relatos de Fernanda Fahel............................................................. 11
3. AUTISMO ......................................................................................... 13
3.1 Principais Sinais e Sintomas........................................................... 13
3.2 Diagnósticos e Causas.................................................................... 14
3.3 Tratamento...................................................................................... 15
4. DEMÊNCIA ...................................................................................... 17
4.1 Tipos de Demência......................................................................... 17
4.2 Sintomas......................................................................................... 19
4.3 Tratamento...................................................................................... 20
4.4 O Primeiro Caso de Demência....................................................... 21
5. DEPRESSÃO .................................................................................. 22
5.1 Sintomas......................................................................................... 22
5.2 Diagnóstico e Tratamento.............................................................. 23
5.3 Recomendações para quem tem Depressão e Familiares............ 24
6. ESQUIZOFRENIA ........................................................................... 25
6.1 Sintomas......................................................................................... 25
6.2 Causa, Diagnóstico e Tratamento.................................................. 26
6.3 A Psicologia e os Ajustes no Estilo de Vida................................... 28
7. PSICOPATIA .................................................................................. 29
7.1 Sintomas........................................................................................ 29
7.2 Tratamento..................................................................................... 30
8. SÍNDROME DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS................... 31
8.1 Sintomas......................................................................................... 31
8.2 Causas e Tratamentos..................................................................... 32
9. TDAH ................................................................................................ 33
9.1 Sintomas.......................................................................................... 33
9.2 Causas............................................................................................. 34
9.3 Tratamento....................................................................................... 36
10. TRANSTORNO BIPOLAR ..............................................................
37
10.1 Tipos de Transtorno Bipolar........................................................... 37
10.2 Sinais de Sintomas e Outras Doenças Semelhantes.................... 38
10.3 Tratamentos e Terarias.................................................................. 39
11. TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO ...................
40
11.1 Sintomas........................................................................................ 40
11.2 Causas e Diagnóstico.................................................................... 41
11.3 Tratamentos................................................................................... 42
12. TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO ............................... 43
12.1 Sintomas........................................................................................ 43
12.2 Causas........................................................................................... 46
12.3 Tratamento..................................................................................... 46
12.4 Terapia........................................................................................... 47
13. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE ................ 48
13.1 Etiologia........................................................................................ 48
13.2 Sinais e Sintomas.......................................................................... 49
13.3 Tratamento.................................................................................... 51
13.4 Psicoterapia................................................................................... 51
13.5 Terapia Focada em Esquema....................................................... 52
13.6 Fármacos...................................................................................... 53
14. CONCLUSÃO................................................................................. 55
Introdução
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ANOREXIA
Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa é um transtorno alimentar que afeta tanto homens como
mulheres, porém afeta com maior frequência o sexo feminino. O paciente que sofre
com esse distúrbio, apresenta uma acentuada perda de peso associada com
comportamentos extremos em relação a nutrição, além disso, também inclui o medo
excessivo e exagerado de engordar, e uma visão distorcida do próprio corpo.
Quando um paciente possui anorexia, para de comer e não consegue ver que seu
corpo, aos poucos, está definhando com a falta de nutrição adequada. O indivíduo
anoréxico pode até mesmo deixar de sentir fome por completo. As costelas e os
ossos das costas começam a ficar aparentes e a pessoa passa a desenvolver
doenças e condições complementares, como a alopecia, que é a queda de cabelo,
causadas pela falta de nutrientes no corpo.
Mesmo com uma aparência clara de magreza excessiva, esse transtorno alimentar
é capaz de fazer com que o indivíduo se veja com sobrepeso e continue na busca
pela magreza ideal. Muitos médicos indicam que a anorexia é, acima de tudo, um
distúrbio de imagem corporal. Além de não comer, a pessoa que tem anorexia pode
acabar exagerando nos exercícios físicos e no uso de medicamentos laxantes e
diuréticos, sempre com a intenção de perder peso.
Essa condição não é a única relacionada à autoimagem, sendo que a anorexia e a
bulimia são duas doenças do tipo. Na bulimia, o paciente se alimenta e sente fome.
Às vezes, ele come até mesmo mais do que o normalmente comeria, para depois
vomitar constantemente, até que o estômago esteja vazio. Apesar de similares, a
anorexia e bulimia possuem evoluções diferentes e uma pessoa com anorexia
também pode ter a bulimia.
Na anorexia nervosa, o indivíduo possui várias práticas de alimentação
inadequadas a fim de garantir a perda de peso.
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SINTOMAS
Entre os principais sintomas de anorexia, podemos destacar:
Perda excessiva do peso;
Emagrecimento que acontece abruptamente;
Ansiedade em relação às calorias presentes nos alimentos;
Quantidade de atividade física exagerada;
Comentários depreciativos sobre o próprio corpo;
Depressão;
Pele e lábios constantemente secos;
Lanugo (pelos finos e alongados que crescem em certas partes do corpo);
Cansaço e fadiga.
CAUSAS
Figura 2 - Aqui claramente é retratado uma pessoa com transtorno alimentar, presa ao pensamento
de não se alimentar com medo de obter peso.
Fonte: https://atxtraumatherapycenter.com/wp-content/uploads/2021/01/Eating-Disorder-photo-
300x169.jpg
A anorexia infantil propriamente dita, em que a criança já está preocupada com não
ganhar peso já desde muito cedo, está muito relacionada ao comportamento e
exemplo dos pais, amigos e televisão em relação à comida, principalmente quando
já há pessoas com anorexia na família, já que é com eles que a criança pode
aprender ou ouvir comentários negativos de que a comida engorda ou que faz mal.
Além disso, a anorexia infantil também pode estar relacionada a maus tratos verbais
e agressividade com a criança, ou outras situações em que ela passa a ter uma
preocupação precoce com o corpo.
Para tratar a anorexia infantil é importante que a criança seja acompanhada por um
psicoterapeuta, pediatra e nutricionista, pois é necessário identificar a causa da
anorexia além de promover mudança nos hábitos alimentares da criança. Além
disso, como é um processo lento e que pode ter bastante uso de remédios, como
antidepressivos, pode ser necessário quando a criança tem uma depressão ou
ansiedade graves serem orientados pelo psiquiatra infantil. A internação pode ser
necessária quando a falta de comida causa comprometimento da saúde física da
criança, como anemia ou dificuldade para andar, por exemplo.
O tratamento deve ser feito o mais rápido possível, assim que a doença for
identificada, pois, apesar de ser passageira na maioria das vezes, a anorexia pode
piorar e causar outros transtornos psicológicos mais graves, como transtorno
obsessivo compulsivo e depressão grave para a criança. É fundamental que tenha
apoio e suporte da família.
Entretanto, existem outras causas de perda do apetite que são comuns, e podem
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estar associadas a problemas, como:
Doenças;
Irritabilidade;
Ansiedade;
Depressão;
Ingestão de medicamentos;
Má digestão;
Por quase dez anos, Fernanda Fahel, de 26 anos, sofreu com transtornos
alimentares. Os problemas começaram ainda na adolescência, quando a paulista
iniciou a carreira de modelo e era constantemente cobrada para diminuir suas
medidas e ter o "corpo ideal". "Na época tinha 98 cm de quadril e pediram que eu
perdesse cerca de 10 cm. Era uma pressão horrível, chegava a ser desumano",
afirma. "Vi que tudo aquilo era estranho. As modelos faziam coisas absurdas para
emagrecer e o psicológico ficava bem abalado. Também tentei quase de tudo para
ter a aparência 'ideal' para a passarela e aguentar a pressão, só não usei droga,
mas, de resto, fiz muitas coisas que colocaram minha saúde em risco." O problema
foi disparado não só pela pressão social que ela sofreu no mundo da moda, como
também no dia a dia. "Minhas referências eram sempre as mulheres com barriga
chapada nas capas de revista, e ainda ouvia das pessoas que eu era cheinha." Além
do corpo, sua relação com a comida era bastante equivocada.
"Eu via uma montanha no prato, sendo que a quantidade de alimentos nem era tão
grande assim. Me sabotava, deixava de comer e fazia coisas absurdas para driblar a
fome e me dar saciedade. Se minha mãe descobrisse um método, eu ia lá e
inventava outro.” A ex-modelo embora tivesse acompanhamento psicólogo, ela
sentia uma angústia muito grande e, muitas vezes, não achava resposta para o seu
problema. Ela começou a ter sintomas depressivos e tentou cometer suicídio três
vezes ao longo de uma década.
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recorria aos laxantes. "Tomava escondido. Minha mãe teve que tirar as fechaduras
das portas para saber o que eu estava fazendo." Na mesma época, ela desenvolveu
compulsão alimentar, um dos sintomas da bulimia, e não conseguia controlar a
quantidade que comia nas refeições. "Queria agradar minha mãe, fazê-la feliz e
compensar o tempo que fiquei sem comer. Não percebia que me alimentava de
forma desenfreada e que estava doente novamente". Como o problema não estava
sendo tratado, Fernanda engordou e chegou a pesar 100 kg.
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AUTISMO
É importante ressaltar que o autismo não é uma doença, mas sim um modo
diferente de se expressar e reagir, que, apesar de não ter cura, não se agrava com o
avanço da idade. No entanto, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado
o tratamento, melhores serão a qualidade de vida e a autonomia da pessoa.
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Comportamentos repetitivos, como ficar muito tempo sentado balançando o corpo
para frente e para trás e repetir várias vezes algumas palavras ou frases.
Além disso, pessoas com autismo também podem ter dificuldade para dormir e
apresentar nervosismo ou agitação frequentes. Estes sinais podem ser tão leves que
algumas vezes acabam passando despercebidos, mas também podem ser
moderados à graves, interferindo no comportamento e na comunicação.
Apesar dos desafios, as pessoas com autismo também podem apresentar muitas
qualidades, como conseguir se lembrar por muito tempo de detalhes e
acontecimentos, ter facilidade para aprender a ler e ter boas habilidades com
músicas, números e arte, por exemplo.
O diagnóstico de autismo em crianças e adolescentes deve ser feito por uma equipe
multidisciplinar, que pode incluir pediatra, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo e
neuropsicólogo, e geralmente é feito através da observação da criança, de
informações sobre a idade dos pais, gestação e parto, e da realização de alguns
testes de diagnóstico, como exame de sangue e testes auditivos.
O autismo muitas vezes pode ser leve e confundido com timidez, falta de atenção
ou “esquisitice”. Por isso, em caso de dúvidas, é recomendado realizar uma consulta
com um médico para fazer uma avaliação e indicar o tratamento mais adequado.
Fatores ambientais, como gravidez de alto risco, pais com idade avançada, parto
induzido, consumo de bebidas alcoólicas, tabaco, medicamentos ou outras drogas
durante a gestação, ou baixo peso ao nascer.
Apesar do autismo não ter cura, o tratamento, quando realizado corretamente, pode
ajudar a melhorar a qualidade de vida, a capacidade de comunicação e a autonomia
da pessoa.
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Sessões de fonoaudiologia, para melhorar a fala e a comunicação;
Além disso, também é aconselhado manter uma dieta balanceada, que pode ajudar
a melhorar o sono, diminuir a irritabilidade e melhorar o apetite.
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DEMÊNCIA
Tipos de demência
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Demência por Parkinson: A demência por Parkinson ocorre conforme a piora da
doença de Parkinson, sendo uma consequência das alterações que ocorrem a nível
cerebral. É mais comum acontecer em pessoas a partir dos 50 anos e sua causa
não é muito bem estabelecida.
Demência senil: A demência senil ocorre com mais frequência em pessoas a partir
dos 65 anos e é caracterizada pela perda progressiva e irreversível das funções
intelectuais, como memória, raciocínio e linguagem, sendo, portanto, uma das
principais causas de incapacidade em idosos. Pode ser resultado do uso frequente
de alguns medicamentos, como soníferos, antidepressivos e relaxantes musculares,
por exemplo. Pode ser consequência também de doenças neurodegenerativas,
como o Alzheimer ou o Parkinson.
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Demência frontotemporal: Os sintomas relacionados à DFT são alterações na
linguagem, apresentando um discurso limitado. Além disso, a pessoa pode repetir
frases faladas por outras pessoas várias vezes e não lembrar de nomes e objetos,
conseguindo apenas descrevê-los.
Demência por álcool: A demência por álcool tem como sintomas a dificuldade de
aprendizagem, alterações da personalidade, diminuição das competências sociais,
dificuldade no pensamento lógico e alteração da memória a curto-prazo.
TRATAMENTO
No entanto, este uso varia conforme o tipo de demência, pois algumas delas podem
ter seus defeitos agravados pelo uso dessas substâncias, como é o caso da Doença
de Parkinson e da demência dos corpos de Lewy. O uso de antipsicóticos nessas
duas doenças podem agravar o quadro cognitivo e os sintomas parkinsonianos.
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O primeiro caso de Demência
Alzheimer fez várias perguntas à mulher e perguntou novamente tempo depois para
ver o que ela lembrava. Ele disse para escrever seu nome. Ela tentou, mas esquecia
seu nome no meio e repetia: “Eu me perdi”. Após muitos anos, deter sucumbiu
completamente à demência, sempre murmurando para si mesma. A mulher acabou
por falecer em 08 de abril de 1906.
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DEPRESSÃO
Diante das adversidades, as pessoas sem a doença ficam tristes, mas encontram
uma forma de superá-las. Nos quadros de depressão, a tristeza não há fim, mesmo
que não haja uma causa aparente. O humor permanece deprimido praticamente o
tempo todo, por dias e até meses. Desaparece então o interesse pelas atividades
que antes davam satisfação e prazer e a pessoa não tem perspectiva de que algo
possa ser feito para que seu quadro melhore.
As causas da Depressão podem ser genéticas, podendo ser provocada por uma
disfunção bioquímica do cérebro. Entretanto, nem todas as pessoas com
predisposição genética reagem do mesmo modo em situações que serviriam de
gatilho para os quadros, como estresse físico e psicológico, algumas doenças
sistêmicas, como o hipotireoidismo, por exemplo, consumo de drogas lícitas e ilícitas
e certos tipos de medicamentos. Segundo doutor Dráuzio Varella (2012. Site
drauziovarella.uol.com.br): “As mulheres parecem ser mais vulneráveis aos estados
depressivos em virtude da oscilação hormonal a que estão expostas principalmente
no período fértil.”
SINTOMAS
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dias; Fadiga ou perda de energia constante; Culpa e sentimento de inutilidade
excessivos; Dificuldade de concentração; Ideias ou pensamentos recorrentes a
suicídio ou morte; Baixa autoestima; Alteração da libido.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
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RECOMENDAÇÕES PARA QUEM TEM DEPRESSÃO E FAMILIARES
Depressão é uma doença como qualquer outra. Não é sinal de loucura, nem de
preguiça ou irresponsabilidade. Se alguém anda desanimado, tristonho e acha que a
vida perdeu a graça, é recomendado oferecer assistência médica. O diagnóstico
precoce é o melhor caminho para colocar a vida nos eixos;
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O QUE É ESQUIZOFRENIA: SINTOMAS DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO
OS SINTOMAS
De repente, surge uma sensação de que algo está errado e alguém prejudica a sua
vida. O passo seguinte é a transformação dessa inquietação nas fantasias
sensoriais e nas teorias da conspiração. São alucinações e delírios.
Apatia;
Vozes que surgem na cabeça e outras alterações nos órgãos dos sentidos;
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O QUE CAUSA ESQUIZOFRENIA E COMO DIAGNOSTICAR?
Na busca por explicações mais certeiras para a doença, algumas pesquisas foram
vasculhar o DNA dos pacientes à procura de mutações genéticas, porém, não
acharam nada que fosse significativo. Levantamentos até mostraram uma relação
entre infecções ao longo da gestação ou traumas no parto a um maior risco de
desenvolver a esquizofrenia. Mas nenhum desses achados é considerado decisivo
na gênese do problema.
O TRATAMENTO
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esclarece a geriatra Maira Tonidandel Barbosa, da Universidade Federal de Minas
Gerais.
Caso a tentativa inicial não seja suficiente, o médico terá de utilizar as drogas de
primeira geração. Se nem mesmo essas funcionarem, a terceira alternativa é a
Clozapina, a primeira medicação no campo da esquizofrenia. Como ela pode afetar
os glóbulos brancos, o protocolo de uso exige fazer um exame de sangue todas as
semanas para ver se está tudo ok.
Uma novidade na luta contra a esquizofrenia foi a chegada das injeções de longa
ação. Elas utilizam os mesmos princípios ativos dos comprimidos, que foram por
muito tempo a única alternativa disponível na farmácia. Uma simples picada fornece
uma dose que dura duas semanas ou até um mês, dependendo do tipo e do
fabricante.
No exterior, já existe uma versão aprovada desses produtos que atua por 90 dias.
Além delas, uma opção, que está na última fase de testes antes da liberação, fica no
organismo ao longo de um semestre inteiro. Por mais que a ideia de tomar
agulhadas periódicas não seja muito agradável para alguns, a certeza de que o
paciente recebeu o remédio e está devidamente medicado por um período mais
prolongado é uma garantia contra a desistência do tratamento e futuras recaídas.
Quando pílulas ou injeções não foram capazes de equilibrar o cérebro, resta ainda a
eletroconvulsoterapia, que envolve a aplicação de correntes elétricas em
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determinadas regiões da cabeça. O método mudou demais e não é mais como no
passado. Hoje em dia ela é segura, fica restrita a algumas áreas do crânio e produz
muito menos traumas.
“O estresse e o uso de drogas como o álcool e a maconha são dois dos principais
disparadores dos novos episódios de paranoia”, aponta o psiquiatra Helio Elkis,
coordenador do Programa de Esquizofrenia do IPq-HC.
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PSICOPATIA
A psicopatia é um transtorno de personalidade muito difícil de diagnosticar e
detectar, afinal, um psicopata parece um indivíduo como qualquer outro, podendo
ser, inclusive, sedutor, inteligente e carismático.
Para a Psicologia, normalmente, a psicopatia é um conjunto de traços específicos
de personalidade e, além disso, apresenta padrões comportamentais peculiares.
Dessa forma, na psicopatia, há três características de personalidade:
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Falta de remorso: A repetição de ações que ameaçam outras pessoas, apesar de
demonstrarem que estão arrependidos, é uma das características que podem ser
encontradas em uma pessoa com tendência à psicopatia.
Além dessas características, a psicopatia apresenta outras características como
estilo de vida dependente de outras pessoas, manipulação, relações sociais de curta
duração e realização de atitudes ilegais de forma repetida, no entanto esta não é
uma regra para todos os psicopatas.
TRATAMENTO
Não existe um tratamento para a psicopatia. Afinal, não se trata de uma doença
pontual e, sim, de um transtorno de personalidade. A psiquiatra Gwen Adshead fez
um artigo sobre a viabilidade e o alcance de um tratamento para transtornos de
personalidade. Adshead propõe um modelo com sete fatores para checar a
viabilidade do tratamento.
Estes fatores são:
A natureza e a gravidade da patologia;
O grau de invasão do transtorno em outras esferas psicológicas e sociais;
A saúde prévia do paciente e a existência de comorbidade e fatores de risco;
O momento da intervenção diagnóstica e terapêutica;
A experiência e a disponibilidade da equipe terapêutica;
Disponibilidade de unidades especializadas no atendimento de condições especiais;
Conhecimento científico sobre esse transtorno.
Os pacientes com o transtorno de personalidade antissocial, geralmente,
demandam uma grande atenção do psicólogo. Além disso, suas características,
como egocentrismo e desprezo, dificultam as possibilidades de tratamento.
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SÍNDROME DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
A Síndrome de Alice no País das Maravilhas (AWS) é uma condição rara e com
poucos estudos desenvolvidos. É caracterizada por causar episódios temporários de
distorção e desorientação da percepção.
A pessoa com essa síndrome pode se sentir maior ou menor do que realmente é, o
indivíduo pode achar que objetos ao seu redor estão se deslocando e parecem mais
distantes ou mais próximos do que realmente estão.
Vale ressaltar que esses episódios da síndrome não são resultados de algum
problema oftalmológico ou de algum efeito alucinógeno.
A mudança na maneira como o cérebro percebe o ambiente e a sua correlação com
o tamanho real do corpo são a causa da síndrome de Alice no país das maravilhas.
Além disso, o quadro afeta vários sentidos, como visão, tato e audição. E, ainda, há
casos que a noção de tempo é perdida, ou seja, o tempo pode parecer mais rápido
ou mais lento do que realmente é.
A AWS ocorre, principalmente, na primeira infância, mas pode ser causada por
casos de enxaqueca.
Em geral, na maioria dos casos, com o desenvolvimento humano, as percepções
desordenadas desaparecem. No entanto, pode aparecer na fase adulta.
A síndrome é conhecida, também, como síndrome de Todd. Isso porque foi
descoberta pelo psiquiatra Dr. John Todd, em 1955.
Através da observação dos sintomas, o psiquiatra percebeu que havia uma
semelhança com as situações que a personagem Alice passou no romance de Lewis
Carroll “Alice’s Adventures in Wonderland”. Em virtude disso, o psiquiatra denominou
a síndrome em homenagem à personagem do livro.
Sintomas
Os sintomas da síndrome de AWS são diferentes para cada pessoa e pode ocorrer
uma variação de sintomas em cada episódio do quadro.
Normalmente, um episódio dura alguns minutos, mas há casos que podem durar,
até mesmo, meia hora. Os principais sintomas são:
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As partes do corpo ou objetos ao redor podem parecer maiores, menores, mais
próximos ou mais distantes do que realmente são;
As linhas retas podem se parecer onduladas;
Os objetos tridimensionais podem parecer planos;
As coisas podem mudar de cor, podem parecer mais opacas ou podem parecer
mais brilhantes;
Os rostos podem parecer distorcidos e as pessoas podem parecer mais “esticadas”.
Causas
Tratamento
A síndrome de Alice no país das maravilhas pode ser tratada, de forma eficaz,
quando a causa do quadro é a enxaqueca. Porém, quadros crônicos são,
normalmente, pouco tratáveis.
Por conseguinte, os sintomas e suas manifestações não oferecem risco à saúde. E,
assim, o descanso é o mais indicado para a suspensão dos sintomas.
No desenvolvimento infantil, é mais comum a manifestação da síndrome, mas, na
maioria dos casos, os sintomas tendem a desaparecer com o tempo.
Por fim, a ajuda de um psicólogo pode ajudar com o tratamento da síndrome.
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O QUE É TDAH?
Sintomas
Desatenção:
Hiperatividade:
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quando o paciente sente que não consegue “desligar” os pensamentos e suas ideias
e raciocínios são atropelados de forma seguida e desorganizada, causando uma
grande dificuldade de concentração.
Impulsividade:
Causas
Ainda não se tem uma resposta exata para essa pergunta e acredita-se que é a
combinação de alguns fatores ambientais, genéticos e biológicos. Como o transtorno
aparece em diferentes regiões do mundo, acredita-se que o transtorno não é
secundário a fatores culturais ou conflitos psicológicos. Alguns genes parecem estar
relacionados a uma predisposição para o TDAH, muito mais do que a criação dos
pais, que parece não influenciar muito. Estudos também apontam que consumir
álcool e nicotina durante a gravidez pode causar alterações no cérebro do bebê, que
levam ao desenvolvimento do transtorno, assim como o sofrimento fetal na hora do
parto, mas nada muito conclusivo.
Hereditariedade:
Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma
predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a
partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença de
parentes também afetados com TDAH era mais frequente do que nas famílias que
não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os parentes das
crianças afetadas são cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral.
Sofrimento fetal:
Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que
acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH.
Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais
predispostas a ter mais problemas na gravidez e no parto.
Diagnóstico
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Tratamentos
O TDAH possui tratamento e ele é feito através de uma equipe multidisciplinar com
psiquiatra, psicólogo, pedagogo, fonoaudiólogo e os responsáveis pela criança. As
intervenções psicoterápicas que mais apresentaram eficácia foram as cognitivo-
comportamentais e muitas vezes é necessário também o tratamento
psicofarmacológico, através de medicamentos receitados pelo psiquiatra.
É muito importante que haja a educação da família por parte dos profissionais de
saúde, com informações claras para lidar da melhor maneira possível com os
sintomas do paciente. Além disso, é importante que haja intervenções no meio
escolar para garantir o melhor desempenho possível da criança. Também pode ser
necessário tratamento educativo psicomotor para melhorar o controle da cognição.
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TRANSTORNO BIPOLAR
Existem quatro tipos básicos de transtorno bipolar. Esses estados de humor variam
de períodos de comportamento extremamente “ascendentes”, exaltados e
energizados (conhecido como episódios maníacos) a períodos muito tristes, “baixos”
ou sem esperança (conhecidos como episódios depressivos). Os períodos maníacos
menos severos são conhecidos como episódios hipomaníacos.
Transtorno Bipolar I – Definido por episódios maníacos que duram pelo menos 7
dias, ou por sintomas maníacos que são tão graves que a pessoa precisa de
cuidados hospitalares imediatos. Geralmente, episódios depressivos ocorrem
também, tipicamente durando pelo menos 2 semanas. Episódios de depressão com
características mistas (com depressão e sintomas maníacos ao mesmo tempo)
também são possíveis.
A bipolaridade pode estar atual mesmo quando as oscilações de humor são menos
extremas. Por exemplo, algumas pessoas com transtorno bipolar experimentam
hipomania, uma forma menos grave de mania. Durante um episódio hipomaníaco,
um indivíduo pode se sentir muito bem, ser altamente produtivo e funcionar bem. A
pessoa pode não sentir que algo está errado, mas a família e os amigos podem
reconhecer as mudanças de humor e/ou mudanças nos níveis de atividade como
possível transtorno bipolar. Sem tratamento adequado, as pessoas com hipomania
podem desenvolver mania severa ou depressão.
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TRATAMENTOS E TERAPIAS
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TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
Sintomas
Causas
Vale destacar que mesmo quem não foi vítima direta de tais situações pode receber
o diagnóstico. Testemunhar uma agressão ou ser informado que um familiar ou
conhecido sofreu um acidente grave, por exemplo, também são possíveis fatores
desencadeantes. Embora qualquer pessoa exposta a algum tipo de trauma
psicológico possa desenvolver o distúrbio, mulheres são duas vezes mais atingidas
do que homens.
Diagnóstico
TRATAMENTOS
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O QUE É TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO?
Tipos de TOC
Roupas sujas também causam uma sensação desagradável. Quando seus trajes
são manchados enquanto está na rua, a pessoa pode voltar para casa para se
limpar, lavar a sujeira em um banheiro ou, em casos extremos, descartar a peça de
roupa.
TOC de checagem
Verificar fechaduras de portas e janelas múltiplas vezes, bem como se o fogão está
ligado e o gás não está vazando, são comportamentos comuns do TOC de
checagem. A pessoa não consegue sair de casa até que faça a sua rotina de
verificação.
TOC de organização
TOC de simetria
TOC de acumulação
TOC de contagem
Necessidade de contar objetos, movimentos corporais e palavras ditas durante uma
conversa. A pessoa pode, por exemplo, contar quantos toques dá no joelho
esquerdo ou montar padrões rítmicos e intercalados com uma quantidade específica
de toques em várias partes do corpo. Ela também pode contar quantos vasos
decorativos existem em um cômodo ou quantas pétalas possuem as flores rosas de
um jardim.
Ainda não foi especificada uma causa única para o TOC, porém o DSM-V aponta
alguns fatores como contribuidores para seu surgimento. Traumas, negligência dos
pais, abuso físico ou sexual, experiências negativas e inibição constante na infância
podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
Da mesma forma, crianças que contraíram doenças infecciosas podem se tornar
adultos extremamente preocupados com saúde e higiene pessoal.
Pessoas cujos parentes de primeiro grau têm ou já tiveram o transtorno têm mais
propensão a desenvolvê-lo. As chances são ainda maiores quando os parentes
experienciaram os primeiros sintomas na infância ou adolescência.
Há, ainda, estudos que fazem a associação da causa do transtorno obsessivo
compulsivo a déficits na comunicação entre regiões do cérebro que utilizam
serotonina. Alguns pacientes também apresentam diferenças no córtex frontal e
estruturas subcorticais do cérebro, segundo pesquisas.
Quando uma pessoa com suspeita de TOC visita um médico ou psicólogo, ela é
questionada sobre seu histórico familiar, histórico de saúde e experiências de vida.
Dessa maneira, os profissionais da saúde conseguem associar alguns elementos ao
surgimento do transtorno, mas não especificar uma causa.
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TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE
Etiologia
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Distúrbios nas funções reguladoras dos sistemas cerebrais e de neuropeptídeos
também podem contribuir, mas não estão presentes em todos os pacientes com
transtorno de personalidade borderline.
Sinais e sintomas
Esses pacientes tendem a mudar o ponto de vista que têm de outras pessoas de
forma abrupta e dramática. Eles podem idealizar um potencial cuidador ou amante
no início do relacionamento, exigir que passem muito tempo juntos e compartilhem
tudo. De repente, eles podem achar que a pessoa não se importa o suficiente, e
ficam desiludidos; então eles podem desprezar ou ficar irritados com a pessoa. Essa
mudança da idealização para desvalorização reflete o pensamento maniqueísta
(divisão e polarização do bem e do mal).
Pacientes com esse transtorno têm dificuldade de controlar sua raiva e muitas
vezes se tornam inadequados e intensamente irritados. Eles podem expressar sua
raiva com sarcasmo cortante, amargura ou falação irritada, muitas vezes direcionada
ao cuidador ou amante por negligência ou abandono. Após a explosão, eles muitas
vezes sentem vergonha e culpa, reforçando seus sentimentos de que são maus.
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TRATAMENTO
Psicoterapia
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limites profissionais), permitindo que o terapeuta ajude o paciente a vivenciar o que
ele perdeu durante a infância e que o levou a um comportamento mal-adaptativo.
Fármacos
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marginalmente eficazes para depressão e ansiedade em pacientes com transtorno
de personalidade borderline.
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CONCLUSÃO
Uma saúde mental debilitada também colabora para significativas alterações sociais
e condições de trabalho precárias. Também acentua a exclusão social e expõe o
indivíduo ao risco de violência em virtude da incapacidade mental de autodefesa.
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