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1. INTRODUÇÃO
Após a independência do regime colonial português em 1975, Moçambique viveu dois períodos
distintos de produção económica: economia centralmente planificada (1977-1985) -caracterizada
pelo abandono das regras de mercado direccionadas da sua forma de produção e pela concentração
de produção sob forma planificada e economia de mercado (1986-1994) -foi caracterizada por
desmoronamento produção sob forma planificada e pela volta ao modo de produção capitalista.
Segundo Maleiane (1997) citado por Chongo (2017), a análise do ambiente macroeconómico em
Moçambique após a independência deve ser feita sob dois períodos, antes e depois do programa de
reabilitação económica (PRE).
Antes do PRE (1975- 1986), o sistema económico era socialista, ou seja, centralmente planificada
caracterizada pelo controle administrativo de todos os preços e taxas de câmbio fixas da economia
moçambicana e depois em 1987 iniciava em Moçambique a implementação do Programa de
Reabilitação Económica (PRE), que tinha como objectivo liberalizar a economia e sucessivamente
deixá-la orientar-se para o mercado.
Mantendo constante outros factores, em Moçambique a taxa de câmbio é indicador que explica
comportamento dos preços, isto é, a variação da taxa de câmbio nos preços dos produtos sobre o
consumidor é muito elevada. Portanto, inflação em qualquer economia, particularmente em
Moçambique, condiciona o custo de vida e reduz o poder de compra de moeda.
Em países da África Subsaariana, a variação na taxa de câmbio tende a ser o factor que mais
influencia na expansão das taxas de inflação (Duarte at al, 2015). Na mesma perspetiva de análise de
inflação e taxa de cambio, GEMO (2011) afirma que, nos países com elevadas taxas de inflação (de
dois dígitos ou mais) apresentam expectativas de crescimento reduzidas, uma vez que o rápido e
contínuo crescimento dos preços produz efeitos negativos na projecção do crescimento económico e
dificulta a criação de expectativas favoráveis do crescimento entre os agentes económicos, criando
um clima de incerteza quanto ao futuro e verifica-se um aumento do risco dos investimentos. A
pesquisa tem como foco principal investigar a relação entre inflação (variação percentual de IPC) e
taxas de cambiais em Moçambique (2007-2017).
2. MATERIAIS
Os efeitos da taxa de câmbio sobre as variações inflacionárias (IPC) em Moçambique foram
mensurados pela análise econométrica com recurso VEC em que, estimou modelo de longo e curto.
Para selecção das desfasagens, usou-se critérios de informação SBIC, AIC e HQIC e FPE os quais
são importantes para determinar o número de defesagem a serem incluídas no modelo. A
investigação empírica dos efeitos que a taxa de câmbio exerce sobre os índices de preços domésticos
se baseia na análise de séries de tempo, especificamente na Cointegraçåo (relação do longo prazo) e
decomposição da variância. Os dados constituem séries temporais de periocidade mensal de
2007M5 a 2017M12. Para mensurar as variações cambias sobre taxas inflacionárias (medidas em
termos do IPC) propôs-se o seguinte modelo tomando como base os trabalhos de Ubisse (1997),
Omar (2003) a equação da taxa de inflação a ser estimada será dada por::
LIPC MZt =β 0 + β 1 LTCt + β 2 L M 2 t + β3 LIPC ZARt +ut equação 1 Entretanto, pese embora diversos
estudos relacionados ao tema, expressem a transmissibilidade da taxa de câmbio como exposta por
Campa e Goldberg (2005) a principal moeda de comercialização ou nas duas moedas estrangeiras no
caso de Moçambique (USD e ZAR) de forma geral. Nesta analise foi feita uma discriminação,
envolvendo o impacto destas moedas a nível individual. Esta análise permite enfatizar o peso de
cada moeda externa no nível geral de preços (IPC) na economia moçambicana, assim acrescentando
na equação 1, uma separação das duas moedas, fica modelado a equação
LIP MOZt =β 0+ β1 LIPC❑ZARt + β 2 L M 2 t+ β 3 LTC ZARt + β 4 LTC ❑USDt ++U t
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pelo que o estudo indica a não estacionaridade da series em nível de acordo com os resultados
dos testes visuais, raiz unitária e que todas series são integradas de ordem I (1), significando que
todas elas são estacionarias na primeira diferença, analisou-se a relação de equilíbrio das séries,
portanto o estudo apontou que existe um vector(r=1) de cointegração ou relação de equilíbrio
sobre a rejeição da hipótese nula de que não há relação entre as taxas cambiais não cointegradas
com inflação sendo que valor traço de 72.36 foi maior que valor critico de 68,52, conforme a
tabela de Johansen (teste traço) ilustra.
Teste de Cointegração de Johansen (traço)
Decomposição de variância
A analise feita no décimo mês do estudo, indica que taxa de câmbio (LTC_USD) se apresenta como o
principal determinante dos preços domésticos de Moçambique (LIPC_MOZ) com uma média
equivalente a (28.67), seguido pela oferta de moeda (LM2) (2.749), e a taxa de câmbio do metical em
relação ao rand (1,60) e por último índice de preços sul-africano (LIPC_ZAR) com cerca de 0.31.
Os resultados desta pesquisa corroboram com a de Rego (2014), quando analisava “Efeito Pass-
Through Cambial para a Formação dos Índices de Preços em Moçambique (2000:01 – 2012:12)”,
onde constatou que a variável com mais impacto é Ltc_usd (4.48) e com menos impacto é Lipc_zar
(1.287) e que a variável taxa de cambio determina na formação dos preços domésticos.
CONCLUSÃO
A conclusão da pesquisa foi feita olhando para o objectivo central da pesquisa que é analisar a relação
entre taxa de cambio e inflação em Moçambique, por tanto com ajuda dos métodos econométricos foi
alcançado com sucesso, sendo que viu-se, não só na teoria mas também na prática que realmente existe
uma relação de longo prazo ou de equilíbrio entre taxa de cambio e inflação, ou seja, uma influencia de
taxa de cambio sobre os preços da economia domestica, em que taxa de cambio passa a determinar o
nível de preços dos produtos a serem comercializados na economia moçambicana, ou seja, a procura e
oferta dos produtos é fortemente determinado pelas taxas cambias de Africa de Sul e EUA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. CHONGO, Osório Carlos (2017). Serão as taxas de inflação de Moçambique e da África do Sul
cointegradas (1994-2015)?
3. GEMO, Z. Jordão (2011). Os determinantes da inflação em Moçambique: um estudo analítico
(2000-2010). Tese de licenciatura. Faculdade de Economia. Universidade Eduardo Mondlane.
Maputo.
4. Gujarati, D. (2006). Econometria Básica. 5º Edição. Makron Books. São Paulo.
5. Instituto Nacional De Estatística (INE), anuários estatísticos. Que anos
6. Johansen, S. (1988). Statistical Analysis of Cointegration Vectors.
7. Philips, P. e Perron, P. (1988), “Testing for a unit root in time series regression”.
8. NHATSAVE at al (2012). Análise temporal da taxa de cambio e preços em Moçambique.
9. Vicente, L. C. (2007). Exchange rate and consumer prices in Mozambique: a cointegration
approach. Conferência Inaugoral do IESE: Desafio para a Investigação social e económica em
Moçambique.
10. World Bank Economic research,site dia de consulta