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Slide 1

Finalmente o Ministério da Saúde voltou a compilar os dados das secretarias estaduais e podemos ter uma melhor noção do recente surto de omicron, e dá
para ver que a situação está bastante delicada, pelo menos em relação à contaminação.

Ontem foram registrados 168 mil novos casos de covid em 24h e 324 mortes. Como vocês podem ver pelo gráfico, a média móvel dos últimos 7 dias de
novos casos explodiu e hoje é de 110 mil novos casos a cada 24hrs, a maior marca registrada durante a pandemia. Essa semana foi de recordes de novos
casos. Na terça-feira, ultrapassamos a marca de 100 mil novos casos em 24h pela primeira vez na pandemia. Na quarta, tivemos mais de 200 mil casos
reportados em um único dia. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de 373%. Já a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 235
mortes, a maior desde o dia 17 de novembro, um aumento de 114% em comparação à média de 14 dias atrás.

Então, estamos claramente num contexto de piora da pandemia, mas a boa notícia é que as vacinas têm funcionado e garantindo o mínimo que
esperávamos delas, que é evitar mortes. Por mais que a média móvel de mortes tem aumentado, ela nem de perto se compara ao crescimento das novas
infecções. Também tem o fator da omicron se mostrar menos agressiva do que as outras variantes, apesar de ser muito mais infecciosa.

Então, a situação é delicada, mas é muito pouco provável que voltamos aos patamares de março e abril de 2021 em relação às mortes causadas por covid,
especialmente com a terceira dose chegando para grande parte da população nos próximos dois meses.
Slide 2 – Atividade

Nessa semana tivemos a divulgação dos indicadores setoriais restantes e temos um melhor panorama sobre a atividade econômica em novembro.

De um modo geral, os dados indicam uma melhoria marginal. Com exceção da produção industrial, todos os setores apresentaram crescimento em
novembro, e mesmo a produção industrial deu sinais de acomodação, variando próximo da estabilidade.

Em relação aos indicadores que faltavam ser divulgados, as vendas no varejo aumentaram 0,6%, interrompendo uma sequência de 3 meses consecutivos de
queda nas vendas.

Em comparação a novembro de 2020, o comércio teve queda de 4,2%, a quarta taxa negativa consecutiva nessa métrica. No ano, acumula alta de 1,9%. Já o
acumulado nos últimos doze meses, ao passar de 2,6% em outubro para 1,9% em novembro, sinaliza redução no ritmo das vendas.

Com os resultados setoriais positivos, o IBC-Br registrou alta de 0,69%, interrompendo uma sequência de 4 quedas consecutivas.

Na média móvel trimestral, usada para captar tendências, o indicador recuou 0,79%, indicando a continuidade da fragilidade econômica brasileira.

No acumulado 12 meses, o indicador acumula alta de 4,30\%, acelerando em relação a outubro quando registrou alta de 4,19%. No ano, acumula alta de
4,59%, recuando em relação a outubro, quando registrou alta de 4,99%.
Slide 3 – Focus

No Focus, a mediana para o IPCA aumentou de 5,02 para 5,09, influenciada pelo resultado de dezembro mais forte que o esperado. Para 2023 também
houve aumento na mediana, que agora é de 3,40%, descolando bem do centro da meta que é de 3,25% para 2023.

A mediana para o PIB sofreu a primeira revisão altista para 2022 em muito tempo, mas bastante marginal, de 0,28 para 0,29%.

A expectativa para o câmbio em 2022 ficou estável em 5,60, assim como a Selic para 2022, em 11,75%.
Slide 4 – Internacional

No lado internacional, as vendas no varejo americano recuaram 1,9% em dezembro, reflexo de menor gasto por parte dos consumidores, que recuou 0,2%.
A queda nos gastos é consequência do fim dos estímulos dados durante a pandemia, o que sugere que boa parte da poupança construída durante a
pandemia já foi gasta. Além disso, em dezembro, as infecções por covid bateram recorde nos Estados Unidos e a inflação de 7% contribuíram para uma
menor demanda.

A produção industrial americana ficou praticamente estável, recuando 0,1% em dezembro na comparação com novembro. Em comparação a dezembro de
2020, a produção industrial aumentou 3,7%, ficando 0,6% acima do nível pré-pandemia. A indústria, lá como aqui, parece estar acomodando em relação as
perdas, reflexo das melhoras graduais nas condições de oferta, sugerindo que o fundo do poço da produção industrial esteja próximo.

Na China, o PIB cresceu 8,1% em 2021, maior taxa em 10 anos, mas esse valor é distorcido pelo colapso da atividade em 2020, que favorece a comparação
anual. Quando olhamos a comparação trimestral vemos que o crescimento chinês não é tão positivo, com o PIB crescendo à menor taxa em 6 trimestres.

A produção industrial chinesa cresceu 9,6% em 2021, com um crescimento de 4,3% em dezembro na comparação com dezembro de 2020, acelerando em
relação a novembro quando o crescimento foi de 3,8%.

As vendas no varejo chinês cresceram 12,5% em 2021, com um crescimento de 1,7% em dezembro na comparação com dezembro de 2020, apresentado
forte desaceleração em relação a novembro, quando as vendas cresceram 3,9% (a.a).

De um modo geral, em 2021, a China teve um bom desempenho, mas muito influenciado pelos efeitos-base. A perspectiva para 2022 é de crescimento
moderado, dado que há diversos riscos atualmente na economia chinesa e a demanda interna não recuperou totalmente e ainda se mostra fraca, tanto é
que o banco central chinês tem ido na contramão do restante do mundo e cortando taxas de juros para estimular a demanda.

Para finalizar, o Real valorizou 1,77% nessa semana, cotado a R$ 5,41 ontem. A semana começou com um fortalecimento global do Dólar que foi revertido
nos dois últimos dias principalmente por fatores locais. Na quarta, o câmbio teve uma das maiores apreciações diárias em muito tempo, com o Real
valorizando 1,7% devido às falas do Lula defendendo uma eventual chapa com o Alckmin. O Bolsonaro é tão tóxico que ele conseguiu deixar o Lula
moderado aos olhos do mercado. Outro ponto importante sobre o movimento recente de apreciação do Real é a posição comprada em dólares dos fundos
estrangeiros na B3 diminuiu consideravelmente. No dia 05/01 a posição éra de 27,7 bilhões de dólares. Nessa semana caiu para 20,3 bilhões de dólares, com
venda de 1,6 bi num único dia. Essa redução significativa em poucos dias explica bastante da apreciação do Real nas últimas semanas. Com a Selic mais alta,
o carrego negativo do hedge na moeda começa a pesar mais, intensificando o tombo do dólar por aqui. Com isso, a taxa de câmbio fechou ontem no menor
patamar desde 11 de novembro.

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