Você está na página 1de 6

Slide 1

Nós continuamos com o apagão de dados do ministério da saúde, que não atualiza desde o dia 21 de dezembro. Mas de acordo com o consórcio da
imprensa, a situação é preocupante.

Ontem foram registrados 97 mil novos casos, fazendo com que a média móvel de 7 dias chegue a mais de 60 mil casos, maior nível desde junho de 2021. Em
comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +634%, indicando tendência de alta nos casos da doença.

A boa notícia é que o número de mortes não tem acompanhado o número de casos. Ontem foram registradas 190 mortes, fazendo com que a média móvel
chegasse a 126, um aumento de 29% em relação a média ´móvel de 14 dias atrás, também indicando tendencia de alta.

Essa é a principal evidência de que as vacinas funcionam. Estamos com 76% da população imunizada com 1 dose, 68% com duas doses, o que nos dá um
mínimo de proteção contra essa nova variante, impedindo que a situação chegue aos níveis de março de 2021. E apesar da alta transmissibilidade, estudos
tem mostrado que as hospitalizações causadas pela Omicron são duas vezes menos prováveis do que as causadas pela Delta, além disso, as hospitalizações
são 70% mais curtas e as mortes são 90% menos prováveis. Então, apesar do susto, tudo indica que estamos no caminho certo para superar a pandemia, o
que torna o esforço mundial de vacinação cada vez mais importante.
Slide 2 – Serviços

Nessa semana tivemos a divulgação do volume de serviços no mês de novembro, que aumentou 2,4% em relação a outubro, interrompendo uma sequência
de dois meses com crescimento negativo.

Com esse resultado, o setor se encontra 4,5% acima do nível pré-pandemia. Em relação a novembro de 2020 o crescimento foi de 10%. No ano, o setor
acumula alta de 10,9%, enquanto no acumulado em 12 meses o crescimento é de 9,5%.

Das quatro grandes categorias econômicas, apenas uma recuou, que foi o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares. Os destaques
ficaram para serviços de informação e comunicação, que avançou 5,4% e para os serviços prestados às famílias, que avançou 2,8%.

Aliás, o grupo de serviços prestados às famílias, que engloba alimentação, academias, salão de beleza, ainda está 12% abaixo do nível pré-pandemia,
indicando que ainda tem bastante espaço para recuperação do setor.

Ainda assim, apesar do resultado positivo, o volume de serviços ainda é 7,3% menor que o valor recorde da série histórica de novembro de 2014.

Por fim, esse resultado tem que ser lido com cautela. Primeiro, estávamos em uma tendência de queda nos serviços e esse resultado foi puxado por
segmentos que têm apresentado desempenhos voláteis. Além disso, esse resultado não mede o efeito dessa nova onda de infecções que estamos
observando e só teremos real medida do efeito da omicron em março, quando sai o resultado dos serviços de janeiro.
Slide 3 – IPCA dezembro

Outro dado importante que saiu essa semana foi a inflação de dezembro, e, por consequência, a inflação de 2021. Em dezembro, a inflação avançou 0,73%,
fechando 2021 com uma inflação de 10,06%, a maior desde 2015.

Em dezembro, todos os grupos de produtos e serviços apresentaram alta, com destaque para Vestuário que registrou alta de 2,06%, mostrando que a
recuperação de preços pós black Friday foi imediata. Alimentação e bebidas teve alta de 0,84% e teve o maior impacto no índice do mês, respondendo por
23% da inflação do mês. Saúde e cuidados pessoais também teve alta considerável, de 0,75%.

Com o resultado de dezembro, o índice de 12 meses apresentou a primeira desaceleração desde junho de 2020. Ainda assim, há sinais preocupantes.

Um deles são os núcleos da inflação, que aceleraram de 0,61% em novembro para 0,95%, o que indica uma maior persistência no comportamento da
inflação, o que pode levar o Banco Central a manter o tom duro na próxima reunião.
Slide 4 – IPCA dezembro

Outro dado preocupante é o índice de difusão, que mede o percentual dos bens e serviços pesquisados que apresentaram alta de preços no mês. Em
novembro, esse índice estava em 63%, mas saltou para 74,8%, o maior valor para essa métrica desde fevereiro de 2016. E pela Figura vemos que a
tendência é de continuidade dessa difusão, tendo em vista que a média móvel se encontra em clara tendência de alta.

Por fim, o gráfico a direita mostra os grandes responsáveis pela inflação ao longo de 2021. O grupo que teve a maior contribuição foi o de transportes, com
inflação de 21% em 2021, respondendo por mais de 40% da inflação observada em 2021. A alta desse grupo está relacionada principalmente ao
comportamento do preço dos combustíveis que tiveram alta de 49,02% ao longo de 2021. A gasolina, subitem de maior peso no IPCA, subiu 47,49%, e o
etanol, 62,23%. Na sequência, o grupo de Habitação teve alta de 13,05% em 2021, contribuindo com mais de 20% da inflação de 2021 e o principal culpado
foi a energia elétrica que teve alta acumulada de 21% em 2021.

Isso mostra que o desafio para 2022 é grande. Não há política monetária que dê jeito em fatores tão exógenos quanto combustíveis e energia elétrica. E a
Petrobrás já realizou novo aumento nos combustíveis no último dia 12. E apesar do enorme volume de chuvas dos últimos dias, os reservatórios ainda estão
em 30% da capacidade, o que indica que melhorias nesses dois grupos não devem ocorrer no curto prazo.
Slide 5 – Focus

No primeiro Focus de 2022, vemos que a inflação de 2021 surpreendeu o pessoal, que esperava uma inflação de 9,99%, mas que fechou em 10,06%. Para
2022, a mediana ficou estável em 5,03%.

A mediana para o PIB ficou estável em 4,50%, enquanto para 2022 recuou novamente para em 0,28%.

A expectativa para o câmbio em 2022 ficou estável em 5,60.

O que chama a atenção é a expectativa para a Selic de 2022 que subiu para 11,75%. Lembrando que essas expectativas foram formadas antes da divulgação
do IPCA de dezembro, que veio acima das expectativas e já gerou uma expectativa de Selic mais alta por mais tempo.
Slide 6 – Internacional

No lado internacional, a economia americana adicionou 199 mil empregos em novembro, segundo mês consecutivo de desaceleração nessa métrica. Em
outubro, foram criados 249 mil empregos. Com esse resultado, a taxa de desemprego recuou de 4,2% para 3,9%.

A inflação americana avançou 0,5% em dezembro, avançando 7% em 2021, o maior valor em 40 anos. E a inflação se mostra persistente. O núcleo da
inflação, que exclui alimentação e energia, avançou 0,6% em dezembro e 5,5% em 2021, o maior valor em 31 anos.

Ainda no tema inflação, os preços ao produtor industrial aumentaram 0,2% em dezembro. Com o resultado, o índice fechou 2021 em alta de 9,7%, maior
valor desde sua concepção em 2010.

Com a inflação pressionada, o presidente do Fed disse que a economia não precisa mais de um suporte extraordinário do Banco Central americano e que é
hora de começar a normalização da política monetária americana. Mas disse que há um longo caminho para a normalização, reduzindo os temores de uma
normalização antecipada e acelerada.

Na Europa, a inflação fechou 2021 em 5%, valor recorde desde a criação do Euro. As vendas no varejo aumentaram 1% em novembro na comparação com
outubro e a produção industrial aumentou 2,3% na zona do Euro em novembro na comparação com outubro. Por fim, a taxa desemprego na zona do Euro
recuou de 7,3% em outubro para 7,2% em novembro.

Na China, os preços ao produtor industrial aumentaram 8,1% em 2021, mas na comparação mensal houve deflação de -1,2% na passagem de novembro
para dezembro. A inflação ao consumidor totalizou alta de 0,9% em 2021 e na comparação mensal houve deflação de 0,3% após alta de 0,4% em novembro.

Por fim, o Real valorizou 1,86% nessa semana, cotado ontem a R$ 5,53. Essa valorização é fruto do enfraquecimento global do Dólar que teve início após as
falas do presidente do banco central americano na terça-feira, que reduziu o temor de uma aceleração da normalização da política monetária americana.

Você também pode gostar