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Carta de câmbio mensal

O mês de julho indicava que seria tão ruim quanto junho para as moedas emergentes. No
primeiro dia de pregão do mês o real já acumulava uma perda de 1,68% frente ao dólar. Na
semana seguinte, o real conseguiu se estabilizar e acumulava perda de 0,67% no mês. As duas
semanas seguintes viram o pico de estresse cambial, com a taxa de câmbio chegando a tocar
nos R$5,50 no dia 22 de julho, acumulando, até então, perdas de 5,06%. Entretanto, na última
semana do mês, observou-se uma reversão total do quadro, e o real encerrou o mês de julho
com ganhos de 1,12% sobre o dólar. A mudança de rumo ocorreu na última semana do mês,
com a divulgação de dados de inflação da economia americana, junto com o resultado do PIB
no segundo trimestre desse ano. Para coroar a semana, o banco central americano se reuniu
para decidir os rumos da política monetária. Os dados de inflação americana ainda indicam
pressão sobre os preços, enquanto o resultado do PIB americano indicou uma nova contração
da atividade econômica, colocando a economia americana em recessão técnica, fatores que
levaram a um fortalecimento do dólar. O banco central americano elevou a taxa de juros a
2,25% ao ano. Entretanto, como esses dados econômicos foram divulgados antes da decisão, o
banco central os levou em consideração na sua comunicação a respeito dos próximos passos,
especialmente o fato de que a economia americana está em recessão técnica. Com isso, a
comunicação indica que o banco central será mais frouxo nas próximas decisões, o que
desencadeou um processo de desvalorização global do dólar. Com isso, devido ao seu bom
posicionamento, o real foi a moeda mais beneficiada na última semana de julho, amealhando
ganhos de 5,88% entre os dias 23 e 29 de julho. Entretanto, o cenário ainda é de risco e
demanda cuidados, especialmente com o ciclo eleitoral se aproximando, o que pode dar início
a um novo ciclo de volatilidade cambial.

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