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Slide 1

Situação da pandemia continua melhorando, com a média móvel de novos casos e mortes dando sequência a tendência de queda. Ontem, tivemos 399
mortes nas últimas 24 horas, o que levou a média móvel a 337 mortes. Com esse resultado chegamos a mais de 607 mil mortes na pandemia.

Em relação ao número de casos, tivemos ontem pouco mais de 15 mil novos casos, o que levou a média móvel a 11.986 casos, aumento de 10% em relação
a duas semanas atrás, o que ainda é considerado estável.

Essa queda é fruto do avanço da vacinação. Já temos 72% da população vacinada com uma dose e 54% da população totalmente imunizada. A média móvel
de vacinação continua em ritmo elevado, indicando que devemos ter a maioria da população imunizada até o fim do ano.
Slide 2 – Confiança

Tivemos a divulgação dos índices de confiança nesta semana e todos os setores tiveram melhora marginal, com exceção da indústria.

A confiança do consumidor aumentou um ponto influenciada pela revisão das expectativas sobre o mercado de trabalho nos próximos meses, mas, os
consumidores ainda se mantém cautelosos em relação a compra de bens duráveis.

O setor varejista tem sofrido com essa cautela, e a confiança do setor aumentou apenas 0,1 pontos, influenciado pela piora na percepção do ritmo de
vendas que ocorre há três meses consecutivos. Por outro lado, as expectativas pararam de cair, mas o cenário para o setor ainda é bastante incerto devido a
confiança do consumidor em patamar baixo, além do avanço da inflação e do desemprego elevado.

O setor de serviços foi o que teve o melhor desempenho, com a confiança aumentando 1,8 ponto, influenciado pela melhora da percepção sobre a situação
atual e uma reavaliação positiva das perspectivas sobre os próximos meses com a continuidade do cenário positivo da vacinação.

Por fim, a confiança da indústria caiu 1,2 ponto, terceiro mês consecutivo de queda após quatro meses de alta. Reflexo das pressões de custos, desemprego
elevado, instabilidades econômicas e institucionais, que tem tornado a conjuntura futura mais incerta e menos favorável a planos de expansão da produção.
Slide 3 – Mercado de trabalho

Nessa semana também tivemos a divulgação dos dados de mercado de trabalho, tanto da PNAD quanto do Caged.

Pela PNAD, a taxa de desemprego ficou em 13,2% em agosto, queda de 1,3 p.p em relação a agosto de 2020. A melhora desse dado tem sido pelo aumento
da população na força de trabalho e também do aumento do emprego formal, que cresceu 4,2% em relação a agosto de 2020. Por outro lado, isso tem sido
acompanhado por aumento na informalidade e queda no rendimento médio, sendo que esse último já caiu 10,2% em um ano.

Pela PNAD temos observado uma melhora do mercado de trabalho, mas essa melhora é de baixa qualidade com aumento de informalidade e queda dos
rendimentos.

O Caged registrou 313,9 mil novas vagas de emprego formal em setembro, reduzindo o ritmo de criação de vagas que vinhamos observando em 2021.
Slide 4 – Inflação

Em relação à inflação tivemos a divulgação do IPCA-15 de outubro, que registrou alta de 1,2%, maior valor para um mês de outubro desde 1995. Com esse
resultado, a inflação em 12 meses ficou em 10,34%.

Novamente, os grupos de transporte e habitação foram os grandes vilões. No caso dos transportes, os combustíveis e as passagens aéreas foram os grandes
responsáveis pelo aumento. Apenas as passagens aéreas contribuíram com 0,16 pontos percentuais do resultado do mês. No caso de habitação, a energia
elétrica continua sendo o principal fator inflacionário.

O IGP-M subiu 0,64% em outubro após queda de 0,64% em setembro. Com este resultado o índice acumula alta de 16,74% no ano e de 21,73% em 12
meses. A queda menos intensa registrada no preço do minério de ferro (-21,74% para -8,47%) e o aumento do preço do Diesel (0,00% para 6,61%), que
neste caso, ainda não levou em conta o reajuste anunciado no dia 25/10, contribuíram para a aceleração da taxa do IGP-M.
Slide 5 – Copom

Nessa semana o Copom aumentou a Selic em 1,5 ponto percentual, levando a 7,75% ao ano e já antecipou um novo aumento de 1,5 p.p na próxima e última
reunião de 2021, o que fará com que a Selic encerre 2021 em 9,25%.

Como era de se esperar, o fim do teto de gastos forçou a mão do Copom. Prova disso é que no comunicado, o cenário de riscos é o mesmo das últimas 3
reuniões.

De acordo com o comunicado, o balanço de riscos para o cenário de inflação não se alterou, com as pressões de baixa vindo de uma possível reversão,
mesmo que parcial, dos preços de commodities em moeda local. No cenário externo, o ambiente tem se tornado menos favorável e a reação dos bancos
centrais deve levar a um cenário mais desafiador para economias emergentes. Em relação à atividade econômica no Brasil, o comitê mencionou que os
indicadores divulgados desde a última reunião mostram uma evolução ligeiramente abaixo da esperada.

O comitê reconhece que a inflação segue elevada e acima do esperado, liderada pelos componentes mais voláteis, mas há também pressões adicionais,
vindo principalmente do setor de serviços, alimentos, combustíveis e energia elétrica, que refletem fatores como câmbio, preços de commodities e
condições climáticas desfavoráveis. Todos esses atenuantes já estavam presente nos comunicados anteriores. Mas, no comunicado, é enfatizado que os
recentes questionamentos em relação ao regime fiscal corrente elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria
altista no balanço de riscos, o que implica em maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado.

No geral, o trabalho do banco central que já era difícil ficou pior. Está completamente de carona da política fiscal, com poucas opções e o maior gasto fiscal
em 2022 irá pressionar a inflação, piorando o risco-país, desvalorizando o Real, e deixando o cenário para o banco central ainda mais delicado. Agora, o nível
da Selic ao fim do ciclo de alta é uma incógnita, mas muito provavelmente será maior do que o antecipado e na casa dos dois dígitos.
Slide 6 – Focus

O Focus piorou em todas as dimensões devido à polêmica quanto o teto de gastos. O IPCA sofreu a vigésima nona revisão altista, para 8,96%, vindo de
8,69%. Para 2022, a expectativa continua descolando, com a mediana hoje em 4,40%, já bem acima da meta.

A mediana para o PIB foi revista para baixo novamente, ficando em 4,97 em 2021 enquanto para 2022 recuou para 1,4.

A mediana do câmbio pulou para 5,45 para 2021, o mesmo valor para 2022, indicando que a mudança no regime fiscal inaugurou um novo normal para o
câmbio.

Por fim, a Selic também foi afetada e subiu para 8,75% em 2021 e 9,5 em 2022. Mas como essas expectativas foram formadas antes da reunião do Copom,
devemos ver novas revisões na próxima semana, com a Selic encerrando 2021 em 9,25%.
Slide 7 – Internacional

No lado internacional, tivemos a divulgação da primeira estimativa do PIB americano para o terceiro trimestre de 2021 e ele decepcionou, registrando um
crescimento de apenas 2% na comparação anual. A forte queda no consumo explica o resultado, com o consumo pessoal crescendo apenas 1,6% na taxa
anualizada, em contraste aos 12% observado no trimestre anterior. Uma miríade de fatores explica o consumo mais fraco. Nova onda de infecções por covid
devido a variante delta afetaram o desempenho durante o trimestre. O já conhecido problema de oferta que tem aumentado os custos de produção, que
por sua vez tem sido repassado aos consumidores também desincentivaram o consumo. Além disso, no período diversos programas de auxílio foram
encerrados, diminuindo a renda disponível dos consumidores.

Por outro lado, os dados de seguro-desemprego indicam melhora no mercado de trabalho com 281 mil novos pedidos na última semana, o menor valor
desde o início da pandemia.

Na Europa, o Banco Central Europeu decidiu por manter a política monetária inalterada e indica que ainda vê condições favoráveis para compra de ativos,
apesar de que num ritmo menor do que o praticado no primeiro e segundo trimestre desse ano. Além disso, indicam que não irão alterar a taxa de juros até
que a inflação esteja, em média, em 2%, o que implica uma inflação acima da meta por algum período.

Por fim, o Real fechou ontem estável em relação à cotação de sexta-feira. Essa semana não teve nenhuma notícia que foi capaz de mover o mercado
significativamente, e o câmbio ficou oscilando em torno desse valor ao longo da semana. A não correção do câmbio indica que o mercado enxerga que o
teto de gastos de fato acabou, e agora estamos em um novo normal onde o câmbio de equilíbrio é por volta de 5,50.

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