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Slide 1

Começando pela atualização da pandemia. Ontem foram registrados quase 54 mil novos casos de covid, o que fez com que a média móvel chegasse a 49 mil
casos, uma queda de 44% em relação à média móvel de 14 dias atrás, em tendência de queda.

A mesma análise se estende às mortes. Ontem tivemos 559 mortes, totalizando mais de 654 mil mortes na pandemia, o que levou a média móvel a 500
mortes, queda de 32% em comparação a 14 dias atrás, dando continuidade à tendência de queda. Ao longo dessa semana tanto a média móvel de casos
quanto a de mortes apresentaram leve alta, mas isso parece ser mais um reflexo da retenção de notificações devido ao carnaval do que o início de um novo
surto.

Vacinação continua na mesma, com 82% da população vacinada com 1 dose, 74% com duas doses e 32% com 3 doses.
Slide 2 – PIB

A principal divulgação econômica foi o PIB do 4º trimestre, que registrou alta de 0,5% na comparação com o 3º trimestre, encerrando uma sequência de
dois trimestres consecutivos de contração.

Com esse resultado, a economia brasileira cresceu 4,6% em 2021 frente a 2020, acima das expectativas de mercado que eram um crescimento de 4,5%.
Entretanto, cabe ressaltar, que boa parte desse crescimento se deve ao chamado efeito-base, pois a base de comparação estava muito deprimida devido à
recessão causada pela pandemia.

Em 2021, o PIB cresceu 4,6% ante o ano anterior devido ao crescimento de 4,7% dos serviços e 4,5% da indústria, enquanto a agricultura recuou 0,2%. Na
análise da despesa, houve alta de 17,2% da Formação Bruta de Capital Fixo, que voltou a crescer após cair 0,5% no ano anterior. A Despesa de Consumo das
Famílias avançou 3,6% em relação ao ano anterior. A Despesa do Consumo do Governo, por sua vez, cresceu 2,0%. No setor externo, as Exportações de Bens
e Serviços cresceram 5,8%, enquanto as Importações de Bens e Serviços subiram 12,4%.

Apesar do resultado positivo no 4º trimestre, a perspectiva para 2022 ainda é delicada. O efeito da política monetária contracionista será mais relevante em
2022 do que foi em 2021. Além disso, desemprego elevado somado a alta inflação devem continuar deprimindo a demanda. Fora a incerteza da guerra na
Ucrânia, que a depender da sua duração pode colocar a economia global num processo de estagflação.
Slide 3 – Atividade Econômica Janeiro

Também tivemos a divulgação da produção industrial e comércio varejista de janeiro. Lembrando que esses dados são referentes ao período de surto da
ômicron.

A produção industrial recuou 2,4%, eliminando parte da expansão de 2,9% registrada no mês anterior. Em relação a janeiro de 2021 a produção recuou
7,2%. Apesar disso, no acumulado em 12 meses, a indústria acumula alta de 3,1%.

O recuo na produção foi generalizado com todas as quatro grandes categorias econômicas recuando em fevereiro e com 20 dos 26 ramos pesquisados
recuando.

O principal destaque negativo foi a produção de veículos que recuou mais de 17%, enquanto o destaque positivo foi a produção de combustíveis e derivados
que aumentou em 3,5%.

Por outro lado, o volume de vendas do comércio cresceu 0,8% em comparação a dezembro, quando observou recuo de 1,9%. Em comparação a janeiro o
volume de vendas recuou 1,9%, sexta taxa negativa consecutiva. Entretanto, no acumulado de 12 meses, o volume aumentou 1,3%.

Mas o resultado positivo do mês deve ser visto com cautela pois 5 das 8 atividades pesquisadas tiveram variação negativa. Por outro lado, o resultado
positivo foi fruto do bom desempenho dos artigos farmacêuticos que tiveram alta de 3,8% e dos artigos de uso pessoal e doméstico, que tiveram alta de
9,4%.

Para finalizar os dados de atividade, pelo Caged tivemos abertura líquida de 156 mil vagas com carteira assinada em janeiro, dando sequência ao bom
desempenho do emprego formal.
Slide 4 - Focus

No Focus sem muita novidade, a mediana para o IPCA aumentou novamente de 5,6 para 5,65, e ficou estável em 3,51 para 2023.

A mediana para o PIB aumentou para 0,42, fruto do resultado acima do esperado para o PIB de 2021 que fechou em alta de 4,6% enquanto a expectativa
era de 4,5%. Para 2023 a mediana ficou estável em 1,5%.

A expectativa para o câmbio recuou mais uma vez, de 5,5 para 5,4. Para 2023 novo recuo, dessa vez marginal, de 5,31 para 5,30.

Por fim, a expectativa para a Selic se manteve em 12,25%, que era o valor esperado para o fim do ciclo de alta, mas agora com os efeitos da guerra
principalmente sobre o petróleo, já começam a ter apostas de que a Selic chegue a 14% ao fim do ciclo.
Slide 6 – Internacional
No lado internacional, tivemos a divulgação da balança comercial americana que registrou déficit de 89,7 bilhões de dólares em janeiro, um aumento de 7,7 bilhões em relação ao déficit
observado em dezembro. O resultado foi fruto de redução das exportações em 3,9 bilhões e aumento das importações em 3,8 bilhões de dólares.

A Inflação americana acelerou em fevereiro após aumentar 0,8% na comparação com janeiro, quando avançou 0,6%. Com esse resultado, a inflação alcançou 7,9% no acumulado em 12
meses, maior inflação em 40 anos. Gasolina foi o grande responsável pela aceleração do índice, com alta de 6,6% em fevereiro, respondendo por um terço da inflação total, movimento que
deve persistir como consequência da guerra. O núcleo da inflação avançou 0,5% em fevereiro, leve recuo em relação a janeiro quando avançou 0,6%. Com esse resultado, o núcleo acumula
alta de 6,4% nos últimos 12 meses, maior valor em 40 anos, indicado alto grau de persistência no aumento de preços.

Na Europa, o PIB cresceu 5,3% em 2021 após crescimento de 0,3% no 4º trimestre de 2021, uma forte desaceleração em relação ao 3º trimestre quando o PIB expandiu 2,3%, refletindo os
impactos da omicron na atividade econômica.

Apesar do crescimento menor no último trimestre, a inflação continua acelerando, alcançando 5,8% em fevereiro, acima dos 5,1% observados em janeiro. Mais uma vez energia tem
pressionado os preços, com alta de 31,7% (a.a) vs 28,8% em janeiro. A alta de energia afeta principalmente o custo dos produtores industriais, cuja inflação avançou 5,2% em janeiro na
comparação com dezembro, alcançando uma taxa anual de 30,6%.

Mesmo com a inflação acelerando o banco central europeu manteve as taxas de juros inalteradas. Mostram preocupação com os efeitos da guerra e por isso aumentaram em 50 bilhões de
euros o volume de compras programado para o segundo trimestre. Adiantaram também que qualquer mudança na taxa de juros irá ocorrer apenas após o fim do programa de compras de
ativos e se dará de forma gradual. Então, pouco provável que elevem os juros ainda esse ano.

O varejo europeu voltou a expandir as vendas em janeiro, quando avançaram 0,2% na comparação com dezembro. Naquele mês, as vendas recuaram 3%. Em relação a janeiro de 2021, as
vendas aumentaram 7,8%.

Por fim, o desemprego na zona do Euro continua diminuindo, alcançando 6,8% em janeiro, recuando em relação aos 7% observados em dezembro e aos 8,3% observados em janeiro de 2021.

Já a China obteve superávit comercial de 116 bilhões de dólares em fevereiro. O resultado foi fruto de exportações acima do esperado enquanto as importações desaceleraram além do
esperado. Exportações tiveram alta de 16,3% enquanto as importações cresceram 15,5% na comparação anual.

Ainda na China, a inflação ao produtor chinês aumentou 8,8% na taxa anual em fevereiro, recuando da taxa de 9,1% observado em janeiro e alcançando o menor ritmo em 8 meses. Parte do
resultado se deve às festividades do ano novo lunar chinês, diversas fábricas ficaram fechadas na primeira quinzena de fevereiro, reduzindo a pressão sobre insumos. Porém, a expectativa é
de nova rodada inflacionária nos próximos meses devido aos efeitos da guerra nos preços de commodities. Mais de 70% do petróleo consumido na China vem do exterior, e mais de 40% do
gás. Por fim, o índice de preços ao consumidor chinês avançou 0,9% na taxa anual em fevereiro, o mesmo ritmo observado em janeiro.

Por fim, o Real valorizou 1,22% nessa semana, cotado ontem a 5,01. Semana marcada pela incerteza global devido aos desdobramentos da guerra na Ucrânia, o Real se beneficiou mais uma
vez das condições favoráveis, especialmente a elevação dos preços das commodities.

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