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Relação entre Pedro da Maia e Maria Monforte

Olá a todos. Hoje eu venho falar e caraterizar a relação de Pedro da Maia e Maria
Monforte.
Como todos devem saber Pedro da Maia é filho de Afonso da Maia e pai de Carlos, a
personagem principal da obra. Após a morte da sua mãe, Maria Eduarda Runa, Pedro ficou de
rastos mas acabou por conhecer Maria Monforte, por quem se apaixonou numa breve troca
de olhares, encontrando de novo a sua felicidade.
Vou agora ler uma passagem que comprova a beleza de Maria e também o facto de
que bastou a Pedro um breve avistamento de Maria para se apaixonar por ela.

“Sob as rosinhas que ornavam o seu chapéu preto, os cabelos loiros, de um ouro fulvo,
ondeavam de leve sobre a testa curta e clássica: os olhos maravilhosos iluminavam-na toda; a
friagem fazia-lhe mais pálida a carnação de mármore: e com o seu perfil grave da estátua, o
modelado nobre dos ombros e dos braços que o xale cingia – pareceu a Pedro nesse instante
alguma coisa de imortal e superior à Terra”

A relação entre eles foi-se desenvolvendo, sendo que Pedro nunca a tentou tornar
secreta, ainda que o seu pai, Afonso, não a aprovasse, devido ao passado do pai de Maria.
Mesmo assim, mais tarde, Pedro decidiu casar com Maria, opondo-se fortemente ao pai e
cortando relações com ele. Pedro e Maria viajaram então para Itália, e depois para Paris por
vontade de Maria, acabando por regressar a Lisboa quando Maria estava grávida. Já em Lisboa
nasceu a 1ªfilha do casal, Maria Eduarda, e um ano depois, Carlos da Maia, que se irão tornar
as duas personagens centrais da obra.

Certo dia, Pedro regressa a casa e depara-se com a fuga e traição da sua mulher, que
partiu com um italiano, levando a filha mas deixando para trás o seu filho Carlos.

“ -Estive fora de Lisboa dois dias... Voltei esta manhã... A Maria tinha fugido de casa com a
pequena... Partiu com um homem, um italiano... E aqui estou”

Nesta fala, Pedro, destruído completamente pela traição, reencontra o seu pai, fazendo as
pazes com ele e deixando Carlos a seu cargo, mesmo antes de cometer um ato trágico de
desespero, que demonstra o seu sofrimento extremo e a sua fraqueza a nível psicológico, o
suicídio.

“A madrugada clareava, Afonso ia adormecendo – quando de repente um tiro atroou a casa.


Precipitou-se do leito, despido e gritando: um criado acudia também com uma lanterna. Do
quarto de Pedro, ainda entreaberto, vinha um cheiro de pólvora; e aos pés da cama, caído de
bruços, numa poça de sangue que se ensopava no tapete, Afonso encontrou o seu filho morto,
apertando uma pistola na mão.”

Através desta relação entre Pedro e Maria, percebemos que Pedro é o protótipo do
homem romântico, ao deixar-se levar loucamente pelos sentimentos logo à primeira vista e ao
apaixonar-se perdidamente por Maria. Também o facto de Pedro ceder sempre aos caprichos
da mulher, como por exemplo, na escolha do nome do filho, realça o caráter romântico desta
personagem. Para além disso o romantismo é também evidenciado pela sua personalidade
fraca emocionalmente e impulsiva, que quando se viu confrontado com o abandono de Maria,
o levou a ficar totalmente perdido e desorientado na vida, acabando por cometer o ato fatal, o
suicídio. Esta é a maior prova do sofrimento de amor em que Pedro se encontrava, que era tão
tão intenso que ele não conseguia viver mais naquele estado, decidindo tirar a sua própria
vida.

Conseguimos observar um contraste entre os sentimentos de Maria e de Pedro: apesar


de Pedro sentir este amor violento e inexplicável por Maria, o sentimento nunca foi recíproco,
como se veio a comprovar com a traição desta.

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