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CARACTERÍSCAS DA MUDANÇA
Por séculos e séculos o homem, sempre atravessou mudanças, seja elas, sociais,
políticas, culturais e até mudanças no seu próprio íntimo. Um fato que pode ser
contextualizado nos fatores de mudanças, se encontra em um ponto histórico da evolução da
espécie. O homem (como espécie), registravam pinturas rupestres nas paredes das cavernas.
Determinados signos por eles desenvolvidos eram suas formas de buscar a expressão da a sua
volta para melhor entendimento do que se era cada coisa.
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ponto que explana essa grande diferença na lingüística é os textos escritos e falados de outras
épocas. Neste contexto os textos falados entram como os filmes, novelas, qualquer tipo de
registro que permita que escutemos os sons. (FIORIN,2012, p. 141).
Para Orlandi (1986), “As variações ligadas à localização social e especial dos falantes
já estão codificadas de forma razoável da Lingüística. Distinguem-se, por exemplo, com
bastante acuidade, características do idioleto (forma de falar própria a um indivíduo) das do
dialeto (formas de falar regional) e as da língua nacional (forma de fala própria à língua de um
país). [...]. Quando se trata dessas características, não há dificuldades em se mostrar a relação
entre aspectos sociais (culturais) e lingüísticos.” (ORLANDI, 1986, p. 50).
A MUDANÇA É CONTINUA
Faraco (1950), mostra uma lógica sobre o processo de mudança da língua(gem) onde
há o momento (quase sempre longo) em que x e y coexistem como variantes; depois há o
momento (também normalmente longo) da luta entre x e y seguida do desaparecimento de x e
da implementação hegemônica de y.” (FARACO, 1950, p.46).
No ramo da lingüística tais mudanças são quase que imperceptíveis aos falantes,
porém estão de forma concomitante presente.
Faraco (1950) relata que “É óbvio que, se uma língua deixar de ser falada, ela não
conhecerá mais, por isso mesmo, mudanças. [...] sendo assim inexiste em um determinado
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ponto o fluxo histórico. O desaparecimento de uma língua é resultado do desaparecimento da
própria sociedade que a fala, ou porque integralmente aniquilada.” (FARACO, 1950, p. 45).
Percebe-se que existe um momento no tempo em que a língua / linguagem sofrem uma
variação de forma lenta e gradual, pois é de fundamental importância aos falantes possuírem
uma ponte de comunicação já garantida. Logo, mudanças repentinas não são vistas, em
determinado ponto histórico, como sendo de grande rapidez, sendo que há necessidade de
uma interação socioverbal.
Segundo Faraco (1950), discute em seus estudos sobre a regularidade nas mudanças
lingüísticas. Em determinadas condições (um mesmo contexto lingüístico, no mesmo período
e na mesma língua ou variedade de uma língua), um elemento — quando em processo de
mudança — é, progressiva e normalmente, alcançado em todas as suas ocorrências. [...].
Desencadeada a mudança, há regularidade e generalidade no processo, atingindo de forma
bastante sistemática o mesmo elemento, dadas as mesmas condições, em todas as suas
ocorrências.” (FARACO, 1950, p. 50).
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‘Os encontros consonantais /kl-/ e /pl-/ do latim se transmudaram regularmente,
quando no início de palavra, na consoante / λ-/ em espanhol (grafada ll) e na consoante /š-/ em
português (grafada ch). Por fim, observa-se a regularidade observada na mudança lingüística
nos permite estabelecer correspondências sistemáticas entre duas ou mais línguas ou entre
dois ou mais estágios da mesma língua, tornando assim possível a reconstituição da história.”
(FARACO, 1950, p.51).
Analogia
Um dos principais efeitos do processo analógico é o de fazer com que uma forma
incialmente anômala ou irregular se torne regular. Um exemplo envolvendo analogia pode ser
observado no sistema de marcação de plural no inglês moderno quando comparado ao inglês
antigo. Em inglês antigo, os nomes (ou substantivos) pertenciam a uma de quatro classes
distintas e cada um recebia uma forma de plural específica, dependendo de sua classe. Como
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mostra a seguir a forma de cada uma dessas classes, primeiro no singular e subsequentemente
no plural.
stone:stone::hand:hands
(stone está para stones, assim como hand está para hands)
Assim, seguindo esse mesmo processo analógico, o morfema {-s} se estendeu como
marca de plural para as demais palavras em inglês.” (Mussalim e Bentes, 2012, p.96).
Mudança gramatical
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Por mudança gramatical deve ser entendido todo processo que tem como resultado
uma mudança no sistema gramatical de uma dada língua, seja no âmbito morfológico, seja no
sintático. Os processos de mudança gramatical se distinguem, assim, dos processos de
mudanças de som e de analogia descritos anteriormente justamente pelo fato de, nos últimos,
nenhuma alteração gramatical se produzida como resultado da mudança.” (Mussalim e
Bentes, 2012, p.97).
Mudança semântica
Aparecimento ou neologismo
“Quando um novo item é inserido no léxico de uma língua, seja por mecanismos
internos ou externos, ocorre o fenômeno de aparecimento. Essa inserção pode se dar por
diversos fatores como, por exempli, pela necessidade de se nomear novas descobertas ou
invenções, e novas atitudes ou tendencias ligadas a um nome próprio.” (Mussalim e Bentes,
2012, p.98).
Obsolescência
Contato semântico
Estudar todos os fenômenos linguísticos de uma forma isolada, é de certa forma, uma
ação errônea, pois se faz necessário abordá-los no conjunto de outros fatos da história da
língua, e até mesmo da história. Para Faraco (1950), o tratamento que faz sobre estes
fenômenos de mudança, é denominado por alguns, mediante a teoria variacionista, de
encaixamento estrutural. Já o encaixamento social, denomina as relações entre o
acontecimento A e a estrutura sociolinguística da comunidade dos sujeitos.
O contexto histórico das civilizações mostra uma percepção de grande relevância nos
estudos da linguística. O trabalho do norte-americano Uriel Weinreich apud Faraco (1950),
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apresenta um estudo detalhado sobre as línguas em contacto, ou seja, línguas usadas
alternativamente pelos mesmos falantes.
a) Substrato – A língua que uma população falava e que por alguma razão (invasão por
outra população) é abandonada e substituída por outra.
b) Superestrato – A língua introduzida na área da outra, mas sem substituí-la.
c) Adstrato – A língua falada num território contíguo aquele em que se fala a língua
tomada como referência.
Segundo Labov (?) apud Faraco (1950), estudando a variação sincrônica na sua
dimensão social (características socioeconômicas, culturais dos falantes) e na sua
dimensão estilística (características da situação de fala), demostrou o enraizamento da
mudança na variação, principalmente ao demonstrar que cada uma das variantes sociais e
estilísticas é avaliada de forma diferente pela comunidade, gerando assim condições para
sua eventual expansão ou retração entre os falantes.
CONFLITOS DE CONCEPÇÃO
Nos estudos de Faraco (1950) os linguistas, em geral, têm tratado a língua como um
objeto autônomo, seja de natureza física (organismo vivo ou um sistema biologicamente
determinado, como alguns linguistas gerativistas definiam); seja de natureza formal (um todo
que se basta a si mesmo, como entre os estruturalistas). As condições das mudanças estão
ligadas no quesito social (na heterogeneidade da realidade linguística e na complexa dinâmica
das relações interacionais) e envolvem múltiplos fatores ainda não claramente explicitados
pela linguística histórica, em grande parte porque tem prevalecido nela orientações teóricas
imanentistas (Faraco, 1950, p.72).
CAUSAS OU CONDIÇÕES?
Por que as línguas mudam no decorrer do tempo? Não há consenso na resposta a esta
pergunta. Muitas teorias sobre a mudança lingüística foram propostas. Mas nenhuma delas dá
conta de todos os fatos. O máximo que podemos fazer aqui é mencionar, e comentar
brevemente, alguns dos principais fatores aos quais os estudiosos se referiram na explicação
da mudança lingüística (LYONS, 1982, p 194).
O estudioso Otto Jespersen (1860-1943) defende a seguinte tese de que na história das
línguas não há decadência, degradação, degeneração; o que há é progresso, um caminho de
mudanças na direção de formas mais aperfeiçoadas. Porém, para o inglês Herbert Spencer
(1820-1903) concebiam a história das sociedades humanas como um processo contínuo e
linear de evolução, passando de estágios mais primitivos para estágios mais aperfeiçoados.
Era o chamado evolucionismo sociológico.
Cabe ressaltar a importância desses estudiosos nas reflexões sobre o caminha das
mudanças e como elas são vistas de forma geral
1A teleologia (do grego τέλος, finalidade, e -logía, estudo) é o estudo filosófico dos fins, isto é, do propósito, objetivo ou
finalidade.
Avaliando essas propostas teóricas que entendem aspectos da mudança numa dinâmica
desequilíbrio/ reequilíbrio, Lass, em seu livro sobre a explicação da mudança lingüística
(1980), mostra que, embora nos casos exemplares elas pareçam satisfatórias, são, de fato,
insuficientes, tanto por razões empíricas, quanto por razões teóricas. Comentamos a seguir
alguns dos aspectos apontados a esse respeito por aquele lingüista. Lass argumenta que aceitar
a existência duma dinâmica desequilíbrio/reequilíbrio implica aceitar também e
necessariamente que a mudança terapêutica tem de ser categórica e abrupta, isto é, deve
“corrigir” todos os casos e atingir toda a língua de uma só vez.
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REFERÊNCIAS
FARACO, Carlos Alberto, 1950 - Lingüística histórica: uma introdução ao estudo da história
das línguas / Carlos Alberto Faraco. — São Paulo: Parábola Editorial, 2005
FIORIN, José Luiz. Introdução à linguística. — 6. Ed., 2ª reimpressão. — São Paulo:
Contexto, 2012.
LYONS, JOHN. Linguagem e Linguística – uma introdução. Zahar Editores – Rio de Janeiro
ORLANDI, E. A análise do discurso: Algumas observações. Delta, v.2, n.1, p.105- 26, 1986.
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