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7 Razões porque

não deves usar o


IRS AUTOMÁTICO
por BRUNA FERNANDES (@acontabilista.pt)
CONTEÚDO
RAZÃO 1
PAGAMENTO DE QUOTAS
PROFISSIONAIS
Para quem trabalha, apenas, por conta de
outrem o pagamento que efetue a nível de
quotas profissionais, permite aumentar o
reembolso a nível de IRS.

Isto só é possível se optar pela entrega


Manual do IRS.

Em Portugal existem as seguintes ordens:


• Ordem dos Advogados
• Ordem dos Arquitectos
• Ordem dos Biólogos
• Ordem dos Contabilistas Certificados
• Ordem dos Despachantes Oficiais
• Ordem dos Economistas
• Ordem dos Enfermeiros
• Ordem dos Engenheiros
• Ordem dos Farmacêuticos
• Ordem dos Médicos
• Ordem dos Médicos Dentistas
• Ordem dos Médicos Veterinários
• Ordem dos Notários
• Ordem dos Nutricionistas
• Ordem dos Psicólogos
• Ordem dos Revisores Oficiais de Contas
• Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução

O benefício máximo que pode obter é de 171 euros.

Vamos a um exemplo:

A Ana, paga todos os meses 15 euros para a ordem dos


engenheiros. O valor anual é 180, poderá deduzir ao seu
rendimento um valor de 171 euros, o que irá permitir
pagar menos IRS.

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RAZÃO 1 Como disse, isto só é possível se introduzir manualmente
o valor na sua declaração de irs, indicando no quadro C do
anexo A, da seguinte forma:

Olhem a diferença no reembolso, no exemplo abaixo:

Com o preenchimento do quadro C quotas:

Com irs automático:

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RAZÃO 2
NÃO IDENTIFICAÇÃO DOS
DEPENDENTES
Nos últimos tempos, tenho recebido pedidos de
ajuda para corrigir IRS, porque as pessoas perce-
berem que nas suas declarações não constava os
NIF dos filhos. Isto acontece, porque não houve
comunicação antecipada do agregado familiar e
depois optaram pelo preenchimento automático
do IRS quando deveriam ter optado pelo manual
para poderem introduzir os NIF’S.

A identificação dos dependentes é feita no ROSTO, no quadro 6 B:

Os dependentes dão beneficio a nível de IRS, permitindo


o aumento das deduções à coleta. Vê o quadro seguinte
com as deduções possíveis a nível de IRS:

Na proposta de orçamento para 2022, os valores supostamente irão aumentar.

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RAZÃO 3
NÃO CUMPRIU O PRAZO
DE VALIDAÇÃO DE FATURAS
Tinha até dia 25/02 para validar todas as faturas no
e-fatura que se encontravam pendentes, se não o fez,
as despesas que tinha acabaram por ser classificadas
como “despesas gerais familiares”, também conhecido
por “outros”. Essa categoria, tem um limite máximo de
250 euros, logo, se tinha despesas que eram de saúde,
de formação e educação, encargos com imóveis e en-
cargos com lares, pode estar a deixar bastante dinhei-
ro em cima da mesa, porque a dedução e limite dessas
despesas é bastante superior.

Na razão nº 4, explico como não é um caso perdido e


como pode ainda ter benefício optando pela entrega
manual do IRS.

Mas, acho importante esclarecer o porquê de


muitas despesas ficarem pendentes:

Porquê que as faturas não são automaticamente classificadas?

• O comerciante pode ter várias atividades. Como


tal, o sistema não consegue de forma automática
saber qual a atividade da fatura. Exemplo: Uma
clínica que presta serviços de beleza e de fisiote-
rapia, a fatura pode ser classificada em estética
ou saúde conforme o serviço que foi prestado.

• Se tivermos atividade aberta (temos um negó-


cio ou prestamos serviços por conta própria) o
sistema não distingue se é uma despesa pessoal
ou do negócio.

Muitos portugueses deixam esta validação para este


mês, mas a minha dica é passar a fazer mensalmente
ou de 3 meses. E porquê? Porque o nome fiscal das
empresas é diferente do nome que estamos habitua-
dos a ver, e como tal passado vários meses será difícil
identificar a que diz respeito a fatura.

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RAZÃO 4
INTRODUÇÃO DE DESPESAS QUE
NÃO APARECIAM NO E-FATURA
Se tens despesas a nível de saúde, de formação e educação,
encargos com imóveis e encargos com lares, que por alguma
razão não aparecem comunicadas na versão final das dedu-
ções à coleta (que podes verificar após o dia 15 de março),
deves entregar o teu IRS manualmente.

Para consultares a versão das despesas para deduções à


coleta, deves procurar por “Consultar Despesas p/ Dedu-
ções à Coleta” no portal das finanças. E, irá aparecer algo
semelhante ao da imagem abaixo:

Por exemplo, no caso acima não aparece nada em encargos


com imóveis, mas efetivamente existe pagamento de renda a
um senhorio todos os meses, só que o mesmo não fez a comu-
nicação das rendas às finanças (o problema não é teu, mas
sim do senhorio). Sendo assim, deves introduzir manualmen-
te o valor da renda que pagas no anexo H quadro 6C.

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RAZÃO 4

Exemplo: 400€ de renda mensal, ao ano = 4800

Ao introduzir este valor, está aumentar as deduções à coleta,


uma vez que a renda da casa permite uma dedução de 15%
até ao máximo de 502€ (geralmente).
Quem diz a renda da casa diz despesas de educação ou
saúde, no caso acima, se faltasse uma despesa de 100€ em
saúde, deveria corrigir o valor para 552,28. Os 452,28 seria o
que já tinha sido previamente comunicado pelo fornecedor
no e-fatura.

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RAZÃO 5 DECLARAR JUROS DE CONTAS
POUPANÇA, CERTIFICADOS DE
AFORRO, TESOURO...
Os juros recebidos já são sujeitos às taxas liberatórias, mais
concretamente a 28% na maioria dos casos, e por isso, não é
obrigatório declarar no IRS.

Mas em certas situações pode compensar ENGLOBAR, ou


seja, juntar aos nossos outros rendimentos e ficar sujeito às
taxas gerais.

Quando compensa, quando a taxa


geral aplicada é a do 1º escalão
(14,50%) ou a do 2º escalão (23%). Se
com os juros a taxa subir para 3º
escalão e seguintes não compensa,
por isso não se declara no ANEXO E
– quadro 4 – B – código E20 para
juros

Atenção quando se declara no


anexo E já se está a dizer que se
quer englobar (porque se não for
para englobar não se declara sim-
plesmente)

Vamos simular 2 situações diferen-


tes??
Salário de 14.351,02 euros brutos
anuais, retenção na fonte 1488,07.
Solteira.

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RAZÃO 5
Salário de 14.351,02 euros brutos anuais, retenção na fonte 1488,07. Solteira.

Com englobamento de juros de 250 euros brutos, retenção 70 euros.

Compensa englobar! 250*0,23 = 57,50


Porque recebemos a retenção feita a mais:
250*0,28= 70 euros

70-57,50 = 12,50

Resultado da simulação = 107, 35 – 119,85 = 12,50,


valor que recebemos a mais só por englobar :DD

2º Situação
Salário de 20.000
euros brutos anuais,
retenção na fonte
2000. Solteira.

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RAZÃO 5

Salário de 20.000 euros brutos anuais, retenção na fonte 2000. Solteira.


Com englobamento de juros de 250 euros brutos, retenção 70 euros.

Não faz sentido englobar porque vamos pagar mais.

250*0,28 = 70€
250*0,2850=71,25
Pagamos mais 1,25
951,49-952,74 = 1,25

Devemos sempre simular para percebermos qual a melhor opção.

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RAZÃO 6 PENSÃO DE ALIMENTOS
O que é a pensão de alimentos: É um valor mensal que os pais devem entregar
para o sustento dos filhos com quem não partilham habitação permanente. Este
valor deve cobrir despesas relacionadas com alimentação, educação, vestuário,
habitação e outras rubricas essenciais à sua sobrevivência. A pensão de alimentos
deve estar definida no acordo sobre o exercício das responsabilidades parentais ou
por sentença proferida pelo Tribunal.

Tanto quem recebe como quem paga deve declarar a pensão de alimentos.

Quem recebe a pensão de alimentos:

O progenitor que beneficia da pensão deve declarar o valor recebido no


quadro 4A do Anexo A, com o código 405 e a indicação do NIF do paga-
dor da prestação.
O valor é tributado autonomamente à taxa de 20%, mas é possível optar
por englobá-lo com os restantes rendimentos.

Quem paga a pensão de alimentos:

O progenitor que paga a pensão de alimentos pode deduzir 20% do valor pago,
preenchendo o quadro 6 do anexo H, desde que esta prestação tenha sido decre-
tada por Tribunal ou por acordo assinado em notário.

Conforme consta no artigo no nº 1 do artigo 83º – A do Código do IRS, “à coleta


devida pelos sujeitos passivos são deduzidas 20% das importâncias comprovada-
mente suportadas e não reembolsadas respeitantes a encargos com pensões de
alimentos a que o sujeito esteja obrigado por sentença judicial ou por acordo ho-
mologado nos termos da lei civil, salvo nos casos em que o seu beneficiário faça
parte do mesmo agregado familiar para efeitos fiscais ou relativamente ao qual
estejam previstas outras deduções à coleta ao abrigo do artigo 78º.”

No caso acima, dos 3000 euros irá obter uma dedução à coleta de 20% = 600€

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RAZÃO 7 TRABALHADOR POR CONTA PRÓPRIA,
DECLARAR VALOR PAGO À
SEGURANÇA SOCIAL
Quem trabalha por conta própria, deve preencher sempre o quadro 17001
com os valores que pagou à segurança social. Até pode não fazer diferen-
ça, como vamos ver abaixo, mas mal não faz.

O valor deve ser introduzido no anexo B quadro 17 A e B.

Então quando é que faz realmente diferença e tenho benefício?


“Artigo 31º CIRS

2 – Os sujeitos passivos que obtenham os rendimentos previstos nas alíneas b) e c) do número anterior
(= praticam serviços do artigo 151 ou outros prestadores de serviços -1519), após aplicação dos coeficientes
aí previstos, podem deduzir, até à concorrência do rendimento líquido assim obtido, os montantes com-
provadamente suportados com contribuições obrigatórias para regimes de proteção social, conexas
com as atividades em causa, na parte em que excedam 10% dos rendimentos brutos, quando não
tenham sido deduzidas a outro título.”

Não entendeste nada, é normal, vamos a um exemplo concreto!

Imagina que faturaste 30.000 euros.


30000*0,10 = 3000 euros
Valor pago à segurança social = 7000 euros.

Tens direito a descontar 4000 euros ao rendimento coletável.


(7000-3000, já que é o excedente como fala no artigo)
30000*0,75 = 22500

22500-4000 = 18500 rendimento coletável que será sujeito às taxas de irs.


Se não declarasses no campo acima o valor pago, irias pagar impostos
sobre 22500 e não 18500!

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SOBRE MIM
Olá! O meu nome é Bruna Fernandes, sou contabi-
lista certificada, mas aqui na internet sou mais
conhecida como AContabilista, por causa da minha
conta no Instagram onde partilho conteúdo gratuito
diariamente!

Tenho 26 anos e comecei em 2016 a trabalhar em


gabinetes de contabilidade, logo após concluir a
licenciatura sendo que, nestes últimos anos, traba-
lhei sempre com grandes empresas. No entanto, foi
quando necessitei de iniciar um negócio por conta
própria, que senti enormes dificuldades.

O regime simplificado, afinal não era assim tão sim-


ples, e se não o era para mim que tinha todas as
valências necessárias graças à minha formação, ima-
ginei como seria para quem não percebia patavina
de contabilidade, finanças e fiscalidade.

Foi em Outubro de 2020 que surgiu então este pro-


jeto de ensinar tudo aquilo que sei de forma online,
de forma a simplificar tudo aquilo que nos fazem
crer que é complicado.

O meu principal objetivo hoje é ajudar-te a ti a fazer


o IRS como um verdadeiro PRO, para que nunca
mais tenhas problemas na vida com ele, tal como as
centenas de alunos que já fizeram o meu curso <3

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que estás a fazer e não tenhas dúvida nenhuma, nunca
mais na vida!

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ao Estado por não estares a usufruir dos reembolsos a
que tens direito.

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para fazer o teu IRS, ou para que nunca mais cometas a
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cessárias para que nunca mais cometas os mesmos erros a preencheres o
IRS.

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1º PASSO - E-Fatura Dedução à coleta


2º PASSO - Analisar os recibos de vencimento
3º PASSO - Analisar as declarações de rendimentos
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6º PASSO - Cálculos e simulação do IRS em um Excel

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DIREITOS DE AUTOR

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Direito de Autor, pelo que não é permitida a
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créditos da autoria do mesmo.

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© Bruna Fernandes - 2022

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