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IFBA - INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DA


BAHIA CAMPUS SALVADOR

ELLEN MARGARIDA FREITAS BISPO


JOÃO VICTOR RAMOS DE MENEZES
SOPHIA LIMA SOUSA DOS SANTOS
TAUAN DE JESUS LIMA
1831 - EDIFICAÇÕES

SISTEMAS ESTRUTURAIS DE VETOR ATIVO


Roteiro

SALVADOR
2022
1. SISTEMAS ESTRUTURAIS DE VETOR-ATIVO

Heino Engel (1967) define sistemas estruturais de vetor-ativo como “sistemas de


estruturas de elementos sólidos e em linha reta (barras, hastes), nos quais a
redistribuição de forças faz-se efetiva através da decomposição vetorial, isto é,
através da divisão multidirecional de forças”, com isso, esses componentes
estruturais, podem transmitir forças apenas na direção de sua extensão, tendo assim
barras a tensão e barras a compressão.
Os vetores são elementos utilizados na física, que se tem contato desde o primeiro
momento no ensino médio, definidos como segmentos de reta que possuem
número, direção e sentido. Entender a decomposição fatorial é de extrema
importância para compreensão desse assunto, a decomposição é uma operação
realizada com vetores, e se trata da definição dos componentes, e seus valores, de
um vetor escritos nos eixos y e x de um plano cartesiano, assim como mostra a
figura abaixo.
Figura 1 – Decomposição de Vetores

Fonte: Brasil Escola


Figura 2 – Decomposição de Vetores 2

Fonte: Brasil Escola


Dessa forma, a partir dos ângulos formados, é necessário realizar algumas
equações simples.
FY
senθ= → FY =F . senθ
F
FX
cosθ= → FX=F .cos
F
Sabendo mais sobre decomposição de vetores, podemos voltar a falar sobre
vetores-ativos. Sobre as propriedades do vetor-ativo, Engel (1967) ainda traz que, “a
característica dos sistemas estruturais de vetor-ativo é a montagem triangular das
peças em linha reta: triangulação”, consequentemente as barras de tracionáveis e
compressíveis, formam uma composição estável, capaz de receber cargas
assimétricas e variáveis, as transferindo para os extremos, quando apropriadamente
suportada.
Essas mesmas barras “dispostas em uma determinada forma e colocadas em um
sistema com juntas articuladas, constituem mecanismos que podem mudar as
direções das forças e transmitir cargas a longas distâncias sem apoios
intermediários” Engel (1967), proporcionando a realização da redistribuição de
forças e são mantidas em equilíbrio por contra forças apropriadas.
Nesse tipo de sistema, a posição das peças em treliça determina a grandeza dos
esforços vetoriais nas peças, com relação à direção dos esforços externos. Para se
obter uma redistribuição efetiva, de forças vetoriais relativamente pequenas, é
recomendado um ângulo entre 45º e 60º.
Heino reforça a importância dos conhecimentos sobre decomposição de vetores
para saber como mudar a direção das forças, e de como testar a grandeza das
forças vetoriais, “é um requisito prévio indispensável para a evolução das ideias
estruturais sobre a base do vetor-ativo”.
Entendendo sobre o que é, e como funciona vamos partir para os tipos de treliça.

1.1 Treliças simples


As treliças são formadas a partir de um triângulo base, de modo que cada novo nó
seja agregado através de duas barras.
Figura 3 – Treliça Simples
Fonte: Estruturas e Bim
1.2 Treliça composta
Resultam da associação de duas treliças simples por meio ou de três barras não
paralelas nem concorrentes num ponto (figura 4), ou de um nó e uma barra que não
concorra nesse nó (figura 5).
Figura 4 – Treliça composta 1

Fonte: Estruturas e Bim


Figura 5 – Treliça composta 2

Fonte: Estruturas e Bim


Figura 6 – Poste de alta tensão

Fonte: Estruturas e Bim


A figura (6) acima apresenta um exemplo de treliça composta.
As ligações entre as duas treliças simples restringem os três graus de liberdade que
cada uma teria relativamente à outra. Se as treliças fossem ligadas entre si por um
maior número de barras do que o indicado nos dois exemplos anteriores, obtinham-
se treliças compostas hiperestáticas em vez de isostáticas.
Apesar de não seguir o modo de formação anteriormente referido, para as treliças
compostas, também se classificam deste modo as treliças que resultam da
substituição de algumas barras de uma treliça simples por uma outra treliça simples.
Na treliça da figura (7), as barras superiores foram substituídas por treliças
secundárias simples, obtendo-se o figura (8).
Figura 7 – Treliça 1

Fonte: Estruturas e Bim

Figura 8 – Treliça 2

Fonte: Estruturas e Bim

As vigas Gerber treliçadas são classificadas como treliças compostas.

Figura 9 – Viga Gerber treliçada

Fonte: Estruturas e Bim


Figura 10 – Ponte BNSF RR Portland, Oregon – Exemplo de uma Viga Gerber treliçada

Fonte: Estruturas e Bim

1.3 Treliça complexa

Estas treliças embora satisfazendo a condição básica da isostaticidade interior


b= 2n–3, não se identificam com as leis de formação das treliças simples ou
compostas, por isso classificam-se como complexas.
Figura 11 – Treliças complexas

Fonte: Estruturas e Bim

1.4 Treliça plana

Se baseiam em um plano treliçado, todas as cargas atuam nesse plano. Treliças


espaciais: São um conjunto de arranjos de treliças planas as quais podem possuir
angulação ou não e, por sua armação se sustentar, elas têm a capacidade de
romper grandes vãos sem o uso de pilastras.

Figura 12 – Treliça plana

Fonte: Estruturas e Bim


Figura 13 – Treliça espacial

Fonte: Estruturas e Bim

1.5 Treliças planas com curva


É a combinação de treliças simples para formar sistemas de treliças de áreas curvas
ou dobradas.
Figura 14 – Treliça plana com curva

Fonte: Engel

1.5.1 Reorganização das forças nas treliças com curva


Figura 15 – Reorganização das forças nas treliças com curva

Fonte: Engel

1.5.2 Sistemas de perfil poligonal


Figura 16 – Sistemas de perfil poligonal

Fonte: Engel

1.6 Possíveis deformações


Figura 17 – Deformações

Fonte: Engel
1.7 Mecanismo de treliças espaciais
Figura 18 – Mecanismos de treliças espaciais

Fonte: Engel

1.8 Sistemas de Treliças simples


Figura 19 – Sistemas de treliças simples

Fonte: Engel

1.9 Sistemas de treliças com curva


Figura 20 – Sistemas de treliças com curva

Fonte: Engel

1.10 Estaticidade da estrutura

1.10.1 Estaticidade interior


O sistema rígido mais simples é constituído por três barras articuladas entre si. Se
cada nó for agregado ao sistema por intermédio de apenas duas barras obtém-se
um sistema rígido, por isso invariante (não varia a sua configuração geométrica) e
estaticamente determinado.
Uma treliça formada deste modo é designada por treliça simples e é isostática.
Sendo b o número de barras e n o número de nós então o número total de barras é
dado por b = 2n – 3 . Esta relação é uma condição necessária para a estabilidade da
treliça, porém não é condição suficiente, porque uma ou mais das barras podem
estar dispostas de tal modo que não contribuem para uma configuração estável da
treliça simples.Se b > 2n – 3 existem mais barras que as necessárias para evitar o
colapso o que sugere que a treliça seja interiormente hiperestática e por isso
estaticamente indeterminada. É no entanto necessário analisar se a disposição das
barras lhe permite manter uma configuração estável. Assim sendo, as barras que
não são necessárias para manter a posição de equilíbrio da treliça designam-se por
redundantes e o seu número traduz o grau de hiperestaticidade interior, hi=b– (2n-3).
Se b < 2n – 3 há uma deficiência de barras, por isso a treliça é designada de
interiormente hipoestática. O equilíbrio apenas é possível mediante certas condições
que não sendo verificadas levará o sistema ao colapso.

1.10.2 Estaticidade exterior

A estaticidade exterior é calculada a partir das condições de apoio do sistema. Os


apoios restringem os graus de liberdade e por isso o número de incógnitas que
surgem , a, são calculadas a partir das equações de equilíbrio da estática, três no
plano. SE os apoios estiverem colocados por forma a impedir qualquer movimento
do sistema como corpo rígido o grau de hiperestaticidade exterior é então he = a -3.

Sistema hipoestático ⇒ a < 3


Sistema isostático ⇒ a = 3
Sistema hiperstático ⇒ a > 3

1.10.3 Estaticidade Global

A estaticidade global é dada pela soma da estaticidade interior e exterior; hg = hi + he = (b –


2n + 3) + (a – 3) = b + a – 2n Em determinadas treliças, assim como noutros sistemas, é
possível que a hiperestaticidade exterior seja compensada com a hipostaticidade interior,
resultando um sistema globalmente isostático e estável.

1.11 Vetor-ativo e potencial estético

Feito em 1967, Heino cita que:


Devido ao tratamento puramente técnico de treliças, o
potencial estético dos sistemas de vetor-ativo permanece sem
uso. O emprego dos sistemas estruturais de vetor-ativo nas
construções de edifícios é caracterizado, portanto, pelo de-
sempenho estrutural de alto nível, por um lado, e por um
descuido estético, por outro.
ENGEL, Heino. 1967

E ainda finaliza dizendo que, acredita que no futuro esse tipo de sistema já possa ser
utilizado de forma estética apurada e bela. E ele não estava errada, algumas estações de
metrô em Salvador utilizam esses sistema, mesclando a técnica e a estética, além de pontos
turísticos pelo mundo que utilizam treliças, como o Museu do Louvre e a Torre Eiffel em
Paris.
REFERENCIAS :
Sistemas Estruturais – Heino Engel
Sistemas de Estruturas - Mauro cesar
Abordagens do projeto
https://estudanteuma.files.wordpress.com/2014/08/cap-4-isel-trelic3a7as.pdf

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