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132 ,1:33
6. T I (5,2) (45) (aA(PAY))^((aAP)AY) associatividade da c o n j u n ç ã o
7. P Teo27 (46) (av(PvY))^((avP)vY) associatividade da disjunção
8. I C (7,4) (47) (aA(PvY))^((aAP)v(aAY))
9. -^(p^^^a) def.C (48) (av(PAY))^((avP)A(avY))
10. -n(P^a) T e o l 9 (fez-se (49) (a^p)^((aAP)^(avp)) , , .
uso do TS) (50) ( a ^ p ) ^ ( ( a ^ P ) ^ ( P ^ a ) )
11. h(a^^P)^((a-^P)-^ -^(p-^a)) TD (51) (a^P)<->(^a^^p)
12. (a^p)A(p->a)->^((a->p)^^(P^a)) def.C (52) ((a^P)A(Y<->e))->((aAY)^(PAe))
13. (a^P)->^((a->P)^^ (P^a)) d e f . D I e TS (53) ((a^P)A(Y^e))-^((avY)^(pve))
14. ((a-^P)^^(P^a))^- <a^P) CP (54) ((a^P)A(Y^e))^((a->Y)<^(P-^é))
15. K(a^^P)^^(a^P) T I (11,14) (55) ((a^P)A(Y^e))^((a^Y)<^(P^e))
16. ^(a^p) P 3. Observe o seguinte raciocínio e diga o que h á de errado
17. ^((a->P)A(P^a)) def.DI e TS c o m ele (se é que há algo errado)^:
18. ^-n((a^P)^^(P^a)) defC e M T
19. (a-^p)^-i(P^a) DN I . Se Deus n ã o existe, então n ã o é verdade que se eu faço
20.' (P^a)^-(a-^P) CP o r a ç õ e s eu serei atendido p o r Ele;
21. a P I I . E u n ã o faço orações .;.(.<,
22. p^a C(17) L o g o : Deus existe! . , •,
23. ^(a-^P) MP
24. P^(a^P) Teol 4.2 A Semântica da L P
25. MT
26. 1—^(a^p)^(a-^^P) TD C o m o v i m o s na s e ç ã o anterior deste capítulo, a L P é u m
27. p sistema capaz de representar p r o p o s i ç õ e s e relações de
28. ^a-^^P C dedutibihdade entre p r o p o s i ç õ e s . V i m o s t a m b é m que as
29. p-^a CP p r o p o s i ç õ e s da L P p o r si mesmas n ã o expressam nada. U m a
30. ^(a-^P) M P (20,29) p r o p o s i ç ã o da L P s ó expressará algo se lhe f o r atribuído u m
31. -,a-^(a-^P) Teo7 conteúdo proposicional. Quando isso se dá, duas coisas p o d e m
32. a MTeDN acontecer: o u a p r o p o s i ç ã o expressa algo que realmente
33. TD ocorre, o u ela expressa algo que n ã o ocorre. N o p r i m e i r o
1—^(a^P)^(-np->a)
34. 1—^(a^P)^((a-^-.P)A(-.p^a)) Teo39 (26,33) caso, a p r o p o s i ç ã o é verdadeira e, n o segundo, a p r o p o s i ç ã o
35. d e f . D I e TS c falsa. A s s i m , u m a p r o p o s i ç ã o de terá sempre u m de
1—^(a^P)->(ao^P)
36. i-(a<->^p)4->-,(a«->P) D D (15,35) dois valores de verdade\{p\x valores veritativos), o que caracteriza a
L P c o m o u m a lógica bivalentc. L ó g i c a s c o m mais de dois
(42) (a^P)v(P-»a)
(43) aAP<-^PAa comutatividade da c o n j u n ç ã o ^ Este raciocínio foi formulado por W. D . Hart e citado por Dorothy
(44) comutatividade da disjunção Edgington no artigo " D o Conditionals Have Truth-Conditions?", i n A
avP^pva
Philosophical Companion to First-Order Lj)gic. -,— '
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valores de verdade s ã o chamadas de flógicas polív^J£ntéTj isto indicando regras que nos p e r m i t e m determinar c o m
(p.ex. a lógica c o m os valores verdadeiro, falso e precisão se, em relação a uma dada interpretação, uma
indeterminado). p r o p o s i ç ã o é verdadeira o u falsa. A definição de verdade que
Veremos, p o r é m , que n ã o precisamos conhecer o apresentaremos é uma e x p r e s s ã o mais restrita da definição
c o n t e ú d o proposicional de uma p r o p o s i ç ã o qualquer (p para de Tarslti. A diferença está n o fato de q u e j i o s hmitamos a
inferir que ela é verdadeira ou o contrário. Veremos que, definir verdade segundo uma latribuição de verdade
para tanto, será suficiente saber qual o valor de verdade das unicamente para as p r o p o s i ç õ e s de XJJT ~^
proposições atómicas que c o m p õ e m (p. Assim, fica U m a atribuição de verdade é uma função do conjunto das ^
preservado o caráter f o r m a l da lógica. A parte da lógica que letras sentenciais no conjunto ÍVj__F}. Podemos ter, por
estabelece c o m o isto pode ser feito é a semântica. | exemplo, uma atribuição de verdade v tal que
4.2.1 Verdade v(p) = V ("a s e n t e n ç a p é verdadeira segundo Í^')
v(q) = F
A n o ç ã o básica para a semântica é a n o ç ã o de 2 ^ ^ a d e . v(i^ = V
Esta n o ç ã o está entre as mais importantes da lógica. D e fato,
a lógica f o i criada para fornecer critérios c o m os quais Esta é apenas uma parte das a s s o c i a ç õ e s estabelecidas por
p u d é s s e m o s decidir se urn argumento é váHdo o u n ã o . V. A cada letra sentenciai de X,,, v associa u m valor de
Sabemos que u m agumentc^ é váUdo^quando a verdade das verdade. Para darmos nossa definirão de verdade segundo v ,
suas premissas obriga a verdade da c o n c l u s ã o . V e m o s assim é p r e c i s o j í s p e c i f i c a r antes uma[função_jv^ que chamaremos
que a lógica precisa de uma definição de verdade para, a àê\extensão de v. Assim, dado que a e (3 são p r o p o s i ç õ e s de
partir dela, formular uma definição de validade e cumprir o X,,, especificaremos a extensão de v c o m base em u m
p r o p ó s i t o para o qual f o i criada. conjunto de regras que chamaremos d e ^ ^ r a 7 m ^ ^ « í ^ « ^ ^
N a história da lógica e da fáosofia, registram-se i n ú m e r a s listadas a seguir:
tentativas de dar uma definição precisa para verdade.
Diferentes definições f o r a m dadas e a maioria c o m base em v'(a)=v(a) sss a é uma letra sentenciai
pressupostos b e m razoáveis. Esta diversidade de definições é v ' ( ^ a ) = V sss v ' ( a ) = F
explicada pelo fato de que a verdade f o i sempre considerada v'(aA|3)=Vsssv'(a)=Vev'(|3)=V . =•-
relativamente a u m contexto particular, embora isto n e m v ' ( a V P ) = V sss v ' ( a ) = V ou v'(P)=V o u ambos
sempre fosse admitido pelos que formulavam as definições. v'(a p)=:V sss v ' ( a ) = F o u v'(|3)=V o u ambos
E m determinado contexto, uma definição de verdade pode v ' ( a ^ |3)=V sss v'(a)=v'(P)
funcionar melhor do que outra. N o contexto da lógica
simbólica, a melhorfHetmição de verdade que já f o i dada, na D e f i n i ç ã o de verdade: dizemos que uma p r o p o s i ç ã o (p é
o p i n i ã o da maioria ~3bs logico s, é a definição de A l f r e d verdadeira segundo uma atribuição de verdade v se e somente se
Tarski (1933). N a realidade, sua definição relativiza p r o p o - V'-((PFV. - • "
' sitãTmente a n o ç ã o de verdade, abandonando a p r e t e n s ã o de
dizer o que é a verdade em si e concentrando-se no objetivo Esta definição de verdade mostra que os valores
de dizer o que é verdade segundo uma interpretação.consegue veritativos de todas as p r o p o s i ç õ e s de p o d e m ser
136 137
determinados se forem dados os valores veritativos de todas uma proposição é verdadeira J Í " P somente se (sss) as
as letras sentenciais. E m outras palavras, a verdade e a proposições que a compõem tiverem tais e tais valores. Com
^•pp falsidade de uma proposição complexa deriva dos valores isto, elas indicam não só as | condições^jnL-q^ue uma
veritativos das proposições atómicas que a compõem de proposição é verdadeira mas tarnbéin~ãs^condições 1 em que
acordo com regras fixas e precisas. Basta que seja dada uma ela é falsa. De fato, se é garantido que uma proposiçacTé
atribuição de verdade v para sabermos se uma proposição (p verdadeira somente em determinadas condições, se estas
qualquer é verdadeira segundo v, pois as regras vero- condições não se apresentam, a tal proposição é
funcionais são suficientes para determinar v'((p) a partir daí. forçosamente falsa.
gyj^s^í* Importante: Dado um conjunto de proposições F e uma 4.2.2 Tabelas de verdade
atribuição de verdade v, dizemos que v satísfa^^~r^ se e
'^"^ somente"se v torna verdadeiras todas as propõ^sições de T. T Com base nas regras vero-funcionais, podemos construir
será chamado satisjar^vel j se e somente se existe uma tabelas que nos permitem determinar o valor de verdade de
atribuiçãcL de verdade que satisfaz F. E F •&&ti\^nUcin^^ qualquer proposição de X„ para qualquer atribuição de
satisfa^ípel se e somente se todo subconjunto finito a Z T T o r verdade. Chamamos estas tabelas de tabelas ~de wn^S^Elas
satisTazível. expõem a \^nálise pero-Jmaonaí^e uma proposição, ou seja,
' N ã o é difícil verificar que as regras vero-funcionais se elas expHcitam as passagens que determinam o valor de
apoiam diretamente no significado dos conectivos lógicos. verdade de uma proposição a partir de suas subfórmulas. A
Por exemplo, é notório que se uma proposição é falsa, sua difusão deste método de anáHse dos valores de verdade das
negação é verdadeira, pois se negamos algo que não ocorre, proposições deve-se em grande medida ao filósofo austríaco
asseveramos algo que é o caso. Outrossim, sabemos que se Ludwig Wittgenstein.
ocorre o que assevera o antecedente de um condicional Para construir a tabela de verdade de uma proposição (p,
(antecedente verdadeiro) mas não ocorre o que assevera o basta seguir os seguintes passos:
seu consequente (conseqiiente falso), o condicional como
um todo não pode asseverar algo que de fato ocorre 1) Fazer uma coluna para cada letra sentenciai de cp.
(condicional falso), em todos os outros casos, ocorrerá o que 2) Fazer uma coluna para cada subfórmula que de (p.
o condicional assevera (condicional verdadeiro). E m suma, é 3) Ordenar as colunas começando por aquelas que exibem as
com base no significado dos conectivos lógicos que fórmulas mais simples e terminando pelas que exibem as
podemos dizer se uma proposição complexa é verdadeira ou fórmulas mais complexas.
falsa. As regras vero-funcionais nos mostram como
• relacionar o valor de verdade de uma sentença complexa N o fim da tabela deve aparecer a fórmula completa.
com o valor de verdade das sentenças que a compõem, Passamos então a preencher as linhas da tabela da seguinte
ftxando formalmente o comportamento vero-funcional dos forma:
juniores. Fazendo isto formalmente, elas nos dispensam de
inquirir sobre o conteúdo proposicional das sentenças. 1) Atribui-se às letras sentenciais todas as combinações
Note que cada uma das regras vero-funcionais estabelece possíveis de valores de verdade.
uma relação de equivalência, ou seja, cada uma delas diz que
138 139
2) Infere-se o valor de v e r d a d e dasfórmulascomplexas, das da tabela 1. P o r ela, ficamos i n f o r m a d o s de q u e a p r o p o s i ç ã o
mais simples até as mais complexas, utilizando-se as regras anahsada é verdadeica para u m a atribuição de v e r d a d e u'. tal
vero-funcionais. . q u e u ' ( p ) = V, u ' ( q ) = F e u'(r)=V. M a s quantas atribuições de
v e r d a d e , c o m o u', atribuem estes valores a estes símbolos
Assim, n o fmal se obterá a u t o m a t i c a m e n t e o valor de sentenciais? T a n t a s q u a n t o s são os números reais (cf. _Ex5, Co^^
v e r d a d e da p r o p o s i ç ã o para cada c o m b i n a ç ã o dos valores 1). P e r c e b a que, e m b o r a todas estas atribuições~3e v e r d a d e
veritativos das p r o p o s i ç õ e s atómicas q u e a c o m p õ e m . Para t e n h a m e m c o m u m o fato de atribuícem os m e s m o s valores
tornar mais claro o q u e dissemos, t o m e m o s c o m o e x e m p l o a a p , q e r, elas fazem atribuições a u m número infmito de
tabela de v e r d a d e q u e m o s t r a a análise vero-funcional da símbolos sentenciais de X,, q u e n ã o a p a r e c e m ' n a tabela. A
p r o p o s i ç ã o {p = ( p A q ) v ( — i p A - i r ) ^ ( p ^ r ) : fórmula analisada é verdadeira para t o d o o conjunto destas
atribuições de verdade. '-
Tabela 1 É i m p o r t a n t e p o d e r m o s determinar quais atribuições de
v e r d a d e t o r n a m verdadeira u m a p r o p o s i ç ã o , p o r q u e , c o m
p q r —ir pAq —ipA—ir (pAq)v(-ipA-ir) 9 isto, s e r e m o s capazes d e definir u m a das n o ç õ e s mais
V V V F F V . F V V V fundamentais d a lógica proposicional: a n o ç ã o d e
V V F F V V F V F F conseqúênciataut^^ D i r e m o s q u e u m a p r o p o s i ç ã o (X é
V F V V F F F F V V e u m conjunto de p r o p o s i ç õ e s F (em
consequência tautolónca \
V F F V V F V V F F " s í í n B õ I õ s ^ 1=
•r V V F- F F F F F V de verdac "a)\se e s o m eF,
Satisfazem se cadj_uma
n t etorna a verdadeica.das atribuições
Observe,
F V F F V F F F V V e x e m p l o , a tabela de v e r d a d e da p r o p o s i ç ã o p ^ q :
F F V V F F F F F V
F F F V V F V V V V Tabela 2
A s colunas d a tabela d e v e r d a d e que fixam valores p q p-^q
veritativos para o s símbolos sentenciais r e p r e s e n t a m a s V V V
possibilidades de verdadejda p r o p o s i ç ã o analisada. A iíltima V F F
coluna apresêiítã as condiçõeijie_vtr^ da tal p r o p o s i ç ã o . O F V V
conjunto das c o n d i ç õ e s de_verdade de u m a p r o p o s i ç ã o (p, F F V
será r e p r e s e n t a d o p o r yx^(p)^/ Assim, se t o m a r m o s a
p r o p o s i ç ã o analisada na t a b ê l ã ^ i m a c o m o s e n d o (p, t e r e m o s N o t e q u e { ( p A q ) v ( - i p A - i r ) - > ( p ^ r ) } l = p - > q , pois a s
q u e X((p)=(\ F , V , F , V , V , V , V ) . atribuições de v e r d a d e q u e t o r n a m verdadeira a p r o p o s i ç ã o
C a d a u m a das linhas de u m a tabela de v e r d a d e n o s (pAq)v(—ipA—ir)—>(p<-^r) t o r n a m igualmente verdadeira a
informa se a p r o p o s i ç ã o analisada é o u n ã o verdadeira para p r o p o s i ç ã o p—^q. D o r a v a n t e , p o r simplificação, q u a n d o
u m d e t e r m i n a d o conjunto de atribuições de verdade. N o t e q u e q u i s e r m o s representar u m a relaçãio d e c o n s e q u ê n c i a
falamos " c o n j u n t o " , e m vez d ê falarmos " p a r a u m a tautológica q u e envolve apenas duas p r o p o s i ç õ e s ,
d e t e r m i n a d a atribuição d e v e r d a d e " . A razão disto é o m i t i r e m o s as chaves d o c o n j u n t o de premissas. N o s s o
explicada facilmente. O b s e r v e , p o r e x e m p l o , a terceira Hnha e x e m p l oficaráassim: ( p A q ) v ( — i p A — i r ) - ^ ( p ^ r ) t= p ^ q .
140 141
Dados dois c o n j u n t o s d e p r o p o s i ç õ e s F e 2 , dizemos que onde a e (3 p o d e m ser quaisquer fórmulas de £
F e 2 são I tautologicamente ~~ 'entes (ou simplesmente Chamare 'S a este tipo de tabela de tabela de verdade
equivalentes) se e somente F e 2" l=~r (o que t a m b é m /|/(9 esquemática^^ tabelas se distinguem das tabelas de verdade
pode ser simbolizado escrevendo-se F l = = l 2 ) . Claro que os ~^ot apresentarem a análise vero-funcional de _esquemas de
conjuntos F e 2 p o d e m ser unitários, podemos ter, por fbPs e n ã o de f b f s . C o m elas, podemos dar e x p r e s s õ e s
exemplo, F={a} e 2={P}. Nesse caso, as duas p r o p o s i ç õ e s equivalentes de todas as regras que fixam o comportamento
é que s ã o equivalentes, o u seja, o conjunto de atribuições de vero-funcional dos juntores adotados por n ó s . Veja:
verdade que t o r n a m a verdadeira é idêntico ao conjunto das
atribuições de verdade que t o r n a m |3 verdadeira. D i t o de regra 2 regra 3 regra 4 r^gra 6
m o d o mais f o r m a l r ^ Õ F ^ Q e e somente se v'(a)=vY|3), para
qualquer atribuição de verdade v'. a a P « A (3 a a P a«->P
' Se uma p r o p o s i ç ã o é vêFdadeira para qualquer atribuição V F V V V V V V V V V
de verdade, o u seja, se o conjunto das c o n d i ç õ e s de verdade F V V F F V F V V F F
de uma proposição_jinalisada c o n t é m apenas o valor V , a F V F F V V F V F
chamaremos de to^^^gz^Uma tautologia é c o n s e q u ê n c i a F F F F F F F F V
tautológica de qualquer conjunto de p r o p o s i ç õ e s , inclusive
do^vazio. D e fato, se supormos que cp é uma tautologia e que Semelhantes às regras vero-funcionais, estas tabelas
FtT^cp (le-se: (p n ã o é consequência tautológica de F), teremos p o d e m ser usadas para fixar o comportamento vero-
que admitir que há uma atribuição de verdade v que satisfaz funcional dos juntores, inclusive o de juntores novos. Assim,
F e n ã o torna (p verdadeira. Mas isto é u m absurdo, posto podemos fixar, por exemplo, o comportamento vero-
que (p é verdadeira para qualquer atribuição de verdade. funcional de três novos juntores unários:
Para representar simbolicamente o fato de que a é uma
tautologia, escreveremos: a *'a a a
t=a.
Algumas tabelas de verdade s ã o construídas c o m base em V V V V V F
uma única regra vero-funcional. U m exemplo é a tabela 2, F V F F F F
que é baseada apenas na regra 5. N ã o se pode dizer, p o r é m ,
que a tal tabela é equivalente à regra 5. Para tanto, ela Observe que n ã o há outros juntores unários a l é m destes e
precisaria fixar o comportamento vero-funcional da da n e g a ç ã o , pois n ã o p o d e r í a m o s construir uma tabela de
impUcação para quaisquer fórmulas de Xo, e n ã o somente verdade e s q u e m á d c a c o m c o n d i ç õ e s de verdade diferentes
para p e q. U m a tabela equivalente à regra vero-funcional 5 das que já construímos. C o m os juntores binários dá-se_-a^
seria: mesjii^ rr.ic:q dp fnndo que s ó podemos ter u m total de 16
juntores binários] O n ú m e r o de juntores de aridade n é
a P sempre igual ao n ú m e r o de conjuntos de c o n d i ç õ e s de
V V V verdade c o m 2" elementos. Por exemplo, o n ú m e r o de
V F F conjuritos de c o n d i ç õ e s de verdade c o m 8 (=2'') elementos é
F V V \256 |o n ú m e r o de c o m b i n a ç õ e s de dois s í m b o l o s , V e F, e m
F F V S l í i g a r e s ) , logo podemos terl256 juntores ternários.
M2 143
O aluno talvez se pergunte por que só incluímos cinco
juntores no alfabeto de £,„ quando poderíamos ter muitos As tabelas de verdade esquemáticas que apresentam as
mais, e de diversas outras aridades. A resposta é que não condições de verdade listadas acima fixam o comportamento
precisamos de mais juntores além dos que escolhemos. Com vero-funcional dos juntores associados a elas. Se (p é um
os nossos juntores, podemos definir todos os demais. N o esquema de proposição em que ocorre um símbolo
caso dos juntores binários, isto pode ser íeitõ mostrando que conectivo diferente dos nossos, podemos encontrar um
cada proposição formada com juntores diferentes dos esquema de proposição em que ocorrem apenas os símbolos
nossos é equivalente a uma outra proposição em que conectivos adotados por nós e que possui uma tabela
aparecem apenas alguns dos nossos cinco juntores. Assim, esquemática com as mesmas condições de verdade de (p.
em primeiro lugar, precisamos saber quais são estes juntores Tome-se, por exemplo, a t ^ e l a de verdade esquemática que
diferentes. N o quadro abaixo, relacionamos todos os fixa o comportamento vero-funcional da presecção.
conjuntos de condições de verdade para tabelas de verdade Podemos construir uma tabela esquemática com as mesmas
de quatro linhas, e, ao lado de cada um deles, encontramos o condições de verdade para um esquema proposicional cjue
juntor binário correspondente. Veja: inclua apenas os juntores da negação e da implicação. E o
que podemos observar nas tabelas seguintes:
Condições dc Verdade Símbolo Nome
V V V V -|- verum a P a/<(3 a P
n
12 F V V V barra de Sheffer V V F V V F
#•
13 V F V V implicação'' V F V V F V
-> F V F F V F
14 V V F V <— replicação
15 V V V F V disjunção F F F F F F
Í6 F F V V n prenonpendência
F V F V posnonpendência Note que se substituirmos a e (3 nas proposições
V r analisadas por proposições de Xy, as proposições resultantes
18 V F F V <-> dupla implicação
serão equivalentes, pois são verdadeiras para asjnÊsmas atri-
f9 F V V F X contravalência
buições de verdade. Pode-se dizer então que(definimos/oc^:(3
JIO V F V F L pospendência
como —i(a^P), isto é, a presecção sempre pode ser
111 V V F F J prependência substituída por uma impHcação negada. O mesmo procedi-
yi2 F F F V i rejeição mento pode ser adotado para todos os conectivos binários.
|13 F F V F presecção
Assim, teremos:
J14 F V F F posecção
115 V F F F A conjunção av(pv-iP)
J16 F F F F 1 antilogia a|p ^(ttAP)
a^P P^a
a-iP <=> a^(PA^P)
A rigor, "implicação" é o nome da operação simbolizada por "—>", <=> P-7>(aA-ia)
«rP
mas, por comodidade, damos o mesmo nome ao símbolo. O mesmo
<^ -i(a4->P)
vale para os outros juntores, com a exceção da barra de Sheffer.
144 145
a LP ^ (pv^P)->a juntores em vez de um, porque com eles a escrita das
a-l P (av^a)->p fórmulas se torna mais simples.
aip -i(avp)
a^P <=> -,(P^.a) 4.2.3 Tablôs semânticos
a:=-P o -n(a->p)
ai-P <^ aA(pA^p) Dizemos que o conjunto das tãutoíogias^é decidível ^ ' ^ Q
porque, dada uma fórmula qualquer de X,,, podemos dizer se
É fácil verificar as equivalências acima. Basta construit a ela é uma tautologia ou não. Isto se torna possível devido a
tabela de verdade do defimens. Desta forma, veremos que certos métodos de avaliação do valor de ^verdade de
suas condições de verdade coincidem com as do proposições^ complexas. Cada um destes métodos é um
definiendum. Lembre-se que a e P podem ser substiuídos [procedimentode dedsaoj completamente mecânico que chega a
por quaisquer fbfs, o que torna as nossas difinições um resultado tmáTdepois de um número timto de passos. As
absolutamente gerais. Deve-se observ^ar, porém, que outras tabelas de verdade são procedimentos deste tipo. O
definições são possíveis. inconveniente com elas é que elas podem se tornar muito
Gom isto, mostramos que todos os juntores binários grandes quando a fórmula analisada é graml^_ejnçlui m m ^
podem ser definidos a partir dos nossos cinco juntores. Na símbolos sentenciais diferentes. U m [ procedimento _de
verdade, nosso conjunto de juntores pode substituir todos decisã()]mais económico é o que chamamos delab/ô semântico
os juntores imagináveis e não só os binários. U m ou simplesmente!^^
metateorema importante sobre a LP, mostra que LQ é uma Este método foi primeiramente introduzido por]Cjentee^
Hnguagem de|^^expressividade lnax]ma](cf 3.2). Dizer que em 1935 no seu cálculo de seqiiaaíÊSi sendo depois
uma linguagern é maximamente expressiva significa dizer aperfeiçoado por E. Beth e Ra. | SmuUyanl A ideia bá; jasica
que, para qualquer conjunto de condições de verdade (X,, deste procedimento é '5èlnicialmgnte_sapar que a fórmula a
X2, XJ, existe (p, tal que (p e X^, e X ((p) = (Xi, X,, XJ. /? Sá* ser analisada é falsa. Se ela realmente é uma tautologia, a
Assim, concluímos que com os nossos juntores, podemos nossa suposição resultará numa contradição, e isto ficará
construir proposições com qualquer conjunto de condições patente se ao fim da análise o tablô apresentar fórmulas
de verdade. Como cada um desses conjuntos corresponde a contraditórias em todos os seus ramos.
um juntor, concluímos que a partir dos nossos juntores 01|3rocedimento jsegue os seguintes passos: 1. dada a
podemos definir qualquer juntor, seja qual for sua aridade. fórmula (p"que queremos analisar, escrevemo-la no começo
isso não_jricluímos juntores de aridade superior a 2 no do tablô com um F (de falso) na frente. 2. E m seguida,
^l^^Qèí£i-ÂS.Jlt^^-ís juntores seriam s"upérfluos. R e g i s t r e i , derivamos o valor veritativo das subfórmulas"3ê (p conforme
porém, que o nosso conjunto de juntores nã"o é "o único nem as regras alfa e beta, escrevendo na JreiítÊ as o valor
o mais parcimonioso com o qual se pode gerar uma derivado (V ou F) e construindo uma arvore ia seguinte
linguagem de expressividade máxima. Cada conjunto de forma: prolongamos um ramo se usamos uma regra alfa e
juntores que apresenta essa propriedade é considerado um bifurcamos um ramo se usamos uma regra beta. 3. Cada
conjunto de juntores completo, [A barra de Sheffèj: é um formula e sub fórmula que é analisada é marcada com um
exemplo de juntor que, sozinho, pode substituir todos os ''sinal_«Jà direita para indicar que pode ser esquecida. 4. Este
outros juntores (c£ EX5, 6Q. Escolhemos, porém, cinco procedimento termina quando se atinjem somente fórmulas
146 147
atómicas, que não podem ser mais desmembradas. Uma ve2 símbolo • . Prosseguimos aplicando regras alfa para
construído o tablô, verificamos se aparecem pares de desmembrar as Linhas 2 e 3. T ã o logo analisadas, anexamos a
fórmulas contraditórias e m | t o d õ r ] o s ramos da arvore (é elas o sinal • . Observe-se então que atrás de todas as
imperativo què~ãs duas fóimulas cõnteaditórias apareçam em fórmulas moleculares ocorre o sinal • , indicando que não há
um mesmo ramo), caso afirmativo, a fórmula inicial é uma mais nada a ser desmembrado: o tablô esta terminado. Agora
tautologia, caso contrário, não. Apresentamos agora as é preciso ver se na nossa sequência aparecem fórmulas
regras alfa e beta: / contraditórias. De fato! A linha 4 afirma que p é falso e a
linha 5 que p é verdadeiro - temos uma contradição.
Podemos concluir assim que supor que a fórpiula é falsa
Regras alfa Regras Beta (Tinha^ 1) leva a urn_ absurdo, logo a fórmula é
necessariamente verdadeira: ela é uma tautologia.
Va->p Va<^P Faop Vejamos agora um caso mais complexo, com
Fa Va F a VP V a Fa V a Fa ramificações. Primeiro apresentamos o tablô, depois os
^5- V p FP Fp V p esclarecimentos:
F ávB Fa-->p Ac
Va Fa Va FaAP Vavp F ( ( p - ^ q ) A ( q ^ r ) ) --^(p-^r)
1.
vp F(p F a FP V a vp V ( p ^ q ) A (q->r)
2.
3. F (p-^r)
U m exemplo simples de tablô deve esclarecer como 4. V (p->q)
funciona este procedimento: 5. V (q->r) • ftr^s; ^
6. V P
^p-^(p^q) ••7. F
(p^q)
8. Fpia^'^ Vq
z
^(4,5) 9. Fq -\ ^r
Na linha 1 escrevemos a fórmula a ser analisada e
supomos ser falsa, por isso o F na frente. Usando a regra É interessante notar que nas quatro ramificações deste
para uma implicação falsa, temos que o antecedente é tablô, a contradição já tinha sido encontrada na linha 8, de
verdadeiíro e o consequente falso. Isto permite que modo que nem seria necessário chegar à linha 9: poderíamos
escrevamos na Hnha 2 o antecedente (—ip) como verdadeiro, parar na linha 8 constatando que todas as ramificações
e na linha 3 o consequente ( p ^ q ) como falso. Como as seguintes já estavam contaminadas com uma contradição.
linhas 2 e 3 foram obtidas do desmembramento da fórmula Quando todas as ramificações de uma fórmula acabam em
de 1, podemos marcar esta linha como "pronta" usando o contradição, então podemos concluir que a fórmula negada
148 149
era uma tautologia. Se pelo menos uma ramificação 3. Usando tabelas de verdade, mostre que os teoremas
permanece até o fim sem contradição, a fórmula não é uma lógicos do exercício 2 dc Ex4 são tautologias (depois desse
tautologia, podendo ser|contingente^ou u r n a j c õ n t o ^ ^ õ r | exercício, uma fórmula localizada no item X daquele
Neste último caso, diz-se que foi criado umfmõdeío^'píú:a a exercício poderá ser referida tanto por TeoX como por
fórmula negada. TauX, vale dizer, tautologia X, onde X é o número do item
Também podemos usar tablôs para provar_qu£_urna onde ela aparece)
proposição, digamos DC, se deduz de um conjuntc» finitoJde
premissas, digamos( 1 '-~• !{y^, y?,
Y I , 1-, Vrr~Basta p r unTtablô
YTT^Basta uusa 4. Prove que
para demonstrar que/ h- Yi^Y2^---^Yn"~^^- | De forma
semelhante, poderíamos usar tabelas de veraade para o a) Se r i i t a , então não é verdade que t=a"
mesmo propósito, mas, na maior parte dos casos, elas seriam b) Se rtí^OC, então r é satisfazível s. , . ,
muito grandes e, portanto, inviáveis. c) Se rt=a e r;al=|3, então ri=p
d) r é insatisfazível se e somente se ri=a e rt=—la
Exercícios (Ex5): e) Se r;a é insatisfazível, então FM—la
f) Se r , a t = p , então F N a ^ P
1. Prove que o conjunto das atribuições de verdade é g) r,al=(3 se e somente se r,-iPl=—la
' infinito não-enumerável (dica: use o método da h) l^a-e^P se e somente se al==lj3 - , •
diagonalização) i) at==l[3 se e somente se —ial==l—1(3
j) Se at= =1(3 eYí==^0, então aAYí==iPA9
2. Mostre que k) Se a N = í p eYt==i6, então avYl==i(3ve
1) Se at==l|3 e Yt==i0, então a-^Y^==<P^0 e
a) Se r é V , então (sA—is)vr é V Y-^at==(e-^P
b) Se pA—ip é V, então r é V m) Se al= =i[3 e Yt= =l6, então a^Yl== "^P^Q
n) Dado que r„cr, se r(|l=a, então rt=a
c) Se p—^q é V, então pA—iq é F :;, f o) Dado que rur'=X„, se T^a, então V^a
d) Se —1—1—1—1—iP é V, então —ip é V p) Dado que Fl^OC, então r;CX é satisfazível se e somente se
e) Se p v q é F e r é V, então r - ^ q é F r é satisfazível
f) Se pAq é F, qAr é F, e pAr é V , então q é F
g) Se pA—iq é V, então q—>((rAs<->rA—is)v(—is^—irAs)) é V 5. Observe o que as pessoas estão dizendo e descubra quem
está mentindo (considere que, em cada uma das situações,
li) Sc (-iqv(—irA(s—>p)))^—i((-ipv(-isA(r^q)))) é V, então
apenas uma pessoa está mentindo):
pv(p^q) é V
i) Se —i(pAr) é V e (-iqvr)—>q é V , então ((p^s)^p)—^ r situação:
(q^qA—ir) é V
j) Se (—ip->q)A(q—»-ip) é V, então ((s^e^—ir)v—1(—isAp))<-^ Aninha: Sempre que eu saio, a Betinha e a Carlinha saem
(^(s^r)v(qvs)) é V comigo.
150 151
Betinha: A Aninha sempre sai, mas quando a Carlinha sai, Gato-Seco:Eu não matei o cidadão, mas se foi o Fura-
ela não sai. Bucho, ele fez uma tatuagem. Nada do que ele
diz é verdade.
Carlinha: Eu sempre saio, mas a Betinha nunca sai Capitoto: O u foi o Gato-Seco que matou o cidadão, ou foi
o Fura-Bucho, ou um ou o outro. Além do mais,
Solução: o Fura-Bucho fez uma tatuagem.
Façamos Futa-Bucho: Eu nem fiz tatuagem nem matei o cidadão.
p = Aninha sai 3" situação: ,
q = Betinha sai "
r = Carlinha sai Mané: Eu peguei a L u e o B V pegou a Rô.
BV: Eu peguei a Rô, o Mané é que não pegou nem a
A (o que Aninha diz) = p—»qAr Lu nem a Rô.
B (o que Betinha diz) = pA(r—>—ip) Gabola: Eu peguei a Lu, mas se é verdade que o BV
C (o que Carlinha diz) = rA—iq pegou a Rô, então o Mané não pegou nem uma
nem outra.
Façamos uma tabela de verdade onde estejam representadas
ao mesmo tempo as condições de verdade de A, B e C 4** situação:
p q r A B C 1° m e c â n i c o : O problema não é no motor, o problema é
V V V V F F na parte elétrica; mas é sério.
V V F F V F 2° m e c â n i c o : O problema é sério. O u é na parte elétrica ou
V F V F F V no motor, ou em ambos.
V F F F V 3° m e c â n i c o : Se o problema for no motor, o problema é
F
F V V sério. Se a corrente estiver normal, o
V F F
problema é no motor, mas se não estiver, o
F V F V F F
problema é na parte elétrica.
F F V V F V
4° m e c â n i c o : Se o problema for na parte elétrica, então o
F F F V F F
problema não é sério.
A única situação em que temos uma declaração falsa e duas
6. Prove que os seguintes conjuntos de juntores são
verdadeiras está representada na penúltima linha. Logo,
completos:
quem está mentindo é Betinha.
a){-n,A}
2" situação:
Solução:
152
Sabemos que um conjunto de juntores é completo se e a){A,v}
somente apenas com eles é possível gerar uma linguagem de
expressividade máxima. Pelo metateorema 2, temos que {—i, Solução:
A , v } é um conjunto de juntores completo. Assim, qualquer
conjunto de juntores a partir do qual possamos definir A ideia é encontrar uma propriedade semântica das fórmulas
negação, conjunção e disjunção será completo. Para provar conjuntivas e disjuntivas que as impeça de serem equivalen-
que {—1, A } é completo, basta então definir a disjunção com tes a alguma fórmula de Xy. Asskn, chamemos de £ ' a
base nele. Vem: linguagem construída apenas com base em { A , V } . Sendo a
e £ ' , provaremos que não é verdade que a t= =^ —ip.
a av(3 a P -i(-iaA-.3)
V V V V V V Lema: dada qualquer fórmula (p e uma atribuição de verdade
V F V V F V u que atribui V a todas as letras sentenciais de (p, se (p for
F V V F V V conjuntiva ou disjuntiva, então u'((p)=V.
F F F F F F
I. (p=aAP ,
As tabelas esquemáticas acima demonstram que:
u'(a)=Veu'((3)=V (hip. indutiva)
av(3i==i-n(-iaA-n|3) Logo, u'((p)=V
Pelo teorema da substituição (cf. 3.4), temos que toda IL (p=avP ,,
fórmula ^)•^ de uma linguagem £ ' consttuída apenas com
base em {—i. A , v } é quivalente a uma fórmula (Pj, igual cp, a u'(a)=V e u'(p)=V (hip. indutiva)
não ser por apresentar a subfórmula —1(—ittA—iP) nos lugares Logo, u'((p)=V
em que (p, apresenta av(3. Donde concluímos que uma
linguagem consttuída apenas com base em {—i, A } tem a O que prova o lema.
mesma expressividade de £ ' e, portanto, {—i, A } é um
conjunto completo de juntores. Vem:
b) { - , v } Para u, tal que u atribui V a todas as letras sentenciais,
c) { - , - > } u'(a)=V (lema) e u'(^p)=F
d) { - > , ! } Logo, não é verdade que a 1= =1 —ip.
e) { i }
f) { | } Pelo que fica provado que nenhuma fórmula de £ ' é
equivalente a —ip e que, portanto, { A , V } não é um conjunto
7. Prove que os seguintes conjuntos de juntores não são de juntores completo.
completos:
b) { ^ }
154 155
c) { - > } Parte 1: Provaremos que C C (todos os elementos de C
d) { - ^ , ^ }
são f b f s):
e)
O {^,T} I
1. A s e x p r e s s õ e s de s ã o f b f s p o r (i);
8. Usando t a b l ô s , demonstre os teoremas lógicos do
exercício 2 de E x 4 . ^ 2. Para qualquer elemento (p de C de n - é s i m a g e r a ç ã o ,
se os elementos de C de g e r a ç ã o inferior a n s ã o
f b f s , e n t ã o (p é f b f (passo indutivo). Temos cinco
4.3 Metateofemas da LP possibilidades para (p: *
4.3.1 A J i n d u t i v í d ã d e y e • (p = N(a). A d m i t i n d o a h i p ó t e s e indutiva, temos que
a é f b f Pela g r a m á t i c a de - i t t é fbf, logo N(a) é
Primeiro c o n s t r u í m o s o conjunto indutivo C da seguinte fbf ., , , , ,.
forma:
• (p = C(a,P). A d m i t i n d o a h i p ó t e s e indutiva, temos que
(i) O conjunto das f ó r m u l a s a t ó m i c a s de está contido a e p s ã o f b f s . Pela g r a m á t i c a de X,„ aAP é fbf, logo
em C
C(a, P) é f b f (as demais possibilidades de (p se p r o v a m
de forma similar). A s s i m , provamos o passo i n d u t i v o .
(ii) Dadas as f u n ç õ e s :
3. L o g o , todos os elementos de C s ã o f b f s .
N(a) = (-na)
C(a,|3) = (OAP)
Parte 2: Provaremos que X„ C C (todo elemento (p de £Q é
D(a,P) = (ccvP) atingível a partir de £j,^ p o r aplicações reiteradas das f u n ç õ e s
I(a,|3) = (a-^P) N , C, D , I e B):
B(a,|3) = (a^P)
Algoritmo: T o m e uma f ó r m u l a (p qualquer de Xg e construa
Todas as e x p r e s s õ e s resultantes da aplicação reiterada destas sua á r v o r e genealógica. A o lado de cada f ó r m u l a que aparece
f u n ç õ e s ao conjunto L^^ pertencem a C na extremidade de u m ramo escreva f a . (de " f ó r m u l a
a t ó m i c a " ) . A o lado de cada n e g a ç ã o , c o n j u n ç ã o , d i s j u n ç ã o ,
(iii) N e n h u m a outra e x p r e s s ã o pertence a C condicional o u bicondicional que aparece e m u m n ó escreva
respectivamente N , C, D , I e B .
Para provarmos que £ „ é u m conjunto indutivo basta Mostra-se assim que (p pode ser c o n s t r u í d a p o r apHcações
mostrar que £,^=C. Faremos isso e m duas partes: reiteradas das f u n ç õ e s a partir de X,^. C o m o o algoritmo
pode ser apHcado a qualquer f ó r m u l a (p de XQ, fica p r o v a d o
156
que toda fórmula de X , , é atingível a partir de L,^ por
Para qualquer {p,^^^, é p o s s í v e l construir uma fórmula (p de
aplicações reiteradas das funções N , C, D , I e B, o u seja, LQ
£.Q, tal que (p é equivalente a (p^^^, da seguinte forma:
CC.
(i) Selecionamos as linhas em que y; = V ;
C o n c l u s ã o : das partes 1 e 2 inferimos que £,^=C, donde
(ii) A partir de cada uma destas Unhas c o n s t r u í m o s
temos que é u m conjunto indutivo, (qed)
uma fórmula \\í„ tal que = XIA%2AX3A...A%„,
4.3.2 A exptessividademáxim^ de onde Xj = Sj, se x| = V , e = —iSj, caso contrário.
(iii) Fazemos (p igual à disjunção de todos os \|/'s.
A prova seguinte deve-se na sua essência a E n d e r t o n
(Theorem 15B). A ideia principal é mostrar que c o m a nossa Desta forma, (p será verdadeira nos mesmos casos e m que
base de juntores podemos construir sentenças tais que, para ^max verdadeira e falsa nos mesmos casos em que (p^^,^ for
qualquer conjunto de c o n d i ç õ e s de verdade, suas tabelas de falsa, o u seja, (p será equivalente a (p„^^. N o t e que toda
verdade apresentem estas c o n d i ç õ e s . E isto que significa fórmula gerada pelo procedimento acima apresenta c o m o
dÍ2er que a expressividade de X , , é m á x i m a . Seja pois a tabela juntores apenas a n e g a ç ã o , a c o n j u n ç ã o e a disjunção, o que
de verdade de uma fórmula (p,^^^ de uma linguagem X,^,,^ cujo mostra que uma Hnguagem que tivesse estes c o m o únicos
alfabeto inclui todos os juntores possíveis, onde m-2" e {S,, juntores já seria maximamente expressiva. Assim, está
S2, S3, S „ } é o conjunto de s í m b o l o s sentenciais que demonstrado que a expressividade de X „ é m á x i m a , (qed)
ocorrem em (p,^^^.
4.3.3 Propriedades da relação de dedutibilidade
S2 S3 S4 s„ ^max
a) Monotonicidade (Se F I- a, então F u A h- a)
1 3 4 n
x' X, X,
1 2 3
Fe FuA
X2 X2 X2 y2 /lil T(F) C T ( F u A ) (funcionalidade de h-) /?2i
1 2 Se F I- a, então F u A h- a. (qed)
X3 X3
1
b) Reflexividade: (Se tt e F, então F I- ,a)
y.
y. Pela nossa definição de prova, se a G F, uma lista Y i , Yn
de fórmulas de F c o m y„=U é uma prova de a a partir de F.
Logo, {YI, Y n } ^ OC, e, p o r igonotonicidade, F 1- a. (qed)
c) Transitividade: (Se F h (3 e F, P h a , então Fh-a)
158 159
Chamemos de F' e F" os subconjuntos de F compostos
respectivamente por premissas de a premissas de p. Agora, De fato, a parte A continua, pois só contém premissas; a
analisaremos três casos: parte B se justifica por (i) e a parte C se justifica porque se
deriva de P e das premissas de (i). Ora, esta terceira prova é
Caso 1: F inclui premissas de a e (3 uma prova de d partir de F''.JF", donde inferimos que
F'uF" I - a e, logo, F h- a, por monotonicidade.
Nesse caso, haverá uma prova de OC a partir de F' e uma
prova de P a partir de F". Consequentemente, também serão Caso 2: F não inclui premissas de p , .
provas as sequências representadas pelos esquemas abaixo:
Nesse caso, como Ff—P (hip. 1), vemos que p pode ser
0 inferida sem o auxíHo de premissas que efetivamente
contribuam para a sua conclusão numa prova, ou seja, a
Y, pretmssa Y, premissa fórmula p pode ser deduzida do vazio. Assim:
Y2 premissa A Ya premissa A
Se F' não é vazio, então
Y„ premissa Yn premissa Há uma prova de a a partir de F'
^ P Ha :
P premissa
F h- a (por monotonicidade)
B c
Se F' é vazio, então
a
P h- a (hip. 2)
Onde { Y I , Y n } é r ' u F " . Se na segunda prova T(0)l-a (monotonicidade)
substituímos P pela parte B da primeira prova, continuamos [- a (fechamento de H) :
com uma prova. Veja: F I-a (monotonicidade)
Yi premissa Caso 3: F não inclui premissas de a
Y2 premissa A
Nesse caso, temos duas possibilidades principais:
Yn premissa Ou P não é premissa de a, e daí
I - a e, logo, F h- a (por monotonicidade)
P B Ou P é premissa de CL, e daí
Se F" não é vazio, então F (- a (pelo mesmo raciocínio
a do caso 1), e
160 161
»
Se F" é vazio, então
PHa iv) a=\|/,vXi e P=\|/2VX2
T(0)l-a (monotonicidade) l|/,<->l|/2 e X i ^ X 2 (hip- indutiva)
I-a (fechamento de I-) ViVXi^V2VX2 (teorema 53)
r I-a (monotonicidade) (qed) .-.i-a^p
d) Corolário: se P é um teorema lógico e V, p H a , então v) a=v,^x, e P=\l/2^X2
ri-a ' Vi^¥2eXi^%2 (hip. indutiva)
(V,^X,)^(V2^X2) (teorema 54)
h-p (hip.) .-.h-a^p
r,pKa (hip.)
Fh-P (monotonicidade) vi) a=\(/,^X, e P = V 2 ^ X 2 ' :
Fl-a (transitividade) Vi<-^V2 e X i ^ X 2 (hip. indutiva)
(qed) (Vi^Xi)^(V2<^X2) (teorema 55) ^=,;
.-. l-a<->p (qed) V
4.3.4 Teorema da substituição \(TS): se y é uma
subfórmula de a, P e~úma fórmula igual a a a não ser por Dado que l-Y<->ô, que P é o resultado da substituição de
apresentar 9 em um ou mais lugares onde a apresenta y e algum Y em a por ô e que S é uma prova onde a ocorre, o
i-y^Q, então i-a<->p. teorema da substituição nos permite escrever P em S, em
qualquer Unha subsequente a Hnha de Oí.
i) a e P são sentenças atómicas
a=Y e p=e 4.3.5 Teorema da|/compacidade: Dado um conjunto de
.-. i-a<-^P fórmulas F qualquer, F é satisfazível se e somente se F é
finitamente satisfazível. Relembrando: F é finitamente
ii) a=-i\[í, e P=-i\|/2 satisfazível se e somente se todo subconjunto finito de F for
\|/,«->\|/2 (hip. indutiva) satisfazível
— 1 \ | / 2 (teorema 51)
.-.i-a^P
iii) a=\|/iAX, e P=\K2AX2 A ida é trivial. Se F é satisfazível, então F é finitamente
\|/,^\|/2 e Xi-^Xz (hip- indutiva) satisfazível. De fato, se uma atribuição de verdade u
satisfaz F, então ela torna verdadeiros todos os elementos
\|/,AX,4->\|/2AX2 (teorema 52)
.-. i-a^P
162 163
de r, assim, u torna verdadeiros todos os elementos de finitamente satisfazível, então 2;—itt é finitamente
qualquer subconjunto de F . satisfazível.
2;a n ã o é finitaraente satisfazível (hip)
2„;a n ã o é satisfazível (para algum 2,,c2)
Queremos provar que se F é finitamente satisfazível,
e n t ã o F é satisfazível. Faremos isto provando que F C A , 2l=—itt (pois toda a.v. que satisfaz 2, satisfaz 2 J
tal que A é satisfazível. Para isto teremos que antes 2;—lOC é satisfazível •' ' ^ ' ^• • ' ' «
demonstrar três lemas: , ,,,; 2 ; - i a é finitamente satisfazível (parte trivial da compac.)
(qed)
L e m a 1: Para qualquer conjunto de f ó r m u l a s 2, E t = a se e
sbmente se 2;—itt é insatisfazível. |/j^ema 3 ' : l D a d o u m conjunto de f ó r m u l a s A , se A é
m a x i m a l e finitamente satisfazível, e n t ã o A é satisfazível.
...^ '
Definimos uma atribuição de verdade u da seguinte
2Na (hip.) forma: '
T o d a a.v. que satisfaz 2, torna CC verdadeira -
T o d a a.v. que satisfaz 2, torna—la falsa ^ \ u(o)=V se e somente se 0 é u m s í m b o l o sentenciai
2;—itt é insatisfazível , •. . pertencente a A
Reclamamos que u satisfaz A. Provamos isso
demonstrando que U ' ( Y ) = V SSS y e O que faremos
2;—la é insatisfazível ; ' , > . usando i n d u ç ã o sobre Y-
o u (i) 2 é insatisfazível o u (ii) para toda a.v. u , se u
satisfaz 2, u'(—ia)=F (onde u ' é a e x t e n s ã o de u) i) Y é f ó r m u l a a t ó m i c a
Se(i),2t=a (por vacuidade) «*<^-r^»WçEZK^*^
Se (ii), 2t=a, pois toda a.v. que satisfaz 2, torna a U'(Y)=U(Y)
verdadeira. U ' ( Y ) = V sss Y e A (pela definição de u)
2l=a (por e x a u s t ã o das possibilidades)
(qed) ii) Y = - i a
L e m a 2: D a d o u m conjunto de f ó r m u l a s 2 qualquer,
finitamente satisfazível, temos que se 2;a não é
164 165
E se - i P G A, então { - i P , « A P } C A
u'(a)=F Mas { - i t t , aAPjcZ A e { - n p , ttApjcX A (pois A é finit.
a g A , (hip. indutiva) satisfazível)
—itt e A ' • (pela maximalidade de A) Logo, - i t t g A e - i P g A
YG A Assim, a G A e p G A (pela maxim. de A)
u ' ( a ) = V e u'(P)=V (hip. indutiva)
u'(Y)=V
'=avp
u'(a)=V
a e A (hip. indutiva) {=>)•• " ^.
Se — i t t e A, então {a, —.a} c A
Mas, {a. -!«} Ç2 A (pois A é finit. satisfazível) Yg A
Logo, — i t t g A -i(avp) G A (pela maxim. de A)
A j Se a G A, então {a, -i(avP)} c A
E se p G A, então {P, ^ ( a v p ) } C A
iii) Y=OCAp Mas {a,-i(avP)}cz:Ae {P,-i(avP)}(Z: A (pois A é
finit. satisfazível)
Logo, a g A e P g A
u ' ( a ) = F e u'(P)=F (hip. indutiva)
u'(Y)=V u'(Y)=F
u ' ( a ) = V e u'((3)=V
a G AePe A (hip. indutiva) (^): . '
Se - i ( a A P ) G A, então { a , P, - i ( a A P ) } C A
Mas, { a , P, - i ( a A P ) } (2 A (pois A é finit. satisfazível) u'(Y)=F
Logo, - i ( a A P ) g A u ' ( a ) = F e u'(P)=F
e ttAP G A (pela maximalidade de A) aí AeP g A (hip. indutiva)
YG A - l a G A e -iP G A (pela maxim. de A)
Se a v P G A, então { - i t t , - i P , a v P } c A
(^): Mas, { - . a , - i P , avPjcí A (pois A é fimt. satisfazível)
Logo, (XvP g A , ,
YG A Yg A , : /'-yji , ^
Se - i t t G A, então { - i t t , ttAP} C A
166 167
itt e A e -iP G A (hip. indutiva e maxim.)
Se - i ( a ^ P ) G A, então ou {a, P, - i ( a ^ P ) } c A (por i)
ou {-itt, -iP, - i ( a ^ p ) } c A (por ii)
)
{a, P, ^ ( a ^ P ) } (Z A e {^a, ^P, -.(a<-^p)} cZ A (A é
yg A
finit. satisfazível)
^(a->(3) G A (pela maxim. de A) Logo,-i(a<-^P) g A ' (deieii)
Se - i t t 6 A, então {-itt, -i(a->p)} c A YG A (pela maxim. de A)
E se P e A, então {p, ^(a->p)} C A
Mas {^a, -n(a-^P)} C2 A e {p, ^ ( a ^ p ) } (t A (pois ' ' ' ' - *• - • •
A é finit. satisfazível)
Logo, - i t t g A e P € A u'Cy)=F
e A (pela maxim. de A) ou (i) u'(a)=V e u'(P)=F ou (ii) u'(a)= F e u'(p)=V
u'(a)=V e u'(p)=F (hip. indutiva) Se (i) a G A e Pg A / . - I P G A (hip. indut. e maxim.)
u'(Y)=F Se (ii) a g A e PG A ittG A (hip. indut. e maxim.)
Se a<-»P G A, então ou {a, -iP, a<->P} C A (de i)
ou {-la, p, a<-^P} c A (de li)
{a, -iP, a ^ P } cz A e {-la, P, a ^ P } d A (pois A é
u'(Y)=F finit. satisfazível)
u'(a)=V e u'(P)=F Logo, a ^ P g A (de i e ii)
a G AePg A (hip. indutiva) Yg A
"•P G A (pela maxim. de A)
Se a-^p G A, então { a , -nP, a-^>P} c A Assim, provamos que, dado um conjunto de fórmulas A
{ a , -,p, a ^ P } {/ A (pois A é finit. satisfazível) qualquer, se A é maximal e finitamente satisfazível, então A é
Logo, a-^P g A satisfazível, pois a atribuição de verdade u definida acima
Y^ A satisfaz A. Com isso, concluímos a demonstração dos lemas
de que precisávamos^e agora podemos provar a parte não
trivial da compacidade. Vem:
vi) Y = a ^ P
r é finitamente satisfazível (hip)
r C A tal que, dada uma lista das fbf s Y i , Y2> •••Yi>- (cf
Ex3, 5): Cy\0^') , ,^
u'(Y)=V
An=r
ou (]) u'(a)=V e u'(P)=V ou (ii) u'(a)= F e u'(P)=F
Se(i)aGAePGAese(ii)agAePgA
168
/ A, IU{Y,}, se A; IU{Y,} é finitamente satisfazível FKa, (hip.)
Fha, (hip.)
\, caso contrário. : . F 1 = a, (hip. indutiva)
F 1 = a- (hip. indutiva)
A=A„uA]L>'... (A é a união de todos os infinitos Aj) Para toda a.v. u:
Se u satisfaz F, u\a^='V e u'{a,-^a^^=V
A é maximal por construção, pois, dada qualquer fbf Yj, Se u'(a,^aJ=V, então ou u'(ai)=F ou u'(oO^V,
Y, 6 A ou -lY, G A Mas u'(aO=V ( f^i^ci^^c ri« I '
-::5> A é finitamente satisfazível, pois todo A, é finitamente Logo,u'(00=V
satisfazível (lema 2) e qualquer subconjunto de A está .-.F ^ a. (qed)
contido cm algum A, (por construção)
" A é satisfazível (lema 3) b) C: yt^ t
r é satisfazível (parte trivial da compacidade)
, (qed) A(M Para ( \ = a „ ^ a ,
Fh-a, (hip.) ' '
4.3.6 Teorema d^j! cortéção^ Se F h a, então F t= a
r \= a- (hip. indutiva)
Para toda a.v. u:
Se a e T ( 0 ) , então t= a e, logo F t= a (cf p. 140). Senão,
Se u satisfaz F, u'(ai)=V
há uma prova de a a partir de F e temos os seguintes casos:
Se u'(aj)=V, então u'(a„-»a^=V
.-.F t= a (qed)
caso 1: a e F
c) EC:
F N a (pois toda atribuição de verdade que satisfaz F torna
verdadeiro cada membro de F, inclusive a) Para a,=a^Aa|,
caso^: na prova de a a partir de F, aparecem as fórmulas a,
FKa, (hip.)
e ttj (ou só das quais (ou só de a|^=a se deduz por
F 1= a, (hip. indutiva)
aplicação de uma das seguintes regras de inferência:
Para toda a.v. u:
Se u satisfaz F, u'(CC„Aat)=V
a)MP: AAÍ
Se u'(a„Aa;^=V, então u ' ( a J = V e u\oQ=Y
. - . F N a (qed)
Para aj=a,->a|^
o
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172 173
i) DD:
r^^a, para todo F^C F ', ,
Para a^^=a^^a^ e a . = ( a „ ^ a j A ( a , ^ a J F^;—itt é satisfazível, para todo F^C F (3.5, lema 1)
F;—la é finitamente satisfazível (pois um subconjunto
ri-a, (hip.) qualquer de F, ou é um F^ ou é um F^;—itt)
r 1= tt; (hip. indutiva) F;—itt é satisfazível (teorema da compacidade)
Para toda a.v. u: , ; r^a (3.5, lema 1)
Se u satisfaz r, u ' ( ( a „ ^ a j A ( a „ ^ a J ) = V (qed)
Se u'(aj9tu'(aj, então u'((a„^ajA(a„-^aJ)=F, Lema 2: Dado que T é o conjunto das tautologias e F, um
Logo, u ' ( a j = u ' ( a j e, portanto, u'(a,^^a„)=V conjunto de fórmulas qualquer, temos que F I— CX se e
^ a (qed)
.-.r somente se F u T 1= a, para qualquer fórmula a.
Para a , = ( a „ ^ a j A ( a „ ^ a J e a , = a „ ^ a „ • •^ ^ ^
(^):
• Th-cc. (hip.) ,^ ,
r t= CC, (hip. indutiva) i í Fh-a . , (hip.)
Para toda a.v. u: FuTka V (monoton.)
Se u satisfaz F, u ' ( a „ ^ a J = V FuTl=a . (correção) ,'- ; ,
Se u ' ( a „ ^ a J = V , então u ' ( a j = u ' ( a j .
Se u ' ( a j = u ' ( a j , então u'(a„->aJ=V e u ' ( a „ ^ a J = V (4=): • .. . .,;^r > .M-ri«v<v..:!
••• u'((a™->aj A(oc„->aJ)=V
.•.rt= a (qed) ^ FuTl=a (hip.)
{Y„ Y2> Y3, -Y„, e„ e^, 63, e„} N a (lema 1)
Tendo demonstrado a tese para cada caso de a, temos Y,AY2AY3A...YnA0iA62A93A...9„-^a e T (pois se o antece-
provado de forma geral a correção da LP, isto é, se F h- dente é V, a é V)
a, então r 1= a. (qed) FuTl-YiAY2AY3A...Y„A0,AO2A93A...6„-^a (reflexividade)
FUTI-Y,AY2AY3A...Y„A9,A92A63A...9„ (reflex. e IC)
4.3.7 Teorema da d e d u ç i ^ (TD): Se T, |3ha, então T FuTh-a MP (qed)
K|3->a '
Agora podemos provar o teorema da dedução:
Lema 1: Se ri=a, então existe r^l=a, tal que F^C F e é
finito F,Pha
FuT,(3^a (lema 2)
174 175
Para toda a.v. u, se u satisfaz FLJT, então u';((p)=F (hip.)
Ou u ' ( p ) = V (i) ou u'(|3)=F (li) L , = {—iCp} (por construção)
Se (i), então u ' ( M a ) = V (pois r u T , P ^ a ) Ljl—i(p (reflexividade)
Se (ii), então u ' ( p - ^ a ) = V (pela falsidade de P)
Logo, u'(P—>CC)=V . (por exaustão) b) (p = - i t t :
Vem: ' (=>):
ruTNp->a u'.(cp)-V • :
rhp->a (lema 2) (qed) u',(a)=F
L; I la (Ilip. indutiva)
4.3.8 Teorema da completude*: Se F t= a, então F I - OC L.Kcp
Lema 1: Dada uma proposição (p, uma atribuição de verdade
u- e u m conjunto de literais Lj (cf. seção 1.1.1), tal que, para
cada letra sentenciai OC que aparece em (p, L;={x | x=CC se u',((p)=F
U j ( a ) = V e x=-ia caso contrário}, temos que: L,l-(p se u'.(a)=V
u',((p)=V e L,l ^(p caso contrário. Ljl-a (hip. indutiva)
L,l-p->a C
Provaremos usando indução sobre (p: L,i—^p^a C
L.h^a-^-.p CP
a) (p é uma letra sentenciai
L,l—^a->-i-ip CP
L,l—^-,a RA
(^):
L,l-^(p
Ui(cp)=V (hip.)
c) (p = ttAP
L , = {(p} (por construção)
L,h-(p (reflexividade)
(=>)^
u'.((p)=V
u ' , ( a ) = V e u',(P)=V
* Atribuímos o crédito por esta prova aos professores Tarcísio Pequeno
L, h a e L , h p (hip. indutiva)
(UFC) e Paulo Veloso (UFRJ). Se ela f o i elaborada por alguém antes
deles, não é do nosso conhecimento. L, f-(p IC
•e
r t-^ r _t-^ r r t-^ tr^ r 1-^ r c
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H 2 1? B H 2 1^
o O H
o T) <T>
o o-
í
178
179
L„ a«-^Pi—iP-^a CP
L„ a<-^pi-a MP
ou u',(a)=V e u',(p)=V, ou u',(a)=F e u',(|3)=F
L„ a<-^Pf-a-^P DD
ou L , K a e L,h-|3, ou L , l — e L , l — ( h i p . indut.)
L., a<->PKP MP
ouL,l-P-»aeL,l-a-^P, C
L, h-(a^p)-^^P TD
ouLjl—^P-^-iaeL,l—^a-^-nP c
L, H(a<-^P)->p TD
Lih-p-^aeL,i-a->p CP
L, I—^(a^p) RA
L,h-a<^P DD
Li I—^(p (por (i) ©u por (ii))
(qed)
fj^ema 2^Se ( o ^ P , , P2, P„ -> Pnl^^P e ^3)p„ P2, P 3 , - ,
" " P j M ^ e n t ã o {p„p2,p„...,PJh(p .
u',((p)=F
ou u',(a)=V e u',(P)=F, ou u',(a)=F e u',(p)=V {a,p„P„P3,...,PjK(p (hip.)
ou L,h-a e L,l—^p, ou L , l — e L,hp (hip. indut.) Ha,p„p„P3,...,p„}H(p (hip.)
ou L,l—ip-^a e L , l - a - ^ ^ p (í), C• TD
{P,P„P3,...,pjHa^(p
ou L, I- p-^-,a e L, I—^a-^p (ii) C ID
de®: {P„P2,P3,-,Pn}^-CC^Cp
{ p , P „ P3,..., P J h ^ ( p - > ^ a CP
L„ a<^pl—^P^a e L„ a o P h - a ^ ^ p (monoton.)
{P„P„ P3, ...,pjK^(p->^^a CP
L„ a<->pi-a-^P DD
{P,P„P3,...,P„}K^-(p RA
L„ a ^ p i — • RA
DN (qed)
L-, a<^Pi—^a->P CP
L„aoPhp MP ]..ema 3: Se uma proposição (p é uma tautologia, então (p é
L„ a o P f - P - > a DD "um teorema lógico (se t=(p, então l-(p)
L„a<-^Pi-a MP
L; i - ( a ^ p ) ^ - , a TD Sejam s,, Sj, Sj, s,, uma hsta dos símbolos sentenciais que
L, l - ( a ^ P ) - ^ a TD ocorrem em (p e e atribuições de verdade, tal que,
L , h-^(oc^P) RA respectivamente, v^ atribui verdadeiro e v„ atribui falso a
de (ii): todos os elementos desta Hsta. Admitindo que cp é uma
L„ a<-^pf-P^-ia e L„ a ^ P l ^a-^P (monoton.) tautologia, pelo lema 1, temos:
L;, a ^ P h p ^ a DD
L„ O C ^ P K ^ P RA
180
CAPÍTULO 5 - LÓGICA D E PREDI-
Onde CADOS D E PRIMEIRA ORDEM (LPPO)
5.1 A Sintaxe da LPPO
L „ = { - i S i , - 1 S 2 , ^s,, -iS|^.„-,sj
O leitor mais crítico poderia ficar com a impressão de que
Pelo lema 2, concluímos que:
na passagem do silogismo aristotélico para a lógica
proposicional nós demos um passo para trás e,^ num certo
F-Cp • (qed) sentido, ele teria razão. Uma lógica é tanto mais expressiva
quanto mais relações de inferência ela consegue formalizar.
Agora, provaremos diretamente a completude da LP: » Enquanto a lógica silogística penetra a estrutura interna das
proposições elementares, podendo com isso formalizar as
r Na (hip.) inferências que se radicam nas relações existentes entre estas
Fs 1= a, para algum Fs C F finito (3.7, lema 1) estruturas, a lógica proposicional permanece, por assim
dizer, na superfície, sem analisar a estrutura interna das
proposições elementares. Por outro lado, a crítica do leitor
' ^ Y.AY2AY3A ...Yn-^a (lema 3) perde bastante de sua força se observarmos que as relações
^^-YlAY2AY3A - Y n ^ a (monoton.) proposicionais que a LP formaliza não são nem mesmo
F h Y i A Y a A Y j A ...Y„ IC tocadas pelo silogismo. Assim, colocados frente a frente, não
Fha . MP (qed) se pode dizer nem que o silogismo é mais expressivo do que
a LP nem o contrário, cada um dá conta de tipos de
inferência diferentes. A lógica formal contemporânea, tal
como primeiramente foi concebida por Frege, se destinava a
formalizar tanto o tipo de inferência próprio do silogismo
como aquele que é característico da LP. Essa lógica foi
chamada de tógica de predicados, ou lógica elementar, ou ainda
lógica de primeira ordem. Essas denominações dão uma ideia das_
principais característcas dessa lógica. Ela è^lógica^^dj^prediçado^.
porque é provida de símbolos específicos "Çarãrepresentar
predicados, é lógica elementar ou de primeira ordem porque os
predicados são aplicados unicamente a elementos primitivos.
_'! ais predicados são chamados de predicados de primeira ordem.
|i^redicados de segunda ordem|seriam aqueles que predicam
sobre predicados de primeira ordem, predicados de terceira
ordeni os que predicam sobre predicados de segunda ordem
e assim por diante. Outrossim, uma lógica onde é possível
182 183
predicar sobre predicados de primeira ordem é chamada de conceito de primeira ordem ser mortal. Conceitos de primeira
] lóffca de segmdã~õrdmí]\^ & assim por diante. ordem, por sua vez, caem sob conceitos de segunda ordem.
JNl este^^TãpítuIõ, vamos apresentar uma lógica de predi- A atribuição numérica, por exemplo, é uma predicação de
cados que chamaremos de LPPO ^ógica de Predicados de segunda ordem: quando se diz que existem nove planetas no
Primeira Ordem). A LPPO é uma estrutura que podemos nosso sistema solar, está se predicando algo não sobre
especificar de forma semelhante a que usamos para Marte, Júpiter ou Saturno, mas sobre o conceito ser planeta no
especificar a LP. Tei^s: nosso sistema solar. Diz-se, exatamente, que existem nove
objetos que caem sob esse conceito. Dizer que unicórnios
LPPO=<Í;,RI> , , . não existem, por sua vez, significa atribuir o número zero ao
conceito de primeira ordem ser um unicórnio: líada é um
Onde L é uma Unguagem e R I , um conjunto de regras de unicórnio = nenhum objeto cai sob o conceito de ser um
inferência. Comecemos então por estudar a linguagem da unicórnio. Toda discussão sobre as diferentes ontologias,
• LPPO. suas vktudes e dificuldades, não nos interessará neste
momento. Importa somente perceber agora que os conceitos
5.1.1 A Linguagem da LPPO (£) ou termos insaturados de Frege podem exigir mais de um
termo singular para sua saturação: ... ama p.ex. pede dois
complementos, ... apresenta... para três complementos, e
Não é necessário muito esforço para perceber que, em
a"ssrm por~3Iante. Isso representa um grande avanço em
geral, nas linguagens naturais, a estrutura de uma proposição
relação ao silogismo aristotélico, no qual apenas se
elementar se constitui de um sujeito e um predicado:
reconheciam inferências de proposições da forma simples
sujeito - predicado. Uma proposição tal como
Sujeito (S) + cópula + predicado (P)
Sócrates mortal, Maria caça borboletas
e
Cinco é ímpar,
A maçã vermelha, nem poderia ser integrada num silogismo, mesmo que haja
é
Nós filósofos. exemplos de argumentos inmitivamente válidos que poderi-
somos
am incluí-la, como é o caso de:
A forma geral S-P da linguagem natural corresponde ao
antigo esquema da metafísica de Aristóteles que postulava Maria caça borboletas •= / .
duas categorias ontológicas fijndamentais: substância e atri- Borboletas são insetos
buto. Segundo^Ãristótde^, atributos inerem em substâncias: Maria caça insetos • .
se Sócrates for "mortal, "ó atributo da mortalidadeJneiÊ, na
substância Sócrates. De modo semelhante, a ontologia de A razão disso é que todas as proposições dos silogismos
I Freg^ distingue duas categorias fiandamentai?! õBjêtos e têm a forma predicativa S é um P (sujeito-cópula-predicado),
TOnceitQs. Objetos são denotados por termos singillares ou ao passo que a proposição supracitada tem uma estrutura
saturados e conceitos por termos predicativos ou insatu- relacional: aRb - sujeito-relação-sujeito. Outros exemplos de
rados. Assim, na sua terminologia, o objeto Sócrates cai sob o proposições relacionais são:
184
construir a linguagem da lógica de_^edicados, ou seja, o
Pedro ama Maria \^?i^£tó_j^_JJÍEO^ychamaremos defA.^Ele terá a seguinte
João é pai de Pedro composição:
;, Pedro e Paulo são irmãos ^
Maria abraça Mário A = símbolos lógicos KJ símbolos paramétricos
Ana é maior que Beatriz Símbolos lógicos = {(, )~—\, A, v , —>, <->7' V, 3, =, x, y, z, X j ,
Yi, Zi, ...}
A Hnguagem da LPPO nos dotará de instrumentos para Símbolos paramétricos = predicadosUconstantesUfunções
representar proposições relacionais dando-Lhes uma forma Predicados = letras romanas miaúsculas numeradas ou não
predicativa. Isso é possível porque, ao invés de__trat3r Constantes = {a, b, c, d, e, a,, b,, c,, d,, e,...}
predicados como atributos de substâncias, como fazia
Funções= { f ^ g ' , para todo x e y G N*}
Aristóteles, os trataremos já desde o início como relações.
De fato, soa bastante razoável dizer que objetos tais e tais
têm o predicado de estarem relacionados de determinada Os símbolos lógicos de A tem em comum com os
forma, e é assim que a LPPO considera os predicados. Os símbolos de AQ OS parênteses e os conectivos lógicos,
símbolos predicativos nos permitirão representar em uma conservando eles os significados que já conhecemos. Temos
proposição atómica a situação de vários sujeitos (ou objetos) de novidade aqui os£qSntificadores1[, o " V " (lê-se "pa^^a
relacionados entre si, o que não era possível nem com o todo" ou "qualquer"), aêrí5mInãdo\^^ipantificador ^^^^^^^^^ e
silogismo nem com a LP. Teremos, doravante, predicados o " 3 " (lê-se "gdste" ou "algum"), denominado quãntificãaor
correspondentes a relações unárias, isto é, a conjuntos não- ^particuEr^u existencialjp símbolo da igualdade " = " (lê-se
ordenados, como ^ande~mortal, brasileiro, etc, os quais serão 'igual a ' ^ e as variáveis, representadas pelas letras minús-
chamados predicados unários ou propriedades. Predicados culas X, y e z, com ou sem índices numéricos.
correspondentes" a relações ftnárias, como ser pai de, ser maior Os símbolos não-lógicos ou paramétricos (ou simples-
que, abraçar, etc — os chamados predicados binários. Os mente[pãramétro^são constituídos pelos predicados (repre-
predicados ternários, correspondentes a relações ternárias^ sentadds por qualquer letra romana maiúscula, numerada ou
como ficar entre (a fica entre b e c) , apresentar (a apresenta b não), pelas constantes (representadas pelas letras minúsculas
para c), etc. E, se pensarmos em relações__bem específicas. "a", " b " , "c", " d " e "e", numeradas ou não) e pelas funções
poderemos ter predicados de qualquer aridade,] como, por (representadas pelas letras minúsculas " f , " g " e " h " ,
exemplo, um de aridade 10, tal como numeradas ou não). Os índices numéricos das funções
a é o resultado de (b7d-e.f)+l/(g'^^+i').
' É importante notar que, embora os quantificadores sejam aqui
considerados símbolos lógicos (com mterpretação fixa), há autores que
Por aí se vê que a linguagem da LPPO deverá prover os consideram mais como símbolos paramétricos (com interpretação
símbolos para representar os predicados e os objetos aos Uvre). Os que o fazem acentuam o fato dos quantificadores precisarem
quais estes predicados serão apHcados. De fato, é essa sempre ser associados a irni domínio de elementos aos quais eles se
referem de forma genérica. Nós, porém, queremos acentuar o aspecto
também a grande diferença entre a linguagem da LP e a da
sintático dos quantificadores que, como acontece com todos os juntores,
LPPO. O conjunto dos símbolos básicos que usaremos para é delineado por certas regras de inferência.
18S 187
localizam-se acima à direita ou abaixo à direita das letras. Os
índices localizados acima indicam a aridade da função e só O conjunto das fórmulas resultantes destas duas regras
poderão ser omitidos caso a aridade"~em qiiestão seja 1. Os chamaremos de L, a linguagem da LPPO. As fórmulas
índices localizados abaixo servem simplesmente para resultantes de 1 serão as fórmulas atómicas de X e as
diferenciar as diferentes funções, como se vê no caso das resultantes de 2 serão as fórmulas moleculares.
constantes, e podem ser omitidas se usarmos menos_de Note que na regra 1 não está dito que a aridade de P,.
£uatço_£unções. Podemos ainda denominar de ]símholos deve ser n e também não teremos nenhum índice que
f-~.s individuais o conjunto que reúne variáveis e constantes. indique a aridade dos predicados. Isso é devido ao fato da '
' ' Seguindo ainda o exempio da LP, teremos que A * é o aridade de um símbolo predicativo não ser fixa; se em dado
conjunto das expressões para a LPPO, e o definiremos momento ele for apHcado a n objetos, ' então fica
como o conjunto das sequências finitas de símbolos d e / \ subentendido que sua aridade é n; a apHcação do predicado
determinará sua aridade e não o contrário. Isso pode ser
Diferentemente da gramática da LP, a gramática da feito com os predicados em razão da gramática dos termos
LPPO terá duas partes, a gramática dos termos e a gramática não permitir diívidas sobre quais são os termos a que u m
das fórmulas. Termos são expressões que atuarão como predicado está sendo aplicado: F em Fa é um predicado
designadores de objetos. Uma expressão t é u n | termo se e unário, em Fab é um predicado binário, em Fabc é um
somente se: —^ — predicado ternário, etc.
Aqui, como no capítulo anterior, para facilitar a escrita
T T ^ t é um^^símbolo individua^^ ou das fórmulas, omitiremos os [ parênteses desnecessáriõsTl
2. ^Assumindo que t,, t2, t^, t„ são termos e (j)" é uma Valerão as mesmas regras de ornIisaõ~3ê~^^ãiSitêsês~pa^^
j função n-ária^t=(|)"t,t-,t3 ...t„. LP, e teremos o acréscimo de uma regra. Observemos as
mudanças que essas regras provocarão na fórmula:
••Tndo.
l a termo
te constituído com base na regra 2 é um termo
funcional, flambém é interessante distinguir os termos constantes, (Vy(((^3xPx)AQb)-^Qy)<->Vz((-iQz)v(3xPxv(-nQb))))
"aqúéles^que não incluem variáveis em sua composição, e os
termos variáveis, aqueles que as incluem. 1) Os parênteses mais exteriores de uma fórmula podem
ser omitidos^
A gramática das fórmulas recorrg à gramática dos termos
para sua formulação. Urna expresão (p de A * será uma A fórmula ficará:
\a bem formada (fbf) se e somente se:
Vy(((-n3xPx)AQb)^Qy)^Vz((-iQz)v(3xPxv(^Qb)))
' \ Dado queí PAé um predicado e t,, t^, t,, t„ são
termos, (p^^itjtjtv-.t^, ou (p=(t~ti), para 0<i<n e 4) Podem ser omitidos os parênteses externos de
0<j<n, ou qualquer negação
2. Assumindo que a e (3 são f b f s e )i, é uma variável,
(p=(-ia), ou (p=(aAP), ou {p=(avP), ou (p=(a-^(3),
2 Aqui, como no capítulo anterior, usamos "fórmula" para referir a
ou (p=(a<->P), ou (p=V|ia, ou (p=3)j,a. expressão toda, n ã o subfórmulas.
188 189
Ficamos com: Examinemos agora com mais detalhe algumas constru-
ções geradas a partir dos novos símbolos de ^ - • •
Vy((-i3xPxAQb)-^Qy)^Vz(-nQ2v(3xPxV^Qb))
5.1.1.1 Termos
3) Podem ser omitidos os parênteses externos de
aninhamentos conjuntivos e disjuntivos se a estes for Como vimos na gramática dos termos, um termo pode
; aplicada diretamente a implicação ou a dupla ser uma variável, uma constante ou utn termo funcional
implicação. (= termo em que ocorre uma f u n ç ã o ) . ^ a r i á v ê k p ã o termos
genéricos, ou seja, uma variável não_designa um objeto. mas
A fórmula fica: - ' ? , ' o lugar que deve ser ocupado pelos objetos de dado domínio
em uma dada relação. Assim, graças ao uso de variáveis, é
, Vy(-,3xPxAQb->Qy)<->Vz(-^Q2V(3xPxv-nQb)) possível tratar de um predicado sem determinar os objetos
particulares a que ele se aplica. Veja
4) Podem ser omitidos os parênteses internos de
aninhamentos conjuntivos. Px = "x é mais pesado que um b o i "
Axy = "x ama y"
A fórmula continua: Dxyz = "x dá y a z"
Vy(-,3xPxAQb^Qy)^Vz(-nQzv(3xPxv-,Qb)) Aqui, a rigor, não dizemos nada sobre os objetos de
nosso discurso. As únicas coisas que as variáveis indicam
5) Podem ser omitidos os parênteses internos de nesse caso é que há um conjunto dos x, um conjunto dos y e
aninhamentos disjuntivos. um conjunto dos z. Com isso, percebemos, por exemplo,
que o predicado P toma o conjunto dos x como domínio
Teremos a fórmula: \ (lembre-se que estamos tratando predicados como relações,
por isso podemos falar de domínios de predicados). AHás,
Vy(-,3xPxAQb-^Qy)^Vz(-,Qzv3xPxv-,Qb) isso é a única coisa que nos é informada pela fórmula; o que
nos adverte do perigo de ler nela mais do que ela representa.
6) Podem ser omitidos os parênteses de uma identidade, De fato, alguém pode pensar que ao traduzirmos Px como
salvo se ela sozinha constituir o escopo de uma "x é mais pesado que um boi", estamos asseverando que um
generalização (cf. 1.1.3). certo sujeito x é mais pesado que um boi, mas, m v e r d a d e ^
não é nome de ninguém, ou seja, com x n ã o referimos
Vx(Px—>x=y) (correto) 3yx=y (errado) nenhum sujeito, e, portanto, Px não assevera nada. O
significado de Px seria mais próximo de algo como "a
Note que através destas regras conseguimos reduzir o propriedade de ser mais pesado que um boi com relação ao
número de parênteses de oito para dois pares. Isso é uma conjunto dos x", algo que não está sendo afurmado ou
grande contribuição para a simplicação da escrita de negado de coisa alguma.
fórmulas.
190 191
Na seção 1.1.3, veremos que as variáveis podem ser que lhe fosse pecuhar. Por exemplo, "o mestre de Platão" é
associadas a quantificadores para se tornarem designadores uma expressão que designa Sócrates fazendo referência a
de objetos. Mesmo assim, elas só designarão__objetos uma qualidade específica de Sócrates. Esta qualidade é
genericamente, às vezes fazendo referência d é l õ m a s ó vez a específica de Sócrates, porque ele foi o "único" mestre de
fõHÕTos objetos de u m dado domínio, às vezes designando Platão. Neste caso, a descrição definida corresponde a um
objetos que não estão especificados. termo funcional, pois ele é gerado pela apHcação da função
Constantes são termos que designam objetos direta- "ser mestre de" ao objeto Platão. Existem, todavia,
mente, em outras palavras, elas são como rótulos que podem descrições definidas que não correspondem ^ l e r m o s
ser apHcados aos objetos sem fazer qualquer referência WóoM como p.ex. "o menor número natural". Neste
intermediária. caso, a expressão especifica um objeto sem fazer referência a
um outro objeto, ou seja, sem aplicar uma função a um
objeto.
constantes objetos Observa-se a vantagem do uso de L em lugar da
Hnguagem natural quando percebemos que as descrições
definidas nem sempre têm um sentido preciso. Considere o
seguinte exemplo:
A metade de 2 mais 2
Diferente é o papel dos termos funcionais, os quais
designam objetos indiretamente, ou seja, a designação só é Esta é uma descrição definida de sentido duvidoso.
possível porque uma função é apHcada a um ou mais objetos Dependendo de como a interpretamos, ela pode se referir
que tem uma relação específica com o termo que se quer tanto ao número 2 como ao número 3. Para expressarmos
referir. essa descrição como um termo funcional, precisamos
especificar o significado das funções que o comporão, e,
nomes de filhos designações de pais pais com isso, qualquer ambiguidade será eliminada. Assim,
façamos -
apUcação de g designa
^ — •A metade de x
g=pai de X g = X mais y
a = 2
(Se, por exemplo, c= "Pedro", então gc="o pai de Pedro" e
• = o indivíduo designado por gc) daí teremos que
Tais termos, quando traduzidos para a linguagem natural, fg\ = 2
correspondem a umajsubclasse das descrições definidas/de g^faa = 3
Russell. Ele chamava de descrições definidas expressõeFque
designavam um indivíduo com base em alguma qualidade
193
192
Cada um dos termos funcionais acima tem um sentido velho de Ludwig Wittgenstein" (ele nunca teve filhos) e "o
preciso. Referências intrincadas feitas em linguagem natural maior número natural". Tais descrições vácuas podem gerar
também são esclarecidas quando as substituímos por termos. interessantes problemas lógicos. Se considerarmos a senten-
Esta, por exemplo, é uma descrição que faz referência a um ça "o atual rei da França é careca" falsa, deveríamos concluir
rato: , • : • que sua negação é verdadeira, mas "o atual rei da França não
é careca" parece igualmente falsa. Uma solução seria
O rato que roeu a roupa que o rei que a rainha que Ricardo roubou considerar simplesmente que ambas as sentenças são
rejeitou rasgou destituídas de verdade e falsidade, e aceitar que existem
sentenças declarativas que não tem nenhum valor de
Tal referência, contudo, não parece nada clara. A verdade. De fato, essa foi a proposta de Frege para
estrutura do termo equivalente a essa descrição definida linguagens naturais. Para a linguagem da aritmética Frege
permite-nos decifrar com maior facilidade o que ela quer sugeriu estipular arbitrariamente o conjunto vazio como
dizer: referência de tais descrições vácuas. Isso, porém, suspende o
princípio do terceiro excluído. A solução de Russell na sua
X; £ Ratos teoria das descrições (em On Denoting, 1905) consistiu em
X2 £ Roupas interpretar sentenças com descrições definidas como
^ X3 £ Reis contendo implicitamente um enunciado de existência. Quem
X4 e Rainhas afirma "o atual rei da França é careca" está, a rigor,
a = Ricardo afirmando "existe um atual rei da França, não mais que um,
f' = o X que roeu y e este rei é careca". Assim podemos admitir que toda
f 2 = o X que o y rasgou sentença bem formada realmente tem um valor de verdade e,
f J = o X que o y rejeitou ao mesmo tempo, recuperar a bivalência, pois distinguimos
f 4 = o X que o y roubou diferentes negações da mesma sentença, já que esta não é
mais simples, mas sim complexa: pode-se negar que exista
um rei da França ou negar que ele seja careca. A discussão a
Donde construímos o termo:
respeito da interpretação correta de tais termos é uma
questão ainda controversa na filosofia, com várias implica-
ffXif'.X2f3X3f4X4a
ções lógicas, semânticas e metafísicas (se a descrição "o ser
sobre o qual não se pode pensar nada maior" necessaria-
Analisando esse termo, podemos ver que falamos do rato
mente se refere a algo, teríamos uma prova trivial de que
que roeu a roupa rasgada pelo rei rejeitado pela rainha
Deus existe).
roubada por Ricardo.
Mas, poderíamos perguntar: e se esse rato não existir? Se
jamais algum rato roeu tal roupa? De fato, um fenómeno
filosoficamente interessante é a possibilidade de se criar
/descrições definidas vácuas,\que não se referem a nada que
realmente existe, p.ex. "o Hiâal rei da França", "o filho mais
194 195
5.1.1.2 Proposições atómicas ou elementares 5.1.1.3 Fórmulas quantificadas A^s-rK//^/>l»«iff-it
As fórmulas atómicas ou elementares de £ serão As fórmulas^dos tipos '^J^ o/B^ia são chamadas
exatamente as fórmulas resultantes da regra 1 da gramática liiimulas quantificadas 1 ou l^^eilirãlízaçõ^ fórmulas do
das fórmulas. Vê-se assim que as fórmulas j|Ô£nicas de £. já primeiro tipo sao generaIiza0Ss~iiniversais e as do segundo
possuem uma estrutura complexa, e, às vezes, bem comple- lipo são generalizações existenciais. Note que o quantifica-
xa, como nesse cxcrppTõí ilor é aplicado àformula a \ o d á l Esta fórmula a será
chamada depw/)o do quantificador. A variável que antecede
• QfVcyb o escopo, aqm representada por \X, será, por sua vez,
chamada variável i sso posto, podemos verificar, por
Algumas fórmulas moleculares de L, como —iFb, por
exemplo, que
exemplo, terão uma estrutura mais simples do que esta. A
marca característica de todas as fórmulas atómicas de X é a
Vx(Pa—^Qyc) é uma generalização e
ausência de conectivos lógicos (como já acontecia com as
fórmulas de X,,), bem como de quantificadores. Por conta 1- ^íE!í7^^^^ '^^^ ^ uma generalização
dessa característica, as fórmulas atómicas têm todas um e 3yRd é uma generalização e
apenas um predicado em sua constituição. ,^^3x—IFXABZ—iFz não é uma generalização.
Isso não deve soar estranho com respeito às identidades,
vale dizer, às fórmulas cujo único símbolo lógico é o A segunda expressão não é uma generalização, porque o
símbolo da igualdade. A igualdade também pode ser escopo do quantificador é apenas Px. Para que tivéssemos
considerada u m predicado, e, com efeito, é um dos poucos uma generalização, seria necessário escrever nesse lugar, por
predicados univeisai^ já que, prima facie, tudo é igual a si
exemplo, Vx(Px—>Qaz). Com efeito, não há nenhuma regra
mesmo. AJT igualdade/ só é tratada como sírnbolo_lógico
porque ela e um predicado não paramétrico, o que quer dizer ijue permita a omissão dos parênteses externos de uma
que sua interpretação nao é variável, eTã~sempre significa a fórmula complexa que ocupa o lugar do escopo de um
mesma coisa. Assim, quando dizemos que t,=tj, isto sempre tjuantificador, salvo se essa fórmula for uma negação. Da
deve ser interpretado como "os termos t, e tj designam o mesma forma, para a fórmula do quarto exemplo ser
mesmo objeto". Por comodidade, usaremos o símbolo considerada uma generalização, seria necessário escrever
para substituir a negação de uma identidade; por conse-
3X(--IFXA3Z-IFZ).
guinte, t , * t 2 deve equivaler a —itj^tj.
Merece destaque o fato dos quantificadores serem
Como mencionamos acima, a aridade de um predicado é
iiilerdefiníveis. Isto significa que uma fórmula com
subentendida na sua aplicação. N o exemplo acima, fica claro
t|uantificador universal sempre pode ser transformada em
que o predicado Q está sendo aplicado a apenas um termo, a
uma fórmula que contém apenas quantificador existencial e
saber, f^xg^cyb. Se o exemplo fosse outro e tivéssemos a
vicc-versa. As transformações são feitas com base nas
fórmula Qfxg^cyb, Q seria um predicado ternário, ele estaria
relações de equivalência abaixo:
sendo aplicado a fx, g^cy e b (vê-se aqui a importância dos
índices que indicam a aridade das funções).
196
197
1 . V|a,a -,3|i-íoc \A ; . , v . ; ^ v ,v, i
A - Vx(Px^Qx) ^ ;
2.3\ia <^^-iy|j,-iOC ^
E - Vx(Px-^-iQx)
[ - -iVx-n(PxAQx) .-. -,Vx(Px^-,Qx)
0 sinal de equivalência lógica "<=4>" deixa claro que a
O - ^Vx^(PxA-nQx) .-. -n\fx(Px-^Qx)
fórmula à sua esquerda sempre pode ser substituída pela
fórmula à sua direita, e vice-versa. Com isso, fica
Nesse ponto, podemos notar também o quanto a LPPO
estabelecido que tudo o que é formulável na LPPO com os
é inais expressiva do que o silogismo. Enquanto os tipos de
dois quantificadores, também é formulável com apenas u m
(('irmulas do silogismo se restringem aos ^quatro que
deles, seja o quantificador universal, seja o quantificador
acabamos de formalizar, a LPPO permite a expressão de
existencial. E m outras palavras, assim como na lógica
muitos outros tipos, tanto de fórmulas quantificadas, quanto
proposicional todos os juntores poderiam ser substituídos
de fórmulas sem quantificação. Na verdade, como veremos
por u m só juntor sem perda de expressividade (a barra de
adiante, a superioridade, da LPPO em relação ao silogismo
Sheffer, por exemplo), da mesma forma, na LPPO, poderia
do Aristóteles não se restringe à expressividade; ela também
ser usado apenas u m dos quantificadores (qualquer um deles
V [presente na economia de regras, na abrangência de
serviria). Mesmo assim é. comum o uso dos dois quantifi-
inferências e na exclusão de inferências indesejadas.
cadores para simplificar a escrita e a dedução de certas
Veremos em seção futura que essas vantagens decorrem de
fórmulas.
certas propriedades de LPPO, a saber: a independência, a
Note que a negação de uma generaK2ação existencial
completude e a correção. Mas, mesmo com todas essas
equivale a uma generalização universal e a negação de uma
vantagens, parece que a LPPO ainda não dá conta de todas
generaKzação universal equivale a uma generalização existen-
as formas de inferência válidas usadas na linguagem natural.
cial. De fato, vemos isso claramente ao formalizarmos as
I'or isso se desenvolveram lógicas alternativas - mas isso é
quatro formas de enunciados categóricos do silogismo
uma outra história, uma história que deixamos para noticiar
aristotélico:
icsumidamente no capítulo final.
A - Vx(Px->Qx)
Importante: uma variável |U, é chamada de^pãriávêll^^]
E - Vx(Px->-nQx)
se e somente se ela aparece no escopo de uma generalização
1 - , 3X(PXAQX)
cuja variável de Ugação é o próprio |I. Se uinajv^riável não é
O - 3x(PxA-,Qx) ligada nem de ligação, ela é chamada de variável livre.
5e numa
r(')rinula não ocorrem variáveis UvreS7"êE~~e~cEamada de,
Sabemos pelo quadrado lógico que A é a negação de O e yórwiila fechada caso contrário ela é chamada áe^rmula aberta.
vice-versa, e que E é a negação de I e vice-versa. E é de fato TNr()te~que'lis~Tórmulas dos exemplos 1 e 2 são'ã!bertas e ãs
isto que verificamos quando transformamos as fórmulas I e fórmulas dos exemplos 3 e 4 são fechadas.
O com base nas relações de equivalência 1 e 2 . Veja:
Aqui, diferente do que fizemos no capítulo anterior,
faremos uma distinção entre sentença e fórmula ou
198 199
proposição. Fórrnula ou proposição£ qualquer expressão constituem um símbolo de A e por isso a expressão não é
pertencente a £,\) é toda fórmula fechada. Como uma fórmula. Ela só seria uma fórmula se tivéssemos
veremos na semântica' da LPPO^ sõinênte sentenças símbolos para designar todos os seres humanos, um por um.
possuem assertividade, ou seja, somente uma sentença pode Mas é claro que uma fórmula assim seria absurdamente
ser verdadeira ou falsa. Outrossim, nossas deduções serão jiraiide, e, portanto, humanamente impossível de ser escrita.
compostas unicamente de sentenças^^NãõJque inexistam Sc, ao invés de trabalharmos com o domínio dos seres
relações de dedutibiUdade entr^ formulas abertas a questão é humanos, estivéssemos trabalhando com um domínio
que acreditamos ser mais fácil 'de "relacionar a sintaxe e a mlinito, aí então, logo de saída, estaria frustrada qualquer
semântica da LPPO ao impormos esta limitação ao nosso esperança de traduzir a generalização universal ccjm base em
método de prova. O conjunto das sentenças será uma fórmula não quantificada. Para resolver esse problema,
simbolizado por X,. 11 l.PPO introduz o quantificador universal. Com o auxílio
A distinção entre variáveis ligadas e livres é pressuposta lio símbolo " V " e tomando " H " para ser o predicado "x é
para se compreender as regras de dedução - por isso não luimano", a proposição inicial pode ser formalizada assim: :
continue a leitura sem ter clareza sobre isso! Se o essencial
está claro, passemos ao exame de alguns tópicos importantes \/x(Hx—>Mx) / = Todo ser humano é mortal (leitura
sobre as generalizações. " '' literal: "para todo x, se x é humano,
então X é mortal")
I) Generalizações universais
Torna-se ainda mais evidente a grande importância do
"Todo ser humano é mortal", seria possível formalizar c|uantificador universal quando o nosso discurso está
essa asserção sem o uso de um quantificador universal? Se circunscrito a áreas onde o trabalho com domínios infinitos
usarmos M para representar o predicado "x é mortal", uma é comum; o que é o caso da matemática. Tome-se como
possibilidade seria então: exemplo a proposição verdadeira "todo número natural é
ímpar ou par". Para formalizá-la, basta usar o quantificador
MaAMbAMcAMdAMeA...AMe„ universal:
o que poderíamos traduzir como: Vx(Nx-^(IxvPx)) ...
"Sócrates é mortal e Platão é mortal e Aristóteles é mortal onde: •' ^ . •
e Pedro é mortal e...e o último homem da lista de homens
é mortal" N = X é número natural
I = X é ímpar
Isso, de fato, equivaleria a dizer "todo ser humano é mortal". P = X é par
O problema está em preenchermos toda a lista de seres
humanos. As reticências no meio da expressão não
200 201
N o entanto, se é estabelecido de antemão que o domínio numeroso esta substituição é incoveniente; quando ele é
das variáveis se restringe ao conjunto dos números naturais, infinito, é impossível. Por isso temos a necessidade de um
o que é feito especificando que x G N ou que D o m = N (o quantificador existencial.
domínio é o conjunto dos naturais), pode-se simplesmente Também poderemos, em algum momento, querer dizer
escrever: algo de uma quantidade determinada de sujeitos. Por
exemplo, "Chiquinha tem dois namorados". Para formalizar-
• Vx(lxVPx) '1?!^'' '"^ -^'^^^ • '-^^ mos uma asserção como essa, temos que fazer associações
de quantificadores. Como fazer isso é o que veremos a
seguir. ,> . . i íí;;.-.
II) Generalizações existenciais
O quantificador particular ou existencial é usado quando III) Quantificação[ múltipla
queremos asseverar que certo(s) objeto(s) não especifica-
do(s) pertence(m) a determinada relação. Se tomarmos F A LPPO ganha grande expressividade graças à
para simbolizar o predicado "x é filósofo", a proposição possibilidade da múltipla quantificação, vale dizer, ao uso de
dois ou mais quantificadores encapsulados na mesma fórmula.
Alguém é filósofo Dois quantificadores estão encapsulados se e somente se o
escopo de um é parte do escopo do outro. Assim, dadas as
será formalizada assim: formulas: T ^ - •
3xFx ( (leitura literal: "existe x, tal que x é filósofo") 1. VxPx^3x(Qy->Px) e • ..^i í ' í
2. VxPx-»W3x(Qy-^Px) i
<— ^
N o exemplo, o quantificador particular não dit^ que existe
apenas um objeto que possui a propriedade de ser filósofo, mas vemos que há quantificação múltipla em 2, mas não em 1.
sim que peh menos u?^ a possui. O u seja, a proposição acima é As vezes, a quantificação múltipla é supérflua. Isto ocorre
verdadeira mesmo que existam centenas de filósofos ou até quando o escopo de um quantificador não contém variável
mesmo se todo ser humano fosse um filósofo. Ela seria falsa livre.
somente se não houvesse nenhum filósofo. Destarte, também
aqui, e em outros casos em que temos um domínio finito, Ex.: VxBxPx '
seria possível substituir a generalização por uma fórmula
eqiaivalente não quantificada, a saber Nesta sentença, a variável é Hgada pelo quantificador
existencial e não pelo universal. De fato, a regra geral é que,
FavFbvFcvFdvFev...vFe„ em caso de encapsulamento de quantificadores com a
mesma variável de ligação, as variáveis ficam ligadas ao
Mas é claro que, a exemplo do que foi mostrado com quantificador que tem o menor escopo. Destarte, o
relação à generalização universal, quando o domínio é muito quantificador universal do exemplo é totalmente inútil, não
202 203
obstante, a sentença está intekamente de acordo c o m a 8. 3 x 3 y A x y <-> 3 y 3 x A x y -
gramática das fórmulas. II
N o silogismo n à o havia a possibíLidade de quantificação Existe a l g u é m que ama a l g u é m =
múltipla, e isso era uma grande desvantagem. Percebemos
existe a l g u é m que é amado por a l g u é m
isso mais facilmente quando observamos c o m o e m muitos
casos s ã o corriqueiras as a s s e r ç õ e s que podemos formalizar A l é m de p e r m i t i r a formalização de enunciados sobre
com base nesse procedimento. Suponha que queiramos certas relações genéricas como os que acabamos de
formalizar a frase " t o d o ser h u m a n o ama a l g u é m " . F a ç a m o s
examinar, c o m o auxíHo da generalização múltipla podemos
também
(ambém formalizar enunciados sobre os predicados de
sujeitos b e m específicos. Isso é o que fazemos ^c[uando
Dom - seres humanos f(2rtiialixamos uma asserção que inclui uma descrição
A = " x ama y " JefinidaAA formalização de{ Russell para a a s s e r ç ã o _o_atual
rei d a ^ a n c a é c a r e ç a " , por exemplo, usa quantificação
A sentença formalizada fica assim: V x B y A x y (leitura múltipla:
literal: Para t o d o x, existe u m y, tal que x ama y).
Dependendo da posição dos quantificadores e das 9. 3 x ( ( F x A V y ( F y - ^ y - x ) ) A C x ) , onde:
variáveis usadas, o sentido de uma fórmula pode m u d a r
radicalmente:
Dom = homens
F - " x é atual rei da F r a n ç a " e
3. V x 3 y A x y = T o d o ser h u m a n o ama a l g u é m C = " x é careca"
4. B x V y A x y = Existe a l g u é m que ama a todos
5. V x B y A y x = T o d o ser h u m a n o é amado por a l g u é m H á outras maneiras de formalizar a mesma a s s e r ç ã o ( c f
6. B x V y A y x l — Existe a l g u é m que é amado p o r todos Ex7, TeolOO), mas sempre se faz uso de quantificação
múltipla.
Estes exemplos m o s t r a m c o m o a o r d e m dos quantifi- N o t e t a m b é m que a fórmula conjuntiva mais interna
cadores é importante, caso estes sejam diferentes. Se os dois garante que atuaknente a F r a n ç a t e m u m e apenas u m rei.
quantificadores f o r e m do mesmo tipo (ambos particulares Isso fica claro se supormos que a F r a n ç a tem dois reis, c, e
o u ambos umversais), eles p o d e m ser trocados sem alteração Cj. Nesse caso, é verdade dizer que F c j , mas n ã o é verdade
de sentido. Veja: dizer que V y ( F y - ^ y ~ C j ) . A fórmula 9 será verdadeira se e
somente se a F r a n ç a atualmente t e m u m ú n i c o rei e ele é
7. V x V y A x y ^ VyVxAxy careca.
li Esta e x p l a n a ç ã o sobre a formalização de " o atoai rei da
T o d o s amam a todos = todos s ã o amados p o r todos F r a n ç a é careca" serve para exemplicar u m procedimento
mais geral c o m respeito à quantificação múltipla. Sempre que
queremos formalizar enunciados sobre um número
204 205
específico de objetos que participam de uma relação, usamos i) 3y(((-,Fa)v(Vx((^Gx)-^Hy)APx))^Gy)
quantificação múltipla. E m geral, quando se trata de
j) 3x((PaA(-iPx))->VyVz((y-a)A(z-x)^(-n(y-z))))
expressar que um único objeto possui uma propriedade P
qualquer, escrevemos: 3. Elabore um procedimento efetivo que liste todas as
identidades de .£ e apenas as identidades.
, 3x,(Px,AVy(Py-^y=xO) <
Solução: ' .. . • •
Para dois objetos, temos:
Considere a seguinte lista de listas de símbolos: •
3x,3x2((Px,APx2)A(x,*X2)AVy(Py-^y=XiVy=X2))
Lo = a b c d e a, b, ... • >' . i -
Para três objetos, vem: - - ' '.
L2=f g f? g; hí f;...
3X,3X23X3((PXIAPX2APX3)A(XI*X2AXJ!*X3AX2*X3)A
L„ = f" g h" f; g: h : f"... • ; •
(Vy(l^y^y-x,Vy=X2Vy=X3)) , .
E assim por diante. U m procedimento que enumera todos esses símbolos é dado
Exercícios (Ex6): • pela tabela a seguir: ^,
1. Elabore um procedimento efetivo que liste todas as
fórmulas dc £ .
2. Elimine os parênteses desnecessários das fórmulas e
indique quais delas são sentenças:
a) (Pa->vye(-nPx))) ; ; , :
b) 3x((PbAQx)-^Px)
c) Vx(FavVx(Fx^VxFx))
d) (Vx(Fa^Fx)-^Vy(y-a))
e) 3x(VyFy^3z(Fyv(^Fz))) •
f) VxVy(a-b->(3x(y-a)A3y(x-b)))
g) (Vy3x(FxAGy)v((3yFyvGy)A3xGx))
h) (((^3xPx)AVyGy)->V2(^(Ga^Pb)))
206 207
A lista que resulta desse procedimento chamaremos de L . 5. Na seção 1.1.3. parte 3, foi apresentado um procedimento
Assim, L = a b f c g ... . que permite formalizar fórmulas que expressam que n
sujeitos tem uma propriedade P. Explique porque, para
Produzimos então mais uma lista de listas usando o expressar que 5 sujeitos tem uma propriedade P, não basta
procedimento acima, sendo que a primeira lista agora é L , a escrever: , - . . ••• .
segunda é uma lista das combinações de dois elementos de
L, a terceira uma lista das combinações de três elementos de 3X,3X23X33X43X5(PX,APX2APX3APX4APX5) • • •
L, e assim por diante. A essa lista de listas chamaremos de
L . Finalmente, a lista dos termos é construída tomando- 6. Assuma os conteúdos proposicionais indicados e traduza
se por ordem cada elemento de L* e colocando-o em se e as seguintes asserções para £,.
somente se ele é um termo. Assim, L, = t, tj tj ... . A lista L=
das identidades de X é dada pela tabela: m = Maria Ui: ••-i,; ^'^ .
i = João
f = o pai de X ; . „ . • . , • -« -
g = o patrão de x ., ^ ^
D = X é despedido por y • =
N = X namora y • •' • " '
O =xodeiay --^I,.:,-^ ;.
a) O pai de Maria é o patrão de João.
b) Se João namorar Maria, seu patrão o despede.
c) Todos os filhos do pai de João são empregados do pai
de Maria.
d) O pai de Maria odeia qualquer um que namore Maria.
e) Todos os namorados de Maria que são empregados de
seu pai são despedidos por ele.
f) O pai de Maria odeia a todos, menos a si mesmo, a sua
(qed) , filha e a sua namorada.
g) O pai de Maria é odiado por todos os seus
4. Assuma que P="x é pai de y" e que trabalhamos com o empregados, exceto por uma que também é sua
domímo dos seres humanos vivos. Mostre como poderíamos namorada.
traduzir para L a asserção "todos tem um pai" sem o auxílio h) Dados dois empregados quaisquer do pai de Maria,
de quantificadores. pelo menos um deles é odiado pelo patrão.
i) Maria odiaria João se ele namorasse a namorada do pai
dela.
208 209
c j) Maria namora qualquer u m que seja empregado de seu iodas as regras de RI^, mas a m u d a n ç a de Unguagem nos
í; pai e o odeie o u odeie a namorada do mesmo. possibilita fazer mais inferências do que anteriormente.
l'oderemos doravante inferti: coisas que eram já inferidas nos
7. Elabore uma gramática das sentenças sem utilizar o silogismos aristotélicos e que não p o d i a m ser inferidas c o m
conceito de fórmula (dica: e m algum m o m e n t o pode ser l)ase na linguagem da LP. Ademais, c o m o £ nos permite
c ó m o d o fazer uso de alguma das fórmulas esquemáticas tazer declarações sobre identidades e sobre relações que
especiais apresentadas no início da p r ó x i m a seção) envolvem a identidade, t a m b é m deveremos estar equipados
para fazer inferências a respeito dessas declarações. Todas
8. Se t i v é s s e m o s que P = " x assistiu ao espetácirlo", c o m o estas novas inferências s ó p o d e r ã o ser feitas porque, a l é m
e x p r e s s a r í a m o s em £ a a s s e r ç ã o : " M a i s de duas m i l pessoas das nossas antigas regras de inferência^ acrescentaremos ao
assistiram ao e s p e t á c u l o " ? (considere "mais de duas m H . . . " nosso repertório "sei^ novas regras^ - duas sobre o
equivalente a " p e l o menos duas m i l e uma...") quantificador particular, ^duãs sobre o quantificador universal
e duas sobre a igualdade. Para enunciá-las farenios uso 3e
5.1.2 As|regras de i n f e r ê n c i a j à a L P P O ( R I ) esquemas gerais c o m o f o i feito c o m a LP. Alguns detalhes
do simbolismo a ser usado devem ser previamente
Os conceitos sintáticos da L P P O s ã o em grande parte esclarecidos, em particular, algumas fórmulas e s q u e m á t i c a s
semelhantes aos da LP. D e fato, codas as definições que especiais devem ser introduzidas. Seja pois a uma fórmula, t,
apresentamos na s e ç ã o 1.2.2 do capítulo anterior são válidas
t, e t , termos constantes e jJ. uma variável. V e m :
para a L P P O . S ó temos de acrescentar agora o conceito de
prova da L P P O . V e m : ^ ^ , i; í ' v;; : , . ; ;
a[t] significa que t ocorre em a
«[tj/tj significa que ajguma ocorrência de t, e m tt
Umsijpnim da LPPOJé uma seqtiência fmita de sentenças
de £ , e m que c a d T T e n t e n ç a o u é premissa, o u é axioma está sendo substituída p o r t j
lógico, ou é derivada de sentenças anteriores p o r meio de a[(l/t] significa que toda ocorrência Hvre de \X e m a
uma das regras de inferência de R I , sendo a última está sendo substituída p o r t
sentença da sequência chamada de c o n c l u s ã o . a[t/|i] significa que, para algum t, se t ocorre em a, t
está sendo substituído por [i
Permanecem t a m b é m as propriedades da funcionalidade a [ t / s i g n i f i c a que, para t o d o t, se t ocorre e m a, t
e do fechamento, e o simboHsm(|rVa' indicará a existência está sendo substituído p o r | I .
de uma prova da L P P O quando r= premissas de OC.
Notai: a=a[!l/t], se jO, não ocorre Hvre em a,
Todas as inferências que p o d i a m ser feitas na L P ,
e a=a[t/|a] o u a=a[t/|i]*, se t n ã o ocorre em a.
continuam podendo ser feitas na L P P O , embora as
sentenças agora sejam anotadas de outra forma. A r a z ã o Feitas estas o b s e r v a ç õ e s , vamos às regras:
disso é que mantemos c o m o regras de inferência da L P P O
210
211
l)lEliminação jio quantificador universal (E-V) zlTntrõdiição^o quantificador universal (I-V)
VM-g
V|xa[t/n]*
A fórmula que resulta desta regra é denominada de (onde pu^V, caso t ocorra no escopo de uma generalização
fórmula universalmente instanciada. N ã o é difícil justificar
que t e m V c o m o variável de ligação)
esta regra. C o m efeito, parece razoável aceitar que se todos
os objetos têm u m determinado predicado, então u m objeto
[Restri^ãõ^ít n ã o pode ocorrer em nenhuma premissa de ÇX
particular designado por t t a m b é m tem esse predicado. Por
na prova.
exemplo, se é verdade que " t u d o é passageiro", então
t a m b é m é verdade que "Pedro é passageiro", mesmo que ele
Esta regra é possivelmente a menos óbvia, afinal parece
seja o motorista do ônibus. A regra é bastante óbvia e
generalizar indevidamente a partir de u m caso particular. N a
dispensa maiores explicações. O rinico cuidado a ser tomado
verdade, o que torna esta regra váHda é a restrição que lhe
é o de n ã o confundir uma generalização universal c o m uma
está anexada. Basicamente a ideia é a de que o / que f o i
fórmula que apenas contenha uma generalização universal —
generalizado é u m termo constante que, apesar de designar
semente sobre uma generalização universal se pode aplicar a
um indivíduo, designa um indivíduo qualquer. Isso é
regra E-V. Assim, p o r exemplo:
garantido formalmente ao exigrr-se a não-ocorrência de t em
nenhuma premissa da fórmula sobre a qual é aplicada a regra
é incorreto é correto
1-V. D e fato, se examinarmos as nossas regras de inferência
VxFx-»Ga VxrFx-^Gx^
c o m atenção perceberemos que, se t ocorre n u m a _ f ó r m u l a ^ ,
Fa^Ga ' ' Fa^Ga
mesmo sem ocorrer em nenhuma de suas premissas, t_só
pode ter a p a r e c ^ na prova^^primeiramente numa fórmula
A o assumirmos a asserção: "se todos fossem filósofos,
/lAHh i n f«^^duzidãjíç^^ • E m qualquer u m
Platão seria feliz", n ã o podemos concluir que se Platão fosse
desses casos, o fato de t ter aparecido na d e d u ç ã o n ã o t e m
filósofo, ele seria feliz. A c o n c l u s ã o somente seria correta se
qualquer relevância, pois n o lugar de t poderia ter aparecido
a premissa fosse "dado qualquer h o m e m , se ele é filósofo,
qualquer outro termo.
ele é feliz". E graças à regra da eliminação do quantificador
i'^ fácil de ver por que a variável |1 que substituirá t n ã o
universal que podemos descartar os quantificadores
pode aparecer dentro do escopo de u m quantificador com
existenciais supérfluos de uma sentença. Veja que se tt é uma
variável de ligação igual a |I. Se isso ocorresse, \i ficaria
fórmula fechada, então, por E - V , temos que V ) i a l - a (cf.
ligado pelo quantificador mais interno, o que seria incorreto.
notai).
N o t e t a m b é m que, se a é premissa, a regra I - V n ã o lhe
p o d e r á ser aplicada, pois, neste caso, a será considerada
212 213
premissa de si mesma. Desta forma, erradas s ã o as 3) I n t r o d u ç ã o do quantificador particular (1-3)
inferências:
g
E x e m p l o 1:
3^a[t/^]
1. Fa premissa
(onde |J-^V, caso t ocorra no escopo de u m a
2. V x F x (errado, pois a ocorre na premissa) generalização que tem V como variável de ligação)
E x e m p l o 2: Essa regra é de fácil c o m p r e e n s ã o . Quando se diz de u m
determinado objeto que ele t e m u m a certa propriedade o u
1. 3 x ( F x - > G a )
faz parte de certa relação, então se pode dizer, de m o d o mais
2. Vx3x(Fx—>Gx) (errado, pois a estava n o escopo de
geral, que existe algo que t ê m a propriedade o u participa da
uma quantificação sobre x)
E x e m p l o 3: relação. E x e m p l o : se é verdade que "Pedro é filósofo", então
lambem é verdade que "existe alguma coisa que é u m
1. Fa premissa filósofo". D e fato, c o m o a[t/|J.] diz apenas que algum t
2. ^ F a premissa (caso haja algum) é substituído p o r pode-se substituir
3. G a - ^ F a C apenas uma parte das ocorrências de t e m OC e manter as o u -
4. G a - > - i F a C lias, p o r exemplo: de Fa—>Ga pode-se derivar 3 x ( F x - ^ G a ) .
5. ^ G a RA Deve ficar claro, p o r é m , que seria u m grave errÕ^ãpHcar o
i|uantificador a apenas uma parte da fórmula: 3xFx—>Ga.
6. V x ( ^ G x ) (errado, pois a ocorre nas premissas.
Todavia se o antecedente i n t r o d u z i d o Pela regra 1-3, t a m b é m podemos acrescentar o quanti-
p o r C fosse G b , a prova estaria correta) llcador particular a qualquer sentença (X. Basta escolher u m
l e i m o t que n ã o ocorra e m a e escrever na sequência da
A i n t r o d u ç ã o d o quantificador universal t a m b é m nos prova 3^a[t/n] ( c f n o t a i )
permite acrescentar o quantificador universal a qualquer
sentença a. Basta escolher u m termo t que n ã o ocorra e m a 4) E l i m i n a ç ã o do quantificador particular ( E - 3 )
e escrever na sequência da prova V ( i a [ t / ) a , ] * ( c f n o t a i ) .
A b e m da verdade, essa regra, c o m o a anterior, poderia 3^la . . \
ser dispensada caso q u i s é s s e m o s adotar c o m o regras de
inferência, ao lado das regras para o quantificador existen-
cial, as relações de equivalência entre os quantificadores que
indicamos nos itens 1 e 2, da s e ç ã o 1.1.3 ( c f E x 7 , 7a).
P
21:4 215
Restrições: tj^f, caso t' ocorra em CX que lhe dar um nome provisório, por exemplo, "o monstro
da 13 de maio" ou qualquer outra expressão que a
P não pode apresentar ocorrência de t, nem
Irnagmação da polícia permitir. A partir daí, poder-se-á falar
qualquer de suas premissas exceto a[|l/1]
Hvremente sobre esse indivíduo: "o monstro da 13 de maio
usou uma faca", " o monstro da 13 de maio calça sapatos de
A barra vertical indica que ru{a[|a-/t]} h-p (F n° 40", " o monstro da 13 de maio, se preso, terá uma pena
obviamente pode ser vazio). Assim, a regra estabelece que, de no mínimo 10 anos", etc.
para qualquer fórmula P e para qualquer fórmula J E F que Da mesma forma, quando temos numa prova uma
não apresentam ocorrência de t, se r u { a [ ( X / t ] } h-p, então generaKzação existencial do tipo 3ji,CX e introjduzimos a
r u { 3 | i a } l - p . De fato, se P deriva de a\[i/t] e se nem |3 hipótese OC[)J-/t], podemos continuar a dedução e, se
nem suas outras premissas dizem nada sobre t, é porque a
chegarmos a alguma fórmula P, sendo que t não ocorre nem
menção de t não é essencial para a dedução de P, destarte, o
em P nem em qualquer das premissas de P exceto na aludida
mesmo P se deduz da fórmula 3\xa, que não menciona t.
hipótese, então podemos concluir P dicetamente daquela
Diz-se que a fórmula OC[|l/t] é uma[_fórmula^
generalização.
insíanàada^este caso, instanciada de 3\ia. Ela é introduzida
Esta regra, junto com a anterior, também poderia ser
na provã~como uma premissa provisória, que usaremos para
dispensada caso quiséssemos adotar como regras de
deduzir P e depois descartaremos. Esse tipo de premissa inferência, ao lado das regras para o quantificador universal,
também pode ser chamado de hipótese ou suposição. Note que as relações de equivalência entre os quantificadores que
quando dizemos que existe x tal que a, queremos dizer que indicamos nos itens 1 e 2, da seção 1.1.3 (cf. Ex7, 7b).
existe um ou mais objetos que estão na relação asseverada Aquelas relações, porém, não são nem devem ser
por OC, e, quando introduzimos uma fórmula particularmente confundidas com regras de inferência. Na devida ocasião,
instanciada, estamos asseverando algo sobre u m destes elas serão provadas, com o auxíUo das RI, como qualquer
objetos em particular, o qual não podemos determinar, mas outro teorema lógico da LPPO (cf teoremas 66 e 67).
temos garantido que existe. O termo constante t designa este
objeto. Desta forma, vê-se que o termo não tem a função de 5) Introdução da identidade (II)
nomear um objeto determinado, mas antes de designar um
ôHjeto que pode s£r__qualqu£r_._abieto-.. Nestes casos, t
->) funciona como u m parâmetro individual, isto e,,como u m
designador não frxadxDlsein obieTõ~^eterminado). Ele é uma
espécie de "denominação provisória do desconhecido". U m Esta regra também pode ser chamada de lei da
exemplo: suponhamos que a polícia encontre a vítima de um identidade. Ela diz que, para qualquer t, t=t é u m teorema
homicídio e diga: "Existe alguém que cometeu esse crime", lógico. N ã o se deve confundir esta regra com o princípio da
isto é, "existe alguém que é u m homicida". Como ela não identidade de Aristóteles (como também não se deve
pode simplesmente deduzir daí que "Pedro é o homicida", confundir as /eis da não contradição e do terceiro excluído.
ou "João é o homicida" etc, se quiser falar sobre ele, terá
216
apresentadas como teoremas na seção 1 do capítulo anterior, da substituição, que a eliminação da identidade se aplica
com os princípios da não contradição e do terceiro excluído). também a sentenças moleculares (cf Ex7, 8).
O princípio da identidade é um princípio ontológico, ou seja, Existe um famoso princípio que complementa a
diz respeito a objetos. Ele afirma que todo objeto é idêntico eliminação da identidade dizendo que se todas as proprie-
a si mesmo. A introdução da identidade é uma regra dades de um objeto a são também propriedades de um
sintática, ela serve para regular certas relações entre objeto b e vice-versa, então a=b. Este princípio é chamado
elementos da linguagem. Especificamente, ela pressupõe que de princípio da identidade dos indiscerníveis e é atribuído
qualquer ocorrência da uma constante t qualquer deve normalmente a Leibniz, embora formulações dele já possam
designar o mesmo objeto e, por isso, afirma t~t. E ser encontradas em Aristóteles (Tópicos 152b 30) e São
amplamente sustentado que o princípio da identidade é Tomás de Aquino [Summa Theologicae Ia* qu. X L , a 1 ad 3).
necessário e, portanto, não pode ser colocado em dúvida. Embora o princípio pareça bastante razoável, existem
Contudo, a introdução da identidade pode ser relativizada, filósofos que não o aceitam.
por exemplo, em contextos onde a designação dos termos Para construir provas da LPPO é preciso recordar os
muda sob certas condições. procedimentos que usávamos para construir provas da LP. A
estratégia traçada no capítulo anterior permanece, em geral,
6) Eliminação da identidade (El) a mesma.
. t,-t2 Exercícios (Ex7):
. , a[ti/tj Nestes exercícios também se fará necessário o uso do
teorema da dedução (TD) e de outros metateoremas, alguns
(onde (X é uma fórmula atómica.) provados neste capítulo, outros no capítulo anterior.
Esta regra também pode ser chamada de lei da 1. Dado que # G { A , V , —>, <-^}, mostre que: , ^
substituição. Ela se firndamenta no seguinte pensamento: se
dois nomes são co-referenciais, ou seja, se eles designam o a. (a#[3)[|i/t] = a[|Li/t]#|3[^/t]
mesmo objeto, então o que se pode dizer fazendo uso de um b. (a#|3)[t/^i]* = a[t/^]*#|3[t/n]*
dos nomes pode ser dito fazendo uso do outro nome no
lugar do primeiro. E m outras palavras, termos constantes 2. Alguns dos silogismos de Aristóteles não podem ser
relacionadas pela igualdade são intersubstituíveis nas provados na LPPO. São eles: 5, 6, 11, 12, 13, 16, 19, 21 e 24.
sentenças em que aparecem. Reflita e expHque o motivo. Demonstre os que podem ser
De fato, a poderia ser qualquer sentença, atómica ou demonstrados.
molecular, mas é suficiente que OC seja atómica, pois
podemos demonstrar a posteriori, com auxíHo do teorema Exemplo: Barbara
218 219
Vx(Mx^Px) ;
Vx—iFx
Vx(Sx-^Px) • 3yGy—>3x Fx
Vy—iGy
1. Vx(Mx->Px) •• p
2. Vx(Sx^Mx) ^ , P 3yVx(Px^x=y)
3. Ma-^Pa W E^V ' PaAPb
• 4. Sa->Ma E-V a-b
5. Sa-^Pa TI(Teol4)
4. Prove os seguintes teoremas lógicos (lembre que no
capítulo anterior provamos cinquenta e cinco esquemas de
3. Em cada item, prove que a última sentença se deduz da teoremas lógicos da LP. Mas, em cada uma daquelas provas,
anteriores: se as letras gregas forem substituídas por fórmulas de £.,
teremos provas da LPPO, e, conseqiientemente, teoremas da
VxVy ((Gx A Py)->Lxy) LPPO, que poderão entrar nas provas abaixo como já
GaAPb provados. Doravante, só serão encontrados teoremas que
não podem ser provados apenas na LP, especificamente os
Lab V • : que incluem quantificadores e identidade. Observe que Pj e
P|. funcionam como variáveis que percorrem o domínio dos
^Fa ' ^ . •. predicados de uma dada aridade. Observe também que todos
—iVxFx
os teoremas abaixo são sentenças, assim, qualquer fórmula
que esteja fora do escopo de uma generalização é uma
Fa^Pb sentença).
VxFx-^Pb
(56) h- Vna-^3|ia • '• -
Pb->Fa (57) I - Vna[|a/t]^a[|j,/t]
Pb-^3xFx (58) I- 3)ia[|i/t]^a[n/t]
(59) h- 3|iVva-^Vv3|.ia
VxrFx-»Gx^ (60) I- V|aVva<-^VvV|xa
VxFx-^VxGx (61) 1- 3|^3va^3v3p,a
(62) K (3^a->P)-^(V^a^(3)
Vx((FxvGx)^Hx) (63) h- V|Li(a->|3)^(V|aa->V^ip)
3Y-nrPvv-nGy^ (64) K V^(a->|3)-^(3^a-^3|a|3)
3xHx (65) K 3n(aA|3)^(3^iaA3^P)
220 221
5. a[|a/t] e-nP . EC
(66) I—iV|j,ao3|i-ia
6. \/iia - I-V
7. V | a a A - , p w , IC
1. -3\x-ia P 8. -n(V|xa^P) . . Teol6
2. 1—^a[|ii/t]-^3|i-,a 1-3 9. ( V ^ a - > p ) h 3 | i ( a ^ p ) CP
3. a[\x/t] MT 10. \- ( V n a ^ p ) ^ 3 ^ i ( a ^ P ) TD
4. V|ua 1^ I-V 11. f- 3 ^ ( a - ^ p ) ^ ( V ^ a ^ P ) DD
5. 1—iV|aa->3)a,-ia TD eCP
12. 3|i(a^p) /P, .
6. V^ia P 13. V^ia P
7.3\x-na . • 14. a[|Ll/t]-^P P (tal que t não ocorre em p )
8.^a[n/t] p 15. a[|l/t] E-V
9.a[^/t] „ / E-V 16. p MP
10. ^3|a^a - ^ Teo7 17. p : E-3
ll.-i3)j,-,a E-3 18. 3 | i ( a ^ p ) , Vjia h p
12. V|j,a h- 3|Li-^a->-i3|i-ia TD 19. h 3^i(a->p)^(V^a->p) TD
13. V|xa 1—aix-ia Teo28
14. h-3|x^a-»-iV!ia i^''"; TDeCP (73) K (a^V^P)^V|a(a->P) : -
15.1- V^a<-^-i3n-ia DD (74) V- (3|xa->P)^V|A(a^P)
(75) h (a-^3|ip)^3)i(a-^P) -i I
(67) I—^3|Liaf^Vn-,a (76) h- ( V ^ a ^ P ) ^ V ^ 3 v ( ( p ^ a ) A ( a ' ^ P ) ) (tal que a'
(68) K (V|iaA|3)<-^V^i(aA|3) é igual a a, a não ser por apresentar V onde a
(69) H (3^aA(3)^3n(aAP) apresenta \\
(70) h (V|iavp)<-^V^(av|3) \ Çll) h- (3^aop)^V^3v((a-»P)A(P-»a')) (tal que oc'
(71) K (3)iavP)f^3^(avp) • é igual a OC, a não ser por apresentar V onde OC
(72) h-(V|ia-^P)^3|i(a^P) apresenta )Ll)
(78) h (3nP,^A3|^-,P,!i)^3)i3v(P,|iv-,P,v)
(^y- . , • • (79) h ^V|a3v(-.P,^AP,v) .
1. -,3|u,(a^P) P (80) h 3|iVv(-nP,^vP,v)
2. V|x-,(a->P) Tco67 (81) V- V|i3v(P,^vP,v)^3vV^(P,|ivP,v)
3. -,(a[|a/t]->p) E-V (tal que t não ocorre em p) (82) K Vn3v(Pj|iAPkV)«->3vV)i(l^j|aAPkV) ; :
4. a[|a/t]A^P Teol6
to
00 00 00 00 00 00 CO
O 00 ^ CN Oi Ui K) ^
0 0 -~J Ln 4 ^ LO 05 ^ Si -A ^
^ LU m j T T T
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00 U<
i!u CS
o n
<
< Ti <
i< i
H C/3
H
< 11 =v •p >
y. S
224 225
h) Dado que \/\X(p G F se e somente se (p[M'/t] G F, para
qualquer t, temos que 3|J,(p G F se e somente se
21.3^iG\^AVva\v-^v-^)) P (p[|J-/t] G F, para algum t
22. l\tAVv(P,V->V=t) . P
7. Assumindo que R I é completo, mostre que também são
23. V v ( P , v ^ v = t ) E C
completos os segtiintes conjuntos de regras:
24. Pkt,^t,==t E-V'
25. P , t , ^ t - t , Teo86 a) r R l - I I - V . E - V l ^ u r V^g . - i V ^ a l
26. P,t EC
L-i3^-ia 3\i->aj
27. t=t,-^ P^t, Teo85
28. P u t , ^ t - t , D D (22,24) b) ( R I ~ { I - 3 , E - 3 } ) u r 3\ia , -n3ua 1
29. V v ( l \ v ^ t - v ) I-V
l . - i V | a - i a V|a-ia_J
30.3^Vv(l\v^H=v) 1-3
31.3nVv(P,v^H-v) E-3 . 8. Mostre que, para qualquer sentença OC, { a , t,=t2} l - a [ t , / t j .
32. 1- 3 n(l\HA Vv (PkV-^v==n))-^3 n V v (P;^V<->|LI=V)
, 33.h3nVv(PkV^H=v)^3^(P;^^iAVv(P^v->v=|i)) D D 9. Dizemos que V é o dual de 3 e vice-versa e que v é o dual
(20,32) de A e vice-versa. Alem disso, o dual de uma sentença OC é a
sentença a' resultante da substituição das fórmulas atómicas
5. Dado um conjunto de sentenças T consistente, mostre de a por suas negações, e dos símbolos lógicos de a por
que se (p„ não é consistente com T, então ru{—i(p„} é seus duais (caso os possuam). Mostre que, para qualquert a,
consistente.
f- a ^ - i t t ' . . , •:
6. Seja r u m conjunto maximal consistente de sentenças. 10. Definimos uma teoria de £ como o conjunto T={(p |
Mostre que:
Wl-(p}, onde W C X. Mostre que:
a) (p e r se e somente se F I - (p
b) (p G r se e somente se —i(p g F a. Há uma única teoria inconsistente de £ .
c) ((pv\|/) G F se e somente se (p G F ou \|/ G F b. A intercesão de todas as teorias de £ é o conjunto dos
teoremas lógicos
d) ((pA\|/) G F se e somente se cp G F e \j/ G F
e) ( ( p ^ V ) e F se e somente se (p g F ou \|/ G F (ou c. Se T = {(p I Wh-q)} e W é uma teoria de £ , então T = W
ambos) d. Se Ti={(p I W,l-(p}, T2={(p I Wjl-cp} e h- tt^a',
f) ((p<-»\|/) e F se e somente se (p, \|/ G F ou (p, \|/ í F para todo a G W, e a' G W,, então T , = T 2
g) Dado que 3\X(p G F se e somente se (p[|J-/t] G F, para
algum t, temos que G F se e somente se (p[)X/t]
G F, para qualquer t
226 227
5.2 A Semântica de LPPO
Se q u i s é s s e m o s descobrir se este argumento é válido
5.2.1 Estrutura e interptetação usando atribuições de verdade teríamos primeiro que
traduzi-lo para £ Q , e ficaríamos c o m algo do tipo:
N a L P introduzimos as n o ç õ e s de verdade e atribuição
de verdade, agora precisamos ampliar essas n o ç õ e s para a P
L P P O . Relembrando nossa definição inicial da tarefa da qA—ir
lógica, dissemos que ela f o i criada para estabelecer u m —iS
"cntério de d i s t i n c ã o ^ n t r e a r g u m e n t o ^ v á l i d o s ] e argumentos
"niíTvllidos, e que^a|validade ponsiste nTTTãtcTcle que a verda- É m u i t o fácil mostrar que, para esta formalização, existe
de das premissas torna necessária a verdade da c o n c l u s ã o . A atribuição de verdade que torna as premissas verdadeiras e a
semântica jinvestiga justamente as citcunstâncias o u condi- c o n c l u s ã o falsa, o que demonstraria que o argumento é
ç õ e s e í n ' q u e as fórmulas s ã o verdadeiras o u falsas. N a L P , inváHdo; nossa intuição, p o r é m , é de que ele é válido.
essas c o n d i ç õ e s s ã o impostas pelas atribuições de verdade, Acontece que a L P n ã o é apropriada para traduzir e s s e _ t i p o < ^
o u seja, a verdade o u falsidade de u m a fórmula da L P de argumento, n e m a sua semântica aptã~para demonsttar-
depende da atribuição de verdade que se adota para ela. P o r Ihe a vaHdade. Tentemos pois uma tradução para £ :
isso n ã o dizemos simplesmente que uma fórmula é verdadei-
ra o u falsa per se, mas sim que ela é verdadeira o u falsa VxVy(MxAHy^Ixy) , !
segundo essa o u aquela atribuição de verdade. N a L P P O , as HdA^Icd
c o n d i ç õ e s para a verdade o u a falsidade de uma sentença s ã o ^Mc . ^ ^ •
determinadas p o r uma interpretação. U m a ] 7 « ^ 7 ^ ? í Ã í f á Õ ^ dito
de u m m o d o i n f o r m a l , é u m a ftmjão q u ê ~ a t r i b u i u m a Para que este argumento formalizado expresse o mesmo
referência para cada s í m b o l o paramétrico de £ . D e fato, que o argumento e m linguagem natoral, interpretamos os
atribuições de verdade s ã o tipos particulares de interpreta- s í m b o l o s p a r a m é t r i c o s da seguinte forma:
ç õ e s , elas s ã o interpretações para as fórmulas da L P . Nesta
s e ç ã o , estudaremos e m detalhe as características das c — Cacá
interpretações para as fórmulas da lógica de primeira ordem. d =Dadá
U m exemplo pode nos ajudar a esclarecer de que m o d o M = X é mulher
as interpretações para a L P P O se distinguem das interpreta- H = X é homem
ç õ e s para a L P . Exaininemos o seguinte argumento: I = X é mais inteligente d o que y
Qualquer mulher é mais inteligente d o que qualquer P o d e r í a m o s interpretar esses s í m b o l o s de u m a infinidade
homem de formas. D e acordo c o m a interpretação empregada, as
D a d á é h o m e m , mas n ã o é verdade que C a c á é mais sentenças p o d e r i a m exibir alterações e m seus valores de
inteligente do que D a d á verdade. A s s i m , c o m base e m uma interpretação p o d e r í a m o s
L o g o , C a c á n ã o é mulher concluir que a primeira sentença é verdadeira, p o r exemplo,
se fizermos
228 229
M = X maiot que k, mente, vejamos o que se altera na versão formalizada do
H — X menor que k e argumento.
I = X maior que y.
VxVy(MxAHy->Ixy)
E com base em uma interpretação diferente poderíamos HdA-nlcd .
concluir a sua falsidade, por exemplo, se fizermos Hc
M = X é americano, - Será verdade que todas as interpretações que tornam as
H = X é iraquiano e premissas verdadeiras tornam verdadeira também a conclu-
I = X é amigo de y. são? Vejamos se isso acontece quando atribuímos aos parâ-
metros os seguintes significados:
Se pudéssemos interpretar as sentenças de nosso argumento
de todas as formas possíveis, constataríamos que todas as
interpretações que tornam as premissas verdadeiras, tornam
verdadeira também a conclusão. Isso provaria que a verdade M = X é múltiplo de 4 ' •. - . i
da conclusão segue necessariamente da verdade das H = X é múltiplo de 2 . , , . , , ;
premissas, em outras palavras, provaria que o argumento é I = X é múltiplo de y
válido. Na prática, como não temos tanto tempo assmi para
especificar interpretações, demonstraremos a validade dos N ã o é preciso muito esforço para ver que essas
argumentos formalizados em L indicando como cada passo atribuições determinam a invaHdade do argumento.
inferencial se justifica, ou seja, estabelecendo que eles
constimem provas da LPPO. E, paralelamente, recorreremos Agora atenção: a rigor, o que estivemos fazendo não foi
à garantia dada pelo teorema da correção de que toda prova especificar interpretações, o que fizemos foi atribuir certos
desse tipoéj[álida,_2oroutro lado, será muito mais cómodo significados a certos símbolos. Com base nessas atribuições,
usatrprõvãssemânticas) ou seja, especificar interpretações, podemos reconhecer o que as sentenças formalizadas
quando õTobJetivo for provar que certos argumentos são passam a asseverar, sendo até possível lê-las como se elas
inválidos. Façamos, por exemplo, uma pequena modificação estivessem escritas em português. O que se fez até aqui foi
no nosso argumento inicial e vejamos o que acontece. simplesmente mostrar como se pode traduzir a Hnguagem
formal em termos da linguagem natural e vice-versa; em
Qualquer mulher é mais inteligente do que qualquer nenhum momento saímos do plano da linguagem. Com isso,
homem podemos determinar o significado de uma sentença, mas não
Dadá é homem, mas não é verdade que Cacá é mais a sua referência. Ora, na maioria dos casos, para sabermos se
inteligente do que Dadá uma sentença é verdadeira ou falsa precisamos procurar o
Logo, Cacá é homem. fato que é referido por ela. Se o fato ocorre, a sentença é
verdadeira, se não ocorre, ela é falsa. Uma vez que as
O que você acha? O argumento deixou de ser válido por atribuições que fizemos não indicam o que as sentenças
causa dessa alteração? Antes de você responder intuitiva- referem, não podemos em geral dizer se elas são verdadeiras
230 231
ou falsas. Por exemplo, no nosso argumento original, não com relação aos quais as sentenças formalizadas da lógica
sabemos de fato se Dadá é realmente homem, o que podem ser ditas verdadeiras ou falsas.
sabemos é que se as premissas forem verdadeiras, a Lembre-se que umal estrumra |p um conjunto especial que
conclusão o será necessariamente. Só pudemos determinar o contém um domínio e mclui outros conjuntos construídos
valor de verdade das sentenças quando mencionamos fatos com elementos desse domínio. As estruturas que usaremos
matemáticos bem conhecidos e gerahnente reputados como para prover referências às sentenças r l p _ _ / % p i - ã r > r l n í n - r ^ d j a » ; d p
imutáveis. Uma interpretação, na acepção lógica da palavra, é semâniicãT]^ Chamaremos de \ do discurso
uma função que atribui aos símbolos paramétricos uma domínio de uma estrutura semântica. Dada uma estrutura
referência e essa referência é tal que fica também semântica 9t, seu vmiverso do discurso será simbolizado por
determinada a referência das próprias sentenças construídas |2ij; um ^ndicado de Ql será um subconjunto de_|2í." (para
a partir daqueles símbolos. Com a referência determinada qualquer n) e \xva2i junção de 21 será uma função de |2l|" em
por uma interpretação, podemos dizer se uma sentença |2t| (para qualquer n>0). Chamamos atenção para duas
qualquer é verdadeira ou falsa. Mas aonde as interpretações características das estruturas semânticas. E m primeiro lugar,
vão buscar referências para os___garâmetros? N o mundo todas as funções de 2Í são funções totais definidas em |2t|.
físico? Claro que não. As rrêferencia; serão encontradas em E m segundo lugar, o u_niverso de 21 poderá ser finito ou
mundos lógicos, a saber, em pstruturasT) infinito, mas não poderá ser vazio. Estas duas características
" Esta ideia de utihzarmos "mundos artificiais ao invés do garantem que^ríãõ haverá termos sem referência. T)e fato, se ^ —
mundo físico para prover referências para nossos parâmetros o termo for uffia CoíibilaiiLe, ele será associado a nm elemento
pode hoje parecer trivial, mas é de fato um grande marco no de 12t|, se o termo for funcional, ele designará uma imagem
desenvolvimento da lógica. O lógico polonês Alfred Tarski é de uma função de 1211.
certamente o lógico que mais contribuiu para a consoUdação Uma vez que tenhamos uma estrutura 2t qualquer,
dessa ideia. E m seu artigo " O conceito de verdade em poderemos tomar cada parâmetro àe L c atribuir-lhe como
linguagens formalizadas" de 1933, Tarski executa a tarefa de referência um elemento de 21. Isso será feito através de uma
"construir uma definição formalmente correta e material- função 3 chamada {inteitretãcãoA
pj-pretação. Se
Se chamarmos de de FI
mente adequada do termo 'sentença verdadeira', com relação conjunto dos Ti, onde 71 é um símbolo paramétrico.
a uma linguagem dada". A grandeza de Tarski está em poderemos definir:
enxergar que o conceito de verdade correspondencial, tal
qual havia sido desenvolvido por Aristóteles e assumido por
grande parte dos analíticos, não era adequado para os y. n - > 2 t , tal que:
propósitos que na sua época se queriam definir para a lógica.
Enquanto disciplina normativa, a lógica tinha que estabelecer 6 12l|, se Tl é uma constaiup
as regras segundo as quais uma sentença seria verdadeira e é um predicado n-ário de 2L, se 71 é um predicado
ser capaz de controlar as próprias condições de verdade. n-átio
Como o lógico não pode controlar o mundo físico, é muito é uma função n-ária de 21, se 71 é uma J ^ i ç á o
mais conveniente criar mundos artificiais bem comportados. n-ária
Dessa forma, as estruturas se tornaram os mundos artificiais
233
Definimos a interpretação de termos constantes indutiva- 2t
mente:
m •europeu
I. Se o termo constante é uma constante, a interpretação
é a que foi definida acima; •Sócrates Sócrates Sócrates
II. Se o termo contante é um termo funcional, digamos •Platão grego Platão Platão
ftjtj.-.t^, temos que !J(ftjtj.-.tj é o elemento de •Aristóteles Aristóteles Aristóteles
que resulta da aplicação de JÍ(f') sobre P(t,), 3{t^, Hume
• :5(0). . . . ^ . Locke
•Hume Hume Russell
Com isso, temos tudo o que precisamos para determinar •Locke •britânico Locke Leibniz
se uma sentença de X é verdadeira ou falsa. Fazemos isso •Russell Russell Kant
sem precisar definir uma função de interpretação de £ em
2t. Isso é possível porque, quando interpretamos uma : refutou y
sentença em 2Í, determinamos de quais elementos de 2t a
sentença está falando e, quando examinamos esses •LeibnÍ2 Leibniz (Kant, Leibniz)
elementos, podemos descobrir rapidamente as relações •Kant •alemão Kant (Russell, Frege)
existentes entre os mesmos. Por exemplo, se constatamos •Frege Frege (Quine, Frege)
que 2t inclui o elemento b e o elemento {a, b, c}, podemos
rapidamente inferir que o primeiro elemento se relaciona X preferia y a z
com o segundo por meio de uma relação de pertinência. •Dewey Dewey (Quine, Russell, Frege)
Este tipo de relação é o que podemos chamar de um fato de •Quine •americano Quine
2Í. Note que um fato de 21, não é um elemento de 2t, fatos •Davidson Davidson •chinês
de 21 são relações entre elementos de 2t. Toda sentença
afirmativa interpretada em 2Í afirma a existência de um fato
de 21; quando esse fato é verificado, a sentença é verdadeira,
caso contrário, ela é falsa. Toda sentença negativa Uma vez apresentada a estrutura 2t, podemos definir a
interpretada em 21 nega a existência de um fato de 2t; interpretação J , tal que 3: D—>2l. Abaixo vêem-se algumas
quando esse fato é verificado, a sentença é falsa, caso atribuições feitas por 3:
contrário, ela é verdadeira.
J(aO = • Sócrates m= • Quine
Para tornar mais claro o modo como funcionam as 3í(a2) = • Platão • Davidson
interpretações, tomemos, a fim de exemplo, a estrutura ^(aO = • Aristóteles 3{A) = • grego
abaixo, cujo universo é o conjunto dos meus filósofos 2í(b0 = • Hume m= • britânico
preferidos (não leve a palavra "preferido" muito a sério a(b^ = • Locke m= • alemão
aqui). Os pontos assinalam os elementos de 2t: 3(b,) = • Russell • americano
J(c,) = • Leibniz m= • europeu
234 235
• J{c2) = • Kant 3{F) = • chmês Í como "Pelé" e "Edson Arantes do Nascimento" desig-
^(c-.) = • Ftege •'• 2f(R) = • x i e f u t o u y nam a mesma pessoa). •
JÍ(d|) = • Dewey CÍ(P) = • x preferia y a 2
iv) Na nossa estrutura, todos os indivíduos foram
Como alguns elementos de 2L também são conjuntos, "batizados", mas isso não é necessário: pode haver
poderíamos representá-los igualmente de forma extensional, domínios onde alguns indivíduos ficam sem nome.
p.ex.: ^{A) - { • Sócrates, • Platão, • Aristóteles}. Quando dizemos que todos foram "batizados",
Com respeito a 3, algumas sentenças de Jl são queremos dizer que 3 associa uma constante a cada
verdadeiras e algumas são falsas. São exemplos de sentenças elemento do universo; se não houver interpretações que
verdadeiras: façam tais associações, os elementos do universo ficam
sem nome algum. N ã o se deve pensar, por exemplo, que
Cc,ABb3, -.3xFx, V x ( C x ^ E x ) , 3x-nAxA3xDx e 3xVy-,Ryx •Hume é u m nome, o ponto indica que se trata de um
objeto lógico e não de uma representação simbólica.
e de sentenças falsas: ^
v) A interpretação de um predicado é um conjunto que
Ca„Vx3y3zPxyz, Vx.\x, 3 x p x A E x ) e V x ( B x v D x - ^ E x ) também é elemento da estrutura. Vaie lembrar que o
conjunto vazio também pode ser associado a um
Alguns aspectos de nosso exemplo merecem destaque, predicado, como foi feito com o predicado "chinês" em
pois se trata de espectos gerais que podem ser verificados nosso exemplo. . -
em qualquer caso em que se estabeleça uma interpretação:
vi) O que não é um fato de 2t não deve ser presumido e o
i) De acordo com 3, " V x " passa a significar algo que é um fato de 21 não deve ser contestado. O leitor
equivalente a "para todo x pertencente a |2t|" e "3x" conhecedor da história da filosofia poderia querer alegar
passa a expressar algo como "para algum x pertencente a que, segundo 3, também é verdade que Rbjbj. Acontece
|2t|". que o que essa sentença expressa segundo 3, apesar de
ser um fato histórico, não é um fato de 21; portanto, a
ii) 3 foi usada para atribuir referências a vinte símbolos . . sentença será falsa segundo J. Se «Sócrates aparecesse
paramétricos, mas, na realidade, ela associa elementos de na estrutura como um elemento do conjunto dos
21 a todo o conjunto dos símbolos paramétricos. americanos e não no conjunto dos gregos, seria verdade
segundo 3 que Da, e seria falso que Aa,. Lembre-se que,
iii) Pelo fato de 3 ser uma função, um nome não pode ser para fins da interpretação, a estrutura será o nosso único
associado a dois indivíduos, por exemplo, "a" não pode mundo, por isso, contra os fatos da estrutura n ã o se
referir ao mesmo tempo «Aristóteles e «Platão, em pode opor nenhum outro fato; o que não é um fato da
outras palavras, a interpretação dos nomes não permite a estrutura não é fato nenhum.
existência de homónimos. Por outro lado, dois nomes
diferentes poderiam designar o mesmo indivíduo, p. ex., VÍL) A interpretação que oferecemos é contingente: não é
"a" e " b " poderiam ambos designar «Aristóteles (assim uma verdade lógica que Ccj, Frege poderia ter nascido
237
em outro lugar. Impomos à estrutura contingente da (ii) Se (p-P|^tjt2t3...t„, onde P,^ é predicado n-ário:
realidade na nossa interpretação por motivos de clareza, Njcp sss p(t,), ^(t^), a(t3),... a(tj) G g ( p j
mas não há nada de "lógico" ou necessário nisso - esta é
: apenas uma interpretação particular dentre outras (iii) Se (p=-ia:
igualmente possíveis e boas. t=3(p sss t^t^a • *
Esclarecidos os principais pontos relacionados às estrutu- (iv) Se (p=avP:
ras semânticas e às interpretações, precisamos agora elaborar í=3(p sss t^^a ou t^gP
de uma forma mais rigorosa o conceito de verdade e outros
afins. (v) Se (p=aA|3:
N-jCp sss Njtt e t=3|3
5.2.2 Verdade, fórmula válida e consequência lógica
(vi) Se (p=a^(3:
Talvez já tenha ficado patente o ponto aonde queremos l=3(p sss l9t-,a ou t=3p
chegar. Estamos criando um conjunto de conceitos com o
auxíHo dos quais podemos defmir um sentido bem (vu) Se (p=ao(3:
específico de "verdade" - o que poderíamos chamar de l=3(p sss ( l = 3 a e t=3(3) ou (tít^a e tífcjP)
"verdade segundo uma interpretação". De fato, de um modo
informal, até já vimos como é possível determinar o valor de Para estabelecer os critérios de verdade das
verdade de uma sentença com base em uma interpretação. generahzações, vamos introduzir o conjunto^das rnterpreta-
Mas esse entendimento informal não é suficiente para ções divergentes de 3 em t, em símbolos! D3[~'défimHo
enfrentarmos os problemas semânticos subsequentes. Quan- •ci5Tno~o"cõnjunto das interpretações 2), t2i\'^SS-^(jt)^'2(jl)
do, por exemplo, quisermos (e creia que vamos querer isso sss 7l=t. j,
muitas vezes) determinar se todas as interpretações que
tornam verdadeira uma sentença a, tornam igualmente (vui) Se (p=^Vxõr|
verdadeira uma sentença (3, conseguiremos eficiência e l=3(p sss~P"3a[)l/t] e t=j,a[|u/t], para qualquer 2)
precisão muito maiores se usarmos uma definição formal de pertencente a D 3 „ L fun^,
verdade. Vamos pois a ela.
(ix) Se (p=Exa
Dadas as sentenças CC, (3 e (p, e uma interpretação t=3(p sss l=-,a[^/t] ou t=j,a[)a,/t], para algum 5)
J:!!—>2l diremos que \(p é verdadeira secundo em pertencente a D^^
símbolos! I=3(p, hos seguintes casos:
Na LP, definimos o conceito de tautologia. Uma
(i) Se(p=(t,=t^: d A2ã tautologia é uma fórmula verdadeira para qualquer atribuição
^3(p sss a(tO=a(t2) ^ I de verdade. Existe um conceito análogo para a LPPO — o
conceito de fórmula válida. UmAfórmula válida é uma sentença
238 239
verdadeira segundo qualquer interpretação. Dito formal- equivalentes se e somente se o fecho normal de a é
mente: i ^. . , . y, , equivalente ao fecho normal de P (em símbolos, ' a N=l 'P).
O fecho normal de uma fórmula (p (em símbolos, '(p) é uma
Qma sentenja-ÍP de X é uma fórmula válida (em sentença que resulta da colocação de um prefixo de
símbolos,Jl^(p) >e e somente se l=3(p, para qualquer quantificadores universais V)I, Vp,2...V|J,„ à frente de (p, sendo
interpretação J. iLlj, |in a seqiiência das variáveis livres de (p na ordem
em que ocorrem e n>0. Por exemplo, se (p=Pxy—>3xQx2,
Os teoremas lógicos da LPPO serão fórmulas válidas,
então '"(p =VxVyVz(Pxy^3xQxz) (Note que se (p é
pelas mesmas razões que os teoremas lógicos da LP são
tautologias (cf. p.l22). Também nos interessa definir satisfa- sentença, (p = '"(p).
zibiUdade para a LPPO. Dado um conjunto de sentenças T,
se todas as sentenças d e T s ã o verdadeiras segundo 3, diz-se
que Jsatisfa^roxL c^é^Jé modelo de F, tm símbolos l=3r. 5.Í2.3 T a b l ô s s e m â n t i c o s para a L P P O
U m conjunto de sentenças que tem pelo menos uma
interpretação que o satisfaça, ou seja, que tem pelo menos N o cálculo proposicional usamos, entre outros métodos,
um modelo, é dito satisfat^vel, caso contrário ele é insatisfa^vel. tabelas de verdade para decidir se uma fórmula é uma
Se todo subconjunto finito de um conjunto de sentenças é tautologia ou não. Algumas fórmulas da LPPO podem ser
satisfazível, esse conjunto é finitamente satisfat^vel. Assim consideradas tautologias também, por exemplo:
ficamos em condições de introduzir o último conceito desta
seção, o de consequência lógica, análogo ao conceito de 3xFxv—iBxFx
consequência tautológica da LP.
Dado um conjuto de sentenças F e uma sentença Esta fórmula tem a forma (pv—iCp, uma forma de
qualquer (p, diz-se que (p é| consecjiiência lógica de F , em tautologia muito conhecida. Mesmo se não a
símbolos F 1= (p, se e somente se todo modelo de F é reconhecêssemos, seria muito fácil atestar seu caráter
também modelo de (p. Assim, de modo equivalente, teremos: tautológico através de uma tabela de verdade. Não obstante,
r t= (p sss n ã o existe 3, tal que 1=-, F e t^-j (p. Se F t= (p,
há casos em que, para mostrar que certas fórmulas são
válidas, tabelas de verdade são inúteis. Esse é o caso da
também podemos dizer que Fimplica semanticamente (p ou que
fórmula:
r implica logicamente (p.
Dados dois conjuntos de sentenças F e S , dizemos que F
VxFx-^3xFx
e S são logicamente equivalentes (ou simplesmente equivalentes) se
e somente se F 1= S e Z t= F . No caso de F e 2 serem E claro que se todos os x são F, existe um x tal que ele é
unitários, por exemplo, F = { a } e E = { P } , dizemos simples- F. Mas como constuir uma tabela de verdade para tal
mente que as sentenças a e P são equivalentes, ou seja, fórmula? Considere a tabela seeuinte:
CXt==ip. Duas fórmulas abertas a e P também serão ditas
240 241
VxFx 3xFx VxFx—>3xFx constante individual) em 4. Encontramos assim uma
V V V contradição nas linhas 3 e 4 do único ramo deste tablô.
F L o g o , esta fórmula é logicamente válida, embora n ã o seja
V F
uma tautologia.
F V V
F F V
\ F VxFx^Fa •
2. V VxFx •
Segundo essa tabela de verdade, V x F x ^ B x F x n ã o é uma
-S>t^'^*-*'tautologia, afinal na segunda linha obtivemos F. C o n c l u s ã o : " 3. F Fa
2?í^ tabelas de verdade s ó servem para a L P , mas n ã o para a 4. V Fa : . , ,
* ' L P P O . D e fato, n ã o existe u m m é t o d o m e c â n i c o para ^(3,4)
decidir a validade de qualquer fórniula da L P P O — no jargão
A./,cr dos lógicos: a^LPPQ n ã o é decidiveL\_ Este tablô exemplifica somente a primeira regra.
' Mas existe u m b o m meio para constatar a vaUdade de T o m e m o s u m exemplo u m pouco mais complexo para
muitas fórmulas: o já conhecido m é t o d o dos tablôs exemplificar a segunda e a quarta regra: —iVxFx^Bx—iFx.
s e m â n t i c o s . O procedimento de tablôs semânticos para a Primeiro o tablô, depois as explicações:
L P P O requer apenas, além das regras já conhecidas, o
a c r é s c i m o de quatro regras que nos orientam no L F —iVxFx^Bx—iFx • (2,3)
desmembramento de quantificações universais verdadeiras e 2. V —iVxFx .(4)
falsas e de quantificações particulares verdadeiras e falsas. As 3. F 3x-nFx .(6)
yTêgras^são: 4. F VxFx •(5)
5. F Fa
F V^(p V3|ll(P F3^(D
6. F ^Fa •(7)
V(p[H/t] F(p[|l/t] Vcpr^l/t] F (p[^l/t] 7. V Fa
qualquer t qualquer t ^(5,7)
t sem ocorrência N a linha 1, afirmamos a falsidade da fórmula c o m o de
anterior no ramo hábito. O condicional é desmembrado nas linhas 2 e 3
seguindo as regras conhecidas (repare que para facilitar a
Tomemos como exemplo VxFx—>Fa. C o m o sempre, c o m p r e e n s ã o incluímos depois do sinal • u m parênteses
iniciamos afirmando a falsidade da fórmula. Depois indicando em quais linhas o desmembramento f o i efetuado).
desmembramos o condicional na Unha 2 e 3, e marcamos • A linha 2 é uma n e g a ç ã o , e pode ser desmembrada na linha
na Hnha 1. A fórmula de 2 pode ser desmembrada usando a 4, segundo a regra da n e g a ç ã o já conhecida. A t é aqui nada de
primeira regra acima: substituindo o quantificador universal novo. Mas, nessa linha 4, temos a falsidade de uma
p o r uma instância particular (substituindo o x por uma quantificação universal: para d e s m e m b r á - l a precisamos usar
242 243
a segunda regra dos quantificadores. Isso é feito na linha 5: demonstre a validade desta última fórmula, estará
substituímos na fórmula Fx a variável pela constante demonstado que ri=\|/.
individual a. Isso s ó é possível porque essa constante a n ã o
havia ocorrido ainda em nenhuma fórmula anterior. Se Exercícios (Ex8):
alguma fórmula já tivesse essa constante, teríamos de usar
uma outra constante (b o u c o u qualquer outra.). N o t e : Essa 1) Mostre que:
restrição s ó vale para a quantificação universal considerada
falsa, n ã o para a verdadeira. O m o t i v o é fácil de expHcar: se a) Se rt?t a, então n ã o é verdade que 1= a
V x F x é verdadeiro, então posso dizer que qualquer b) Se r t ^ a , então T é satisfazível
constante individual é F. Mas se n ã o é verdade que V x F x , c) Seri=aer;aN(3, entãoTl^P
n ã o é garantido que o indivíduo a seja F. Nesse caso, s ó é d) r é insatisfazível se e somente se F l ^ a e ri=—itt
certo que pelo menos u m indivíduo n ã o é F, o u seja, é falso e) Se r ; a é insatisfazível, então rt=—la
que esse indivíduo é F — não há nada de mal em dar u m f) Ser,at=(3, então ri=a-^(3
n o m e para o indivíduo desde que esse n o m e já n ã o tenha g) r,at=|3 se e somente se r,—iPl=—ia
dono. V o l t a n d o ao tablô.. A fórmula da linha 3 ainda n ã o f o i h) t=a<-^|3 se e somente se at==i(3
desmembrada - usando a regra para o quantificador i) al= =l|3 se e somente se —ial= ^—1(3
eiistencial falso (quarta regra), desmembramos essa fórmula j) Se ai==í(3 e Yt==i6, então aAYN=l(3A9
na Hnha 6. Para isso, introduzimos uma constante qualquer — k) Se at==1p e Yt==í6, então avYt==l(3ve
repare que n ã o há restrição nenhuma. E conveniente, 1) Se at==í|3 e YN==ie então a-^Yí==<P-^0 e Y ^ a l = =16^(3
portanto, usar a constante já usada a. T a m b é m p o d e r í a m o s m) Se al= =1(3 e Yl= =16, então a<->Y^ =^P^0
usar b o u c, mas isso n ã o serviria para nada, e a nossa n) D a d o que TgCr, se r „ t = a , então r t = a
intenção primeira é justamente procurar uma contradição. A o) D a d o que T u r - X o , se rtíta, então Pt^a
passagem de 6 para 7 segue a regra já conhecida para a p) D a d o que r t = a , então r;OC é satisfazível se e somente se
n e g a ç ã o e obtemos, assim, a contradição entre as Hnhas 5 e r é satisfazível
7. q) se 1= a e 1= P, então CX e P são logicamente equivalentes
Essa nossa última fórmula é u m condicional: é r) se t= a, então para todo F, F 1= a
logicamente váUdo que — i V x F x implica 3x—iFx. Isso significa s) se a é contradição, então para todo P, a 1= P
que se a primeira fórmula é verdadeira segundo uma t) 3[ia -iV|i-ia
interpretação, a segunda necessariamente t a m b é m o será. N o
tablô, isso fica evidente no desmembramento do 2) D a d o que 9' é u m termo igual a 9, a n ã o ser por
condicional: assume-se que a primeira fórmula é verdadeira e apresentar t2 em u m o u mais lugares em que (p apresenta t , ,
a segunda falsa, daí então se deriva uma contradição. Usando mostre que, para qualquer interpretação 3, se \=j t^-t^, então
esse raciocínio podemos generalizar o m é t o d o de tablô para
t=3 9, =92.
definir a n o ç ã o de {consequência lógicã\Hote que_ri=\]/ sss 1=
((p,A(p2,A . . . A ( p j — L o g o , fazendo u m tablô que
244 245
3. Usando tablôs semânticos, prove os teoremas do Ex7, 4. demonstração 3.3 do capítulo anterior, com a diferença de
que agora utilizaremos provas da LPPO em vez de provas da
5.3 Metateoremas LP.
Nesta seção, apresentaremos alguns metateoremas da 5.3.3 Teorema da substituição (TS): se y é uma subfórmula
LPPO. Para alguns deles daremos demonstrações, para de a, P é igual a a a não ser por apresentar ô em um ou mais
outros, os que já possuem uma versão para a LP, daremos lugares onde a apresenta y e h- ' y o ''5, então I -
explicações de como adaptar e/ou complementar suas
demonstrações para a LP, tornando-as assim demonstrações Provaremos TS para £^ (conjunto das sentenças) por
para a LPPO. indução sobre (X e (3. Os casos para sentenças atómicas,
negações, conjunções, disjunções, condicionais e bicondicio-
5.3.1 A Indutividade de £ nais são idênticos àqueles apresentados na demonstração da
versão do TS para a LP. Demonstraremos agora o teorema
A demonstração de que £ é indutivo segue o modelo da para as generalizações. Consideraremos que o grau da
demonstração 3.L, com as seguintes diferenças: geração de uma sentença (p[|^/t] é menor que o da geração
das sentenças VjlCp e 3)a.(p. Vem:
a) será o conjunto das fórmulas atómicas de £ ;
b) Acrescenta-se dois grupos de funções ao nosso con-
junto de funções construtoras do conjunto indutivo C: i) a=V|a,\j/j e (3=V}i\|/2
i) o grupo de funções U^, tal que l]^i{a) = \/pt,CX, onde |LI ' V i ^ '"¥2 (hip. indutiva)
é uma variável qualquer, e V|a\|/,^V|i\|/2
ii) o grupo de funções E^, tal que E^(a)=3jxa, onde \X
é uma variável qualquer;
c) Utilizamos a gramática de £ para mostrar que C CL £ . 11) a=3|a\|/, e P=3)i\i/2
d) Nosso algoritmo que mostrará que £ d C escreverá (hip. iadutiva)
U^ e Efx respectivamente ao lado de cada generalização V)x-i\)/,^V|j,-i\|/2
universal e de cada generalização existencial que aparece TeoSl
em um nó de uma árvore genealógica de uma fórmula de 3|iv,^3|a\^2 Teo66 e D N
£. .-.t-a^p
5.3.2 Propriedades da dedutibilidade 5.3.4 Permuta de variáveis (PV): dadas duas fórmulas
quantificadas OC e P e uma fórmula \|/ onde ocorre a
Todas as propriedades da dedutibilidade (monotonicida- constante t, se a = V)l\|/[t/}X]* e p = Vv\[/[t/v]*, ou se a =
de, reflexividade e transitividade), bem como o corolário
3|l\|/[t/|i]* e P = 3v\|/[t/v]*, então I- ''af->''p. Vem:
destas, valem para a LPPO A demonstração disso segue a
246 247
Caso 1: Assim, p.ex. a f ó r m u l a V x ( F x v G x v 3 y ( G y — ^ H y ) ) é equi-
(^): valente à f ó r m u l a V y ( F y v G y v 3 x ( G x —> H x ) ) .
"V|av[t/|i]*
V|iv[t/^]*[^/tJ...[^„/t,J (por n aplicações de E - V ) 5.3.5 F o r í n a normal prenex: V^da uma sentença (p qualquer,
¥[l^,/t,]...[K/tJ E-V podemos encontrar uma fórmula prenex cp' tal que h- (p<-^(p'.
Vvxi/[t/v]*[|iytJ...[!a„/g I-V
'Vv\^[t/v]* Def.: U m a s e n t e n ç a (p é uma fórmula prenex se e somente se (p
(por n aplicações de I - V )
= 0i|X]02|J.2---0nl^nV> oí\à& \|/ n ã o apresenta o d o r r ê n c i a de
(<=):
quantificador, 0,= V o u 0j=3, fX; é u m a variável e n > 0 (se
''Vv\|/[t/v]*
n=0,(p=\|/).
Vvx|/[t/v]*[v,/tJ...K/t,J (por n aplicações de E - V )
¥[v,/tj...[v„/tj E-V
Acharemos a f ó r m u l a prenex (p' em três passos:
V|ii|/[t/!i]*[v,/t,]...K/t,J I-V
'Vnv[t/|i]* (por n aplicações de I - V )
Passo 1: T o m a m o s cada g e n e r a l i z a ç ã o Y ^ ^ M - V ^ / l ^ ] * 1^^^
.•.h'a^''(3
ocorre em (p e achamos u m a g e n e r a l i z a ç ã o Y'=0V\l/[t/v]*, na
Caso 2: qual V é u m a variável que n ã o ocorre e m (p e n ã o t o r n a r á a
ocorrer e m n e n h u m outro y'-
Passo 2: Obtemos (Pf,, substituindo e m (p cada f ó r m u l a y pela
correspondente Y- C o m o I—y^-^Y'; po^ P V , temos que
(por n apHcações de E - V )
l-(p<-^(Pii, p o r TS.
I xi/[^ii/t,]...[Hytj P
Passo 3: Dada a seguinte Hsta:
I 3vv[t/v]*[^,/tJ...[|a„/tJ 1-3
3vv[t/v]*[^,/tJ...[^„/tJ E-3
a) Para O ^ - i V ^ a , X=3lU,-ia
'''3v\|/[t/v]* (por n apHcações de I - V )
b) Para 0 = - i 3 n a , T = V | i - i a
(<=):
c) Para a=(V|J,aAP), X=V|l(aAP)
''3v\|/[t/v]*
d) Para a=(3|aaAP), X=3|l(aAP)
3vv[t/v]*[v,/tJ...K/g (por n apUcações de E - V )
e) Para a=(V|J,av|3), X=Vn(av|3)
I ¥[v,/t,]...[vytj P
f) Para a=(3)xavP), x=3n(avP)
I 3|Lixi/[t/|a]*[v,/t,]...[v,yt,J 1-3
g) Paraa=^(V|ia->(3),x=3|a(a-^|3)
3|ai|;[t/rt*[v,/t,]...K/g E-3
h) P a r a a = ( a - ^ V | i p ) , x = V ) i ( a ^ p )
'•3|u\|/[t/|^]* (por n aplicações de I - V )
i) Paraa=(3|ia^P),x=V)i(a-^p) .
248 249
j) Paraa=(a-^3|J,P),T=3n(a^P) por e a' por teremos ainda teoremas lógicos, pois
k) Para a=(V^a^|3), T=V|a3v(((3-^a)A(a'-^|3)) nossos teoremas são apenas fórmulas esquemáticas. Cada
(onde 06' difere de CL apenas por apresentar V nos teorema lógico assim instanciado estabelecerá que h-G^f-^T^.
lugares em que a apresenta | I , e V é uma variável que
Vem: . : . • . i - r - ; . .• •
não aparece em nenhuma fórmula a, já obtida)
1) Para o=(3|aa^p), T=V^l3v((a->|3)A(p^a')) (onde
a' difere de a apenas por apresentar V nos lugares
• ' G premissa '
em que OC apresenta |J,, e V é uma variável que não
Gj (por aplicação sucessiva de E-V) - • '
aparece em nenhuma fórmula a, já obtida)
(pelo argumento acima)
""T (por aplicação sucessiva de I - V )
Geramos a série {(p,, obtendo cada (p, mediante a
substituição em cpj., de uma fórmula O pela correspondente
' T premissa
X, sendo {p„ uma fórmula onde não aparece mais nenhum a.
(por aplicação sucessiva de E-V)
Teremos assim que (p'= (p^ G, (pelo argumento acima)
' G (por aplicação sucessiva de I - V )
Justificamos o passo 3 da seguinte forma:
Assim, achamos uma fórmula prenex cp' que é um
Se a é uma sentença, temos que l-a<->T (teoremas 66 a 7 7 ) . substitutivo para (p onde quer que (p ocorra. Dizemos que Cp'
Se G é uma fórmula aberta, podemos demonstrar que I— é a forma normalprenex de (p.
''CT<-^ ' T (cf argumento abaixo). De um modo ou de outro,
temos por TS que l-{Pj<-^(p,., e, pela transitividade da dupla 5.3.6 T e o r e m a da comgacidadeTIpado um conjunto de
impUcação, que I—cpgf-xp'. Pelo resultado do passo 2, sentenças F qualquer, Y é satisfazível se e somente se F é
concluímos que I—(p<-^(p'. finitamente satisfazível.
Argumento: As variáveis livres de CT são as mesmas de T ,
pois o conjunto delas é formado pelas variáveis Hvres que
Se uma interpretação J satisfaz F , então JÍ torna verdadeiros
ocorrem em OC e em (3 (note que as variáveis Uvres de a', são
todos os elementos de F , vale dizer, J torna verdadeiros
as mesmas de a). Quando, de modo uniforme, substituímos
todos os elementos de qualquer subconjunto de F . Assim,
as variáveis Hvres em G e T por constantes, obtemos (de temos que se F é satisfazível, então F é finitamente
G ) , T, (de T), a, (de a), (de (3) e a', (de a'). Se tomarmos satisfazível.
os teoremas do 66 ao 7 7 , e substituirmos neles a por a^, P
250 251
Se (li), 21= a, pois toda interpretação que satisfaz 2 torna
—itt falsa e a verdadeira
A q u i , c o m o na prova da compacidade para a L P ,
2í=a (por e x a u s t ã o das possibilidades")
mostraremos que existe u m conjunto satisfazível A tal que F
(qed) ,. , _ ^
C A. Usaremos novamente três lemas. Daremos do primeiro
uma d e m o n s t r a ç ã o análoga a que já f o i dada no capítulo I V ,
Lema 2: Dado um conjunto de fórmulas 2 qualquer,
a d e m o n s t r a ç ã o do segundo continua a mesma, pelo que n ã o
finitamente satisfazível, temos que se 2 ; a n ã o é finitamente
a repetiremos, e a d e m o n s t r a ç ã o do último será em grande
parte nova: Antes, p o r é m , damos uma importante definição, satisfazível, e n t ã o 2 ; - i a é finitamente satisfazível.
que será usada na prova de outros metateoremas:
Lema 3: D a d o u m conjunto de fórmulas finitamente
satisfazível 2 , podemos gerar u m conjunto satisfazível e Cú-
Def„.: u m conjunto de sentenças T é ú)-compkto se e
completo A tal que 2 C A da seguinte maneira: tomamos o
somente se ele tem a seguinte propriedade:
conjunto { k „ k,, kj, ...} de constantes inexistentes n o
alfabeto de £ e a Esta Lj. de todas as fórmulas de L ( c f Ex6,
3|J,a e r se e somente se para algum termo constante t,
1), e a partir deles c o n s t r u í m o s duas novas listas, Lg. e L(p.
a[^/t] e r
Lg, será construída em dois passos. Primeiramente,
Lema 1: Para qualquer conjunto de fórmulas 2 , 21= a se e tomamos cada elemento de Lp e o colocamos em uma
somente se Ej—ia é insatisfazível. , , . lista Lg se ele é uma sentença. Depois, tomamos cada
elemento de L j e verificamos se ele é do tipo 3p.a e
• • (=^)^ . : . l ^ /- , acrescentamos logo em seguida a ele a sentença a[|x/k|],
tal que k| n ã o ocorre em elementos anteriores da lista.
2Na (hip.)
C o m isso geramos L j , . ,
T o d a interpretação que satisfaz S, torna a verdadeira
T o d a interpretação que satisfaz 2 , torna - n t t falsa L c = A „ Al, A,, A„ onde 7
Z;—itt é insatisfazível
(^):
2;—la é insatisfazível (hip-) " A,.iU{(Pj}, se esta união é finitamente satisfazível
o u (i) 2 é insatisfazível
o u (ii) dada qualquer interpretação 3 que satisfaz 2 , tit^ Aj_,U{—i(p,}, caso contrário
-la
Se (i), 2t=a p o r vacuidade T a l que cp, é elemento de L^,.
Fazemos então A - A „ u A j U A 2 .
252 253
]'c'la própria construção de A, fica evidente que este
conjunto é maximal em relação à L^*, ou seja, dada qualquer Vejamos o que acontece se «[jx/kj G A: - • u.
fórmula a de L^,, se OC € A, então —itt G A (embora não o
a[|a/k,] G A (hip.)
seja em relação à linguagem formada a partir do alfabeto
Suponhamos que 3|J,0C g E , daí
A u { k j , kj, k,, . . . } , que chamaremos X,^^). Note que para cada
—i3|xa G A (maxim., pois 3\x.a e Lj;,)
sentença 3)i{X de L há uma sentença (X[|l/ki] de L^., mas não Mas se {a[^/kj], - i 3 | i a } c A, então A não seria
existem duas sentenças de L.^, que apresentem ocorrência do finitamente satisfazível
mesmo k^. Outrossim, é fácU ver que A é finitamente Logo, 3 | i a G A
satisfazível, pois, dado qualquer subconjunto finito A' de A,
existe A, tal que A' C A-, e todo A, é finitamente satisfazível Concluímos assim que A é tó-completo (qed)
(pelolema2). • ^• ' •' :
Para fechar a demonstração do lema 3, especificaremos uma
Demonstramos que A é CO-completo da seguinte forma: interpretação que satisfaz A, mostrando assim que A é
Cada A, é construído pelo acréscimo de um (P; ou de sua satisfazível:
negação a um A;., e é dado que se (pp 3|X0C, então (p;+i =
a[[X/k,]. Vem: Def,.: Dada uma lista das n-uplas de termos de L^^^, S" é a
n-upla que aparece na posição k desta Usta e 2í-c(Sk) é a n-
upla dos valores atribuídos aos termos de SíJ por '^x-
Vejamos o que acontece se 3\X.CL G A:
Def,.: 3x. Termos de L^^, tal que: X, T j T , ... e uma
" j_ 3|^a G A (hip.) lista dos termos de £^^^' e 1211 = {«aj, •2.^, «aj,...}
A,= A,_,u{3^a}
Suponhamos que a[|J,/kJ g Aj+,, daí (1.) a,(X,)= «a, . •
A,;a[|Ll/kj] não é finitamente satisfazível
(2^) aT(X,), se X~X, G A, para algum j < i
Ai;a[|Ll/k|] é insatisfazível (parte trivial da compac.)
A, t= -ia[!a/k,] (lema 1) (3x) J'T(XJ)= «a,., se X,*Xj G A, para qualquer j < i , onde,
Como não ocorre k^ em nenhuma sentença de A„ temos: •a,, é uma imagem ainda não atribuída e, dado
A, 1= V | I - i a (cf seção 2.2, item viii)
qualquer «a^ tal que x < k, existe um Xj tal que
A; t= -B\ia ' (Ex8, It)
A, t= 3)a,a (reflexividade) :Jx(T,)-.a,
A; é insatisfazível
A não é finitamente satisfazível (o que contradiz resul-
tado anterior)
Logo, a[\x/kj G A
' Fica c o m o e x e r c í c i o para o aluno p r o d u z i r u m a tal lista, o que p o d e ser
feito t o m a n d o - s e c o m o m o d e l o partes d o e x e r c í c i o 3 de E x 6 .
254 255
N o t e que é de fato uma f u n ç ã o , pois n ã o acontece dela (2) = {(x, y) I x = ax(S") e y= a,(rs"), P « a cada z
atribuir dois valores diferentes ao mesmo termo. H á três >0}
possibilidades para cada termo T,: 1. x p x , ; 2. T~X^ 6 A , para (3) 3(Po = {px(to, :íx(t2), • • •, 2íx(g) I Pkt,t2...t., G A}
qualquer j < i e 3. X~T- £ A , para algum j < i . N o s dois
primeiros casos, fica claro através de ( I t ) e (3x) que é Reclamamos que 3 satisfaz A. Provamos isso demonstrando
a t r i b u í d o apenas u m valor para T,. N o ú l t i m o caso, se for que N-j Y sss Y G A, o que faremos usando i n d u ç ã o sobre Y-
encontrado apenas u m Tj tal que T ~ T j 6 A , sendo j < i , O passo i n d u t i v o será: se o lema vale para s e n t e n ç a s de
t a m b é m fica claro que T, será associado a u m ú n i c o valor. g e r a ç ã o inferior a de Y, vale t a m b é m para Y (consideraremos
Pode acontecer, p o r é m , de encontrarmos mais de u m Tj que uma s e n t e n ç a do tipo a [ | l / t ] é de g e r a ç ã o irjferior a de
Digamos, p o r exemplo, que X ~ X ^ e A e X,~X^ e A , sendo V | i a e 3|ia). Antes, p o r é m , demonstrarrios dois sub-lemas
m < n < i . Nesse caso, teremos que 3I(T^= D'X(XJ e que ^^(T^^ que facilitarão nossa d e m o n s t r a ç ã o do lema principal.
Jxi^^rò; a unicidade do valor a t r i b u í d o a X^ é garantida
porque e n t ã o t a m b é m será o caso que X,^~X„ G A , e, Sub-Lema 1 ( S L l ) : D a d o algum j < i , X - X ^ £ A sss X,=X, e A.
portanto, 3T:(XJ= O que é assim demonstrado: Vem:
^~X,,G A (hip)
X ~ X j E A, para algum j < i (bip.)
x~x„ e A (hip.)
Suponhamos que X-~X, g A
Se X„=X„ € A, e n t ã o X„*X„ e A (maximaHdade de A
X|*X, e A (maxim. de A c o m respeito à L^,)
c o m respeito à Lg»)
{x,=x,,x,*xj e A
Mas {Xj^Xj, X~X|^, XjofcxJ c A, então A n ã o seria
Mas {x,~X|, T-rt^X^} é insatisfazível, o que contradiz o fato
finitamente satisfazível
de A ser finitamente satisfazível.
Logo,x„=x„e A
L o g o , X~X,- e A (qed)
Fica assim demonstrado que JÍ^ é de fato uma f u n ç ã o . (^):
Esta parte segue a d e m o n s t t a ç ã o anterior, assutnindo-se
D e f i n i m o s a i n t e r p r e t a ç ã o 3 da segmnte forma: a h i p ó t e s e de que Xj=X, G A, para algum j < i .
3: n ' - ^ 2 t , tal que n'=nu{k„ k^, k„ ...} Sub-Lema 2 (SL2): D a d o qualquer termo X, 3{x)-3x{X)
Sendo C; uma constante, f uma f u n ç ã o e P,. u m predicado
Se X é constante, e n t ã o 2((x)=D'x(t^) (por 1)
(i)a(c^ = a,(c^ Se X = f S k , e n t ã o
256
3(0= { ( x , y) I x = J , ( S " ) e y = S"), para cada 2 > 0 }
(por 2) T~Ti e A >
a,(T^= 3x(T,) (2x)
Px(Su),2íx(f^sn)e 3 ( f ) • -
3(xD= 3 ( T , ) (SL2)
a(f) apHcado a Díx(Sk) = :íx(rso . ,.:.-v:: •
a(T)=a,(f sn ^ .. •
a(T)= j,(x)
(a^) i > 1
D e m o n s t r a ç ã o do lema principal: T~T,e A
T,=T, G A (SIJ)
i) Y é f ó r m u l a a t ó m i c a a,(T,)= (2x)
3(T,)= 3(TO (SL2)
a) Y = T^rT^, ' " ' •
{=>)••
' Y2 A (hip.) ^3Y
*•
(a,) ) < 1
T,*Tj G A (maximalidade) b) Y=PAt2-t„
3x(xO ^ J>x(Tj) (3x)
(^):
Y^ A ' (hip.)
2í(xD'^3f(T,) ^.^ (SL2) . l\t,t,...t„ g A
(ax(t,), :ix(t^,-- . , 3 x ( t J ) 6 3(P0 (3)
(a^ i < j
T,*Xj e A • (maximalidade)
YG A
T,*T, e A (SLl)
l\t,t,...t„ G A
3,{X)^3,(T;) (3x)
.,3,(t,0)G 2í(P^ (3)
3{T)^3ixò (SL2)
a(T^^3(x,) ^ 3 Pkt,t2...t„
^3Y
Y6 A (hip.)
^ J R ^ 1F ^ ^ ^ t-^ il T CO
o R m " " u
¥ ¥ > tr sw m
u
1.1F u u o
^ m t> R R uR o
uR 5- O n J
-< R R O XD > n P ", J R
m XD m
J m ^ ¥ R i
> J m ^ •CD > m 1^
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n xo n C3
C3 m :^ B> <=> n Pí
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Q ^ R m XD
1^ x o J
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"DO XD < xa 3^ > XD
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« o.
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p-.
N Í3
261
260
M a s , { - i a , -1(3, a v p } CZ A ( A c fimt. s a t i s f a z í v e l ) o u (i) a e N 3 P o u (ii) (5^3 a e P -'O^-ijK
. L o g o , avP g A / ; Se (1) a e A e P G A c se (11) a g A e P g A .-. -la e Ae
A —iP G A ( h i p . i n d . e m a x . d e A)
Se -i(a<-^P) G A, e n t ã o o u { a , P, - i ( a ^ P ) } C A (de i )
O u {-ia, - . p , - i ( a ^ p ) } c A (de 11)
{ a , p, ^(a<^P)}c2 A e {^a, ^ p , ^(a4->p)}(Z A (A é fi-
nit.sadsf.)
L o g o , —i(a<-4P) g A (de i c ii)
—i(a—>|3) e A (maximalidade) Y G A . (maS:imalidadc)
Se -na e A , então {-itt, -n(a^P)} C A
i^y- . .
E se P 6 A , e n t ã o {P, ^ ( a ^ p ) } C A
1 •' •
Mas {-na, -i(a^P)} cr A e { p , -,(a^P)} A (A é fmit.
o u (1) 1=3 a c litj P o u (11) 19^3 a e N 3 P
satisfaz.)
S e ( i ) a G A c P g A .-.-iP G A ( h i p . i n d u t i v a e m a x i m . )
L o g o , -la g A e P g A
Sc (11) a g A e P G A .-.-ia G A (liip. indutiva e m a x i m . )
a e A • (maxunalidade)
Se a<->P G A, e n t ã o o u { a , —.p, a'e>P} C A ( d e 1) o u
t = 3 a e hfcj P (liip. indutiva) {-la, P, a ^ p } CA (de 11)
a^p
{ a , - i P , a ^ P j c T ^ A e {-la, p, a ^ P } cz A (A é fmit.
satisfaz.)
•' Logo, a ^ P í A ; (deicii)
/: ^ 3 Y . Y 2 A • : '>
^3 a e 17^3 P
vil) Y = V)Lia • I. \,:
a e A ep g A (hip. indutiva) , ' -ulir-
—iP S A (maximalidade)
Se a-^p e A , e n t ã o {a, -iP, a->P} c A ( ^ ) :
M a s {a, -iP, a-^P} (Z A (A é finit. satisfazível) ^3Y
L o g o , a^P g A N3 Vjia
Y 2A 1=3 a [ | l / k j ] ( c f s e ç ã o 2.2, i t e m v i i i )
aíjl/kj] G A (hip. indutiva)
vi) Y = a ^ P
S u p o n h a m o s que y í A
-iV|.ia G A (maximalidade)
^ D Y '
262 263
3|J,-ia G A (do contrário { - i V ^ i a , -i3|a,-ia}c A e A N -3\xa
A não seria finitamente satisfazível) A N V|i,-ia (Ex8, I t )
-ia[|a,/kj] e A (pois A é OO-completo) A N —ia[|a/tj (onde t, pode ser qualquer termo
Mas assim {a[|a,/kj], — i a [ | l / k i ] } c A e A não seria constante, inclusive algum k^)
satisfazível A s s i m , para qualquer termo constante t;, temos:
Logo, Y 6 A ^a[\i/t]e A ' ' "
N3-ia[fa,/tJ (hip. indutiva)
N j V|a,—itt (pois, p o r definição de 3, cada
1=3 - i V | i a elemento d o dornínio é atribuído a
1=3 3\x-^a (Ex8, I t ) u m termo constante)
Suponhamos que V|a,a G A N 3 —i3^ia (o que contraria resultado anterior)
A t= V | L i a Logo, Y e A
A N OC[j^/tj] (onde t, pode ser qualquer termo
constante, inclusive algum k|)
A s s i m , para qualquer termo constante tj, temos: N3 -i3|xa • ' ' . -" '
a[^/tj 6 A , N3 V i a ^ a (Ex8, I t )
í=3 a [ | x / t j (hip. indutiva) N 3 -ia[|x/tj] (cf. seção 2.2, i t e m vui)
1=3 V p , a j ; 5 (pois, p o r definição de 3, cada —ia[jx/kj] G A (hip. indutiva)
elemento d o domínio é atribuído a Suponhamos que Y G A
u m termo constante) 3|ia G A
t=-j —i3fX—la (o que contraria resultado anterior) a[|l/kj] G A (pois A é CO-completo)
Logo, Y g A Mas assim A não seria sadsfazível
Logo, Y 2 A
viii) Y = 3|ia
Dessa f o r m a , provamos o lema 3 . Passamos então à
demonstração final, que estabelece o teorema da compaci-
dade concluindo a demonstração de sua parte não trivial.
Vem:
Suponhamos que 3|J-a g A
r é finitamente satisfazível (hip.)
—i3|J-a G A (maximaHdade)
r C A (por construçã<:))
264 265
A é satisfazível (lema 3) L o g o , 1=3
r c satisfazível (^icd)
.-.F ^ a. (qed)
5.3.7 T e o r e m a da c o r r e ç ã o : Se r I - a, e n t ã o T \^ a
b) C: - . -
Se a e T ( 0 ) , e n t ã o t= a, c logo T t= a (cf. p. 238).
P a r a a , = (X„,^a, • :
S e n ã o , demonstraremos o teorema usando i n d u ç ã o sobre a
prova S de a a partir de F, o u seja, assumrremos. c o m o F h- a, (hip.) •M- '^'^ 'f
h i p ó t e s e indutiva que o teorema vale para subprovas de S F N a, (hip. indutiva)
(uma subprova de S é uma parte de S que t a m b é m é u m a Para toda i n t e r p r e t a ç ã o JÍ, se J satisfaz F, t=3 ^
prova da L P P O ) . A s s u m i n d o a h i p ó t e s e F I— C6, temos: Se t=3 a-, e n t ã o 1=3 a.^^a^
.-.F ^ a (qed)
caso 1: a e F
c) E C : V -
F 1 = OC (pois toda interpretação que satisfaz F torna
Para a,-a„,Aa, CííO
verdadeiro cada m e m b r o de F, inclusive a)
F K a, (hip.) i , S 3 , • KXE^I
caso 2: fazendo (X—(X^. e t o m a n d o as s e n t e n ç a s e (ou
F N ttj (hip. indutiva)
apenas (1^ que aparecem na prova de CX a partir de F,
Para toda i n t e r p r e t a ç ã o 3, se satisfaz F, ^=3 a^^A(\
mostraremos que o teorema vale quando a é deduzida por:
Se N 3 a^Att;^, e n t ã o 1=3 tt,,^ e 1=3 a,^
:.ri= a (qed)
a) M P : - ..
d) I C
Para a—>(\
Para ai,=a,Aai ^ '' ; '•
F h- a, (hip.)
FHa, (hip.)
Ff-a, (hip.)
F 1 = a, (liip. indutiva) FKa, (hip.)
F 1= (hip. indutiva) F t= a, (hip. indutiva)
Para toda i n t e r p r e t a ç ã o 3, se 3 satisfaz F, t=j Ct^ e 1=-, F f= (hip. indutiva)
Para toda i n t e r p r e t a ç ã o 3, se 3 satisfaz F, l=3a, c N3OC1
Se t=3 a,-^a|., e n t ã o ou Iífc3 a, o u t=3 a,,. Se f=3 ttj c 1 = 3 a,, e n t ã o 1=3 a.Aa^
Mas t=3 a; .-.F N a (qed)
266 267
e) MTP: h) RA
Para a,=-,a„ e a,= a^va^ Para c\=-^a„, a.=a„-^a„ e a , = a „ ^ - n a „
Th a, (hip.) F k a, (hip.)
r f - a, (hip.) F K a , (hip.)
F 1 = a, (hip. indutiva)
r t= a, (hip. indutiva)
r N ttj (hip. indutiva)
r t= ttj (hip. indutiva)
Para toda interpretação 3, se 3 satisfaz F, então
Para toda interpretação 3, se 3 satisfaz F, ~iOC^ e
N 3 a „ - ^ a „ (1) e 1=3 a „ ^ - i a „ (li)
Se 1=3 — e n t ã o Se ^ 3 então, por (1), N 3 a„ e, por (11), (^3 a„
Como, 1=3 a^va^^, então t=3 OC^ Logo, tí-ja^e, portanto, 1=3 - i a „
.-.r N a (qed) .-.F 1 = a (qed)
f) I D : , ; i) DD:
Para a;^=a,va„ Para a,=a„^a„ e a,=(a„^ajA(a„-^aJ n
r K a. (hip.) F I- tt; (hip.)
r 1 = « i (hip. indutivo) F t= ttj (hip. indutiva)
Para toda interpretação 3, se 3 satisfaz F, (=3 a, Para toda interpretação 3, se 3 satisfaz F,
Se t=3 a,, então 1 = ^ O C , v a „ ^ 3 (a„-^ajA(a„->aJ
.-.F N a (qed) Se t=3 ( a „ - » a j A ( a „ - ^ a J , então 1=3 a,,-^a„ e
t=3a„-^a„,
g)DN: E por conseguinte, ((=3 a,„ e 1=3 a j ou ((5^3 a„ e (7^3 a j
Logo, N 3 a„«->a„
Para a,=—i-itt;^ .•.T\=a (qed)
F h a , (hip.) Para a,=(a„^ajA(a„->aJ e a,=(x^^a„
F t= a, (hip. indutiva)
Para toda interpretação 3, se JÍ satisfaz F, N 3 —1—itt^
F k a , (hip.)
Se 1=3 — 1 — e n t ã o CC,^ F í = OC; (hip. indutiva)
.•.rt= a (qed) Para toda interpretação 3, se JÍ satisfaz F, 1=3 a„<-^a„
208 269
Se N - , a„,^a,„ então (I^T a„ c a j ou a„ e 1) 1-3:
Se (t=3 a„, e ^ 3 a„) ou (í^3 a,„ e t^3 a„), então Para a,=3|ia„ e a,=a„[^/t]
N3 a„,->a„ e ^3 a„->a„,
.-.r N a (qed) - • F f= a, (liip. indutiva)
Para toda interpretação 3, se Cf sadsfaz F, 1=3 CX,,,[|l/1]
i) i-v: ^ . ' : Se 1=3 a,„[^/t], então i=33).ia,„ (cf seção 2.2, item Lx)
.•.Fl=a (qed)
Para a,^=V|ia„ c a=a^\\i/x\. Sendo F t r o conjunto
das premissas de a„ temos que nenlium elemento de m) E-3:
P apresenta ocorrência de t.
Quando a,, é inferido por E-3, há uma subprova de a,,
Ph-a^ (hip.) , :• a partir de F que também é uma prova a,, a partir de
F' \^ a, (liip. indutiva) F ' u { a „ J | , l / t ] } , onde F' é um subconjunto de F que
Para toda interpretação 3, se U satisfaz F', 1=3 a„,[fl/t] não inclui sentenças com ocorrências de t. Para
Se Jí satisfaz F', qualquer elemento S de D 3 | , | satisfaz a , = 3 j a a „ , temos:
F (pois t não ocorre em F') ' ''
E, consequentemente, (=3 a,„[)J./t] c t=i,CX„[M,/t], para F K a, (hip.) );
qualquer 2) Pu{a,J^/tl}Ka, (hip.)
.-.PN V^a,, • - í Pu{aj^/t|}^a, (hip. indutiva)
.•.Ft=V|aa„, (Ex8,ln) Pu{-iaJ^-na,j!i/t] (Ex8, Ig)
.-.F 1= a (qed) ,<^'/ , . ' Como não ocorre t em nenhuma sentença d(
F ' u { - i a J , temos:
k) E-V: : Pu{^aJ^V|i^a„, (cf seção 2.2, item viii)
(Ex8, If)
Para a,=a„[^/t] e a,=V^a„, . • • „ -: (1) Ft=^a,^Via^a^ (Ex8, In)
F t= a, (hip. indutiva)
F I - a, (hip.) 3|ia„^^V^^a„ (Ex8, It)
F t= aj (liip. indutiva) (2) F ^ ^V|i-^a,, (Ex8, Ic)
Para toda interpretação 3, se 3 sadsfaz F, N 3 V}a,a,„ Se 3 satisfaz F, 1=3 a,^ ou (=3 V | a , - i a „ (por 1)
Se t=3V)aa„„ então N 3 «..J^l/t] (cf. seção 2.2, item viii) Mas, V|l^a,^ (por 2)
.•.Fl=a (qed) Logo, Ft=a,
.-.F ^ a (qed)
271
n) Introdução da identidade (II)
Se t, ocorre em 62, repetimos o raciocínio para Bj,
Para a,,= t=t obtendo igualmente que F 1= a.
Para toda interpretação 3, 3{t)=3(t) e, portanto, t=t 2) a-=P,.9,92...6,„...9„, onde 9^ apresenta ocorrência
Para toda interpretação 3, se 3 satisfaz F, t~t de t, . ; - v:
Logo, rt=a|^
.-.r N a (qed) - ~" F K a, (hip.)
F h P,0,9,..9^...9, (hip.) . '
0) Eliminação da identidade (El) F 1= a, (hip. indutiva)
F ^ P^9,92...9„...9„ (hip.mdutiva)
Para a, = t,=t2 e a;^=a|[t,/tj, onde a, é uma sentença
atómica que apresenta ocorrência de t,. Temos dois Para toda interpretação 3, se !J satisfaz F, 3(ti) = 3(t^
casos a analisar: , e (j(9,), ^ ( 0 2 ) , a ( 9 j , a ( 9 j ) e a(pj
1) a,=e,-e, e..=9„[tyt2] (Ex8,2)
= 2í(en.[t,/t2])
(5(9,), a ( 9 2 ) , 2 í ( 9 j t , / t 2 ] ) , a ( 9 j ) G a(i^o
Tf-a. (hip.) N3P,9,92...9„...9„[t,/t2]
r h- e,-e. (hip.) .-.F \= a (qed)
r 1= tt; (hip. indutiva)
r t= 9,=02 , i (hip. indutiva) Tendo demonstrado que cada regra de R I é correta,
temos provado de forma geral a correção da LPPO, isto 6, se
Para toda interpretação 3, se 3 satisfaz T, 3(t,) - 3{t^ F I- a, então F t= a. (qed)
e 3{Q,) = 3{Q^
5.3.8 Teorema d; dedução ( T D ) : Se F, (3 h- a, então F
Se t, ocorre em 9,, então: I- P-^a
N=3 0,=e,[t,/tj (Ex8,2) A demonstração do teorema da dedução para a LPPO
j(eo = a(e,[t,/tj) utiliza os mesmos lemas que foram demonstrados para a í ,1',
m [ t , / y ) = 3í(ea) deve-se observar porém que onde nas demonstrações desses
^ 3 e,[t,/tj-e2 lemas alude-se a certos metateoremas (como correção e
(e,-e2)[t,/tj compacidade), estas alusões passam a referir as versões
.•.rt=a (qed) destes metateoremas para a LPPO. Segue:
273
272
S;a não é consistente
r u T , p í= a (lema 2) E ; a h- P
Para toda interpretação J, se 3 satisfaz F u T , então X;aH-nP „
, 2 h a-^p . (TD)
Ou 1=3 p (i) ou f?í^3 P (ll)
Se (i), então 1=, p->a ^ (pois T u T , P t= a Z. \=~, O) E H a->-ip (TD)
\ h- (RA)
Se (ii), então 1=3 P->a (pela falsidade de P)
Logo, 1=3 p—>a (por exaustão) Se S;—itt não fosse consistente pelo mesmo raciocínio
Vem: - ..,' de cima teríamos que:
S I ^-la . : ,,
ruT ^ p-^a ^^,;'t Z h a " pN)
r h- p ^ a (lema 2) (qed) E assim Z não seria consistente, o que contraria nossa
hipótese
5.3.9 Teorema complêtudeí^e F t= a, então F h- a Logo, Z;—ia é consistente (qed) . ;f /K , -
Pretendemos demonstrar agora que RI é completo, ou SL4: Para qualquer conjunto de sentenças F consistente, há
seja, que para qualquer sentença a e qualquer conjunto de um conjunto Z que é consistente, maximal relativamente a
sentenças F, se a é consequência lógica de F, então a é um dado conjunto e 00-completo que contém F e pode ser
dedutível de F. Assim ficará estabelecido que as regras de RI construído da seguinte forma:
são conjuntamente suficientes para prov^ar toda consequên-
cia lógica (não obstante, RI não é um conjunto necessário de
regras).
S, ,U{(p,}, se (p, é consistente com Z,.,
Vamos agora proceder à demonstração da completude. Em Z;= ^
primeiro lugar, vamos provar o lema I : Z,_jU{—i(Pi}, caso contrário.
Lema 1: Dado um conjunto F de sentenças qualquer, se F é Tal que (p, G L^* (a mesma lista L^, que construímos na
consistente, então F é satisfazível. demonstração da compacidade)
Para essa demonstração precisamos de três sub-lemas - SL3, Z será o conjunto união desses infmitos conjuntos Z, (dito
SL4 e SL5: metaforicamente: o que fizemos foi preencher o conjunto Z
com um conta-gotas, apenas cuidando para o recipiente não
SL3: Se 2 é consistente, então se S;a não é consistente, transbordar). Reclamamos que:
então Z;—itt é consistente.
274 275
i) S é consistente .. E. h-a[|a/k,H-np
E, h- ^ a [ ^ / k,]
Suponliamos que houvesse uma prova de OCA—lOC a E, I- V|J.-ia (I-V, pois k| não ocorre em E;)
partir de E, então haveria uma prova de (XA—itt a partir E, I—i3|a,a . .
de um subconjunto finito 2 ' de S (pois toda prova da E, k 3}xa - (reflexividade) •
LPPO é finita). Porém, como qualquer subconjunto Ej é inconsistente (o que contradiz a hipótese)
finito de uma união de conjuntos finitos aninhados é Logo, a [ | i / k,] G E
um subconjunto de pelo menos um dos subconjuntos
aninhados, S' C 2, para algum i , donde segue que E, K (^):
ttA—itt. Acontece que, por SL3, vemos que cada E; é Vejamos o que acontece se a[|X/k-] G E:
consistente, o que nos leva a um absurdo e estabelece
que E é consistente. a[^/kj G E (hip.)
. : Suponhamos que 3|a,a g E, daí i.:>
ii) E é maximal em relação à L^, —i3|xa G E (maximaHdade) • '
El i3|ia (reflexividade)
A maximaHdade de E com relação à L j . é trivial dada a E l - a[^i/ki] (reflexividade e hip.)
sua construção, uma vez que para qualquer sentença (P; . EH3^a (1-3)
de Ls», (Pi e E ou -i(p, e E. ' E é mconsistente (o que contradiz result anterior)
Logo, 3na G E
iii) E é CO-completo.
Concluímos assim que E é CO-completo (qed)
Cada Ej é construído pelo acréscimo de um (P; ou de
sua negação a um E,,, e é dado que se (p,= 3[ia, então Precisamos agora de SL5.
(p,+,= a[|A/k,]. Vem:
SL5: O conjunto E construído em SL4 é satisfazível.
(=>):
Primeiro definimos a função !JT: e a interpretação 3 de forma
Vejamos o que acontece se 3|U,a G E:
análoga a que foi feita na demonstração da compacidade.
a^ia G E (hip.) Vem:
E,_,U{3)J,a} é consistente
E,= E,.,u{3)ia} Definimos da seguinte forma:
Suponhamos que a[|l/ki] g E, daí
EjUa[n/kj] é inconsistente Jj. Termos de £^^,-^\QÍ\, tal que: T2X3... c uma lista dos
E, K a [ | i / k j ^ p termos de £^^^ e 12t | = {«a,, •2.2, •a.^,,...}
276
(1) a(co = :ÍX(C^
(1.) 3,{X,)^ «a, (2) a(f)= {(x, y) I x=ax(S:;) e y=ax(FS"), para cada z>0}
(2x) 2íx(Ti)= 2ÍT(X,), se T ~ T , e S, para algum j < i (3) 3(Po = {(:Jx(to, ax(t^, ...,ax(0)|PAt2...t„G E }
(3x) !JT:(Xj) = «a|., se X^'^X- e E, para qualquer ]<!, onde «a,,
é uma imagem ainda não atribuída e, dado qualquer Reclamamos que JÍ satisfaz E. Provamos isso demonstrando
•a^ tal que x<k, existe um tal que "J-^ÍX^^ «a^. que t=3 Y í'SS Y e E, o que faremos usando indução sobre Y-
Antes, porém, demonstramos um sub-lema análogo a SLl.
Aqui também, jí^ consdtui-se numa função por razões SL2 também será usado e sua demonstração continua a
semelhantes aquelas aludidas em 3.6. Há três possibilidades mesma, apenas com uma diferença de leitura, pois onde lá se
para cada termo X^ 1. T i = T | ; 2. X~X^ g Z, para qualquer j < i e menciona 3 e 3^, estes símbolos devem agora representar a
3. T j ~ T j e E, para algum j < i. Nos dois primeiros casos, fica função e a interpretação definidas nesta seção.
claro através de (l^) e (3^) que é atribuído apenas um valor
para T,. No último caso, pode acontecer, por exemplo, que Sub-Lema Análogo 1 (SLAl): Dado algum j < i , X—X^ G E
Xi=T,^ e E e T ~ T ^ G E, sendo m<n<i. Nesse caso teremos sss Xj=Xj G E. Vem: • 7 \,
que 2ÍT;(TÍ)= I Í T ( T J e que C Í T ( T Í ) = 2ÍX(TJ, mas a unicidade do
valor atribuído a T- é garantida porque então também será o (^):
caso que T „ = \ E, e, portanto, 2 Í X ( T J = 2ÍT(T„), o que é X ~ X j G E, para algum j < i (hip.)
assim demonstrado: E h- Xj^Xj (reflex.)
E h Xi=Xi (II)
T~X^ G E (hip) E h- X p X , (El)
T~T„e E (hip.) ' - Xj*Xi 6 E (do contrário E I - X j ^ X ; e E seria
E K T~T„ (reflex.) inconsistente) ."'^í'. "
E K T,=T„ (reflex.) LSF -.ív i^V: - , •. X|=X, G E (maximaUdade de S)
E h- T^==T„ El
T^*T„ g E (do contrário E I - X,„*iT„ e E seria (=>): -^r ' •
inconsistente)
Esta parte segue a demonstração anterior, assumindo-se
Xj^^t^ G E (maximaHdade de E com respeito à L^^,) a hipótese de que X=X, G E, para algum j < i.
Definimos a interpretação 2í da seguinte forma: Demonstração de SL5:
a: n'^2t, tal que i) Y é fórmula atómica
Sendo c, uma constante, P uma função e um predicado a) Y=T,='C:
278 279
(hip.) Y€ S • , (hip.)
(a,) j < 1 P,t,t2...t„ g 2
(maximalidade) (a,(t,),ax(t2), . . . , 3 T ( 0 ) € a(PO (3) .. ,.
(3x) ^3 PAt2...t„ :i >
(SL2)
Y e 2;
PAt2...t„eE
(maximalidade) (ax(tO, :Jx(t2), ...,2íx(0)G 2í(P0 (3)
(SLAl)
a,(T,.) ^ a,(T^ (3x) ^aY
2í(T,)^JÍ(T0 (SL2) :
ÍL) Y= -lOC / - :;. .
(^): : • í
^3 Y Oip-)
(hip.)
(a,) i < 1 Nfcj a
T~T. G E a g S (hip. indutiva)
:Jt(TD= 3x(Xi) (2x) —,a G 2 (maximalidade)
(SL2) YGS
(<=):
^aY Y G S
(aa) j > 1 -ittG 2 (hip.)
T~X, G S El (reflex.)
Tj=T, G S (SLAl) a g 2 ;, (do contrário E 1- a c Z seria
(2x) inconsistente)
(SL2) ^•j a (hip. indutiva)
^3Y
^DY
iii) Y=OÍAP
b) Y=PAt,...t„
280 281
fefcj avP
1=3 Y . (hip.) t?^3a e tít^ P
1=3 (/.A(5 ag Eepg E (hip. indutiva)
a e 1=3 P e E e ^P e E (maximalidade)
a e E e (3 e Z (hip. indutiva) • Eh ^aeEh- ^p (reflex.)
E h aeE K P • (i-eflex.) avp g E (do contrário El-avp e El-P
E h- a A p / (IC) por M T P .'. E seria inconsist.)
-n(aAP) g E (do contrário E I ^(ttAp) e Yg E
E seria inconsistente)
ttAp G E (maximalidade) v) Y=Cí-^P
Y G E
(=>)••
Y E E YgE
E h- ttAP ^(a-^P) e E (maximalidade)
E h- a e E f- P (EC) E H -n(a->p) (reflex.)
, —itt g E e —iP 2 E (do contrário E seria inconsist.) -itt g E (do contrário El—iP—>—lOC por C
a e E epe E (maxuxialidade) e E h-a—>P .'. E seria inconsist.)
t=3 a e t=3 P (hip. indutiva) ae E (maximalidade)
1=3 ttAP ' pg E (do contrário E l - a—>P por C
^3Y e E seria inconsistente)
^jael^jP (hip. indutiva)
a->p
iv) Y=ccvP f^aY •
(<=):
YgE ^ 3 a e (7^3 P
-i(avP) e E (maximalidade) ae Eepg E (hip. indutiva)
E h- ^ ( a v p ) ' (reflex.) -nPe E (maximalidade)
a g E ePg E (do contrário E I - avP, por E K aeE h ^p (reflex.)
ID, e E seria inconsistente) a^P g E (do contrário E l - p por MP e
11^3 a e t?í=3 P (hip. indutiva) E seria inconsistente)
t?t3 avP
YgE
^ 3 Y vi) Y=oc<->P
282 283
a[^l/k.] G Z, (tal que Z,= Z„,u{a[^l/k,]})
Z, K a[|a/kj] (reflex.)
Z, I - V j i a (I-V, pois k| não ocorre em Z^
ou (i) a e 1=3 P, ou (ii) a e (#=3 P i Z I - y^ia (monot.)
Se (i) a e Z e p G Z (hip. indutiva) \/\xa G Z (do contrário Z seria inconsist.)
—i(a'e>P) ^ 2 (do contrário Z seria inconsist., YGZ
pois {a,-i(a<-^P)}i—iP) (<=):
Se (ii) a g 2 e p g Z (hip. indutiva) YG Z
—ittG Ze—ipe Z (maximalidade de Z) V|Lia G Z
—i(OC<->p) g Z (do contrário Z seria inconsist., Z \- V | i a
pois { - i t t , - i ( a ^ P ) } l - P) Z h- OC[jl/tJ (para qualquer termo const. tj)
—i((X<->P) í Z (por exaustão das possibilidades)
a^P G Z (maximalidade) Assim, para qualquer termo constante tj, temos:
yez
a[|l/tJ G Z (do contrário Z seria inconsist.)
t=3 a [ | l / t j (hip. indutiva)
ou (i) 1=3 a efet^p ou (ri) N^^^ a e 1=3 P t=3 \/[l(X (pois, por definição de 3, cada
Se (1) a G Z e P € Z .-. —iP G Z (hip. mdutiva e maxim.) elemento do domínio é atribuído
(a<->p) í Z : ^ (do contrário Z seria inconsist., a um termo constante)
pois { a , a ^ p } i - P)
Se (ri) a g Z e P G Z .-. -itt G Z (hip. indutiva e ^aY
maximalidade)
viii) Y= 3|aa
(a<->P) g Z (do contrário Z seria inconsist.,
pois {P, a ^ P } [ - a) (=>):
(a^P) € Z (por exaustão das possibilidades)
Z l=3 3 | i a
Suponhamos que 3|a,a g Z
vil) Y= V ^ a . —iB^xa G Z (maximalidade)
Z I iBjxa
(=^): Z KV^^a
Z I ia[|X/tJ (p/ qualquer termo constante tj)
1=3 V|aa Assim, para qualquer termo constante t^, temos:
t=3 a [ ^ / t j —iCC[|i/tj] G Z (do contrário Z seria inconsist.)
a[|i/k|] G Z (hip. indutiva) t=3-ia[jl/tj (hip. indutiva)
284 28.5
1=3 V|J-—itt (pois, p o r definição de 3, cada Podemos concluir assim duas coisas maravilhosas: (1) t|Lic-
elemento d o d o m í n i o é atribuído se a é conscqíiência de F, então a é dedutível de F , o qiic
; ' a u m termo constante) equivale a dizer que nosso conjunto de regras é completo, e
t=j —i3[i(X (o que contraria result. anterior) (2) que v o c ê , leitor, é m u i t o paciente.
L o g o , 3|ia G Z
ye Z
a[jl/kj] e E (pois E é CO-completo)
t=3a[[l/kj] (hip. indutiva)
t=3 3ixa (cf. s e ç ã o 2.2, i t e m Lx)
o que conclui a demonstração de SL5. D a í , segue
t a m b é m o lema 1, pois mostramos que qualquer conjunto
consistente T de sentenças está contido e m u m conjunto 2
satisfazível, o que impHca que T t a m b é m é satisfazível. E m
suma, temos estabelecido que, para qualquer conjunto de
sentenças F, se F é consistente, F t a m b é m é satisfazível.
Procedemos então à parte final da d e m o n s t r a ç ã o da
completude. V e m :
F^a
F;—itt é insatisfazível (3.6, lema 1)
F;—iCC é inconsistente (lema 1)
F;^a h- p
F;-^aK^(3
F \- -^a-^p (TD)
F \- -^a->^P (TD)
F I ^-.a (RA)
Th a . (DN) . -
CAPÍTULO 6 - LÓGICAS ALTERNATIVAS
Nos capítulos anteriores apresentamos alguns sistemas
lógicos. Constatamos inicialmente que a LP normatiza
raciocínios que não eram possíveis no silogismo de
Aristóteles, e depois que a L P P O regulamenta raciocínios
que n ã o eram possíveis na L P . Temos agora, finalmente,
com a LPPO um sistema completo para todo tipo de
raciocínio? O leitor deve supor, c o m toda r a z ã o , que a
resposta é negativa. E m b o r a a LPPO seja u m sistema
bastante rico e consiga formalizar grande parte do raciocínio
científico, filosófico, matemático e ordinário, existem
raciocínios que extrapolam os seus limites. Tais raciocínios
sã£L_ÊStudados e m | l ó g i c ã s ^ c h a m a d a s deT nãõ~clássicas o u
desviantes. ^Neste grupo e s t ã o ^ o r exemplo, as lógicas modais
e ãs"^logicas n ã o m o n o t ô m c a s |(i.e., lógicas que n ã o t ê m a
propriedade da m o n o t o n í c i d a d e ) . Por o u t r o lado, há lógicas
que consideram adequado restringir o campo dos raciocínios
formalizados pela lógica clássica, e por isso s ã o chamadas de
lógicas subclássicas. O conjunto das provas dessas lógicas é u m
subconjunto p r ó p r i o do conjunto das provas da lógica
clássica. As lógicas paracompletas] (i.e., lógicas que não
aceitam o u relativizam o princípio do terceiro excluído), as
[lógicas paraconsistentes~7i.e., lógicas que n ã o aceitam o u
relativizarn o p r i n c i p i o d a ' n ã o contradição) e as lógicas n ã o
reflexivas!(i.e., lógicas que n ã o aceitam o u relativizam o
princípio da identidade) são exemplos de lógicas
subclássicas. A seguir, apresentamos algumas lógicas
alternativas.
6.1 Lógica Modal Proposicional
A lógica m o d a l investiga os sistemas lógicos que c o n t ê m ,
além das noções essenciais da lógica proposicional c de
288 289
predicados, pelo menos uma das seguintes n o ç õ e s : possível, A impossibilidade mencionada em (a)-(c) (psicológica,
i m p o s s í v e l o u necessário. Dissemos "pelo menos u m a " das biológica e física) n ã o é usada no sentido mais forte, meta-
n o ç õ e s porque, c o m o veremos logo a seguir, cada uma delas físico, da palavra (embora a classificação da impossibilidade
pode ser definida em função de qualquer outra. Essas física c o m o uma impossibilidade "fraca" já comece a ser
n o ç õ e s s ã o chamadas de " m o d a i s " porque se referem ao filosoficamente controversa). D e todo m o d o , os casos (d) e
Hnõdc) da verdad^das p r o p o s i ç õ e s . Algumas p r o p o s i ç õ e s s ã o (e) exempKficam o sentido forte de modalidade, que é o que
"^rdadeiras, m " S p o d e r i a m n ã o ser, c o m o p.ex. " O n ú m e r o temos em vista aqui. I m p o r t a perceber, p o r é m , que t a m b é m
de planetas do sistema solar é 9". Outras p r o p o s i ç õ e s s ã o entre (d) e (e) existe uma importante diferença, (d) é uma
X^rdaderras, e não"~poderiam deixar de sê-lo, c o m o p.ex. " 9 é verdade analítica (no sentido amplo) e (e) uma verdade
í m p a r " . N o primeiro exemplo temos uma p r o p o s i ç ã o _^giçãraãtautológica (analítica no sentido estrito). Desde Os
contingentemente verdadeira, no segundo uma necessaria- Dois Dogmas do Empirismo (1952) de Quine, a comunidade
mente verdadeira, o u seja, ambas s ã o verdadeiras, mas de filosófica se t o r n o u mais cética c o m relação à n o ç ã o ampla
modos diferentes. D a mesma forma, algumas p r o p o s i ç õ e s s ã o de anaUticidade, b e m como c o m relação a todas as n o ç õ e s
falsas, mas poderiam n ã o ser, c o m o p.ex. " o n ú m e r o de modais. A necessidade no sentido lógico (tautológico),
planetas do sistema solar é 10". Outras p r o p o s i ç õ e s s ã o p o r é m , permanece intocada pela crítica de Quine. A q u e s t ã o
falsas, e n ã o poderiam deixar de sê-lo, c o m o p.ex. "10 é fundamental aqui é: existem verdades n e c e s j i r i a s _ a l é m das
í m p a r " . N o primeiro exemplo temos uma p r o p o s i ç ã o
tautologias? E m Naming and Necessity (1972),(Kripke Idefende
contingentemente falsa, no segundo uma necessariamente
que p r o p o s i ç õ e s de identidade c o m nomes p r ó p r i o s c o m o
falsa, o u seja, ambas s ã o falsas, mas de modos diferentes. A s
" T ú l i o é C í c e r o " s ã o necessárias, embora a posteriori e n ã o
necessariamente falsas s ã o chamadas " i m p o s s í v e i s ' / e as
tautológicas. O debate acerca dessa q u e s t ã o ainda está aberto
que n ã o s ã o impossíveis s ã o chamadas d ^ ^ o s s i v e i s " . |
na comunidade filosófica. ,
Conceitos modais p e r m i t e m uma pluralidade de usos em A lógica m o d a l se desdobra numa pluralidade/de sistemas
diferentes graus de rigor na língua natural. Usa-se a palavra ii X i( )máricos_diferentes. cada u m dos quais tenta normatizar
" i m p o s s í v e l " , p.ex., em diferentes níveis (em ordem certas"intuições acerca dessas n o ç õ e s . Existe uma ampla
crescente de radicalidade): gama de sistemas modais, alguns bastante arrojados que se
desviam das nossas intuições normais. Veremos aqui apenas
(a) Para m i m seria i m p o s s í v e l viver numa cidade grande os sistemas ditos "normais".
c o m o S ã o Paulo. Uma d a s _ 2 r i n ç i p ^ características da lógica m o d a l é a sua
(b) E i m p o s s í v e l que u m ser h u m a n o gere u m cavalo. ^|T!u) extensionaHdadey Segundo o princípio de extensionaH-
(c) E i m p o s s í v e l que dois corpos ocupem ao mesmo tempo iTade, v à l i d d ^ r a a lógica proposicional e de predicados, o
o mesmo e s p a ç o . valor de verdade de uma p r o p o s i ç ã o complexa depende
(d) E i m p o s s í v e l que u m h o m e m solteiro seja casado. i i i u i i a e exclusivamente do valor de verdade das p r o p o s i ç õ e s
(e) E i m p o s s í v e l que a bola seja vermelha e n ã o vermelha ao i | u i - a c o m p õ e m . Assim, dada uma atribuição de verdade u,
mesmo tempo. se (X c uma s u b f ó r m u l a de (p e (p' é igual a (p exceto por
apresentar (3 onde (p apresenta a, e u'(a)=u'(p), então
290 291
u'((p)=u'((p')- Por exemplo, se p = "2 é par" e q = " S ó c r a t e s é
grego", e n t ã o o valor de verdade da f ó r m u l a p A r é o mesmo <C>p<=^-in-ip
da f ó r m u l a q A r , pois tanto p quanto q s ã o verdadeiras. A
lógica m o d a l é dita intensional porque este p r i n c í p i o n ã o se (c p o s s í v e l que p = n ã o é n e c e s s á r i o que n ã o p). Essa inter-
aplica nela. Por exemplo, a p r o p o s i ç ã o : dcfmibilidade é necessária e universalmente válida não
apenas para p r o p o s i ç õ e s particulares. Assim, para qualquer
é n e c e s s á r i o que p •, ! ^ ' fórmula OCvale •:íKbom
" :••'•'! :-;;>'>:: -m
é verdadeira, enquanto ' ^ •j .
é n e c e s s á r i o que q ^' : i .
A l é m destes conectivos, é importante introduzir na lógica
é falsa, embora p e q sejam verdadeiras. modal u m n o v o conectivo lógico "aparentado" c o m a
i m p l i c a ç ã o , o qual, p o r conta desse parentesco, chamaremos
Cada u m dos quatro conceitos modais pode sctvk c o m o
àeSímpUcãção estritajou implicação necessária] É fácU perceber a
conceito p r i m i t i v o a partir do qual os outros s ã o definidos.
diferença entre a i m p l i c a ç ã o da lógica proposicional e a
E m geral, toma-se o u o conceito de necessário o u o conceito
i m p l i c a ç ã o estrita. Por exemplo, a p r o p o s i ç ã o —ip—>p pode
de possível c o m o p r i m i t i v o . A p r o p o s i ç ã o " é n e c e s s á r i o que
ser verdadeira se concebemos o símbolo como a
p " é representada p o r
implicação tradicional, mas, no sentido natural da
i m p l i c a ç ã o , o u seja, n o sentido de i m p l i c a ç ã o estrita, tal
p r o p o s i ç ã o nunca pode ser verdadeira, da mesma forma que
e " é p o s s í v e l que p " é representado p o r "se n ã o chove e n t ã o chove" nunca pode ser verdadeira. A
impHcação estrita será simbolizada assim:
^ p ^ q p implica estritamente — o u necessariamente - q)
T a n t o • c o m o O s ã o operadores proposicionais m o n á d i -
cos, pois f o r m a m p r o p o s i ç õ e s ("é n e c e s s á r i o que p") a partir Esse conectivo significa o seguinte: se p é verdadeiro, e n t ã o
de uma ú n i c a p r o p o s i ç ã o . A relação de equivalência seguinte necessariamente q t a m b é m o é, dito de outra forma, n ã o é
mostra que estes operadores s ã o interdefiníveis: possível que p seja verdadeiro e q seja falso: .,..,„„.-,
•p <í=>-i<>-ip ' ' ["7^V^D(p^q)\
(é n e c e s s á r i o que p - n ã o é p o s s í v e l que n ã o p ) . D o n d e ou, equivalentemente:
podemos concluir que:
p =^ q =dcf.-^^(pA-^q)
292 293
conduz à multiplicidade de sistemas a x i omát i cos. Um
Quando duas fórmulas se impHcam estrita e mutuamente, exemplo clássico é a q u e s t ã o : uma p r o p o s i ç ã o necessária é
elas s ã o estritamente equivalentes ("<=»"): necessariamente necessária? O u seja, pode-se inferir de Doc
que D D o c ? Vejamos agora alguns desses sistemas modais
=(a=^(3)A(|3=ía) axiomatizados de perto:
E m geral, os sistemas modais respeitam alguns princípios Sistema T
intuitivos b á s i c o s , instituídos então c o m o axiomas. U m deles
é conhecido desde a escolástica: ad^^^T^Do ser se O sistema mais fraco ( = c o m o menor n ú m e r o de
pode inferir a possibilidade, o u seja, se algo é u m fato, e nt ão teoremas) que c o n t é m os axiomas mencionados acima é o
é possível: |sistema T de Robert Feys (1937). O sistema T se caracteriza
pelas seguintes regras de f o r m a ç ã o :
TRl Qualquer letra sentenciai sozinha (p, q, r, ...) é uma f b £
Este axioma é chamado á&^ãxiõmã^da possibilidade] O u t r o TR2 Se a é fbf, então —itt e • a também o são.
axioma importante é o" axioma da necessidade\\s& algo é TR3 Se a e P s ã o f b f s, então avP t a m b é m o é.
necessário, então é fato:
D o s conectivos vero-funcionais, o sistema T t e m apenas —i e
V como primitivos, definindo A, —^ e <-> como
classicamente na L P . A l é m disso, T define <C>, ^ e = como
A l é m disso: qualquer fórmula logicamente verdadeira
mencionado acima. Os axiomas de T são:
fautologia) é nec£ssariamente_verdadeira. Deve-se poder
j derivar Da de a, se a é uma tautologia. Finalmente, parece
ATI (pvp)->p
intuitivamente válido que se uma fórmula a implica
AT2 q-^(pvq)
estritamente |3, e a é necessariamente válido, então t a m b é m
AT3 (pvq)^(qvp)
Poé:
AT4 (q^r)^((pvq)^(pvr)) - ; ; : »
ATs) Dp^p
(•aA(a=Jp))^np AT6, • (p->q)->(np->nq)
ou, equivalentemente:
A T I — A T 4 s ã o axiomas da lógica proposicional dos Principia
Mathematica de RusseU e Whitehead (1910-1913). A T 5 é o
• (a^p)-^(na-^np) axigtna da necessidade e A T 6 o | ã x i o m a da necessidade da
impMcação estrita As regras de inferência s ã o (I— representa.
Existem, todavia, princípios cuja vaHdade n ã o é de todo
óbvia, e a sua aceitação o u n ã o aceitação é justamente o que
294 295
como sempre, a relação de dedutibilidade, assim "Th-OC" ou 1. • ( p ^ q ) ^ ( n p ^ n q ) (AT6)
simplesmente " l - a " sigmfica "a é teorema em T"): 2. ( p =J q ) ^ ( n p ^ n q ) (Def=?)
3. (q =t p ) - > ( n q ^ n p ) • (Sub.Unif p / q , q/p)
R T l Regra de substituição uniforme: qualquer letra •I. (p^q)->((r-^s)-^((pAr)-»(qAs))) (Teorema da LP)
sentenciai de um teorema pode ser substituída por 5. ((p ^ q)A(q ^ p ) ) ^ ( ( n p ^ n q ) A ( n q - ^ n p ) )
qualquer fbf (se f- (pvp)—>p, então K (ava)-4a) (aplicação de 4 a 2 c 3)
(a/p: a substitui p). 6. (p = q) ^ (Dp^Qq) Pef. =, DD)
' RT2 Modus ponens: se h-CC-^B e I- a, então I - P. 5
RT3 I Regra de necessitação^ se I - a , então I - • a. r3 •(pAq)<-^(npAnq) . , .
Prova:
Existe mais uma regra de transformação que é muito útil 1. (pAq)—>p ^ (Teorema LP)
nas provas dos teoremas de T:
2. • ( p A q ) ^ n p C^KANS 1)
3. (pAq)->q (Teorema LP)
TRANS Se h (a-^p), então l - (Da^Dp)
4. • ( p A q ) - ^ n q (TRANS 3)
5. • ( p A q ) ^ ( n p A n q ) (Cf. Teo 39, 2 e 4) r
A validade dessa regra pode ser facilmente demonstrada:
Se (OC-^P) é um teorema, então com RT3 se obtém f- 6. • p ^ n ( q - > ( p A q ) ) (Teorema LP e TRANS)
• (a^P), e com AT6 h- •(a-^P)->(na-^nP). Finalmen- 7. • ( q ^ ( p A q ) ) ^ ( n q - ^ n ( p A q ) ) (AT6 q/p, pAq/q)
te, com o modus ponens se obtém I - (Da—>np). 8. • p ^ ( n q - ^ n ( p A q ) ) (TI 6 e 7)
9. (OpADq)—>-n(pAq) (feorema da importação) •
Teoremas de T 10. • ( p A q ) ^ ( n p A n q ) (DD 5 e 9)
Para se demonstrar os seguintes teoremas se faz uso dos T4 • ( p < - ^ q ) ^ ( p = q) b5'r'' ~'
teoremas da lógica proposicional (LP) Prova:
1. • ( ( p - ^ q ) A ( q ^ p ) ) ^ ( n ( p - ^ q ) A n ( q ^ p ) ) T3 '^
Tl • p->Opl OTXkl^ í/lt» jf>lfíil}>i'itjf,/Jí
2. • ( p ^ q ) < - ^ ( p = q ) (Def 4^, D e f =t, Def =)
Prova: ^ ^
1. D - n p ^ - i p (ATS com R T l - , p / p ) Outros teoremas importantes do sistema T são
2. — i - i p - > — i D — i p (contraposição)
3. p ^ ^ D - i p (DN) T5 Qp^^O^p
4. p->Op (def.de O ) T5a D-^p^^Op
T5b ^Dp^O^p
T2 (p=q)-^(np^nq)
Prova:
296 297
T6 -.0(pVq)^(-nOpA^Oq) R3* O O p ^ Op
T7 0(pvq)^(0pv0q) R4* • p - > DOp :
T8 (p =J c3)-^(Op->Oq)
Estes princípios fortes não precisam ser tomados todos
Os Sistemas S4 e S5 como axiomas no novo sistema. R2 pode ser derivado de R I
(e vice-versa) e R3 pode ser derivado de R4 (e vice-versa).
Pode-se dizer que o sistema T é constituído Logo, só precisaríamos adicionar ao sistema T como
exclusivamente de teoremas consensuais, poja^ todos sío_ axiomas R2 e R3 ou R I e R4. Mesmo assim,_ os sistemas
, altameo. e intuitivos. O sistema T não contém|modalidades modais mais conhecidos que acrescentam alguns destes
jteradas^ como é o caso nos sistemas S4 e S5, "segundo òs princípios a T fazem opção por apenas um deles. N o sistema
quais va e D p - ^ D O p (se p é necessário, então é necessário ^S47ladicionarse somente R4* ao sistema T (T + R4*) e, no
que p é necessário). Repare-se, aHás, que a fórmula sistema[ SSj adidona-se somente R I * (T + RI*). Como
• •p—>np parece muito menos problemática, embora T U { R 1 * } I - R 4 * (mas não T u { R 4 * } l - R l * } ) , S5 terá R4*
também contenha uma modalidade iterada. como teorema. Os nomes S4 (de R4*) e S^(de R I * [+R4*])
foram estipulados por Lewis e Langford (1932).
Como • • p ^ n p é facilmente aceitável (é um teorema
de' T, derivado de A5), se aceitarmos adicionalmente
• p — » D D p , t e r e m o ^ ~ D D p < ^ D p | normalmente chamado Sistema S4 ^
de |jDrincípio^jde_j;edii^^ encurtar modalidades
O sistema S4 é composto de todos os axiomas de T mais
iteradas)? Existem várias possibilidades de redução de
o^ixioma R4*, ou seja, completamente expUcitado:
modalidades iteradas:
A1S4 (pvp)->p ,
RI Opf^nOp
A2S4 q^(pvq) '
R2 Dp^OOp,
A3S4 (pvq)-^(qvp) •• ; ,
R3 Op^OOp"
A4S4 (q^r)^((pvq)-^(pvr)) " - ' ' \
R4 Dp DOp
A5S4 •p->p
Os bicondicionais acima poderiam ser economizados, A6S4 •(p->q)^(np^nq)
sendo suficiente assumir algumas implicações simples, pois ÍÃ7S47 D p ^ a n p (=R4*)
um dos lados é sempre derivável em T ( • • p - ^ D p ,
• O p - » O p , n p ^ O D p e Op—><>Op), ou seja, bastaria Como todos os axiomas de T são também axiomas de S4,
assumir como "novo": tudo o que pode ser provado em T também pode ser
provado em S4, ou seja, todos os teoremas de T são
teoremas de S4. Alguns teoremas novos de S4 em relação a
R I * Op-»nOp
T são:
R2* o n p - > n p
298 299
6.2 Lógica Intuicionista
T l S4 O O p-^ O p (derivação de R3* a partir de R4*)
T2S4 Dp^-^anp (derivação de R4 a partir R4*) A característica mais destacada da lógica intuicionista é
T3S4 O p ^ O <C>p (derivação de R3 a partir R4*) que ela é"^jpãrãcompleta,^isto é, ela rejeita a lei do terceiro
T4S4 ODOp^Op excluído (têrtium non ílãlTir). Essa rejeição c consequência do
trabalhiX do matemático e filósofo holandês L . E. J.
T5S4 •Op-^ODODp ' ' . ' '
Brouwer,] que dedicou grande parte da sua vida para
T5S4 nop^DODOp
estabelecer uma nova concepção de matemática, a
T6S4 ODp^onoDp ,,. .'^;•' ^matemática construtivista^ Tal concepção se distingue da
tradicional por entender que a matemática é criada
Sistema S5 livremente pela mente humana a partir da intuição pura do
tem|20jtal como Kant já houvera sugerido. Desta forma, a
_0_sistema_S5 c composto de todos os Wiomas de T mais o Yérdade|dos enunciados matemáticos deve ser construída e,
a x i o m a R l ^ l o u seja, completamente explicitado: por conseguinte, não pode existir a não ser que seja
experenciada por um sujeito através de métodos
A1S5 (pvp)-^p . - apropriados. Trocando em miúdos, isso significa que, antes
A2S5 q->(pvq) ; de ser provado, um enunciado matemático não é verdadeiro
A3S5 (pvq)->(qvp) nêtnlalso. Talvez isso não pareça tao oten'sivoao princípio
A4S5 (q^r)^((pvq)^(pvr)) . / i /• • S õ t e r c e i r o excluído, pois é possível pensar que cedo ou
A5S5 Dp^p . • - V ' • '' tarde toda verdade matemática será provada e o princípio
voltará a vigorar. Mas para isso você precisaria supor que
A6S5 •(p^q)^(np^nq) toda verdade matemática pode ser provada, o que Brouwer
[ÃTSSJ Op->nOp (=R1*) não aceitava, de certa forma antecipando resultados
posteriores, dentre os quais o teorema da incompletude de
Todos os teoremas de S4 são teoremas em S5. Novos Godel.
teoremas de S5 são:
Na matemática tradicional, adinite-se que qualquer
enunciado matemático já é verdadeiro ou falso mesmo antes
T1S5 OOp^Dp que sua verdade ou falsidade tenha sido provada. A
T1S5 Op^nOp • explicação é que se a verdade de um enunciado matemático
T1S5 •p->Onp pode ser provada, então já podemos dizer que existe uma
T1S4 OOp-^Op prova daquele enunciado, embora em muitos casos ela ainda
T1S4 OOp->C>p não tenha sido descoberta. Brouwer percebeu que essa
característica da matemática tradicional era devida ao seu
]Tla£onisggiJinerente, a prova ainda não descoberta seria
então um objeto de um reino platónico feito de números e
300 301
relações entre números. Brouwer era da opinião de que uma 3. A ^ ( B - ^ A & B )
prova que não foi construída não existe e pronto. 4. A & B ^ A
A \a intuicionista^ era considerada por Brouwer 5. A & B - ^ B
como um estudo sobremos padrões de raciocínio 3a
6. A - ^ A v B
matemática construtivista. Sua ideia era de que a lógica não
7. B - > A v B ' '
deveria ser considerada o fundamento da matemática, mas
uma parte desta. Qbjetivatnente, podemos descrever a lógica 8. ( A - ^ C ) - > ( ( B ^ C ) - ^ ( A v B ^ C ) ) • >-
intuicionista como a'^ lógica clássica sem a lei do terceiro 9. (A-^B)-^((A->-nB)-^-nA)
excluído. Isso significa que, para obtermos ã lógica 10. - i A ^ ( A ^ B )
mtuiciomsta, devemos alterar as regras de inferência da LP e
da LPPO de uma forrna que deixe de ser possível concluir Onde " & " faz as vezes do nosso conhecido " A " e A, B e C
OCV—la, mas que continue sendo possível concluir os outros são variáveis metalingúísticas, ou seja, funcionam como as
teoremas que não dependem do terceiro excluído. Uma letras gregas de nossas fórmulas esquemáticas. Pode-se
mudança satisfatória é feita quando trocamos a lei da dupla mostrar que —i—i(pv—ip) é um teorema lógico desse sistema.
negação Para isso, é convemente empregar o teorema da dedução,
que continua válido. Veja: ^
a 1. —i(pv—ip) l - p - ^ p v - i p (Ax. 6 e monoton.)
2. ^(pV^p)K - n ( p V ^ p ) - > ( p - > ^( p v ^ p ) ) (Ax. le
pela lei da contradição
monoton.)
3. - i ( p V ^ p ) h ^(pV-np) (reflex.)
a
4. - . ( p v ^ p ) h p->^(pv^p) MP 2,3
-na
5. -n(pV-np)l ,p (Ax. 9, a p l . 1 e 4)
p
6. H -i(pv-,p)^-np 'l'U
U m sistema de inferência intuicionista famoso é o de 7. ^(pv^p)l—^p^pv^p (Ax. 7 e monoton.)
(Kleene] (1952). Esse sistema é axiomático, possui doze 8. ^ ( p V ^ p ) h - - n ( p V ^ p ) ^ ( ^ p - ^^ ( p v - n p ) ) (Ax. 1 e
axiomas e três regras de inferência. A sua versão monoton
proposicional, porém, possui apenas modus ponens como 9. - i ( p V—ip) 1 ip—>—i(p V—ip) reflex. e MP
regra de inferência; sendo dados como axiomas as seguintes 10. ^ ( p v - i p ) l — ^ ^ p (Ax. 9)
verdades lógicas:
11. h- ^(pv^p)-^^-np ID
12. 1 ^-i(pv-,p) (Ax. 9, linhas 5 e 10)
1. A ^ ( B - ^ A ) 3
2. ( A ^ B ) ^ ( ( A - ^ ( B - ^ C ) ) ^ ( A - ^ C ) ) Note que se tivéssemos a dupla negação ou um axioma
que lhe fosse equivalente teríamos a lei do terceiro excluído.
302 303
A eliminação da "dupla n e g a ç ã J ^ n ã o c s ó uma saída ad hoc V e m o s p o r aí que na lógica intuicionista n ã o valem as leis
para o problema cie evitar o terceiro excluído; na verdade, a de D e Morgan. Por exemplo, enquanto OCvP afirma que f o i
dupla n e g a ç ã o está em desacordo c o m certos princípios cÔnstií23ã~iãma prova de a o u uma prova de p, —1(—ittA-iP)
filosóficos do intuicionismo. De acordo com as ideias afirma que f o i c o n s t r u í d o u m algoritmo que combma as
intuicionistas, negar p duas vezes n ã o equivale a afirmar p. provas de —lOC e —iP e daí gera a prova de uma clara
Quando v o c ê nega p duas vezes v o c ê n ã o está dizendo que p contradição.
tem sido provado, vOcê está dizendo apenas que f o i provado E m b o r a seja c o m p r o v a d o que a lógica intuicionista tem
~p que —ip implica uma contradição. Esse m o d o intuicion^ista certas vantagens computacionais em relação à lógica
de interpretar as sentenças formalizadas é essencial para tradicional, n ã o se pode dizer que os intuicionistas tenham
estabelecermos o caráter correto e completo da lógica provado que a lógica tradicional está errada o u que a lei do
intuicionista. Se alterássemos as regras de inferência, mas. terceiro excluído está refutada de uma vez por todas. N o
não o modo de interpretar os juntores, teríamos fundo, a a d o ç ã o da lógica tradicional ou da lógica
consequências lógicas que não poderiam ser provadas, intuicionista depende apenas de uma escolha filosófica, e
c o m o , por exemplo, —1(—ittA—iP) \ av^. As interpretações escolhas desse tipo s ã o feitas tão somente c o m base no
intuicionistas dos juntores são chamadas de BHK- julgamento acerca do que nos parece mais razoável.
intçrpretações, das iniciais de Brouwer, Heyting e
Kolmogorov, pioneiros do intuicionismo. Observe c o m o 6.3 Mereologia ^
essas interpretações se harmonizam com o espírito da
m a t e m á t i c a construtivista:
A ontologia aristotélica clássica dividia as entidades em
duas categorias fundamentais: substâncias e atributos. A s s i m ,
a sentença " S ó c r a t e s é grego" assevera o fato de que a
r. para provar —itt, j d e v e m o s provar que a implica uma
substância S ó c r a t e s tem o atributo de ser grego. Este tipo de
contradição
ontologia constituiu tanto a base da c o n s t r u ç ã o da L P P O ,
V :para|provar a v P ^ e v e m o s ter uma prova de OC o u uma
onde " S ó c r a t e s é grego" pode ser representada por Fa,
prova de P
quanto a da teoria de conjuntos, onde o mesmo fato p o d e
A :para provar CXAP/jdevemos ter uma p r o v a de Oí e uma ser representado por a £ F. Mas c o m o representar uma
prova de P sentença c o m o "a m ã o de Sócrates é parte de S ó c r a t e s " , o u
—>: para|prõvãra—>p3devemos construir u m algorittrip que u m raciocínio do tipo: se u m dedo é parte da m ã o de
converte uma prova de CX e m uma p r o v a de P Sócrates e a m ã o de Sócrates é parte de S ó c r a t e s , então esse
3: para] provar 3|LlOC,ldevemos construir u m objeto t e dar dedo é parte de Sócrates?
uma prova de (X[)J,/t] A mereologia (do grego "|U,EpoÇ": parte) é a teoria que
V : p a r a ^ r o v a r V | - i a , C e v e m o s construir u m algoritmo que, estuda tanto o aspecto material (ontológico) c o m o f o r m a l
(cálculo) da relação fundamental parte-todo. Ela já estava
aplicado a qualquer objeto t, prova que CC[|J,/t]
presente em Aristóteles, mas a teoria c o n t e m p o r â n e a foi
desenvolvida por lógicos como Stanislaw Lesniewsld,
304 305
Goodman e Leonard como uma reação ao platonismo da
X« y (x é parte de y , ou melhor, x é parte genuína de y )
teoria de conjuntos de Cantor. Vejamos dois exemplos desse
platonismo: se não houvesse nada no universo, mesmo
onde X e y são variáveis que percorrem um domínio de
assim poderíamos formar um conjunto: o conjunto vazio. A
indivíduos. A relação « tem as seguintes propriedades
parttr deste, formamos o conjunto unitário que tem como
lógicas:
único elemento o conjunto vazio. Por fim, podemos gerar na
teoria dos conjuntos ex nihilo: 0 , { 0 } , { 0 , { 0 } } , { { 0 } } ,
Assimetria: (x « y) —> —i (}' « x)
{ { 0 } , { 0 , { 0 } } } etc. Outro exemplo: dadas duas coisas,
digamos a a b, podemos formar várias totalidades diferentes: Transitividade: (x « y) A (y « z) —>• (x « z) _
{a, b } , { a , { b } } , { { a } , { b } } etc. E claro que essa livre Irreflexi\'idade: (x « x)
proliferação de entidades fere o gosto nominalista pela
parcimônia. A mereologia impede tais conclusões (inclusive Diz-se que x é parte genuína de y para distinguir a relação
o paradoxo de Russell). Na mereologia, dois objetos com as « da relação <, que representa "ser parte de (ou igual a)".
mesmas partes são sempre idênticos, sem distinção de Ou seja, "x < y " significa "x é parte de y ou igual a y " . A
aninhamentos de parêntesis. Além disso, na mereologia as diferença entre « e < é, portanto, similar à diferença entre
paítes e o todo pertencem ao mesmo nível ontológico. C e C na teoria de conjuntos. Qualquer um dos dois
Agrupando vários objetos físicos, obtém-se apenas mais um conceitos pode ser tomado como primitivo e o outro pode
(maior e mais abrangente) objeto físico, mas nada mais. ser definido em função deste ( x « y —^^t (x < y ) A —i ()' < x)
A teoria formal aqui apresentada' é a Mereologia e X < y = j ç f X « y V x = y ) . Por um lado, o conceito " « "
Extensional Clássica (MEC). Existem diferentes axiomatiza- tem a vantagem de corresponder melhor ao conceito
ções da mereologia extensional: os sistemas de Lesniewski de intuitivo de parte das línguas naturais (dificilmente alguém
1916 e de 1920, os sistemas de Tarski de 1929 e de 1937, o
diria que o meu corpo é parte do meu corpo, ao passo que
sistema de Leonard e Goodman. Para estes sistemas foram
dizer que a minha mão é parte do meu corpo é plenamente
formuladas expansões intensionais e modais. É claro que
usual). Por outro lado, o conceito < tem uma vantagem
grande parte das extensões da (e alternativas à) lógica de
formal: o sistema axiomatizado que o toma como primitivo é
predicados poderia ser aplicada à mereologia — ainda existe
muito a ser feito nesta área. Os conectivos lógicos e algebricamente mais simples (assim como Ç é algebrica-
quantificadores conserx^am os significados que têm na mente preferível a C ) .
LPPO. Todos os outros conceitos mereológicos centrais podem
ser definidos em função do conceito « . Estes outros
O conceito fundamental da M E C é a relação ser parte de, conceitos são fundamentais para a anáhse ou apHcação do
representada pelo símbolo " « " , ou seja: sistema mereológico na reahdade. Dentre estes conceitos se
destacam:
^ Exposições detalhadas desses sistemas podem ser encontradas em A superposição (overlapping): Esta relação é representada pelo
Peter Simons (1987) e Ridder (2001) símbolo "o":
306 307
intuição natural de que não há nada em comum entre duas
X oy ( x c y têm pelo menos uma parte em comum: 32 entidades disjuntas. O produto binário é comutativo (x • y =
(2 < X A Z < v)) • y • x) e associativo ([x • y] • z = [2 • y] • x).
Vale também que x o y quando x = y . A relação de A soma binária é simbolizada da seguinte maneira:
superposição é reflexiva (todo indivíduo tem uma parte
comum consigo mesmo), simétrica (se x tem uma parte X + y - , '
comum com y , então y tem uma parte em comum com x),
mas não é transitiva (se x tem uma parte comum com y , e y A soma binária gera um indivíduo que é a fu-são (por isso
tem uma parte comum com 2, disso não se segue que x e 2 também se fala em fusão binária) de dois indivíduos. U m dos
tenham necessariamente uma parte em comum). A noção de princípios mais polêirácos da mereologia extensional clássica
superposição é pouco natural, mas muito útil na formali2a- é o princípio da fusão generalizada: para quaisquer dois
ção e na análise ontológica. indivíduos existe uma fusão deles. Assim, o meu nariz e o
corcovado formam juntos o indivíduo meu nari^corcovado. A
A disjunção é representada pelo símbolo "í": soma binária equivale, obviamente, à operação de união
entre conjuntos.
X I y (x e y não têm nenhuma parte em comum: —132 (z Além do produto e da soma binários, existem o produto
< X A z < y ) , ou simplesmente —ix o y ) e a soma gerais, que são os produtos ou somas de toda uma
classe de indivíduos: por exemplo a soma de todas as porções
A disjunção é uma relação simétrica, irreflexiva e não de água na terra formam o indivíduo toialidade de água na terra.
transitiva. As somas e produtos gerais são simbolizados respectiva-
mente por:
o produto binário é simboUzado por " • ":
2 x Fx (soma de todas as entidades do tipo F)
x-y V :
D x Fx (produto de todas as entidades do tipo F)
A diferença é simbolizada da segviinte maneira:
O produto binário é uma operação que gera um indivíduo
que é a parte comum entre x e y , similar ao conjunto
intersecção na teoria de conjuntos. Mas, diferente da teoria x-y
dos conjuntos, quando x J y , então não há um indivíduo
A diferença entre x e y define o indivíduo contido em x c
comum (enquanto na teoria dos conjuntos, quando dois
que não está contido em y (como a diferença na teoria dos
conjuntos são disjuntos, a sua interseção gera um conjunto
específico: o conjunto vazio). Essa diferença é, aHás, um conjuntos).
exemplo da já mencionada maior naturalidade da mereologia
frente à teoria de conjuntos: ela corresponde melhor à nossa
308 309
O universo: O Universo c representado pela letra " U " e pode sistemas poderiam ser capturados por u m sistema c o m 4
ser definido c o m o o indivíduo que é a soma de todos os axiomas (veja Ridder 2001: 98ss):
indivíduos, o u seja, formalmente:
A1. V x V y (x « y^ ^ (y « x))
a = U V y (y < a)
A2. V x V y V z ((x « y) A (y « z) (x « z))
A3. V x V y (Vz (z o X z o y) ^ X < y)
(Note-se que " V f y « a " seria errado, pois o p r ó p r i o
A4. Va(a9t0 3 x (xZa))
universo c u m indivíduo e deve poder ser parte n ã o genuína
de si mesmo (ser igualai a).)
Perceba-se que os axiomas da mereologia s ã o , no fundo,
formalizações de nossas intuições mais naturais. O p r i m e i r o
O complemento: A partir da n o ç ã o de diferença e de Universo,
axioma afirma que se x é parte genuína de y, então y n ã o
pode-se definir o indivíduo complemento de x:
pode ser parte genuína de x. O segundo que se x é parte
genuína de y e y parte genuína de z, então x é parte genuína
complemento de x =j^.f U - x (dado U x) de 2 . O terceiro axioma diz que se tudo que t e m parte
c o m u m c o m x t a m b é m tem parte c o m u m c o m y, então x é
Átomo: Poder-se-ia introduzir ainda a n o ç ã o de átomo ou parte de (ou igual a) y. Finalmente, o quarto é o princípio de
indivíduo a t ó m i c o , segundo a definição fusão generalizada, que garante a soma mereológica de
diferentes indivíduos (para c|ualquer conjunto de indivíduos
x é u m á t o m o =j^.f - i 3 y (y « x) (x n ã o t e m nenhuma n ã o vazio, existe a soma m e r e o l ó g i c a de todos os indivíduos
parte genuína) desse conjunto). Este é o mais p r o b l e m á t i c o dos princípios.
Uma lista de teoremas demonstráveis em M E C é
Exemplos clássicos cie á t o m o s m e r e o l ó g i c o s , s ã o as apresentada em Simons (1987:38ss) e em Ridder (2001).
m ó n a d a s de Leibniz e os objetos do Tractatus de
Wittgenstein. C o m o a mereologia é uma teoria basicamente
6.4 Lógica Default
de caráter nominalista, a i n t r o d u ç ã o de u m universal (no
caso: " a t ó i r d c o " ) pode n ã o parecer adequada, e é, de fato,
A lógica default, conforme f o i projetada por Ray Reitcr
para a teoria formal, desnecessária. A M E C deixa a q u e s t ã o
(Reiter, 1980), tem a p r e t e n s ã o de representar, a l é m das
do atomismo, se todos os indivíduos são ultimamente
inferências dedutivas da lógica de predicados clássica, u m
compostos de á t o m o s o u n ã o (neste caso toda parte seria
tipo de inferência não-dedutiva m u i t o c o m u m no nosso
novamente composta de partes ad infinitum), em aberto. As
raciocínio ordinário. Essa inferência encontra-se por
duas possibilidades s ã o compatíveis c o m os axiomas da
exemplo no raciocínio que u m professor de lógica fez certa
M E C . A mereologia atomista é mais simples por comportar
vez sem saber que estava enganado: " C o l o q u e i meu dinheiro
sempre u m n ú m e r o finito de modelos.
na m i n h a carteira, logo ele está na minha carteira". Limbora,
C o m o já mencionamos, existem vários sistemas a x i o m á - n ã o apareça assim claramente nesta f o r m u l a ç ã o , o professor
ticos para a M E C . Os principais traços formais de todos os teve que executar u m razoável n ú m e r o de passos para
310 311
estabeler seu raciocínio. E m primeiíro lugar, ele tinha uma
crença bem estabelecida de que o dinheiro tinha sido Esse tipo de inferência é imprescindível para a utilização
colocado na carteira. E m segundo lugar, ele verificou se prática do conhecimento. Por exemplo, (1) se um médico
havia algum motivo para lhe impedir de concluir que o conhece os sintomas do sarampo, (2) recebe um paciente
dinheiro ainda estava na carteira e não encontrou nada do com todos esses sintomas e (3) não detecta nem nos exames
tipo. E, afinal, ele concluiu que o dinheiro estava na carteira. preliminares nem na anamnese nada de incompatível com o
Apesar de tudo isso, a conclusão estava errada, o que indica sarampo (por exemplo, o fato do doente já ter contraído
que seu raciocínio não era dedutivo. Além disso, como ele sarampo na infância), é razoável que ele conclua que o
não podia conhecer todos os fatos acontecidos fora de sua paciente está com sarampo e lhe prescreva o tratamento
vigilância, pode-se dizer que sua conclusão foi inferida a adequado. Se o médico resolvesse usar somente a lógica
partir de um conjunto de crenças incompleto. Se novos fatos clássica, ele nunca poderia concluir que o paciente está com
chegassem a seu conhecimento, como por exemplo o fato de sarampo, pois essa conclusão, apesar de plausível, não é
que alguém sorrateiramente esvaziara o já insignificante necessária. De fato, poderia tratar-se de uma doença ainda
conteúdo de sua carteira, ele não poderia efetuar a sua desconhecida, ou poderia o paciente ter omitido alguma
primeira conclusão. Isso indica que seu raciocínio foi informação que afastaria ou pelo menos colocaria sob
baseado em uma regra não monotônica, já que o acréscimo suspeição a hipótese de sarampo. Poderíamos citar uma lista
de informações àquelas que se tinha inicialmente o impediria enorme de exemplos em que o raciocínio prático se faz com
de concluir coisas que ele antes concluía inocentemente. base em regras default; com efeito, não podemos fazer quase
nada sem estas regras.
Na terminologia de Reiter a regra de inferência não-
monotônica__que__dÊteíinrnou o raciocínio acima recebe o A lógica default trata o conjunto de crenças do médico a
nome de regra default. Esse tipo de regra expressa a sensata partir do qual ele diagnostica um paciente como uma teoria
ideia de qíõê: de L (cf Ex7, 10), com a peculiaridade de que os elementos
dessa teoria são deduzidos de um subconjunto W de X com
(1) Se geralmente quando temos A temos B, o auxílio de um conjunto de regras de inferência que une RI
(2) Se eu tenho A e D (conjunto dos defaults). N o simbolismo de Reiter, dado
(3) E SC nada me impede de concluir B que T é uma teoria default, temos:
(4) Então, eu devo concluir B
T = (D,W)
Essa ideia está implícita no exemplo dado acima. Podemos
expHcitá-la se expressarmos o raciocínio assim:
WCÍ:
(1) Se geralmente quando colocamos dinheiro na carteira ele
continua lá,
(2) Se eu coloquei dinheiro na carteira D =4 a: M P , Mp^,| a, P . e y e X
(3) E se nada me impede de concluir que ele ainda está lá Y
(4) Então, eu devo concluir que o dinheiro está na carteira
312 313
Onde:
OC é o pré-requisito da regra default -• E,= { a I {PbvQa, -.Pb} K a} e
MP,, M(3„ é o teste de consistência da regra default
Y é o consequente da regra default E,= { a I {PbvQa, -nQa} I - a}
O esquema dos defaults pode ser interpretado assim: "se Aqui deparamos com uma questão de grande importân-
a é aceite na teoria e cada |3, pode ser aceite, devemos cia. Uma teoria default deve representar as inferências que
concluir y". Uma sentença (3, pode ser aceite, se ela é fazemos nos nossos raciocínios ordinários para expandir o
consistente com a parte da teoria que já foi determinada. conjunto de nossas crenças. Acontece que,' na prática,
Dcve-se notar que a extensão de uma teoria vai sendo deter- quando fazemos tais inferências, não geramos todas as
iTiinada conforme vamos apHcando as regras de inferência extensões possíveis; de fato, nos. contentamos apenas com
sobre resultados anteriores, e que, quando lidamos com uma. Por exemplo, um indivíduo pode se orientar por dois
teorias default, diferentes extensões podem ser geradas defaults para tirar conclusões sobre o tempo. O primeiro diz
dependendo da ordem de aplicação das regras (lembrando que se o céu está encoberto e é consistente concluir que vai
chover, então se deve concluir que não vai fazer sol, e o
que entre estas estão as regras default), ou seja, o par ( D , W )
segundo diz que se o céu está encoberto e é consistente
pode corresponder a diversos conjuntos de sentenças. Veja,
concluir que vai fazer sol, então se deve concluir que não vai
por exemplo, a seguinte teoria default T,:
chover. Obviamente, esse indivíduo não pode aplicar os dois
defaults para a mesma situação, ele vai ter de optar por um e
: M^Pb. : M-iOa , {PbvQa} com base neste vai sair com seu guarda-chuva ou deixá-lo
T,= >-
iPb ^Qa em casa. O significado de algumas teorias defaults terem
múltiplas extensões é o de que, em muitas situações,
Observe que as regras default de T, não têm pré- podemos optar entre várias alternativas razoáveis. O
requisito. Obsei-ve também que, se queremos começar problema de saber qual dessas alternativas deve ser preferida
aplicando o primeiro default, nada nos impede de fazê-lo, não foi tratado por Reiter .
pois —iPb c consistente com W (a parte da teoria que é dada N o processo de geração de extensões, pode acontecer
de início). Acontece que, uma vez que aplicamos o primeiro também de um conseqíiente ser introduzido e em seguida
default, já não podemos apUcar o segundo, pois —iPb é eliminado. Considere, por exemplo esta outra teoria default:
introduzido na teoria e com ele Qa (pois {PbvQa, —iPb} h
Qa). Per contra, se começamos aplicando o segundo : M|3,. : M P , . : Mfj, [ , 0
T2=
default, concluímos —iQa, e logo Pb, o que inviabiliza a
aplicação do primeiro default. Dessa forma, se escolhemos
aplicar o primeiro default, geramos uma extensão E, e se
escolhemos aplicar o segundo default, geramos uma 2 O professor Marcelino Pequeno (UFC) propôs em sua tese dc
extensão diferente Ej, de modo que: doutorado u m princípio chamado "exception first" exatamente para
d e t e r m i n a r quais defaults d e v e m ter p n o i i d a d e .
314 315
Nesse caso, podemos começar aplicando o prúneiro humana. Diferentes situações podem demandar diferentres
default, o que nos dá uma parte de extensão que inclui - i p j e raciocínios, e o mais notável é que ninguém precisa fazer um
suas consequências, em seguida somos impedidos de aplicar curso de lógica para começar a raciocinar. J á aprendemos a
o segundo default por causa de seu teste de consistência e raciocinar quando aprendemos nossa língua materna,
terminamos apHcando o último, concluindo assim a quando p.ex. nos damos conta de que sc um objeto é azul,
construção da seguinte extensão: ele não pode ser vermelho. Isso não significa, porém, que as
nossas formas de raciocínio naturais sejam automaticamente
¥ •. ...... ...
corretas. Falácias infestam o discurso humano, do amante
E,= { a I { ^ P ^ ^ P J Ka}
sincero ao marido mentiroso, do político corrupto ao
cientista idóneo. Argumentos falaciosos não são, pelo menos
Se, por outro lado, começamos aplicando o segundo
nem sempre, produtos sofísticos da má fé. Algumas formas
default, ficamos com uma parte de extensão que inclui —iPj e
mais simples de falácia podem ser descobertas se refletimos
suas consequências, com isso somos impedidos de aplicar o
com mais atenção. Mas a avaliação de algumas formas mais
terceiro default, mas podemos aplicar o primeiro. O
complexas de raciocínio só pode ser executada se dispomos
problema é que quando aplicamos o primeiro, a aplicação do
de um método rigoroso. E justamente aí que entra a lógica
segundo tem que ser revogada, pois já não é mais consistente
formal como instrumento indispensável da filosofia e da
'Com nossos últimos resultados. Feita esta revogação,
ciência em geral. O problema é explicar o que autoriza um
voltamos a testar o terceiro default e agora já podemos
lógico a declarar que certos raciocínios são impecáveis e
aplicá-lo. N o final, construímos a mesma extensão de pouco
outros falaciosos. Algumas expHcações, podem ser sugeridas.
antes. Com efeito, nesse caso, não importa a ordem de
Uma primeira explicação é a convencionalistal Segundo
aplicação dos defaults, acabamos sempre com a mesma
ela, tanto a correção como a mcorreçaõ" dos raciocínios
extensão. A eliminação de resultado inferido anteriormente
seriam convenções criadas pelos lógicos. A função do lógico
numa teoria default salienta o caráter não monotônico da
seria criar regras coerentes cuja descrição seria suficiente
lógica default.
para estabelecer (não representar) uma noção de inferência.
Como o leitor deve ter percebido, a maior parte do
Imagina-se assim que a lógica é um jogo cujas regras são
trabalho que se faz na lógica default não é especificar as
dadas por convenção e que a função original desse jogo é
regras e as sentenças de base de uma teoria default, mas unicamente a de ser jogado. Segundo os convencionaHstas, o
construir as extensões dessas teorias. Reiter desenvolveu lógico é como alguém que inventa um jogo. O sujeito que
todo um sistema para calcular essas extensões, mas foge ao inventou o xadrez, por exemplo, poderia ter estabelecido
nosso escopo a apresentação de pormenores técnicos. outros movimentos para as peças, poderia ter criado mais de
seis tipos de peças, a posição inicial das peças poderia ser
6.5 Fim do Jogo diferente etc. Esse também seria o caso com o lógico. Numa
perspectiva convencionaHsta, o lógico não pode fazer mais
Existem ainda muitas outras formas de raciocínio que não do que estipular as regras do jogo. Se não fosse o lógico o
foram apresentadas aqui. De fato, essa pluralidade de criador das regras para construir raciocínios, quem seria?
raciocínios é parte essencial da racionalidade e da existência
317
m
Uma segunda explicação é a ^metafísica. Essa explicação Apesar de não haver um consenso sobre a verdadeira
remonta a uma tradição antiga, que concebe a lógica como natureza do trabalho do lógico e o cjue o justifica, o
disciplina que estuda a estrutura mais universal do ser. E m resultado desse trabalho sempre pode ser visto como uma
grandes sistemas metafísicos, como em Aristóteles e Leibniz, espécie de jogo. Neste livro, o que fizemos foi apresentar
a lógica seria uma espécie de espaço de possibilidades de alguns desses jogos. E claro que não é necessário um curso
como o mundo poderia ser. Princípios lógicos e metafísicos de lógica para se jogar o jogo da inferência, e, certamente,
seriam, em tais sistemas, inseparáveis. Princípios lógicos um tal curso não é suficiente para se garantir o domínio, a
estabeleceriam os limites de possibilidade da realidade: um correção e a plenitude das regras do jogo. Mesmo porque
mundo contraditório seria impossível. Nem mesmo Deus novos jogos estão sendo criados a cada dia e existem alguns
poderia criar um mundo contraditório, afinal se Deus que ainda não foram regulamentados de 'modo satisfatório e
pudesse criá-lo, ele já não seria impossível. Mas., para pleno. Grande parte do trabalho dos lógicos de hoje consiste
LeibnÍ2, isso não consistiria uma limitação para Ele. Na justamente em estudar casos novos e desviantes de
verdade, a lógica seria a forma mais plena de racionalidade, inferência. Vale a pena continuar refletindo sobre novas
pois é a maneira como Ele pensa. Assim, ao fazermos lógica formas dc raciocínio. Afinal, o jogo não tem fim.
estaríamos tentando mapear e imitar o pensamento Divino.
Mesmo que considerássemos a lógica um jogo, teríamos que
admitir que o lógico não inventa as regras do jogo, ele
apenas as aprende e joga com elas.
A terceira expUcação é a[pragmática.| Com a reviravolta
pragmática na filosofia contemporâneaTli lógica passou a ser
concebida de modo menos essencialista c mais nominalista,
p. ex. como instrumento de regulamentação do discurso, em
particular, de sequências de sentenças que constituem um
argumento. Dc acordo com essa visão, a analogia do jogo
ainda pode ser válida, desde cjue entendamos que as regras
do jogo da lógica nem são dadas por Deus nem são criadas
ao bel prazer do lógico. As regras da lógica são regras que se
incorporaram aos nossos raciocínios cotidianos ao longo da
evolução da linguagem e do pensamento e se encontram
hoje de tal forma misturadas com nossa prática lingíiística
que chegamos a ter a ilusão de que essas regras são
necessárias. Porém, como vimos, os lógicos não chancelam
todas essas regras, há algumas que eles rejeitam como
falaciosas. Isso, numa expUcação pragmática, seria o
resultado de um certo acordo entJre os lógicos, mas não é
claro como se chega a esse acordo.
319
7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
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