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2018.06.

01 |5 TURISMO | JP
TESE DE MESTRADO DE RICARDO FERRAZ DA ROSA

MARKETING TERRITORIAL COMO INSTRUMENTO


DE VALORIZAÇÃO TURÍSTICA DA PRAIA DA VITÓRIA
“Trata-se de uma abordagem científica que, a ser operacio-
nalizada, poderá contribuir seguramente para transformar a
Praia da Vitória num destino turístico de eleição, implicando
também toda a política aérea e de transportes marítimos para
a Região”, sustenta o autor.

R
icardo Ferraz da Rosa, licen- projeto proposto, segundo um mo-
ciado em Gestão, agora no delo que poderia seguramente pre-
âmbito da obtenção do Grau parar a Praia da Vitória para que ela
de Mestre em Ciências Económicas se conseguisse afirmar e distinguir
e Empresariais, com especialização em termos regionais, nacionais e in-
em Marketing, defendeu no passado ternacionais, potenciando-a como
mês de março na Universidade dos destino turístico de excelência, com
Açores (UA), em Ponta Delgada, uma todas as daí decorrentes vantagens
nova Tese sobre “O Marketing Terri- económicas, empresariais, sociais e
torial como Instrumento de Valoriza- culturais”, começa por dizer Ricardo
ção de Destinos Turísticos: Aplicação Rosa ao “Jornal da Praia”.
ao Concelho da Praia da Vitória”.
“A tese – sustenta o agora mestre MARKETING TERRITORIAL “A melhor forma de planear o
Esta dissertação académica foi em Ciências Económicas e Empresa- futuro de um território consiste em pensar e implementá-
elaborada segundo um modelo teó- riais – é também assim uma reflexão -lo no presente com uma abordagem metodológica assente
rico de Planeamento Estratégico de metodológica que permite projetar numa visão estratégica”...
Marketing Territorial adequado às e planear estrategicamente o futuro
necessidades do concelho da Praia da cidade e do concelho da Praia da do chamado Marketing Territorial, rar, dimensionar e preparar todas as
da Vitória, pretendendo constituir Vitória para os próximos anos”. De por maioria de razão, tal ideia é não suas reais potencialidades. Todavia,
“a base de um futuro instrumento resto, acentua Ferraz da Rosa, “já vai só simplificadora e enganosa, como este tipo de Marketing, obviamente,
de trabalho no âmbito das ações e sendo mais do que tempo para cole- eventualmente arriscada, na medida poderia ser aplicado a qualquer ou-
estratégias concelhias destinadas à tivamente definirmos e afirmarmos em que promover um território, sem tro setor de atividade económica”,
valorização deste concelho, nomea- o que pretendemos sobre o futuro que o mesmo tenha sido prévia e acentua o autor.
damente como destino turístico”. da Praia, deixando de uma vez por devidamente preparado para tal, po-
todas aquela inconsequente atitude derá ter custos elevadíssimos, quiçá Este estudo, introdutoriamente
A referida tese explica que para a de querermos ‘sol na eira e chuva no irreversíveis, porquanto são geradas desenvolvido apenas no plano teóri-
concretização de tal projeto “foi ne- naval’... O futuro faz-se de escolhas expectativas artificiais ou irrealistas, co, apresenta todavia todas as meto-
cessário conhecer e identificar opor- e opções, e é tempo de as fazer”, sa- que podem vir a ser defraudadas”: dologias necessárias para poder ser
tunidades, competências e capaci- lienta. subsequentemente operacionaliza-
dades do lugar em estudo”, tendo “O verdadeiro Marketing Territo- do, começando logo por proceder à
em conta a insularidade e a partilha “Antes de mais – sublinha Ricar- rial deve consistir antes na elabo- caracterização das cinco fases distin-
de características similares no nosso do Ferraz da Rosa – é necessário ração de um planeamento estraté- tas e próprias de todos os processos
arquipélago e Região Autónoma dos compreender efetivamente o con- gico orientado de acordo com uma de operacionalização, cada um deles
Açores. ceito de Marketing... Ora é comum específica área de desenvolvimen- imprescindível e fundamental para
pensar-se nisto apenas como uma to económico, sendo que, no caso o sucesso do todo, desde a análise/
O trabalho desenvolveu, através ferramenta de divulgação e promo- concreto deste estudo, o campo diagnóstico (a chamada “auditoria
da aplicação dos conceitos e méto- ção de um bem, serviço ou lugar. de incidência escolhido centrou-se territorial”) da realidade existente
dos do Marketing Territorial, “a pos- Porém, esta é uma ideia muito redu- no Turismo e na Praia da Vitória, no – no caso estudado a situação do
sível operacionalização do próprio tora, inexata até. No caso particular sentido de procurar formular, explo- concelho da Praia da Vitória – com a
PUB identificação clara e inequívoca dos
seus pontos fortes e também, com
o mesmo rigor e importância, dos
fatores que contribuem negativa-
mente para a sua majoração como
destino turístico. Na segunda fase
de abordagem, já numa lógica de vi-
são a médio e longo prazo, procura-
-se ali definir alguns dos objetivos a
atingir, conforme é explicitado neste
estudo:

“Aqui é essencial sabermos com


clara convicção e prospetiva mode-
lar para onde pretendemos ir”, real-
ça Ricardo Rosa, interrogando “se
pretendemos mesmo, ou não, criar
fatores de atratividade direciona-
dos para o Turismo, apostando, por
exemplo, na excelência da baía da
Praia para os desportos náuticos e
demais atividades navais, aquáticas
e subaquáticas ligadas ao mar e suas
valências; questionando, sem esca-
moteamento de interesses locais e
regionais, sobre o que faremos se
um imaginável mega-transhipment
de contentores e suas tripulações
sob bandeira internacional avançar
à nossa porta – para além do mais,
nesse cenário, numa distorcida, ab-
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