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Sophia Rodrigues da Cunha Araujo

Série : 3 ano B

Data : 13/05/2021

Tema : O consumo de álcool entre jovens no Brasil

A precocidade na sociedade moderna

Perante a Constituição Federal de 1988, reconhece-se como capaz e responsável pelas


próprias escolhas, indivíduos maiores de 18 anos. Sob esse viés, ações como frequentar
boates e a ingestão alcoólica tornam-se restritos a jovens legalmente tidos como adultos. Não
obstante, o cenário brasileiro distancia-se da teoria, uma vez que é notório o consumo de
bebida alcoólica de forma ilimitada as diversas faixas etárias. Nesse sentido, é indiscutível a
ineficácia fiscal em estabelecimentos comerciais, paralelo a negligência familiar como
precursores da problemática.

À priori, analisa-se a estrutura legislativa brasileira, de forma que, conforme o Estatuto da


Criança e do Adolescente, o ECA, é proibido a venda e consumo de tais produtos à
adolescentes. Em contrapartida, a realidade brasileira mostra-se avessa a tal lei, visto que
segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a idade média de início de contato com
bebidas alcoólicas no Brasil é de 15,7 anos, fato esse que expõe a estruturação de uma
sociedade juvenil precoce nesse âmbito. Nesse sentido, nota-se a insuficiência fiscal como
empecilho na aplicação eficaz do proposto, uma vez que a venda irregular dessas bebidas é
habitual nos comércios brasileiros, o qual tal acesso é tido de forma irrestrita entre jovens e
adultos.

Seguidamente, ressalta-se o conceito trabalhado no livro “ Modernidade Líquida”, do


sociólogo polonês Zygmunt Bauman, o qual aponta as relações no século XXI como frágeis e
instáveis. Diante disso, nota-se tal fragilidade nas relações familiares, visto que,
gradativamente o convívio entre pais e filhos é menor, em suma, decorrente da valorização dos
jovens a influências externas, tal qual amizades e a mídia. Por decorrência, a carência de um
convívio familiar habitual e saudável nas famílias brasileiras, faz propício a tomada de atitudes
impulsivas e imaturas, uma vez que o desenvolvimento de discernimento e racionalidade sobre
esses atos é falho em meio a escassez de diálogos parental.

Diante do exposto, o consumo alcoólico entre jovens na realidade brasileira mostra-se como
reflexo de falhas na estruturação fiscal e familiar. Nesse sentido, cabe aos governos municipais
o maior investimento na fiscalização dos comércios municipais, de forma que a partir de tal
medida, o policiamento em bares e conveniências seja feito de forma eficaz nos municípios, de
maior realização durante os finais de semana, e a partir disso, proprietários que burlam a lei
sejam punidos por meio de multas. Além disso, é notório a influência midiática no cenário, visto
isso, a fim de que a ferramenta seja utilizada de forma benéfica, tem-se a criação de
propagandas nas redes sociais e canais abertos que exponham os malefícios do consumo
precoce de tais produtos, tal qual a predisposição ao desenvolvimento de vícios e
dependências. Dessa forma, ações constitucionalmente permitidas para adultos serão
eficientemente restritas a esse povo.

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