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CURSO DE FILOSOFIA
Ananindeua-Pa
2022
MÁRIO JOSÉ ASSUNÇÃO DE SOUSA
Ananindeua-Pa
2022
A ANTIJURIDICIDADE DO ABORTO PELA VIOLAÇÃO DO BEM BÁSICO
DA VIDA.
1
FINNIS, John. Lei Natural e Direitos Naturais. São Leopoldo: Unisinos, 2007.
2
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional
promulgado em 05 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas,
2016, art. 5º, caput.
3
Cf. sobre a ótica funcionalista RIBEIRO, 2020.
portanto intrínsecamente mau, como confirma Ribeiro:
A morte advinda do aborto voluntário é a morte da unidade substancial entre
um corpo e uma alma racional, é a morte de um ser em plena qualificação
antropológica e ética. Não se trata do extermínio dos que estão desprovidos
de dignidade, como as coisas, as plantas e os animais irracionais; trata-se do
extermínio de um ser vivo que, pela condição pessoal, existe como um
natural sujeito de deveres e direitos ao qual o homicídio proposital consiste
em um equívoco sem exceções. Fazer do aborto voluntário uma invariante
cultural é despir de significado a máxima (arduamente percebida ao longo da
história) de que o homem é um fim, levando-se a um patamar superior a
avaliação oposta, a de que o homem é um meio4.
Conclui-se portanto, que o aborto é uma pratica que fere o bem básico da vida,
tornando-se em todo antijurídico por ferir o direito moral absoluto da vida que o feto
possui, além de ferir a dignidade humana. Torna-se evidente então o quando a visão
coisificada do ser humano é perigosa, pois através dela, certas práticas podem parecer
lícitas, mesmo que desprovidas de preocupações morais, como por exemplo, das
recentes atrocidades patrocinadas durante a Segunda Guerra Mundial, a ponto de se
fazer indispensável a elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em
1948.
4
RIBEIRO, 2021, p. 246-247. In: PINHEIRO, Victor Sales; RIBEIRO, Mário da Silva (orgs).
Dignidade da Pessoa Humana e Direito à Vida: Estudos de Filosofia, Direito e Bioética. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2021, p. 246-247).